VALORIZAÇÃO DA BELEZA AFRO
VALORIZAÇÃ DA BELEZA AFRO
Capital S/A
O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia. Só o que está morto não muda! Clarice Lispector, escritora
Samanta Sallum
samantasallum.df@cbnet.com.br
Publicação: 30/10/2020 04:00
Afro & Cia, uma empresa de sucesso e autoestima
Valorizar a beleza afro tornou Adriana Ribeiro, 42 anos, referência nacional como empresária e consultora de imagem. Uma história de empreendedorismo, que começou no espaço improvisado na garagem da casa da mãe, há 15 anos. Hoje, a Afro&Cia Ponto Chic é uma marca forte nas redes sociais e chama a atenção de mulheres de todo o Brasil. Na lista de espera, 619 clientes para serem atendidas. “Eu recebia cerca de 60 por dia. Mas, com a pandemia, o meu salão ficou fechado por alguns meses e agora só atendo 30 por dia, de acordo com o protocolo de saúde.”
O espaço, de 200m² e 25 funcionários, fica no Riacho Fundo e atrai clientes de todas as regiões do DF, de outros estados e até de fora do país, como diplomatas. “De juíza a doméstica, eu atendo no Ponto Chic. A maior parte delas são negras. Mas também recebo mulheres brancas. O que todas querem é valorizar a beleza natural dos cabelos. Crespo, ondulado, todos os tipos. Eu ajudo, na minha consultoria, a pessoa a enxergar a sua própria beleza e, assim, não sentir necessidade de se encaixar em velhos padrões”, conta Adriana.
Cursos on-line
Ela criou a primeira escola de beleza afro no Brasil, onde está à frente de cursos on-line e presencial para profissionais da área e também clientes. Oferece um conjunto de dicas e ensinamentos sobre como tratar os cabelos mesmo quando não se vai ao salão, que produtos usar, sobre maquiagem e, especialmente, afirmações para autoestima. Adriana já recebeu proposta para abrir franquia da empresa. E planeja outras unidades no DF.
Criatividade
A empresária lembra-se das dificuldades no caminho. Principalmente para obter financiamentos. “Eram quantias pequenas que eu precisava para ir ampliando o negócio e sempre enfrentava a desconfiança por ser mulher. Uma burocracia muito grande”, lamenta. Depois de enfrentar vários obstáculos para se consolidar como empresária, segurar as pontas, durante a pandemia, foi menos difícil. Não demitiu funcionário algum, mesmo com o salão fechado. “Me virei. Fizemos serviço delivery, voucher para atendimento futuro, consultorias on-line. A mulher sempre tem a competência questionada. Mas, nós sabemos enfrentar as dificuldades com criatividade.”
Aprovada lei que apoia mulher empresária
Como Adriana Ribeiro, no DF, existem cerca de 120 mil donas de pequenos e grandes negócios e esse número deve aumentar. A Câmara Legislativa aprovou lei que gera incentivos ao empreendedorismo feminino. O texto cria uma série de medidas para garantir suporte às mulheres no âmbito empresarial. De autoria do deputado distrital Leandro Grass (Rede), foi elaborado a partir de uma demanda da Câmara de Mulheres Empreendedoras da Fecomércio-DF. Os deputados aprovaram a
proposta na quarta-feira.
Elas são responsáveis por 36% do setor na capital federal
Fonte: Sebrae-DF
Vítimas de violência doméstica
A lei prevê a criação de vagas de emprego para mulheres, acesso a linhas de crédito para pequenas e médias empresárias, com prazos de carência diferenciados, realização de cursos e concessão de bolsas de estudo. Também foi criado um fundo direcionado ao financiamento de atividades de mulheres vítimas de violência doméstica. O estudo do Banco Mundial “Mulheres, Empresas e o Direito”, que analisa e compara a legislação sobre empreendedorismo feminino de vários países, foi referência para a construção da proposta, que também teve apoio da Secretaria da Mulher do GDF.
Potencial econômico do lago
Os donos de embarcações comerciais de Brasília estão se organizando para criar uma associação e, assim, melhorar o aproveitamento econômico do Lago Paranoá. A ideia é organizar um roteiro turístico integrado, no qual o passageiro possa embarcar e desembarcar em diversos pontos, a exemplo do que ocorre em cidades como Paris, Amsterdã, Londres e Nova York. Na avaliação deles, o potencial turístico e econômico do lago ainda não foi explorado. Para isso, é necessária a infraestrutura adequada com píeres e marinas públicas para atender os visitantes e moradores de Brasília. Com as restrições da pandemia, o local é cada vez mais procurado como opção de lazer ao ar livre.
Transporte clandestino, prejuízos e risco
A Abrati, associação que representa o setor de ônibus interestadual, chama a atenção para o aumento de 30% do transporte ilegal, durante a pandemia, com as restrições ao regular. Alerta que as viagens realizadas por um dos aplicativos de transporte rodoviário clandestino já somam mais de 500 embarques, somente no Distrito Federal, nos últimos 10 dias. Por isso, às vésperas do feriadão, a entidade lançou uma campanha sobre riscos de embarcar em veículo irregular.