Almanaque Raimundo Floriano
Fundado em 24.09.2016
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, dois genros e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Estadão segunda, 24 de setembro de 2018

CENTRÃO JÁ DISCUTE OPÇÃO EM 2º TURNO SEM ALCKMIN

 

Centrão já discute opção em 2º turno sem Alckmin

Bloco partidário que fechou a maior coligação da campanha com o tucano discute alternativas nos bastidores; DEM e PTB sinalizam eventual apoio a Bolsonaro 

Vera Rosa e Felipe Frazão, O Estado de S.Paulo

23 Setembro 2018 | 23h47

 

  

BRASÍLIA - Fiador da candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência da República, o Centrão – bloco formado por DEMPPPRPRB e Solidariedade – já discute nos bastidores como será um eventual segundo turno da disputa sem o tucano. Em público, no entanto, seus dirigentes afirmam acreditar em uma “virada” no jogo, nos últimos dias de campanha, e negam essas conversas.

Pesquisas de intenção de voto divulgadas na semana passada apontam o candidato do PSL Jair Bolsonaro na liderança, seguido do petista Fernando Haddad. No bloco intermediário, Alckmin fica atrás de Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede).

 

 
Aguinaldo Ribeiro, André Moura, Paulinho da Forca e Valdemar da Costa Neto após almoço com partidos do Centrão
Aguinaldo Ribeiro, André Moura, Paulinho da Forca e Valdemar da Costa Neto após almoço com partidos do Centrão Foto: Dida Sampaio/Estadão

Se Bolsonaro for para o segundo turno, a tendência é que pelo menos o DEM e o PTB apoiem o capitão reformado do Exército. Há uma possibilidade de divisão no DEM, caso Ciro siga para a próxima etapa, ultrapassando o petista. O Estado apurou, no entanto, que a maioria do partido prefere fechar com o candidato do PSL.

“Eu me recuso a discutir que o Brasil ficará condenado a um segundo turno entre Bolsonaro e Haddad. Vamos com Geraldo até o fim e acreditamos na virada. Isso não é conversa fiada”, disse ao Estado o presidente do DEM, ACM Neto, que também é prefeito de Salvador. “Eu não me canso de lembrar que, em 2014, nessa mesma altura do campeonato, Aécio (senador Aécio Neves) estava fora do jogo. Cravavam que a segunda rodada da disputa seria entre Marina (Silva) e Dilma (Rousseff). Só nos últimos dez dias é que Aécio começou a crescer e aí a história da eleição mudou inteiramente.”

Nas fileiras do PTB, que não integra o Centrão, mas faz parte da coligação de Alckmin, ao lado de PPS e PSD, as discussões a portas fechadas também agitam o partido. Desde o escândalo do mensalão, que levou para a cadeia o ex-deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB, a sigla está rompida com o PT. 

Segundo um deputado petebista, é “natural” o partido apoiar Bolsonaro, já que o PT virou um adversário histórico. A exemplo de ACM, no entanto, Jefferson afirma que ninguém trairá Alckmin e nem pulará agora do barco tucano.

 

Geraldo Alckmin
Geraldo Alckmin, candidato do PSDB à Presidência da República Foto: Werther Santana/Estadão

Políticos que tentam reeleição já se sentem liberados para cuidar da campanha

Atualmente, a maior parte dos parlamentares e políticos de partidos aliados a Alckmin tem se empenhado pouco pelo tucano, que está estagnado nas pesquisas. Além disso, quem tenta a reeleição já recebeu repasses de dinheiro do fundo eleitoral e se sente “liberado” para cuidar da própria campanha.

O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) avalia hoje que a decisão de apoiar Alckmin foi equivocada. “O PPS cometeu um grande erro. Se lançasse o Raul Jungmann (ministro da Segurança), talvez pudesse ser uma alternativa”, afirmou ele. “Agora, vamos ter de optar entre a catástrofe e o desastre, entre o furacão Florence e o tufão Mangkhut.” Para o senador, que concorre à reeleição, a estratégia do voto útil para enfrentar o PT dificilmente surtirá efeito neste momento. 

“Alckmin tem credibilidade para dizer que é o mais preparado, mas não que tem mais chances para derrotar Bolsonaro. Aqui no Distrito Federal, não vejo candidatos do PPS defendendo Alckmin. Eles não sentem obrigados a isso”, argumentou, lembrando que o PSDB está na chapa do deputado Alberto Fraga (DEM), candidato ao governo que avaliza Bolsonaro.

Integrantes da executiva do PSDB observam que o partido, institucionalmente, teria muitas dificuldades em explicar uma adesão no segundo turno tanto a Bolsonaro quanto a Haddad, por causa do intenso tiroteio sobre ambos disparado por Alckmin. Caberia ao ex-governador de São Paulo – que comanda o PSDB – conduzir o processo e a neutralidade seria mais confortável ao tucanato. 

Já o PR, chefiado por Valdemar Costa Neto, está dividido entre avalizar Bolsonaro ou Haddad, caso seja essa a configuração para a segunda etapa da disputa. Valdemar tem ótimo trânsito no PT. Líder do partido na Câmara, o deputado José Rocha (BA), disse que o partido deve liberar seus filiados na próxima rodada da eleição. Rocha não esconde que faz campanha para Haddad.

A coligação do PR com Bolsonaro só não vingou por causa de divergências regionais. Em julho, o partido tentou emplacar o empresário Josué Gomes como vice de Alckmin. Josué não aceitou a vaga, mas, mesmo assim, o PR entrou na aliança com o tucano. Valdemar, porém, tem ótimo trânsito no PT.

O presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), por sua vez, avisou a Alckmin que, no Piauí, faria campanha para o PT, caso contrário sua reeleição correria risco. A vice do tucano é a senadora Ana Amélia, do PP. No Piauí, porém, a vice do governador Wellington Dias (PT) é do PP. Em um segundo turno sem Alckmin, é provável que o partido libere o voto. Embora Ciro Nogueira pregue o apoio ao PT, uma ala do partido no Sul já faz campanha para Bolsonaro. É o caso do deputado federal Luís Carlos Heinze (PP), o mais votado do Rio Grande do Sul.

