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As serpentes corn snake apreendidas foram batizadas pela tutora de "Dandara" (laranja) e "Cinara" (branca)
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Investigadores da 35ª Delegacia de Polícia (Sobradinho 2) colhem informações para localizar o suposto vendedor de duas serpentes corn snake, de origem norte-americana, capturadas, ontem, com uma estudante do curso de direito, de 19 anos. A jovem foi alvo da operação Fidi — a palavra significa serpente em grego — e acabou presa. Na unidade policial, assinou um termo de compromisso de comparecimento em juízo e foi liberada em seguida. O caso vem há pouco menos de cinco meses da operação Snake, conduzida pela 14ª DP (Gama), que indiciou o estudante de medicina veterinária Pedro Henrique Krambeck, 22, por 23 vezes pelo crime de tráfico de animais silvestres (leia Memória).
Policiais chegaram até o endereço da jovem após um denunciante informar que a suspeita mantinha serpentes e vasos de maconha na residência onde ela mora com a família, no Setor Contagem, em Sobradinho 2. Ao chegarem ao endereço, os investigadores questionaram a estudante sobre o paradeiro das cobras, mas a mesma tentou esconder os animais. “Após interrogá-la novamente, ela nos entregou as serpentes e disse que elas ficavam soltas pelo quintal”, afirmou o delegado-chefe da 35ª DP, João Ataliba Neto.
As serpentes apreendidas foram batizadas pela jovem de “Dandara” (laranja) e “Cinara” (branca). Os répteis são da espécie corn snake, nativos dos Estados Unidos, e não são peçonhentos. A criação de animais silvestres em casas no Brasil é proibida. Contudo, segundo especialistas da área ambiental, esses répteis são comuns serem criados como “pets” e podem ser facilmente adquiridos por meio da internet.
Além das cobras, a polícia encontrou cerca de 10 ratos congelados na casa da estudante, que eram utilizados como alimentos para as serpentes. Os camundongos estavam guardados em um freezer, mas, com a chegada dos policiais, a menina teria os jogado no lixo, segundo as investigações.
Internet
Em depoimento, a suspeita alegou que comprou as cobras pela internet, no valor de R$ 250 (cada uma), porque era xamanista. “A princípio, não temos informações de nenhuma rede vinculada à venda de serpentes no DF. Mas vamos checar essa informação e ver se procede para tentarmos identificar o possível vendedor. Se ele residir no Distrito Federal, seguimos com a apuração. Se for em outro estado, vamos encaminhar o caso à Polícia Federal ou à Polícia Civil competente”, detalhou o delegado.
A suspeita foi liberada após assinar o termo de compromisso e as duas corn snake e os ratos congelados serão encaminhados ao Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Cetas/Ibama).
Memória
Caso da naja
Investigadores da 14ª Delegacia de Polícia (Gama), descobriram um esquema de tráfico de animais silvestres depois de após o estudante Pedro Henrique Krambeck ser picado por uma cobra naja kaouthia, em 7 de julho, no apartamento onde morava com a família, no Guará. Posteriormente, a polícia concluiu que o estudante comprava e vendia serpentes havia três anos. A apuração concluiu que o esquema criminoso contava com participação da mãe dele, a advogada Rose Meire dos Santos; do padrasto de Pedro Henrique, o tenente-coronel da Polícia Militar do DF, Clóvis Eduardo Condi; de Gabriel Ribeiro de Moura, amigo do estudante; além de outros colegas da faculdade. Os quatro foram indiciados por tráfico de animais, maus-tratos e associação criminosa. Pedro Henrique responde, ainda, por exercício ilegal da profissão, por realizar cirurgias em animais.