Almanaque Raimundo Floriano
Fundado em 24.09.2016
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, dois genros e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.


Correio Braziliense domingo, 30 de setembro de 2018

FLORES QUE TRANSFORMAM

 

Flores que transformam
 
 
Brindamos a chegada da primavera com histórias de pessoas que mudaram as vidas graças às plantas

 

Por Renata Rusky

Publicação: 30/09/2018 04:00

Embora seja um bioma rústico, o cerrado surpreende com a floração em meio a árvores tortuosas. A primavera começou oficialmente no último dia 23 e um olhar atencioso à capital é capaz de perceber as flores presentes por toda a cidade.
 
Sem estações do ano tão bem definidas, há até quem diga que, na capital, é primavera quase o ano todo. A professora Carmen Regina Mendes de Araújo Correia, do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade de Brasília (UnB), explica que, quando se fala na flora da capital, deve-se pensar nas plantas nativas do cerrado e nas plantadas, trazidas de fora. “As nativas florescem durante a seca, a partir de maio, até novembro. As de fora costumam florir principalmente na primavera”, explica.
 
O botânico José Antônio Paschi explica que, a partir de maio, o ipê-roxo começa a florescer e dura até o fim de julho. Em agosto, é a vez do amarelo, cuja floração vai até outubro. Enquanto o último segue decorando as paisagens brasilienses por mais tempo, duas outras cores aparecem e vão embora: a do ipê-branco, que acaba em setembro e dá lugar ao ipê-rosa, que desaparece em outubro com o amarelo.
 
Embora os ipês sejam alguns dos grandes símbolos da capital, não são os únicos. E o fim da floração deles não significa ausência total de flores. Em outubro, eles dão lugar à floração de flamboyant, que deixa Brasília mais alaranjada. Com a chegada das chuvas fortes, no fim do ano, as flores, então, dão uma brecha para voltar com tudo a embelezar a cidade no ano seguinte.
 
E, se aqui há flores o ano inteiro, há quem faça da própria vida uma primavera constante, sempre cercado por flores, cuidando das plantas e tentando alegrar os outros por meio delas. A Revista mostra histórias de quem tem uma relação especial com a flora, não abre mão da energia boa de tê-las em casa e também de quem ainda está descobrindo aos poucos esse universo.
 
Bruna Pelegio (e) fechou parceria com Sâmia Silveira: flores e decoração de mãos dadas (Arthur Menescal/Esp. CB/D.A Press)  
Bruna Pelegio (e) fechou parceria com Sâmia Silveira: flores e decoração de mãos dadas
Carreiras desabrochadas
 
Há cerca de quatro anos, a florista Bruna Maria Pelegio, 31 anos, transformou a própria vida, trocando de carreira. Formada em contabilidade, com um emprego bem técnico e no qual sentia que não usava criatividade para nada, acabou trabalhando com flores meio por acaso. “Era um ambiente muito formal, tradicional, machista”, reclama.
 
Uma amiga casaria no cartório, e Bruna se comprometeu a presenteá-la com um buquê. “Quando viram o resultado, foi uma comoção, porque acharam lindo. Então, ela pediu pra eu fazer o da cerimônia religiosa também.”
 
O que era para ser só uma demonstração de carinho para uma amiga, rendeu-lhe encomendas. “Muita gente sabia que eu estava insatisfeita com o emprego. Acharam que eu estava fazendo buquês profissionalmente e começaram a passar meu contato. Fui aceitando os pedidos”, conta. Tornou-se “a moça do buquê”.
 
Mais do que uma mudança de carreira, para Bruna, foi uma transformação no estilo de vida. “Trabalhar com flores, conversar com as noivas, ser criativa: tudo isso é energizante”, justifica. Bruna sempre gostou de plantas e teve muito contato com elas. Ela se recorda de que a avó se gabava de que as flores dela desabrochavam duas vezes por ano.
 
Parceria
 
Nascida na fronteira entre o Brasil e o Uruguai, os avós plantavam quase tudo o que a família comia. “Na época da abóbora, comíamos abóbora. No inverno, ficávamos cheios de compota. Eu aprendi muita coisa com eles.” Mesmo assim, ela não se contentou com o ensino adquirido dos parentes e estudou muito, fez muitos cursos. “Como me sentia insegura por estar numa nova carreira, eu me esforcei ainda mais.”
 
No processo de trocar de trabalho, Bruna percebeu que era muito mais inventiva do que pensava. Até os 26 anos, tinha certeza de que criatividade era uma habilidade com a qual não havia nascido, portanto, começar a trabalhar com flores foi também uma experiência de autoconhecimento.
 
Um dos maiores desafios para Bruna foi quando as noivas começaram a pedir que ela fizesse não só os buquês, mas toda a decoração das cerimônias. Ficou com receio: “Não era mais só flor. Exigiria mais”. Foi quando decidiu que precisava de alguém com quem dividir as responsabilidades, que tivesse essa parte do expertise.
 
Por coincidência, a mulher de um amigo de infância do marido de Bruna estava decidida a se dedicar a decorações de festa. E comentou despretensiosamente em um jantar dos dois casais. Arquiteta, Sâmia Ferreira Silveira, 33, era quem Bruna procurava. Ela não tinha o conhecimento das flores, mas tinha de decoração. As duas se uniram e mais uma “moça do buquê” entrava em cena.
 
Sâmia conta que, desde que começou a trabalhar com flores, passou a se conectar mais com a natureza. “Meu olhar mudou. Aonde eu vou, reparo nas plantas, nas flores. Hoje, nenhuma viagem é como antigamente. No meu percurso para casa, eu presto atenção em toda flor. É um estudo constante.”
 
Além disso, ela percebe que não tem comparação trabalhar em um ambiente cercado de plantas, como é o ateliê delas, e em um escritório. “Tanto na arquitetura quanto em eventos, as plantas humanizam, oxigenam, transformam a energia do lugar”, afirma Sâmia.
 
Mas nem tudo são flores. O trabalho é pesado. Ficam em pé durante muito tempo, carregam peso pra lá e pra cá. “É claro que tem o glamour da flor, símbolo de beleza, de fertilidade, e é uma bênção trabalhar com elas, mas não deixa de ser um trabalho”, admite Bruna.
 
 (Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press)  
 
 
As flores também mudaram a carreira de Roxane Ayres (foto), 37. Psicóloga de formação, mudou-se de Fortaleza para Brasília por conta do marido, funcionário do governo. Ambos sempre pensaram em abrir um negócio. Decidiram, então, trazer uma franquia da floricultura Luxo Natural para a capital do país. Para Roxane, fazia sentido trabalhar com algo de que sempre gostou: flores.
 
Ela relembra que, quando era criança, o pai tinha um catálogo de fotos com flores de Holambra. “Eu pegava aquele livro e ficava admirando, tentando aprender um pouco mais sobre cada flor”, conta. Quando saía para comprar pão, o pai também sempre voltava com um ramo de flor resedá para lhe dar. “Ele pedia a uma mulher, em uma casa no caminho”, conta.
 
Por influência do pai, passou a ter um carinho especial pelas flores. A casa dela, inclusive, estava sempre florida, mesmo antes de ser dona da floricultura. Talvez, também por conta da influência do patriarca, ela tenta desmistificar a ideia de que só mulheres devem ganhar flores. Os presentes que dava a amigas e amigos todo mundo já sabia antecipadamente: flores. Ela garante que sempre surpreendia por conta da variedade de espécies, dos arranjos diferentes.
 
A loja de Roxane trabalha com arranjos que vêm acompanhados de alguma mensagem, que pode ser personalizada. “Vender flores é um desafio, porque precisamos entender o que aquela pessoa quer dizer para quem vai ser presenteado”, afirma Roxane.
 
Jornal Impresso

Correio Braziliense sábado, 29 de setembro de 2018

RORIZ: BRASÍLIA SE DESPEDE DO EX-GOVERNADOR

 

JOAQUIM RORIZ »Brasília se despede do ex-governador
 
Cerca de 5 mil pessoas acompanharam o sepultamento do ex-governador Joaquim Roriz no Cemitério Campo da Esperança. Flores e balões azuis, além de música e jingles de antigas campanhas eleitorais, marcaram a cerimônia

 

» ALEXANDRE DE PAULA
» ANA VIRIATO
» LUIZ CALCAGNO

» CÉZAR FEITOZA
» TARCILA REZENDE
» VICTOR GAMARRO
Especiais para o Correio

Publicação: 29/09/2018 04:00

O corpo de Joaquim Roriz deixou o Memorial JK em um caminhão do Corpo de Bombeiros, que passou pela Esplanada dos Ministérios e pela L4 antes de alcançar a Asa Sul (Valerio Ayres/CB/D.A Press)  
O corpo de Joaquim Roriz deixou o Memorial JK em um caminhão do Corpo de Bombeiros, que passou pela Esplanada dos Ministérios e pela L4 antes de alcançar a Asa Sul


 (Valerio Ayres/CB/D.A Press)  


 (Valerio Ayres/CB/D.A Press)  
 
Ao governador que comandou Brasília por quatro vezes, um adeus marcado pela devoção de familiares, autoridades e simpatizantes. Com flores e balões azuis, faixas de agradecimento, bandeiras, botons e jingles, cerca de 5 mil pessoas prestaram, ontem, as últimas homenagens a Joaquim Roriz. Em meio à cerimônia fúnebre, entre sorrisos e lágrimas, narraram histórias construídas com o ex-governador ao longo de cinco décadas de vida política. Despediram-se do homem que redesenhou o Distrito Federal e ressaltaram: “o legado permanece vivo”.

O ex-governador morreu, aos 82 anos, na manhã de quinta-feira, após três paradas cardíacas e mais de um mês internado na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Brasília. Roriz conviveu por mais de uma década com um quadro grave de insuficiência renal. O patriarca da família deixa a viúva, Weslian, com quem era casado havia 58 anos, três filhas — Wesliane, Jaqueline e Liliane — e quatro netos.

Sob comoção, o velório de Roriz estendeu-se da tarde de quinta-feira à manhã de ontem. Em uma das entradas do Memorial JK, onde ocorreu a cerimônia, foram deixadas mais de 60 coroas de flores. No culto ecumênico, iniciado às 9h, dom José Freire Falcão, cardeal e arcebispo emérito de Brasília, exaltou o histórico do ex-governador. “Roriz, como cidadão, político, esposo, cristão e gestor público, se abrirá eternamente às pessoas, mesmo àquelas que não foram contigo na vida terrena”, disse.

Responsável pela primeira leitura, Jaqueline Roriz não conteve a emoção. Ao fim, um dos presentes gritou: “Samambaia te ama”, em referência a uma das cidades criadas pelo ex-governador. Joaquim Roriz Neto escolheu a música Raridade, de Anderson Freire, para homenagear o avô. Em discurso, lembrou as palavras do senador e ex-presidente da República José Sarney sobre o patriarca da família: “Quem construiu Brasília foi JK, mas quem a consolidou como cidade moderna foi Joaquim Roriz.”
 
Andorinhas
 
O trajeto do cortejo teve início por volta das 10h. Após a realização da missa, um caminhão do Corpo de Bombeiros transportou o corpo do ex-governador. Ao deixar o Memorial JK, seguiu pela Esplanada dos Ministérios até o Palácio do Planalto, virou na L4 Sul e, pelo Setor Policial Sul, alcançou o Campo da Esperança, no fim da Asa Sul. A todo instante, o veículo recebia buzinas em sinal de apoio. Ao som de uma das músicas preferidas de Roriz, Andorinhas, do Trio Parada Dura, admiradores aguardavam a chegada do caminhão ao Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. Uma das responsáveis pela caixa de som, a autônoma Geralda Rodrigues, 48 anos, disse que o tempo não é de choro, mas “de lembrar, felizes, o que ele fez pela cidade”.

No local, uma salva de palmas recepcionou Roriz à Ala dos Pioneiros. Muitos entoavam o nome do ex-governador e destacavam agradecimentos. Com um vestido caracterizado pelo pano da faixa da campanha de Weslian Roriz ao GDF, em 2010, e uma foto com Liliane Roriz, caçula do clã, guardada na bolsa, a aposentada Luzinete Maria de Oliveira, 67, tinha dificuldade de conter as lágrimas. “Moro em Samambaia. Cheguei ao Distrito Federal solteira, com cinco filhas para cuidar. Ele nos deu moradia, pão, leite, cesta básica, dinheiro do gás e um emprego”, conta.

As filhas cresceram e estão casadas. Duas moram em casas erguidas no lote da mãe. “Na derradeira campanha dele, eu ganhei uma faixa com o nome da dona Weslian. Paguei R$ 30 para uma costureira transformar em vestido e pedi que fosse feito com zíper, e não com botões. Queria uma coisa bem-feita”, relata. “Quando as minhas filhas souberam que ele tinha morrido, ficaram preocupadas com a minha saúde. Roriz ajudou a minha família toda. Teve gente que ganhou um lote para morar e outro para comércio”, recorda.

A comoção de Luzinete refletia-se nos olhos de centenas de outros admiradores. “Roriz morreu”, refletiu, em voz alta, o aposentado Carlos Alberto Batista, 67, de Samambaia. Vítima de dois acidentes vasculares cerebrais e com dificuldades na fala, ele se esforçou para pronunciar corretamente as palavras, que saíram com dor, entre lágrimas. “Para o meu pai, era o enterro de um parente. Trabalhamos em várias campanhas dele, éramos recebidos na casa do ex-governador. Não fomos beneficiados por nenhum programa do governo. Simplesmente, acreditamos nele”, explicou a filha, a autônoma Delaine Silva, 27. “O meu pai queria ter ido ao velório, mas, por causa da saúde dele, preferimos vir para o enterro”, acrescentou.

Ao chegar ao Campo da Esperança, a multidão recebeu o ex-governador com uma salva de palmas (Valerio Ayres/CB/D.A Press)  
Ao chegar ao Campo da Esperança, a multidão recebeu o ex-governador com uma salva de palmas


Exemplo e luta
 
No momento do sepultamento, formou-se um cordão humano para proteger a família Roriz. Mais afastado da multidão, o servente de pedreiro José Vieira, 52, deixou de comparecer ao trabalho para prestar homenagem a Roriz. Ele também mora em Samambaia. “É Deus lá em cima, e Roriz aqui embaixo. Esse homem é um exemplo para os políticos que estão aí”, disse.

Dezenas de flores brancas cobriram o túmulo. Após a saída de familiares, os simpatizantes se aproximaram e entoaram o jingle da campanha de 2002 de Roriz, época em que o político venceu Geraldo Magela nas urnas. “Roriz é um trabalhador de braços dados com a luta do meu povo”, cantaram, por minutos, até o esvaziamento do local.
 
Jornal Impresso
 

Correio Braziliense sexta, 28 de setembro de 2018

RORIZ: ADEUS AO ÍCONE DA POLÍTICA NO DISTRITO FEDERAL

 

Adeus ao ícone da política no DF
 
 
Uma multidão se despede desde ontem do ex-governador, que morreu aos 82 anos, após uma década com um grave quadro renal

 

» HELENA MADER

Publicação: 28/09/2018 04:00

 
"Agradeço à população de Brasília, que sempre confiou em mim e me deu condições de fazer tudo o que fiz" 

Joaquim Roriz, em sua última aparição pública, em 4 de agosto de 2015

Quando o assunto é Joaquim Domingos Roriz, não existe meio termo. O político mais importante da história do Distrito Federal era adorado por alguns com devoção quase religiosa. Por outros, era chamado de populista e demagogo. Entre as duas correntes, um consenso: nenhum brasiliense é indiferente à história do ex-governador, que comandou a capital por quatro vezes e se orgulhava de nunca ter perdido uma eleição.
 
Joaquim Roriz morreu ontem, aos 82 anos, depois de conviver por uma década com um quadro grave de insuficiência renal. O patriarca da família deixa a viúva, Weslian, com quem era casado há 58 anos, três filhas, Wesliane, Jaqueline e Liliane, e quatro netos. Também deixou órfãos milhares de candangos, especialmente moradores de cidades criadas por ele, que o chamam carinhosamente de “pai Roriz”. O enterro será hoje, às 11h, no Cemitério Campo da Esperança.
 
Depois de três paradas cardíacas e de uma traqueostomia, o coração do ex-governador parou de bater às 7h50 do Dia de São Vicente de Paulo, conhecido como guardião dos pobres. O corpo foi velado no Memorial JK, em uma cerimônia que traduziu sua ligação próxima com o povo da capital federal e mostrou sua força política.
 
Cobertas por bandeiras azuis de campanhas passadas, estampadas com o nome de Roriz, ou com fotos do ídolo nas mãos, milhares de pessoas esperaram sob o sol forte a vez de dizer adeus. Pelo menos duas mulheres passaram mal e desmaiaram, uma delas ao lado do caixão. Entre orações, lágrimas e lamentos, anônimos cruzaram o corredor do Memorial para a última homenagem.
 
Tristeza
A disposição do desempregado Sebastião Barbosa, 61 anos, traduzia a devoção popular com relação ao político. Ele não se satisfez com apenas um adeus e enfrentou a fila duas vezes para ver o corpo de Joaquim Roriz. “Eu Já perdi a minha mãe e o meu pai. Mas a tristeza hoje é diferente”, explicou. Sebastião chegou à capital em 1962, e teve a adolescência marcada por invasões. “Até que o Roriz me deu uma casa. Depois disso, independentemente do partido, eu sempre estava nos comícios dele, porque ele era um cara humilde, ajudava os pobres”.
 
Familiares
O homem que marcou a história política do Distrito Federal — e que apreciava percorrer as ruas das cidades em busca de votos — morreu a apenas 10 dias das eleições. Sete candidatos ao governo compareceram à despedida, além de parlamentares, antigos colaboradores, amigos e familiares. Vestidos de preto, filhas e netos permaneceram ao lado do caixão durante quase todo o velório.
 
Dona Weslian, devastada pela perda do companheiro de quase seis décadas, só chegou ao local depois das 17h e precisou de amparo. Liliane Roriz, a caçula do patriarca, traduziu o sentimento da família. “Não tem político que cuidou mais de Brasília do que meu pai. Então, quero convidar Brasília para se despedir de Roriz, esse homem tão querido e que tanto fez pela cidade. Será uma despedida difícil, mas espero que Brasília nunca o esqueça.”
 
 
 
Vida política
 
» Vereador de Luziânia:  1962 a 1965 
» Deputado estadual de Goiás: 1979 a 1982 
» Deputado federal por Goiás: 1983 a 1986
» Prefeito interventor de Goiânia: 1987 
» Vice-governador de Goiás: 1987 a 1988 
» Ministro da Agricultura:  (15/3/1990 a 30/3/1990)
» Governador indicado por Sarney: 1988 a 1990
» Governador do DF: 1991 a 1994 DF (eleito)
» Governador do DF: 1999 a 2002 DF (eleito)
» Governador do DF: 2003 a 2006 DF (eleito)
» Senador: 2007
» Candidato ao governo: 2010
» Desistência da candidatura e lançamento de Dona Weslian: 2010 
 
 
Vida pessoal
 
»  Nascimento: 4 de agosto de 1936
»  Local de nascimento: Luziânia
»  Pais: Lucena Roriz e Jerzuleta de Aguiar Roriz
»  Casado com Weslian do Perpetuo Socorro Peles Roriz desde 1960
»  Filhos: Wesliane, Jaqueline e Liliane
»  Netos: Bárbara Maria, Juliano, Rodrigo e Joaquim Neto
 
Jornal Impresso
 

Correio Braziliense quinta, 27 de setembro de 2018

MORRE JOAQUIM RORIZ, AOS 82 ANOS

 

Morre, aos 82 anos, Joaquim Roriz, ex-governador do Distrito Federal

Doente renal crônico e diabético, Roriz estava internado desde 24 de agosto. Governador do DF por três mandatos, ele ficou 14 anos à frente do Palácio do Buriti e foi símbolo de admiração e polêmicas ao longo da trajetória política

O ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz morreu nesta quinta-feira (27/9), em Brasília, aos 82 anos. O político passou os últimos momentos de vida ao lado das filhas e da esposa, Weslian Roriz. Ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Brasília desde 24 de agosto. Na quarta-feira, seu estado de saúde se tornou crítico devido a uma infecção pulmonar.

“Estamos devastados, mas tenho certeza de que não é só nossa família que sente essa perda. É Brasília toda. Ele foi uma pessoa muito boa para Brasília, que merece todo o carinho do mundo e está descansando agora”, afirmou o neto do ex-governador Joaquim Roriz Neto.

Em nota, o governador Rodrigo Rollemberg informou que decretou luto oficial de três dias no DF e afirmou que a morte de Roriz “abala a todos brasilienses que o acolheram e que receberam dele em troca muito trabalho e realizações de toda a ordem”. “À Dona Weslian, suas filhas Liliane, Jaqueline e Wesliane, aos netos e aos milhões de brasilienses que sempre tiveram muito apreço e respeito ao ex governador meus pêsames, minhas orações e as de Marcia, para que consigam superar esse momento difícil”, afirmou.

O quadro clínico do ex-governador Roriz vinha se agravando dia após dia, desde meados de 2013. Há um ano, em 26 de agosto do ano passado, o político goiano foi submetido à amputação da perna direita, abaixo do joelho, e de dedos do pé esquerdo. Quatro dias depois, voltou a ser hospitalizado no Hospital do Coração do Brasil, na Asa Sul. Apesar de ser um procedimento agressivo, o ex-governador nem sequer percebeu que havia perdido parte do corpo, segundo Dona Weslian.

A decisão pela amputação foi tomada pela equipe médica que cuida de Roriz, para evitar necrose dos membros com o comprometimento da circulação dele, que tem diabetes. Em junho do mesmo ano, o ex-governador passou por um procedimento para melhorar a circulação e a saúde dele chegou a melhorar com a implantação de um stent, para desobstruir as artérias.

Em 1º de fevereiro último, o Correio publicou a reportagem que caiu como uma bomba no cenário político local. Um laudo do Instituto de Medicina Legal, da Polícia Civil do DF, ao qual a coluna Eixo Capital teve acesso com exclusividade, apontou que Roriz havia sido diagnosticado com “síndrome demencial, de etiologia mista, Alzheimer e vascular (CID10 F00.2 e F01.09), em estágio grave, com intensa repercussão sobre sua autonomia”. O exame consta de processo criminal em curso na 2ª Vara Criminal de Brasília. Trata-se de um incidente de sanidade mental, realizado para avaliar se o ex-governador tem compreensão da denúncia de corrupção que pesa contra ele. A resposta foi: não.

Doente renal crônico há mais de uma década, Roriz tinha de se submeter a sessões diárias de hemodiálise para filtrar o sangue. Entrou na fila por um transplante de rim em 2013, mas não pôde ser submetido ao procedimento porque não tinha condições físicas para resistir à operação. Em 2015, ele passou mal em casa. Os médicos diagnosticaram uma isquemia cardíaca, o que levou à necessidade de um cateterismo no Hospital do Coração, onde ele ficou internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Além disso, cinco anos atrás ele fez uma cirurgia para implante de três pontes de safena.

Trajetória

Joaquim Domingos Roriz nasceu em Luziânia (GO), distante 66km da capital federal. Foi governador do Distrito Federal por três mandatos. Ao todo, ficou 14 anos à frente do Palácio do Buriti. Em 1986, venceu a eleição para o cargo de vice-governador de Goiás. Seu primeiro mandato para comandar o DF veio pelas mãos do ex-presidente da República José Sarney em 1988 — à época, a capital não elegia seus gestores, o que ocorreu com a promulgação da Constituição Federal em outubro do mesmo ano.

Roriz integrou o ministério do ex-presidente Fernando Collor de Mello, em 1990. O goiano foi ministro da Agricultura e Reforma Agrária por 14 dias. Renunciou ao cargo para concorrer ao Palácio do Buriti. Ganhou a eleição e chefiou o Executivo local entre 1991 e 1995. Ficou conhecido pela política habitacional de distribuição de lotes em áreas públicas, criando cidades como Ceilândia, Samambaia, Recanto das Emas, entre outras.

O terceiro mandato de Roriz começou em 1999 e durou até março de 2006, quando renunciou em favor de sua vice, Maria de Lourdes Abadia, para lançar-se candidato ao Senado. Sua sucessora disputou a reeleição para permanecer no cargo até 2010, mas foi derrotada no primeiro turno por José Roberto Arruda. Roriz renunciou ao cargo em julho do mesmo ano, quando foi descoberto um esquema de propina envolvendo o banco BR, escapando do processo de cassação do mandato que poderia deixar 8 anos inelegível.

Antes de iniciar a vida política em Brasília, Roriz também foi eleito deputado estadual (1978), deputado federal (1982) e vice-governador do estado de Goiás (1986). Além disso, foi prefeito de Goiânia, como interventor, entre 1987 e 1988. O político deixa a mulher Weslian Roriz e três filhas, Wesliane, Liliane e Jaqueline Roriz. Esposa e filhas também fazem parte do cenário político do DF.

Aclamado e odiado

Roriz começou a vida política no Partido dos Trabalhadores (PT) em Goiás, mas a admiração pela sigla, onde só havia pessoas “com ódio no coração”, segundo ele,  virou passado renegado. Aclamado pelo eleitorado, principalmente o das regiões mais carentes do DF, Roriz fazia discursos carregados de emoção, choro e apelos de forma humilde. Abraços, beijos e cochichos ao pé do ouvido de eleitores eram o estilo do ex-governador no corpo-a-corpo nas ruas.

Acumulou vitórias em mais de 30 anos de carreira política, com tropeços no português e o visível desconforto em cerimônias oficiais com autoridades. O governo dele no DF foi marcado pela remoção de favelas para assentamentos, conquistando seu eleitorado com a doação de lotes. As políticas direcionadas ao eleitor carente fazia com que a popularidade o colocassem sempre na liderança de pesquisas de intenção de voto.

No meio político, ele também ficou marcado pelo destempero e pelo envolvimento em muitas polêmicas. Foi alvo de inquéritos no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Precisou se defender de denúncias de racismo, improbidade administrativa, falsidade ideológica e crimes contra a fé pública. Em 1994, diante dos eleitores, xingou a tucana Maria de Lourdes Abadia enquanto fazia campanha para o aliado Valmir Campelo. A ofensa fez com que o PSDB migrasse o apoio para o PT, no segundo turno, em 1994, ajudando Cristovam Buarque (PT) a se eleger governador.

Ao assumir o terceiro mandato como governador do DF, em 1999, Roriz e equipe dele foram alvo de escândalos, com denúncias como as de desvios de verba do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), compra de merenda superfaturada e acordos de campanha com o bicheiro Manoel Dorso.

Relembre a trajetória da vida política de Joaquim Roriz

1962 a 1965: foi vereador de Luziânia, cidade no Entorno do DF 
1979 a 1982: exerceu o cargo de deputado estadual de Goiás 
1983 a 1986: exerceu o cargo de deputado federal por Goiás 
1987: eleito prefeito interventor de Goiânia (GO) 
1987 a 1988: foi vice-governador de Goiás 
15/3/1990 a 30/3/1990: exerceu cargo de ministro da Agricultura 
1988 a 1990: foi governador indicado por José Sarney 
1991 a 1994: segundo mandato de governador do DF 
1999 a 2002: terceiro mandato de governador do DF 
2003 a 2006: quarto mandato de governador do DF 
2007: foi eleito senador 
2010: candidatou-se ao governo do DF, mas desistiu da candidatura e lançou a mulher Weslian Roriz 
2015: recebe o título de Cidadão Honorário de Brasília

 

   

Correio Braziliense quarta, 26 de setembro de 2018

ARMAS CONTRA O CÂNCER

 

Armas contra o câncer
 
No Correio Debate, especialistas discutem técnicas, drogas e tratamentos revolucionários no enfrentamento da enfermidade. O mal tem capacidade de, nos próximos anos, se tornar a principal causa de mortes, superando as doenças cardiovasculares

» OTÁVIO AUGUSTO
» MARÍLIA SENA*
» INGRID SOARES
Especial para o Correio

Publicação: 26/09/2018 04:00

O ministro Adeilson Loureiro Cavalcanti durante debate no jornal: em 2017, governo repassou R$ 4,6 bilhões ao SUS para tratamento da doença (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)  
O ministro Adeilson Loureiro Cavalcanti durante debate no jornal: em 2017, governo repassou R$ 4,6 bilhões ao SUS para tratamento da doença
Especialistas são unânimes: nos próximos anos, o câncer tomará o lugar das doenças cardiovasculares e se tornará a principal causa de morte. Com a mesma velocidade da incidência da enfermidade, pesquisadores, cientistas e médicos desenvolvem técnicas, drogas e tratamentos revolucionários para conter o avanço do mal. A lista de desafios é extensa: baratear tratamentos, facilitar acesso à assistência clínica, identificar precocemente doentes e difundir o conhecimento científico.

