» WALDER GALVÃO
Publicação: 22/06/2019 04:00
A empresária Isabel Cardoso Batista: "Todo comércio foi abalado, porém o que posso dizer é que não fiquei com os braços cruzados"
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Rogers Vilela usa o WhatsApp para informar ao cliente os serviços que estão sendo feitos no veículo
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Soraia Belizario (C) e equipe: "Fizemos promoções e passamos a oferecer pratos que os próprios clientes sugerem"
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Mariana Machado
Publicação: 21/06/2019 04:00
Católicos confeccionaram 28 desenhos em tapete de 120m de extensão
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Karla levou a família, do interior de Goiás, para ver o trabalho
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» ALAN RIOS
Publicação: 20/06/2019 04:00
– O pessoal foi gostando e comentando que tinha um sanfoneiro novo na cidade, aí me chamavam para tocar nos eventos e, quando dei por mim, estava vivendo disso – Luizão do Forró, músico
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O sanfoneiro carrega o nome e mantém a tradição do Rei do Baião nos festejos juninos pelo Distrito Federal
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Publicação: 19/06/2019 04:00
MAÍRA NUNES
MARIA EDUARDA CARDIM
Enviadas especiais
Publicação: 18/06/2019 04:00
A atacante Marta iniciará a partida como titular, mas será reavaliada durante o intervalo para saber se terá condições de continuar até o final do jogo
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Valenciennes (França) — Na última participação da Itália na Copa do Mundo feminina, a diferença técnica para o Brasil era significativa. Tanto que a derrota na edição de 1999 para as brasileiras, por
2 x 0, ocasionou a eliminação das italianas ainda na fase de grupos. Duas décadas depois, as seleções se reencontram na mesma chave do Mundial, mas em situações opostas. A equipe europeia chega ao duelo de hoje, às 16h, no Stade du Hainaut, com duas vitórias, em busca de confirmar a liderança do Grupo C. O time brasileiro precisa vencer ou empatar para avançar às oitavas de final e impedir a pior campanha no torneio.
O Brasil nunca foi eliminado na primeira fase do Mundial. Neste ano, diante do aumento da visibilidade que a oitava edição da Copa Feminina vem apresentando, a classificação é vista como uma forma de impulsionar a modalidade. “Vivemos uma oportunidade a se agarrar com unhas e dentes”, ressalta Marta. A capitã brasileira, logo na estreia no torneio da França, manifestou a luta de gênero intrínseca à carreira dela e de tantas jogadoras. Nas chuteiras pretas da camisa 10, o símbolo da igualdade ocupa espaços normalmente preenchidos por patrocinadores.
“Quero passar para as meninas essa luta, porque não vamos durar para uma vida inteira e temos de buscar sempre o desenvolvimento”, defende Marta, eleita seis vezes melhor do mundo pela Fifa. Questionada pelo que gostaria de ser lembrada após a aposentadoria dos gramados, ela reflete que a resposta poderia ser os jogos, os gols e as coisas que ganhou na carreira, mas volta atrás e dispara: “Penso que seria mais importante ser lembrada por ter tentado, junto a outras jogadoras, melhorar o esporte, deixar um legado para as próximas gerações”.
Ao pisar nos gramados diante da Itália, tudo isso entrará em campo. Não é apenas a classificação que está em jogo. O Brasil se vê em uma situação delicada diante de uma chave que, a princípio, não era para assustar uma equipe tão tarimbada quanto a nossa. No Grupo C, está também a Austrália, uma seleção em ascensão, que nunca passou das quartas de final, mas que se tornou carrasca brasileira ao eliminar o país nas oitavas de final na Copa passada e ao vencer de virada, por 3 x 2, na atual edição do Mundial, na última quinta-feira.
A chave tem ainda a Jamaica, estreante em Copas, e a Itália, que encarou um jejum de 20 anos sem disputar a Copa do Mundo. As italianas impulsionaram a modalidade nos últimos dois anos e, agora, amedrontam o Brasil de uma forma nunca vista. Mas a situação delicada no Brasil não é exatamente surpresa, em função da queda de rendimento na preparação, em que emendou nove derrotas seguidas. Mas escancara o quanto a equipe brasileira feminina pouco avançou.
Os desafios não vão se limitar a ganhar, mas a convencer. E não há melhor forma de fazer isso em campo do que com gols. Afinal, em caso de vitória do Brasil sobre a Itália e da Austrália sobre a Jamaica, a classificação ficará por conta do saldo de gols. Os dois melhores times do grupo terão a vantagem de encarar adversários teoricamente mais fracos nas oitavas. O terceiro colocado poderá cruzar com a anfitriã França na próxima fase.
Na Itália, o futebol feminino vive momento de euforia. Os italianos estão em fase de reconciliação com a seleção após a ausência na Copa do Mundo masculina da Rússia, no ano passado. Em um país em que o machismo ainda tem força, a equipe feminina vem assumindo protagonismo e conquistando uma torcida que é apaixonada por futebol e só precisava abrir os horizontes. “Agora é um sentimento de pertencimento. Somos unidas, nos sentimos italianas. Isso pode fazer a diferença”, empolga-se a treinadora da equipe feminina, Milena Bertolini.
Meio de campo
Para furar a defesa e o bom momento vivido pela Itália, as construções das jogadas no meio de campo serão essenciais. A principal dúvida sobre a substituta de Formiga, que tomou dois cartões amarelos e está suspensa do último jogo da fase de grupos, foi sanada ontem por Vadão. Andressinha terá a primeira oportunidade de entrar em campo na Copa da França e ocupará a vaga da camisa 8. No entanto, Thaísa é quem assumirá a função da veterana e jogará mais recuada.
Formiga saiu no intervalo da partida contra a Austrália após sentir uma torção no pé esquerdo, que aconteceu no primeiro jogo da Seleção. Ontem, o departamento técnico realizou exames de imagem para segurança do diagnóstico e nada de significativo foi constatado. Enquanto as companheiras se aqueciam no último treino para a partida decisiva, Formiga só caminhou ao redor do campo.
Destaque do dia
Wendie Renard
As anfitriãs da Copa do Mundo se classificaram para as oitavas de final na liderança do Grupo A. O único gol da vitória sobre a Nigéria, que garantiu o aproveitamento 100% da equipe, só saiu com a ajuda do VAR. Após uma disputa dentro da área, a árbitra consultou o vídeo e marcou penalidade para a França. A capitã Renard bateu rasteiro e carimbou a trave. No entanto, a ferramenta tecnológica ajudou mais uma vez as donas da casa. O VAR entrou em ação e mandou voltar a cobrança porque a goleira se adiantou. Na segunda chance, a artilheira francesa marcou e garantiu o triunfo.
MAÍRA NUNES
MARIA EDUARDA CARDIM
ENVIADAS ESPECIAIS
Publicação: 17/06/2019 04:00
Thaísa atua pelo Milan desde o ano passado: dicas sobre as adversárias
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DEBORAH FORTUNA
Publicação: 16/06/2019 04:00
Brasília Góis, aos 10 anos: considerada a primeira pessoa nascida na capital
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Fogos marcam a virada de 21 de abril de 1960: relatos falam de duas crianças nascidas nesse momento
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A família de Selva sempre contou a ela que seu nascimento aconteceu na madrugada de 21 de abril: erro na certidão
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Brasiliano mostra a certidão de nascimento: uma das crianças apadrinhadas por JK
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ALAN RIOS
DARCIANNE DIOGO*
Publicação: 15/06/2019 04:00
Os 100 mil m² contam com oito quadras de tênis, quatro de vôlei, três de futsal, três ginásios poliesportivos, arena futebol e tênis de mesa, cinco piscinas e quatro campos de futebol, entre outros atrativos
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O ex-jogador de basquete Milton Setrini, o Carioquinha, e a sócia Valéria Thomaz consideram o clube uma família
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» CAROLINE CINTRA
Publicação: 14/06/2019 04:00
Temperaturas durante o período devem variar de 13 ºC a 26 ºC
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"Eu não gosto desse clima e ainda não me acostumei. Por enquanto, ainda está bom, mas estou com medo do que nos aguarda nos próximos dias" Luzia Uchôa, assistente administrativa
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"Esse tempo piora tudo. Preciso sempre me hidratar mais, passar mais manteiga de cacau nos lábios, usar colírio, além de passar bastante creme na pele para não ressecar" Izabel Cristina Lima, analista financeira
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"Acredito que a situação será inversa. Vai ficar cada vez mais seco, mais quente" Gabriel Gonçalves, operador comercial
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"A gente que mora em Brasília já está acostumado a receber todas as estações. Passamos pelo calor, chuva e agora é o frio. Não me incomoda nem um pouco" Cleia Rodrigues, copeira |
» BRUNA LIMA
Publicação: 13/06/2019 04:00
É o santo das necessidades, aquele que intercede e não deixa nada faltar – Carlos Antônio, frade da Paróquia Santo Antônio
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Marta Helena confia no santo para tudo e passou a tradição para os filhos
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Miguel e Yanna Mattos com os filhos: pedido de casamento no dia do santo, há 15 anos
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» ALAN RIOS
Publicação: 12/06/2019 04:00
O anúncio de Luseni foi publicado na seção de recados pessoais dos Classificados do Correio em 1988. Entre 13 cartas, a de Edílson a tocou mais
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MAÍRA NUNES
MARIA EDUARDA CARDIM
Enviadas especiais
Publicação: 11/06/2019 04:00
ALAN RIOS
Publicação: 10/06/2019 04:00
Marisete da Silva foi uma das primeiras fiéis a chegar ao parque: queria agradecer pela mãe ter sido curada de um câncer
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Egeni Almeida fez questão de acompanhar o evento desde o primeiro dia: – Participar disso tudo faz com que a gente abra ainda mais o coração a Deus.
