Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense quinta, 26 de novembro de 2020

200 MIL VÊM DIARIAMENTE AO DF PARA TRABALHAR

Jornal Impresso

200 mil vêm diariamente ao DF para trabalhar
 
Pesquisa de Emprego e Desemprego da Codeplan contempla 12 cidades do Entorno e constata que 42% da população desses municípios trabalham na capital federal. Estudo observou que esses profissionais têm mais dificuldades relativas à recolocação

 

» ALAN RIOS

Publicação: 26/11/2020 04:00

Segundo Franquelino, a passagem mais cara é obstáculo para o trabalhador do Entorno (Minervino Júnior/CB/D.A Press)  

Segundo Franquelino, a passagem mais cara é obstáculo para o trabalhador do Entorno

 


A região conhecida como Entorno é parte ativa da movimentação do mercado de trabalho do Distrito Federal. A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), divulgada ontem, pela Companhia de Planejamento (Codeplan), analisou, pela primeira vez, essa ligação entre cidades de Goiás e do DF, e concluiu que 42% da população do Entorno trabalham na capital federal. São cerca de 200 mil pessoas saindo diariamente de municípios que compõem a chamada Periferia Metropolitana de Brasília (leia Para saber mais). Enquanto uma parcela dessa população enfrenta longos trajetos e preços de passagens de ônibus mais caras para se deslocar ao serviço, por exemplo, outra parte convive com a falta de oportunidade no mercado. A taxa de desemprego dessas cidades ficou em 25,6% em outubro, maior do que o índice do DF (18,5%) e do grupo de baixa renda da capital (23,9%).
 
“Realizamos a pesquisa com dados da Área Metropolitana de Brasília para entender esse fluxo de pessoas, onde trabalham, qual o perfil delas, os empregos que ocupam, e, assim, poder auxiliar na formulação de políticas públicas para essas regiões”, explicou o presidente da Codeplan, Jean Lima. Para ele, incluir essas cidades do Entorno no levantamento de emprego e desemprego do DF permite visualizar melhor a realidade da capital. Os resultados mostram que o tipo de trabalho exercido pela população da periferia metropolitana costuma ser menos valorizado. Enquanto o rendimento médio mensal dos assalariados na capital é de R$ 4.285, no Entorno é de R$ 1.775.

Iris Daiana avalia que é mais dificil encontrar emprego no Entorno do que no DF (Minervino Júnior/CB/D.A Press)  

Iris Daiana avalia que é mais dificil encontrar emprego no Entorno do que no DF

 

Ao todo, 78,9% habitantes ocupados da Periferia Metropolitana de Brasília trabalham nos setores de serviços ou comércio e reparação. São majoritariamente homens (57,9%), têm entre 25 a 49 anos (67,5%) e tiveram empregos anteriores (90%). Franquelino Ângelo Souza, 49 anos, encaixa-se nesse perfil e conta que existem muitas dificuldades de qualificação. “Moro em Águas Lindas, porque foi lá que consegui comprar meu lote, e vejo que só consegue trabalhar em Brasília quando a pessoa já é profissional, tem experiência. Quem está começando não consegue emprego”, avalia o técnico de manutenção.
 
Transporte
Franquelino é usuário do transporte público e lembra que essa é uma barreira a mais para a população do Entorno. Nas linhas de ônibus do DF, a passagem mais cara custa R$ 5,50. Nas linhas do Entorno, há locais em que a tarifa passa de R$ 10. “Quando alguém de Águas Lindas, Valparaíso ou alguma outra cidade de Goiás vai para uma entrevista de emprego, é praticamente obrigado a mentir e dar um endereço do DF, porque eles sabem que vão ter que pagar uma passagem mais cara, que a pessoa vai demorar mais a chegar no serviço. Graças a Deus, não foi o meu caso, mas vejo muito disso e um certo preconceito com quem vem do Entorno”, argumenta. Atualmente, a População Economicamente Ativa (PEA) da periferia metropolitana é composta de 615 mil pessoas, sendo que 157 mil estão desempregados. Ao todo, 29,3% desses empregados são trabalhadores autônomos ou domésticos, enquanto 41,2% possuem carteira assinada em empresa privada.
 
