Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense sexta, 16 de outubro de 2020

DINHEIRO NA CUECA LEVA GOVERNO A AFASTAR O VICE-LÍDER

Jornal Impresso

Dinheiro na cueca leva o governo a afastar vice-líder

Flagrado com R$ 33 mil na cueca, em operação da Polícia Federal que investiga o desvio de recursos destinados ao enfrentamento à covid-19 em Roraima, o senador Chico Rodrigues (DEM-RR) provocou rápida reação do Palácio do Planalto. Aliado e velho conhecido de Bolsonaro, ele se viu obrigado a deixar o cargo de vice-líder do governo no Senado. E o presidente ainda destacou a ação da PF como prova de que, na sua gestão, o combate à corrupção continua. %u201CNão interessa quem seja a pessoa suspeita%u201D, disse. No STF, o demista sofreu outro revés: o ministro Luís Roberto Barroso determinou que o parlamentar seja afastado do mandato por 90 dias. O dinheiro na peça íntima foi descoberto quando Rodrigues pediu para ir ao banheiro, e um delegado da PF percebeu um grande volume retangular %u201Cna parte traseira das vestes%u201D., Kleber

Planalto tenta se descolar de senador
 
Bolsonaro diz que Chico Rodrigues, flagrado com dinheiro na cueca, não integra a sua gestão e afirma que a operação da PF contra o parlamentar prova o empenho do Executivo no combate à corrupção. Político é destituído do cargo de vice-líder do governo no Senado

 

Sarah Teófilo

Publicação: 16/10/2020 04:00

 

Bolsonaro e Chico Rodrigues se conhecem há mais de duas décadas. O senador emprega primo dos filhos do presidente em seu gabinete (@senadorchico)  

Bolsonaro e Chico Rodrigues se conhecem há mais de duas décadas. O senador emprega primo dos filhos do presidente em seu gabinete

 

 

Em meio ao escândalo envolvendo o senador Chico Rodrigues (DEM-RR), pego em operação da Polícia Federal, na quarta-feira, com dinheiro na cueca, o presidente Jair Bolsonaro tenta, ao máximo, desvincular sua gestão da figura do parlamentar. O político do Democratas era vice-líder do governo no Senado até o fim da manhã de ontem, quando foi publicada, no Diário Oficial da União (DOU), a dispensa dele da função. Também ontem, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o afastamento do senador por 90 dias (leia reportagem na página 4).
Apesar de Chico Rodrigues atuar pelo governo e conhecer Bolsonaro há mais de duas décadas, o presidente buscou se afastar do parlamentar e manteve o discurso de combate à corrupção. No Palácio da Alvorada, destacou que a operação que flagrou o senador foi desencadeada pela PF e pela Controladoria-Geral da União (CGU). “Ou seja, nós estamos combatendo a corrupção, não interessa quem seja a pessoa suspeita”, enfatizou.


Bolsonaro fez questão de ressaltar que Chico Rodrigues não integra o governo. “Essa investigação de ontem é um exemplo típico do governo, que não tem corrupção no meu governo, e de combate à corrupção seja de quem for. Vocês estão, há quase dois anos, sem ouvir falar de corrupção no meu governo”, frisou. “O meu governo são os ministros, estatais e bancos oficiais, esse é o meu governo”. Ele disse que a ação da PF foi motivo de orgulho. “Nós estamos combatendo a corrupção, não interessa quem seja a pessoa suspeita”, insistiu.


Chico Rodrigues estava no cargo de vice-líder do governo desde fevereiro do ano passado. A relação de proximidade dele com Bolsonaro se mostra, também, pela composição do gabinete do parlamentar. Desde abril de 2019, Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como Léo Índio, é assessor do senador. Ele, que tem livre trânsito no Palácio do Planalto e chama Bolsonaro de tio, pediu exoneração ontem (leia reportagem abaixo).


Nas redes sociais de Chico Rodrigues, há diversas imagens com Bolsonaro e ministros de Estado. Um deles é um vídeo, de junho deste ano, no qual ele e o presidente aparecem lado a lado falando sobre ações voltadas a Roraima. Na gravação, o chefe do Executivo chama o senador de “velho colega da Câmara dos Deputados”.


