É impossível dissociar a história de Ari Cunha da de Brasília. Na grandeza, no pioneirismo e na coragem. Em 1959, o cearense desembarcou no Planalto Central para uma missão arrojada delegada pelos Diários Associados. Ele deveria erguer, no meio do mato e do canteiro de obras (foto), em tempo recorde, um jornal e uma emissora de televisão, promessa feita por Assis Chateaubriand a Juscelino Kubistchek. Assim foi feito. Em 21 de abril de 1960, mesmo dia da inauguração da nova capital, o Correio Braziliense circulou na cidade-sonho de JK. Ari acreditou em Brasília. Sua coluna, Visto, lido e ouvido, há 58 anos é referência para os brasilienses. Uma leitura obrigatória para governantes, políticos e empresários, mas também para o cidadão comum. Bem informado, instigante e combativo, Ari Cunha lutou pela consolidação da capital e contra aqueles que tentaram destruí-la. Ontem, o jornalista que contou saga de Brasília morreu, aos 91 anos, vítima de falência múltipla dos órgãos. O adeus a Ari será hoje, com velório no cemitério Campo da Esperança, a partir das 9h. O enterro está marcado para as 17h. Paulo Pestana: adeus ao Filósofo de Mondubim.