Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense terça, 27 de agosto de 2019

UM PSICOPATA NO CAMINHO DE TRÊS MULHERES

 

É um perfil de psicopata
 
Cozinheiro confessa os assassinatos de uma auxiliar de cozinha e de uma advogada.
 
 
Oferecendo transporte pirata, ele as abordou em ponto de ônibus, as estrangulou e deixou os corpos em matagal. Mulher o reconheceu como o homem que tentou estuprá-la

 

» ALAN RIOS
» ISA STACCIARINI
» SARAH PERES
» WALDER GALVÃO

Publicação: 27/08/2019 04:00

Marinésio dos Santos Olinto, 41 anos

Cozinheiro desempregado

Casado, tem uma filha de 16 anos

Morador do Vale do Amanhecer, em Planaltina (Polícia Civil)  

Marinésio dos Santos Olinto, 41 anos Cozinheiro desempregado Casado, tem uma filha de 16 anos Morador do Vale do Amanhecer, em Planaltina

 



A Polícia Civil do Distrito Federal pode ter descoberto um maníaco: um homem que matava mulheres após abordá-las em paradas de ônibus. Ontem, ele confessou a autoria de dois casos. Um, o da advogada Letícia Sousa Curado de Melo, funcionária do Ministério da Educação (MEC), dada como desaparecida desde sexta-feira e encontrada morta ontem, aos 26 anos. O outro, o da auxiliar de cozinha Genir Pereira Sousa, 47 anos, que sumiu em 2 de junho e teve o corpo localizado 10 dias depois.

O cozinheiro desempregado Marinésio dos Santos Olinto, 41, abordou as duas em uma parada de ônibus do Arapoanga, periferia de Planaltina. Ambas entraram na Blazer cinza ano 2000 dele, que oferecia o transporte. Crendo que embarcavam em um veículo de transporte pirata, Letícia e Genir foram assassinadas após reagirem ao assédio sexual dele. Além de matá-las, ele roubou o dinheiro que as vítimas tinham na bolsa. Marinésio jogou os corpos no mesmo lugar, um matagal entre Planaltina e o Paranoá.

Ontem, após a prisão do cozinheiro, uma mulher de 23 anos apareceu na 31ª Delegacia de Polícia (Planaltina) e o reconheceu como o homem que a atacou na noite de 11 de agosto. Ela estava na rodoviária de Planaltina e ia para o Vale do Amanhecer, na região administrativa. Marinésio se passou por motorista de transporte pirata. No caminho, ele desviou o trajeto e passou a mão na perna da vítima. Desesperada, a jovem abriu a porta do carro e saltou. Um casal que estava atrás parou o automóvel para ajudá-la. Marinésio fugiu. A mulher não havia procurado a polícia até ontem.
Agentes da 31ªDP e da 6ª DP (Paranoá) tentam identificar outras vítimas do suspeito.

Genir Pereira de Sousa, 47 anos

Auxiliar de cozinha em uma pizzaria de Planaltina

Separada, mãe de um homem de 29 anos

Nascida em Eliseu Martins (PI)

Morava no Paranoá (Facebook/Reprodução)  

Genir Pereira de Sousa, 47 anos Auxiliar de cozinha em uma pizzaria de Planaltina Separada, mãe de um homem de 29 anos Nascida em Eliseu Martins (PI) Morava no Paranoá

 


Letícia Sousa Curado de Melo, 26 anos

Advogada, funcionária terceirizada do Ministério da Educação (MEC)

Aluna de pós-graduação na Fundação Escola Superior do MPDFT

Casada, tinha um filho de 3 anos

Morava no bairro Arapoanga, em Planaltina (Facebook/Reprodução)  

Letícia Sousa Curado de Melo, 26 anos Advogada, funcionária terceirizada do Ministério da Educação (MEC) Aluna de pós-graduação na Fundação Escola Superior do MPDFT Casada, tinha um filho de 3 anos Morava no bairro Arapoanga, em Planaltina

 



Flagrado por câmeras
 
A polícia começou a desvendar o caso de Letícia Sousa Curado de Melo na manhã de sábado, após prender Marinésio dos Santos Olinto. A câmera de vigilância de uma loja filmou a advogada entrando na Blazer cinza dele. Agentes encontraram o telefone celular, a pochete e o relógio da funcionária do MEC na picape.

