Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense quinta, 19 de setembro de 2019

FERNANDO CÉSAR: EXCELÊNCIA DO CHORINHO

 

Excelência do chorinho
 
Show de Fernando César, um dos instrumentistas mais talentosos do DF, destaca a importância dos grandes mestres do gênero

 

Irlam Rocha Lima

Publicação: 19/09/2019 04:00

Na década de 1980, os irmãos Hamilton de Holanda e Fernando César, ainda crianças, flertaram com o rock. Mas, influenciados pelo pai, o violonista José Américo, tornaram-se chorões e formaram o grupo Dois de Ouro — nome dado pelo saudoso Pernambuco do Pandeiro. Lançaram dois discos.
 
Tempos depois, Hamilton, bandolinista consagrado, incorporou a linguagem do jazz ao seu trabalho. O sete cordas César, porém, manteve irrestrita fidelidade ao choro, tido pelos historiadores como a gênese da música popular brasileira. Em 2016, comemorando 35 anos de música, lançou o ótimo CD Tudo novamente e, para divulgá-lo, fez uma série de apresentações em turnê por Recife, Rio de Janeiro, São Paulo, Santos, Araras (SP) e Goiânia.
 
O título do show dessa turnê, No tempo dos regionais, remete à tradicional formação, que acompanhava os mestres do chorinho. O regional mais conhecido foi o Época de Ouro — que se mantém em atividade —, criado por Jacob do Bandolim. Aliás, desde então, Fernando César passou a ter um regional ao seu lado no palco.
 
Sem ser passadista, o violonista sempre encontra um motivo para reverenciar os músicos e compositores da velha guarda que têm nome inscrito na história do choro. Isso volta a acontecer no show Em festa, que ele faz hoje e amanhã, às 21h, no Espaço Cultural do Choro, quando revisita a obra de Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth, Anacleto Medeiros e Avena de Castro.
 
Ele tem a companhia do regional formado por Pedro Vasconcellos (cavaquinho), Luiz Ungarelli (pandeiro), Thanise Silva (flauta) e Bruno Patrício (saxofone). Há, ainda, a participação de dois convidados especiais, o trombonista Daniel Rodrigues e Eduardo Belo, contrabaixista brasiliense radicado em Nova York.
 
Em quase quatro décadas de carreira, Fernando César, ex-estudante da Escola de Música, ex-coordenador da Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello (desde 2001 é professor de violão dessa instituição), fez parte de grupos como Choro & Companhia e Aquattro, com o qual gravou o CD dedicado à obra do bandolinista pernambucano Luperce Miranda. O primeiro álbum solo, de 2010, foi o 3 por 4, com repertório de valsas. Frequentemente, o músico ministra oficinas de violão e prática de conjunto.
 
Atualmente, o violonista integra o Choro Livre, grupo liderado por Reco do Bandolim que tem feito constantes turnês pelo exterior. Em projetos do Clube do Choro, tocou com renomados instrumentistas brasileiros, entre os quais Hermeto Pascoal, Sivuca, Dominguinhos, Altamiro Carilho, Zé Menezes, Raul de Barros, Wagner Tiso e Léo Gandelman.
 
 
 
Em festa
Show do violonista e compositor Fernando César e regional e convidados, hoje e amanhã, às 21h, no Espaço Cultural do Choro (Eixo Monumental, ao lado do Centro de Convenções Ulysses Guimarães). Ingressos: R$ 40 e R$ 20 (meia para estudantes). Não recomendado para menores de 14 anos. Informações: 3244-0559.
 
 
Fernando César:  

Fernando César: "Pixinguinha não podia estar fora dessa celebração"

 

 
Entrevista/ Fernando César
 
 
Por que você tem se dedicado tanto à obra de mestres da velha guarda do choro?
Como professor e formador de novos músicos, preciso mostrar a eles a importância de beber na fonte, de tomar conhecimento e ter acesso ao legado dos grandes mestres do choro, que deram importante contribuição para a história do mais tradicional gênero musical brasileiro. Hoje em dia, com tanta informação e a velocidade com que é passada, os instrumentistas mais jovens tendem a pular etapas, deixando de lado a obra desses geniais músicos e compositores.
 
 
O fato de prestar tributo a alguns deles no show Em festa tem a ver com esse propósito?
Certamente. Não por acaso tenho em minha companhia um regional formado por músicos da nova geração de Brasília. Com ele vou homenagear Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth e Anacleto de Medeiros, contemporâneos e pioneiros desse gênero musical, choro. Os três são da época em que o choro ainda não tinha este nome. Era chamado de tango brasileiro.
 
 
Foi por razões óbvias que quis estender a homenagem a Pixiguinha?
A música de Pixinguinha não podia estar fora dessa celebração. O autor dos clássicos Carinhoso, Lamentos e Rosa tem que ser sempre reverenciados por chorões. Afinal das contas foi ele, com suas composições, que solidificou o que hoje é chamado de choro. No show, porém, vamos tocar uma música dele menos conhecida, chamada Ainda me recordo.
 
 
Quem mais será lembrado?
Num dos sets do show, vamos homenagear também os centenaristas, dois músicos e compositores ligados ao choro que fariam 100 anos em 2019, o pernambucano Rossini Fereira e o carioca Avena de Castro. Avena foi um dos responsáveis por trazer o choro para Brasília. No Rio de Janeiro, quando morava lá, chegou a tocar com Jacob do Bandolim. Aqui, tocava nas rodas de choro nas casas de Arnoldo Veloso, Raimundo de Brito e Odeteh Ernest Dias, foi um dos fundadores do Clube do Choro, do qual viria a ser o primeiro presidente.
 
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