As autoridades brasileiras admitem a complexidade do tema. “À medida que vivemos mais, estaremos predispostos a doenças. O câncer é uma delas. Temos de estar preparados para esse enfrentamento”, admitiu o ministro em exercício da Saúde, Adeilson Loureiro Cavalcanti, durante o Correio Debate: “Oncologia no Brasil — Inovação no Tratamento e no Diagnóstico do Câncer”, realizado ontem, na sede do jornal, com patrocínio do Hospital Sírio-Libanês. Especialistas de diversas frentes participaram do evento, que foi transmitido em tempo real pelo site e pelas redes sociais do Correio.

O Sistema Único de Saúde (SUS) mais que dobrou os investimentos no setor. Em 2010, o governo federal destinou R$ 2,2 bilhões para tratamento. O valor passou para R$ 4,6 bilhões no ano passado. A rede oferece assistência integral aos doentes desde o diagnóstico até os procedimentos paliativos. Em 2017, foram realizados 11,5 milhões de sessões de radioterapia na rede pública.

Identificar precocemente o câncer e cuidar rapidamente aumentam a chance de sobrevida e diminuem os custos do tratamento, segundo Renata Oliveira dos Santos, técnica da Divisão de Detecção Precoce e da Organização de Rede de Atenção Oncológica do Instituto Nacional do Câncer (Inca). No tumor de mama, por exemplo, a detecção precoce salva 95% das pacientes.

Exames de rotina são grandes aliados nesse aspecto. “Há cânceres que evoluem de forma lenta. Outros, crescem de forma rápida e agressiva. Os exames de rotina são essenciais para identificar cada um deles e definir se é viável usar os sistemas de rastreamento e pesar riscos e benefícios. Nem todo tipo de câncer é possível rastrear”, afirma.
 
Prevenção
Polyana Medeiros, da Diretoria da Sociedade Brasileira de Mastologia, alerta que 85% das pacientes com câncer de mama que identificam a doença em estágio inicial não precisam de quimioterapia. “Esse dado é importante,  porque a gente oferece quimioterapia só para quem realmente precisa, e diminuiu os custos do Sistema Único de Saúde”, emenda.

O oncologista do Sírio-Libanês Rodrigo Medeiros também ressalta a importância da descoberta da doença ainda na fase inicial. O médico alerta que obesidade, sedentarismo, tabagismo e consumo exagerado de álcool aumentam os riscos de aparecimento da doença. “Não é azar ter câncer. É uma questão de estilo de vida. A maior chance é quando faz o diagnóstico precoce. Quando está em estágio avançado, são, em sua maioria, incuráveis”, diz. “A prevenção é a principal arma contra o câncer, e isso depende de cada um e das adoções de políticas públicas. O diagnóstico precoce também diminui os custos de gastos na saúde.”
 
*Estagiária sob a supervisão de Cida Barbosa

 Jornal Impresso


Correio Braziliense terça, 25 de setembro de 2018

MARTA, A DONA DA BOLA

 

A dona da bola
 
Atacante brasileira supera rivais, ganha prêmio de melhor do mundo pela sexta vez e bate recorde. Cristiano Ronaldo e Messi faltam à cerimônia que premia Luka Modric na disputa masculina

 

Publicação: 25/09/2018 04:00

Marta se emocionou ao receber o prêmio e agradeceu o apoio de fãs e profissionais com quem trabalha (Ben Stansall/AFP
)  
Marta se emocionou ao receber o prêmio e agradeceu o apoio de fãs e profissionais com quem trabalha
Marta voltou ao topo do mundo. A atacante brasileira foi eleita ontem a melhor jogadora do planeta pela sexta vez, um recorde entre mulheres e homens, em cerimônia realizada pela Fifa, em Londres. A jogadora do Orlando Pride, dos Estados Unidos, desbancou a norueguesa Ada Hegerberg e a húngara Dzsenifer Marozsán, ambas do Lyon, da França.
 
A brasileira não levantava o troféu desde 2010. Vencera também em 2006, 2007, 2008 e 2009. “Realmente estou sem palavras. É um momento fantástico. As pessoas falam para mim assim: você já esteve nesta posição muitas vezes. Todas as vezes você se emociona. Realmente, eu me emociono porque isso representa muito para mim”, disse Marta, sem esconder as lágrimas.
 
“Desde o primeiro momento em que eu enxerguei que a melhor coisa que eu fazia na vida era jogar futebol, um esporte tão fantástico, eu só tenho a agradecer. Primeiro a Deus, por me dar saúde constantemente para poder buscar os meus objetivos. Não podia deixar de agradecer as minhas companheiras do clube e da Seleção. As pessoas que estão comigo constantemente me dando suporte. E aos fãs e jornalistas. Isso é fantástico. É um momento mágico”, celebrou a jogadora de 32 anos.
 
Marta havia sido indicada pela 14ª vez ao prêmio por conta das boas performances tanto pelo Orlando Pride quanto pela Seleção Brasileira. Pelo time norte-americano, foi a vice-artilheira da National Women’s Soccer League (NWSL) no ano de 2017, com 13 gols, e ajudou a levar a equipe até as semifinais. Neste ano, Marta fez quatro gols e registrou o mesmo número de assistências em 17 partidas disputadas. Pela Seleção, liderou a equipe na conquista da Copa América, em abril, no Chile.
 
A maior rival da brasileira na disputa era Ada Hegerberg, de apenas 23 anos. A jogadora chegou à final do prêmio por liderar o Lyon na conquista do título da Liga dos Campeões da Europa. Ela já havia sido eleita a melhor jogadora da Europa em 2016. A outra finalista, Dzsenifer Marozsán, foi companheira de Ada na conquista europeia com a camisa do Lyon.
 
13 gols
Performance de Marta na National Women’s Soccer League em 2017
 
"Desde o primeiro momento em que eu enxerguei que a melhor coisa que eu fazia na vida era jogar futebol, um esporte tão fantástico, eu só tenho a agradecer. É um momento mágico”
 
Marta, atacante da Seleção Brasileira e do Orlando Pride
 
 
 

Correio Braziliense segunda, 24 de setembro de 2018

51º FESTIVAL DE BRASÍLIA DO CINEMA BRASILEIRO - PREMIAÇÃO

 


E o Saruê vai para a diversidade
 
 
A celebração do cenário audiovisual do DF chega ao fim com destaque para o filme Bixa travesty, que levou para casa o prêmio do Correio

 

Da equipe do Correio

Publicação: 24/09/2018 04:00

Equipe de Cultura entrega troféu (E); as homenageadas são as cantoras Linn da Quebrada e Jup do Bairro (D) (Matheus Dantas/CB/D.A Press)  
Equipe de Cultura entrega troféu (E); as homenageadas são as cantoras Linn da Quebrada e Jup do Bairro (D)


 (Matheus Dantas/CB/D.A Press)  
 
 
 
Depois de agitar a cena audiovisual brasiliense durante 10 dias, a 51ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro terminou em clima de festa e premiação. A cerimônia do “Óscar” da capital federal foi na noite de ontem com a participação do Correio Braziliense, responsável pela entrega do troféu Saruê, oferecido em homenagem à produção, ao profissional ou ao momento de maior destaque da edição do festival. A condecoração foi criada em 1996 e é concedida pela equipe de Cultura do jornal. Nesta edição, a estatueta, com design do artista plástico Francisco Galeno, foi para o longa-metragem Bixa travesty (de Kiko Goifman e Claudia Priscilla).
 
Bastante celebrado na sessão de sábado (22), o filme projeta mensagem de representatividade de gênero por meio de músicas e da biografia da contestadora performer Linn da Quebrada. O Saruê também ressaltou a participação da cantora  Jup do Bairro. A obra faturou ainda o troféu Candango de melhor trilha sonora e foi considerado o melhor filme pelo júri popular. O conteúdo chamou atenção num momento de extremismos e intolerância no Brasil e no mundo. No ano passado, o prêmio Saruê foi para o curta-metragem Afronte, de Bruno Victor e Marcus Azevedo.
 
Outros homenageados
 
Já quem ganhou o coração do júri oficial do 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro na categoria longa-metragem foi Temporada, filme de andamento sereno que mostra o dia a dia de uma trabalhadora de Minas Gerais. Considerado melhor longa-metragem pelo júri oficial, o filme do mineiro André Novais Oliveira levou outros quatro prêmios candangos. Além das interpretações de Grace Passô (melhor atriz) e do coadjuvante Russo BDR, ambos premiados, o filme se destacou pela fotografia e pela direção de arte. Em outras edições do festival de que participou, Novais também voltou para casa premiado por filmes como o curta Quintal (2015) e o longa Ela volta na quinta (2013). Filmes de realizadoras que tiveram boa representatividade nesta edição também foram premiados na cerimônia de encerramento ontem à noite no Cine Brasília (EQS 106/107).
 
Beatriz Seigner, do longa Los silencios, venceu como melhor diretora, com um filme que trata da difícil rotina de imigrantes latino-americanos. Outra obra dirigida por uma mulher, Gabriela Amaral Almeida, A sombra do pai, também se destacou com troféus de melhor som, melhor montagem e melhor atriz coadjuvante (Luciana Paes, habitual colaboradora de Gabriela). Diretores valorizados no ano passado no Festival de Brasília, Glenda Nicácio e Ary Rosa, responderam por mais sucesso no politizado evento da capital. Com o filme Ilha, a dupla formada na Bahia levou o prêmio de melhor roteiro (escrito por ambos) e ainda comemorou a valorização do trabalho de Aldri Anunciação, que teve a performance premiada levando para casa o título de melhor ator.
 
Outro filme que causou burburinho no evento, o documentário Torre das donzelas foi celebrado com prêmio especial do júri oficial, pelo “sensível, firme e inadiável encontro com nossa história”. Muito prestigiada pelo público, a mostra Brasília concentrou prêmios para as produções O outro lado da memória e New life S.A.. O primeiro obteve prêmios de melhor direção de arte, trilha sonora, melhor direção (André Luiz Oliveira) e melhor longa (pelo júri popular), enquanto New life S.A. conquistou os de melhor ator (Murilo Grossi) e de melhor longa-metragem.
 
 
 
PRÊMIOS OFICIAIS
 
Troféu Candango — Longa-metragem:
Melhor longa-metragem (Prêmio DOT Cine): Temporada
 
Melhor longa-metragem júri popular (prêmio Petrobras e prêmio técnico Canal Curta!): Bixa travesty
 
Melhor direção: Beatriz Seigner, por Los silencios 
 
Melhor ator: Aldri Anunciação, por Ilha
 
Melhor atriz: Grace Passô, por Temporada
 
Melhor ator coadjuvante: Russão, por Temporada
 
Melhor atriz coadjuvante: Luciana Paes, por A sombra do pai 
 
Melhor roteiro: Ary Rosa e Glenda Nicácio, por Ilha 
 
Melhor fotografia: Wilsa Esser, por Temporada
 
Melhor direção de arte: Temporada
 
Melhor trilha sonora: Bixa travesty
 
Melhor som: Gabriela Cunha, por A sombra do pai 
 
Melhor montagem: Karen Akerman, por A sombra do pai
 
Prêmio especial do júri: Torre das donzelas
 
Menção honrosa: Bixa travesty
 
 
Troféu Candango — Curta-metragem:
Melhor curta-metragem (prêmio técnico DOT Cine): Conte isso àquelas que dizem que fomos derrotados
 
Melhor curta-metragem júri popular (prêmio técnico CiaRio/Naymar): Eu, minha mãe e Wallace
 
Melhor direção: Nara Normande, por Guaxuma 
 
Melhor ator: Fábio Leal, por Reforma
 
Melhor atriz: Maria Leite, por Mesmo com tanta agonia
 
Melhor ator coadjuvante: Uirá dos Reis, por Plano controle
 
Melhor atriz coadjuvante: Noemia Oliveira, por Eu, minha mãe e Wallace
 
Menção honrosa de atriz coadjuvante: Rillary Rihanna Guedes, por Mesmo com tanta agonia
 
Melhor roteiro: Fábio Leal, por Reforma
 
Melhor fotografia: Anna Santos, por Mesmo com tanta agonia
 
Melhor direção de arte: Nara Normande, por Guaxuma
 
Melhor trilha sonora: Normand Roger, por Guaxuma
 
Melhor som: Nicolau Domingues, por Conte isso àqueles que dizem que fomos derrotados 
 
Melhor montagem: Gabriel Martins e Luisa Lana, por Plano controle
 
Prêmio especial do júri: Liberdade
 
MOSTRA BRASÍLIA - 23º TROFÉU CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL
 
Prêmios do júri oficial
Melhor longa-metragem (R$ 100 mil e prêmio CiaRio/Naymar): New life S.A.
 
Melhor longa-metragem júri popular (prêmio Petrobras e prêmio Estúdio Plug In): O outro lado da memória
 
Melhor curta-metragem (R$ 30 mil e prêmio Aquisição Prime Box): Entre parentes
 
Melhor curta-metragem júri popular (prêmio técnico CiaRio/Naymar): Terras brasileiras
 
Melhor direção (R$ 12 mil): André Luiz Oliveira, por O outro lado da memória
 
Melhor ator (R$ 6 mil): Murilo Grossi, por New life S.A.
 
Melhor atriz (R$ 6 mil): as presidiárias, por Presos que menstruam, representadas por Naiara Lima
 
Melhor roteiro (R$ 6 mil): Wesley Gondim, por Pra minha gata Mieze
 
Melhor fotografia (R$ 6 mil): Alan Schvarsberg, por Entre parentes
 
Melhor montagem (R$ 6 mil): Zefel Coff, por A praga do cinema brasileiro
 
Melhor direção de arte (R$ 6 mil): Moacyr Gramado, por O outro lado da memória
 
Melhor edição de som (R$ 6 mil): Olívia Hernandez, por Riscados pela memória
 
Melhor trilha sonora (R$ 6 mil): Vinícius Jibhajan, por O outro lado da memória
 
Prêmios do júri popular
 
Melhor longa-metragem (R$ 40 mil): O outro lado da memória
 
Melhor curta-metragem (R$ 10 mil): Terras brasileiras
 
Prêmio Petrobras de Cinema e prêmio Plug.in para o melhor longa-metragem: O outro lado da memória
 
Prêmio CiaRio/Naymar para melhor curta-metragem: Terras brasileiras
 
Prêmio CiaRio/Naymar para melhor longa-metragem: New life S.A.
 
Prêmio Prime Box Brazil para melhor curta-metragem: Entre parentes
 
 
FESTUNIBRASÍLA — 2º FESTIVAL UNIVERSITÁRIO DE CINEMA DE BRASÍLIA
Melhor direção: Flores, por Valdo Vergara e Henrique Bruch (PUC/RS)
 
Júri popular: A casa de Ana, de Clara Ferrer e Marcella C. De Finis (Universidade Federal Fluminense)
 
Melhor filme: Capitais, de Kamilla Medeiros e Arthur Gadelha
 
Menção honrosa: Um lugar ao sul, de Gianluca Cozza (Universidade Federal de Pelotas), e De vez em quando, quando eu morro, eu choro, de R.B. Lima (Universidade Federal da Paraíba)
 
 
OUTROS PRÊMIOS
Prêmio Saruê: para a participação de Linn da Quebrada e Jup do Bairro, no longa Bixa travesty
 
Prêmio Marco Antônio Guimarães: O outro lado da memória, de André Luiz Oliveira
 
Prêmio Conterrâneos de melhor documentário: O outro lado da memória, de André Luiz Oliveira
 
Prêmio Técnico Canal Brasil de melhor curta-metragem: Mesmo com tanta agonia, de Alice Andrade Drummond
 
Prêmio Abraccine de melhor filme de curta-metragem: Mesmo com tanta agonia, de Alice Andrade Drummond
 
Prêmio Abraccine de melhor filme de longa-metragem: Los silencios, de Beatriz Seigner
 
Prêmio Zózimo Bulbul — Fest Film Fest Uni: Impermeável pavio curto
 
Prêmio Zózimo Bulbul de melhor filme curta-metragem: Eu, minha mãe e Wallace
 
Prêmio Zózimo Bulbul de melhor filme longa-metragem: Ilha
 
MOSTRA CALEIDOSCÓPIO
Melhor filme prêmio oficial — prêmio técnico VOD Tamanduá e prêmio Aquisição Prime Box Brasil: Os sonâmbulos
 
 
Jornal Impresso

Correio Braziliense domingo, 23 de setembro de 2018

FAKE NEWS: A VERDADE SOB ATAQUE

 


FAKE NEWS, A VERDADE SOB ATAQUE
 
Território aberto para a farsaAs investidas das máfias das notícias falsas se intensificam. Basta abrir as mensagens do celular e os conteúdos nas redes sociais. Vai piorar a partir desta semana, em escala exponencial de uma guerra de guerrilha até o dia da eleição. Entrevistas com policiais, pesquisadores, marqueteiros, oficiais de inteligência, militares e políticos ao Correio revelam o que nos espera.
 

 LEONARDO CAVALCANTI

Publicação: 23/09/2018 04:00

 


Noventa horas. Entre os primeiros minutos da quinta-feira, 4 de outubro, e o último voto computado no domingo, dia 7, os produtores de fake news encontrarão um território aberto e sem lei. Será o período do vale-tudo eleitoral, quando os últimos programas de rádio e televisão estarão fechados, e a Justiça não conseguirá responder a tempo as ações das vítimas. Ao longo da última semana, o Correio entrevistou investigadores, magistrados, policiais, marqueteiros, acadêmicos, militares, agentes de inteligência e políticos. 

Em comum, uma resposta: ninguém sabe a dimensão dos estragos, mas a profusão de notícias falsas será inédita e servirá de marco para regulações. Se o período crítico está definido, os ataques se intensificaram, como já é possível verificar nas mensagens de WhatsApp e nos conteúdos das redes sociais. Deve aumentar o uso de robôs, algo que sinaliza a disseminação de informações suspeitas.

As máfias atuam de todos os lados, sem preferência partidária ou mesmo ideológica. Os maiores produtores de fake news trabalham perifericamente às campanhas oficiais, criando de simples sátiras até estratégias de disseminação de conteúdos inverídicos, feitas para enganar o eleitor, num ataque direto à democracia. “Os ataques aumentarão num ritmo crescente nestas duas semanas, mas nada será comparado aos três dias finais”, disse um marqueteiro. As campanhas têm treinado equipes para tentar neutralizar os ataques, num trabalho de defesa. “Nos últimos dias, não haverá canais tradicionais para defesa, e será impossível confiar na resposta dos juízes. Não vai dar tempo”, afirmou o homem, contratado por um candidato a governador e um deputado federal que tenta a reeleição.

Em entrevista ao Correio na noite da última quinta-feira, Fábio Malini, professor da Universidade Federal do Espírito Santo e coordenador do Laboratório sobre Imagem e Cibercultura (Labic), disse que a ação de plataformas como o Twitter e o Facebook derrubando páginas com material fraudulento ao longo dos últimos meses deve diminuir as fake news com formato noticioso. “São aquelas escritas com técnica jornalística, que parecem uma notícia real, alojadas em sites. Não é que elas não vão continuar, vão surgir em menor número”, afirmou Malini. Só em  setembro, o Facebook removeu 196 páginas e 87 perfis acusados de espalhar notícias falsas. A estratégia foi uma tentativa de neutralizar redes coordenadas de fake news a partir de contas falsas.

Malini acredita que os maiores ataques serão feitos por meio de vídeos e áudios falsos. “Isso, sim, vai se tornar viral a partir de agora”, disse o professor, um dos maiores pesquisadores de padrões de dados nas redes sociais brasileiras. Um dos áudios falsos foi divulgado na semana passada e envolvia o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), que supostamente gritava e chamava palavrões dentro do hospital. A família do político e o Hospital Albert Einstein se apressaram em negar o fato. A voz era a de um bom imitador do capitão reformado. Entre os integrantes de uma equipe de produtores de fake news, há artistas, dubladores, ex-jornalistas investigativos, técnicos em informática e até policiais, como lembrou um produtor de notícias falsas entrevistado pelo Correio ao longo da série de reportagens especiais sobre o tema. “Não é qualquer policial, tem de ser um oficial da PM para garantir a segurança do bunker. Caso ocorra alguma denúncia, ele precisa matar a investigação no início”, afirmou ele, que à época atuava em Goiás.

Outro caso recente e emblemático foi disseminado pelo vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSC), filho de Jair Bolsonaro. Enquanto o pai questiona a segurança das urnas eletrônicas — uma estratégia para deslegitimar o processo eleitoral caso seja derrotado —, Carlos tuitou uma fake news que indicaria o envio de códigos de segurança das urnas brasileiras para a Venezuela. Desta vez, quem desmentiu a informação foi o general Hamilton Mourão, vice na chapa do capitão reformado. Durante uma palestra em São Paulo, ao ser questionado sobre a farsa, Mourão foi veemente: “Isso é fake news, lógico. Minha gente, pelo amor de Deus”. Ao longo da semana, respondendo às próprias conjecturas de Jair Bolsonaro, os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Rosa Weber, fizeram a defesa das urnas e do processo eleitoral.

No gabinete no 9º andar no prédio principal e suntuoso do TSE, o secretário-geral Estêvão Cardoso Waterloo se ajeita na cadeira, faz uma pausa e responde: “A tratativa das notícias falsas para fins de propaganda é uma coisa grave, mas quando se ataca a urna com notícias falsas, quando a credibilidade da Justiça Eleitoral é atacada, a instituição é atacada. E precisa se defender”, disse ele. Um dos primeiros integrantes do Conselho Consultivo sobre Internet e Eleições, criado ainda em dezembro de 2017, Waterloo acompanhou todos os debates sobre fake news feitos na Corte ao longo dos últimos meses. “O problema é você ter ataques às vésperas das eleições. Se estamos tranquilos, fizemos um excelente trabalho. Mas temos consciência de tudo que está acontecendo neste momento”, disse ele. “Acho que é uma ideia de liberdade de expressão muito forte. É uma linha muito tênue, tendo os limites que a própria Constituição impõe.” A discussão sobre limites e liberdade está em todo o debate sobre fake news.

Em conversa com o Correio, oficiais do Centro de Defesa Cibernética, que integra o conselho consultivo do TSE, se mostram preocupados com a disseminação de fake news e acreditam que a sociedade será testada. “A grande questão é a quem poderemos atribuir os crimes. Mas é importante também a reponsabilidade de cada cidadão”, afimou o general Guido Amin Naves, comandante do centro, durante entrevista ao Correio. A responsabilidade pela investigação das fake news na disputa presidenciável é da Polícia Federal, deixando as Forças Armadas com atribuições relacionadas à defesa do Estado contra, pelo menos neste momento, ataques improváveis de outras nações. 

Robôs

À medida que as eleições se aproximam, as ações robotizadas aumentam. Levantamento da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da FGV revelou que perfis ligados a Bolsonaro e a Fernando Haddad (PT) apresentam os maiores percentuais de robôs que interagem com apoiadores, respectivamente 43% e 28% das cerca de três mil contas suspeitas. Há três semanas, um dos levantamentos da FGV — que tratava do atentado a Bolsonaro — foi alterado nas redes por supostos simpatizantes do candidato. Como lembra Mailini, os dados iniciais sobre a facada apontavam mais dúvida do que solidariedade entre internautas, porém, a viralização fake acabou mostrando o contrário.

Waterloo, do TSE, é prático sobre a defesa em relação aos próximos passos das fake news: “Neste momento, não dá para ficarmos fazendo estudos sobre determinado fenômeno. Neste momento, o juiz tem que decidir.” O maior de todos os testes da democracia está para começar.
 
 
Jornal Impresso

Correio Braziliense sábado, 22 de setembro de 2018

TAGUATINGA: PRAÇA DO RELÓGIO RENASCE COM ARTE

 

Praça do Relógio renasce com arte
 
Artistas de segmento animam, uma vez por mês, o público é símbolo de Taguatinga. Iniciado uma ajuda à antiga feira de artesanato, antes esvaziada pela violência

 

MARIANA MACHADO
Especial para o Correio

Publicação:  22/09/2018 04:00

Tereza, organizadora da feira de artesanato:  
Tereza, organizadora da feira de artesanato: "Uma música e a poesia trazem alegria, uma outra vida"
Principal ponto de referência de Taguatinga, a Praça do Relógio é frequentada diariamente por uma multidão apressada, moradores de rua, comerciantes e curiosos. Mas, na última década, os usuários de drogas, prostitutas e criminosos dominaram uma área. Pensamento em reivindicar o espaço público e promover o contato da população com a praça, foi criada uma Cesta Cultural, evento mensal que leva a esse nome por artistas e artistas, normalmente em uma sexta-feira.
 
Uma ideia surgiu do passado, de algumas pessoas, como o médico Júlio Carneiro, de 62 anos, do grupo Oficina pelas Cidades Fraternas, e o poeta Ronaldo Mousinho, de 66 anos, dos coordenadores do Celeiro Literário Brasiliense. Inicialmente, o encontro foi realizado na Praça 5 de Junho, mais conhecida como Praça do Coreto, no Pistão Norte. “No aniversário de 59 anos de Taguatinga, ela se foi por revitalização e nós não queremos deixar cair no abandono”, lembra Júlio.
 
Em cada Cesta Cultural na Praça do Coreto, havia uma atração diferente. Poetas, artistas plásticos, músicos e dançarinos que se manifestam durante toda a tarde. O mês de setembro foi o aniversário de 60 anos da cidade, em Administração Regional de Taguatinga convidou os organizadores a levar o evento à Praça do Relógio. Está à procura de uma bebida que é o tamanho de um espaço. A cultura é um instrumento de aproximação ”, defende Júlio.
 
Artesanato
 
Não há outro local, a Feira de Artesanato, que há oito anos ocupa a Praça do Relógio. Para uma organização da feira, Tereza de Jesus Pereira, 76, o lugar ganhou uma nova vida com uma Cesta Cultural. Estou muito orgulhosa. Melhorou 70% da praça, que era antes do terror. Há dois dias de feira, com oito artes, por causa do medo, conta Tereza, que trabalha como artes há 19 anos.
 
Voltamos a abraço da praça e eu sonhava com isso. Agora vem muita gente. Elas param, olham, compram. O pessoal da droga se afastou. Uma música e a poesia trazem alegria, uma outra vida ”, completa a feirante. Em segundo lugar, cerca de 45 colegas exibem os produtos, que são roupas, bonecas, acessórios, entre outros artigos.
 
Neste ano, houve três encontros na praça que é o coração de Taguatinga. O próximo está marcado para a tarde de 5 de outubro. O evento é gratuito e procura abordar temas diferentes a cada edição. Na próxima, uma temática será a criança. Em edições passadas, escolas foram convidadas e alunos do ensino fundamental foram diversificadas. A lista de performances de outubro ainda será confirmada.
 
Júlio Carneiro, Eloy Barbosa e Ronaldo Mousinho: os moradores do projeto Cesta Cultural  
Júlio Carneiro, Eloy Barbosa e Ronaldo Mousinho: os moradores do projeto Cesta Cultural
A melhor idade presente
 
Entre os mais empolgados na hora de mostrar talento está na comunidade de idosos de Taguatinga. Quem encontra e visita os artistas é o engenheiro aposentado Eloy Barbosa, 72 anos. Morador da cidade desde 1971, ele conta que conhece todos. “Nós temos os códigos, declamamos poemas, instrumentistas e um coral”, ressalta.
 
Eloy, all the data show all the data and had a fila for waiting to as datas vindima. Ele faz parte do coral regido pelo maestro Célio de Oliveira. “O que está faltando para nós é um lugar para ensaiar. O nosso maior sonho foi trazer para Taguatinga uma orquestra nacional para se observar conosco ”, contou o aposentado que está animado em cantar como músicas de Villa-Lobos.
 
Os idosos também fazem parte do Celeiro, que conta com mais de 100 artistas, entre poetas, cordelistas e artistas plásticos. “Mesmo com esse nome, toda uma comunidade pode ser parte do coletivo, estamos sempre abertos”, explicou Ronaldo Mousinho.
 