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Ricardo Santos sempre teve curiosidade de ir ao evento porque via os adesivos nos carros das pessoas
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MARIA EDUARDA CARDIM
MAÍRA NUNES
Enviadas especiais
Publicação: 09/06/2019 04:00
Aos 41 anos, a veterana Formiga será uma das referências do time em campo neste domingo
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» Devana Babu*
» Vinícius Veloso*
Publicação: 08/06/2019 04:00
» JULIANA ANDRADE
Publicação: 07/06/2019 04:00
Os flores colorem a caminhada matinal da técnica de enfermagem Andréa Maria dos Santos
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MAÍRA NUNES
MARIA EDUARDA CARDIM
Enviadas especiais
Publicação: 06/06/2019 04:00
A lateral-direita Tamires (D) é a única mãe no grupo da Seleção Brasileira: equipe chegou ontem à França
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CAROLINE CINTRA
RENATA NAGASHIMA*
ROBSON G. RODRIGUES*
Publicação: 05/06/2019 04:00
Regina de Oliveira gosta das feiras na Praça do Bicalho e na do Cine Rex
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Geraldo Pereira: Tinha muitos barracos espalhados, poeira para todos os lados
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Luciana Ribeiro: evento para presentear os artistas e a comunidade
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Wellington Neves: Gosto muito daqui. Tem de tudo e é muito bacana
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» CAROLINE CINTRA
» MARIANA MACHADO
Publicação: 04/06/2019 04:00
HELLEN LEITE
Publicação: 02/06/2019 04:00
A comemoração teve direito a comidas e trajes típicos e foi organizada no Espaço da Família da Abrace. A mãe, Camilla, e o pai, Rodrigo, eram só sorrisos na hora do parabéns
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O anestesiologista Luciano Fares é um dos mais apegados às pacientes
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Adriana Izel
Publicação: 01/06/2019 04:00
Forró do B comanda a primeira edição do Suvaco do João, na Aruc
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Dorgival Dantas retorna ao Arraiá Legis para comemorar a 10ª edição do evento
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Mariah Aquino*
Renata Rios
Publicação: 31/05/2019 04:00
» Jéssica Eufrásio
Publicação: 30/05/2019 04:00
Vinícius Veloso*
Publicação: 29/05/2019 04:00
Uma fila quilométrica se formou na entrada do ginásio onde estava o corpo do artista
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HELLEN LEITE
ISA STACCIARINI
Publicação: 28/05/2019 04:00
Lis com os pais, Camilla e Rodrigo, momentos antes de receber alta e seguir para a enfermaria
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À direita, a chegada ao quarto que vai dividir com a irmã, Mel, foi emocionante: segunda vez que se viram desde a operação
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As duas sorriem uma para a outra, trocam carinhos e mantêm hábitos antigos, como trocar as chupetas entre elas
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As gêmeas antes da separação, unidas pelo crânio, formavam um coração; a cirurgia, realizada em 27 de abril, marcou a história da saúde no DF; as duas se encontraram pela primeira vez desde o procedimento na semana passada |
» José Carlos Vieira
Enviado especial
Publicação: 27/05/2019 04:00
O navio polar Almirante Maximiano, o Tio Max, é equipado exclusivamente para pesquisas no continente gelado
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Reunião de oficiais sobre a melhor rota para evitar mau tempo
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Travessia do Drake: ondas de até quatro metros e fortes ventos
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Sargento Giovanni: de volta ao Núcleo Bandeirante depois de dois anos no mar
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Segundo-sargento Marcelo: "A Marinha me deu esse prêmio de ir à Antártica"
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» José Carlos Vieira
Enviado especial
Publicação: 26/05/2019 04:00
Almirante Sergio Guida: potencial antártico precisa ser mais explorado
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O primeiro avistamento da estação
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O cais da EACF
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Os habitantes ilustres
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» BEATRIZ ROSCOE*
Publicação: 25/05/2019 04:00
JORGE VASCONCELLOS
Publicação: 24/05/2019 04:00
O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) retomou ontem o julgamento de duas ações que pedem a criminalização da homofobia e suspendeu a sessão após alcançar uma maioria de seis votos a zero favorável ao acolhimento do pleito. O presidente da Corte, Dias Toffoli, anunciou que a análise da questão prosseguirá em 5 de junho. A sessão foi realizada mesmo depois de o Senado, por meio de um ofício, informar ao STF sobre a aprovação, na quarta-feira, de dois projetos relativos ao tema, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Com base no ofício do Senado, Toffoli pediu que o plenário deliberasse sobre adiar ou não o julgamento. A maioria decidiu prosseguir a análise das duas ações, cuja base da argumentação é justamente a omissão do Congresso em legislar sobre o assunto — uma Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) e um Mandado de Injunção (MI).
Celso de Mello, relator da ADO, condenou a demora do Congresso em aprovar uma lei para criminalizar a homofobia. Segundo ele, a validação dos dois projetos na CCJ do Senado teria ocorrido na “25ª hora”.
“Não obstante respeitável o esforço dispensado pelo Congresso Nacional no sentido de instaurar o debate legislativo em torno da questão da criminalização da homofobia e da transfobia, revela-se inquestionável, no entanto, a ausência conspícua de providências no sentido de superar a situação de inequívoca e irrazoável inércia deliberandi ora constatada no presente caso”, afirmou o ministro.
Alexandre de Moraes também criticou o Congresso e afirmou que, mesmo com as recentes aprovações, não é possível garantir que os projetos serão sancionados ou entrarão em vigor. “Não é líquido e certo, por mais que o esforço tenha sido feito no Senado, que a Câmara aprovará ou não. Ou que a Câmara aprovará exatamente o mesmo projeto aprovado. E não é líquido e certo, até porque isso é uma prerrogativa do presidente da República, que haverá sanção integral”, disse Moraes.
Marco Aurelio Mello, por sua vez, ao defender o adiamento, disse que o momento seria o de respeitar as atribuições tanto do Legislativo quanto do Executivo. “Creio que é um pano de fundo muito sensível. O momento é de deferência para com os demais poderes. Não me refiro apenas ao Legislativo, mas de deferência também para com o Executivo”, frisou.
O advogado criminalista Thiago Turbay, consultado pela reportagem, disse que, embora a homofobia seja extremamente reprovável, não cabe ao STF legislar sobre matéria penal. “A aprovação, na CCJ do Senado, da criminalização da homofobia deve repercutir no Supremo com um efeito de espera, para que o Senado e o Congresso Nacional como um todo decidam sobre a matéria, mas com o comando claro de que a matéria deva ser decidida no tempo mais célere possível”, ressaltou. “Acho que não é tolerável esperar a morosidade legislativa para que a matéria seja normatizada.”
Tanto as ações no STF quanto os projetos no Senado propõem incluir a homofobia na Lei 7.716, de 5 de janeiro de 1989, que prevê sanções criminais contra o racismo. Na votação na CCJ do Senado, foram incluídos, no texto dessa lei, os termos “intolerância” e “sexo” ao lado de raça, cor, etnia, religião e procedência nacional. Segundo as alterações aprovadas na Lei do Racismo, quem “impedir ou restringir a manifestação razoável de afetividade de qualquer pessoa em local público ou privado aberto ao público, ressalvados os templos religiosos, poderá ser punido com pena de um a três anos de reclusão”.
Votos
Os ministros que votaram contra adiar o julgamento foram Celso de Mello, Edson Fachin, Luis Roberto Barroso, Rosa Weber, Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes. Ficaram vencidos Marco Aurelio Mello e Dias Toffoli.
Ricardo Daehn
Publicação: 23/05/2019 04:00
O famoso Gênio da Lâmpada, agora interpretado por Will Smith, é uma das atrações de Aladdin (papel do jovem Mena Massoud)
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Uma peça fundamental na trama: a poderosa princesa Jasmine (Naomi Scott)
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» DARCIANNE DIOGO*
» HELLEN LEITE
» JÉSSICA EUFRÁSIO
* Estagiária sob supervisão Mariana Niederauer
Publicação: 22/05/2019 04:00
Lis permanece na UTI, mas com boa recuperação: encontro emocionante
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"Foi a coisa mais linda. Finalmente elas estavam ali, juntinhas. Elas ficaram se olhando, como se estivessem se reconhecendo"
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O Correio contou a história das gêmeas com exclusividade em 29 de abril. As bebês, à época com 10 meses, passaram por cirurgia inédita na capital. O procedimento durou mais de 20 horas e 50 profissionais participaram |
» ALAN RIOS
» CAROL CINTRA
» JÉSSICA EUFRÁSIO
» SARAH PERES
Publicação: 21/05/2019 04:00
O acusado Sergio Murilo dos Santos Tinha 51 anos Nasceu em Natal (RN) Era policial civil desde 1996 Trabalhava na 13ª DP (Sobradinho) desde julho de 2018 Morava em Sobradinho Tinha dois filhos, de 20 e 17 anos . A vítima Debora Tereza Correa Tinha 43 anos Nasceu em Brasília Era professora da Secretaria de Educação desde 2001 Morava na Asa Norte. Não tinha filhos
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O policial civil chegou ao prédio da Coordenação Regional de Ensino do Plano Piloto e Cruzeiro, na 511 Norte, às 9h42: armado e sem revista na entrada O policial civil chegou ao prédio da Coordenação Regional de Ensino do Plano Piloto e Cruzeiro, na 511 Norte, às 9h42: armado e sem revista na entrada
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» JULIANA ANDRADE
Publicação: 20/05/2019 04:00
Grupo se reúne três vezes na semana para fazer ginástica no Parque Olhos D´Água
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Vilma acorda cedo toda manhã e vai caminhando até um dos PECs do Cruzeiro para fazer atividade física
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O personal trainer André dá aulas para a aposentada Inah ao ar livre, no PEC da Asa Sul
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Maria não troca a atividade em locais abertos pelos aparelhos das academias
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Antônio percorre 6km de bicicleta e ainda participa das aulas de ginástica no parque
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Eduarda Esposito *
Publicação: 19/05/2019 04:00
"Executo serviços virtuais nas áreas administrativa, financeira, comercial, pessoal... Eventualmente, há algum trabalho de forma presencial. Atuo com plano de trabalho pontual, por pacote com várias atividades, conforme a demanda e prazo definido e negociado com o cliente" Ana Cartaxo Bandeira de Melo, economista aposentada e secretária remota
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Atender telefonemas, agendar encontros e reuniões, administrar e-mails, compra de passagens... Essas são típicas tarefas que fazem parte da rotina de uma secretária ou assistente. A imagem que se tem desse tipo de profissional é a de alguém que fica presencialmente na empresa, em geral, atendendo a um patrão exclusivo. No entanto, a tecnologia tem modernizado o ramo, o que abre possibilidades para o trabalho a distância, atendendo a vários clientes dos mais diferentes lugares. Isso mesmo! É possível que um trabalhador de secretariado desempenhe atividades da própria casa ou de um escritório central. A secretária virtual, remota ou compartilhada é realidade em muitas empresas do país, inclusive na capital federal. As principais atividades desenvolvidas são nas áreas administrativa, financeira e comercial. Há autônomos do setor que cobram por hora.
