Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense segunda, 26 de outubro de 2020

OUTUBRO ROSA PARA FAZER A DIFERENÇA

Jornal Impresso

Outubro Rosa para fazer a diferença
 
 
Iniciativas do DF buscam fortalecer a autoestima de mulheres em tratamento contra o câncer de mama e de quem venceu a doença. Editoriais de moda e entrega de roupas, cartas, perucas ou próteses visam enaltecer a beleza de pacientes e de pessoas recuperadas

 

CIBELE MOREIRA

Publicação: 26/10/2020 04:00

Isaque Dantas criou a Coleção Dianthus para promover o amor-próprio entre mulheres diagnosticadas: sentimento de gratidão (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

 

 
Isaque Dantas criou a Coleção Dianthus para promover o amor-próprio entre mulheres diagnosticadas: sentimento de gratidão
 
 
A perda do cabelo e a retirada da mama durante o tratamento contra o câncer geram um grande impacto à vida de muitas mulheres, por vezes, já fragilizadas pela doença. Com foco nisso, iniciativas buscam resgatar a autoestima delas, por meio da doação de perucas, lenços, próteses e vestuário para pacientes mastectomizadas. O intuito é promover o amor-próprio entre quem passa pelo tratamento e quem se recuperou.
 
Neste ano, em meio à pandemia de covid-19, uma empresa de roupas femininas criou uma coleção exclusiva para a campanha do Outubro Rosa. Ao todo, há 85 modelos exclusivos para a campanha, que começou em 14 de outubro e segue até o fim do mês. O projeto contemplou cerca de 29 mulheres. Cada uma recebeu, em casa, uma peça de roupa, acompanhada de uma carta de motivação e apoio. A ideia é presentear 45 pessoas. 
 
Idealizada por Isaque Dantas, 29 anos, a coleção recebeu o nome de uma flor muito resistente a grandes tempestades: dianthus. “Criamos (o acervo) a partir da ideia de fazer algo diferente no Outubro Rosa. A maioria das campanhas são voltadas à conscientização, de a mulher se cuidar, e à prevenção. Mas muitas (pacientes) estão passando por um momento difícil contra o câncer. A coleção veio para levantar a autoestima delas”, conta o empresário.
 
Isaque relata que uma das entregas teve um impacto especial; a destinatária tinha 78 anos. “Ela está enfrentando o tratamento contra o câncer pela terceira vez. Quando recebeu o vestido, contou que o presente mudou o dia dela completamente. Mesmo sem saber, enviamos a peça na cor predileta dela. Ver essa felicidade não tem preço. Esse tipo de ação traz um sentimento de gratidão, de propósito, de fazer a diferença na vida dessas mulheres”, ressalta. 
 
A campanha também abraçou pessoas diagnosticadas com câncer no colo do útero, como Valdilene Dias de Souza, 40. Para a professora, em tratamento de quimioterapia, receber uma das peças da campanha gerou uma ponta de felicidade e esperança. “A queda de cabelo é uma fase bem complicada, pois ele complementa o cartão-postal que é nosso rosto. A gente fica com a autoestima baixa. Mas, quando coloquei o vestido laranja, eu me senti querida, cuidada”, detalha.

Andressa teve um dos tipos mais agressivos do câncer; ela passou por quimioterapias, uma mastectomia e ressalta: %u201CCâncer não é sentença de morte%u201D (Hugo Martins Viana e Nathaly Mayara de Jesus)

 

 
Andressa teve um dos tipos mais agressivos do câncer; ela passou por quimioterapias, uma mastectomia e ressalta: "Câncer não é sentença de morte."


Editorial
 
Além de entregar as roupas, a empresa fez um editorial de moda com três mulheres que venceram o câncer. “Eu me senti muito valorizada”, diz a influenciadora digital Andressa Mikaele Correia, 23. A jovem teve um dos tipos mais agressivos do câncer de mama aos 18 anos. “Descobri porque meu celular caiu sobre minha mama. Ao reparar que ela ficou dolorida e que tinha um nódulo, fui a um hospital de Formosa (GO). Os médicos disseram que não era nada, mas minha mãe insistiu e fomos a um hospital em Brasília. Fizemos a biópsia e deu positivo para câncer. Se minha mãe não tivesse insistido, eu estaria morta agora”, salienta Andressa.
 