Para ele, um Cesta Cultural tem sido uma grande experiência de troca com uma comunidade, onde os artistas podem expor seus trabalhos e um pouco de conseguir participar e interagir. “A Praça do Relógio tem tradição, sempre foi um ponto de referência e um encontro da população, mas infelizmente está cheio de pessoas que não têm o mundo das drogas. Queremos colaborar com uma arte, porque ela pode nos libertar ”, destaca o poeta.
 
"A Praça do Relógio tem tradição, sempre foi um ponto de referência e um encontro da população (...) Queremos colaborar com uma arte, porque ela pode nos libertar"
Ronaldo Mousinho,  poeta

Jornal Impresso


Correio Braziliense sexta, 21 de setembro de 2018

CAMPANHA MILIONÁRIA PARA DEPUTADO FEDERAL NO DF

 

Os cinco milionários da corrida à Câmara Federal
 
 
Cinco candidatos do DF para uma vaga na Câmara dos Deputados contam com mais de R$ 1 milhão em recursos para investir na campanha. Com R$ 2,4 milhões, Flávia Arruda, mulher do ex-governador José Roberto Arruda, lidera o ranking
 

 

» ANA MARIA CAMPOS
» ANA VIRIATO
» ALEXANDRE DE PAULA

Publicação: 21/09/2018 04:00

Flávia Arruda recebeu quase o limite legal de gasto, de R$ 2,5 milhões (Ed Alves/CB/D.A Press)  
Flávia Arruda recebeu quase o limite legal de gasto, de R$ 2,5 milhões


Do total de R$ 1,854 milhão, Celina Leão recebeu 97% do partido (Reprodução da TV Brasília)  
Do total de R$ 1,854 milhão, Celina Leão recebeu 97% do partido


Paula Belmonte é mulher de um dos principais financiadores deste pleito (Luis Nova/Esp. CB/D.A Press)  
Paula Belmonte é mulher de um dos principais financiadores deste pleito


Laerte Bessa é correligionário de Flávia e aparece na segunda colocação (Ed Alves/CB/D.A Press)  
Laerte Bessa é correligionário de Flávia e aparece na segunda colocação


Filippelli é presidente licenciado do MDB e aparece em quinto na lista  (Antonio Cunha/CB/D.A Press - 23/5/14)  
Filippelli é presidente licenciado do MDB e aparece em quinto na lista



 
Dos 191 candidatos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a disputa pela Câmara dos Deputados pelo DF, cinco declararam arrecadação superior a R$ 1 milhão. Mulher do ex-governador José Roberto Arruda (PR), Flávia Arruda (PR) lidera a lista dos mais ricos, com R$ 2,4 milhões recebidos por meio de doações. O valor acumulado pela ex-primeira-dama é maior do que o embolsado por oito dos 10 concorrentes ao Palácio do Buriti — a empresária perde apenas para Rodrigo Rollemberg (PSB) e Alberto Fraga (DEM), cabeça de chapa da qual ela faz parte, formada por DEM, PR, PSDB e DC.

O limite legal de gastos na campanha pela Câmara dos Deputados é de R$ 2,5 milhões. Assim, Flávia está próxima ao teto. Todo o montante arrecadado, de acordo com o portal da Justiça Eleitoral, provém dos cofres do PR. A empresária é a principal aposta da legenda na disputa. Em 2014, ela chegou a concorrer à Vice-Governadoria na chapa de Jofran Frejat (PR). À época, o marido da ex-primeira-dama deixou a disputa às vésperas da eleição, mas reorganizou o grupo, colocando o médico na corrida pelo Buriti e a mulher como número dois da chapa.

Correligionário de Flávia, Laerte Bessa, que tenta a reeleição, recebeu, no total, R$ 2.002.300 — do montante, R$ 2 milhões foram doados pela legenda. Policial aposentado, ele conquistou 32.843 votos em 2014 e ficou com uma vaga no Legislativo federal, puxado pelo quociente da chapa, que contava com Alberto Fraga, deputado federal do DF mais votado naquele ano.
Na terceira colocação, aparece a distrital Celina Leão (PP), com R$ 1,854 milhão em arrecadação para a campanha. Prioridade do partido na disputa pela cadeira, a parlamentar recebeu R$ 1,8 milhão da direção nacional da sigla, o que representa 97% do total. À época da filiação e da negociação de coligações, Celina ganhou do presidente nacional da agremiação, Ciro Nogueira, a garantia de que não seria sacrificada para viabilizar acordos. O compromisso foi fator decisivo na escolha do PP por apoiar Ibaneis Rocha (MDB) e, não, Fraga ou Eliana Pedrosa (Pros) na disputa pelo Executivo local. Correligionário da deputada, Olair Francisco acumula R$ 614 mil, sendo R$ 600 mil de origem partidária.

Mulher de Luis Felipe Belmonte, um dos principais financiadores de campanha neste pleito, Paula Belmonte (PPS) investiu na própria candidatura R$ 1,451 milhão. Não constam, nos registros do TSE, recebimentos dos cofres da sigla. Paula e o marido estão em lados diferentes na eleição. Primeiro suplente do candidato ao Senado Izalci Lucas (PSDB), ele integra a chapa de Fraga. A empresária concorre na coligação de Rogério Rosso (PSD).

O ex-vice-governador e presidente licenciado do MDB, Tadeu Filippelli, ocupa a quinta posição, com R$ 1,055 milhão. Do total, R$ 1 milhão provém da direção nacional da legenda e outros R$ 53 mil do diretório regional. O emedebista concorre na mesma chapa de Celina Leão. Nas contas da coligação, os dois seriam eleitos. Integrante da coalizão que tem Ibaneis como candidato ao Buriti, Filippelli é o responsável pela articulação que levou o advogado à legenda.
 
Abaixo de R$ 1 mi
 
Na chapa de Rosso, destaca-se o distrital Julio Cesar (PRB), pastor da Igreja Universal do Reino de Deus. O parlamentar conta com R$ 516.343,47. Do montante, R$ 465 mil vem da legenda. Outros R$ 30 mil foram doados pelo aspirante ao Senado Fernando Marques (SD), o mais rico entre os candidatos do DF, conforme declaração de bens ao TSE. O PSD também desembolsou verba para o pastor: R$ 20,7 mil.

Neto do ex-governador Joaquim Roriz (sem partido), Joaquim Roriz Neto (Pros) concorre pela segunda vez à Câmara dos Deputados — nas urnas, usará o mesmo nome do avô. Em 2014, com uma campanha curta, conquistou 29.481 votos. Desta vez, com a peregrinação iniciada mais cedo, espera conquistar a vaga. No total, o candidato arrecadou R$ 489.090,01. Todo o valor saiu da direção nacional do partido.

Correligionário de Joaquim Roriz Neto, o senador Hélio José detém R$ 629.775 — montante investido pelo Pros em sua candidatura. O parlamentar, que ocupava a 1ª suplência de Rollemberg, chegou ao Congresso Nacional quando o socialista venceu as eleições para o Buriti, em 2014. Pelo mesmo partido, concorrerá Zé Edmar, que dispõe de R$ 150 mil, verba também doada pela sigla.

Na coligação que dá suporte à candidatura de Rollemberg, a ex-governadora Maria Abadia (PSB) acumula a maior cifra: 
 R$ 701 mil. Em seguida, aparece o correligionário e ex-secretário de Cidades, Marcos Dantas, com R$ 500 mil. Professor Israel, que concorre pelo PV, acumula 463.066.
 
Jornal Impresso

Correio Braziliense quinta, 20 de setembro de 2018

CRUZEIRO PREJUDICADO PELA VIDEOTRAPALHADA: UMA VERGONHA CONTINENTAL

 

Uma vergonha continental
 
Juiz paraguaio expulsa Dedé injustamente, com direito a consulta ao Árbitro de Vídeo (VAR), e prejudica o Cruzeiro. O time mineiro jogava mal, perdia por 1 x 0, e sofreu o segundo depois do cartão vermelho

 

Publicação: 20/09/2018 04:00

Dedé tenta explicar que não teve a intenção de agredir o goleiro Andrada (Eitan Abramovich/AFP
)  
Dedé tenta explicar que não teve a intenção de agredir o goleiro Andrada



Tiago Mattar
Enviado especial


Buenos Aires — O Cruzeiro não suportou a pressão do caldeirão da Bombonera e acabou derrotado pelo Boca Juniors por 2 x 0, ontem, pelo jogo de ida das quartas de final da Copa Libertadores. Além do futebol burocrático, abaixo da crítica e sem força ofensiva, o time celeste foi bastante prejudicado pela arbitragem.

O paraguaio Eber Aquino, responsável pelo apito, expulsou Dedé injustamente em função de um lance acidental envolvendo o defensor cruzeirense e o goleiro argentino Andrada. Curiosamente, o juiz consultou o recurso de vídeo para confirmar a decisão. Mesmo com as imagens mostrando que Dedé visava apenas a bola quando atingiu o rosto de Andrada, Aquino não titubeou ao dar vermelho, respaldado pelo árbitro de vídeo Mario Diaz de Vivar. O clube xeneize abriu o placar com Zárate, aos 35 minutos do primeiro tempo. Aos 36, ampliou em finalização de Pablo Pérez, após falha grotesca do lateral-direito Edilson. Vale ressaltar que o Cruzeiro estava sem Dedé no instante em que sofreu o segundo gol.

Agora, o Cruzeiro terá uma tarefa muito difícil no confronto de volta, marcado para a quinta-feira, 4 de outubro, às 21h45, no Mineirão. Em função do revés por 2 x 0 na Bombonera, será obrigatório vencer por três gols de diferença para garantir a classificação no tempo normal. Se a Raposa triunfar por 2 x 0, a classificação será decidida nos pênaltis. O Boca poderá perder até por dois gols de diferença, desde que marque ao menos uma vez. Isso porque na Copa Libertadores existe o regulamento do gol qualificado como visitante.

Na saída do gramado, os companheiros defenderam Dedé. “É um choque, mas não é agressão, não é intencional, não é para vermelho. O árbitro foi rigoroso demais, foi lá, olhou a imagem, mas não é assim que funcionam as coisas também. O jogador foi cabecear a bola, fecha os olhos, não vê o que está na frente. Claro que o choque foi forte, mas foi exagerado o vermelho”, comentou o volante e capitão Henrique.

Responsável pela falha no lance do segundo gol do Boca Juniors, o lateral-direito Edílson também falou sobre o lance. “Eu não vi o lance, mas é difícil comentar. Houve o choque, mas não sei se teve intenção do Dedé, isso comprometeu muito, porque com um a menos ficou muito difícil”, comentou o jogador.
 
Jornal Impresso

Correio Braziliense quarta, 19 de setembro de 2018

MADURO: BANQUETE POLÊMICO

 

Banquete polêmico
 
Oposição venezuelana reage com fúria e indignação a vídeos que mostram o presidente Nicolás Maduro e a primeira-dama comendo carnes em um dos restaurantes mais caros do mundo, em Istambul, enquanto o país vive uma das piores crises humanitárias da história

 

RODRIGO CRAVEIRO

Publicação: 19/09/2018 04:00

 

Em rede nacional de televisão, o presidente prometeu retornar a Istambul: %u201CAgora, me chamam de sultão%u201D (Federico Parra/AFP

)  
Em rede nacional de televisão, o presidente prometeu retornar a Istambul: %u201CAgora, me chamam de sultão%u201D

 

 

 

O chef turco Salt Bae corta pedaços suculentos de chuleta de cordeiro...
 (Youtube/Reprodução)  
O chef turco Salt Bae corta pedaços suculentos de chuleta de cordeiro...

 

 

 

...e serve Maduro, que fuma charutos retirados de caixa com seu nome
 (Youtube/Reprodução)  
...e serve Maduro, que fuma charutos retirados de caixa com seu nome

 

 

 

Seguranças armados com fuzis mantêm guarda na porta da churrascaria (Youtube/Reprodução)  
Seguranças armados com fuzis mantêm guarda na porta da churrascaria

 

 

Cerca de 18 milhões de venezuelanos — 61% da população — vivem na extrema pobreza e perderam, em média, 11,7kg no ano passado. Presidiários têm se alimentado de ratazanas para driblar a fome. Em 2017, apenas 39,9% das famílias conseguiram comprar carne. A crise econômica e humanitária sem precedentes no país levou à fuga massiva para nações vizinhas. Em meio a esse contexto, dois vídeos gravados recentemente no restaurante Nusret-Et, em Istambul, mostram o presidente Nicolás Maduro se deliciando em um banquete regado a chuletas de cordeiro e fumando charutos. “Cilia, isso é somente uma vez na vida. Verdade?”, brinca Maduro, enquanto Nusret Gökçe (ou Salt Bae), chef turco e proprietário da churrascaria, corta pedaços da carne diante do chefe de Estado e de Cilia Flores, a primeira-dama. Em outra gravação, Maduro fuma charutos retirados de uma caixa estilizada com o seu nome e admira uma camiseta com a caricatura de Salt Bae.

As imagens semearam revolta na Venezuela e obrigaram o chef a retirar do Instagram vídeos, além de fotos nas quais posava com Maduro. Deputado da Assembleia Nacional Venezuelana e líder opositor acusado pelo Palácio de Miraflores de participação em um atentado contra o presidente, Julio Borges divulgou a gravação, em sua página no Twitter. “Enquanto os venezuelanos sofrem e morrem de fome, Nicolás Maduro e Cilia Flores desfrutam de um dos restaurantes mais caros do mundo, todo isso às custas do dinheiro roubado do povo venezuelano”, escreveu.

O partido Voluntad Popular, do também dirigente da oposição Leopoldo López (em prisão domiciliar), também externou sua indignação e exibiu um vídeo em que confronta as imagens de Maduro na Turquia e a situação de penúria na Venezuela. “Enquanto Maduro oferece a si mesmo banquetes e leva uma vida de luxo, comendo carne nos restaurantes mais caros do mundo, nós, venezuelanos, fazemos milagre para comer. Não há comida, não há medicamentos e #Madurosefartacomteudinheiro”, afirma a legenda no Twitter, ao replicar uma hashtag que viralizou.

Saudações
Na noite de segunda-feira, em pronunciamento no Palácio de Miraflores, Maduro confirmou que, ao retornar da visita oficial à China, fez uma “parada técnica” em Istambul. “Eu atendi a um convite para visitar o Centro Histórico de Istambul e almoçar com autoridades. (…) Nós compartilhamos de um restaurante famoso, o Nusret. Envio uma saudação ao Nusret. (…) Um homem muito simpático, ama a Venezuela.”

Ele voltou a abordar a passagem pela Turquia, ontem, em rede nacional de televisão. “Logo retornarei a Istambul. Fiz um tour em um museu lá e me sentei na cadeira de um sultão. Agora, eles me chamam de sultão Maduro”, brincou. Ele revelou que avalia se comparecerá à Assembleia Geral da ONU, no fim do mês, por temer planos para matá-lo. Também denunciou que um general reformado da Força Armada venezuelana conspira dos EUA e da República Dominicana. 

Por telefone, o médico Juan Guillermo Requesens Gruber, pai do deputado e preso político Juan Requesens, classificou de “escárnio total” o gesto de Maduro. “Aqui, não se consegue carne. Quando se pode obtê-la, é preciso arcar com preços elevadíssimos. Esses senhores se fartam em banquete com o dinheiro público, enquanto o povo passa penúria, sem acesso à alimentação adequada e sem medicamentos”, lamentou ao Correio. Ele contou que não vê o filho desde 7 de agosto, quando Juan foi detido. “Há 42 dias, não sabemos de Juan. Também não permitiram que advogados o visitassem. O regime é responsável pelo que ocorrer ao meu filho, que cumpre um regime dietético especial”, avisou.

Em Madri, onde se encontra exilado, o ex-prefeito de Caracas Antonio Ledezma disse à reportagem que o impacto das imagens de Maduro é “demolidor”. “O povo não tem comida, nem remédios. Enquanto isso, Maduro passeia em jatinhos, desfruta de banquetes e é protegido por dezenas de guarda-costas. As pessoas entendem que a desgraça enfrentada por elas é consequência das arbitrariedades do poder. Existe uma catástrofe que justifica a ativação do princípio de intervenção humanitária”, reclamou. “Maduro não repara na dor de uma mãe ao ver o filho minguar, sem um bocado de comida no estômago.”

 

Jornal Impresso


Correio Braziliense terça, 18 de setembro de 2018

HOSPITAL REGIONAL DE TAGUATINGA: 40 ANOS DE UM GESTO DE AMOR

 


40 anos de um gesto de amor

 

LUIZ CALCAGNO

Publicação: 18/09/2018 04:00

 (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)  
“Apesar de ter sido mobilizado todo esforço médico, 15 crianças nascidas no Hospital Regional de Taguatinga, no mês passado, não tiveram defesa para resistir ao estado de subnutrição em que se encontravam as suas mães.” É assim que começa a matéria do Correio Braziliense de 20 de setembro de 1978, que anunciava a criação do banco de leite humano da unidade de saúde. O primeiro do Distrito Federal e de todo o Centro-Oeste. À época, o quinto do país. Hoje, perto de completar 40 anos de existência, o equipamento público é referência técnica internacional para o trabalho de coleta e distribuição do alimento que salva vidas de bebês todos os dias.

No ano da fundação, mais de 90 recém-nascidos perderam a vida por doenças e infecções diversas. Enfermidades que o leite humano poderia prevenir. A quantidade de mortes caiu de lá para cá, mostrando a importância do banco. Passou de 20 para 10 a cada  mil nascidos vivos. Hoje, um bebê que nasce com menos de 1kg tem muito mais chances de se desenvolver e levar uma vida normal do que na década de 1970.
Wilson, Áurea, Cidalina, José, Iracema e Romilda: profissionais e doadoras que  fazem parte da história do banco ( Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)  
Wilson, Áurea, Cidalina, José, Iracema e Romilda: profissionais e doadoras que fazem parte da história do banco
Naquela época, o trabalho era de trincheira. Funcionários precisavam procurar materiais que ainda não eram utilizados no HRT. Também não dava para guardar o leite, que era levado para os bebês assim que as mães entregavam o alimento. Como era um serviço que não existia, foi preciso incentivar a amamentação para que, a partir daí, as mulheres doassem. Uma Kombi rodava pelas ruas de Taguatinga coletando os frascos. Fundador do banco do HRT, o pediatra Wilson Marra, hoje com 69 anos e aposentado da rede pública, recorda a batalha para fundar o espaço.

Criado em Taguatinga, ele se formou na Universidade de Brasília (UnB), fazia especialização em pediatria e tinha 29 anos. “Conhecia bem a cidade. Víamos os problemas que tínhamos com doenças e mortes de crianças internadas, principalmente recém-nascidos. Nessa época, entrei no Rotary Club de Taguatinga Norte. Foi quando surgiu a ideia de associar a entidade com o trabalho no hospital”, conta. De acordo com Wilson, foi necessário estudar, mergulhar em livros, experiências nacionais e internacionais, além de muitas estatísticas para criar o equipamento público do zero.

O resultado, segundo ele, foi a queda de cerca de 30% da mortalidade de bebês, principalmente recém-nascidos na unidade de saúde. Ele não esconde a emoção ao falar do projeto. “Junto com o banco, começamos um trabalho de estímulo ao aleitamento, e o Rotary ajudava economicamente. Muitas mães doadoras eram de baixo nível socioeconômico e ganhavam cestas básicas. Realmente, foi uma vitória. O leite é um remédio. Você consegue maior contato da mãe com o filho e a imunidade da criança que recebe o leite materno é muito maior”, destaca.

Militância pela vida
Fundadores do Rotary Clube de Taguatinga Norte, José Córdoba Solano, 89, e a mulher, Cidalina Martins Córdoba, 80, estiveram na linha de frente para a criação do banco. “O Wilson (Marra) estava muito preocupado. Começou a pensar em soluções para a mortalidade infantil e apresentou a ideia para o Rotary. Conversamos com a direção do hospital, mas ninguém tinha experiência, conhecimento”, recorda José. “Saíamos de Kombi chamando as pessoas. Havia muitas doadoras que eram de baixa renda, e chegamos a oferecer cestas básicas para elas”, completa Cidalina. O casal é conhecido por funcionários do HRT como os “avós do banco de leite”.
Auxiliar de operações de serviços do banco, Romilda Maria de Fraia, 54, é a funcionária mais antiga do local e coleciona amizades e histórias. “Tinha uma bebezinha que chamávamos de glamour por causa do jeito dela quando saiu. Ela chegou quase em pele e osso, bem magrinha. A mãe estava em tratamento de câncer quando engravidou e, depois que a filha nasceu, tinha dificuldades em amamentar.”

Amor
Maria Áurea dos Santos, 54, dona de casa e mãe crecheira, foi uma das doadoras do banco. Agora, a filha dela, Silvana dos Santos Chaves, 32, também é doadora. “Já tinha uma filha, mas comecei a doar leite em 1986, quando nasceu a Silvana. Depois, tive outras duas filhas e fiz doações em cada uma das gestações”, lembra. Áurea se emociona ao lembrar da época. “Era um gesto de amor. Estávamos salvando vidas. Minha filha herdou isso de mim”, relata, sem conter o choro.

Amiga de Áurea, Iracema Maria de Souza, 57, a conheceu no banco de leite humano ainda em 1986. As amigas não se separaram mais. “Doar é uma satisfação muito grande para a mãe. Eu tinha muito prazer nisso. Há muitas mães com o filho desnutrido, doente, precisando desse leite. Só a satisfação é recompensa para o que fiz”, declara.

Referência
Coordenadora das ações de aleitamento materno do banco de leite humano da Secretaria de Saúde, Miriam Oliveira dos Santos esteve à frente do ponto de doações do HRT entre 2004 e 2008. Ela destaca a importância nacional da criação do equipamento, que é referência na América Latina e nos países africanos de língua portuguesa. “A criação teve grande impacto na redução de doenças e da mortalidade. A rede de saúde do DF foi reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) por uma das estratégias que mais contribuiu para a redução da mortalidade infantil neonatal, e o HRT fez parte disso”, lembra.

Dentro do hospital, o banco mudou algumas vezes de lugar. Hoje, fica no ambulatório, perto da pediatria. “À época da criação do banco, existia um no Rio de Janeiro, dois em São Paulo e um no Rio Grande do Sul. Fomos o quinto. Não havia Secretaria de Saúde, e sim a Fundação Hospitalar. Hoje, o DF é destaque no Brasil e no mundo pela coleta de leite materno. Isso é graças a uma história de muitos funcionários militantes da causa do aleitamento materno espalhados pela capital e também de quatro gerações que acreditam na solidariedade e doam leite”, completa a gestora.
 
Para doar 
Interessadas em doar leite materno têm várias opções no Distrito Federal. Por telefone, basta ligar no 160, opção 4. Na internet, o site amamentabrasilia.saude.df.gov.br tem várias informações e orientações para lactantes. Além do site, mães também podem baixar o aplicativo Amamenta Brasília no celular. 
 
Fluxo constante
A demanda pelo leite humano nunca acaba nos hospitais. Para se ter uma ideia, no ano passado, o HRT recebeu e distribuiu 2.666 litros. Este ano, até agosto, foram 2.236l.
 
Jornal Impresso

Correio Braziliense segunda, 17 de setembro de 2018

MENINAS BOAS DE MATEMÁTICA

 


Elas participam dos cálculos
 
Projeto Menina que calculava aproxima estudantes do ensino fundamental da área de exatas. Trabalho voluntário ensina às alunas conteúdos mais avanços da matemática

 

LUIZ CALCAGNO

Publicação: 17/09/2018 04:00

Alunas da Escola Classe 407 Norte integram o projeto, que alcança outras três escolas públicas do DF (Minervino Junior/CB/D.A Press)  
Alunas da Escola Classe 407 Norte integram o projeto, que alcança outras três escolas públicas do DF
 
“Acho que todo mundo merece as mesmas chances de aprender e de ser feliz”, reivindica a estudante do 4º ano do ensino fundamental Ana Yasmin Santos, 9 anos. Ela e outras colegas da Escola Classe 407 Norte integram o projeto Menina que calculava, com o objetivo de promover, no futuro, a inclusão de mulheres em profissões da área de exatas, ainda predominantemente ocupadas por homens.
 
De livro na mão, a colega Vitória Passos, 10, concorda com Ana Yasmin. A menina conta que sofreu críticas por gostar de calcular, mas ela deu risada. “É minha matéria preferida. A raiz quadrada me completa”, sorri. E, no embalo dos números, das contas e das descobertas, até a compreensão de outros conteúdos melhorou, de acordo com Isabela Braga, 11 anos, que está no 5º ano. “Estou entendendo melhor a matemática, mas também outras matérias. Tudo que eu levar comigo me ajudará no futuro.” O projeto também atende alunos do Centro de Ensino Fundamental 316 de Santa Maria, da Escola Classe 5 do Paranoá e da Escola Classe 403 Norte.
 
A coordenadora da iniciativa, Lilah Fialho de Lima Simões, 26 anos, doutoranda em física da Universidade de Brasília (UnB), conta que o projeto começou em março do ano passado. “Temos 40 monitoras e 24 alunas por semana. O trabalho é voluntário e nosso objetivo é fazê-las se sentirem confortáveis na área de exatas. Queremos essas meninas questionando decisões, contas, a lógica usada para fazer um determinado cálculo. Que tenham a noção que errar não é problema. Que ninguém é burro por pensar diferente e que é possível estar certo mesmo assim. Faz sentido questionar para descobrir”, explica.
 
Inclusão
 
Outro exemplo de projeto da rede pública de ensino do DF voltado para a inclusão de jovens do sexo feminino na área de exatas é o meninas.com, que trabalha programação de computador no Centro de Ensino Médio Paulo Freire, na Asa Norte, no Centro Educacional Lago Norte, no Varjão, no Centro Educacional 7 de Taguatinga e no Centro de Ensino Fundamental 15 do Gama. Os trabalhos começaram em 2013, no Paulo Freire, e, hoje, a iniciativa conta com diversas estudantes que se formaram e cursam ciências da computação na UnB.
 
A primeira integrante do meninas.com a ingressar em uma universidade pública foi Kailany Rocha, que cursa o terceiro semestre em uma turma com 35 homens e quatro mulheres. “Sem o projeto, eu não teria optado por esse futuro. Temos que estimular as meninas a se aproximarem das exatas. Existe uma gama de profissões que a maioria das meninas não conhece. No boom do computador, nos anos 1990, a maioria das propagandas eram voltadas para os homens, mas mulheres desenvolvem códigos de programação desde o início”, observa.
 
Uma das idealizadoras do programa, a professora do Departamento de Ciência Computação da UnB Aleteia Patrícia Favacho de Araújo, explica que a exclusão das mulheres da área de exatas começa na infância e dentro de casa. “As meninas que escolhem computação têm o apoio familiar do pai, mãe, tio que trabalha na área. Há uma falta de apoio da família e da sociedade. Para as meninas, você dá boneca, louça, não dá um lego, um brinquedo de montar, que você dá para um filho”, avalia.
 
A professora destaca que o envolvimento das meninas nas exatas tem o poder de transformar essas ciências. “As meninas são diferentes dos meninos na forma de perceber a solução de um problema. Propõem saídas diferentes. Os meninos querem resolver um código, as meninas querem otimizar. As grandes empresas, Apple, IBM, Facebook, têm necessidade de contar com esses dois pontos de vista, para haver um equilíbrio. E mais, hoje, as mulheres consomem tecnologia desenvolvida por homens. Mas e se pudessem consumir produtos feitos por elas?”, questiona.
 
Incentivo
 
A diretora de Políticas e Programas de Inclusão Social do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Sônia da Costa destaca que a pasta lançou, junto com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o edital Meninas nas ciências exatas, que vai liberar verba para escolas públicas com iniciativas semelhantes ao Menina que calculava e ao meninas.com. “Incentivamos que estudantes universitárias interajam com alunas do ensino fundamental e médio e despertem o interesse pelas ciências exatas nessas meninas. As escolas podem pleitear participação até 5 de outubro”, conta.
 
O projeto prevê liberação de até R$ 90 mil para grupos de escolas que cumprirem os requisitos do programa. “Propiciamos bolsas de iniciação científica para alunas do ensino médio e verba para criação de grupos de estudo, clubes de ciência e pesquisas de problemas locais com viés nas ciências exatas”, detalha.
 