Solidariedade torce por alternativa Ciro

No Solidariedade, a esperança é de que, sem Alckmin, Ciro vá para o segundo turno. Desde as negociações para o Centrão apoiar o tucano, a sigla era favorável a Ciro. O deputado Paulo Pereira da Silva, presidente do partido e licenciado do comando da Força Sindical, foi vice de Ciro na campanha presidencial de 2002. O Solidariedade só aceitou entrar na coligação pró-Alckmin após negociar com o tucano um novo formato para a volta da contribuição sindical. O PRB ainda não bateu o martelo sobre quem apoiar em eventual segundo turno sem Alckmin.


Estadão sábado, 22 de setembro de 2018

ÁUDIO ATRIBUÍDO A JAIR BOLSONARO NO HOSPITAL É FALSO

 

Áudio atribuído a Jair Bolsonaro no hospital é falso

Conclusão dos peritos ouvidos pelo Comprova é de que não é o candidato do PSL que fala na gravação viral que foi divulgada nesta semana 

Estadão Verifica

21 Setembro 2018 | 20h13

 

 

checagem abaixo foi publicada pelo Projeto Comprova. A verificação foi realizada por uma equipe de jornalistas do Estadão, O Povo e Folha de S. Paulo. Outras redações concordaram com a checagem, no processo conhecido como “crosscheck”.

Projeto Comprova é uma coalizão de 24 veículos de mídia com o objetivo de combater a desinformação durante o período eleitoral. Você pode sugerir checagens por meio do número de WhatsApp (11) 97795-0022.

 

O áudio atribuído ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) que circula em redes sociais desde terça-feira, 19 de setembro, quando foi divulgada a pesquisa Ibope, é falso, segundo peritos ouvidos pelo Comprova.

 

 

Na gravação, o homem que se passa por Bolsonaro xinga o general Hamilton Mourão, vice do candidato à Presidência, e uma enfermeira do hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde o capitão reformado do exército está internado para se recuperar de um atentado a facada ocorrido no dia 6 de setembro durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG).

O homem também diz que não aguenta mais ficar no hospital e que o “teatrinho acabou”. A fala alimentou teorias falsas de que o atentado sofrido por Bolsonaro seria forjado.

Um trecho da gravação faz referência a Fernando Haddad, candidato do PT à Presidência, que está em segundo lugar nas intenções de votos, segundo o Ibope, atrás apenas de Bolsonaro. “Me tira daqui, a gente tem uma eleição pra ganhar, pô (sic). Uma eleição pra ganhar, e você me mantendo aqui nesse teatro”, diz o homem, dirigindo-se a quem chama de Eduardo – mesmo nome de um dos filhos de Bolsonaro.

A pedido do Comprova, o Instituto Brasileiro de Perícia comparou o áudio viral com a voz de Bolsonaro na entrevista que ele concedeu ao jornalista Luiz Datena no dia 22 de abril de 2018. A conclusão é de que não é o candidato do PSL que fala na gravação viral que foi divulgada nesta semana. “O corpo probatório sustenta muito fortemente a hipótese de que as amostras de fala não foram proferidas pelo mesmo locutor”, diz o laudo.

 A metodologia da perícia constitui-se de uma análise qualitativa dos marcadores de voz, fala e linguagem dos falantes. Depois, é realizada a comparação desses parâmetros em cada amostra de voz e fala questionada. Nesta análise, foram observados padrões das vogais e consoantes, ritmo e velocidade de fala, padrões de entonação, qualidade da voz e os hábitos apresentados pelo falante, além da aplicação de palavras nas sentenças e o uso de regras gramaticais.

No áudio falso foi percebido, por exemplo, um sotaque típico do interior na fala do fonema “r”, enquanto na fala de Bolsonaro isso não aparece. Também foram percebidas diferenças na ressonância, articulação, velocidade de fala e desvio fonético entre as amostras comparadas.

 

Jair Bolsonaro
Do hospital, Bolsonaro fez transmissão ao vivo em rede social. Foto: Reprodução/Facebook

O Comprova também consultou o perito Mauricio de Cunto, da empresa Fonolab. Segundo a percepção técnica dele, a voz do áudio difere da do capitão da reserva por várias razões. “O tom de voz aparenta ser um pouco mais agudo que o de Bolsonaro. O ritmo da fala também é mais acelerado do que nos vídeos que ele gravou no hospital”, afirma. O especialista ressalta, no entanto, que só vai emitir um parecer próprio sobre o assunto na semana que vem.

Outro elemento que aponta se tratar de um áudio falso é a baixa qualidade da gravação. De acordo com peritos experientes, esse é um truque típico das falsificações: diminuir a resolução de áudios, vídeos e fotos faz com que a análise dessas mídias se torne mais difícil.

Dois filhos de Bolsonaro, Carlos e Eduardo, já desmentiram em suas contas de Twitter a veracidade do áudio. “A mais nova fakenews (sic) com um áudio em que dizem ser Bolsonaro reclamando no hospital”, escreveu Carlos em um tuíte, republicado por Eduardo.

O hospital em que o presidenciável está internado, o Albert Einstein, também negou a gravação e a informação de que uma enfermeira teria sido despedida após o episódio.

O boato foi repassado ao Comprova por WhatsApp, além de ter sido publicado em vídeos no YouTube. No canal Jefferson Moraes, por exemplo, o vídeo somava 49.038 mil visualizações da data em que foi publicado, dia 18 de setembro de 2018, até a tarde desta sexta-feira, 21 de setembro.


Estadão quinta, 20 de setembro de 2018

BOLSONARO VAI A 28% , E HADDAD, A 16%

 

Bolsonaro vai a 28% e Haddad, a 16%, aponta pesquisa

Em relação ao levantamento Datafolha anterior, presidenciável do PSL oscila dois pontos para cima; petista sobe três

O Estado de S.Paulo

20 Setembro 2018 | 00h20

 

Pesquisa Datafolha divulgada na madrugada desta quinta-feira, 20, mostra o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, com 28% das intenções de voto, seguido por Fernando Haddad (PT), com 16%, e Ciro Gomes (PDT), com 13%.