Posteriormente, a jovem precisou fazer uma mastectomia para retirar as duas mamas. “Passei por quatro ciclos da quimioterapia vermelha, que é a mais forte, e por quatro da branca. Meu cabelo caiu, tomei vários remédios e ainda recebi a notícia de que eu não poderia ter filhos, porque o tratamento me deixaria infértil. Isso doeu demais. Sempre tive o sonho de ter uma família”, relata. No entanto, contra todos os prognósticos médicos, Andressa descobriu que estava grávida no ano passado. “Meu milagre aconteceu e, mesmo com a mastectomia, saiu leite do meu seio. Sou um testemunho vivo de que vale a pena lutar. O câncer não é uma sentença de morte”, reforça. 
 
Para a autônoma Franciane Ferreira de Araújo, 36, participar do editorial e contar um pouco da própria trajetória fizeram a diferença. “Não tenho nem palavras para descrever. Senti a autoestima lá em cima. Não tinha feito nada parecido antes”, comenta. Ela descobriu um câncer na mama aos 32 anos, durante um exame de rotina. O tratamento não foi fácil e envolveu oito ciclos de quimioterapia, além de três cirurgias. “Sempre achei importante contar minha história, dar meu testemunho e ajudar outras mulheres que estão passando pela mesma situação”, acrescenta. 


Participar de editorial de moda ajudou a autoestima de Franciane Ferreira (Hugo Martins Viana e Nathaly Mayara de Jesus)

 

 
Participar de editorial de moda ajudou a autoestima de Franciane Ferreira


Rede feminina
 
Franciane é voluntária na Rede Feminina de Combate ao Câncer de Brasília. A instituição sem fins lucrativos atua há 24 anos no Distrito Federal, com assistência a pacientes em tratamento contra o câncer e apoio após a recuperação da doença. Coordenadora da entidade, Vera Lúcia Bezerra da Silva afirma que o projeto atende 1,5 mil mulheres por mês. “Nosso trabalho vai desde o acolhimento, quando há suspeita de câncer. (Atuamos) durante o tratamento e com ajuda psicológica para a família também”, detalha. 
 
Entre os projetos desenvolvidos pela Rede Feminina está a entrega de perucas para mulheres que perderam o cabelo em decorrência da quimioterapia. Em 2019, foram distribuídas 140, bem como 1.350 lenços e 327 próteses mamárias. Para Vera, a recompensa do trabalho é o sorriso de cada pessoa que recebe esses presentes. “A gente percebe a importância que tem o cabelo. Houve uma vez que uma mulher chegou para mim e falou: ‘Eu poderia ter tido qualquer coisa, menos uma doença que faz perder o cabelo’. Esse comentário me impactou bastante”, recorda-se. 
 
Recomeçar
 
Outra instituição que atua ativamente em prol de pacientes que enfrentam o câncer de mama é a ONG Recomeçar, idealizada por Joana Jeker. A organização não governamental surgiu em 2011 e, desde 2014, tem como sede o Hospital Regional da Asa Norte (Hran), uma das unidades públicas de referência no tratamento contra o câncer no DF. A entidade também atua com acolhimento de pacientes em tratamento e está à frente das lutas por garantias de políticas públicas. “Quero deixar legados, melhorar o acesso para todas as mulheres”, afirma Joana. 
 
Uma das principais ações da entidade foi a entrega de próteses mamárias. “Tive câncer em 2007, passei pelo tratamento e pela retirada da mama. A prótese de silicone mudou minha vida. Eu a usava sempre que saía de casa. Sei o quanto isso é importante para quem passa por uma mastectomia”, observa Joana. A ONG, segundo ela, recebe três doações desse tipo por semana. “Mesmo com a pandemia, nosso trabalho não parou. Não estamos dentro do hospital, mas estou sempre em contato com elas (as mulheres atendidas)”, acrescenta a idealizadora. 
 
Elizabeth dos Santos, 57, descobriu a doença no fim de 2013 e, em 2014, fez todo o processo de retirada e reconstrução da mama. No entanto, 20 dias depois da cirurgia, o corpo rejeitou a mudança, e a doméstica teve de retirar o seio mais uma vez. “Hoje em dia, não penso mais em fazer a reconstrução. Estou bem assim”, afirma. Para ela, a prótese de silicone representou mais liberdade. “Usei uma feita de pano durante muitos anos. Com a de silicone, posso usar na piscina e com roupas que a outra não permitia”, comemora.

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