A subsecretária de Educação Básica da Secretaria de Educação do DF, Luciana Oliveira, destaca a importância dos projetos. “Na história do surgimento das profissões, tínhamos grupos majoritários masculinos e femininos. Antigamente, ou a mulher ia para o magistério, ou não tinha profissão. Isso cria um preconceito. Precisamos fomentar a mudança dessa realidade, trazer a igualdade de oportunidades”, ressalta.


Participe
O edital número 31/2018 do CNPq foi publicado no Diário Oficial da União em 20 de agosto. Escolas interessadas em participar do projeto Meninas nas ciências exatas têm até 5 de outubro para se inscrever. O proponente responsável por apresentar a proposta precisa ter o currículo cadastrado e atualizado na Plataforma Lattes, ter título de mestre e coordenar o projeto apresentado. Também é preciso um documento que comprove o vínculo da escola e do autor do projeto. Interessados podem tirar dúvidas no seguinte número: 3211-4000.
 
Jornal Impresso
 

Correio Braziliense domingo, 16 de setembro de 2018

BRASILEIRO QUER FARTURA E NÃO LIGA PARA O DESPERDÍCIO

 

Brasileiro quer fartura e não liga para desperdício
 
 
Brasileiros consideram importante despensa cheia e mesa farta e pouco se preocupam com planejamento de refeições ou técnicas de preparo, e têm pouco engajamento no combate a perdas. Arroz e carne são os produtos que mais vão para o lixo

SIMONE KAFRUNI

Publicação: 16/09/2018 04:00

 (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)  

"Tenho receitas para aproveitar o produto até o fim. Das cascas do abacaxi, por exemplo, faço chá”
Daniela Andrade, servidora pública



Ogosto do brasileiro por fartura e sabor é o principal responsável pelo desperdício de alimentos na mesa, da qual carnes e arroz são os itens que mais saem direto para o lixo. É o que revela pesquisa inédita no país, realizada pelo projeto Diálogos Setoriais União Europeia — Brasil, divulgada com exclusividade pelo Correio. No último dia da série Do lixo à mesa, a reportagem mostra o quanto a mudança no comportamento do consumidor, as inovações tecnológicas e as iniciativas dos elos finais da cadeia alimentar são relevantes para o combate às perdas, que chegam a 1,3 bilhão de toneladas por ano em termos globais e podem saltar para 2,1 bilhões de toneladas em 2030 se nada for feito para estancar a sangria.

O analista da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Gustavo Porpino, líder do projeto sobre desperdício nos Diálogos Setoriais UE — Brasil, ressalta que 68% dos entrevistados consideram importante que a despensa esteja cheia. “É um traço cultural presente, principalmente, na classe média, em função da compra dos alimentos ser a prioridade do orçamento familiar”, avalia. A pesquisa também mostra que 59% não dão importância se houver comida demais. “O gosto pela fartura é característico da cultura latina e aumenta a propensão ao desperdício, ainda mais que as sobras são consideradas ‘comida dormida’ e descartadas”, assinala.

Mais de 60% das famílias priorizam uma grande compra mensal de alimentos. “Quando a compra farta é combinada ao baixo planejamento das refeições eleva-se a probabilidade de desperdício”, argumenta. O estudo aponta ainda uma contradição: apesar dos dados, os consumidores não admitem o desperdício. “Para mudarmos o comportamento das pessoas, é preciso conseguir envolvê-las como parte do problema”, resume Porpino.

Realizada em três fases, a pesquisa, inicialmente, apurou o comportamento dos consumidores nos pontos de venda, mercados e feiras livres. “As pessoas dizem que fazem compras uma vez por semana, enquanto estão levando alimentos para duas, três semanas. O brasileiro compra mais do que consome”, explica o pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV) Carlos Eduardo Lourenço, especialista em comportamento do consumidor e analista do levantamento.

Na segunda parte da pesquisa, 1.764 pessoas foram questionadas sobre hábitos de preparo e alimentação, das quais 638 foram fiscalizadas durante uma semana. “Esse estudo corroborou que brasileiro não pode ter a menor sensação de que vai faltar comida. O desejo de fartura está alinhado à busca de sabor”, analisa Lourenço. Sem avaliar a geladeira ou a despensa, apenas o preparo e o consumo, a pesquisa revela que o arroz é o item mais desperdiçado: pelo menos 25% vai fora. “O que impressiona é que a carne, item agregado de maior valor, é tão desperdiçado quanto o arroz. E o comportamento não muda conforme classe social”, diz.


Fernanda Rocha vai mais vezes ao supermercado para comprar perecíveis e combater o desperdício (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)  
Fernanda Rocha vai mais vezes ao supermercado para comprar perecíveis e combater o desperdício



Hábitos
Na terceira fase do trabalho, houve uma varredura na internet para mapear hábitos de consumo. “Nos surpreendeu que 75% do debate sobre combate às perdas é feito por organizações. As pessoas não se engajam. Há uma primeira onda de atuação de empresas e instituições e não reverbera entre as pessoas. Não viraliza”, lamenta. Na opinião do pesquisador, os brasileiros têm vergonha de falar sobre desperdício e serem recriminados. “Precisamos trazer à luz essa consciência”, afirma.

Quando confrontados, os consumidores garantem controlar as perdas. A dona de casa Fernanda Rocha, 35 anos, diz que mudou os hábitos e agora vai duas a três vezes no supermercado para comprar os alimentos mais perecíveis, como legumes. “Ou opto pelo picado e embalado que já vem em porções menores”, conta. A servidora pública Daniela Andrade, 49, afirma fazer compras pequenas, ir duas vezes por semana ao mercado e utilizar integralmente os alimentos. “Tenho receitas para aproveitar o produto até o fim. Das cascas do abacaxi, por exemplo, faço chá”, pontua.

O aproveitamento integral dos alimentos é o ponto central dos cursos de gastronomia, ressalta Rafael Dantas, chef e professor do Instituto de Gastronomia das Américas (IGA), rede de escolas com 118 unidades em seis países, presente no Brasil há 10 anos com 46 unidades. “O Brasil começa a experimentar agora a diferença entre a culinária e a gastronomia, que é um conceito mais amplo, que aplica metodologia à cozinha”, esclarece.

Adotar padrões, pesos e medidas e estudar os alimentos evitam perdas e desperdício, ensina o chef. “Quando o aluno chega até nós tem apenas um conhecimento empírico. Em seis meses, pode-se dizer que joga fora apenas a embalagem”, diz. Só no mise em place, processo de separação e preparação, e no corte apropriado das carnes, com uso das partes menos atrativas em caldos e molhos, é possível economizar 60% do que se perderia e desperdiçaria, garante Dantas, que é especialista em buffets. “Uma vez que o que foi exposto não pode sequer ser doado, é necessário fazer cálculos precisos para não ter desperdício muito grande, sobretudo em restaurantes a quilo”, orienta.

O gerenciamento e o controle garantiram uma redução no desperdício de 44%, em três meses, no restaurante Don Romano, que serve entre 150 e 400 refeições por dia. Sócia desde 2017 do estabelecimento, Mariana Miranda conta que a produção diária de lixo era de 120 quilos de sobras orgânicas. Depois de um trabalho minucioso de gestão, implementado pelo auxiliar administrativo Daniel Silva, o volume caiu para 80 quilos, que são doados para três pessoas que se revezam em recolher o descarte durante a semana para fazer compostagem. “Se alguém não vem buscar, temos um freezer específico para armazenar as sobras”, conta Silva.

Com 50 funcionários, Mariana ressalta que os alimentos que não foram expostos e ficaram armazenados na cozinha são aproveitados para alimentação da equipe no turno seguinte. “Vamos repondo aos poucos no buffet, para não ter desperdício. Além disso, treinamos todo o nosso pessoal para seguir à risca todo o projeto de gerenciamento”, acrescenta a empresária.
 
Jornal Impresso
 
 

Correio Braziliense sábado, 15 de setembro de 2018

FESTIVAL DE BRASÍLIA EM GRANDE ESTILO

 


Festival de Brasília em grande estilo
 
 
51ª edição do mais tradicional evento do cinema brasileiro começa com a marca da contemporaneidade e reafirma a vocação cultural da capital do país

 

» Robson G. Rodrigues*

Publicação: 15/09/2018 04:00

Festival traz curadoria refinada e  contemporaneidade  nos mais de 140 títulos exibidos nos próximos 10 dias   (Carlos Vieira/CB/D.A Press)  
Festival traz curadoria refinada e contemporaneidade nos mais de 140 títulos exibidos nos próximos 10 dias
 
Sem grandes celebridades, mas com uma curadoria refinada e contemporânea, o 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro mantém a pegada como o mais tradicional evento de audiovisual do país.

“A expectativa é a melhor possível para todo o festival, conseguimos reunir uma praça (de convivência) que agrega. É um grande ponto de encontro da sociedade. Estamos reafirmando nosso compromisso com a cultura. Forças conservadoras dizem que não é nossa prioridade, mas, aqui reafirmamos que estamos no caminho certo. Que a cultura melhora e revela sempre o melhor da gente”, disse o governador Rodrigo Rollemberg. Para o cineasta Vladimir Carvalho, o festival mantém a tradição de estar conectado com a realidade política brasileira. “Essa inciativa de selecionar filmes é saudável, pois tem a ver com o momento do país. A gente tem de se felicitar por ter um festival desse porte”, celebra. O diretor André Luiz Oliveira também elogiou a estrutura do evento, principalmente a nova praça de convivência. “O festival vem mudando de paradigma nos últimos anos. Não tem mais aquele glamour do tapete vermelho e isso tudo é muito bom, pois dá uma arejada, com a nova praça de convivência, assim como a curadoria do festival, que está mais atual”. O cineasta dirigiu o Meteorango Kid – O herói intergaláctico, vencedor do prêmio concedido pelo público no Festival de Brasília em 1969.


 (Carlos Vieira/CB/D.A Press)  

Espaço para interação com o Correio
O stand do Correio conta com um lounge. Um espaço de convivência e entrevistas com as estrelas da festa. É nele que atrizes, atores e diretores revelam bastidores das produções exibidas nas telas. 
 
Jornal Impresso
 

Correio Braziliense sexta, 14 de setembro de 2018

TOFFOLI PREGA UNIÃO ENTRE PODERES

 

Toffoli prega união entre os poderes
 
Novo presidente do STF, ministro é tido como aberto ao diálogo e com grande capacidade de gestão. No discurso da posse, sugere uma agenda conjunta "em prol da nação"

 

» Leonardo Cavalcanti
» Renato Souza

Publicação: 14/09/2018 04:00

Dias Toffoli substitui Cármen Lúcia na presidência da Corte: o mandato é de dois anos (Carlos Moura/SCO/STF)  
Dias Toffoli substitui Cármen Lúcia na presidência da Corte: o mandato é de dois anos



José Antonio Dias Toffoli assume o comando do Supremo Tribunal Federal (STF) com uma certeza e uma dúvida, pelo menos aos olhos de quem acompanha as cortes superiores em Brasília. A metade infalível está relacionada ao diálogo e à capacidade de gestão. “Ele não tem raiva da política, pois sabe que os problemas de um povo só se resolvem dentro desse campo, além disso tem organização e trabalha pesado”, disse um ministro da Corte, que agora passa a ser presidida pelo colega nascido em Marília (SP). A parte indefinida se refere a quais serão os assuntos pautados a partir de agora: “A insegurança é saber como vai se posicionar sobre temas envolvendo políticos”, afirmou um membro do Ministério Público Federal, um dos órgãos com mais desconfiança em relação à tarefa de Toffoli.

Com dois anos de mandato, a expectativa é de que pautas, como prisão em segunda instância, fiquem para 2019, lá para março. “Têm eleições até novembro, então, qualquer movimento do Supremo em temas políticos poderá criar uma confusão desnecessária logo no início do mandato”, disse um ministro da Corte que preferiu não se identificar.

Aos 50 anos, Toffoli será o mais novo presidente do Supremo, mas o trabalho ao longo de uma década na Corte — antecedido pela chefia da Advocacia-Geral da União (AGU) — tornou-o conhecido, entre magistrados e advogados, como alguém capaz de apresentar resultados. Os números do acervo acumulado no gabinete, por exemplo, são favoráveis ao ministro, levando-o a ocupar o primeiro lugar na redução da quantidade de pendências processuais.

“Toffoli monta equipes multidisciplinares, utilizando tecnologia e inteligência de gestão”, disse Antonio Augusto de Queiroz, diretor de Documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). Os dois se conheceram em 1995, quando o hoje ministro chegou a Brasília para trabalhar como assessor da liderança do PT na Câmara dos Deputados. Para Queiroz, o diálogo com os outros poderes aumentará. “A gestão dele, talvez, possa ser comparada à de Nelson Jobim (presidente do Supremo entre 2004 e 2006), que tinha um diálogo aberto com todos.” O mandato de Toffoli vai coincidir com o de José Múcio à frente do Tribunal de Contas da União (TCU), abrindo facilmente, segundo observadores, mais uma janela de diálogo.

Atuação

A expectativa, entretanto, é de que a atuação de Toffoli seja mais efetiva fora do Supremo, no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). “O STF é mais amarrado devido às circunstâncias cotidianas. No CNJ, ele exercerá materialmente a presidência do Judiciário”, frisou um ministro do STF. Um dos trabalhos mais importantes do conselho é a inspeção nos tribunais brasileiros. Para isso, Toffoli deve dar maior estrutura para Carlos Von Adamek, desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo. Uma outra área sensível é o sistema eletrônico das cortes, que sofre resistência de juízes na implantação definitiva, apesar do dinheiro investido. O novo presidente do STF deu sinais de que vai encarar a tarefa. Outros dois focos estão no sistema de projetos na área penitenciária e na política de combate à violência contra a mulher, esta última tratada de perto pela ministra Cármen Lúcia.

“Acho que é o homem certo na hora certa, pois frequenta todos os ambientes, com respeito ao jogo democrático, e não vai querer que o Supremo substitua a política”, emendou outro ministro do STF. As dúvidas, entretanto, passam justamente pelos aspectos políticos. “Ministros estão arquivando inquéritos contra políticos sem ouvir o Ministério Público, o titular da ação”, afirmou um procurador. “Há nos últimos tempos um desprestígio à Constituição Federal. O problema é se ele começar a pautar temas como esse no plenário, levando juízes em todas as instâncias a arquivar inquéritos sem ouvir os promotores.”

Em sua carreira como ministro, Toffoli atuou em diversos casos controversos e entrou em contradição com colegas de plenário. Assim que ingressou na Corte, participou do julgamento que resultou na libertação do ex-ativista italiano Cesare Battisti.
 
 
Jornal Impresso
 
 

Correio Braziliense quinta, 13 de setembro de 2018

FILME O PACIENTE - BIOGRAFIA DOS ÚLTIMOS DIAS DE TANCREDO NEVES

 



Othon Bastos dá vida a Tancredo Neves no longa nacional O paciente
 (Reprodução/Internet)  
Othon Bastos dá vida a Tancredo Neves no longa nacional O paciente


Brasil
 
O cinema nacional também está entre os destaques das estreias nas salas retratando na telona períodos marcantes na história do Brasil. Com direção de Sergio Rezende, o filme O paciente — O caso Tancredo Neves é uma biografia dos últimos dias de vida do primeiro presidente civil eleito pelo Congresso Nacional após a ditadura militar. O papel fica a cargo de Othon Bastos.
 
O longa promete desvendar alguns mistérios em torno da morte do político, recorrendo a registros médicos e com base no livro homônimo escrito pelo pesquisador Luís Mr., que investigou os prontuários de Tancredo Neves. Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o diretor garantiu que até os momentos mais estranhos são verdade no filme. “Tudo o que você achar que é mentira no filme é verdade”, afirmou.
 
O outro filme brasileiro que chega às telonas é O banquete, da cineasta Daniela Thomas. Com elenco de peso formado por nomes como Drica Moraes, Caco Ciocler, Mariana Lima, Chay Suede e Bruna Linzmeyer, o longa-metragem se passa no fim da década de 1980, num contexto em que o Brasil, apesar de ter retornado à democracia, ainda vivia um período de instabilidade política e incerteza. Dentro desse cenário, um jornalista descobre podres sobre o presidente do país. A história é inspirada em eventos reais, como o envio de uma carta aberta publicada pelo jornalista Otavio Frias Filho nos anos 1990 ao presidente da República Fernando Collor.
 
Jornal Impresso
 

Correio Braziliense quarta, 12 de setembro de 2018

UNIVERSITÁRIO E TRAFICANTE

 

Universitário e traficante
 
Em um mês, a polícia prendeu seis estudantes de ensino superior por venda de drogas no Distrito Federal. Na 208 Norte, um personal trainer de 28 anos aproveitava a proximidade com a UnB para negociar skunk e haxixe com alunos

 

THIAGO MELO*
WALDER GALVÃO
Especial para o Correio

Publicação: 12/09/2018 04:00

No imóvel do personal trainer, a polícia apreendeu, além de drogas, R$ 2,5 mil em dinheiro e anabolizantes (PCDF/Divulgação)  
No imóvel do personal trainer, a polícia apreendeu, além de drogas, R$ 2,5 mil em dinheiro e anabolizantes
A Polícia Civil prendeu, nos últimos 30 dias, seis universitários por tráfico de drogas no Distrito Federal. O caso mais recente é o de um jovem de 28 anos surpreendido no apartamento onde mora, na 208 Norte. No imóvel alugado, os agentes encontraram porções de skunk (maconha potencializada), haxixe e uma droga não identificada. Também havia no local uma balança de precisão, cinco ampolas de um anabolizante clandestino e R$ 2,5 mil em dinheiro.

Segundo o diretor da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord), Luiz Henrique Dourado, o acusado traficava os entorpecentes no próprio apartamento. Como ele morava próximo à Universidade de Brasília (UnB), a principal clientela dele era estudantes de classe média e alta. Segundo a apuração policial, denúncias anônimas levaram os investigadores ao suspeito. Em seguida, os agentes passaram a monitorar a movimentação de usuários. No entanto, de acordo com o delegado, como as drogas eram negociadas dentro do imóvel, houve dificuldade para comprovar o crime. “A suspeita é de que ele comercializava as drogas, consideradas de alto valor, principalmente entre a comunidade universitária de Brasília”, afirmou Luiz Henrique.

De acordo com o investigador, o jovem trabalhava como personal trainer e estudava em uma instituição de ensino superior; por isso, o acusado alegou que os anabolizantes encontrados pela polícia eram para uso pessoal. “A quantidade pequena desse produto não pode ser caracterizada como tráfico, mas, em relação aos entorpecentes, não há dúvida quanto ao crime”, ressaltou Luiz Henrique.

O delegado alertou que um novo tipo de comércio de drogas surge no Plano Piloto e em outras áreas de classe média e média alta do DF. Nesses locais, os traficantes negociam novos entorpecentes, mais potentes e perigosos. “A gente tem verificado que eles costumam vender drogas diferentes, algumas sintéticas e outras que são desenvolvidas a partir de substâncias conhecidas e que, normalmente, são muito mais fortes que as originais”, detalhou o diretor da Cord.

No celular do suspeito preso na 208 Norte, os investigadores encontraram listas de transmissão. De acordo com os agentes, ele usava aplicativos para divulgar a prática. O jovem, que não teve o nome divulgado, foi autuado por tráfico de drogas. Se condenado, pode receber pena que varia de 3 a 10 anos de prisão. Suspeita-se que as substâncias traficadas por ele tenham vindo de Belém, no Pará.
 
Renda
O sociólogo e especialista em segurança pública da UnB Antônio Flávio Testa explicou que o tráfico e o consumo de drogas no meio universitário é histórico no Brasil. Segundo ele, em muitos casos, os traficantes começam como usuários, repassam para os colegas e enxergam nisso uma forma de fazer renda. “Eles começam a vender poucas quantidades e ficam corajosos. Com o tempo, percebem que é um negócio rentável e encaram como uma espécie de emprego”, disse.

Memória
2018
30 de agosto
Agentes da 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia) prenderam um homem de 32 anos suspeito de tráfico de drogas. Segundo os investigadores, ele cursava direito. Com ele, a polícia encontrou 3kg de cocaína e R$ 45 mil em dinheiro. Além disso, na casa do acusado, os agentes recolheram balanças de precisão, coleções de relógios de luxo e uma caminhonete.
 
26 de junho
Policiais civis prenderam um estudante do curso de agronomia da UnB por tráfico de drogas. Ele usava um espaço interno do Centro de Excelência para o Turismo (CET) para armazenar e vender entorpecentes. O suspeito Victor Ferreira Machado, 25 anos, escondia a droga em um escaninho, em uma sala restrita do centro. Com ele, os agentes apreenderam 8kg de skunk. Também apreenderam porções de maconha, haxixe, cogumelo desidratado, sementes de Argyreia nervosa (que provoca efeitos semelhantes ao LSD) e microsselos de LSD. 
 
* Estagiário sob supervisão de Mariana Niederauer
 
Jornal Impresso
 
 

Correio Braziliense terça, 11 de setembro de 2018

É DIA DE FEIRA! DE TUDO UM POUCO!

 


De tudo um pouco!
 
De verduras, artesanatos e roupas de qualidade, conheça algumas das feiras mais importantes do Distrito Federal

 

» Isabela Guimarães*
Letícia Takada*

Publicação: 11/09/2018 04:00

 

Jandira de Lourdes conta emocionada a paixão pelo trabalho:  
Jandira de Lourdes conta emocionada a paixão pelo trabalho: "A feira pra mim é tudo"


Muita gente reunida, vendedores competindo para atrair o freguês, bancas cheias de novidades, sacolas nas mãos... É assim uma feira, seja de roupas, de verduras ou de artesanatos. O Distrito Federal possui 65 pontos desse tipo — entre mercados livres, permanentes e de shopping. Algumas mais tradicionais que outras, mas todas com grande diversidade. Entre bancas e barracas, atuam 15 mil feirantes, cerca 6 mil homens e 9 mil mulheres.

Sozinhos ou com a família e amigos, os clientes costumam frequentar esses espaços todas as semanas, principalmente os que vendem frutas, verduras, carnes e outras comidas fresquinhas. Além disso, é possível encontrar roupas, brinquedos e produtos feitos à mão. No fim, para completar o passeio, ainda tem o tradicional pastel com caldo de cana.

As feiras são também espaços de convivência e interação social. Muitas histórias circulam pelos corredores. A Central Flores, por exemplo, é local certo para clientes que desejam comprar decorações de eventos, como é o caso de Kassia Roberta Cyriaco, 28 anos, que vai ao local quando organiza festas. “O preço é mais barato que nos outros locais e tem muitas opções, sempre que consigo, dou um pulinho aqui para ver as novidades”, comenta. Tem também quem procura comprar um agrado para os amigos e para enfeitar a casa, como a aposentada Lúcia Miranda Brito, 73 anos. Vai ao local no mínimo uma vez por mês. “Venho sempre, gosto de comprar plantas, flores e mudas, para minha casa e amigos”, comenta.

“A feira pra mim é tudo”. É assim que Jandira de Lourdes Andrade, 70 anos, define o local em que trabalha. Feirante desde 1968, ela montou a própria banca no Núcleo Bandeirante e lembra emocionada do início difícil. “Eu tinha dois filhos e meu marido, que era muito doente, tinha perdido o emprego. Começamos comprando as balanças a prestação” relembra.

Delícias Mineiras 

Natural de Caratinga (MG), o feirante Sebastião José de Melo, mais conhecido como Tininho, 61 anos, chegou a Brasília na década de 1970. Ele trabalha há 26 anos na Feira de Samambaia, na QN 202, onde vende de castanhas a biscoitos. Como um bom mineiro, comercializa o queijo fresco vindo do estado natal.

Ele conta que sua rotina diária é corrida. “Levanto, geralmente, às 5h da manhã, 7h estou aqui na feira e fico até as 18h. A loja fica aberta, eu saio para fazer compras, vendo, atendo, faço o que precisar”, afirma Tininho. Ele lembra o início precário da feira, em 1989. “Isso aqui era um Deus nos acuda, muita poeira e muita lama. Não tínhamos a loja, era só com a barraca”, comenta. Com o passar do tempo, a feira se tornou permanente, melhorou a estrutura e acumulou clientes fiéis. “A feira bomba no fim de semana, cheia de gente trazendo alegria”, finalizou Sebastião com um sorriso no rosto.

*Estagiárias sob supervisão de José Carlos Vieira



 (Zuleika de Souza/CB/D.A Press - 14/10/15 )  

Feira do Guará
Quem busca peixes frescos variados, restaurantes com omidas típicas nordestinas ou roupas da moda, a Feira do uará é o lugar certo. Com 645 bancas e funcionamento de quarta-feira a domingo, das 8h às 18h, o local oferece lojas de temperos, frutas, erduras, castanhas, queijos e muitas outras opções. O espaço possui estacionamento amplo. Ir de metrô também é uma boa opção. estação Feira fica próxima ao galpão com as bancas.


 (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - 7/12/10)  

Feira dos Goianos 

Elegante é pagar pouco, e na Feira dos Goianos isso é possível. As bancas oferecem moda praia, acessórios, roupas adulto e infantil de todos os tamanhos e para todos os gostos. O local conta com um complexo de nove galpões com inúmeras bancas. Segundo frequentadores, o melhor dia para comprar é na segunda-feira, porque todas as lojas estão abertas e as mercadorias são repostas. Distante 26,2 quilômetros da Rodoviária do Plano Piloto, os galpões funcionam de segunda-feira a domingo de 8h às 18h. Atenção! As bancas funcionam em dias e horários independentes.


 (Leticia Takada/Esp. CB/D.A Press)  

Feira do Núcleo Bandeirante
Com uma praça de alimentação farta, ostureiras experientes, cachaça e pimenta, a eira do Núcleo Bandeirante faz sucesso tanto om moradores da região quanto com quem vive m outras cidades. As opções oferecidas são variadas atendem a todos os gostos. Há um amplo stacionamento no local.


 (Paulo H. Carvalho/CB/D.A Press - 4/2/05)  

Feira de Samambaia 

O local oferece bancas de temperos, limentos, queijos, biscoitos, frutas, erduras, eletroeletrônicos e até salão de beleza. As lojas abrem de terça-feira a domingo, as 8h às 18h. Para os visitantes que forem até o ocal de carro, há um amplo estacionamento.


 (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - 22/6/14)  

Feira da Torre de TV 
Na área central do Plano Piloto, a Torre de TV, além de oferecer mezanino e mirante, também possui a famosa feira de artesanato. Nela é possível encontrar roupas, bijuterias, móveis, lembranças da capital, bolsas e brinquedos, a maioria feitas à mão. Comidas típicas também são destaque, e tudo por preços acessíveis. A feira funciona aos sábados, domingos e feriados, das 9h às 18h, e de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h, com apenas uma parte operando.


 (Mariana Machado/Esp. CB/D.A Press)  

Feira do Bicalho 
Típica. É assim que a feira livre localizada na Praça do Bicalho é conhecida. Aos domingos, em meio a barraquinhas e muito agito, moradores de todo o DF fazem compras.  tradicional espaço de Taguatinga Norte chama a tenção pela diversidade e preço baixo. feira dominical funciona das 8h às 14h.


 (Minervino Junior/CB/D.A Press - 11/1/18 )  

Feira Central de Ceilândia 
Inaugurada em 1984, a Feira de Ceilândia em cerca de 450 boxes, com calçados, roupas, erduras, legumes, animais e mais! om grande diversidade e pequenos preços,  espaço localizado na CNM 2 pode ser frequentado e quarta-feira a domingo, das 8h às 18h.


 (Daniel Alves/CB/D.A Press - 13/6/15 )  

Feira do Produtor

Em Vicente Pires, a Feira do Produtor o lugar ideal para encontrar produtos frescos, omo verduras, legumes, frutos, grãos, lém de doces, queijos, ovos e carnes.  tradicional feira funciona de segunda a exta-feira, das 7h às 18h, e aos sábados e omingos, das 7h às 15h.


 (Iano Andrade/CB/D.A Press - 28/7/05)  

Central Flores 
Aniversários, festas de casamentos, chás, seja qual for a comemoração, a Central Flores é o lugar ideal. Usadas para nfeitar e presentear, flores e plantas podem ser adquiridas o local. Entre as opções, mudas, vasos decorativos e insumos ara jardinagem. Localizado no Sia Trecho 10, o local funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, e sábado, das 8h às 15h.