Para Luciano Maia, diretor da regional Centro-Oeste da Consultoria Lee Hecht Harrison (LHH), essa é uma tendência natural. Ele explica que o serviço remoto teve início nos anos 1960, nos Estados Unidos, chegando ao Brasil na década de 1980, com os famosos deliveries de comida, serviço de entrega em casa. “Os primeiros trabalhos do tipo se ampliaram e, com a consolidação da internet, na virada do século 21, o mundo digital permitiu a multiplicação das atividades a distância. Então, eu diria que a secretária virtual é uma evolução de um fenômeno que vinha acontecendo”, afirma. Para muitos trabalhadores do setor, essa foi uma oportunidade encontrada para atuar de forma autônoma ou abrir o próprio negócio.
"Os primeiros trabalhos remotos se ampliaram e, com a consolidação da internet, na virada do século 21, o mundo digital permitiu a multiplicação das atividades a distância. Então, eu diria que a secretária virtual é uma evolução de um fenômeno que vinha acontecendo" Luciano Maia, diretor da regional da consultoria LHH
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"Já tinha trabalhado como secretária, mas queria liberdade para empreender, e o trabalho remoto permitiu isso%u201D Nayara da Silva Miranda, graduada em secretariado executivo
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Por esses e outros obstáculos, Luciano Maia alerta que nem todos têm aptidão para trabalhar com secretariado remoto. “O profissional tem que fazer uma crítica baseada no autoconhecimento e concluir se tem perfil de trabalhar de casa ou de estar inserido em um escritório”, comenta. “Quem quer trabalhar remotamente tem que ter muita disciplina porque, se não tiver, não saberá separar o que é tempo de trabalho e tempo de lazer”, observa. Nayara da Silva Miranda, 29, formada em secretariado executivo, conheceu o ramo pela internet e se interessou pela possibilidade de empreender. “Já tinha trabalhado como secretária, mas queria liberdade para empreender, e o trabalho remoto permitiu isso”, conta. Para conseguir levar a profissão adiante, Nayara sentiu a necessidade de se tornar mais organizada.
“O meu cotidiano exige organização e atenção, pois preciso rever e checar as demandas, diariamente. Estabeleci horários específicos para não me perder nem prejudicar o funcionamento da minha empresa”, explica. “Os benefícios de trabalhar na área estão em prestar os serviços e conhecer outras empresas e pessoas, trabalhar em todos os lugares, seja em casa, seja em um coworking”, elenca. “Dependendo das demandas dos clientes, você pode trabalhar em um determinado horário e, durante o dia, fazer alguma atividade que não poderia ser feita caso estivesse contratado em um local fixo.” Com relação a desvantagens, ela concorda com Ana Cartaxo: o obstáculo é demonstrar e convencer o público de que o secretariado remoto pode ser benéfico para todos. Porém Nayara permanece otimista. “O trabalho remoto está atingindo vários segmentos no mercado, e era apenas uma questão de tempo até a secretária também fazer parte desse movimento”, afirma.
"Descobri, por meio de pesquisas e grupos, que o home office é uma das formas de trabalhar que proporciona benefícios como flexibilidade, a possibilidade de ser autônomo, atender a vários clientes, entre outros.%u201D Helda Alves Brito, estudante de secretariado executivo
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A estudante do quinto semestre de secretariado executivo bilíngue no Centro Universitário Projeção (UniProjeção) Helda, 39, ainda não trabalha na área, mas afirma que está de olho na nova vertente da profissão. “Faço cursos de capacitação nessa área por saber que tem se tornado uma realidade crescente no mercado de trabalho, não só no secretariado, mas em outras profissões também”, comenta. “Descobri, por meio de pesquisas e grupos, que o home office é uma das formas de trabalhar que proporciona benefícios como flexibilidade, a possibilidade de ser autônomo, atender a vários clientes, entre outros.”
*Estagiária sob supervisão da subeditora Ana Paula Lisboa
» Melissa Duarte*
Publicação: 18/05/2019 04:00
Aos 50 anos, a psicóloga Marta Gonçalves voltou a dançar há um ano e meio
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Irlam Rocha Lima
Publicação: 17/05/2019 04:00
Leny Andrade e Zé Luiz Mazziotti celebram amizade no palco do Clube da Bossa
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» Claudia Dianni
Publicação: 15/05/2019 04:00
Irmã Dulce dedicou a vida aos mais pobres. Aos 13 anos, começou a ajudar mendigos e enfermos pelas ruas da cidade natal
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» ALAN RIOS
Publicação: 14/05/2019 04:00
As organizadoras Michelle Menezes, Danielle Bonfim (C) e Edileia Tiberio usam a cultura como remédio
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Publicação: 13/05/2019 04:00
» JÉSSICA EUFRÁSIO
Publicação: 12/05/2019 04:00
Rivoneide da Conceição com Maria Sophia e Maria Catarina: susto e nascimento antes da hora
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A empresária Vanessa Ferreira da Silva (centro) com a mãe e a filha: a força de três gerações
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Ana Gabriela dos Reis e Maria Heloísa: luta
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Edital do FAC será cancelado
Adriana Izel
José Carlos Vieira
Publicação: 11/05/2019 04:00
» MARIANA MACHADO
Publicação: 10/05/2019 04:00
Além dos negócios, o público poderá visitar um galpão com produtos artesanais e entrar em cabines de colheitadeiras, plantadeiras e outras máquinas
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"Temos uma área inteira voltada para a genética vegetal, melhoria de adubação, controles biológicos. O Brasil domina, a nível mundial, a tecnologia da agricultura tropical, e não há evento no mundo como esse para a área" Ronaldo Triacca, presidente do comitê gestor da feira
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» DARCIANNE DIOGO*
Publicação: 09/05/2019 04:00
Francinaldo: "Desde os 10 anos, eu vinha com meus pais. Eles colhiam e eu e meus irmãos desidratávamos as plantas e vendíamos"
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Rivelino de Souza: começando a aprender o negócio das flores
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MARIANA MACHADO
Publicação: 08/05/2019 04:00
Fila diante da lotérica da Esplanada dos Ministérios: segundo a proprietária, um cliente gastou R$ 3,50 no último sábado, acertou a quina e ganhou R$ 37 mil
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José Pereira gastou mais de R$ 100 em apostas: "Quero dar uma casa para a minha filha, que mora de aluguel, pagar a faculdade das minhas netas"
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"Como ela (mãe) está com esses problemas (de saúde), deixa a sequência montada, e eu faço a aposta. Ela olha placa de carro, pega a idade do meu filho e vai montando a sequência de números"
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» ALAN RIOS
Publicação: 07/05/2019 04:00
"No momento em que o vi, o agarrei nos braços, falei que ele era bem-vindo na minha vida e que o amei durante todo esse tempo. Foi um momento bem longo e especial" Sueli Silva, mãe "Não vejo a hora de tirar aquela bela foto de família que a gente sempre espera" Ricardo Araújo, filho
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Simone Kafruni
Publicação: 06/05/2019 04:00
Depois que o marido morreu, Dinha tem de vender compotas para complementar a renda
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Por Juliana Andrade
Especial para o Correio
Por Renata Rusky
Publicação: 05/05/2019 04:00
Cláudia sempre morou com a mãe, Sebastiana: cumplicidade
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Débora largou tudo para cuidar de Maria do Socorro quando a mãe ficou doente
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Marcos Paulo Lima
Publicação: 04/05/2019 04:00
A torcida verde-amarela poderá reviver as festas da Copa de 2014 no Mané Garrincha, quando o Brasil enfrentou Camarões e Holanda
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Mariana Machado
Especial para o Correio
Publicação: 03/05/2019 04:00
Dona Nerci com as integrantes do Instituto de Assistência Social Maria do Barro: "Aprendi a tecer tapetes aqui, e é o que faço em casa. Não posso ficar parada"
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Forno recuperado: produção dos trabalhos está em alta
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» HELLEN LEITE
Publicação: 02/05/2019 04:00
"Participar dessa cirurgia foi um presente para mim. Ver Lis e Mel bem foi minha realização. Obrigado por isso, meninas"
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"Agradeço pelos pensamentos positivos e orações. Têm sido muito importantes essas vibrações para nós"
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» HELLEN LEITE
» JÉSSICA EUFRÁSIO
Publicação: 01/05/2019 04:00
Mais de 50 profissionais se envolveram diretamente na cirurgia de separação das gêmeas Lis e Mel (no detalhe), no Hospital da Criança de Brasília
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"Lis e Mel, dei meu melhor. Fiz o máximo possível para que desse certo. O que mais quero é que vocês possam aproveitar a vida e ser felizes como toda criança merece ser" Carlos Eduardo Miguel da Silva, chefe da equipe de enfermagem
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» JÉSSICA EUFRÁSIO
Publicação: 30/04/2019 04:00
Lis e Mel foram separadas depois de 20 horas de operação. Médicos do Hospital da Criança detalharam todo o processo
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Publicação: 29/04/2019 04:00
Marisa começou vendendo lingerie para as colegas, hoje tem uma sex shop no shopping PMC
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Publicação: 28/04/2019 04:00
Publicação: 27/04/2019 04:00
Depois de três dias, foi encerrada ontem a maior manifestação de índios do país. O 15º Acampamento Terra Livre reuniu cerca de 4 mil indígenas, que representaram 170 etnias, de acordo com os organizadores. Alguns índios protestaram, nadaram e entoaram palavras de ordem no espelho d’água em frente ao Ministério da Justiça. Os indígenas pedem a demarcação de terras e a “manutenção de direitos básicos”. O grupo também é contrário à proposta de municipalização dos serviços de saúde e protesta contra medidas recentes, como mudanças na Funai, antes vinculada ao Ministério da Justiça.
