Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense sábado, 23 de setembro de 2023

TEATRO DULCINA: ESPAÇO ABRIGA ACERVO MATERIAL INESTIMÁVEL E DIGNO DE MUSEU

 

Teatro Dulcina abriga acervo material inestimável e digno de museu

Projetado por Oscar Niemeyer, o prédio da Fundaçao Dulcina carrega consigo um acervo material que retrata não só os grandes marcos das artes cênicas nacionais, como também da história do Brasil

 
Figurinos utilizados nas peças do Teatro Dulcina -  (crédito: Josuel Jr.)
Figurinos utilizados nas peças do Teatro Dulcina - (crédito: Josuel Jr.)
 
 
 
Isabela Berrogain 
postado em 23/09/2023 06:00

Os corredores do Teatro Dulcina exalam história. O prédio projetado por Oscar Niemeyer abriga um acervo material digno de museu, que está sendo inventariado, do zero, pela primeira vez na história da instituição, na nova gestão da Fundação Brasileira de Teatro (FBT). Os armários do espaço tombado patrimônio cultural do Distrito Federal não só guardam figurinos e cenários utilizados em peças datadas desde 1930, como também documentos oficiais que revelam fatos importantes da história do Brasil.

O processo de construção do inventário dura mais de um ano, mas ainda é fonte de descobertas diárias. "Tudo é muito fresquinho, todo dia temos uma novidade em relação à Dulcina", conta o produtor cultural Josuel Jr., um dos quatro responsáveis pela inventariação do acervo. Em meio aos bens históricos, existem diversas peças que não eram revisitadas há décadas. "Muitas coisas que ficaram muitos anos guardadas foram preservadas da maneira que foi possível. No entanto, o fato de terem ficado guardadas às sete chaves fizeram com que o momento certo de divulgar essas peças ficassem para trás", avalia.

 
 
  • Documentos originais da época da censura que solicitavam o licenciamento e a liberação de peçasIsabela Berrogain/CB/D.A. Press
     
     
  • Artigos pessoais de Dulcina de MoraesIsabela Berrogain/CB/D.A. Press
     
     
  • Figurinos utilizados nas peças do Teatro DulcinaFotos: Isabela Berrogain/CB/D.A. Press - Josuel Jr./Divulgação
     
     
  • Diário oficial em que foi publicada a instauração da profissão de artista no BrasilIsabela Berrogain/CB/D.A. Press
     
  • Exemplares do jornal O PasquimJosuel Jr.
 
 

 

"O álbum original do Auto da compadecida, por exemplo, ficou guardado aqui por 40 anos, fechado. Se a gente for abrir o álbum para tentar falar com alguém que fez a peça, a maioria já morreu", exemplifica Josuel. "Se o que temos aqui tivesse sido divulgado na hora certa, nós não precisaríamos ficar reforçando o quanto Dulcina foi importante na história da cultura brasileira", pontua o produtor cultural.

Mudanças decisivas para a história do teatro, e do Brasil, estão guardadas no prédio por meio de documentos e ofícios — o Diário Oficial em que foi publicada a instauração da profissão de artista no Brasil, documentos originais da época da censura que solicitavam o licenciamento e a liberação de peças, e até mesmo a carteira de trabalho de Dulcina de Moraes, que, nos anos 1930, já recebia salário mensal pela profissão de atriz. "Esse é o tipo de coisa que nem deveria estar aqui. Deveria estar no saguão do Congresso Nacional devido tamanha relevância", observa.

No mundo da moda, Dulcina também ditava tendências. Os figurinos presentes no acervo reúnem peças de algumas das marcas de luxo mais famosas do mundo, como Dior. O teatro abriga, até hoje, vestidos feitos especialmente para a dama do teatro, registradas com seu nome, datados da década de 1950. "Dulcina viajava para o exterior e trazia referências para reproduzir aqui. Ela não era referência apenas no teatro", aponta a museóloga Desiree Calvis. "A gente tem fotos dos alunos, até pouco tempo, utilizando o acervo como se fosse material didático, sem ter a menor noção do peso dessas roupas", revela. O local tem recebido especialistas em moda para auxiliar no processo de inventário das vestimentas.

Toda a imensidão do material traz a percepção de que o Teatro Dulcina era sinônimo, também, de tecnologia para a época. "Ela foi inovadora, ela trouxe os cenários 3D para cá, além de trazer os cenários de tecidos pintados. Tudo isso era uma visão dela. Ela foi para fora e via como as coisas aconteciam, via como ela podia desenvolver melhor e trazia", conta Desiree. "Nós precisamos guardar até os canhões de luz que eram utilizados no passado, que chegam a justificar a incidência de câncer de pele que atores e atrizes tiveram", opina a museóloga. "Tudo aqui é história, desde os óculos que ela usava aos documentos que exemplificam a cidadã que ela era", complementa.

 


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