A doméstica Iris Daiana, 38, mora em Valparaíso e trabalha na Octogonal. “Quem mora lá e trabalha aqui sabe que tem muita coisa que dá para melhorar. O transporte público, por exemplo, é caro e vive lotado. Quem não tem emprego tem dificuldade de conseguir no DF e ainda mais no Entorno”, observa. Também é essa a visão de Antônio Pereira Santos, 50. “Sempre foi difícil conseguir emprego, mas agora, na pandemia, as oportunidades tanto em Goiás quanto em Brasília quase não aparecem mais”, diz o morador de Céu Azul e terceirizado de uma empresa que presta serviço para o Senado Federal.
 
Recortes
O contingente de desempregados no DF, em outubro, foi estimado em 295 mil pessoas — 7 mil a mais do que o observado em setembro. A taxa de participação, que diz respeito à proporção de pessoas com 14 anos ou mais incorporadas ao mercado de trabalho como ocupadas ou desempregadas, porém, aumentou de 62,7% para 63,6%. Entre setembro e outubro, o índice de desemprego da capital diminuiu nas regiões de baixa renda, de 24,9% para 23,9%; e nas regiões de média-alta renda, de 16,4% para 16,0%; mas aumentou nas regiões de média-baixa renda, de 21,0% para 22,2%. No mesmo período, entre a população negra, o desemprego subiu de 20,3% para 20,6%, enquanto diminuiu de 15,3% para 15,1% para não negros.
 
Qualificação
Um dos caminhos para combater o desemprego é promover a qualificação profissional. Secretário de Trabalho do DF, Thales Mendes Ferreira avalia que a pesquisa permite que as ações feitas pela pasta possam ser aprimoradas. “A gente sabe que, quanto mais qualificação, mais condições a pessoa tem de disputar uma vaga no mercado. Por isso, temos feito várias ações na secretaria, como o programa Renova-DF, que dá aulas e bolsa de estudo no valor de um salário mínimo para 3 mil pessoas. Também iniciamos outro programa recente de qualificação e requalificação de pessoas, com 4 mil vagas, que foram procuradas por 11 mil inscritos. Esse é um dos nossos caminhos para combater o desemprego neste ano e em 2021”, adianta.
 
Thales lembra as dificuldades dos moradores do Entorno analisadas pelo estudo, mas diz que o levantamento facilita as interlocuções entre os governos do DF, de Goiás e o federal. “A pesquisa mostra a necessidade de ter uma política pública mais estruturante, que é uma grande discussão há muito tempo. Na área da saúde, por exemplo, temos a realidade de que muitos moradores de Goiás precisam do sistema do DF. Observamos que a questão do preço da passagem é impeditiva. Então, há um alerta para gestores estaduais e federais, que precisam discutir uma política pública nacional de fomento ao emprego. Isso não pode ser pensado de forma egoísta, voltada só para o nosso estado”, defende. O secretário ressalta o trabalho realizado pela Agência do Trabalhador, calculando uma média de 800 a mil vagas divulgadas diariamente.
 
 
Para saber mais
 
Área Metropolitana
 
A Área Metropolitana de Brasília é composta pelo Distrito Federal e por 12 municípios goianos: Luziânia, Valparaíso de Goiás, Novo Gama, Cidade Ocidental, Santo Antônio do Descoberto, Águas Lindas de Goiás, Planaltina, Formosa, Padre Bernardo, Alexânia, Cristalina e Cocalzinho. Excluindo-se o DF, essas 12 cidades constituem a denominada Periferia Metropolitana de Brasília. A Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e do Entorno (Ride-DF), é mais ampla. Ela contempla 33 municípios, sendo 29 de Goiás e quatro de Minas Gerais, além do Distrito Federal.
 
 
Cenário
 
Distrito Federal
 
2.498 milhões
População em Idade Ativa
 
1.295 milhão
Ocupados
 
295 mil
Desempregados
 
Periferia Metropolitana de Brasília
 
918 mil 
População em Idade Ativa
 
458 mil
Ocupados
 
157 mil
Desempregados

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