Correio Braziliense terça, 04 de setembro de 2018
A DOR DIANTE DO DESCASO E DAS CINZAS DA HISTÓRIA
A dor diante do descaso e das cinzas da história
Era de desolação a expressão das pessoas que foram ver de perto o que restou do majestoso Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. Em seis horas de incêndio, no domingo, a história brasileira foi reduzida a cinzas. O prédio do século 19, onde viveu a família real, abrigava 20 milhões de peças. Entre elas, o crânio de Luzia, uma mulher que viveu há cerca de 12 mil anos no Brasil e era considerado peça-chave em teorias sobre o povoamento da região. A destruição do acervo foi o alto preço do descaso e da incompetência. As despesas com manutenção da instituição, ligada à UFRJ, caíam ano após ano. Foram de R$ 643 mil em 2017, praticamente o mesmo valor de contrato da Câmara dos Deputados para a lavagem de 83 carros. Ontem, o presidente Temer anunciou a formação de uma %u201Crede de apoio econômico%u201D para viabilizar a reconstrução do prédio. Para especialista, o museu não devia estar nas mãos de uma universidade.