Publicação: 27/04/2019 04:00
Depois de três dias, foi encerrada ontem a maior manifestação de índios do país. O 15º Acampamento Terra Livre reuniu cerca de 4 mil indígenas, que representaram 170 etnias, de acordo com os organizadores. Alguns índios protestaram, nadaram e entoaram palavras de ordem no espelho d’água em frente ao Ministério da Justiça. Os indígenas pedem a demarcação de terras e a “manutenção de direitos básicos”. O grupo também é contrário à proposta de municipalização dos serviços de saúde e protesta contra medidas recentes, como mudanças na Funai, antes vinculada ao Ministério da Justiça.
A professora relembra momentos marcantes da trajetória (foto: Carlos Vieira/CB/D.A Press)
» ALAN RIOS
Especial para o Correio
» ANA VIRIATO
Publicação: 26/04/2019 04:00
Equipe que comandou a investigação: a Polícia Civil do DF investigou 15 pessoas pelo sequestro, mas não conseguiu identificar o autor
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"Foi um processo bem doloroso e longo, cheguei a ficar na dúvida se era ele mesmo, apesar de todas as outras provas. Mas, com o exame, foi só alegria"
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» JÉSSICA EUFRÁSIO
» PATRÍCIA NADIR
Especial para o Correio
Publicação: 25/04/2019 04:00
Maria convive com mofo na cobertura da varanda da residência
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» MARIA EDUARDA CARDIM
» BRUNO SANTA RITA
Especial para o Correio
Publicação: 24/04/2019 04:00
Em sessão que durou quase quatro horas, a 5ª Turma do tribunal decidiu pela redução no tempo de prisão do petista
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» DARCIANNE DIOGO*
» RENATA NAGASHIMA*
Publicação: 23/04/2019 04:00
Ailim Cabral
Gabriela Sales
Especial para o Correio
Publicação: 22/04/2019 04:00
Enxurrada deixou tesourinha alagada entre a 102 e a 202 Sul: além de inundar o viaduto, a água tomou conta de todo o entorno da passagem de veículos. Mesmo problema aconteceu na passagem da 209 Norte |
Livros, móveis e equipamentos eletrônicos ficaram destruídos no Minhocão da Universidade de Brasília (UnB), onde o subsolo ficou submerso
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Três árvores caíram na 411 Norte, entre os blocos N e O, às margens da L2
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Publicação: 21/04/2019 04:00
Publicação: 20/04/2019 04:00
» Renato Souza
Publicação: 19/04/2019 04:00
Moraes se viu obrigado a recuar por causa do tamanho da repercussão da censura
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Diego Marques*
Publicação: 18/04/2019 04:00
Cantora apresenta o projeto Estrela da terra: paixão cotidiana por Brasília
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» Bruna Lima
» Fernanda Bastos*
» Renata Nagashima*
Publicação: 17/04/2019 04:00
Voluntário dá os últimos retoques em um dos cenários da via-sacra de Planaltina, no Morro da Capelinha
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Publicação: 16/04/2019 04:00
O fogo consome o telhado da igreja gótica quase milenar que se confunde com a história da cidade: moradores e turistas lamentam "Paris desfigurada"
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Simone Kafruni
Publicação: 15/04/2019 04:00
Criadora do projeto Gueto é Luxo, Tânia Sarah é especializada em cabelos afros, mas objetivo é empoderar as mulheres negras de Ceilândia
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OTM Culture ajuda na inserção de jovens no mercado de trabalho e divulga a música local
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Adeus ao liso
Ela conta que a mãe tinha um salão de pintura e alisamento. “Sempre alisei meu cabelo, nem sabia como era de verdade. Decidi deixar natural e comecei a estudar para saber como tratá-lo. E decidi levar a cultura e o empoderamento à mulher negra da periferia”, ressalta. Com o trabalho de cabeleireira, desfiles e ensaios fotográficos, consegue uma renda mensal de R$ 2 mil. “Recentemente, eu e 15 meninas, de Ceilândia e Samambaia, desfilamos na Embaixada do Gabão”, revela.
Para os jovens da periferia, é mais difícil desenvolver sua arte, porque têm de trabalhar para ajudar em casa e muitas vezes não podem estudar, conta Rayane Soares, 26, coordenadora do Jovem de Expressão, projeto que organiza oficinas socioculturais e de empreendedorismo na comunidade de Ceilândia há 10 anos. “A região é tida como perigosa, mas é muito rica em cultura. A arte é transformadora. Nosso objetivo é que quem nos procurar consiga gerar renda para sobreviver”, diz.
Berço e referência
Brasília sempre foi berço de importantes coletivos culturais, garante Jaqueline Fernandes, gestora cultural e especialista em políticas públicas em gênero e raça. “Cada vez mais presentes e diversos, são referências e modelos de organização. Articulam novas tecnologias, sistemas, modelos éticos, de gestão e de inovação, gerando novos ciclos de criação, produção, distribuição e consumo”, explica.
No entanto, alerta Jaqueline, existe um tipo de invisibilidade e dificuldades específicas que recaem sobre a periferia. “Os coletivos contribuem para a fonte de renda de artistas e agentes culturais que, cada vez menos, dependem de terceiros ou de grandes produtores para empreender. Assim, artistas que nunca tiveram sua música na rádio acabaram por lotar shows e virar fenômeno nas redes sociais”, observa.
Para amplificar a música da periferia em tempos de redes sociais, Ivo Moraes, 29, e Danilo Vieira, 25, ambos moradores de Sobradinho, criaram o coletivo Haze Studio. Tecnólogo em gestão de eventos, Ivo destaca que a paralisação do país com a crise econômica motivou a dupla a buscar alternativas em 2015. “Montamos o coletivo para dar visibilidade à música da periferia”, conta ele, que ganhou experiência como vendedor de discos na Livraria Cultura, de 2011 a 2014.
Com empreendedorismo na veia, Danilo constatou que havia um mercado consumidor de videoclipes gigantesco. Identificados com a cultura hip hop, os dois gravam batalhas de rima e focam a produção audiovisual no rap da periferia, tudo divulgado em canais como o YouTube. “A monetização no ambiente digital ainda é um processo complicado, mas o mercado é crescente e já temos recursos entrando com alguns artistas”, conta Danilo.
Porta de entrada
Os jovens da periferia têm mais dificuldade de entrar no mercado de trabalho e os coletivos funcionam como uma porta de entrada. Segundo a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD 2018), no grupo de regiões administrativas da periferia do DF, está o maior contingente de pessoas entre 18 e 29 anos sem emprego: quase 35%. Para driblar a crise, 15 alunos formandos e recém-formados em publicidade e jornalismo, moradores de Ceilândia e Planaltina, criaram o projeto OTM Culture, um coletivo de divulgação em mídias digitais.
A integrante Jéssica Martins explica que ainda é difícil viver da profissão. “Me formei no ponto alto da recessão, em 2015, e o coletivo foi o jeito que encontrei de trabalhar, mesmo sem receber”, justifica. O OTM Culture começa a se custear. “Por enquanto, está tudo na base da permuta, mas, com nosso trabalho, a cultura da periferia caminha para o centro”, acrescenta.
“Por ser uma cidade muito baseada em serviços públicos, em Brasília, a desigualdade é muito grande, de renda, de gênero, e, inclusive, territorial. A reunião dos atores é uma tentativa de vencer as barreiras”
Gustavo Vidigal, pesquisador
“Os coletivos contribuem para a fonte de renda de artistas e agentes culturais que, cada vez menos, dependem de terceiros ou de grandes produtores para empreender”
Jaqueline Fernandes, gestora cultural
Vinícius Veloso*
Publicação: 14/04/2019 04:00
INGRID SOARES
ESPECIAL PARA O CORREIO
Publicação: 13/04/2019 04:00
Equipes fazem buscas nas ruínas dos dois prédios da comunidade da Muzema em busca de sobreviventes: cães farejadores ajudam nos trabalhos
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Após a morte de 10 pessoas em chuvas torrenciais no Rio de Janeiro, mais uma tragédia se abateu sobre a cidade na mesma semana. Desta vez, o desabamento de dois prédios na comunidade da Muzema, no bairro Itanhangá, na Zona Oeste. Até o fechamento desta edição, cinco pessoas tinham morrido, nove ficaram feridas e aos menos 13 estavam desaparecidas. Entre os mortos está Claudio Rodrigues, 41 anos, que foi resgatado, levado para um hospital particular, mas não resistiu. Ele sofreu traumatismo craniano e teve quatro paradas cardíacas. Os nomes dos outros não foram divulgados.
O Corpo de Bombeiros teve dificuldades de acessar o local da tragédia devido ao temporal de dias antes, que deixou ruas destruídas ou intransitáveis. A corporação trabalha com cães farejadores, helicópteros, drone, ambulâncias e viaturas de recolhimento de corpos. Vizinhos foram os primeiros a prestar socorro e utilizaram até uma porta como maca para fazer a retirada de vítimas.
Segundo a prefeitura, os edifícios foram construídos irregularmente, e as obras estavam embargadas desde novembro de 2018. A pasta afirmou que os prédios foram erguidos por milícias e que, ao atuar na região, precisa do apoio da polícia.
Os apartamentos comercializados por milicianos são vendidos a preços abaixo do mercado. Unidades de dois quartos, com garagem, por exemplo, estavam sendo comercializadas por valores de R$ 40 mil a R$ 100 mil. Moradores contaram que sabiam da irregularidade dos imóveis, mas que era a única forma de moradia disponível.