 (Wallace Martins/Esp. CB/D.A Press - 23/12/17 )  

Feira dos Importados 
Mais conhecida como Feira do Paraguai,  local fundado em 1997 é ideal para achar de tudo m pouco. Produtos de beleza, eletroeletrônicos, ticas, malas, roupas e tabacaria são apenas algumas opções.  espaço fica localizado no Sia Trecho 7 e funciona e terça-feira a domingo, das 9h às 18h.


 (Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press - 26/5/18 )  

Feira do Cruzeiro 
Em um galpão, a Feira Permanente do Cruzeiro ontém o necessário. Entre queijos, frutas, erduras, doces e roupas, moradores da região desfrutam do comércio local. Localizada ntre os Cruzeiros Novo e Velho, funciona de erça-feira a domingo, das 8h às 18h.

Jornal Impresso


Correio Braziliense segunda, 10 de setembro de 2018

BARROSO VAI PARA CIMA DO PROGRAMA PETISTA

 

Barroso vai para cima do programa petista
 
 
Vice-presidente do TSE ameaça suspender campanha do partido caso o nome de Lula continue a ser usado como candidato. O argumento é o de que as peças publicitárias induzem o eleitor ao erro. Haddad deve ser oficializado hoje

 

» Alessandra Azevedo

Publicação: 10/09/2018 04:00

Barroso reiterou que o ex-presidente Lula não pode ser mencionado como candidato. Caso a ordem seja desobedecida, programa pode ser suspenso (Monique Renne/CB)  
Barroso reiterou que o ex-presidente Lula não pode ser mencionado como candidato. Caso a ordem seja desobedecida, programa pode ser suspenso
 
 
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) subiu o tom contra o PT e os partidos da coligação, PCdoB e Pros, que continuam usando, nas propagandas eleitorais, o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidato à Presidência da República, mesmo após o registro dele ter sido barrado pela Corte, em 1º de setembro. Por entender que essa postura desrespeita a decisão do tribunal, o vice-presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, reiterou ontem que o petista não pode ser mencionado como candidato nas peças eleitorais e avisou que, caso a ordem seja desobedecida, as propagandas no rádio e na televisão serão suspensas.
 
Com base em pedido do Ministério Público Eleitoral (MPE), Barroso proibiu não apenas que a coligação insista em apresentar Lula como presidenciável, mas também que os candidatos usem expressões como “estamos com Lula”, “vamos com Lula” e até “Lula-Haddad”, por entender que elas induzem o eleitor ao erro. Essa situação pode afetar a transferência de votos para o atual vice da chapa, Fernando Haddad, quando ele substituir o ex-presidente como candidato do PT — o que deve acontecer até amanhã, prazo limite estipulado pelo TSE para que o partido troque o nome, devido à inelegibilidade de Lula, enquadrado na Lei da Ficha Limpa.
 
Embora Barroso não tenha detalhado quais peças especificamente considerou ilegais, se for levado em consideração o pedido do MPE, citado na decisão, Haddad não poderá ter o nome associado a Lula em nenhum “jogo de palavras publicitariamente voltado a alimentar a ideia de continuidade da candidatura indeferida” quando assumir a cabeça de chapa. O entendimento do Ministério Público é que isso poderia ser considerado propaganda enganosa, “capaz de induzir em erro o eleitor quanto a candidatura presidencial inexistente”. Nem Haddad nem a campanha de Lula se manifestaram oficialmente sobre o assunto.
 
Como a principal estratégia para transferência de votos do PT é justamente mostrar para o eleitor que “Haddad é Lula, Lula é Haddad”, a decisão de ontem piora a situação do partido, embora o TSE não tenha proibido totalmente a aparição do ex-presidente na campanha. Pelas regras eleitorais, o PT poderá usar Lula na propaganda na condição de apoiador de Haddad. Mas, nesse caso, a participação do ex-presidente deve ficar dentro da cota de 25% do espaço da propaganda da legenda.
Na decisão de ontem, Barroso lembrou que o plenário do TSE atendeu a um pedido do advogado Luiz Fernando Casagrande Pereira, um dos defensores de Lula, para permitir a continuidade da propaganda eleitoral da chapa, desde que ele não aparecesse como candidato. No entanto, o ministro concluiu que “as sucessivas veiculações de propaganda eleitoral em desconformidade com o decidido revelam que a atuação da coligação se distanciou dos compromissos por ela assumidos, a exigir uma atuação em caráter mais abrangente”.
 
Ministério Público
 
O MPE alega, no pedido, que, mesmo passada uma semana da decisão do TSE, as propagandas eleitorais da coligação continuam a apresentar Lula como candidato, “tanto de forma direta quanto indireta”. Nessa linha, aponta a insistência “sistêmica e generalizada de um candidato inelegível (...) de se fazer presente, das mais variadas e insistentes formas, na propaganda eleitoral paga pelo contribuinte em expediente que se presta a desorientar o eleitorado quanto àquilo que já foi decidido pela Justiça Eleitoral”. Por isso, pediu que a coligação se abstenha “de apresentar qualquer expressão — escrita, oral, pictográfica ou gráfica — de apoiamento ao ex-candidato Luiz Inácio Lula da Silva, eis que na propaganda eleitoral não se pode apoiar quem não seja candidato”.
 
Repercussão
 
Nas redes sociais, a notícia se espalhou rápido. Parlamentares e militantes do PT comentaram o assunto, dizendo que “não pode na tevê, mas na internet pode”, usando as hashtags com as expressões proibidas pela Justiça Eleitoral, como #EuSouLula e #VamosComLula. O deputado federal Henrique Fontana (PT-RS), candidato à reeleição, publicou vídeo do ex-presidente no Twitter e afirmou que a decisão do TSE significa “mais censura”.
 
Os petistas também repudiaram um comentário do comandante das Forças Armadas, general Eduardo Villas Bôas, no Twitter. Ele disse, ontem, que “o pior cenário é termos alguém sub judice, afrontando tanto a Constituição quanto a Lei da Ficha Limpa, tirando a legitimidade, dificultando a estabilidade e a governabilidade do futuro governo e dividindo ainda mais a sociedade brasileira”.
 
Mais tempo
 
A defesa de Lula pediu, no último sábado, que o TSE dê mais seis dias para a troca do nome do candidato do PT à Presidência. Assim, em vez de substituí-lo até amanhã, a legenda poderia tomar a decisão até a próxima segunda-feira, dia 17, a 20 dias antes do primeiro turno, prazo final para mudanças nas chapas. A defesa quer esse tempo a mais antes de uma alteração definitiva de Lula por Haddad para que o Supremo Tribunal Federal (STF) analise o recurso contra a decisão do TSE que negou o registro da candidatura.
 
Os advogados consideram que uma decisão definitiva sem análise do Supremo seria uma “injustiça” e afirmam que o STF deve tomar a decisão a partir de quarta-feira, dia 12. “Um dia não pode enterrar viva (sub judice) uma candidatura que tem 40% das intenções de votos nas pesquisas”, dizem os advogados Luiz Fernando Casagrande Pereira, Maria Claudia Bucchianeri Pinheiro e Fernando Gaspar Neisser. Caso o TSE não aceite o pedido, e a troca não seja feita até amanhã, a coligação petista ficará fora da disputa presidencial.
 
Faltam 27 dias
 
» Noronha e a 2ª instância
O novo presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha, disse ver com ressalvas uma eventual mudança de entendimento do Supremo Tribunal Federal sobre a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância. “A jurisprudência está pacificada, não pode o Supremo mudar isso todo mês”, disse ele, para completar: “Não basta perder para recorrer, tem de demonstrar violação da lei federal e, o mais importante, no recurso especial, não há reexame da prova”. Sobre o reajuste de 16,38% a ministros do STF e do STJ quando há 13 milhões de desempregados, Noronha disse que “todo segmento da sociedade teve aumento, apenas um deve ficar de fora?” Segundo ele, “o momento é difícil, vamos ter muita dificuldade para enquadrar isso no orçamento, mas é delicado você explicar para o juiz que em cinco anos os únicos que não sofreram reajuste foram os magistrados. Isso não é um contrassenso? (Mas), vou ser sincero. Eu não faria nada disso agora”.
 
Jornal Impresso




Correio Braziliense quinta, 06 de setembro de 2018

PARA CURTIR NO FERIADÃO

 


Para curtir!
 
Feriado prolongado agita a programação cultural de Brasília, que tem de Wesley Safadão a Pabllo Vittar

 

Adriana Izel

Publicação: 06/09/2018 04:00

Wesley Safadão é a grande atração de hoje no projeto Na Praia (WS/Divulgação)  
Wesley Safadão é a grande atração de hoje no projeto Na Praia
 
 
 
Apesar do Dia da Independência do Brasil ser comemorado só na sexta-feira, a cidade começa a se agitar ainda hoje com o clima de fim de semana adiantado. Wesley Safadão, Aldair Playboy, Mart’nália, Serginho Meriti, Tati Zaqui, MC TH, Fernando & Sorocaba e Pabllo Vittar são alguns dos nomes que estarão na capital federal entre hoje e amanhã na programação do feriado prolongado.
 
Em sua última semana, o projeto Na Praia recebe hoje, a partir das 18h, o cantor Wesley Safadão. Um dos grandes nomes da música atual do país, o artista cearense retorna a Brasília, onde já gravou um DVD, com um show repleto de sucessos da carreira, como Romance com safadeza, Sonhei que tava me casando e o novo hit Sortudo, que integra o repertório do projeto WS mais uma vez, que será lançado neste mês.
 
“A galera pode esperar um show com a energia lá em cima, os hits que eles mais gostam, será uma grande festa”, garante Safadão em entrevista ao Correio. Sobre a volta a Brasília, o cantor completa: “Sempre que me apresento por aqui sou recebido com um enorme carinho e isso é muito gratificante. A gravação do DVD no estacionamento do Mané Garrincha, sem dúvidas, é um dos momentos mais marcantes da minha trajetória”.
 
Quem também gosta da mistura de forró e sertanejo pode curtir o som do cantor paraibano Aldair Playboy, que estourou neste ano no cenário musical com a faixa Amor falso. Ele se apresenta amanhã na boate Shed Western Bar e traz o novo hit Ainda te amo. Na abertura da noite, o som fica por conta da cantora Thalita Rangel.
 
O pré-feriado marca a volta de um dos eventos mais tradicionais de Brasília, a Granja, no Parque de Exposições da Granja do Torto. Com programação dedicada à música sertaneja, a festa recebe hoje a dupla Fernando & Sorocaba, com repertório do disco Sou do interior (2017), enquanto amanhã são as duplas brasilienses Bonni & Belluco, Roniel & Rafael e Jhonny & Rahony que sobem ao palco. A programação segue até domingo.


Pabllo Vittar estará em Brasília para mais uma edição da Micarê da Farra
 (Mauro Pimentel/AFP - 13/2/18)  
Pabllo Vittar estará em Brasília para mais uma edição da Micarê da Farra


Som eclético
 
Os admiradores do cenário funk, eletrônico e pop brasileiro também têm opções no feriado prolongado. A cantora Pabllo Vittar retorna à cidade para comandar a terceira edição da Micarê da Farra, amanhã, no estacionamento do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. A cantora desembarca na capital aproveitando o sucesso do novo hit, Problema seu, canção que tem tudo a ver com o clima de micarê por ter uma batida de pagode baiano.
 
No Outro Calaf, hoje é a vez da cantora Tati Zaqui, conhecida pela canção Parará tibum, comandar o Baile do Pretinho. No repertório, os sucessos autorais, como Água na boca e La noche, além de sucessos do estilo musical consagrado nas vozes de outros artistas. Se no Calaf é o funk paulista que dá as caras, na festa Pink Holliday, também hoje, na Pink Elephant, é o funk carioca que agita a pista de dança com apresentação de MC TH, dono de sucessos como Apaga a luz e toma e Clima quente.
 
As festas de música eletrônica e black My House e Mistura Fina unem forças para celebrar os aniversários de 10 e 11 anos, respectivamente, com edição amanhã, às 23h, no ClubeCoat. A balada terá atrações locais, como Chicco Aquino e as integrantes do coletivo M.A.N.A.S., além dos convidados, como o australiano Fisher, o mineiro Nedu Lopes e os cariocas do duo Flow & Zeo. Outra opção para os fãs dessa mistura é a balada Parque Sonora também amanhã, no Setor Comercial Sul, com duas pistas de dança em que se revezam vários DJs.


Serginho Meriti é o convidado do Samba urgente hoje no Setor Comercial Sul
 (Reprodução da Internet)  
Serginho Meriti é o convidado do Samba urgente hoje no Setor Comercial Sul


Diversidade
 
O samba é outro estilo musical que terá destaque durante o feriado prolongado, com mais uma edição do Samba urgente, hoje no Setor Comercial Sul. Dessa vez com participação de Serginho Meriti, carioca, que está radicado em Brasília, e é compositor de vários sucessos do gênero, como Quando em cantar (Iaíá) e Deixa a vida me levar, ambos gravados por Zeca Pagodinho. No Bar Brahma hoje também é dia de roda de samba, com o Tributo ao samba comandado pelo cantor Alexandre Équi.
 
A banda brasiliense Talo de Mamona, em parceria com a rapper Thabata Lorena, promove um show hoje repleto de convidadas especiais, na Cervejaria Criolina, a partir das 22h. O time é composto por Kashi Mello, Letícia Fialho, Emília Monteiro, Ana Beatriz, Malu Engel, Loba e Ana Lu, Ju Cardoso e Tatá Weber. “São cantoras que têm uma identidade”, explica Vanderlei Costa, performer da banda. “Elas têm uma identidade estética compatível com a nossa, conhecem o trabalho da banda e atuam na cena musical da cidade”, completa.
 
Thabata Lorena é figura forte no Distrito Federal e ressalta a importância de uma programação cheia de nomes femininos. “A gente precisa alternar as narrativas”, explica. “Quanto mais mulheres na linha de frente como jornalistas, cineastas, tantas outras que ajudam a dar mais visibilidade, melhor”, conta.
 
De hoje até domingo, no Teatro da Caixa Cultural, Mart’nália chega a Brasília com show que tem como base o disco +Misturado, em que interpreta canções de grandes nomes da música. Os sucessos da carreira da cantora também são aguardados, como Cabide.
 
Colaborou Mariah Aquino, estagiária sob supervisão de Igor Silveira
 
 A funkeira Tati Zaqui comanda apresentação no Outro Calaf
 (Facebook/Reprodução da Internet )  
A funkeira Tati Zaqui comanda apresentação no Outro Calaf
 
Programação
 
 
Aldair Playboy
• Shed Wester Bar (SCES, Tc. 2). Hoje, às 23h. Com show de Aldair Playboy e Thalita Rangel. Entrada a partir de R$ 50 (meia). Não recomendado para menores de 18 anos.
 
 
Granja 2018
• Parque de Exposições Agropecuárias da Granja do Torto. Hoje, a partir das 22h. Com show de Fernando & Sorocaba e Danilo & Daniel. Entrada a R$ 10 (meia-entrada). Classificação indicativa livre. Amanhã, a partir das 20h. Com show de Só Pra Xamegar, Bonni & Belluco, Roniel & Rafael e Jhonny & Rahony. Entrada a R$ 10 (meia-entrada). Classificação indicativa livre.
 
 
Mart’nália
• Teatro da Caixa Cultural (SBS, Qd. 4). Hoje e amanhã, às 20h. Show da cantora Mart’nália. Entrada a R$ 15 (meia) e R$ 30 (inteira). Não recomendado para menores de 14 anos.
 
 
Micarê da Farra com Pabllo Vittar
• Estacionamento do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha (Eixo Monumental). Amanhã, às 16h. Com show de Pabllo Vittar. Entradas a R$ 55 (yukê), R$ 75 (sua cara, com acesso ao after na Vic e copo exclusivo) e R$ 95 (queen, copo exclusiva, acesso ao after na Vic sem fila e pulseira dos camarotes pop e house no after da Vic). Valores de meia-entrada e quarto lote. Não recomendado para menores de 18 anos.
 
 
My House Mistura Fina
• ClubeCoat (SCES, Tc. 2). Amanhã, a partir das 23h. Festa com DJs Fisher (AUS), Gustavo Mota (SP), Nedu Lopes (MG), Fancy Inc. (RS), Hippocoon (SC), Flow & Zeo (RJ), Chicco Aquino, Aquila, Drezin, Camila Jun e Paula Torelly (M.A.N.A.S). Ingressos a R$ 75 (meia e primeiro lote). À venda em www.mobprodutora.com.br. Não recomendado para menores de 18 anos.
 
 
Na Praia
• Complexo Na Praia (SHTN, atrás da Concha Acústica). Hoje, às 18h. Festa Kuta com Wesley Safadão e Jetlag. Entrada a R$ 301 (meia) e R$ 601 (inteira). Não recomendado para menores de 18 anos. Amanhã, às 17h. Dia de praia com DJs Shark e Bárbara Labres. Entrada a R$ 26 (meia, até as 12h), R$ 76 (meia, com consumo de R$ 50) e R$ 101 (inteira, válido o dia todo e com consumo de R$ 50). Classificação indicativa livre.
 
 
Outro Calaf
• (SBS, Qd. 2). Hoje, às 22h. Festa Baile do Pretinho com Tati Zaqui e DJs Thiago May e Bruno Antun. Entrada a R$ 20 (100 primeiros), R$ 30 (até as 23h) e R$ 40 (após), com nome na lista; e R$ 40 (até as 23h), sem nome na lista. O valor, que é de meia-entrada, é sujeito a alteração após esse horário. Não recomendado para menores de 18 anos. Amanhã, às 21h. Festa Sarra — O baile da independência com DJs Athena, Patrícia Gontijo, Bruno Antun e Dudu Troca Tapa. Entrada a R$ 10 (até as 23h), R$ 20 (até a 0h) e R$ 30 (após), com nome na lista. Sem nome na lista, ingressos a R$ 30. Valores de meia-entrada. Não recomendado para menores de 18 anos.
 
 
Parque Sonoro
• Setor Comercial Sul (Beco da CAL, Qd. 4). Hoje, a partir das 18h. Com Timelock Live, Owl Live, Muni Live, Deep Creation, Dannmage, Gautama, Azalujah, Zattera, Atomic Henzai, Rapadura Xique-Chico, Kaster, Lethal, Fat FS, MC Afroragga, Broken, Donna, Janna, Baghda Live, Babilous e Heitor Valente. Entrada a R$ 30 (meia e primeiro lote). Não recomendado para menores de 18 anos.

Aldair Playboy está de volta a Brasília com mais uma música entre as mais tocadas (Shed Western Bar/Divulgação)  
Aldair Playboy está de volta a Brasília com mais uma música entre as mais tocadas
 
Pink Holiday
• Pink Elephant Brasília (SCES, Tc. 2). Hoje, às 23h. Com show de MC TH. Entrada a R$ 50 (mulheres) e R$ 70 (homens). Valores de meia-entrada e sujeitos a alteração. Não recomendado para menores de 18 anos.
 
Samba urgente convida Serginho Meriti
• Setor Comercial Sul, em frente ao Canteiro Central. Hoje, às 21h. Roda de samba com participação de Serginho Meriti. Entrada franca. Não recomendado para menores de 18 anos.
 
 
Talo de Mamona
• Cervejaria Criolina (SOF, Qd. 1). Hoje, às 22h. Show de Talo de Mamona com participações especiais. Couvert aR$ 20. Não recomendado para menores de 18 anos.
 
 
Tributo ao samba do Brasil com Alexandre Équi
• Bar Brahma (201 Sul). Hoje, das 19h às 22h.. Com show de Alexandre Équi. Couvert a R$ 10. Não recomendado para menores de 18 anos.
 
Jornal Impresso
 

Correio Braziliense quarta, 05 de setembro de 2018

PT BATE CABEÇA

 

PT bate cabeça
 
Sem definição pelo partido se será candidato a presidente ou não, Fernando Haddad enfrenta mais uma denúncia do Ministério Público de São Paulo. Defesa de Lula recorre ao Supremo para que ele continue na campanha

» PAULO SILVA PINTO
» ALESSANDRA AZEVEDO

Publicação: 05/09/2018 04:00

Denúncias contra Haddad são baseadas na delação de Ricardo Pessoa, ex-presidente da UTC (Wilson Dias/Agencia Brasil - 15/9/15)  
Denúncias contra Haddad são baseadas na delação de Ricardo Pessoa, ex-presidente da UTC



A defesa de Lula entrou com novo recurso. Desta vez, quer que o Supremo Tribunal Federal (STF) se curve uma decisão liminar de dois integrantes de um comitê — composto por 18 membros — das Nações Unidas e permita que o petista, preso em Curitiba, seja candidato ao Palácio do Planalto. Na última sexta-feira, o Tribunal Superior Eleitoral decidiu barrar a candidatura do ex-presidente porque ele foi condenado em segunda instância e, portanto, está inelegível pela Lei da Ficha Limpa. Dentro do PT, há divisão sobre a melhor estratégia a ser seguida. Um grupo acha que a insistência em Lula já passou do limite e deveria ser dada a chance de Fernando Haddad ser efetivado como o candidato do partido. O ex-prefeito, aliás, voltou a sofrer novo revés: foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

A acusação é de que Haddad recebeu, em 2013, primeiro ano no mandato como prefeito de São Paulo, R$ 2,6 milhões da construtora UTC para pagar dívidas de campanha. Ele nega. Um dos principais argumentos da defesa está no fato de que o relato do pagamento está na delação do ex-presidente da empresa, Ricardo Pessoa, que teria sido anulada. 

Segundo o promotor Marcelo Mendroni, o pedido de dinheiro foi feito pelo então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, condenado e preso em Curitiba no âmbito da Operação Lava-Jato. “Vaccari falava em nome de Haddad, que foi beneficiário final do pagamento da dívida”, afirmou Mendroni. Vaccari também foi denunciado, assim como o doleiro Alberto Youssef e outras três pessoas. Haddad já é réu em um processo na Justiça de São Paulo, mas no âmbito civil, não criminal, em um processo por improbidade administrativa na construção de ciclovias quando era prefeito. A denúncia veio em 21 de agosto.

A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, minimizou os efeitos da nova denúncia e classificou a motivação do Ministério Público de eleitoreira. “Se denúncia atrapalhasse, nós não estaríamos em primeiro lugar nas pesquisas. O Ministério Público de São Paulo está a serviço da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB). O promotor é o mesmo que já fez denúncia contra o presidente Lula. Estamos tomando providências em relação a ele no CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público)”, afirmou a senadora.

A assessoria de Haddad publicou nota sobre a denúncia, tentando desacreditar as delações de Pessoa e afirmando que o ex-prefeito contrariou interesses do empresário. “Surpreende que no período eleitoral, uma narrativa do empresário Ricardo Pessoa, da UTC, sem qualquer prova, fundamente três ações propostas pelo Ministério Público de São Paulo, contra o ex-prefeito e candidato a vice-presidente da República, Fernando Haddad”, diz o documento.

Haddad não corre riscos de se tornar inelegível, explicou o advogado Flavio Unes, especialista em direito eleitoral e professor do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP). “A lei da Ficha Limpa é bem clara ao determinar que só se torna inelegível quem for condenado em decisão colegiada”, afirmou. Também não há tempo para que Haddad seja julgado e condenado em duas instâncias no processo em que é réu.

Supremo acionado

É o que aconteceu com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado em segunda instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Na sexta-feira, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu indeferir sua candidatura à Presidência, exatamente com base na Ficha Limpa, concedendo prazo até 11 de setembro para que seja apresentado um substituto. Assim, Haddad está em uma espécie de limbo: é candidato a vice-presidente, aparecendo na propaganda de rádio e tevê, mas não tem um candidato a presidente na chapa.

Ontem, porém, a defesa de Lula apresentou uma tutela de urgência ao STF para manter a candidatura até uma decisão final do tribunal. “Protocolamos hoje (ontem) perante o Supremo Tribunal Federal pedido de tutela de urgência para que, com base na decisão liminar proferida pelo Comitê de Direitos Humanos da ONU (...), seja afastado qualquer óbice à candidatura”, diz a nota assinada por advogados do petista. “Na mesma petição, demonstramos a urgência na apreciação do pedido diante das determinações do TSE no último dia 31 de agosto”, acrescentam os defensores.

O tema sobre a insistência na candidatura de Lula é controverso no PT. Governadores do partido defendem que a substituição seja feita logo, o que poderia favorecer a transferência de votos de Lula para Haddad, algo que, por enquanto, não tem animado os eleitores lulistas. Outra corrente, liderada por Gleisi, defende que se desconsidere essa possibilidade para aumentar as chances de uma decisão da Justiça.

Pelo voto de papel

O TSE recebeu ontem um requerimento de Cabo Daciolo, candidato à Presidência da República pelo Patriotas, para a adoção do voto em cédulas nas eleições de 2018. O próprio concorrente, ao lado de sua postulante a vice, Suelene Balduino, esteve no tribunal para protocolar o pedido. O documento está embasado na Lei nº 9504/1997, que estabelece que o TSE pode, em casos excepcionais, determinar a votação pelo mecanismo das cédulas em detrimento da votação eletrônica. Segundo Daciolo, há incerteza sobre a segurança do sistema.
 
Jornal Impresso


Correio Braziliense segunda, 03 de setembro de 2018

PARA FICAR NA MEMÓRIA - PROJETO VAI RESGATAR PATRIMÔNIO DE VÁRIAS REGIÕES DE BRASÍLIA

 


Para ficar na memória
 
Projeto Reconhecendo meu território, descobrindo possibilidades, do Museu da Educação do DF, em parceria com o Museu Vivo da Memória Candanga, vai resgatar patrimônios de diversas regiões de Brasília por meio de relatos de moradores. As inscrições estão abertas

» RENATA NAGASHIMA*
» SARAH PAES*

Publicação: 03/09/2018 04:00

A cineasta Patrícia Dantas, a museóloga Jade Morais e Luciana Ricardo, responsável pelo setor de educação patrimonial do Mude, participarão da iniciativa (Bárbara Cabral/ESp.CB/D.A Press)  

A cineasta Patrícia Dantas, a museóloga Jade Morais e Luciana Ricardo,

responsável pelo setor de educação patrimonial do Mude, participarão da iniciativa

 
Já pensou em produzir um filme gratuitamente e ainda mostrar para outras comunidades as riquezas da sua cidade? Graças ao projeto Reconhecendo meu território, descobrindo possibilidades, oferecido pelo Museu da Educação do DF (Mude), em parceria com o Museu Vivo da Memória Candanga, isso será possível. Duas turmas, com 25 alunos cada, serão responsáveis por descobrir locais, eventos, festividades e pessoas importantes em uma comunidade.
 
Responsável pelo setor de educação patrimonial do Mude, Luciana de Maya Ricardo conta que, inicialmente, o curso era voltado para moradores da Candangolândia, local onde o museu será erguido, porém, pessoas de outras regiões demonstraram interesse. “Vai acrescentar riquezas culturais ao projeto, com mais histórias de cada cidade, já que temos matriculados alunos de diversas regiões, como Núcleo Bandeirante, Recanto das Emas e Planaltina.”
 
Segundo ela, o principal objetivo do curso é mostrar para as pessoas que os patrimônios de uma comunidade não são apenas coisas institucionalizadas, podem também ser simples, como o samba do fim de semana, aquela praça de que os moradores cuidam, um evento ou até mesmo uma pessoa que a comunidade respeita. “Queremos que os participantes se identifiquem com essas pessoas e esses lugares e produzam um filme para que outras sejam influenciadas e consigam identificar o patrimônio histórico da comunidade delas também”, destaca.
 
Quando concluído o filme, a ideia é que uma devolutiva seja feita para a comunidade, entre 17 e 18 de dezembro, nos locais onde foram gravadas as imagens. “Como vamos explorar muito esses patrimônios imateriais, dos quais as pessoas desconhecem o valor, como costumes, tradições, queremos apresentar para elas depois”, afirma Luciana. “Queremos que elas percebam que essas coisas do dia a dia delas também têm valor.”
 
Ao todo, serão 16 encontros, divididos em três etapas, sendo a primeira uma coleta de dados de cada local e a produção de um inventário. Em seguida, com essas informações, será montado um roteiro e definido o formato do projeto, se será documentário ou filme, por exemplo, e, por último, filmagens e edição do projeto. “Eu quero ensiná-los, principalmente, como podem se expressar por meio da linguagem audiovisual, para que eles possam apresentar as riquezas de cada local de forma sensível”, explica a cineasta Patrícia Dantas.
 