Em um primeiro momento, Marinésio negou envolvimento no crime, sem explicar os itens da vítima em seu veículo. Mas, diante das provas, na manhã de ontem, confessou o crime. Na companhia da advogada, levou os investigadores ao local onde deixou o corpo, uma manilha às margens da DF-250, em um matagal próximo a uma fábrica de sementes.

Em depoimento, Marinésio contou ter abordado Letícia na parada de ônibus, perto da casa dela, no Arapoanga, no início da manhã de sexta-feira. Ela, que havia saído de casa às 7h, pretendia pegar um coletivo para a Rodoviária de Planaltina, onde tomaria outro ônibus até a Rodoviária do Plano Piloto. Seguiria a pé até o prédio do MEC, na Esplanada dos Ministérios. A princípio, o suspeito havia acabado de deixar a filha de 16 anos na escola.

Poucos minutos após Letícia entrar na Blazer, começou o assédio. A advogada gritou. Marinésio dirigiu até uma estrada que dá acesso ao Paranoá e a estrangulou. Depois, seguiu até a DF-250, onde deixou o corpo da jovem. Marinésio confessou o crime na 31ª Delegacia de Polícia (Planaltina).

Com ele, os agentes encontraram R$ 750. Havia uma nota de R$ 5. A polícia suspeita que seja a mesma que Letícia pediu ao marido, antes de sair de casa. Por ter uma deficiência ocular, ela não pagava passagem nos ônibus da frota regular. A família suspeita que a advogada usaria o dinheiro para um transporte pirata.

Marinésio ficará preso preventivamente pelo assassinato da advogada. O corpo dela foi encaminhado para o Instituto de Medicina Legal (IML) às 18h de ontem. Não havia previsão de velório e enterro até o fim da noite. “Ele (Marinésio) matou-a quando ela ficou assustada, depois que ele disse que tinha vontade de ter relação sexual com ela. Ele disse que não abusou dela, mas só a perícia poderá comprovar”, afirmou o delegado Fabrício Machado, chefe da 31ªDP.
 
 
Corpo em decomposição
 
Genir Pereira de Sousa foi atacada no início da manhã de 2 de junho. Ela havia saído do trabalho na madrugada do dia 1º com um funcionário da pizzaria, seu namorado. Eles dormiram juntos, em Planaltina. Pela manhã, a auxiliar de cozinha foi para a casa da chefe, no bairro Arapoanga.

As duas eram amigas. Genir foi à casa da chefe para buscar pertences pessoais e R$ 750 que havia recebido por um serviço extra. Dali, seguiu para uma parada de ônibus, por volta das 7h40. Imagens de câmeras de segurança mostraram a vítima indo ao ponto e, depois, um carro passando e, em poucos segundos, retornando.

Como Genir não apareceu para trabalhar na noite de 2 de junho, a patroa registrou uma ocorrência por desaparecimento. Após duas semanas de investigação, agentes da 6ªDP descartaram que o criminoso fosse alguém do convívio dela. Em 12 de junho, o corpo da mulher foi encontrado em um matagal entre Planaltina e o Paranoá, sem nenhum pertence dela.

“Filmagens mostram a Blazer (de Marinésio) passando e, em cinco minutos, retornando. Ele diz que a vítima pediu carona e, durante a viagem, quis manter um relacionamento sexual. O suspeito conta que, depois do ato, decidiu matá-la estrangulada”, comenta a delegada Jane Klebia, chefe da 6ªDP. “Ele mata por nada. É importante submetê-lo a um profissional que faça um perfil psicológico dele. Ele foge ao padrão de qualquer homicida. É um perfil de psicopata. Ele não tem um motivo para matar”, completa.

Pelo estado de decomposição do corpo de Genir, não foi possível confirmar o estupro, apenas a morte por estrangulamento. “Nosso trabalho agora é identificar possíveis vítimas do Marinésio na área do Paranoá e Itapoã, onde é comum as pessoas pegarem transporte pirata. Temos o perfil de um suspeito em potencial que pode estar ligado a outros crimes de sequestro, estupro e estrangulamento de mulheres”, destaca a delegada.
 
Parentes e amigos de Letícia Souza foram ao local onde o corpo dela foi encontrado, na manhã de ontem, à margem da DF-250 (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)  

Parentes e amigos de Letícia Souza foram ao local onde o corpo dela foi encontrado, na manhã de ontem, à margem da DF-250

 

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