Em relação ao levantamento anterior, divulgado no dia 14, Bolsonaro oscilou dois pontos para cima, e Haddad subiu três. Ciro manteve a taxa. Os candidatos do PT e do PDT permanecem em empate técnico, já que a margem de erro do levantamento é de dois pontos porcentuais.

 
presidenciáveis
Os 13 candidatos à Presidência da República. Foto: Infográfico

O tucano Geraldo Alckmin aparece com 9%, mesmo índice da semana anterior. Marina Silva (Rede) oscilou de 8% para 7%.

Bolsonaro se manteve na liderança do quesito rejeição, com 43%, seguido de Marina (32%) e Haddad. O petista viu sua rejeição subir de 26% para 29% 

Nas simulações de segundo turno, Ciro é o único que fica à frente de Bolsonaro, com o placar de 45% a 39%. Em um confronto entre os candidatos do PT e do PSL, haveria empate, com 41% para cada um.

Foram ouvidas 8.601 pessoas de 323 municípios na terça e na quarta-feira. Os contratantes foram a Folha de S.Paulo e a TV Globo. O registro na Justiça Eleitoral foi feito sob o protocolo BR-06919/2018.


Estadão quarta, 19 de setembro de 2018

IPOPE: BOLSONARO NA LIDERANÇA - HADDAD EM SEGUNDO LUGAR

 

 

Ibope: Haddad cresce 11 pontos e se isola no segundo lugar; Bolsonaro mantém liderança

Candidato do PT alcança 19% das intenções de voto e abre vantagem sobre Ciro; presidenciável do PSL oscila dois pontos para cima e permanece na frente, diz pesquisa encomendada pelo 'Estado' e TV Globo

Daniel Bramatti, Caio Sartori, Cecília do Lago e Alessandra Monnerat, O Estado de S.Paulo

18 Setembro 2018 | 20h58

 

O candidato do PT à Presidência da RepúblicaFernando Haddad, subiu 11 pontos porcentuais em uma semana e se isolou na segunda colocação, com 19%, atrás de Jair Bolsonaro (PSL), que oscilou dois pontos porcentuais para cima e chegou a 28%. É o que revela pesquisa Ibope/Estado/TV Globo divulgada nesta terça-feira, 18, a quarta desde o início oficial da campanha eleitoral.

 

A seguir aparece Ciro Gomes (PDT), que se manteve com os mesmos 11% da semana anterior. O presidenciável do PSDB, Geraldo Alckmin, oscilou dois pontos para baixo, de 9% para 7%. E Marina Silva (Rede) caiu três pontos, de 9% para 6%. 

 

presidenciáveis
Os 13 candidatos à Presidência da República. Foto: Infográfico
 

“Com esse crescimento de Haddad, a probabilidade de haver segundo turno entre ele e Bolsonaro aumentou significativamente, embora não se possa descartar outros cenários”, disse Marcia Cavallari, diretora executiva do Ibope Inteligência.


Estadão segunda, 17 de setembro de 2018

FIM DA REELEIÇÃO: APENAS 3 CANDIDATOS APROVAM

 

Apenas 3 candidatos ao Planalto querem fim da reeleição

Marina Silva, Jair Bolsonaro e Alvaro Dias defendem um único mandato à Presidência 

Mariana Haubert, O Estado de S.Paulo

17 Setembro 2018 | 05h00

 

BRASÍLIA - Sem um candidato à reeleição neste ano, a proibição de um presidente renovar seu mandato tem pouco apoio entre os presidenciáveis. Levantamento feito pelo Estado mostra que, dos 13 candidatos à Presidência, apenas Marina Silva (Rede), Jair Bolsonaro (PSL) e Alvaro Dias (Podemos) defendem mudar essa regra.

 

Marina Silva
A candidata da Rede à Presidência, Marina Silva Foto: Dida Sampaio/Estadão
 

Geraldo Alckmin (PSDB), João Amoêdo (Novo), Guilherme Boulos (PSOL), João Goulart Filho (PPL) e Fernando Haddad (PT) querem continuar tendo a possibilidade de serem reeleitos. Henrique Meirelles (MDB) preferiu não se posicionar e Ciro Gomes(PDT), Cabo Daciolo (Patriota), Vera Lúcia (PSTU) e Eymael (DC) não responderam à reportagem. 

 

 

A defesa de uma reforma política que acabaria com a reeleição e ampliaria o mandato presidencial para cinco anos era uma das principais bandeiras do candidato do PSDB em 2014, senador Aécio Neves (MG). Naquele tempo, ele afirmava que a reeleição “fez mal ao Brasil”. Na época, Alckmin foi um dos que pressionou Aécio a se comprometer com o fim da reeleição já em 2018. O nome de Alckmin já era considerado dentro do partido como um dos que poderia disputar o Planalto neste ano. 

Agora, porém, o tucano afirma que um segundo mandato “é um direito e uma escolha do cidadão”. A possibilidade de reeleição foi aprovada em 1997, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Marina Silva, que também disputou aquele pleito, já defendia o fim da reeleição. Para ela, que tenta chegar ao Palácio do Planalto pela terceira vez, o período de quatro anos “já é uma dose de doação relevante e suficiente”. Se eleita, Marina diz que não vai disputar outra vez.

A candidata propõe ainda que os mandatos sejam ampliados para cinco anos, sem que o presidente possa tentar uma segunda vez. Para o Legislativo, Marina também defende a ampliação do mandato pelo mesmo período e admite a possibilidade de apenas uma reeleição. De acordo com a proposta dela as mudanças valeriam a partir de 2022. 