Bombeiros carregam um dos feridos resgatados dos escombros
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O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, afirmou, ontem, que não se pode culpar apenas a gestão atual pela tragédia. “Esse prédio que desabou é um retrato da falta de fiscalização por parte do município. O estado não tem poder de fiscalizar edificações. São edificações que têm de ser coibidas pelo município. Agora, se a área era de milícia, como está sendo dito, no nosso governo estamos combatendo todas as áreas de milícias”, frisou. Já o vice-presidente Hamilton Mourão isentou o governo federal de qualquer responsabilidade e afirmou que as milícias devem ser enfrentadas.
Sem planejamento
De acordo com o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro, Jeferson Salazar, a prefeitura desmontou os quadros técnicos e praticamente extinguiu a capacidade de planejamento. “Infelizmente, essas tragédias vêm ocorrendo com frequência espantosa e não são uma exclusividade do Rio, mas se reproduzem em todo o território nacional”, ressaltou. “São reflexo de um conjunto de problemas que inclui a ausência de responsável técnico habilitado em atividades de projeto e obra de construções.”
Moradora é consolada: prédios teriam sido erguidos por milícias
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Salazar destacou que, ao deixar de garantir direitos fundamentais, como acesso à terra infraestruturada, à moradia e à mobilidade urbana, o Estado se exime de sua responsabilidade constitucional de garantir aos cidadãos o direito à cidade. “Sem a presença do Estado e de políticas públicas consistentes, o cidadão ou é deixado à sua própria ‘sorte’, dando margem à autoconstrução sem assistência técnica, ou fica à mercê da exploração por agentes que agem à margem da lei”, disse. “O resultado é a insalubridade, a ocupação de áreas de risco, o habitat precário e, como na tragédia de hoje (ontem), o desabamento de moradias.”
A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Habitação determinou a demolição de mais três prédios no entorno dos que desabaram e realizou, até as 18h de ontem, 13 interdições. A Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos (SMASDH), por sua vez, atendeu 23 famílias desabrigadas e desalojadas e prestou assistências individuais a mais 100 pessoas do local.
“Sem a presença do Estado e sem políticas públicas consistentes, o cidadão ou é deixado à sua própria ‘sorte’, dando margem à autoconstrução sem assistência técnica, ou fica à mercê da exploração por agentes que agem à margem da lei”
Jeferson Salazar, presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro
» RODOLFO COSTA
Publicação: 12/04/2019 04:00
» RODOLFO COSTA
» CLÁUDIA DIANNI
Publicação: 11/04/2019 04:00
Bolsonaro e a equipe estão satisfeitos com a repercussão do governo no mundo: integrante da lista das 100 pessoas mais influentes do planeta
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» Juliana Andrade
Especial para o Correio
Publicação: 10/04/2019 04:00
Carlos Alberto, aposentado ajuda a cuidar do espaço: Todo dia, faço aspiração dessa sujeira depositada
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Moradora da quadra, Renata vai ao espaço com o filho Eduardo todos os dias: menino tem até o peixe preferido
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» BRUNA LIMA
Publicação: 09/04/2019 04:00
Movido pelas palavras, o Usina de Ideias estava a todo o vapor. A mente sã, por nenhum momento deixou a criatividade escapar. A idade, no entanto, bateu a porta e, na tarde de ontem, Brasília perdeu um de seus maiores cronistas e escritores. Aos 80 anos recém-completados, Márcio Cotrim morreu, na tarde de ontem, na residência onde viveu por mais de três décadas, no Lago Sul. Estava ao lado da mulher, Eliana Cotrim. Deixa duas filhas, Flávia e Mônica; e cinco netos: Gustavo, Rodrigo, Thiago, Guilherme e Alexandre. O velório será hoje, das 11h às 16h, na Capela 6 do Campo da Esperança, na Asa Sul. O enterro está marcado para as 16h.
A procura incessante pelo saber e o planejamento de inúmeros projetos visando valorizar as raízes e a cultura brasileira fazem jus ao apelido recebido de amigos e admiradores de Cotrim. “Uma locomotiva de ideias, presença inspiradora. Não importava se o tempo estava bom ou ruim, o olhar dele era sempre para frente”, traduz Luiz Marcelo Pinheiro Chaves, genro do pioneiro e escritor.
Nascido no Rio de Janeiro, em 14 de março de 1939, Cotrim se formou em direito, mas foi usando o poder da comunicação que se destacou profissionalmente. Chegou a Brasília em 1972, onde atuou como assessor de propaganda e promoções do Banco do Brasil e, posteriormente, assumiu a Secretaria de Cultura e Esporte do DF, sendo o responsável pela criação do Conselho de Cultura e do Fundo de Apoio à Cultura (FAC).
Em 1992, entrou para o grupo dos Diários Associados, construindo um legado de informação e cultura. Por quatro anos, respondeu pela direção de marketing do Correio Braziliense e, depois, assumiu o cargo de diretor executivo da Fundação Assis Chateaubriand. Nos corredores do prédio, era visto com frequência. Ficou conhecido também pelas famosas colunas que escrevia semanalmente para o jornal.
Amante da língua portuguesa, achou na riqueza do vocabulário brasileiro a inspiração para escrever O pulo do gato, livro em que explica a origem de mais de 200 palavras e expressões populares. O tema rendeu pelo menos mais cinco volumes, que entraram para o rol de publicações do escritor. Foram mais de 15 livros, além dos incontáveis artigos para o jornal.
Dentre os temas preferidos que abordava nas crônicas estava a favorita Brasília. Em uma de suas últimas publicações, Cotrim valoriza a maneira com que nasceu a capital, “que se construía freneticamente numa saga poucas vezes igualada na história da humanidade”. E pela cidade, o pioneiro também fez história. “Márcio era um cronista que nos instruía e divertia. Que descanse em paz”, manifestou o geógrafo e professor emérito da Universidade de Brasília (UnB) Aldo Paviani.
Consolidou inúmeros projetos culturais, não só para a Fundação Assis Chateaubriand, como também para toda a cidade. Foi dele a iniciativa de criar prefeituras nas quadras do Plano Piloto, sendo ele o primeiro a assumir a função, na SQS 303. “Cada quadra é uma cidadezinha de 3 mil habitantes”, costumava definir Cotrim. Atualmente, a capital conta com mais de 100 prefeituras de quadras.
Trajetória
Em reconhecimento às ações que implementou na cidade, Cotrim chegou ser homenageado, em vida, ao dar nome a um dos prédios da construtora Paulo Octávio. O comunicador e o empresário eram amigos. “Márcio teve uma brilhante trajetória, enaltecendo a epopeia de Brasília, seus pioneiros e o legado de JK, com muita sabedoria, inteligência e bom humor. A cidade perde um de seus mais valorosos heróis. A saudade do amigo será imensa”, homenageou Paulo Octávio.
Pelas contribuições também recebeu o título de cidadão honorário de Brasília. Como figura de grande relevância para a língua portuguesa, conquistou o Prêmio Carlos de Laet, da Academia Brasileira de Letras. Ele ocupava, ainda, a cadeira de número 30 da Academia Brasiliense de Letras, cujo patrono é Monteiro Lobato, uma das grandes inspirações e referências que Cotrim tinha como escritor. “Ele se orgulhava muito disso e a ocupou com louvor. Era um cronista primoroso, de texto irretocável. Um amigo cordial, elegante e generoso, com uma gargalhada maravilhosa. Apaixonado pelas palavras, pela cultura, pela família e, não posso deixar de mencionar, pelo Fluminense”, relembra o amigo e presidente da Academia Brasiliense de Letras, Fábio Coutinho.
Devido a problemas de saúde, Cotrim passou boa parte dos últimos momentos em casa e aproveitando os almoços em família. “Ele era uma pessoa atenciosa, caseira e sempre muito ligado a área de cultura, em geral”, conta o genro Luiz Marcelo. A fragilidade do corpo não impediu, no entanto, que a energia para a escrita se apagasse. “Só o corpo envelheceu, porque a mente estava a mil”, conta Celeste Antunes, funcionária administrativa que trabalhava diretamente com o comunicador.
Parece que o grande curioso e desvendador de significados sabia, mesmo antes de partir, do legado forte e eterno que deixaria para somar. Como ele mesmo dizia: “Esse é um filão que nunca se esgotará, porque as palavras nunca terminarão.”
