BAZARES DE NATAL
CIBELE MOREIRA
Publicação: 14/11/2020 04:00
A compra dos artigos natalinos, artesanato e de decoração será feita pela internet este ano
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As tradicionais feiras solidárias de Natal tiveram que se reinventar neste ano de pandemia. Devido às restrições impostas para a contenção da covid-19, a compra dos artigos natalinos, artesanato e de decoração precisou ser redirecionada para o on-line. A Casa Espírita Recanto Maria (Rema) que promove, há mais de 40 anos, o Bazar do Rema, foi uma das instituições que encararam a mudança para dar continuidade a essa tradição e garantir a verba para a manutenção do espaço e para as ações sociais.
Maurício Maia, um dos coordenadores do bazar, conta que a vantagem desse formato é de que as pessoas têm mais tempo para olhar os produtos. “Ver com mais calma, em qualquer horário. A retirada pode ser feita de duas formas, aqui na sede da instituição ou entregue em casa”, destaca. Para dar mais segurança sanitária, foram disponibilizados dois dias na semana (quarta e sábado) para as entregas. O cliente recebe as informações sobre o dia e horário para buscar as peças adquiridas no bazar, e a pessoa não precisa descer do carro, um voluntário irá até o veículo com a encomenda.
Além da comodidade do on-line, a feira ganhou mais tempo de evento. Dos quatro dias convencionais, foram para quase três meses. A plataforma está disponível desde o mês de outubro e segue até a semana do Natal. Boa parte das sessões encontradas no evento presencial está no site de vendas, como artigos natalinos, decoração, cantinho do lar e itens voltados para o público infantil. As iguarias da Casa de Doce terão um espaço especial na cesta de Natal, enviadas apenas no mês de dezembro.
Boa parte das peças foi confeccionada por voluntários e frequentadores da Casa Espírita Recanto Maria, que, mesmo com a pandemia, não parou a produção dos produtos para a feira natalina. Todo o valor arrecadado com a venda será revertido em ações para a comunidade carente. O bazar é uma das principais fontes de renda da instituição, sem fins lucrativos, situada no Lago Sul.
A aposentada Patrícia Valle, 59 anos, aprovou o novo formato. “Toda hora eu entro (no site) e compro alguma coisinha”, brinca. Para ela, não poderia faltar o Bazar do Rema este ano. “Ainda bem que fizeram a versão virtual, é uma forma de ajudar, mesmo a distância. A gente está abrindo mão de tanta coisa nessa pandemia, que bom que nossa tradição permaneceu”, comemora. Moradora da Asa Sul, ela frequenta o Bazar do Rema há mais de 30 anos com a família. “Na abertura, a minha mãe era a primeira da fila para garantir os melhores presentes de Natal”, recorda. Neste ano, a compra das lembranças de final de ano será feita de forma diferente.
Maurício Maia: a Casa Espírita Recanto Maria promove, há mais de 40 anos, o Bazar do Rema
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“Atualmente, nossa vida está toda no virtual. Até os supermercados estão aderindo a essa opção. Então, quando recebi o link do Bazar do Rema, já saí divulgando para as amigas. Tem uma vizinha que não sabe mexer com essa tecnologia, me dispus a ajudá-la. Tirei foto dos produtos e comprei para ela”, conta Patrícia, que não vê a hora de comprar a Cesta de Natal da Casa Espírita Recanto Maria. “As geleias que são vendidas na Casa de Doce são deliciosas, eu já perguntei se iria ter este ano.”
Segundo Maurício Maia, o fluxo de venda no site está bom. “Está aumentando a cada dia, a propaganda de boca em boca tem ajudado bastante. Tem itens que já estão esgotados”, afirma. Sobre a possibilidade de fazer uma versão híbrida no próximo ano, Maurício não descarta. “Podemos pensar em manter os dois modelos, mas nada supera o presencial. São 44 anos de história, a gente ganhou amigos e formou uma família. Encontrar as pessoas no Bazar é um momento que não dá para descrever”, pontua.
A instituição Casa Azul Felipe Augusto pretende aderir ao modelo híbrido para a feira natalina deste ano. De acordo com a presidente da entidade, Daise Lourenço Moisés, o evento será virtual, delivery e agendado. “Fechamos uma parceria com a Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) para expormos os produtos para a venda”, relata. Serão vários ambientes com mais de mil itens à venda, entre artigos de decoração, artesanato, e peças natalinas.
Daise explica que nas próximas semanas serão montados os estandes na AABB. “Quando tudo estiver organizado, vamos tirar fotos e fazer filmagens contando detalhes de cada peça para colocar no site da Casa Azul e nas redes sociais”, conta. Ela também pretende incluir uma plataforma de venda on-line com o intuito de diluir o público da feira. “Vamos aumentar o período de duração, também. Quero abrir o Bazar de Natal na última semana de novembro e seguir com o evento até 20 de dezembro.” De acordo com Daise, a AABB tem um amplo espaço que permite o distanciamento entre as pessoas.
O Bazar de Natal da Casa Azul Felipe Augusto ocorre desde 1996 no Distrito Federal, as peças são todas novas e é uma possibilidade de renda no final do ano. “Ganha os dois lados. É uma saída onde as pessoas vão para ajudar a Casa, e também vão para comprar algo para o lar ou para presentear”, ressalta Daise.
Bazar natalino da Casa Azul: mais de mil itens à venda, entre artigos de decoração, artesanato, e peças natalinas
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Diferentemente dos anos anteriores, o Bazar Natalino da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Brasília terá uma edição especial. “Com a pandemia, não dava para fazer um evento aberto para o público. É inviável. Então, pensamos em outra alternativa, com a arrecadação de roupas, brinquedos, calçados, tudo em bom estado, vamos promover um bazar para os pacientes atendidos na instituição”, explica Vera Lúcia Bezerra da Silva, coordenadora da Rede Feminina. “Será um bazar para o Natal”, destaca. As peças doadas serão expostas de 1º a 18 de dezembro, na sala dentro do Hospital de Base de Brasília.
O intuito é proporcionar um Natal diferenciado aos pacientes oncológicos e familiares. “Muitos estão internados, e não têm condições de comprar algum presente para filhos e netos. Até mesmo aqueles que vêm para fazer um tratamento pontual no hospital”, exemplifica Vera. A instituição atende, em média, 400 pessoas de diversas situações econômicas. “A maioria das pacientes que a gente atende tem filhos pequenos ou é idosa. Queremos presentear o Natal delas”.
As doações podem ser feitas no ambulatório do Hospital de Base ou, se for em grande quantidade, pode agendar para retirada em algum outro ponto. A coordenadora Vera Lúcia destaca a importância das peças estarem em bom estado. “Tem que ser algo que a pessoa usaria ou compraria, porque alguém vai receber esses itens. Roupas de criança e adulto, cestas de Natal, panetone, bijuteria, tudo será bem-vindo”, destaca. Paralelo a essa ação, a instituição também promove o bazar virtual em parceria com a Casa Rosa, no Núcleo Bandeirante, que recebe pacientes oncológicos de outros estados.