Cinco anos. Na mesma toada, Alvaro Dias também quer promover uma reforma política para, dentre outras coisas, ampliar o mandato presidencial para cinco anos e extinguir a reeleição. De acordo com sua assessoria, o senador não tentará se reeleger caso vença.

Em entrevista à revista americana Time, Bolsonaro afirmou que considera, se eleito, apresentar uma reforma política para limitar a um mandato o período de um mesmo presidente no Palácio do Planalto, começando por ele mesmo. Procurada, sua campanha não deu mais detalhes sobre a proposta. 

Para João Amoêdo, a possibilidade de reeleição é algo que acontece em dezenas de democracias modernas pelo mundo. Já Guilherme Boulos afirmou não ser contra a mudança, mas defendeu que o País promova uma ampla reforma em todo o sistema político e eleitoral.

Henrique Meirelles preferiu não se posicionar. Em nota via assessoria afirmou apenas que mudanças neste sentido cabem ao Legislativo. “O que os brasileiros querem mesmo, independentemente da duração dos mandatos, é um novo jeito de fazer política”, disse. 

Para o cientista político e professor do Insper Carlos Melo, a reeleição em si não é ruim, mas ela deveria ser limitada a apenas uma. Melo afirma que, uma vez que o político já ocupou a Presidência por dois mandatos, ele não deveria poder tentar um terceiro. “A possibilidade de voltar tende à perpetuação do poder”, afirmou o cientista político ao Estado.

Melo também é cético em relação às promessas de quem quer acabar com o expediente antes mesmo de ter sido eleito. “É muito inconsistente no tempo esse tipo de promessa, é demagogia eleitoral. Se o Congresso não aprovar a mudança, o direito à reeleição continua valendo e o sujeito vai, docemente, ser convencido a tentar o segundo mandato”, disse. Para ele, a discussão só caberia em um amplo e profundo debate que abarcasse todo o sistema político.

Mudança foi barrada 2 vezes

No ano passado, o Congresso tentou aprovar uma mudança nas regras eleitorais para acabar com a reeleição. A Câmara dos Deputados instalou uma comissão especial para analisar o tema, mas a proposta acabou derrubada. Em 2015, a mesma proposta havia sido analisada na Casa. O fim da reeleição seria acompanhado pela adoção do chamado distritão, com a eleição dos deputados mais votados em cada Estado. Nenhuma das medidas foi aprovada.


Estadão sábado, 15 de setembro de 2018

A GRANDEZA DO SUPREMO

 

A grandeza do Supremo

Que o Supremo Tribunal Federal, com Dias Toffoli, possa ser transformado, assumindo plenamente a identidade e as funções que a Constituição de 1988 lhe atribuiu 

O Estado de S.Paulo

15 Setembro 2018 | 03h00

 

É auspicioso que o ministro Dias Toffoli, no seu discurso de posse como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), tenha insistido na necessidade de harmonia entre os Três Poderes, com menção à responsabilidade dos membros do Judiciário pelo respeito institucional mútuo.

 

“A harmonia e o respeito mútuo entre os Poderes da República são mandamentos constitucionais. Não somos mais nem menos que os outros Poderes. Com eles e ao lado deles, harmoniosamente, servimos à Nação brasileira”, afirmou o novo presidente do STF, para concluir: “Por isso, nós, juízes, precisamos ter prudência”.

Trata-se de um importante alerta. Nos últimos anos, o País viu-se refém de graves desequilíbrios institucionais provocados, em boa medida, pelo Poder Judiciário, com destaque para a atuação do próprio STF. Não foram poucas as vezes que o plenário do Supremo, uma de suas turmas ou até mesmo um único ministro, monocraticamente, entenderam estar acima do Executivo e do Legislativo, com decisões que invadiram searas alheias. A despeito das competências constitucionais previstas para cada Poder, o Supremo parecia pretender ser sempre e em todos os âmbitos a última palavra.

“A Constituição da República será meu guia”, assegurou o ministro Dias Toffoli na quinta-feira passada. Trata-se de um excelente compromisso para o mandato que se inicia na presidência do Supremo, já que compete precipuamente ao STF “a guarda da Constituição” (art. 102). Em tempos de grandes transformações, é preciso resgatar um profundo respeito – uma profunda reverência – pelo conteúdo da Carta Magna.

O papel do STF é fazer cumprir a Constituição. A aprovação de emendas constitucionais é competência do Legislativo. Foge completamente do escopo do STF o que se viu em maio deste ano, por exemplo, quando o plenário da Corte inventou uma sistemática para o foro privilegiado diferente do que consta na Constituição.

“O Judiciário precisa resgatar a segurança jurídica”, disse o presidente do STF, mencionando o que é hoje uma das tarefas mais urgentes da Suprema Corte. Em primeiro lugar, cabe ao STF parar de difundir imprevisibilidade a todo sistema jurídico, em suas mais variadas formas: invenções interpretativas, protagonismos individuais, atropelos de competências, absoluta incerteza a respeito do tempo de conclusão dos processos.

A segurança jurídica que o STF deve proporcionar também inclui o empenho por respeitar e consolidar sua jurisprudência. Sucumbir à comichão de revisar as posições jurisprudenciais a cada alteração na composição de seus membros é atalho para a perda de autoridade. “Nossa legitimidade será consequência da qualidade da nossa atuação”, lembrou o ministro Dias Toffoli.

Eis um belo programa a ser promovido, juntamente com o respeito à harmonia entre os Poderes, pelo novo presidente do STF Dias Toffoli: que a Suprema Corte deixe de ser causa de insegurança jurídica. Além de respeitar a Constituição, aplicando-a em fiel consonância com o seu conteúdo, é preciso ampliar – e ampliar generosamente – a prudência na concessão de medidas liminares.

“O poder que não é plural é violência”, disse o presidente do STF. Nestes últimos anos, não poucas violências, às vezes contra atos perfeitamente adequados do Executivo e do Legislativo, foram praticadas por meio de decisões monocráticas de ministros do Supremo.