SIMONE KAFRUNI
Publicação: 08/04/2019 04:00
O músico Bob Nickson ganha a vida no grito: consegue diárias de R$ 150 para chamar clientes em frente a uma loja na Ceilândia
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Sem trabalho e com o filho desempregado, Edilene apostou num food truck no Sol Nascente
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Por Renata Rusky
Por Ronayre Nunes
Especial para o Correio
Publicação: 07/04/2019 04:00
Fernando (de bandana), Davi, de baquetas, e Caio são integrantes da banda Os Minhocas e melhores amigos
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» Renato Alves
Publicação: 06/04/2019 04:00
O fotojornalista na Praça dos Três Poderes, em frente ao STF: ele, que registrou a construção de Brasília, teve o tribunal como último local de trabalho
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Gervásio no Vietnã, durante cobertura da guerra no país asiático
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Tancredo entre dona Risoleta e a equipe médica: última imagem do presidente vivo
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Pedido ao presidente JK para acenar com a cartola: dois cliques e uma imagem icônica
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Diego Marques
Publicação: 05/04/2019 04:00
Crianças desvendam mistérios de Brasília em Investigadores do bloco A
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Gabriel Guirá interage com o público infantil no espetáculo Brasília brinquedo de ler
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» MARIANA MACHADO
ESPECIAL PARA O CORREIO
Publicação: 04/04/2019 04:00
Atletas da natação se preparam para a competição, e associação pede ajuda para reparo da piscina
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Irlam Rocha Lima
Publicação: 03/04/2019 04:00
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Daniel e Pedro foram convidados por Eric Clapton para tocar no festival de jazz e blues no Texas (EUA)
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» PATRÍCIA NADIR
ESPECIAL PARA O CORREIO
Publicação: 02/04/2019 04:00
Zeca com os sargentos Paulo Couto e Isaque Ferreira Ribeiro, que o acompanharam durante a carreira na corporação
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» Adriana Izel
Publicação: 31/03/2019 04:00
Alunos do professor Mario Miskiewiez (C): "está ao alcance de todo mundo"
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O professor Ricarte, com Michelline Medeiros, destaca que o cenário do DF está aquecido com festas e academias de qualidade
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Diego Marques*
Enviado especial
Publicação: 30/03/2019 04:00
O espetáculo fica em cartaz até 13 de abril no Ginásio Nilson Nelson
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Mar Gonzalez é chefe da equipe de costura de Ovo
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Sala de costura do Cirque du Soleil
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Percussão posicionada atrás do palco
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» Mariana Machado
Especial para o Correio
Publicação: 29/03/2019 04:00
Willy Costa se transforma no palhaço Balofo: a leveza para falar de um tema pesado, que é o bullying
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Paula: "O palhaço se expõe, mostra potências e impotências e convida a rir e transcender"
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» FERNANDA BASTOS*
* Estagiária sob supervisão de Mariana Niederauer
Publicação: 28/03/2019 04:00
A artesã Nathália Marinho Cerqueira se inspira na vegetação local para produzir suas peças
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Gabriella Silva Mendes, dona da Afrogaia, faz cosméticos, como sabonetes e cremes, naturais
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No brechó de Larissa Cristina da Silva, as peças passam por customização: menos desperdício
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Publicação: 27/03/2019 04:00
BEATRIZ ROSCOE*
MARINA TORRES*
RENATO SOUZA
Publicação: 26/03/2019 04:00
Temer deixou ontem à noite a sala que ocupava na Superintendência da Polícia Federal, no Rio de Janeiro
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» Renata Rios
Publicação: 25/03/2019 04:00
João e Paulo aprovaram o hambúrguer servido pelo chef Gil Guimarães
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» Mariana Machado
Especial para o Correio
» Bruna Lima
Publicação: 24/03/2019 04:00
Os desenhos de Wallace da Silva Sousa são realistas , parecem verdadeiros retratos: talento de família
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Publicação: 23/03/2019 04:00
A lista com os nomes dos aprovados foi fixada no Teatro de Arena
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A Universidade de Brasília (UnB) divulgou a lista de primeira chamada para os aprovados no segundo semestre de 2019 pelo Programa de Avaliação Seriada (PAS). A instituição ofereceu 4.222 vagas, que foram distribuídas nos dois semestres do ano. Para o primeiro período, 2.112 candidatos foram contemplados, enquanto os outros 2.110 têm a chance de ingressar nos cursos escolhidos a partir de agosto. Desses, 1.820 celebraram a aprovação ontem.
Mesmo após uma forte chuva que encharcou as escadas do Teatro de Arena, no Câmpus Darcy Ribeiro, da Asa Norte, pais e estudantes foram até o local para verificar o resultado. Foi o caso de Alexandre Oliveira, 18 anos, aprovado no curso de química tecnológica. Ele ficou surpreso após perceber que o nome estava na lista dos convocados. “Eu vim para celebrar a aprovação no curso de design do meu amigo e, quando vi, meu nome estava na lista final”, constata. Morador do Lago Norte, ele conta que, para atingir a aprovação, conciliava o lazer com os estudos. “Eu escolhi focar nas matérias que tinha mais dificuldade, dessa forma eu conseguia me manter feliz e, ao mesmo tempo, em dia com as minhas obrigações”, garante.
Os aprovados do segundo semestre devem fazer o registro pela plataforma on-line entre 1° e 9 de julho. A etapa presencial, igualmente necessária para garantir a vaga, será entre 8 e 9 de julho. As aulas começam em 12 de agosto.
Calendário
1º a 9 de julho
Registro acadêmico (etapa on-line)
8 e 9 de julho
Registroacadêmico (etapa presencial)
18 a 24 de julho
Acesso ao número de matrícula
25 a 29 de julho
Matrícula em disciplina
12 de agosto
Início das aulas
» Patricia Nadir
Especial para o Correio
Publicação: 22/03/2019 04:00
Taxistas que trabalham próximo ao Torre Palace Hotel temem a nova ocupação ilegal do esqueleto
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Lonas, móveis velhos e varal com roupas indicam a presença de moradores no entorno do prédio abandonado
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FERNANDA BASTOS*
Publicação: 21/03/2019 04:00
Libertar-se e ser quem você é são os propósitos centrais do projeto Troca de Experiências Artísticas e Reinserção (Tear). Pelo segundo ano, a iniciativa realiza revoluções pessoais por meio do teatro dentro de unidades de internação. Em 2019, a novidade é que as aulas chegaram ao Câmpus São Sebastião do Instituto Federal de Brasília (IFB). Durante três meses, os participantes terão acesso a aulas com diferentes atividades baseadas no Teatro do Oprimido (leia Para saber mais).
O objetivo central do grupo à frente do projeto, a Estupenda Trupe, é a democratização da cultura baseada na premissa de que todo ser humano é capaz de produzir, discutir e apreciar a arte. O trabalho realizado nas oficinas do Tear é de empoderamento, de uso da arte para autoconhecimento e para transformação, garante Luciana Amaral, 32, arte-educadora e participante da Estupenda Trupe.
Foi no Centro de Teatro do Oprimido (CTO), no Rio de Janeiro, que ela e o também arte-educador Carlos Valença, 32, buscaram apoio e conhecimento sobre como realizar as oficinas para multiplicar a metodologia, em 2012. Eles enxergaram no método uma estratégia de educação não formal para tratar temas socioeducativos em unidades de internação e fora delas também, para promover a reinserção do jovem infrator.
As aulas vão durar três meses. Este ano, a novidade é que ocorrem também no Instituto Federal de Brasília (IFB) e abarcam mais participantes
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Para o coordenador pedagógico da unidade, Sebastião Soares de Oliveira, 55, educador há 33 anos, o projeto ajuda os internos no processo de ressocialização. “Enquanto vivenciam o projeto, eles podem pensar a importância da ressocialização, refletindo em todos os contextos, tanto humano quanto pedagógico, e principalmente no da reintegração à sociedade. O projeto vem com o propósito de valorização pessoal.”
De acordo com Carlos Valença, que aplicou as oficinas ao lado de Tiago na UISS e também na Unidade de Internação de Planaltina, no ano passado, os resultados são, muitas vezes, sutis. Mas essas pequenas mudanças constituem as principais conquistas e o maior aprendizado para os participantes. “Até o fato de eles tocarem no colega era difícil. Então tocar no colega, abraçar o colega, isso é uma grande evolução”, ressalta.
Financiamento
O projeto contou com o apoio da Secretaria de Cultura do DF, por meio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), no ano passado, para o trabalho em Planaltina, e este ano, em São Sebastião. Agora, com o apoio do IFB, das unidades de internação e das administrações regionais, a Estupenda Trupe pretende expandir a ação, em 2020, a unidades de internação femininas. Concretizar o plano, no entanto, depende ainda da confirmação do financiamento público.
Ainda não há previsão de lançamento de outro edital do FAC este ano. De acordo com a Secult, o fundo é regido pela Lei Orgânica da Cultura (LOC), que prevê o lançamento de dois editais por ano: um até 30 de abril e outro até 31 de agosto. A pasta garantiu que esses prazos serão cumpridos. Ambos contemplarão atividades e projetos para serem realizados no próximo ano.
O resultado dos últimos projetos de 2018 aprovados pelo FAC, no valor de cerca de R$ 45 milhões, serão publicizados nas próximas semanas e, por isso, serão pagos com os recursos previstos para o ano de 2019.
Para saber mais
Mobilização política
Criada por Augusto Boal, a técnica do Teatro do Oprimido estimula os participantes a tomarem consciência e a se mobilizarem politicamente. Para o estudioso, não existem espectadores, mas, sim, spect-atores, ou seja, todos podem ser artistas. O dramaturgo, que se formou em engenharia química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1954, questiona em seus livros e peças sobre quem somos nós, qual espaço ocupamos e o que podemos fazer pela sociedade. Boal foi um dos fundadores dos principais espetáculos de cunho político no Brasil, como Teatro de Arena, Teatro Oficina e o Opinião. Depois de atuar durante anos escrevendo e dirigindo peças de teatro político contra a ditadura militar, acabou preso e torturado em 1971. Exilou-se em Buenos Aires, onde começou a produzir e escrever os fundamentos do Teatro do Oprimido. O livro que uniu toda a base do método foi publicado no Brasil em 1975. Depois de anos realizando cursos, palestras e oficinas na América Latina e Europa, voltou ao Brasil em 1986 e criou o Centro de Teatro do Oprimido (CTO) no Rio de Janeiro.
Anote
Projeto Tear — Oficinas de Teatro do Oprimido
Local: Instituto Federal de Brasília (IFB), Câmpus de São Sebastião.
Data: todas as sextas-feiras de março, abril e maio.
Horário: das 9h às 12h. Gratuito.
» DENISE ROTHENBURG
Enviada Especial
Publicação: 20/03/2019 04:00
Bolsonaro e Trump trocam camisas das seleções: bom humor, coincidências e o acerto para o Brasil apoiar decisões dos EUA na questão da Venezuela
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» BRUNA LIMA
Publicação: 19/03/2019 04:00
"Tudo é dosado no amor. Quando vem para as nossas mãos, temos sempre que fazer o nosso melhor, com carinho" Maria Dalva Barbosa de Oliveira, artesã
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João Grilo produz itens variados
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Wilson Araújo vende sandálias
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» JÉSSICA EUFRÁSIO
Publicação: 18/03/2019 04:00
O engenheiro Davi Bertucci, 40 anos, mora na Asa Norte e usa as bikes para ir ao trabalho, no Setor Comercial Norte: %u201CÉ uma necessidade e um lazer%u201D
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A servidora pública Rosana Baioco, 52 anos, torce pela criação de mais estações do serviço
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Mesmo com mais de 460 km de ciclovias, o Distrito Federal tem caminhado a passos lentos na oferta de meios de transporte alternativos. No segmento de bicicletas compartilhadas, duas empresas atuam na capital do país. Uma delas oferece, ainda, patinetes elétricos. No entanto, as áreas abrangidas ainda se restringem a duas das 31 regiões administrativas: Plano Piloto e Águas Claras.