A operação de distanciamento abrange todo o Planalto. O vice-presidente Hamilton Mourão também tratou logo de se pronunciar sobre o caso, dizendo que o senador não faz parte da atual gestão. “Todos aqueles que estão dentro do Parlamento e que trabalham em favor do governo, ocupando cargos de vice-liderança e até mesmo fazendo parte da base, são uma linha auxiliar. Ele não é um membro do Executivo”, disse.


Ao contrário de Bolsonaro, porém, Mourão lamentou o ocorrido. “Sempre teve um bom relacionamento. Tem de terminar essa investigação, obviamente”, afirmou. Segundo ele, o caso mostra que o presidente não interfere na Polícia Federal.


A Secretaria Especial de Comunicação Social, ligada ao Ministério das Comunicações, divulgou uma nota assim que o desligamento do vice-líder foi publicado no DOU. “A ação da Polícia Federal e da CGU, respeitando os princípios constitucionais, é a comprovação da continuidade do governo no combate à corrupção em todos os setores da sociedade brasileira, sem distinção ou privilégios”, ressaltou.


Na última quarta-feira, enquanto ocorria a operação que atingiu Chico Rodrigues, Bolsonaro disse que daria uma “voadora no pescoço” de quem se envolvesse com corrupção dentro do seu governo.

A operação
Chico Rodrigues foi alvo de busca e apreensão no âmbito da Operação Desvid-19, que apura esquema de desvio de verbas públicas oriundas de emendas parlamentares destinadas ao combate à pandemia da covid-19 em Roraima, no âmbito da Secretaria de Estado da Saúde. Conforme relatório da PF, o senador estava com R$ 15 mil “no interior de sua cueca, próximo às suas nádegas”, e mais R$ 18.150 na restante da peça íntima.


O dinheiro foi descoberto quando Chico Rodrigues pediu para ir ao banheiro, e um delegado da PF “percebeu que havia um grande volume, em formato retangular, na parte traseira das vestes do senador”. Ao ser questionado sobre o que era, o parlamentar “ficou bastante assustado e disse que não havia nada”, mas o delegado resolveu fazer buscas e encontrou dinheiro. Antes da revista pessoal no congressista, os agentes já tinham encontrado um cofre no armário do quarto dele com R$ 10 mil e US$ 6 mil (cerca de R$ 33.720).


Em nota, o senador afirmou que deixou o cargo de vice-líder para esclarecer os fatos e “trazer à tona a verdade”. “Acreditando na verdade, estou confiante na Justiça, e digo que, logo, tudo será esclarecido e provarei que nada tenho a ver com qualquer ato ilícito de qualquer natureza”, ressaltou. Chico Rodrigues disse, ainda, que acredita nas diretrizes que o presidente usa para gerir o país. “Vou cuidar da minha defesa e provar minha inocência”, destacou.

 

Saiba mais

Uma bolada em espécie
O senador Chico Rodrigues declarou à Justiça Eleitoral ter mais de R$ 500 mil em espécie, guardados em casa. As informações prestadas por ele em 2018, quando concorreu ao Senado, apontam uma soma de R$ 525 mil em dinheiro vivo.


O valor cresceu em quatro anos. Ele disputou o governo de Roraima em 2014. Na época, disse à Justiça Eleitoral guardar R$ 455 mil dentro de um cofre. De uma eleição a outra, portanto, acumulou mais R$ 70 mil em notas.


Os montantes contrastam com o que ele mesmo diz ter na conta bancária. Em 2018, excluídas as quantias de dependentes, informou R$ 4.578,03. Em 2014, declarou manter R$ 53,2 mil em uma conta do Banco do Brasil.


O patrimônio do senador saltou de R$ 1.765.047,16 para R$ 1.999.315,15, conforme dados disponíveis na base do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Significa que 26% de todos os seus bens estão em dinheiro vivo.


Não é crime manter altas quantias de dinheiro em casa. No entanto, as cifras chamam a atenção de órgãos de fiscalização. Investigadores sempre alertam que parte das declarações informadas à Justiça Eleitoral pode ser estratégia para lavagem antecipada de capital.


Escreva seu comentário

Busca


Leitores on-line

Carregando

Arquivos


Colunistas e assuntos


Parceiros