O cume hierárquico do Poder Judiciário é uma corte colegial, e não onze indivíduos operando cada um a seu modo, com suas idiossincrasias, seus tempos e seus métodos. Por isso, e não apenas por uma razão de ordem administrativa, é que existe uma presidência do STF, responsável, entre outros pontos, por assegurar a unidade institucional da Corte.

Segundo o ministro Dias Toffoli, estamos em tempos de transformação. Que o Supremo possa ser transformado, assumindo plenamente a identidade e as funções que a Constituição de 1988 lhe atribuiu.


Estadão quinta, 13 de setembro de 2018

BOLSONARO PASSA POR CIRURGIA DE EMERGÊNCIA

 

Bolsonaro passa por cirurgia de emergência em hospital

Feita em caráter de emergência, intervenção dura pouco mais de um hora; presidenciável do PSL apresentava quadro de inchaço abdominal e náusea 

Tânia Monteiro, Fabiana Cambricoli e Pablo Pereira, O Estado de S.Paulo

12 Setembro 2018 | 22h42 
Atualizado 13 Setembro 2018 | 01h02

 

  

candidato do PSL à Presidência, deputado Jair Bolsonaro, foi submetido na noite desta quarta-feira, 12, a uma cirurgia de emergência. A nova intervenção durou pouco mais de uma hora e terminou por volta das 23h40. Segundo médicos, o procedimento foi bem-sucedido e um novo boletim será divulgado nesta quinta-feira, às 10.

 

Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro (PSL), candidato à Presidência da República Foto: REUTERS/Diego Vara
 

De acordo com boletim médico divulgado às 23h da quarta-feira pelo Hospital Albert Einstein, onde Bolsonaro está internado desde a última sexta-feira, a cirurgia foi feita após o presidenciável apresentar um quadro de distensão (inchaço) abdominal progressiva e náuseas ao longo do dia.

Com o aparecimento desses sintomas, os médicos decidiram realizar no início da noite desta quarta-feira uma tomografia de abdome, que evidenciou a presença de aderência obstruindo o intestino delgado e a necessidade da cirurgia. A equipe que cuida do presidenciável é chefiada pelo médico Antonio Luiz de Vasconcellos Macedo.

“A cirurgia correu bem, graças a Deus, dentro do previsto. Antes, eu perguntei ao médico quanto tempo duraria mais ou menos. Ele disse que não seria muito demorado, que deveria ser em torno de duas horas, mas acabou antes disso. Foi mais ou menos uma hora de cirurgia, talvez um pouco mais. Graças a Deus correu tudo bem”, afirmou o presidente em exercício do PSL, Gustavo Bebianno, na porta do hospital. Segundo ele, Bolsonaro começou a se queixar de incômodo anteontem e, ontem, “passou o dia muito mal”.

“O maior receio nosso era a anestesia. Agora, ele retorna para o CTI porque foi um novo procedimento cirúrgico, uma nova incisão, abriram novamente o abdome dele e, de novo, a recuperação da anestesia geral é sempre complicada”, acrescentou ele.

Em mensagem publicada nas redes sociais às 23h10, Flávio Bolsonaro, filho do candidato do PSL, pediu orações e escreveu que o estado de saúde do pai “ainda é grave”. Ele voltou a escrever a 0h30; “A cirurgia de emergência acabou bem, graças a Deus!. Meu pai está pagando um preço muito alto por querer resgatar o Brasil, está literalmente dando seu sangue”.

 

 
 A cirurgia de emergência acabou bem, graças a Deus! Meu pai está pagando um preço muito alto por querer resgatar o Brasil, está literalmente dando seu sangue.
 
 
Segundo cirurgiões ouvidos pelo Estado, a aderência pode ocorrer quando tecidos fibrosos gerados pelo processo de cicatrização se ligam, levando à obstrução do canal do intestino. O quadro é comum após cirurgias abdominais como a de Bolsonaro. Pessoas que estiveram com Bolsonaro nesta tarde afirmaram ao Estado que ele aparentava estar extremamente debilitado.

No boletim que havia sido divulgado pela manhã, os médicos informaram a suspensão da alimentação oral por causa do surgimento da distensão abdominal. Esse inchaço no abdômen teria rompido três pontos.

Candidato foi esfaqueado em ato de campanha

Durante campanha na quinta-feira passada no centro de Juiz de Fora (MG), Bolsonaro foi esfaqueado pelo pedreiro Adelio Bispo de Oliveira e precisou ser operado na Santa Casa da cidade. No dia seguinte, ele foi transferido para o Albert Einstein, em São Paulo. A previsão inicial é que Bolsonaro só deverá retomar suas atividades no final deste mês, o que o tira de qualquer agenda de campanha de rua neste primeiro turno das eleições

 

Jair Bolsonaro é esfaqueado em Juiz de Fora


Estadão quarta, 12 de setembro de 2018

BOLSONARO AMPLIA LIDERANÇA

 

Pesquisa Ibope: Bolsonaro amplia liderança e chega a 26% das intenções de voto

Após atentado, candidato do PSL lidera corrida presidencial nas eleições 2018; Ciro Gomes, Marina Silva, Geraldo Alckmin e Fernando Haddad estão empatados em segundo lugar dentro da margem de erro 

Daniel Bramatti, Alessandra Monnerat, Caio Sartori e Cecília do Lago, O Estado de S.Paulo

11 Setembro 2018 | 19h52 
Atualizado 12 Setembro 2018 | 00h13

 

 Jair Bolsonaro (PSL) subiu quatro pontos porcentuais na primeira pesquisa nacional do Ibope feita depois de o candidato ter sido esfaqueado em um ato de campanha. Ele tem agora 26% das intenções de voto. Disputam o segundo lugar, embolados, Ciro Gomes(PDT, 11%), Marina Silva (Rede, 9%), Geraldo Alckmin (PSDB, 9%) e Fernando Haddad(PT, 8%).