A primeira empresa surgiu em 2014. Trata-se do serviço +Bike, do grupo Serttel, operado por meio de parceria com o Governo do Distrito Federal (GDF). A iniciativa existe até hoje e permite aos usuários retirarem bicicletas de estações espalhadas pelo centro da cidade. Com a compra de um passe diário, mensal ou anual, é possível pedalar com as “verdinhas” pelas ruas do Plano Piloto pagando um valor que chega a até R$ 10 por ano. A tarifa aumenta apenas no caso de o usuário ultrapassar o limite de 1 hora de uso. Com isso, paga-se R$ 5 a mais para cada 60 minutos extras. A estimativa da Serttel é de que os 200 mil usuários inscritos realizaram mais de 1,2 milhão de viagens.
No fim de janeiro, surgiu mais uma alternativa para os usuários: a Yellow. A empresa brasileira trabalha com soluções de mobilidade urbana e individual e levou novidades aos usuários: patinetes elétricos e operação fora do centro de Brasília. Além disso, diferentemente do Bike, os itens da companhia não ficam dispostos em estações fixas, mas espalhados pelas ruas. O modelo é conhecido como dockless (“sem cais”, em tradução livre). O serviço começou com 350 bikes e 50 patinetes. Para reconhecê-las, basta dar uma olhada por equipamentos de cor amarela, como o próprio nome sugere.
Usuário do serviço do GDF desde o início e, agora, cadastrado junto à Yellow, o engenheiro Davi Bertucci, 40 anos, aproveita as opções como forma de ir de casa para o trabalho e vice-versa. Morador da Asa Norte e funcionário de uma empresa no Setor Comercial Norte (SCN), ele aproveita o meio de transporte não poluente para evitar o trânsito sempre que possível. “É uma necessidade que tenho e acaba sendo um lazer. Normalmente, tiro apenas o paletó e a gravata, principalmente de dia. A única dificuldade que tenho é que a primeira estação do Bike fica a quase duas quadras de distância. Isso não é ruim, mas acaba sendo um pouco difícil”, comentou.
Em relação aos pontos de disponibilidade da Yellow, ele tem a mesma sensação, pois, geralmente, precisa andar um pedaço até alcançar as bikes. “O que vejo de problema na Yellow é a mancha da área de atendimento deles. Mas isso é algo muito individual. Minha dificuldade é apenas nesse primeiro momento. Tive poucos problemas com falta de equipamentos nas estações, apenas nas mais longes do centro”, disse Davi.
Ele ressaltou alguns outros problemas geralmente enfrentados pelos ciclistas: as magrelas depredadas. “Vez ou outra, há uma bike com pneu murcho, corrente solta ou sem retrovisores. Mas nunca peguei uma com problema.” Mesmo assim, Davi ressaltou a comodidade do serviço. “Meu trabalho não tem bicicletário. Eu teria de botar em um poste e torcer para não acontecer nada. O sistema foi disponibilizado para viabilizar a questão da mobilidade e termos menos carros nas ruas. É muito válido”, elogiou o engenheiro.
Tarifas
Um dos principais alvos de reclamações também são as ciclovias. No Plano Piloto, os ciclistas contam com 111,29 km disponíveis. Em Águas Claras, são 7,23 km. Apesar de muitas serem novas, no Plano Piloto, principalmente, não há interconexão dos trajetos entre quadras e problemas nas ligações entre as asas Norte e Sul. A relação com os carros também é complicada. Quando não há ciclovias, quem pedala precisa dividir espaço nas vias com veículos que, muitas vezes, não respeitam o espaço de 1,5 metro de distância. Também pode haver dificuldades nos cruzamentos pintados em vermelho no asfalto para a travessia de ciclistas.
Servidora pública, Rosana Baioco, 52 anos, usufrui das bicicletas compartilhadas. Ela reconhece o benefício do sistema, mas sente falta de atendimento a mais áreas. “Na frente do local onde trabalho, há uma estação do Bike. Elas têm uma usabilidade legal, principalmente para mulheres, por terem o quadro baixo. Se a pessoa está de saia ou vestido, fica mais fácil para subir ou descer. Já usei muito na Asa Norte, mas, na minha região, por exemplo, não tem nenhuma das duas opções”, lamentou a moradora da Octogonal.
Rosana também observou alguns problemas com equipamentos. Mesmo assim, ela não considera que isso seja comum. “As bicicletas têm problemas normais. Pneus murchos e, às vezes, sem retrovisor ou selim. As da Yellow são novas, mas vi casos de bikes tortas ou que tiveram os punhos ou selins furtados. Sem isso, ela não serve para nada”, pontuou. Em relação às do Bike, ela considera que o peso pode atrapalhar para algumas pessoas. Quanto às da Yellow, Rosana sente falta das marchas. “Isso pode dificultar para quem estiver em uma subida, por exemplo. E, pelo preço, as verdinhas (do Bike) são melhores. A depender do caso, as amarelas podem sair pelo valor de uma passagem de ônibus”, comparou.
Ana Paula Lisboa
Publicação: 17/03/2019 04:00
Ciro e Cida, à frente, com as filhas, Tatiana (de preto) e Karina (de verde), e o genro, Carlos, com funcionários
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A Cristal Presentes, aberta há cerca de 30 anos, está na segunda geração da gestão familiar. O negócio começou pelas mãos de Ciro Nakanishi, 74 anos, e Aparecida Nakanishi, 73, como uma loja de R$ 1,98 — estratégia para ficar à frente de comércios que vendiam mercadorias por R$ 1,99. Desde 2016, a responsável pela administração é Tatiana Nakanishi, 38, a filha mais nova do casal, que, seguindo os passos dos pais, trabalha ali com o marido, o administrador Carlos Alberto dos Santos. “Foi natural continuar no negócio. Nossa família tem muito disso. A gente até brinca que a história se repete. Literalmente, continuamos a mesma jornada. A gente tem o desafio de tocar a Cristal por mais 30 anos”, afirma Tatiana, que é graduada em pedagogia. Com o tempo, o local se consolidou como um estabelecimento de utilidades do lar. Atualmente, os produtos mais vendidos de cozinha e de organização.
“Com a alta do dólar e dos custos, migramos para produtos de qualidade melhor”, informa. Mas foi por uma questão de respeito a direitos trabalhistas e humanos também. “O que a gente estimula quando insiste num produto muito barato? A gente não faz ideia das condições em que pessoas estão trabalhando do outro lado do mundo, na China. Hoje, temos mais marcas nacionais do que importadas para ter segurança da cadeia produtiva”, observa. Os resultados são prova de que os ensinamentos que recebeu de herança dos pais e o comando de Tatiana são combinação certeira. Com 23 funcionários e mais de 23 mil variedades de mercadorias, a Cristal Presentes recebe entre 8 mil e 10 mil clientes por mês. O faturamento bruto fica em torno de R$ 400 mil. “Isso é de família. A gente vai continuar com a loja até a hora que der. A Tatiana está seguindo nossos passos da maneira que deveria”, elogia Dona Cida.
“Ela modifica algumas coisas, mas tem que inovar mesmo.” A matriarca da família atribui o sucesso do negócio à variedade e à persistência. Ciro cita outros elementos dessa receita exitosa. “Foi muito trabalho e honestidade. A gente não pensava muito no dinheiro, pensava mais na comunidade e em dar conforto para o cliente”, garante. “Passamos por dificuldades, mas, graças a Deus, estamos com missão cumprida”, comemora Ciro que, volta e meia, vai à Cristal Presentes dar pitaco. “De vez em quando, a gente dá umas puxadas de orelha, mas a Tatiana nos escuta”, brinca. A outra filha do casal, Karina Nakanishi, é missionária e, quando está na cidade, aproveita para visitar a loja. Afinal, elas cresceram entre as prateleiras e o balcão.
Recomeço
Um dos maiores desafios ao longo da jornada foi quando a Cristal Presentes pegou fogo por causa de um curto-circuito, em 2016. “O incêndio destruiu tudo, não sobrou nada. Eu já estava com mais de 70 anos e, quando vi a loja toda acabada, pensei: ‘eu só não quero que a Cristal acabe em fogo’. E só de isso não ter acontecido, sou muito satisfeito”, conta Ciro. A reconstrução durou cerca de cinco meses. Um ano depois do acidente, Tatiana passou a tocar a loja. “Depois da reforma, ficou até melhor, deu uma modernizada. Tem cliente que até acha que ficou chique demais”, comenta. “Meus pais nunca pensaram em desistir por causa do incêndio. A maior inspiração que eles me passam é a dedicação. Eles nunca mediram esforços para o trabalho”, diz Tatiana.
Ciro e Cida começaram a trabalhar entre as quadras 203 e 204 Norte antes mesmo da existência da Cristal Presentes. Paranaenses e com ascendência japonesa, eles se casaram em Brasília em 1974 e passaram a tocar uma frutaria, que depois se tornou uma mercearia. Também chegaram a ter uma casa lotérica. O empreendedorismo começou quase que por acaso. “Eu trabalhava numa loja de frutas e verduras na 209 Sul e, um dia, o dono me disse: ‘eu vou te vender a loja’. Eu respondi que nem tinha como pagar. Mas ele me confiou mesmo assim”, conta Ciro, que se mudou para Brasília em 1973.
O comércio ficava num ponto alugado, e a mudança para a 204 Norte ocorreu quando o proprietário pediu o local de volta. No novo endereço, foi aberta a Mercearia Londrinense, já que os donos são de Londrina (PR). No fim dos anos 1980, o casal estava determinado a mudar de ramo. “Naquela época, as lojas de R$ 1,99 estavam virando uma febre e eu resolvi abrir uma de R$ 1,98. Por causa de um centavo de diferença, viramos referência”, lembra Ciro. Na época, o pessoal fazia até fila para entrar. Tatiana recorda que o pai fazia questão de dar os dois centavos de troco. “Ele até ia ao banco para pedir e trocar moedas. O cliente pagava verdadeiramente R$ 1,98”, diz. Em 2001, os empresários mudaram para o outro lado da rua, para a 203 Norte, onde a Cristal Presentes funciona.
