Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense segunda, 10 de setembro de 2018

BARROSO VAI PARA CIMA DO PROGRAMA PETISTA

 

Barroso vai para cima do programa petista
 
 
Vice-presidente do TSE ameaça suspender campanha do partido caso o nome de Lula continue a ser usado como candidato. O argumento é o de que as peças publicitárias induzem o eleitor ao erro. Haddad deve ser oficializado hoje

 

» Alessandra Azevedo

Publicação: 10/09/2018 04:00

Barroso reiterou que o ex-presidente Lula não pode ser mencionado como candidato. Caso a ordem seja desobedecida, programa pode ser suspenso (Monique Renne/CB)  
Barroso reiterou que o ex-presidente Lula não pode ser mencionado como candidato. Caso a ordem seja desobedecida, programa pode ser suspenso
 
 
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) subiu o tom contra o PT e os partidos da coligação, PCdoB e Pros, que continuam usando, nas propagandas eleitorais, o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidato à Presidência da República, mesmo após o registro dele ter sido barrado pela Corte, em 1º de setembro. Por entender que essa postura desrespeita a decisão do tribunal, o vice-presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, reiterou ontem que o petista não pode ser mencionado como candidato nas peças eleitorais e avisou que, caso a ordem seja desobedecida, as propagandas no rádio e na televisão serão suspensas.
 
Com base em pedido do Ministério Público Eleitoral (MPE), Barroso proibiu não apenas que a coligação insista em apresentar Lula como presidenciável, mas também que os candidatos usem expressões como “estamos com Lula”, “vamos com Lula” e até “Lula-Haddad”, por entender que elas induzem o eleitor ao erro. Essa situação pode afetar a transferência de votos para o atual vice da chapa, Fernando Haddad, quando ele substituir o ex-presidente como candidato do PT — o que deve acontecer até amanhã, prazo limite estipulado pelo TSE para que o partido troque o nome, devido à inelegibilidade de Lula, enquadrado na Lei da Ficha Limpa.
 
Embora Barroso não tenha detalhado quais peças especificamente considerou ilegais, se for levado em consideração o pedido do MPE, citado na decisão, Haddad não poderá ter o nome associado a Lula em nenhum “jogo de palavras publicitariamente voltado a alimentar a ideia de continuidade da candidatura indeferida” quando assumir a cabeça de chapa. O entendimento do Ministério Público é que isso poderia ser considerado propaganda enganosa, “capaz de induzir em erro o eleitor quanto a candidatura presidencial inexistente”. Nem Haddad nem a campanha de Lula se manifestaram oficialmente sobre o assunto.
 
Como a principal estratégia para transferência de votos do PT é justamente mostrar para o eleitor que “Haddad é Lula, Lula é Haddad”, a decisão de ontem piora a situação do partido, embora o TSE não tenha proibido totalmente a aparição do ex-presidente na campanha. Pelas regras eleitorais, o PT poderá usar Lula na propaganda na condição de apoiador de Haddad. Mas, nesse caso, a participação do ex-presidente deve ficar dentro da cota de 25% do espaço da propaganda da legenda.
Na decisão de ontem, Barroso lembrou que o plenário do TSE atendeu a um pedido do advogado Luiz Fernando Casagrande Pereira, um dos defensores de Lula, para permitir a continuidade da propaganda eleitoral da chapa, desde que ele não aparecesse como candidato. No entanto, o ministro concluiu que “as sucessivas veiculações de propaganda eleitoral em desconformidade com o decidido revelam que a atuação da coligação se distanciou dos compromissos por ela assumidos, a exigir uma atuação em caráter mais abrangente”.
 
Ministério Público
 
O MPE alega, no pedido, que, mesmo passada uma semana da decisão do TSE, as propagandas eleitorais da coligação continuam a apresentar Lula como candidato, “tanto de forma direta quanto indireta”. Nessa linha, aponta a insistência “sistêmica e generalizada de um candidato inelegível (...) de se fazer presente, das mais variadas e insistentes formas, na propaganda eleitoral paga pelo contribuinte em expediente que se presta a desorientar o eleitorado quanto àquilo que já foi decidido pela Justiça Eleitoral”. Por isso, pediu que a coligação se abstenha “de apresentar qualquer expressão — escrita, oral, pictográfica ou gráfica — de apoiamento ao ex-candidato Luiz Inácio Lula da Silva, eis que na propaganda eleitoral não se pode apoiar quem não seja candidato”.
 
Repercussão
 
Nas redes sociais, a notícia se espalhou rápido. Parlamentares e militantes do PT comentaram o assunto, dizendo que “não pode na tevê, mas na internet pode”, usando as hashtags com as expressões proibidas pela Justiça Eleitoral, como #EuSouLula e #VamosComLula. O deputado federal Henrique Fontana (PT-RS), candidato à reeleição, publicou vídeo do ex-presidente no Twitter e afirmou que a decisão do TSE significa “mais censura”.
 
Os petistas também repudiaram um comentário do comandante das Forças Armadas, general Eduardo Villas Bôas, no Twitter. Ele disse, ontem, que “o pior cenário é termos alguém sub judice, afrontando tanto a Constituição quanto a Lei da Ficha Limpa, tirando a legitimidade, dificultando a estabilidade e a governabilidade do futuro governo e dividindo ainda mais a sociedade brasileira”.
 
Mais tempo
 
A defesa de Lula pediu, no último sábado, que o TSE dê mais seis dias para a troca do nome do candidato do PT à Presidência. Assim, em vez de substituí-lo até amanhã, a legenda poderia tomar a decisão até a próxima segunda-feira, dia 17, a 20 dias antes do primeiro turno, prazo final para mudanças nas chapas. A defesa quer esse tempo a mais antes de uma alteração definitiva de Lula por Haddad para que o Supremo Tribunal Federal (STF) analise o recurso contra a decisão do TSE que negou o registro da candidatura.
 
Os advogados consideram que uma decisão definitiva sem análise do Supremo seria uma “injustiça” e afirmam que o STF deve tomar a decisão a partir de quarta-feira, dia 12. “Um dia não pode enterrar viva (sub judice) uma candidatura que tem 40% das intenções de votos nas pesquisas”, dizem os advogados Luiz Fernando Casagrande Pereira, Maria Claudia Bucchianeri Pinheiro e Fernando Gaspar Neisser. Caso o TSE não aceite o pedido, e a troca não seja feita até amanhã, a coligação petista ficará fora da disputa presidencial.
 
Faltam 27 dias
 
» Noronha e a 2ª instância
O novo presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha, disse ver com ressalvas uma eventual mudança de entendimento do Supremo Tribunal Federal sobre a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância. “A jurisprudência está pacificada, não pode o Supremo mudar isso todo mês”, disse ele, para completar: “Não basta perder para recorrer, tem de demonstrar violação da lei federal e, o mais importante, no recurso especial, não há reexame da prova”. Sobre o reajuste de 16,38% a ministros do STF e do STJ quando há 13 milhões de desempregados, Noronha disse que “todo segmento da sociedade teve aumento, apenas um deve ficar de fora?” Segundo ele, “o momento é difícil, vamos ter muita dificuldade para enquadrar isso no orçamento, mas é delicado você explicar para o juiz que em cinco anos os únicos que não sofreram reajuste foram os magistrados. Isso não é um contrassenso? (Mas), vou ser sincero. Eu não faria nada disso agora”.
 
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