Uma das maiores injustiças do futebol brasileiro finalmente chegou ao fim. Mesmo após pagar a punição estabelecida pela Justiça Desportiva, o Vasco via-se impedido de jogar com público em seu estádio, o lendário São Januário, encravado na Zona Norte do Rio de Janeiro. Em uma decisão polêmica, apontada por muitos como discriminatória, a Justiça do Rio proibia a presença de torcedores no local.
Gostaria de chamar a atenção para dois pontos que o Vasco compromete-se a cumprir:
1) Biometria facial nas catracas de acesso, uma tecnologia inédita nos estádios do Rio;
2) Instalação, em 45 dias, de câmeras de vigilância de alta resolução e com capacidade de identificação de todas as pessoas presentes no estádio, além da colocação de equipamentos com essa mesma capacidade no lado externo do São Januário (não seria esse ponto uma função do Estado?);
Que tal os ministérios públicos estaduais aproveitarem o exemplo do correlato no Rio (a expectativa da sociedade, em nome da igualdade, é que faça o mesmo em relação ao Maracanã e ao Nilton Santos) e promoverem uma série de TACs com os clubes pelo país afora? Biometria facial e câmeras em alta definição não são necessárias nos demais estádios brasileiros? Um novo procurador-geral da República está prestes a ser anunciado e aí está uma boa pauta para atuação.
Ou, então, que tal o novo ministro do Esporte, o deputado André Fufuca, mostrar-se preocupado com a segurança do torcedor e empunhar a bandeira da modernização dos estádios de futebol? A regra precisa ser universal. Ficar apenas em São Januário é discriminação. Brigas entre torcedores rivais — e até da mesma equipe — ocorrem quase todo fim de semana. Não é exclusividade de um único time de futebol.