“Nós ficávamos no subsolo, e era um sacrifício para o cliente descer lá. Minha esposa, com o pensamento de facilitar para o público, falou para mudarmos. Não interessava se conseguiríamos pagar aluguel em cima ou não, mas precisávamos fazer uma loja mais confortável”, conta Ciro. Essa preocupação com a freguesia em primeiro lugar é marca registrada da gestão Nakanishi, tanto da primeira quanto da segunda geração. “Se um analista financeiro vissem os preços dos produtos, diria que estavam tendo prejuízo. Mas meus pais não ligavam, o mais importante era ajudar quem vinha à loja”, elogia Tatiana.
“Na época da frutaria, meu pai comprava as frutas no Ceasa e, depois, minha mãe selecionava uma por uma antes de pôr na prateleira, tirava todos as estragadas e amassadas. Essa mesma preocupação persiste até hoje”, diz. “As pessoas sabem disso e, mesmo quando sabem que não temos um produto, vêm aqui pedir nossa ajuda”, comenta. “Esse é um diferencial que os clientes percebem. Nosso maior interesse é que eles saiam satisfeitos.” E a preocupação de Tatiana vai além dos aspectos comerciais. Entre as metas dela para o negócio está dar continuidade a projetos sociais, por exemplo, abrindo a loja para promover cursos e conversas sobre temas como saúde mental e prevenção ao suicídio.
Saiba mais
Cristal Presentes
203 Norte, Bloco A, Loja 80
3326-8070 / www.facebook.com/lojacristaldf
RODRIGO CRAVEIRO
Publicação: 16/03/2019 04:00
Da entrada da Mesquita Masjid Al-Noor, Brenton Harrison Tarrant, 28 anos, começou a disparar o fuzil semiautomático de forma intermitente: assassino perseguiu vítimas, que rastejaram em busca de ajuda, e atirou várias vezes
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“Eu sou o deus do fogo do inferno, e eu busco você! Fogo, eu o levarei para queimar.” A música Fire, da banda britânica The crazy world of Arthur Brown, ecoava de dentro do carro de Brenton Harrison Tarrant, 28 anos, quando ele tornou a disparar contra a cabeça de uma muçulmana, caída ao lado do meio-fio. Minutos antes, às 13h45 de ontem (21h45 de quinta-feira em Brasília), Brenton tinha desembarcado do veículo, em frente à Mesquita Masjid Al-Noor, em Christchurch, com um fuzil e uma pistola na mão. Ao som de uma canção de exaltação de Radovan Karadzic — ex-líder sérvio-bósnio responsável pelo genocídio em Srebrenica (1995) —, ele conduziu um massacre no interior do templo islâmico e dirigiu 5km até a Mesquita Linwood Masjid. Matou 49 pessoas, 41 delas na primeira mesquita, e feriu 48. O atentado, transmitido ao vivo pelo Facebook (leia na página 13), impactou a Nova Zelândia, nação pluralista e acolhedora de religiões. Um vídeo gravado pelo celular mostra policiais retirando o atirador de dentro do carro e o algemando.
O horror causado por Brenton, que levava uma câmera acoplada ao capacete, repercutiu na comunidade internacional e instigou um debate sobre tolerância religiosa e flexibilização de armas. A Mesquita Masjid Al-Noor reunia ao menos 300 pessoas, incluindo mulheres, no momento do ataque. “O que houve lá foi inaceitável. Imaginar esse tipo de coisa acontecendo com muçulmanos, com inocentes”, lamentou ao Correio o gerente de vendas Mohan Ibn Ibrahim, 27 anos, sobrevivente do massacre (leia o Depoimento).
A barbárie foi precedida pela publicação, na internet, de um manifesto racista de 74 páginas em que Brenton se identifica como um homem branco normal inspirado pelo supremacista norueguês Anders Behring Brevik. Em 22 de julho de 2011, Brevik cometeu uma série de atentados que mataram 77 pessoas e feriram 51 em Oslo e na Ilha de Utoya, na Noruega. No documento, Brenton conta que pretendia “fazer uma barbárie para evitar outra maior” e justifica o ato como uma tentativa de “ensinar os invasores que nossa pátria nunca será sua”.
O australiano Brenton Tarrat é formalmente acusado pela Justiça neozelandesa: impassível diante do juiz
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Brasil
Intitulado The Great Replacement (“A Grande Substituição”) — em referência a uma teoria elaborada pelo escritor francês Renaud Camus, segundo a qual “os povos da Europa estão sendo substituídos” por populações de imigrantes não europeus —, o manifesto cita o Brasil. “O Brasil, com toda a sua diversidade racial, está completamente fraturado como nação, onde as pessoas não se dão umas com as outras e se separam e se segregam sempre que possível”, escreveu.
“O que houve em Christchurch foi um ato extraordinário de violência sem precedentes”, comentou a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, ao citar “o dia mais sombrio” da história do país. A premiê neozelandesa avisou que as leis de acesso a armas mudarão depois da tragédia. “Enquanto estamos trabalhando para entender a cadeia de eventos que levaram à posse dessas armas, eu posso lhes dizer uma coisa certa agora. Nossa legislação sobre armas mudará”, disse Jacinda. A Nova Zelândia possui um histórico de poucos incidentes com armas de fogo. Em 2017, o país registrou 35 assassinatos. De acordo com a chefe de governo, Brenton tinha licença para adquirir armamentos.
A primeira-ministra enviou um recado aos extremistas: “Vocês podem ter nos escolhido, mas nós rejeitamos vocês”. O presidente dos EUA, Donald Trump, telefonou para Jacinda e ofereceu condolências ante os “monstruosos ataques terroristas”. “Esses locais sagrados de adoração se transformaram em cenas de matança maligna”, declarou. No entanto, Trump negou que o supremacismo branco seja uma ameaça importante. “Na realidade, não. Acredito que se trata de um pequeno grupo de pessoas.”
Algemado e com uniforme de presidiário, o militante de extrema direita não demonstrou emoção ao ouvir a acusação de homicídio e fez um gesto usado por supremacistas para indicar poder. Brenton ficará preso até a audiência de 5 de abril. Outras acusações devem ser apresentadas, e a promotoria pedirá pena perpétua. Mais duas pessoas estão sob custódia.
Influência
Em entrevista ao Correio, Paul Spoonley — professor da Massey University, em Palmerston North (Nova Zelândia) — disse crer que Brenton foi profundamente influenciado por eventos internacionais. “Ele é parte de um movimento internacionalista da direita alternativa e do supremacismo branco. Também sustenta fortemente os argumentos da ‘teoria da substituição’, a ideia de que os brancos estão perdendo o poder no mundo e sendo substituídos por muçulmanos. É uma posição comum da extrema direita”, admitiu o autor de Politics of Nostalgia: Racism and the Extreme Right (“Políticas da Nostalgia: racismo e extrema direita”).
Douglas Pratt, especialista em terrorismo religioso pela Universidade de Auckland e autor de Religion and extremism: Rejecting diversity (“Religião e extremismo: rejeitando a diversidade”), afirmou à reportagem que a imagem de uma sociedade pacífica, tolerante e pluralista ignora expressões religiosas e políticas de antipatia, e de franca hostilidade, em relação aos muçulmanos. “O contexto da tolerância benigna da Nova Zelândia está sendo testado.” O Brasil divulgou nota em que “condena veementemente os ataques terroristas direcionados à comunidade muçulmana de Christchurch”. “O Brasil reitera firme repúdio a todo e qualquer ato de terrorismo, independentemente da motivação”, afirmou o comunicado do Itamaraty.
Eu acho...
“Os atentados contra as duas mesquitas foram um eco do massacre perpetrado pelo norueguês de Anders Breivik (em 22 de julho de 2011). Tal extremismo violento acredita que a ação tomada servirá como gatilho para um movimento ainda maior, capaz de remover ou eliminar os imigrantes, e especialmente, os muçulmanos. Como estratégia, isso inevitavelmente fracassa, pois geralmente produz reação oposta, ao provocar apoio às comunidades de muçulmanos e migrantes.”
Douglas Pratt, especialista em terrorismo religioso pela Universidade de Auckland (Nova Zelândia)
Depoimento
“É dificil ver alguém morrer”
“Tudo ocorreu entre 13h42 e 13h45 de ontem (sexta-feira). As orações teriam início às 14h. Eu estava dentro da Mesquita Masjid Al-Noor, no lado direito. Ele começou a atirar desde o portão principal. Foi algo tão alto (o barulho), que imaginei tratar-se de um curto-circuito. No entanto, o som era intermitente. Alguns poucos de nós conseguimos sair da mesquita usando a porta do lado direito. Nós corremos em direção ao quintal, onde normalmente as pessoas estacionam seus carros. Tive de correr entre 700m e 800m, antes de pular o muro. O barulho dos tiros não parou durante 10 a 15 minutos.
O som era muito alto. Quando a polícia chegou, corri até o outro lado da rua. Eu vi uma pessoa baleada no peito. A polícia veio e fez os primeiros socorros. Eu não consegui discernir claramente se o atirador dizia alguma coisa. Também não me aventurei a olhar para trás. Eu não posso explicar como o som dos tiros era alto. Depois, vi no vídeo que ele escutava músicas. Durante minha fuga, não vi corpos, pois não vi a parte de trás da mesquita, onde estavam mais pessoas. Ele estava matando a partir da porta principal. Havia muitas crianças e mulheres dentro da mesquita. Famílias inteiras frequentavam ali. Eu conhecia muitas das pessoas que morreram. É realmente muito triste ver alguém morrer diante de seus olhos.”
Mohan Ibn Ibrahim, 27 anos,
gerente de vendas, sobrevivente do massacre na Mesquita Masjid Al-Noor, em Christchurch