Na pesquisa divulgada há uma semana, antes do ataque, Bolsonaro tinha 22% das preferências. Ele foi ferido na quinta-feira passada, enquanto participava de uma agenda eleitoral em Juiz de Fora (MG). Os entrevistadores do Ibope foram a campo entre o sábado e a segunda-feira, período que coincidiu com um aumento expressivo da exposição do candidato do PSL nos meios de comunicação.

 Na pesquisa espontânea, na qual os eleitores manifestam sua preferência antes de ler a lista com os nomes dos candidatos, Bolsonaro subiu seis pontos porcentuais, de 17% para 23%.

Além do crescimento das intenções de voto, ele teve um recuo na taxa de rejeição. A parcela do eleitorado que não votaria de jeito nenhum em Bolsonaro passou de 44% para 41%. O candidato do PSL continua, porém, líder disparado no ranking dos candidatos rejeitados.

Nesse quesito, a taxa de Marina oscilou dois pontos para baixo, de 26% para 24%. A rejeição a Ciro caiu três pontos, de 20% para 17%. Haddad se manteve em 23%. A taxa de Alckmin teve queda de três pontos porcentuais, de 22% para 19%.

 

Estadão segunda, 10 de setembro de 2018

IGREJA AMEAÇA PROCESSAR ADVOGADO DE AGRESSOR DE BOLSONARO

 

Igreja ameaça processar advogado de agressor de Bolsonaro

10 Setembro 2018 | 05h30

 

Advogado Zanone Oliveira Junior FOTO: Tomaz Silva/Agência Brasil

 

O departamento jurídico da igreja Testemunhas de Jeová avalia ingressar hoje na Justiça contra o criminalista Zanone Oliveira Junior por ter declarado que foi contratado para defender o agressor de Jair Bolsonaro por uma pessoa ligada à agremiação. Desde que ele fez a afirmação, a igreja tenta contatá-lo para pedir que diga quem da comunidade paga por seus serviços ou se retrate publicamente. A avaliação é que o advogado envolveu a imagem da igreja no episódio, ajudando a estigmatizá-la ainda mais. “Abominamos o que o agressor fez”, diz a igreja via assessoria.

Aqui não. A igreja chegou a divulgar nota pública para dizer que “Adélio Bispo de Oliveira (o agressor de Bolsonaro) e sua família não são Testemunas de Jeová ou têm vínculos com ela” e que “lamenta” o ocorrido com o candidato.

 Com a palavra. Procurado ontem pela Coluna, Zanone já não é mais tão assertivo quanto aos vínculos do contratante. “É uma pessoa que conhece o Adélio do meio evangélico, não necessariamente Testemunha de Jeová”, disse.

Aceita que dói menos. O perfil de Zanone no Facebook foi alvo de críticas e ofensas. Ele diz estar acostumado, já que trabalha com casos de homicídio há duas décadas. “Nenhum acusado será julgado sem defensor. Se não for eu, outros virão”, afirma.

Versões. A defesa do agressor de Bolsonaro está compilando polêmicas declarações do candidato sobre mulheres, negros e homossexuais. Vai alegar que o Código Penal prevê atenuar a pena de crime cometido por “motivo de relevante valor social ou moral”.

Deixa que eu faço. Em pé de guerra com Michel Temer, o presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) diz que, se eleito, não vai pedir ajuda ao atual presidente para aprovar reformas constitucionais ainda no atual governo. Temer tem afirmado que pode apoiar o sucessor na desgastante tarefa.

Eu de novo. Depois do veto ao registro do ex-presidente Lula, o PT já lançou quatro tentativas (no TSE e no STF) para viabilizar a candidatura do petista ao Palácio do Planalto. Lula quer que o Supremo dê a palavra final sobre as suas pretensões eleitorais.

Voto contra. Em 2015, o deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidenciável, votou contra a aprovação de um projeto que classifica facas como armas brancas.

Mais embaixo. “Quando começarem a atacar as pessoas com pedras, cacos de vidro, vamos proibir? A discussão não é essa; é a impunidade”, disse na época. O projeto foi sancionado.

Haja Meirelles! Henrique Meirelles (MDB) precisaria hoje de 120 anos no Planalto (30 mandatos) para reaver os R$ 45 milhões que doou do bolso à sua campanha. O salário bruto de presidente é de R$ 30,9 mil.

CLICK. Candidato a deputado, Aécio Neves tem evitado campanha de rua. Em vídeo, responde questões de eleitores, como se prefere feijão em cima ou embaixo do arroz.

 


Estadão sexta, 07 de setembro de 2018

SAIBA QUEM É O AGRESSOR DE BOLSONARO

 

Saiba quem é o agressor de Bolsonaro

Nas redes sociais, há ofensas de Adelio Bispo de Oliveira ao candidato à Presidência pelo PSL, esfaqueado durante ato de campanha nesta quinta-feira; agressor foi filiado ao PSOL entre 2007 e 2014 

O Estado de S.Paulo

06 Setembro 2018 | 17h48 
Atualizado 06 Setembro 2018 | 23h56

 

Preso nesta quinta-feira, 6, por ter ferido com uma facada o candidato Jair Bolsonaro (PSL), o servente de pedreiro Adelio Bispo de Oliveira, de 40 anos, usou as redes sociais para disseminar mensagens de ódio contra o deputado nos últimos meses, entre elas, uma em que pedia “pena de morte” ao presidenciável, chamado “traidor”, “judas” e também xingado.

 A mensagem, postada no dia 16 de julho, reproduz um vídeo editado em que o deputado fala sobre a Amazônia e a base espacial de Alcântara (MA) e é acusado de pregar a entrega do patrimônio nacional aos Estados Unidos. Sobre essas imagens, enquanto o parlamentar fala, surge a inscrição: “Jair Bolsonaro traidor – judas pena de morte pra esse fdp (sic)”.

 

Suspeito de esfaquear Bolsonaro
Em depoimento à polícia, Adélio Bispo de Oliveira, que atacou o presidenciável, afirmou que agiu motivado por 'questões pessoais'. Foto: EFE
 

Em outra publicação, ele reproduziu gravação em que Bolsonaro e a também deputada Jandira Feghalli (PCdoB-RJ) debatem na TV sobre a ditadura militar. Oliveira comentou: “Dá nojo só de ouvir dizer que a ditadura deveria ter matado pelos uns 30 mil comunistas”.