Jade Gabriela de Deus Morais, museóloga que auxiliará na composição dos inventários, afirma que, apesar de ministrar as aulas, também aprenderá com as histórias de cada aluno. “O mais interessante é que eu vou poder ver o que os outros têm para apresentar. Eles vão trazer a vivência deles, o que é importante no local onde moram. Isso é muito tocante.”
 
Pioneiro
 
Yussef Jorge Sarkis, 63, morador de Águas Claras e presidente da Associação dos Candangos Pioneiros de Brasília, é um dos milhares de candangos que chegaram à cidade durante a construção da capital. Seu pai e seu tio vieram para a cidade participar diretamente do processo de formação de Brasília. O pai de Yussef, José Paulo Sarkis, foi o dono da primeira loja de materiais de construção da cidade, localizada na 2ª Avenida da Cidade Livre, atualmente Núcleo Bandeirante. Local também do seu primeiro endereço na cidade, em uma casa nos fundos da loja.
 
Com o pai visionário, cresceu se mudando, morou no Núcleo Bandeirante, na Asa Norte, na Asa Sul e em muitos outros lugares. “O primeiro prédio da W3 Sul foi construído pelo meu pai, uma loja. Segundo minha mãe, parecíamos uma família de ciganos. Nós nos mudamos mais de 20 vezes”, afirma Yussef. Ele cresceu vendo a cidade do coração se transformar e ganhar as características de metrópole. “Brasília nasceu para ser cosmopolita, aqui é uma síntese do que é o Brasil”, acrescenta.
 
Para ele, iniciativas como a do curso oferecido pelo Mude, em parceria com o Museu Vivo da Memória Candanga, são fundamentais para a cidade. “Temos experimentado um crescimento rápido. Brasília é uma cidade jovem e, para qualquer lugar que olhamos, tem uma construção”, observa. “Essas histórias têm de ser contadas”, enfatiza o pioneiro.
 
* Estagiárias sob supervisão de Mariana Niederauer
 
 
Jornal Impresso

Correio Braziliense domingo, 02 de setembro de 2018

VOCÊ DOMINA A ESCUTATÓRIA

 

Você domina a escutatória

Publicação: 02/09/2018 04:00

 

A malharia onde a estilista Beatriz (de verde) trabalha passou por mudanças na comunicação interna: todos têm de ouvir e falar com todos, do mais alto ao mais baixo escalão (Marilia Lima/Esp. CB/D.A Press)  
A malharia onde a estilista Beatriz (de verde) trabalha passou por mudanças na comunicação interna: todos têm de ouvir e falar com todos, do mais alto ao mais baixo escalão


Saber ouvir, sem prejulgamentos, é capacidade cada vez mais valorizada em trabalhadores e, 
principalmente, gestores. Hoje em dia, saber se comunicar bem não quer dizer apenas ter boa oralidade 
ou conseguir persuadir o outro: envolve também estar apto a acolher sugestões e opiniões de outr 

 


Correio Braziliense sexta, 31 de agosto de 2018

FUTEBOL AMERICANO: JOGUE COM ESTAS MULHERES

 


FUTEBOL AMERICANO
 
Jogue como essas mulheres
 
Brasília Pilots supera dificuldades estruturais e busca vaga nas semifinais do Campeonato Brasileiro contra o Sinop-MT

 

Ester Cezar*
Renata Nagashima*

Publicação: 31/08/2018 04:00

Raquel Araújo e Paula Chiarotti (D) estão confiantes na vitória sobre as atuais campeãs nacionais (Carlos Vieira/CB/D.A Press - 23/8/18
)  
Raquel Araújo e Paula Chiarotti (D) estão confiantes na vitória sobre as atuais campeãs nacionais



O desafio começou bem antes da partida. Para chegar ao estado do Mato Grosso, o Brasília Pilots, time feminino de futebol americano, precisou alugar um ônibus e tirar dinheiro do próprio bolso para custear a participação no Campeonato Brasileiro da modalidade. Após uma corrida contra o tempo para sanar questões burocráticas e lesões de atletas, a equipe encarou um trajeto com duração de 24 horas e, amanhã, enfrenta o Sinop Coyotes, atual detentor do título nacional, em busca de uma vaga nas semifinais da competição.

A equipe brasiliense viu de perto o risco de encerrar precocemente as atividades na temporada. Segundo o regulamento do campeonato, se um time não comparecer a um jogo marcado, a punição por walkover (WO) é desclassificação automática. Todas as partidas ficariam com a pontuação de 49 x 0, inclusive as previamente vencidas, e a agremiação receberia uma multa de R$ 6.000, além do impedimento de participar de qualquer competição oficial pelo período de um ano.

Vencidos os desafios iniciais, a expectativa para o confronto contra as atuais campeãs brasileiras é de elevado otimismo. Antes de integrar o Brasília Pilots, Paula Chiarotti e Raquel Araújo vestiam a camisa do Vasco Patriotas e venceram o Sinop Coyote por 18 x 13, com três touchdowns. E essa não foi a única vitória da dupla sobre as mato-grossenses. “Será um jogo difícil. Elas são duras e bem fisicamente, mas ninguém do Pilots nunca perdeu para elas”, comenta Raquel, apostando, em tom de provocação, no placar de 38 x 0. Mais realista, Paula prevê resultado favorável às brasilienses por 30 x 20, com dois touchdowns de diferença.

Em 2017, foi a primeira vez que o time de Brasília participou do Campeonato Brasileiro, que existe há 10 anos. Na temporada de estreia, as atletas da capital conseguiram classificação para os playoffs e conquistaram o terceiro lugar geral. Atualmente, a equipe é formada por 30 atletas ativas, com idades de 16 aos 42 anos.



Como participar 

Os treinos do Brasília Pilots são abertos. Qualquer interessada em conhecer o esporte e aprender pode contatar o time, indo aos treinos ou por meio da internet. “Basta chegar e falar com um dos treinadores. A candidata será testada em várias posições e, então, encaminhada para o setor adequado. Treinamos no gramado da Funarte, nas quintas-feiras, às 19h30, e na Esplanada dos Ministérios, nos sábados, às 9h30. Podemos nos contatar também pelas nossas redes sociais no Facebook e no Instagram”, explica  Paula Chiarotti, presidente e jogadora do Brasília Pilots.
 
Jornal Impresso

Correio Braziliense quinta, 30 de agosto de 2018

CÉU DE BRASÍLIA, TRAÇO DO ARQUITETO

 

Céu de Brasília, traço do arquiteto
 
Capital do país volta a receber o Campeonato Brasileiro e Internacional de Asa Delta, com pousos até sábado na Esplanada

 

Emanuelly Fernandes*

Publicação: 30/08/2018 04:00

Competidores brasileiros estão de olho na classificação geral: os seis melhores garantem vaga no Mundial (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press

)  
Competidores brasileiros estão de olho na classificação geral: os seis melhores garantem vaga no Mundial
 


Considerada o ‘Havaí do Voo Livre’, Brasília recebe a segunda etapa do Campeonato Brasileiro e Internacional de Asa Delta. A competição, iniciada no domingo passado e que reúne alguns dos principais pilotos do mundo, será encerrada no sábado. No total, são 84 competidores de 11 países.  Um dos destaques é o australiano Johnny Duran, vencedor da prova de abertura e campeão mundial em 2016. O gaúcho André Wolf, que defende o título, ficou em terceiro.

Os atletas decolam da rampa do Vale do Paranã, em Formosa-GO, por volta das 11h. Com altitude de aproximadamente 1.000 metros acima do nível do mar, o ponto é usado para decolagens há mais de 30 anos e fica a cerca de 87km de Brasília. Os pousos ocorrem no gramado da Esplanada dos Ministérios, geralmente a partir das 15h. As provas previstas para segunda e terça-feira acabaram não acontecendo por causa dos ventos que alcançaram 40km/h, impossibilitando decolagens seguras.

O organizador do evento e instrutor de voo Ricardo Ortega conta que as duas provas canceladas não atrapalham o resultado do campeonato e não muda o dia do encerramento. “Os dias que não voamos será contabilizado com nota 0 para todos os inscritos. Usaremos os resultados dos outros dias. Olhamos as previsões do tempo e não terá problema nas provas que serão realizadas na sexta-feira e no fim de semana”, explica.

A competição é dividida em duas categorias: sports (grupo de acesso), que precisa completar um percurso de 95km, e a elite, com uma distância de 130km. Tudo é registrado por um GPS que os pilotos carregam durante o voo. Para quem não se inscreveu e quer apenas se divertir, há a opção do free fly, que realiza um voo mais rápido e sem restrições de percursos. Abel Vitorazzi, do Rio Grande do Sul, é um dos pilotos que está voando sem compromisso. “Eu perdi o prazo de inscrições e estou aqui para curtir o céu de Brasília. A cidade é um dos melhores lugares em que já voei. Existem 20 pilotos que estão na mesma situação que a minha”, conta.
 
Jornal Impresso

Correio Braziliense domingo, 26 de agosto de 2018

BRASÍLIA: UM CÉU DE POSSIBILIDADES

 


Um céu de possibilidades
 
Saiba quais são os melhores pontos da cidade para curtir o pôr do sol

 

Sarah Paes*
Renata Nagashima*

Publicação: 26/08/2018 04:00

Daniele Medeiros e o namorado, Wilckerson Ganda, no Pontão do Lago Sul (Sarah Paes/Esp. CB/D.A Press)  
Daniele Medeiros e o namorado, Wilckerson Ganda, no Pontão do Lago Sul
 
 
 
 
Uma atração que não sai de cartaz e é acessível. As janelas de casa, do trabalho ou do carro viram moldura para o crepúsculo. Há quem encontre posição ainda mais privilegiada e, em Brasília, isso não é difícil. A combinação do famoso céu da capital com os raios solares se pondo proporciona aos habitantes e visitantes da cidade um espetáculo a céu aberto no fim de quase todas as tardes.
 
Para Daniele Medeiros e o namorado, Wilckerson Ganda, ambos de 26 anos, parar e assistir ao pôr do sol representa um momento incomum, especial. “No dia a dia, a gente se distrai com outras atividades e acaba passando despercebido. Sentar para ver o pôr do sol é um momento raro, aproveitamos muito, ainda mais quando estamos juntos”, conta a moradora de Taguatinga, enquanto curte o momento com o companheiro no Pontão do Lago Sul.
 
O Correio preparou um roteiro reunindo 14 locais onde é possível viver uma experiência privilegiada ao assistir ao pôr do sol. Segundo a Polícia Militar do DF, em todos os pontos, são realizados patrulhamentos durante todo o dia e intensificados em horários de maior circulação de pessoas. Quanto à iluminação, a CEB informou que o acionamento é automático, por fotocélulas. Nos pontos relacionados, há iluminação pública na parte externa do Pontão do Lago Sul, na Ermida Dom Bosco, no Deck Norte, no Parque Asa Delta, na Plataforma Superior da Rodoviária, na Torre de TV e  na Praça do Cruzeiro. Confira a lista e aproveite!
 
*Estagiárias sob supervisão de Mariana Niederauer
 
 
 (Sarah Paes/Esp. CB/D.A Press)  
 
Pontão do Lago Sul
Com um cenário digno de cartão-postal, o Pontão é parada obrigatória para moradores e turistas que desejam contemplar o pôr do sol à beira do Lago Paranoá. Próximo à Ponte Honestino Guimarães, o local conta com decks, bancos e área com grama para contemplar os últimos minutos de sol do dia. O local é procurado também por oferecer uma estrutura com bares e restaurantes para quem deseja relaxar. Funciona todos os dias e os horários variam entre as 7h e as 2h. Informações: 3364-0580.
O que tem lá: 6 restaurantes / 4 quiosques / Pier / Anfiteatro ao ar livre / Sanitários de apoio com funcionários / Jardins / Bancos para sentar
 
 
 (Breno Fortes/CB/D.A Press - 1/6/06 )  
 
Orla e Ponte JK
A Ponte JK ou Terceira Ponte, inaugurada em dezembro de 2002, liga o Lago Sul, Paranoá e São Sebastião à parte central de Brasília. Desde a inauguração, tornou-se um dos cartões-postais para observar o sol que reflete nas águas do lago. Dica: a ponte conta com passagem para pedestres. Assista ao fim da tarde na parte que fica no Lago Sul e, depois, siga para uma caminhada no mirante, localizado no Setor de Clubes Esportivos Sul, Trecho 2.
O que tem lá: Parquinho de areia para crianças / Restaurantes / Bancos de concreto / Fonte (inativa) / Vendedores ambulantes
 
 
 (Rodrigo Nunes/Esp. CB/D.A Press - 18/2/16)  
 
Torre de TV
Cartão-postal de Brasília, a Torre de TV fica na área central do Plano Piloto e, a partir do mirante, é possível observar, a 75m de altura, o sol se pôr atrás do Memorial JK, além de ser um local com vista privilegiada para ver o cair da tarde na Esplanada dos Ministérios. A visitação ao mirante está temporariamente suspensa em razão do cronograma de revitalização, mas ainda sim é possível observar dos pés da torre e de suas escadas. Informações: 3224-3351 ou atendimento@setur.df.gov.br.
O que tem lá: Ciclovia / Bancos /Quiosques / Vendedores ambulantes/Estacionamento amplo
 
 
 (Rodrigo Nunes/Esp. CB/D.A Press - 7/4/16 )  
 
Ermida Dom Bosco
Considerada um dos patrimônios históricos da cidade, a Ermida Dom Bosco, inaugurada em 1957, é um ótimo lugar para observar os últimos raios de luz do dia e para a prática de vários esportes. O lugar é frequentado por famílias que desejam fazer um programa diferente, além de fotógrafos que buscam um bom cenário e luz natural. O Parque Ecológico Ermida Dom Bosco fica aberto diariamente, das 7h às 19h. Endereço: Estrada Parque Dom Bosco, QI 29, Lago Sul. Telefone: 3367-2000.
O que tem lá: Pier / Quiosques / Bicicletário
 
 
 (Minervino Junior/CB/D.A Press - 29/8/215)  
 
Parque Asa Delta
O Parque do Anfiteatro Natural do Lago Sul, também conhecido como Parque Asa Delta, tem um morro artificial de 17 metros e proporciona aos visitantes um bom ponto para observação do pôr do sol. O parque ainda conta com um píer e ciclovia. Fica no Lago Sul, entre a QI 12 e  a QI 14, em frente ao comércio do Deck Brasil.
O que tem lá: Píer / Gramado / Ciclovia / Área arborizada
 
 
 (Carlos Vieira/CB/D.A Press - 21/6/16)  
 
Torre de TV Digital
Um dos pontos mais altos do Distrito Federal, o mirante garante aos espectadores uma vista 360°. Embora a visitação também esteja provisoriamente interrompida, ainda é um lugar que vale a pena conferir para contemplar o fim do dia e assistir ao pôr do sol, pois a vista do estacionamento do monumento é privilegiada. A torre foi inaugurada em 2012, projetada por Oscar Niemeyer. Informações:  3224-3351 ou atendimento@setur.df.gov.br.
O que tem lá: Estacionamento amplo
 
 
 (Zuleika de Souza/CB/D.A Press - 21/4/14 )  
 
Deck Norte
O Calçadão da Asa Norte fica no fim da L4 Norte, próximo à entrada do Lago Norte. O deck de madeira foi inaugurado em 2011 e, desde então, é usado para caminhadas, pescarias e piqueniques. No local, há estacionamento e banheiro público, além de vendedores ambulantes. É possível alugar caiaques e pranchas de stand up paddle (SUP) para apreciar ainda mais o fim da tarde.
O que tem lá: Pier / Bancos para sentar / Caiaque e Stand Up Paddle / Ponto de Encontro Comunitário (PEC) / Parquinho / Estacionamentos / Ocasionalmente, ambulantes
 
 
 (Minervino Junior/CB/D.A Press - 3/8/17 )  
 
Plataforma Superior da Rodoviária
A plataforma superior da Rodoviária é o ponto ideal para quem está na correria do dia a dia, voltando do trabalho ou esperando o ônibus. No local, é possível ver o sol se pôr atrás de um dos pontos turísticos centrais de Brasília, a Torre de TV.
O que tem lá: Vendedores Ambulantes / Estacionamento amplo
 
 
 (Barbara Cabral/Esp. CB/D.A Press - 30/7/18 )  
 
Praça do Cruzeiro
Localizada na área central de Brasília, a Praça do Cruzeiro proporciona uma bela vista, já que não há muitas construções em volta. O espectador tem uma visão aberta do fim do dia, com o sol se pondo na linha do horizonte. Em alguns dias da semana, food trucks animam a noite. Fica na Zona Cívico-Administrativa de Brasília, ao lado do Memorial JK.
O que tem lá: Estacionamento amplo / Food trucks (em dias alternados)
 







Correio Braziliense domingo, 19 de agosto de 2018

ELEITORES COBRAM EDUCAÇÃO, SAÚDE E SEGURANÇA

Jornal Impresso



Correio Braziliense sexta, 17 de agosto de 2018

LULA SOFRE DUAS DERROTAS NA JUSTIÇA

 

Fora do debate e com recurso anulado:

Lula sofre duas derrotas na Justiça

Petista não poderá participar do debate presidencial de hoje e teve recurso

que poderia anular a condenação negado pelo STJ. Ministro Luís Roberto

Barroso foi confirmado como relator do registro de candidatura no TSE


 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará de fora do debate da RedeTV, às 22h de hoje. Um pedido apresentado pelo Partido dos Trabalhadores (PT) para que Lula participasse do evento foi rejeitado pelo ministro Sérgio Silveira Banhos, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Não foi o único revés do petista na Justiça. A ministra Rosa Weber, presidente do órgão, decidiu que a relatoria do pedido de registro de candidatura dele na Corte Eleitoral ficará mesmo com o ministro Luís Roberto Barroso. Ao mesmo tempo, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou um recurso da defesa que poderia resultar na anulação da condenação do petista e suspender a inelegibilidade.

Lula, preso na Superintendência da Polícia Federal de Curitiba, enfrenta até o momento sete pedidos para que candidatura seja indeferida pela Justiça Eleitoral. Uma dessas solicitações foi apresentada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, representando o Ministério Público Eleitoral. A procuradora, assim como os demais autores, lembra que o petista foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) e não pode concorrer por não se enquadrar na Lei da Ficha Limpa. As ações relacionadas ao registro do ex-presidente receberam, inicialmente, dois relatores — o ministro Luís Roberto Barroso, que ficou responsável, inicialmente, pelo pedido de registro em si e por duas ações de impugnação (contestação) — e o ministro Admar Gonzaga.
 

Rosa não afastou Admar da relatoria das ações. A defesa de Lula questionou a participação de dois magistrados no caso. Barroso, então, solicitou que Rosa Weber decidisse se ele seria mantido como julgador. A ministra avaliou que ele deveria continuar na relatoria, o que não agrada ao PT.

No STJ, a 5ª Turma da Corte negou embargos de declaração apresentados pelo advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Lula. Ele questionava uma decisão do tribunal que negou a suspensão da condenação que o cliente sofreu no TRF-4. O defensor pedia a realização de um novo julgamento, com a finalidade de colocar o petista em liberdade. As alegações eram de que os defensores não foram ouvidos durante o julgamento do recurso apresentado anteriormente.

Participação negada

Em mais um fracasso na Justiça, o TSE negou o pedido da defesa de Lula para que ele participe do segundo debate na televisão. Apesar de condenado a 12 anos de prisão, em segunda instância, e inelegível pela Lei da Ficha Limpa, o PT afirma que o ex-presidente goza de “todos os direitos inerentes aos candidatos ao cargo de Presidente da República, não podendo ser prejudicado no exercício de tais direitos, em razão da execução antecipada da pena, situação excepcional, e que tolhe sua liberdade de ir e vir”. O registro da candidatura de Lula foi pedido na quarta-feira no TSE.

Ao analisar o caso, o ministro Sérgio Banhos alegou que a situação de Lula está ligada à esfera criminal, e que o TSE não tem competência para deliberar nem mesmo “sobre o direito de ir e vir do requerente”. O magistrado escreveu que “carece esta Justiça especializada de atribuição constitucional e legal para intervir em ambiente carcerário, no qual em curso o cumprimento, ainda que provisório, de sanção penal, dispondo sobre a eventual utilização intramuros de aparato tecnológico que possibilite, para além de todas as demais questões jurídicas certamente envolvidas, a participação do segundo requerente (...)”.

O deputado Jair Bolsonaro, candidato à Presidência da República, é autor de uma das impugnações (contestações) da candidatura de Lula. A ação, em nome dele e do PSL, veio na tarde de ontem. O parlamentar afirma que “é de conhecimento geral que o candidato está inelegível, por ter sido condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) e pelo juiz Sérgio Moro”. Por isso, deve ter o pedido de registro de candidatura negado. Também ontem, o Partido Novo fez a mesma solicitação, pedindo que PT seja impedido de fazer campanha para o ex-presidente.

Dodge pede retomada de pena

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu, ontem, ao Supremo Tribunal Federal (STF), que o deputado João Rodrigues (PSD-SC) retome o cumprimento da pena. A medida foi suspensa há dois dias por decisão liminar do ministro Rogério Schietti, do STJ. O parlamentar foi condenado por fraude e, desde fevereiro de 2018, cumpria pena em regime semiaberto na Papuda. A prisão foi determinada após o político ter condenação confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).



Correio Braziliense quinta, 16 de agosto de 2018

BOLSONARO É O PREFERIDO DOS BRASILIENSES

 

 
 
 
O candidato à Presidência Jair Bolsonaro, do PSL, lidera as intenções de voto dos brasilienses, tanto na pesquisa espontânea quanto no levantamento estimulado. O capitão reformado do Exército aparece à frente dos adversários em dois cenários: com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa e também na simulação em que o petista é substituído pelo ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad.
 
 
Na pesquisa estimulada em que houve a inclusão do ex-presidente, Jair Bolsonaro está à frente com 27% das intenções de voto. Lula aparece em seguida, com a preferência de 19,8% dos eleitores, e Marina Silva, da Rede, ocupa a terceira colocação, com 11,7% dos votos dos eleitores moradores do Distrito Federal.
 
Em quarto lugar, está o candidato do PDT, Ciro Gomes, que figura na pesquisa com 7,4% das intenções de voto. O pedetista é seguido por Geraldo Alckmin (PSDB) que, segundo a pesquisa do Instituto Opinião Política, encomendada pelo Correio Braziliense, teria 6,3% dos votos, se a eleição fosse hoje.
 
O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, candidato do MDB, é o preferido de 1,9% dos eleitores de Brasília e Álvaro Dias (Podemos) foi citado por 1,8% dos entrevistados da pesquisa.
 
 
João Amôedo, representante do Partido Novo na corrida pelo Palácio do Planalto, tem 1,6% das intenções de voto. Já o deputado federal Cabo Daciolo, do Patriota, recebeu a preferência de 0,8% do eleitorado.
 
O candidato do PSol à Presidência da República, Guilherme Boulos, aparece no levantamento com 0,6% das intenções de voto, seguido por João Goulart Filho, do PPL, com 0,5%. Completam a lista a representante do PSTU na disputa, Vera Lúcia, com 0,4%, e José Maria Eymael (DC), com 0,3%. No total, 5,9% dos eleitores consultados pelo instituto não souberam avaliar qual o candidato de sua preferência. Os votos brancos e nulos somaram 14,0%.
 
 
Jornal Impresso



Correio Braziliense segunda, 13 de agosto de 2018

SAIDÃO REVOLTA FAMÍLIAS DE VÍTIMAS E PREOCUPA A POLÍCIA

 

Saidão revolta famílias de vítimas e preocupa a polícia

 

Assaltante que fez mãe e filho reféns, roubou um carro e provocou o acidente que matou duas pessoas na Asa Sul cumpria pena por roubo, mas foi liberado para passar o Dia dos Pais em casa

"Pior ainda é saber que, nos próximos feriados, isso pode acontecer novamente, com outras famílias. Não foi a primeira nem será a última vez%u201D, desabafou Pedro Luís Pereira. Ele é cunhado de Gizelda da Silva Mota, de 39 anos, que morreu, no sábado, num grave acidente. O motorista da Kombi em que Gizelda estava, Márcio Barbosa de Oliveira, 52, também faleceu. O acidente foi causado por Paulo Brás de Oliveira Júnior, 23. Condenado a 8 anos e 5 meses de prisão, Paulo cumpria pena em regime semiaberto e foi beneficiado no Saidão do Dia dos Pais. Voltou a cometer crimes: assaltou na Asa Sul e tomou uma mulher e o filho dela como reféns, fugindo no carro das vítimas, uma Pajero. Perseguido pela PM, o veículo bateu num Ecosport %u2014  cinco pessoas que estavam no carro ficaram feridas, uma em estado grave %u2014 que atingiu a Kombi. A tragédia expôs a fragilidade da concessão desse tipo de privilégio a presos. Diretor do Departamento de Polícia Circunscricional da Polícia Civil do DF, Jeferson Lisboa diz que o caso é preocupante. %u201CO fato é que, quando ocorre essa espécie de saidão, aumenta-se o índice da criminalidade de uma maneira geral%u201D, diz o delegado.  ( Bárbara Cabral/Esp. CB/D.A Press)

 

Assaltante que fez mãe e filho reféns, roubou um carro e provocou o acidente que matou duas pessoas na Asa Sul cumpria pena por roubo, mas foi liberado para passar o Dia dos Pais em casa "Pior ainda é saber que, nos próximos feriados, isso pode acontecer novamente, com outras famílias. Não foi a primeira nem será a última vez%u201D, desabafou Pedro Luís Pereira. Ele é cunhado de Gizelda da Silva Mota, de 39 anos, que morreu, no sábado, num grave acidente. O motorista da Kombi em que Gizelda estava, Márcio Barbosa de Oliveira, 52, também faleceu. O acidente foi causado por Paulo Brás de Oliveira Júnior, 23. Condenado a 8 anos e 5 meses de prisão, Paulo cumpria pena em regime semiaberto e foi beneficiado no Saidão do Dia dos Pais. Voltou a cometer crimes: assaltou na Asa Sul e tomou uma mulher e o filho dela como reféns, fugindo no carro das vítimas, uma Pajero. Perseguido pela PM, o veículo bateu num Ecosport %u2014 cinco pessoas que estavam no carro ficaram feridas, uma em estado grave %u2014 que atingiu a Kombi. A tragédia expôs a fragilidade da concessão desse tipo de privilégio a presos. Diretor do Departamento de Polícia Circunscricional da Polícia Civil do DF, Jeferson Lisboa diz que o caso é preocupante. %u201CO fato é que, quando ocorre essa espécie de saidão, aumenta-se o índice da criminalidade de uma maneira geral, diz o delegado.

 

Jornal Impresso

 








Correio Braziliense sexta, 03 de agosto de 2018

PAPA FRANCISCO INTRODUZ NO CATECISMO QUE A PENA DE MORTE É INADMISSÍVEL

 

Papa introduz no catecismo que a pena

de morte é 'inadmissível'

Em anúncio, o papa afirmou que a Igreja ensina, à luz do Evangelho,

que a pena de morte é inadmissível, porque atenta contra a

inviolabilidade e a dignidade da pessoa


AF Agência France-Presse
postado em 02/08/2018 08:42 / atualizado em 02/08/2018 09:07
 
(foto: Andreas Solaro/AFP)
 
Cidade do Vaticano, Santa Sé - O papa Francisco adotou uma medida histórica ao modificar o catecismo da Igreja Católica para declarar "inadmissível" a pena de morte e incluir um compromisso de lutar contra a mesma em todo o mundo.
 
 
Jornal Impresso

 

 




Correio Braziliense terça, 31 de julho de 2018

MORRE O JORNALISTA ARI CUNHA, VICE-PRESIDENTE DO CORREIO BRAZILIENSE

 

Morre o jornalista Ari Cunha, vice-presidente institucional do Correio

Pioneiro da notícia, Ari Cunha, 91 anos, acompanhou a rotina e lutou por uma capital melhor por 58 anos na coluna Visto, Lido e Ouvido

CB Correio Braziliense

postado em 31/07/2018 07:54 / atualizado em 31/07/2018 08:55

Ari Cunha, 91 anos: vida dedicada ao jornalismo(foto: Iano Andrade/CB/D.A Press - 17/5/13)


O jornalista e vice-presidente institucional do Correio Braziliense Ari Cunha morreu durante a madrugada desta terça-feira (31/7), aos 91 anos. Segundo uma das filhas do jornalista, Circe, Ari Cunha faleceu em casa após sofrer falência múltipla de órgãos devido à idade e às condições de saúde dele. O velório está previsto para a manhã desta quarta-feira (1°/8) e o sepultamento, para às 17h, no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul.

