Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense quarta, 30 de setembro de 2020

TRUMP X BIDEN - O DEBATE DO CAOS: OFENSAS E ATÉ CITAÇÃO AO BRASIL

Jornal Impresso

O debate do caos
 
EUA / A 35 dias das eleições, Donald Trump e Joe Biden trocam ofensas e se interrompem por várias vezes. Democrata manda presidente calar a boca e o chama de "palhaço". Magnata republicano assegura que foi o melhor líder da história e alerta para fraude

 

RODRIGO CRAVEIRO

Publicação: 30/09/2020 04:00

 

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Donald Trump, presidente republicano dos 
EUA e candidato à reeleição

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Joe Biden, candidato 
democrata à Casa Branca (Jim Watson/AFP)  

"Não tem nada de inteligente em você. (...) Fiz mais em 47 meses do que você em 48 anos, Joe"  Donald Trump, presidente republicano dos EUA e candidato à reeleição,  "É difícil falar com este palhaço. Perdão, esta pessoa. " Você é o pior presidente que os Estados Unidos já tiveram" Joe Biden, candidato democrata à Casa Branca

 

 

 

Com apenas cinco minutos de atraso, o presidente republicano Donald Trump e o ex-vice democrata Joe Biden subiram ao palco da Case Western Reserve University, em Cleveland (Ohio), e não apertaram as mãos. Poderia ser uma prévia do clima nada amistoso que permeou o primeiro dos três debates antes das eleições de 3 de novembro, mas era apenas parte do protocolo de segurança sanitária. Constantes trocas de ofensas e interrupções dominaram os 90 minutos de discussões sobre seis assuntos específicos: a pandemia da covid-19, a Suprema Corte dos Estados Unidos, o racismo, o histórico dos dois candidatos, a economia e a integridade das eleições. Trump tentou usar a presença de palco — legado dos tempos de apresentador de O aprendiz, entre 2004 e 2015 — e intimidar o adversário, que chegou a chamá-lo de “palhaço”. Mas Biden soube aproveitar-se das câmeras para contra-atacar. Em um dos momentos mais tensos, Trump disse que Hunter Biden, filho de Joe Biden, foi expulso das Forças Armadas por usar cocaína. “Isso não é verdade”, reagiu o democrata.

 “O fato é que tudo o que ele disse até agora é simplesmente mentira. (…) Todo mundo sabe que ele é um mentiroso”, disparou Biden. O magnata republicano deixou a modéstia de lado. “Fui o melhor presidente, com a melhor economia da história do país”, afirmou, depois de ligar o adversário ao socialismo. Mais adiante, ao reagir às interrupções, Biden perdeu a paciência: “É difícil falar com este palhaço. Perdão, esta pessoa. (…) Você é o pior presidente que os EUA já tiveram”.

 Já no primeiro tema, os dois partiram para o ataque, ao debaterem a nomeação da juíza conservadora Amy Coney Barrett para a vaga da falecida magistrada Ruth Bader Ginsburg. Trump garantiu que tem o direito de escolher quem quiser. “Temos uma indicada fenomenal, muito respeitada, uma acadêmica de elite muito boa. Ganhamos as eleições e temos o direito de indicá-la”, declarou. Por várias vezes, o moderador Chris  Wallace, jornalista da emissora Fox News, precisou intervir.

 Biden, por sua vez, disse que Trump deseja derrubar o Obamacare — plano de subsídio de atenção à saúde lançado pelo ex-presidente Barack Obama — e o acusou de não ter um projeto similar. “Este homem não sabe o que está falando”, alfinetou o democrata. Foi quando Trump denunciou um projeto socialista de Biden para a saúde pública. No segundo tema, mais tensão no ar.  “São 200 mil mortes, 7 milhões de infectados ou 4% da população mundial, além de 10% das mortes. Milhares de pessoas, por dia, contraem a doença. As coisas são como são porque você é como é”, alfinetou Biden, ao responder sobre a pandemia da covid-19. “O presidente não tem um plano.”

 O republicano devolveu com tom ríspido e em terceira pessoa: “Várias pessoas me disseram que o presidente Trump salvou várias vidas em nosso país e fez um trabalho fenomenal”. “ Você nunca teria feito o trabalho que realizei”, disse o magnata republicano. “Você foi um desastre”, rebateu Biden. Trump levou as acusações para o lado pessoal. “Não tem nada de inteligente em você”, disparou. “Fiz mais em 47 meses do que você em 48 anos, Joe”, acrescentou. No debate sobre a pandemia, ambos encenaram um momento cômico ao falarem sobre as máscaras. “Eu não uso uma máscara como (Biden), cada vez que você o vê, ele usa uma máscara. Ele poderia estar a dois metros daqui e aparece com a maior máscara que já vi”, ironizou Trump.

 Em outra abordagem aguardada, Wallace perguntou a Trump se ele pagou US$ 750 em impostos, três anos atrás. “Paguei milhões de dólares em impostos de renda. Teve uma história dos jornais dizendo que paguei US$ 38 milhões em um ano e US$ 27 milhões em outro. Temos 180 páginas de notícias que mostram meus ativos”, respondeu. O moderador insistiu que Trump tergiversou. “Paguei milhões de dólares em 2017”, assegurou o republicano. Visivelmente exasperado ao ser acusado de desejar fechar a economia, Biden dirigiu-se ao rival: “Você vai se calar, homem?”.

 O debate sobre divisões raciais nos EUA levou Trump a voltar a defender a lei e a ordem. “Este é um presidente que usa tudo como um apito de cachorro, para tentar semear ódio racista e divisão. Este homem não fez praticamente nada pelos negros”, disse o democrata. Na última pergunta do evento, Biden defendeu que os cidadãos norte-americanos votem da forma como desejarem, seja à distância, seja presencialmente. E disse que Trump busca amedrontar os eleitores, impedindo-os de votar, sob o pretexto do risco de fraude. O presidente pôs em xeque o fato de milhões de cédulas serem enviadas a vários lugares. “Isso vai ser uma fraude como nunca antes visto.”

Especialistas

 Professor de história, jornalismo e estudos midiáticos da Rutgers University, David Greenberg avaliou ao Correio que nenhum dos candidatos teve atuação brilhante. “Isso provavelmente ajudará Biden. Trump dominou, mas com arrogância e com interrupções. Biden lutou para ser ouvido, mas quando o fez foi convincente e substantivo”, comentou. “Minha suspeita é que a maioria dos telespectadores tenha erguido as mãos e desligado a tevê, ou encolhido os ombros.” Greenberg admitiu que o debate foi “completamente caótico”. “Chris Wallace foi incapaz de impedir Trump de importunar.”

 Para David Dulio, diretor do Centro para Engajamento Cívico e cientista político da Universidade Oakland (em Michigan), o debate não atendeu à opinião pública. “Tudo começou muito caótico. Houve conversas contínuas e nenhum dos dois prestou atenção ao moderador. Eu me pergunto quantas pessoas ficaram enojadas e desligaram a tevê”, disse à reportagem. O especialista entende que os dois conseguiram marcar pontos. “Biden fez um bom trabalho, ao falar diretamente para a câmera; o público responde a isso. Trump é claramente mais forte quando se concentra na economia e foi capaz de criar um contraste em sua abordagem sobre covid, economia e Biden, sobre fechar ou abrir o país.”


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