 

 

Antes da mensagem em que prega a pena de morte ao candidato, Oliveira praticou tiros no Clube e Escola de Tiro.38, em São José (SC), no dia 5 de julho. O clube é frequentado por dois filhos de Jair Bolsonaro – Carlos, vereador no Rio de Janeiro (PSL), e Eduardo, deputado federal (PSL-SP). Ao Estado, o Clube 38 confirmou que Adélio praticou tiros com a supervisão de um instrutor.

 

Sequencia
Sequência mostra o momento em que Bolsonaro é atacado Foto: Redes Sociais/Reprodução

Em 2013, Oliveira foi acusado pelo crime de lesão corporal no município de Montes Claros (MG), onde morava. Segundo o major Flávio Santiago, porta-voz da Polícia Militar de Minas Gerais, o caso envolveu a agressão a outro homem por causa de uma cobrança de dívida.

Simpatizante de ideologias de esquerda e símbolos comunistas, ele foi filiado, entre 2007 e 2014, ao PSOL de Uberaba (MG), e incentivava protestos na cidade. Também chegou a participar de manifestações contra a corrupção na cidade e em Brasília, em frente ao Congresso Nacional. Publicou ainda imagens de pessoas que defendem a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado na Operação Lava Jato.

Em maio, Oliveira postou foto na qual aparece ao lado de uma placa em que se lê “políticos inúteis”. No mesmo dia, ele divulgou outra imagem em que pedia a renúncia do presidente Michel Temer.

Em seu perfil, o servente de pedreiro usou a seguinte frase para se definir: “Não importa em que partido tu militas, nem a ideologia que acreditas ou fé que tu praticas, se você tens (sic) prazer no triunfo da Justiça, então somos irmãos”. 

 Sequencia

Sequência mostra o momento em que Bolsonaro é atacado Foto: Redes Sociais/Reprodução

Agressor foi filiado a partido político

O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, confirmou que Adelio Bispo de Oliveira foi filiado ao partido entre 2007 e 2014. Segundo o dirigente, no entanto, o suspeito não foi dirigente partidário e ainda não foi possível conhecer os motivos de sua filiação ou desfiliação após sete anos.

Segundo policiais da PM em Juiz de Fora, Adelio disse, em depoimento, que não é ligado a qualquer partido político, e que agiu porque não "simpatiza" com o candidato. Logo após o ataque, policiais que faziam a segurança no local prenderam Adelio. Foi preciso conter a multidão que tentava linchar o agressor. / FELIPE FRAZÃO, BRENO PIRES, FÁBIO LEITE e RENAN TRUFFICOM INFORMAÇÕES DA AGÊNCIA BRASIL

 

 

Jair Bolsonaro é esfaqueado em Juiz de Fora


Estadão quinta, 06 de setembro de 2018

FACHIN NEGA PEDIDO DE LULA PARA MANTER CANDIDATURA

 

Fachin nega pedido de Lula para afastar impedimento à candidatura

Manifestação de comitê da ONU, usada como argumento pela defesa do petista, não tem alcance para suspender a condenação do ex-presidente em segunda instância, diz relator da Lava Jato no Supremo

Rafael Moraes Moura e Amanda Pupo / BRASÍLIA

06 Setembro 2018 | 02h15

 

Ministro Edson Fachin. FOTO: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO

 

O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, negou um pedido formulado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para afastar impedimento à candidatura do petista ao Palácio do Planalto.

Com base no comunicado do Comitê dos Direitos Humanos da ONU que defende a presença de Lula nas eleições, a defesa do ex-presidente pretendia suspender os efeitos da condenação do petista no caso do triplex do Guarujá (SP).

 Lula foi sentenciado a 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Por essa condenação em segunda instância, o ex-presidente foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa.

De acordo com os advogados Cristiano Zanin e Valeska Zanin, “não cabe aos órgãos judiciários brasileiros sindicar as decisões proferidas pelo Comitê de Direitos Humanos da ONU, mas, sim, dar cumprimento às obrigações internacionais assumidas pelo Brasil”.

Até a noite desta quarta-feira, 5, a expectativa no Supremo era de que o ministro levasse o tema ao plenário.

No entanto, conforme trecho da decisão de Fachin divulgado no site do STF, o relator da Lava Jato entendeu que o pronunciamento do comitê da ONU não tem alcance sobre a decisão do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), que condenou Lula em segunda instância.

“O pronunciamento do Comitê dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas não alcançou o sobrestamento do acórdão recorrido (do TRF-4), reservando-se à sede própria a temática diretamente afeta à candidatura eleitoral; ii) as alegações veiculadas pela defesa não traduzem plausibilidade de conhecimento e provimento do recurso extraordinário, requisito normativo indispensável à excepcional concessão da tutela cautelar pretendida”, decidiu Fachin.

“Indefiro o pedido formulado. Publique-se. Intime-se. Após, arquivem-se”, determinou o ministro.

Lula tem outros recursos pendentes

Além do pedido negado por Fachin, a defesa de Lula ainda tem outros dois pedidos que aguardam definição judicial. Recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e petição no Supremo contestam a decisão colegiada da Corte Eleitoral que, na madrugada de 1.º de setembro, negou o registro da candidatura de Lula, por 6 votos a 1.

Na ocasião, Fachin foi o único voto a favor do registro, sob alegação de que a posição do comitê da ONU “impõe, em caráter provisório, reconhecer o direito do petista se candidatar às eleições”.