Pioneiro da notícia, Ari Cunha acompanhou a rotina e lutou por uma capital melhor por 58 anos na coluna Visto, Lido e Ouvido, primeiramente no jornal impresso e depois em um blog na internet. É provavelmente, a coluna mais longeva da imprensa brasileira. Ao longo dos anos, o instrumento serviu para defender, provocar e inspirar moradores e governantes da capital brasileira.

 Ver galeria . 10 FotosBanner de homenagem ao vice-presidente do Correio Braziliense Ari Cunha(foto: Paula Carvalho/Esp. CB/D.A Press )



Filho de Eva e Raimundo Gomes de Pontes Cunha, José de Arimathéa Gomes Cunha nasceu em 22 de julho de 1927, na cidade cearense de Mondubim. Ele descobriu ainda criança a habilidade para a escrita e a para a notícia. Aos 16 anos, em 1944, foi contratado como revisor da Gazeta de Notícias, de Fortaleza, e, depois, trabalhou no jornal Estado.

 A bordo de um navio, deixou a Região Nordeste em 1948 em direção ao Rio de Janeiro, onde começou carreira no Bureau Interestadual de Imprensa e no International News Service. Por muito tempo, escreveu a crônica política para vários jornais representados pelo escritório. Trabalhou com Carlos Lacerda, Joel Silveira, Heráclito Sales, Paula Job, Prudente de Moraes Neto, Etiene Arregui Filho, Irineu Sousa e outros destacados jornalistas da época.

Missão com o Correio Braziliense

A experiência na cobertura também valeu a convivência com políticos de peso, como João Mangabeira, Luiz Viana Filho, Café Filho, José Bonifácio de Andrada, Bias Fortes, Israel Pinheiro, Juscelino Kubitschek. Contratado pela New Press, chefiou a redação em São Paulo durante 10 anos, antes de se transferir para o Última Hora, ao lado de Josimar Moreira de Melo e Samuel Wainer, onde desenvolveu o conhecimento da parte técnica de jornais. Em julho de 1959, passou a fazer parte dos Diários Associados, ajudado pelo amigo Paulo Cabral e contratado por Edilson Cid Varela, gerente do periódico O Jornal. A Ari Cunha foi confiada a reforma da Folha de Goiaz, em Goiânia, onde permaneceu até setembro.

Uma vez na Região Centro-Oeste, a ele foi incumbida a missão de vir a Brasília para estabelecer na nova capital o Correio Braziliense e a TV Brasília. Em 1981, Ari Cunha foi eleito condômino dos Diários Associados. Além da vida intensa na imprensa, ele investiu na vida pública. Em 1961, presidiu a Comissão de Incentivo à Iniciativa Privada, ligada diretamente ao gabinete do então prefeito de Brasília, Paulo de Tarso Santos, ao tempo de Jânio Quadros na Presidência da República. 

Entre 1986 e 1987, atuou como vice e presidente do Banco Regional de Brasília (BRB), durante o governo de José Aparecido de Oliveira. Em 1990, assumiu o cargo de vice-presidente dos Diários Associados, cargo que ocupava até hoje. Do casamento com a professora de enfermagem Maria de Lourdes Lopes Cunha, o jornalista teve quatro filhos: Ari, Eliana, Raimundo e Circe.




Correio Braziliense sábado, 28 de julho de 2018

CRIANÇAS E ADOLESCENTES VENEZUELANOS REFUGIADOS NO DF VÃO PARA A ESCOLA

 

Crianças e adolescentes venezuelanos refugiados no DF vão para a escola

Doze famílias que deixaram o país sul-americano, mudaram-se para Roraima e foram transferidas a Brasília na terça-feira

 
 
 postado em 28/07/2018 08:00 / atualizado em 27/07/2018 22:52
Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press

 

Treze das 22 crianças e adolescentes do grupo de venezuelanos refugiados em Brasília conseguiram vagas na rede pública do Distrito Federal e começarão a estudar a partir de segunda-feira. A notícia foi anunciada na manhã de ontem, pela Secretaria de Educação, às 12 famílias que deixaram o país sul-americano, mudaram-se para Roraima e foram transferidas a Brasília na terça-feira. Esses 50 imigrantes ficarão abrigados em quatro casas da entidade Aldeias Infantis SOS, na Asa Norte, pelo menos até o fim do ano.
 
 
Fora esses 13 jovens, nove crianças menores de 3 anos ainda não terão os estudos garantidos na capital federal. Elas entrarão na fila para uma das 14.559 vagas nos 108 Centros de Educação da Primeira Infância (CEPIs) e nas unidades parceiras conveniadas que recebem bebês nessa faixa etária. Quase a metade dessas instituições têm condição para receber apenas oito crianças por sala. Os pequenos permanecem nas creches durante 10 horas e recebem cinco refeições por dia.
 
Além de conseguir emprego, a preocupação das mães e pais é garantir o acesso à educação para os filhos. Para a recreadora Jormary Escalona, 21 anos, a vaga garantida à filha de 4 anos resultou em alívio. Em Roraima, a criança não estudava, porque não tinha documentação. “Na Venezuela já era bem difícil. Minha filha estudava em uma escola pública que não tinha comida. Ficava das 7h às 16h e não davam nada. Os pais precisavam levar materiais e alimentos”, comenta. A expectativa de Jormary, agora, é de arranjar um emprego o quanto antes. “Deixei meus avós e pais lá e vim para dar um jeito de ajudá-los. As pessoas estão ganhando bem pouco. Por isso, quero seguir trabalhando aqui.”
 
Ontem, funcionários da Secretaria de Educação estiveram na Aldeias Infantis SOS para conversar com as famílias, tabular dados e descobrir o nível educacional das crianças e adolescentes. Segundo o secretário de Educação, Júlio Gregório Filho, mesmo que a disponibilidade de vagas seja maior na regional do Plano Piloto e Cruzeiro, existe a possibilidade de que crianças com menos de 3 anos não consigam matrículas imediatamente. “É a primeira vez que temos um grupo de estrangeiros que requer adaptações em termos de idioma e do sistema de ensino. Não temos condições de assegurar as inscrições de imediato, porque não podemos criar uma situação de privilégio”, afirma. “O que vamos tentar fazer é otimizar o atendimento deles, até pela questão do deslocamento e do pertencimento. Para que eles reconheçam alguns pares dentro da unidade escolar, vamos tentar distribuí-los entre três escolas, no máximo”, completa.
 

Dificuldades

Em entrevista ao Correio na quarta-feira, Gimelsón José Corsega, 42, e a mulher, Rosimar Yanet Marin, 38, demonstraram preocupação quanto à educação dos filhos, de 15 e 3 anos. O mais velho faz parte do grupo que começa a estudar na segunda-feira. O adolescente cursava o 3º ano do segundo grau na Venezuela e o menor frequentava o maternal no país vizinho. Nenhum dos dois chegou a estudar em Roraima.
 
Mesmo com as dificuldades do idioma, o pai, que trabalhava em uma indústria petroleira na Venezuela, acredita que os filhos se adaptarão bem ao novo país. “O mais velho fala e entende bastante a língua portuguesa. Ele conversava com militares que trabalhavam nos abrigos e falavam português e espanhol. O pequeno fala algumas coisas, mas também entende bem. Acho que, interagindo na escola, ele aprenderá mais.” 
 
Gilmelsón acrescenta que algumas das famílias estão se adaptando para cuidar das crianças que não conseguirem entrar na escola por enquanto. “Entramos em acordo e, quando alguém conseguir emprego, os demais cuidarão dos filhos da pessoa”, detalha.
 

Para saber mais

Critérios de prioridade
Para garantir uma vaga nas creches vinculadas à Secretaria de Educação do Distrito Federal, os pais das crianças de até 3 anos precisam cadastrá-las na fila de espera. O atendimento leva em consideração critérios de prioridade, e não a ordem de chegada. As famílias ganham pontuação de acordo com cada um deles. O pai ou responsável que ganha até um salário-mínimo, por exemplo, registra 25 pontos, enquanto aquele com rendimento superior a quatro salários tem 10. Famílias beneficiárias de programas sociais, crianças em situação de vulnerabilidade ou em condição de risco nutricional marcam 20 pontos. Outros critérios, como tempo na fila de espera, também são avaliados.

Correio Braziliense quinta, 26 de julho de 2018

NEYMAR TEM DESEMPENHO SUPERIOR A INDICADOS PARA MELHORES DO MUNDO

MELHORES DO MUNDO

Neymar tem desempenho superior a indicados ao prêmio de melhor do mundo

Fora da lista dos 10 melhores do mundo, Neymar paga o preço pela Copa ruim e por ter virado piada após simular faltas

 Victor Gammaro /Correio Braziliense

 postado em 25/07/2018 10:42 / atualizado em 25/07/2018 14:52

   
AFP/Benjamin Cremel

 

Após cinco anos, o Brasil não tem nenhum representante na lista dos 10 melhores jogadores do mundo da Fifa. Neymar — camisa 10 da Seleção Brasileira e principal craque do país no momento — ficou fora da relação. Porém, nas estatísticas da temporada dos clubes, o atacante do Paris Saint-Germain se destacou mais do que alguns finalistas divulgados pela entidade máxima do futebol.
 
 
A Copa do Mundo, claro, teve um peso preponderante na ausência de Neymar. O atacante, além do desempenho abaixo do esperado no torneio, virou chacota internacional por simular faltas. De quebra, o Brasil acabou eliminado nas quartas de final pela Bélgica. Na lista da Fifa, foram priorizados nomes que deixaram melhor impressão na Rússia.
 
Na temporada 2017/2018, o brasileiro disputou apenas 30 jogos pelo Paris Saint-Germain. O número baixo se deu pela lesão sofrida no quinto metatarso do pé direito, em fevereiro, que deixou o craque longe dos gramados até junho.
 
Quando esteve em campo, Neymar foi decisivo para o time parisiense. Nas 30 oportunidades, marcou 28 gols e distribuiu 16 assistências para companheiros. Mbappé, por exemplo, jogou mais 16 vezes e fez “apenas” 21 gols, além de 15 toques para gols de outros atletas do PSG.
 
Juntos, eles foram campeões franceses e das duas Copas nacionais. Pesou para o jovem europeu o desempenho na Copa do Mundo, com o título e com a escolha de melhor jogador jovem do torneio, além da exibição de gala diante da Argentina, nas oitavas de final.

Inconsistência

De acordo com os números na temporada com a equipe francesa, Neymar participou diretamente de 44 gols do time. Além de superar Mbappé, o retrospecto do brasileiro é superior ao de Kevin De Bruyne (33 participações em 52 jogos), Eden Hazard (30/52) e Modric (10/43) e se iguala ao de Griezmann, sendo que o jogador do Atlético de Madri jogou 19 partidas a mais que Neymar.
 
Apesar de não estar tão cotado como nos últimos anos, Lionel Messi foi quem mais participou de gols pelo seu clube entre os 10 selecionados da Fifa. O argentino esteve diretamente envolvido em 63 tentos anotados pelo Barcelona na temporada, tudo isso nas 54 vezes em que esteve em campo.
 
Em termos de títulos, também há inconsistência na ausência de Neymar na relação divulgada pela Fifa. Basta notar que Harry Kane não conquistou nada com o Tottenham na temporada. Ele, porém, foi artilheiro da Copa do Mundo, com seis gols. Eden Hazard, caso permaneça no Chelsea, nem sequer participará da próxima Liga dos Campeões, no entanto, colecionou boas atuações na Rússia, levando a Bélgica ao terceiro lugar inédito.
 
Vencedor da Liga dos Campeões e da Copa no mesmo ano, Raphael Varane aparece como azarão entre os escolhidos. O zagueiro tenta repetir Fabio Cannavaro, em 2006, que conquistou a honraria individual após levantar a taça de campeão do mundo com a Itália.

 


Correio Braziliense quarta, 25 de julho de 2018

MARTA É INDICADA A PRÊMIO DA FIFA E BUSCA O SEXTO TROFÉU DE MELHOR DO MUNDO

Marta é indicada a prêmio da Fifa e busca sexto troféu de melhor do mundo

Pela 14ª vez na carreira, brasileira está entre finalistas ao prêmio

 Estadão Conteúdo

 postado em 24/07/2018 10:44 / atualizado em 24/07/2018 11:20

Orlando Pride/Divulgação
 
Atualmente no Orlando Pride, dos EUA, Marta está entre dez finalistas ao prêmio da Fifa
 
 

A brasileira Marta foi indicada nesta terça-feira pela Fifa à lista das dez finalistas ao prêmio de melhor jogadora do mundo. Atualmente no Orlando Pride, dos Estados Unidos, a camisa 10 do Brasil foi selecionada ao prêmio pela 14ª vez e tentará faturar seu sexto troféu.
 
A cerimônia de premiação acontecerá em 24 de setembro, em Londres, e terá um nome diferente em relação aos dois últimos anos. Isso porque nem a vencedora de 2017, a holandesa Lieke Martens, nem detentora do troféu de 2016, a norte-americana Carli Lloyd, estão entre as dez finalistas.

Uma das favoritas ao troféu é a dinamarquesa Pernille Harder, que atua pelo Wolfsburg. Ela já venceu por duas vezes o prêmio de melhor jogadora da Uefa, mas nunca levou o troféu da principal entidade do futebol.

O Lyon domina a lista de nomes indicados com cinco jogadoras. O time francês é o atual detentor do título da Liga dos Campeões - bateu o Wolfsburg por 4 a 1 na final deste ano. Da melhor equipe europeia na atualidade foram selecionadas a norueguesa Ada Hegerberg, a japonesa Saki Kumagai, a alemã Dzsenifer Marozsan, além das francesas Amandine Henry e Wendie Renard. 

A lista das selecionadas foi definida por especialistas definidos pela Fifa. A votação para a escolha do melhor jogadora começará nesta terça-feira e vai até 10 de agosto. Os torcedores podem votar pelo site da principal entidade do futebol.

Ainda haverá outros três grupos de votantes: jornalistas escolhidos pela Fifa, além dos técnicos das seleções e seus respectivos capitães. O período analisado das jogadoras vai de 7 de agosto de 2017 até 24 de maio de 2018, data em que foi realizada a final da Liga dos Campeões. A indicação dos três finalistas será feita no início de setembro.

Correio Braziliense terça, 24 de julho de 2018

COTAS DIFERENCIAM GÊMEAS NO VESTIBULAR DA UnB

 

Cotas diferenciam gêmeas no vestibular da UnB

Carina Bastos não se enquadrou nas vagas previstas a estudantes de escola pública, enquanto Marina, irmã que estudou no mesmo colégio, foi aprovada. Juiz determinou a matrícula da candidata, mas Cebraspe alega falta de documentação

MarÍlia Lima/Esp. CB/D.A Press

 

Duas irmãs gêmeas brasilienses alegam incoerência no processo de aprovação e matrícula no curso de medicina veterinária na Universidade de Brasília (UnB). Carina Bastos da Costa Soares e Marina Bastos da Costa, 21 anos, buscaram vagas na universidade para o segundo semestre de 2018, por meio do vestibular tradicional da UnB. Ambas pretendiam usar o sistema de cotas, em função de terem estudado durante todo o ensino médio em escola pública — o Colégio Militar de Brasília. Marina foi enquadrada no sistema específico de cotas, mas a irmã terminou no sistema universal.
 


Por meio da cota, Marina Bastos foi aprovada em segunda chamada para o curso que pretendia e foi devidamente inscrita ontem, último dia de registro. Carina Bastos, por sua vez, ainda que tenha obtido notas melhores do que a irmã, não conseguiu a vaga para o mesmo curso. Somadas as provas de conhecimento, Carina teve 111.164 pontos. A irmã, 28.473.

A família entrou com uma liminar na 17ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária do DF, deferida pelo juiz Rodrigo Parente Paiva em 12 de julho, que determinou a matrícula de Carina. “Não há argumentos jurídicos no caso, tendo em vista que, consoante aos autos, é possível observar que sua irmã idêntica restou enquadrada como cotista, enquanto a impetrante ficou de fora de tal lista”, atestou o juiz na sentença. Para ele, houve comportamento contraditório da comissão avaliadora.


Impedimentos

Ainda assim, a Universidade de Brasília estaria criando dificuldades para a matrícula da jovem, segundo a família. “A UnB está promovendo vários empecilhos. Estamos reportando ao juiz a falta de cumprimento da determinação”, diz Dacy dos Santos Ribeiro, funcionária pública mãe das gêmeas.

O Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe) afirma não ter recebido a comprovação de conclusão do ensino médio de Carina Bastos, documento que atestaria que ela, assim como a irmã, estudou em colégio público. Desse modo, fica impedida a matrícula da aluna. Em nota, o Cebraspe garante que a “candidata Carina Bastos não apresentou documentação exigida para concorrer no Sistema de Cotas para Escolas Públicas conforme regras do edital do Vestibular da Universidade de Brasília (UnB) e, por isso, o indeferimento para essa condição”. “Sua irmã, Marina Bastos, enviou a documentação e obteve a homologação desta no Vestibular de 2016 da UnB e, conforme item 4.3.3 do edital de 2018, teve sua condição para concorrer no sistema de cotas para escolas públicas neste ano automaticamente aceita”, informou o texto.

Dacy dos Santos sustenta que a documentação foi entregue na mesma ocasião pelas duas estudantes, quando elas prestaram o vestibular de 2016 da instituição. O item citado pelo Cebraspe garante que, nos casos em que a condição de cotista do candidato foi homologada em vestibular anterior, não há a necessidade de nova comprovação.

“Eu me sinto muito mal por toda a situação, acho que tenho o direito de entrar na UnB. Eu tenho nota para isso”, lamenta Carina Bastos. “O Cespe precisa esclarecer por que uma filha está inscrita dentro do sistema de cotas e outra, não. Procuramos o Cespe, mas ninguém nos esclarece a situação”, diz a mãe da jovem. Para Dacy, é inadmissível a diferença, dado que são idênticas e vieram das mesmas condições sociais.

Fernanda Alves Pereira, advogada da estudante no caso, sustenta que os critérios e procedimentos da universidade são confusos. “Carina fez a inscrição na categoria de cotas para estudantes de escola pública, na qual ela se encaixava, e mostrou a devida documentação. O nosso posicionamento é de que a UnB fica completamente inerte à situação, não sendo clara no processo e não liberando a matricula”, afirma.


Correio Braziliense domingo, 22 de julho de 2018

NEYMAR REBATE CRÍTICAS: TENHO MAIS MOTIVOS PARA ESTAR FELIZ DO QUE TRISTE

 

Neymar rebate críticas: "Tenho mais motivos para estar feliz do que triste"

Na segunda aparição após a Copa do Mundo, Neymar fala sobre a eliminação para a Bélgica e diz ter costas largas para aguentar as crísticas

 Maria Eduarda Cardim - Especial para o Correio

 postado em 21/07/2018 18:43 / atualizado em 21/07/2018 19:29

   
Marcelo Maragni/Red Bull Content Pool

 

Praia Grande-SP - Na segunda aparição após a eliminação na Copa do Mundo de 2018, o atacante Neymar Jr. se pronunciou sobre as críticas que recebeu na atuação pelo Mundial da Rússia. O atacante se diz acostumado com o julgamento e reafirmou que tem "as costas largas" para aguentar o peso dos comentários. 
 
"O mundo não acaba, eu tenho de seguir, tenho meu filho, tenho minha família e eu não posso ficar triste, porque eles podem me ver assim. Tenho muito mais motivos para estar feliz do que triste", respondeu ao Correio, na zona mista, após o evento Neymar Jr's Five, neste sábado (21/7), em Praia Grande-SP. 
 
Sobre a eliminação para a Bélgica por 2 x 1 na Copa do Mundo, o atacante disse estar triste. "Claro que tenho motivos para estar triste; é um sonho que se acabou e que está distante, porque é daqui a quatro anos", declarou o atacante, que também ressaltou ter motivos para ser feliz. 
 
Neymar, que só falou com a imprensa uma vez durante a Copa do Mundo, ressaltou que enfrenta críticas desde o ínicio da carreira. "Eu não comecei a jogar futebol ontem. Estou acostumado com tudo isso. Sei que quando se perde as coisas caem nas minhas costas", afirmou. Depois aproveitou para destacar que chegou longe e está feliz com isso. "Tudo que eu fiz até agora, não acho que está errado", avaliou.





















Correio Braziliense domingo, 24 de junho de 2018

HAZARD DE QUEM ENFRENTAR A BÉLGICA

 

"Hazard" de quem for enfrentar a Bélgica

Possível rival do Brasil nas quartas de final, Bélgica goleia Tunísia com exibição de gala na arena em que a Seleção pegará Sérvia

 Marcos Paulo Lima - Enviado especial /Correio Braziliense

 postado em 23/06/2018 10:57 / atualizado em 23/06/2018 11:55

AFP / Francisco LEONGAstro do Chelsea desencantou em dose dupla com um gol de pênalti e outro aproveitando um contra-ataque, driblando o goleiro
 
 
 
Moscou - Depois do show de Modric e do gol de Neymar, a segunda rodada da fase de grrupos da Copa do Mundo contou com o brilho de mais um camisa 10. Eden Hazard havia passado em branco no Brasil na Copa de 2014 e na estreia da Bélgica contra o Panamá aqui na Rússia. Neste sábado, o astro do Chelsea desencantou em dose dupla com um gol de pênalti e outro aproveitando um contra-ataque, driblando o goleiro. Só faltou entrar com bola e tudo. Uma das maiores goleadas desta Copa — 5 x 2 — foi completada por dois gols do centroavante Lukaku e outro de Batshuayi, que entrou no lugar do ovacionado Hazard. 
 
Possível adversária do Brasil nas quartas de final caso os liderados de tite avancem em primeiro no Grupo E, a Bélgica dominou a atrevida Tunísia com uma exibição cirúrgica e uma pequena ajuda do Árbitro de Vídeo. Hazard abriu o marcador de pênalti. O camisa 10 foi derrubado após uma tabela com Meunier e De Bruyne. Havia dúvida sobre o local da infração. Os assistentes confirmaram que foi dentro da área.
 
Atirada, a Tunísia não se abalou com o gol. Avançou, assustou Courtois, mas não contava com as lambanças da defesa. Maalaoul assumiu o papel de vilão. Errou na saída de bola, viu Mertns roubá-la e acionar Lukaku. O centroavante fez 2 x 1. 
 
Na Copa do Mundo das venenosas bolas paradas, a Bélgica também sofreu. O goleiro Courtois não conseguiu evitar a cabeçada fatal de Bronn. Khazri cobrou a falta com perfeição. 
 
Apesar do atrevimento, a seleção africana não foi páreo para a posse de bola e os toques envolventes da Bélgica. Quando tentava ir para o intervalo com o satisfatório 2 x 1, eis que Maaloul entrega mais um presente para o adversário. Depois da trama entre Meunier e De Bruyne, Lukaku começou a transformar a vitória em goleada. 
 
Capaz de transformar seus talentosos arcos em flechas, a Bélgica chegou ao quarto gol no início do segundo tempo após um lançamento milimétrico de De Bruyne para Hazard. No papel de centroavante, ele driblou o goleiro Ben Mustapha para fazer 4 x 1. 
 
Encantada com o camisa 10, a torcida da Bélgica ovacionou o craque quando o técnico Roberto Martínez decidiu poupá-lo para a entrada de Batshuayi. Hazard cumprimentou o técnico e sentou-se no banco de reservas para ver do camarote a Bélgica acertar uma bola na trave, o goleiro da Tunísia operar um milagre, Batsuayi anotar o quinto da Bélgica, e Tunísia marcar mais um com Khazri  no segundo triunfo de uma Bélgica que vai pintando como uma das candidatas ao título.

Correio Braziliense sábado, 23 de junho de 2018

TITE TERÁ QUE MUDAR PEÇAS NO TABULEIRO DA SELEÇÃO

 

Tite terá que mudar peças do tabuleiro da Seleção Brasileira para dar o xeque-mate

Brasil precisa voltar a mostrar equilíbrio e poder de decisão

 Renan Damasceno /Estado de Minas

 postado em 23/06/2018 07:00 / atualizado em 22/06/2018 17:21

AFP / CHRISTOPHE SIMON Tite terá que mudar algumas peças para Seleção Brasileira voltar a render em alto nível
 


Enviado especial a São Petersburgo
 

Passada a euforia da vitória, o tombo de Tite na comemoração e o choro de alívio de Neymar, a comissão técnica da Seleção Brasileira precisa pensar friamente em suas principais peças do tabuleiro para o xeque-mate da rodada final do Grupo E da Copa do Mundo contra a Sérvia na quarta-feira, às 15h (de Brasília), em Moscou. Nessa sexta, o Brasil venceu a Costa Rica por 2 a 0, em jogo emocionante na Arena São Petersburgo, com uma jogada acertada porém arriscada do treinador, que manteve cinco atletas ofensivos durante mais da metade do segundo tempo – além de Marcelo apoiando pela esquerda. Deu certo, graças à eficiência de Philippe Coutinho, à estrela de Neymar e à capacidade de atletas como Douglas Costa e Firmino em desempenhar diferentes funções. Isso pode ser fundamental para o Brasil avançar rumo ao hexa.
 
Mas para vencer os sérvios sem sustos e garantir o primeiro lugar do grupo, o Brasil precisa voltar a mostrar equilíbrio e poder de decisão. Dois jogadores que vinham sendo pilares da equipe, Paulinho e Willian, voltaram a jogar abaixo da média obrigando o treinador a mexer já no intervalo. “(O meio-campo) é bom, com possibilidade de crescer. Precisava de um jogador mais infiltrado. Aí justifica a entrada de Firmino”, justificou o treinador, que sacou o volante pelo atacante. “É um meio-campo que está se ajustando e nós estamos buscando este equilíbrio”, completou o auxiliar Sylvinho.
 
Willian foi o último jogador a conquistar vaga no time titular com a lesão de Renato Augusto e por ter se entrosado rápido com Philippe Coutinho, Neymar e Gabriel Jesus. No empate com a Suíça, com o jogo concentrado na esquerda, não apareceu. Diante da Costa Rica, quando o Brasil tentava criar pela direita, o armador do Chelsea não correspondeu. Douglas Costa, seu substituto, deu outra cara para o time. Com ousadia e dribles, que são sua marca, criou oportunidade e se entendeu bem com Coutinho. Não é um plano A para o time titular, mas provou ser peça chave para desequilibrar retrancas.
 
Tite ressaltou a importância de ter peças capazes de desempenhar diferentes funções ofensivas, o que pode ser um trunfo para o Brasil no Mundial. Firmino e Gabriel Jesus haviam jogado menos de 10 minutos juntos mas, antes da partida, Tite já havia conversado com o jogador do Liverpool sobre a possibilidade de atuar junto com Jesus. 
 
“A gente tem um tempo junto com os atletas e as características fazem com que você possa arriscar a execução de uma função. Estudamos bastante o Firmino na posição que ele tem, contra adversários com uma linha de cinco e uma de quatro. Conversamos, não treinamos, mas preparamos o atleta para essa função”, contou Tite. “Quando mostrei para ele no quadro ele abriu um sorriso: 'Professor, eu gosto de jogar ali, eu tenho essa condição'. A gente está descobrindo as características do atleta”.
 
“AULA DE FUTEBOL”
 
O Brasil atacou a Costa Rica por noventa minutos antes de conseguir os gols da vitória. No primeiro tempo, o time mostrou-se nervoso, mas a segunda etapa foi considerada por Tite como “uma aula”. O Brasil só não marcou antes porque Keylor Navas fez milagres e a bola de Jesus parou no travessão. O árbitro holandês Bjorn Kuipers marcou pênalti em Neymar, mas voltou atrás depois do auxílio do VAR.
 
Além disso, os costarriquenhos tentaram retardar o início do jogo, o que obrigou o árbitro a dar sete minutos de acréscimos. Foi do atraso dos costarriquenhos que saiu o castigo. Aos 46min, Marcelo cruzou, Firmino brigou pelo alto, Jesus deixou passar e a bola sobrou para Philippe Coutinho abrir o placar. Aos 51min, Douglas Costa avançou pela direita e cruzou para Neymar, sozinho, empurrar para as redes.
 
