MEMPORIA: MARIANNE PERETTI, A MULHER QUE TROUXE O CÉU PARA A CATEDRAL DE BRASÍLIA, SE ENCANTOU
A mulher que trouxe o céu para a Catedral de Brasília
Marianne Peretti, a artista que reinventou o trabalho com vitrais, morreu na segunda-feira, aos 94 anos, no Recife, e será sepultada hoje no Campo da Esperança, em Brasília. As intervenções dela na Catedral Metropolitana de Brasília, no Memorial JK, no Panteão da Pátria, no Superior Tribunal de Justiça e no Palácio Jaburu são indivisíveis da arquitetura de Oscar Niemeyer. Ela trouxe o elemento da transparência, da luz, para a arquitetura da capital. Forjou a sua arte na construção da cidade. Se Athos Bulcão inventou uma nova linguagem para o azulejo, essa francesa-pernambucana reinventou as formas de filtrar a luz tropical. Filha de um historiador pernambucano e de uma modelo francesa, ela nasceu em Paris e chegou ao Brasil com 29 anos. A parceria com Oscar Niemeyer imprimiu uma guinada na carreira de Marianne. "Brasília mudou minha vida", disse a artista em entrevista ao Correio. Seu trabalho mais emblemático, os vitrais da Catedral, atendem a um pedido de Niemeyer: uma entrada no céu.