Se escolhermos um ou dois títulos de filme para confrontarmos as expectativas pelas carreiras de Gabriel Barbosa e Jonathan Calleri com a realidade, talvez as melhores indicações sejam A volta dos que não foram e/ou Deixados para trás. Protagonistas do início da decisão da Copa do Brasil entre Flamengo e São Paulo, neste domingo (16/9), às 16h, no Maracanã, no quesito gols, ambos despontaram na América do Sul com potencial para encantar na Europa, porém fracassaram, voltaram e se provaram jogadores para consumo interno por aqui mesmo, no nosso continente.
As três trocas de técnico ajudaram a minar a adpatação do brasileiro. Chegou para trabalhar com Frank de Boer, viu Stefano Pioli assumir e encerrou sob a batuta de Stefano Vecchi. Balaçou a rede apenas uma vez na vitória contra o Bologna. Pioli o tirou do banco de reservas para resolver a partida. O empréstimo ao Benfica foi a pá de cal da passagem de Gabriel Barbosa pela Europa. Fez um gol contra o Olhanense. A volta ao Brasil para defender o Flamengo caiu do céu.
No clube desde 2019, Gabigol incorporou Nunes. Virou a nova versão do Artilheiro das Decisões. É jogador de final no time rubro-negro. Dificilmente deixa de balançar a rede em jogos valendo taça. São 14 gols desde 2019. Acumula 11 troféus. O camisa 10 vive a pior fase em cinco anos no Ninho do Urubu. Os 20 gols e quatro assistências em 47 jogos estão aquém da capacidade dele. Daí a possibilidade de Pedro iniciar a final como titular. O concorrente ostenta 27.
Assim como Gabriel Barbosa, Calleri disputou os Jogos do Rio-2016. Foi figura discreta da Argentina. Além do fracasso na Europa e de uma participação na Olimpíada, há uma outra intersecção entre os dois. Ambos não se firmaram nas respectivas seleções. Ficaram fora das últimas três Copas do Mundo e dificilmente irão à de 2026. Para sorte de rubro-negros e tricolores, as seleções deles chamam-se Flamengo e São Paulo, e a Copa que lhes interessa é a do Brasil.
Além da excelência dos goleiros, Sampaoli é perfeccionista na montagem do time desde a passagem pelo futebol peruano. "Para ele, o trabalho vem em primeiro lugar. O nível tático era importante para ele. Trabalhava muito as linhas e queria tudo perfeito. O clube em que atuamos não era tão bom economicamente, mas nós conseguimos nos superar", testemunha. "Jorge Sampaoli viu que a equipe trabalhava no limite e ele começou a fazer sua história, como vemos agora", compara.