O treinador elogiou também a dupla de zaga formada por Thiago Silva e Miranda. Sylvinho ressaltou a importância de Fágner, escalado de última hora para a vaga do contundido Danilo. O zagueiro Marquinhos ficou no banco, de sobreaviso, caso o jogador do Corinthians sentisse algum desconforto, já que também vem de lesão. Alisson não precisou trabalhar já que nenhum chute da Costa Rica foi ao gol.
 
Com a chance de garantir a classificação e deslanchar de vez, Tite avisou que não vai poupar esforços. “Nós estamos acostumados a bom desempenho e procurar vencer. Tem um DNA da equipe se formando, ela busca o gol. Se eu trouxer uma característica diferente a gente vai sair do padrão. Claro que a gente tem consciência do que possa vir, mas a gente não vai jogar para isso (empate).”

Correio Braziliense terça, 19 de junho de 2018

JEJUM DO ATAQUE BRASILEIRO EM COPAS JÁ DURA CINCO JOGOS

 

Jejum do ataque brasileiro em Copas já dura cinco jogos

Levantamento do Correio mostra que homens de frente da Seleção não fazem gol em jogos de Mundiais desde confronto com Camarões, há 4 anos

 Marcos Paulo Lima - Enviado especial /Correio Braziliense

 postado em 19/06/2018 06:00 / atualizado em 19/06/2018 09:08

   
Jewel Samad/AFP

 

 Rostov-On-Don — O segundo melhor ataque da história das Copas, com 222 gols — atrás apenas dos 224 da Alemanha —, vive uma crise sem precedentes. Os atacantes da Seleção Brasileira não marcam em partidas válidas pelo Mundial há impressionantes cinco jogos. O último integrante da comissão de frente a balançar a rede foi Fred, no Mané Garrincha, em Brasília, aos 3 minutos do segundo tempo da goleada por 4 x 1 sobre Camarões, pela terceira rodada da fase de grupos de 2014. Depois disso, apenas zagueiros e/ou meias balançaram a rede.
 
 
O país que amedrontava as defesas adversárias na Copa com atacantes lendários, como Careca, Romário, Bebeto e Ronaldo, amarga a maior carência de um “centroavante raiz” capaz de colocar a bola em baixo do braço e desatar nós como o da estreia de domingo, em Rostov. A partida contra a Suíça mostrou Neymar atuando off-line, Gabriel Jesus no modo avião — para não dizer no mundo da lua — e Roberto Firmino um pouquinho mais conectado com a realidade. Nenhum dos três foi capaz de levar o Brasil ao segundo gol contra a Suíça.
 
“A ansiedade bateu forte. Apressamos demais. Isso afetou a precisão da finalização. Quando a gente apressa demais, o último movimento fica impreciso. Nós fizemos 20 finalizações, mas um número muito grande para fora. Se estivéssemos um pouquinho mais concentrados mentalmente, poderíamos ter feito pelo menos o goleiro trabalhar mais”, lamentou Tite, triste, na entrevista coletiva após o empate por 1 x 1 com a Suíça.
 
Pedro Martins / MoWA Press - 3/6/18

Gabriel Jesus repete desempenho

Não é a primeira vez que Gabriel Jesus sente o peso da partida. Dono da camisa 9 nos Jogos Olímpicos do Rio-2016, o atacante não foi bem contra a África do Sul e demorou a entrar no ritmo da competição. Em 2014, Fred conviveu a Copa inteira com a comparação de que era um “cone” no ataque do Brasil. Gabriel Jesus precisa desencantar logo, de preferência contra a Costa Rica, para evitar situações como a vivida por Fred e a pressão de ser barrado por Firmino.
 
Repetitivo na entrevista coletiva, Tite falou mais de uma vez no capricho ao chutar a gol. “A finalização tem que ser mais precisa, mais contundente. Nós nos precipitamos demais”, cobrou. O drama de Tite não é um problema de hoje. Há quatro anos, Luiz Felipe Scolari disputou a fase de mata-mata inteira sem comemorar um gol de atacante. David Luiz marcou contra o Chile nas oitavas de final. Nas quartas, novamente David Luiz e Thiago Silva marcaram na vitória sobre a Colômbia. O meia Oscar fez o gol de honra no 7 x 1 contra a Alemanha. O time inteiro passou em branco contra a Holanda, na decisão do terceiro lugar. E Philippe Coutinho, outra vez um meia, marcou contra a Suíça.
 
De 2010 para cá, falta um Baixinho incômodo. Um Fenômeno que imponha respeito, cause pânico na defesa inimiga antes mesmo de a bola rolar. O respeito de um goleador. Algo parecido com a reverência de Roberto Baggio a Romário antes da entrada de Brasil e Itália em campo na final da Copa de 1994, exibida no filme Todos os Corações do Mundo.

Pênalti reclamado

Gabriel Jesus chegou a reclamar de um pênalti no fim do jogo que poderia ter encerradoo o jejum dos atacantes, mas o lance foi ignorado pelo árbitro. “Eu protegi, girei, a bola ficou limpa na frente do gol. Não tinha motivo para eu me jogar”, alegou na entrevista na zona mista. Como se não bastasse a falta de gols dos homens de frente, Neymar, o mais cotado para quebrar o tabu, passou mancando pelos jornalistas. “Foi uma pancada que eu tomei no jogo, mas não é nada preocupante. Dói depois que esfria”, explicou.

"A finalização tem que ser mais precisa, mais contundente, Nos precipitamos demais"

Tite, técnico da Seleção

Memória

O jejum de gols do ataque em Copas
» 28/6/2014      Brasil 1 x 1 Chile — Gol: David Luiz (zagueiro)
» 4/7/2014      Brasil 2 x 1 Colômbia — Gols: Thiago Silva (zagueiro) e David Luiz (zagueiro)
» 8/7/2014      Brasil 1 x 7 Alemanha — Gol: Oscar (meia)
» 12/7/2014      Brasil 0 x 3 Holanda — Gol: -
» 17/7/2018      Brasil 1 x 1 Suíça — Gol: Philippe Coutinho (meia)

 



Correio Braziliense segunda, 26 de março de 2018

TRF-4 JULGA HOJE OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO DE LULA

 

Desembargadores do TRF-4 julgam hoje

os embargos de declaração de Lula

Desembargadoes do Tribunal Regional Federal da 4ª Região analisam defesa

de Lula contra a condenação de 12 anos de cadeia


postado em 26/03/2018 06:00 / atualizado em 26/03/2018 07:50
 
 
Depois de um fim de semana repleto de protestos durante a caravana que faz pelo Sul do país, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta hoje, no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), o julgamento do último recurso possível na segunda instância no processo relacionado ao tríplex do Guarujá (SP). Condenado a 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, o petista enfrenta uma batalha judicial para manter a liberdade. O que seria um dia decisivo se tornou mais uma etapa da saga do ex-presidente nos tribunais por conta da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), tomada na semana passada, que impede a prisão dele até o próximo dia 4.
 
Ontem à tarde, a caravana de Lula foi atacada com pedras e ovos por manifestantes contrários ao petista durante a passagem por São Miguel do Oeste (SC). Lula participou de manhã de um ato com agricultores familiares em Nova Erechim (SC). Durante o evento, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, alertou para a presença de manifestantes contrários ao ex-presidente em São Miguel do Oeste.
 
 
As pedradas chegaram a trincar os vidros de dois dos três ônibus que integram a caravana, entre eles o veículo em que Lula viajava. Cerca de 30 manifestantes fecharam o trevo de acesso à cidade. Quando a caravana parou, os limpadores de para-brisas dos ônibus foram arrancados, diversos ovos atirados contra os vidros dos veículos e, depois, as pedras. “O que aconteceu foi um atentado criminoso. Poderia ter acontecido uma tragédia. O motorista ficou sem visibilidade”, disse o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), líder do PT na Câmara. Alguns metros adiante, policiais militares acompanharam, mas não interferiram na manifestação.
 
 
 
 
Os protestos violentos e tentativas de bloquear a passagem da comitiva do petista têm marcado a caravana de Lula pela região Sul, iniciada segunda-feira, em Santana do Livramento (RS). O ex-presidente foi obrigado a alterar o itinerário da viagem, a fazer viagens de avião (a previsão inicial era de usar apenas ônibus) e impedido de entrar em Passo Fundo (RS). No sábado à noite, em Chapecó (SC), houve confronto entre manifestantes anti-Lula e militantes petistas que participavam de um ato na praça central da cidade. Integrantes da caravana acusam a participação de grupos de extrema-direita apoiadores do deputado Jair Bolsonaro.
 

Sem transmissão

Hoje, a partir das 13h30, os desembargadores João Pedro Gebran Neto, Leandro Paulsen e Victor Luiz dos Santos Laus vão se reunir na sede do TRF-4, em Porto Alegre, para analisar os embargos de declaração interpostos pela defesa do ex-presidente. Esse tipo de recurso não tem força para mudar a condenação. Mas, se forem negados, complicam ainda mais a situação do petista, e podem adiantar a prisão caso o mérito do habeas corpus apresentado no STF seja rejeitado. Os recursos referem-se ao caso do tríplex do Guarujá, em que Lula foi condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por meio de recebimento de vantagens da Construtora OAS.
 
A sessão é pública e podem participar a defesa, integrantes do Ministério Público e demais interessados. De acordo com a assessoria do TRF-4, as sessões criminais, em que são analisados os recursos dos condenados, não têm sistema de captação por vídeo. Por conta disso, não haverá transmissão ao vivo pela internet, como ocorreu no dia do julgamento. Além de Lula, embargos apresentados por outros acusados serão analisados no mesmo julgamento. Mas as avaliações costumam ocorrer rapidamente.
 
Os desdobramentos do caso, a partir de agora, vão depender do resultado da análise dos embargos. Se o julgamento terminar em 3 a 0 pela rejeição do recurso, uma ata da sessão deve ser publicada em até 24 horas. 
 
Se o resultado for diferente, seja por 2 a 1 contra o recurso de Lula seja por três votos para que os embargos sejam aceitos, é necessário aguardar a publicação do acórdão, um processo que leva, em média, 10 dias. Segundo o professor João Paulo Martinelli, sócio do escritório Urbano Vitalino Advogados, doutor em direito penal pela Universidade de São Paulo (USP), é possível recorrer da decisão, mas não é algo usual. “A defesa ainda pode apresentar embargos de declaração dos embargos de declaração, mas o tribunal pode dar o caso por encerrado e não aceitar nenhum novo recurso. É possível recorrer até a publicação da decisão, que pode levar até 10 dias”, afirmou.

Correio Braziliense quarta, 21 de março de 2018

RETROCESSO NO STF PODE SOLTAR PRESOS PELO PAÍS


Correio Braziliense domingo, 25 de fevereiro de 2018

SISTEMA DE PROPINA PAGOU TERRENO DO INSTITUTO LULA, DIZ PERÍCIA

 

Sistema de propina pagou terreno de

Instituto Lula, diz perícia

Documentos comprovam as declarações do empresário Odebrecht que,

em delação premiada, afirmou ter combinado com o presidente do Instituto,

Okamotto, e o pecuarista José Carlos Bumlai, a compra do terreno


AE Agência Estado
postado em 24/02/2018 16:08
 

 

A perícia do sistema de propina da Odebrecht identificou os pagamentos da empreiteira, no Brasil e no exterior, para a compra do terreno do Instituto Lula. Os documentos comprovam as declarações do empresário Marcelo Odebrecht que, em delação premiada, afirmou ter combinado com o presidente do Instituto, Paulo Okamotto, e o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a compra do terreno. 
 
Nesta semana, a defesa de Marcelo Odebrecht apresentou ao juiz Sérgio Moro 21 trocas de e-mails que mostram como a empreiteira organizou os pagamentos. Num dos e-mails, o ex-diretor da Odebrecht Realizações Imobiliárias Paulo Melo pede que executivos do "setor de propinas" programem três pagamentos de R$ 1,057 milhão. São os mesmos valores que aparecem na planilha Italiano relacionados à "Prédio IL". 
 
De acordo com as investigações da Lava Jato, "Italiano" é o ex-ministro petista Antonio Palocci, que já confessou em depoimento ter gerenciado propinas ligadas ao PT. A perícia encontrou, na contabilidade do sistema Drousys, usado pela Odebrecht para controlar as remessas ilegais, pagamentos para o condinome "Belluga". De acordo com as investigações, os repasses para "Belluga" se referem a todas as transações envolvendo o Instituto Lula. A perícia afirma que os pagamentos tiveram como beneficiários as offshores Beluga Holdings LTD, Jaumont Services Limited e a DAG Construtora.
 
Moro deu prazo de 15 dias para a defesa de Lula e para o Ministério Público Federal analisarem os arquivos periciados.
 
 


Apartamento

 
Em um dos trechos do documento, anexado nesta sexta-feira, 23, pela Polícia Federal nas investigações de compra do terreno do instituto, a PF diz que há indícios de que parte dos repasses feitos à DAG teria tido como destino final o empresário Glaucos da Costamarques. O valor total retirado da conta de propina sob o codinome seria de R$ 1,034 milhão e Glaucos dteria recebido R$ 800 mil por meio da DAG.
 
Glaucos é dono do imóvel alugado pelo ex-presidente Lula em São Bernardo do Campo (SP). A locação é investigada na mesma ação em que foi anexada a perícia. De acordo com o Ministério Público Federal, que denunciou Lula e Glaucos pela prática do crime de lavagem de dinheiro, o apartamento foi adquirido para o ex-presidente e sua real propriedade foi dissimulada por meio de um contrato de aluguel. O imóvel, avaliado em R$ 504 mil, constituía parte do montante de R$ 800 mil provenientes da Odebrecht.
 
A defesa de Lula afirma que a cobertura usada pelo ex-presidente é alugada de Glaucos. O empresário, no entanto, disse em depoimento que nunca recebeu aluguel. Os defensores do ex-presidente dizem ainda que o instituto nunca usou o prédio comprado pela Odebrecht em nome da DAG.
 
"Lula jamais solicitou ou recebeu da Odebrecht ou de qualquer outra empresa imóvel destinado ao instituto, que funciona no mesmo local desde 1991." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Correio Braziliense sábado, 24 de fevereiro de 2018

GIL ARGELLO TEM REDUÇÃO DE PENA NEGADA POR NÃO OBTER NOTA MÍNIMA NO ENEM

 

Gim Argello tem redução de pena negada

por não obter nota mínima no Enem

Além disso, o ex-senador tem graduação em direito,

o que, para o MP, impede a concessão do benefício


 Gim Argello está preso em Pinhais, no Paraná, desde outubro de 2016(foto: Heuler Andrey/AFP)
 

Condenado a 11 anos e 8 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro e formado em direito, o ex-senador Gim Argello teve um pedido de redução de pena negado pela Justiça por não ter alcançado nota suficiente no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A defesa solicitou o abatimento de 40 dias argumentando que o político teria atingido a nota mínima de 450 pontos nas diversas áreas de conhecimento — média necessária para conseguir o certificado de conclusão do ensino médio. No entanto, Gim não conseguiu comprovar que a pontuação teria sido realizada nas provas de linguagem, códigos e suas tecnologias e redação. Ele está preso em Curitiba desde abril de 2016 por vender facilidades na CPI da Petrobras a empresas investigadas na Operação Lava-Jato.
 
Na decisão de 16 de janeiro, o juiz Eduardo Lino Bueno Fagundes Júnior considerou que os documentos apresentados pela defesa não comprovam a aprovação, mas apenas a presença de Gim no dia da prova. “Em relação ao pedido de remição por suposta aprovação no Enem, observo que, na declaração apresentada, não consta aprovação em língua portuguesa, LEM (línguas estrangeiras modernas), artes, educação física e redação”, destacou.

Correio Braziliense domingo, 11 de fevereiro de 2018

BRUNA MARQUEZINE HOMENAGEIA NEYMAR EM FANTASIA DE CARNAVAL

 

Bruna Marquezine homenageia Neymar em fantasia de carnaval

A moça, que é namorada de Neymar, homenageou jogador, usando um par de brincos com as letras "B" e "N", letras iniciais do casal


MG Marlene Gomes - Especial para o Correio
postado em 10/02/2018 22:27 / atualizado em 10/02/2018 22:57
 

 (foto: Instagram/Reprodução )

 

Bruna Marquezine foi destaque entre as celebridades que brincaram no Bloco da Favorita, nesse sábado, na Avenida Atlântica, no Rio de Janeiro. A atriz de “Deus Salve o Rei” foi a musa do bloco que mais atrai os famosos e tratou de compartilhar com os foliões anônimos muita alegria e animação. 

A jovem, de 22 anos, causou sensação também por causa da sua fantasia, um top minúsculo com pedras, que cobria apenas os mamilos, um short bem curto, de cintura alta, e tênis branco. A moça, que é namorada de Neymar, homenageou jogador, usando um par de brincos com as letras “B” e “N”, letras iniciais do casal.

Correio Braziliense domingo, 04 de fevereiro de 2018

PISO CEDE E ESMAGA CARROS NA 210 NORTE - BRASÍLIA (DF)

 

Piso cede e esmaga carros em garagem na 210 Norte

Ninguém ficou ferido, segundo o Corpo de Bombeiros; fornecimento de água e energia do local foi cortado para segurança dos moradores

 

 

Divulgação/Corpo de Bombeiros


O piso de uma garagem do Bloco C, na 210 Norte, cedeu e esmagou vários carros, na madrugada deste domingo (4/2). Ao menos 25 veículos teriam sido atingidos, de acordo com o Corpo de Bombeiros. No momento do incidente, moradores sentiram o edifício tremer, "como um terremoto".


Ninguém ficou ferido no incidente, mas os moradores da quadra, assustados com o barulho, desceram para ver o que estava ocorrendo ainda durante a madrugada. De acordo com os militares, havia suspeita de que uma pessoa estava sob os escombros, mas foi descartada. 

 



Ainda assim, por precaução, a corporação levou cães farejadores para o local. Os animais vasculharam a área, mas também não encontraram vítimas. Os moradores estão se organizando para ir para a casa de parentes.

Não há risco de desabamento da estrutura principal do prédio, segundo o subsecretário da Defesa Civil, Sérgio Bezerra. O Corpo de Bombeiros está no local para perícia. Para segurança dos moradores, o fornecimento de água e energia do local foi cortado.

 


Os apartamentos não serão interditados e não há risco de vazamento de gás, mas a orientação né não usar o elevador. Moradores dos primeiros andares se queixaram de cheiro forte de gasolina e os bombeiros manterão um carro no local, para emergências. 

Um engenheiro fará um laudo estrutural da garagem nesta segunda (5).

Correio Braziliense segunda, 25 de setembro de 2017

RADIALISTA LUCIA GAROFALO MORRE EM BRASÍLIA

 

Radialista Lucia Garofalo morre em Brasília após luta contra o câncer

Comunicado foi transmitido pela rádio na qual ela trabalhou por 37 anos, em nome da equipe e da família

  Ailim Cabral 

Morreu na noite desse sábado (23/9), aos 72 anos, a jornalista e radialista Lucia Garofalo, diretora presidente da Brasília Super Rádio FM, após luta contra o câncer. O comunicado foi transmitido em tom emocionado pela rádio na qual ela trabalhou por 37 anos, em nome da equipe e da família. “Esta voz, que diariamente, ao longo de 37 anos embalou e despertou o sono da capital do Brasil emudeceu-se”. O velório será na segunda-feira (25/9), a partir das 8h, no Campo da Esperança, na capela 7. O enterro será às 11h30.               

A frase que a radialista de voz inconfundível costumava-se dizer em suas transmissões “a diferença é a música” iniciou o comunicado e tem sido repetida em diversas homenagens feitas à mulher chamada de “grande dama da rádio”. Nas homenagens é difícil encontrar uma foto na qual Lucia não está exibe um largo sorriso. "Registro com muito pesar que faleceu agora a noite a amiga querida, dama do rádio, mulher protagonista do seu tempo e grande exemplo de ser humano, Lucia Garofalo. Ela nos deixará saudade enorme! A diferença era a Lúcia em nossas vidas, seu sorriso largo, sua disposição para a vida! Que todos os familiares e amigos recebam o consolo de Deus!", publicou a empresária Regina Lacerda.

Amiga de longa data de Lucia, a colunista Jane Godoy lembrou do sorriso espontâneo e alegria que caracterizavam a radialista. "A diferença é a música"! Era assim que Lúcia Garofalo identificava a sua Brasilia Super Rádio FM no ar. Mas para mim, sempre encantada com a profissional que era e com o ser humano doce e sorridente, eu dizia que a diferença era a voz! E isso a enchia de alegria e me brindava com  sua gargalhada sonora e espontânea. Meiga, doce, leal e ética. Perdemos nós, ganha a outra dimensão."

 A jornalista Liana Sabo, também se lembra com carinho do sorriso da amiga. "Além da voz, a risada da Lucia era inconfundível. Uma vez, em Lisboa ela passou a noite ensaiando uma reverência para cumprimentar no dia seguinte o último rei da Itália, exilado em Portugal. Sob a protocolar orientação de Mário, o ensaio transcorria às gargalhadas."   

 O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, decretou luto de três dias pela morte de Lucia. “Brasília perdeu uma de suas maiores figuras na arte, na cultura, no jornalismo. Lucia Garófalo deixará saudades por sua simpatia, sua elegância, sua determinação em favor de Brasília e dos brasilienses. Meu pêsames à toda a família. Brasília está de luto”, declarou, por meio de nota. 

 


Correio Braziliense terça, 30 de maio de 2017

PRIVILÉGIOS E RECURSOS, A ROTINA DE LUIZ ESTEVÃO NA PAPUDA

Privilégios e recursos, a rotina de Luiz Estevão na Papuda

Para diminuir o tempo de reclusão e garantir melhores condições na Papuda, o empresário entregou série de pedidos à Vara de Execuções Penais, mas a maioria foi negada

 

postado em 30/05/2017 06:00 / atualizado em 29/05/2017 22:30

Ana Viriato - Especial para o Correio /

Isa Stacciarini/CB/D.A Press - 1/2/17
 
Para evitar a prisão, o ex-senador cassado Luiz Estevão interpôs 36 recursos em 17 anos. Sem sucesso e atrás das grades há cerca de 15 meses, o empresário tenta, agora, diminuir os dias de reclusão. Apenas neste ano, a defesa do empresário entregou dezenas de resenhas literárias e evocou o direito ao trabalho interno — essa manobra garantiu ao senador cassado menos três dias no Complexo Penitenciário da Papuda. Na penitenciária, há suspeitas de que ele receba visitas dos advogados quando convém, principalmente pelas diversas ações que ele responde à Justiça.
 
 
Os textos escritos de próprio punho tornaram-se a principal arma de Luiz Estevão para deixar a cadeia mais cedo do que o determinado pela Justiça — a pena é de 31 anos de prisão pelas irregularidades nas obras do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo. A entrega das resenhas literárias é recorrente, ainda que o programa de remição pela leitura ainda não esteja vigente. Para a alternativa começar a valer, é necessária a apresentação de um Projeto Educacional por parte do órgão responsável pelo ensino regular no cárcere.

Leia mais notícias em Cidades
 
A magistrada Leila Cury, da Vara de Execuções Penais (VEP), sustenta que “é necessário que o benefício seja implementado de forma equânime em todo o sistema penitenciário, não sendo possível apreciar o pedido de um único interno isoladamente”. A juíza acrescenta, em relação aos textos de Luiz Estevão, que as resenhas “não atendem, ainda que minimamente, aos critérios estabelecidos pela Portaria que determinou o direito à remição por leitura”.
 
O ex-senador também insiste na tentativa de prestação de serviços na carceragem — todas foram negadas pela VEP. A possibilidade é inviabilizada pela má conduta do ex-parlamentar, identificada em janeiro deste ano. À época, agentes descobriram uma série de iguarias na cela do empresário. Ao ser questionado sobre as benesses, Luiz Estevão desrespeitou um servidor e teve de cumprir isolamento preventivo durante 10 dias (leia Memória).
 
 

 

O senador cassado deve voltar a trabalhar internamente apenas quando o inquérito disciplinar for finalizado, dependendo, ainda, do surgimento de vagas — como há pouco espaço no sistema prisional, apenas os detentos com as condutas mais adequadas dispõem do direito, utilizado para abater dias de reclusão. “A pretensão do embargante, na verdade, é que este Juízo acolha as alegações para modificar o mérito, o que é processualmente indevido”, ressalta Leila Cury.
 
 
Luiz Estevão ainda sofreu derrotas judiciais que atingem suas contas pessoais. O empresário requisitou que fosse anulada a multa por falsidade ideológica, relativa ao processo proveniente de irregularidades na construção do TRT de São Paulo, que causaram um rombo de R$ 1 bilhão aos cofres públicos. A defesa do bilionário usa como embasamento o indulto recebido por ele, na mesma ação, que o livrou de mais 3 anos e 6 meses de prisão. O pedido, no entanto, foi negado pelo juiz Fernando Luiz Lacerda.
 
Em meio a tantas negativas, o ex-senador obteve uma conquista: menos três dias de prisão. A diminuição da pena se deve ao fato de que, entre 13 e 16 de março de 2001, o empresário esteve recluso como consequência do processo principal do episódio de desvio de dinheiro do TRT.

 

Monopólio

 
Para averiguar a suspeita de que o ex-senador é atendido pela defesa em horários divergentes dos demais detentos — das 9h às 19h todos os dias, inclusive sábados, domingos e feriados —, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) requisitou que a Justiça local pedisse as informações de entrada e saída dos visitantes de Luiz Estevão, bem como os registros dos documentos levados a ele, à Diretoria do Centro de Detenção Provisória (CDP).
 
Segundo denúncias remetidas ao órgão, Luiz Estevão desempenha atividades empresariais por meio dos advogados em horários especiais, iniciativas permitidas só mediante autorização judicial. Frente às argumentações, a magistrada Leila Cury concedeu prazo de 10 dias para que houvesse manifestação por parte da cúpula do CDP. “As alegações de servidores apontam que a quantidade de documentos recebidos é tão intensa que monopolizaria a assessoria jurídica da unidade, em detrimento aos demais internos”, destaca a juíza, na decisão de 15 de maio. A Subsecretária do Sistema Prisional do DF, contudo, alega não ter recebido a notificação da VEP.
 
O Correio tentou contato com Marcelo Bessa, advogado de Luiz Estevão, mas, até o fechamento desta edição, não houve retorno.

Correio Braziliense domingo, 28 de maio de 2017

CINEMA - REAL - O PLANO POR TRÁS DA HISTÓRIA

'Real - O plano por trás da história' traz ao cinema tema pouco explorado

O longa mostra os bastidores da criação do plano econômico brasileiro

 
Ricardo DaehnPublicação:26/05/2017 06:00Atualização:25/05/2017 15:11
A contemporaneidade dá o tom do longa nacional (Reprodução/Internet)
A contemporaneidade dá o tom do longa nacional
 
Desemprego e crise são elementos sem representação no longa Real — O plano por trás da história. Pelos temas, há, sim, valor na fita do diretor Rodrigo Bittencourt. Por outro lado, músicas deslocadas e cenas constrangedoras levantam a bola para as risadas num filme que traz roteiro sem foco.
 
 
O economista Gustavo Franco (Emilio Orciollo Netto, bem em cena) é convocado para o  governo de Itamar Franco (Bemvindo Sequeira, sem a medida do papel). Tem mais do que a hiperinflação para controlar, dado o antagonismo mantido com Pérsio Arida (Guilherme Weber). 
 
A realidade dos preços em disparada, o desgoverno e a representação de personagens com ânimos acirrados trazem aguda contemporaneidade.
 
Cercado por figuras, como Fernando Henrique Cardoso (a cargo do ator Norival Rizzo), Gustavo Franco, no filme, se debate entre questões de acúmulo ou divisão de bens. Com discursos que reforçam o desabono à “esquerda esotérica” e criticam o desenvolvimento brasileiro, Real ganharia corpo em plano com maior sentido: o dos conceitos e das ideias a serem redigidas. Saber de ajustes fiscais e de planos de “dignidade ao brasileiro”  não combinam com um produto  isento.

Busca


Leitores on-line

Carregando

Arquivos


Colunistas e assuntos


Parceiros