 


Estadão segunda, 03 de setembro de 2018

FOGO DESTRÓI MUSEU NACIONAL

 

Fogo destrói Museu Nacional, mais antigo centro de ciência do País

Inaugurado em 1818, o museu completou 200 anos em junho em meio a uma situação de abandono

O Estado de S.Paulo

02 Setembro 2018 | 20h22 
Atualizado 03 Setembro 2018 | 05h53

 

 

Incêndio atinge Museu Nacional, no Rio
Fogo se espalhou rapidamente pelo prédio histórico  Foto: MARCELLO DIAS/FUTURA PRESS
 

RIO - Um incêndio de grandes proporções destruiu o acervo do Museu Nacional, na zona norte do Rio, na noite deste domingo, 2. Especializado em história natural e mais antigo centro de ciência do País, o Museu Nacional completou 200 anos em junho em meio a uma situação de abandono. Não houve feridos. 

Corpo de Bombeiros foi acionado às 19h30 e rapidamente chegou ao local, mas, na madrugada de segunda, o fogo permanecia fora de controle. Dois andares foram bastante destruídos, e parte do teto, de madeira, caiu. Segundo o comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Rio, o coronel Roberto Robadey, o prédio não corre risco de desabar. As paredes externas do prédio são bastante grossas, diz ele, e, embora antigas, resistiram ao fogo. “Algumas partes internas desabaram”, afirmou.

Segundo informações do canal GloboNews, às 3h desta segunda-feira, já havia sido iniciado pelos Bombeiros o trabalho de rescaldo após apagar os últimos focos do incêndio. A equipe que trabalha no local trata de resfriar os escombros para, em seguida, fazer uma avaliação do estado do edifício e, finalmente, adentrar o museu.

O comandante dos bombeiros contou também que os dois hidrantes existentes ao redor do imóvel não funcionaram. Por isso, o combate ao fogo começou com atraso. “Tivemos de acionar a Cedae (companhia estadual de água e esgoto), que nos forneceu água. Agora tenho a certeza de que não faltará água, mas no início realmente tivemos problema”, afirmou.

Segundo Robadey, o prédio não tinha um sistema adequado de proteção contra incêndios. A legislação que exige esse tipo de estrutura é de 1976, quando o prédio já tinha mais de cem anos. Conforme o comandante dos bombeiros, há cerca de um mês representantes do museu procuraram os bombeiros para tratar da instalação de um sistema de proteção contra incêndios.

“Não vai sobrar praticamente nada. Todo o prédio foi atingido. Um absurdo o descaso e abandono que estava esse museu icônico. É como se queimassem o Louvre ou o Museu de História Natural de Londres”, lamentou o vice-diretor do Museu Nacional, Luiz Fernando Dias Duarte. Ele disse acreditar que restarão apenas a biblioteca central e as coleções de botânica e zoologia vertebrada, que estavam em prédio anexo. Bombeiros informaram que uma parte do acervo chegou a ser retirada antes de ser atingida pelo fogo. 

“Uma catástrofe. São 200 anos de patrimônio desse País, são 200 anos de memória, tudo se perdendo em fogo por falta de suporte dos governos brasileiros e de consciência da classe política”, afirmou Duarte. 

Quando o fogo começou, a visitação ao museu já havia sido encerrada e estavam no prédio quatro vigilantes, que não se feriram. Ainda não se sabe a causa do incêndio. 

 

Incêndio destrói o Museu Nacional no Rio de Janeiro

 

“Começou por volta das 19h30. Eu moro pertinho e, assim que soube, vim pra cá. É uma pena, acho que não vai sobrar nada”, afirmou o advogado Marcos Antônio Pereira, de 39 anos, enquanto acompanhava o combate ao fogo na mnoite de domingo. Entre os funcionários do Museu Nacional, o clima era de desespero. “Queimou tudo, perdemos tudo”, repetia uma mulher, aos prantos. Ela não quis se identificar.

Entre os funcionários que, sob lágrimas, acompanhavam o incêndio estava o bibliotecário Edson Vargas da Silva, de 61 anos, que trabalha há 43 anos no museu. “Tem muito papel, o assoalho de madeira, muita coisa que queima muito rápido. Uma tragédia. Minha vida toda estava aí dentro”, afirmou. O Zoológico do Rio de Janeiro fica bem próximo do Museu Nacional, mas não foi atingido.

 O Museu Nacional, fundado por d. João VI, chegou ao bicentenário com goteiras, infiltrações, salas vazias e problemas nas instalações elétricas. Várias salas estavam fechadas por total incapacidade de funcionar. O espaço que abrigava uma das maiores atrações, a montagem da primeira réplica de um dinossauro de grande porte no País, fechou por causa de uma infestação de cupim.

 

Para chamar atenção para o problema, o paleontólogo Alexander Kellner, que assumiu a direção do museu este ano, transformou o antigo quarto de d. Pedro II – fechado havia 20 anos – em seu escritório. No cômodo antes majestoso, como mostrou o 'Estado' em abril, havia um lustre quebrado, móveis sem restauro, tábuas de madeira soltas no chão e infiltrações.

Em janeiro, professores de pós-graduação se uniram para pagar a passagem de ônibus da equipe de limpeza. Eles temiam que a sujeira afetasse o acervo, composto de material orgânico, sensível a micro-organismos. 

Entre 2013 e 2018, o orçamento do Museu despencou de R$ 500 mil para R$ 54 mil. Segundo Duarte, o museu lutava há anos para obter recursos. Ele lembra que desde 2000, era pleiteado dinheiro para construir anexos que abrigassem as pesquisas que necessitam de preservação em álcool e formol, materiais inflamáveis. Só um anexo foi erguido com verba da Petrobrás.

 

Museu abriga esqueleto mais antigo das Américas

Museu Nacional, ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro, reunia algumas das mais importantes peças da história natural do País, como Luzia, o esqueleto mais antigo já encontrado nas Américas. Com cerca de 12 mil anos de idade, foi achado em Lagoa Santa, em Minas Gerais, em 1974. Trata-se de uma mulher que morreu entre os 20 e os 25 anos e foi uma das primeiras habitantes do Brasil. A descoberta de Luzia mudou as teorias sobre o povoamento das Américas.

Outra peça marcante do Museu Nacional é o meteorito Bendegó, o maior já encontrado no Brasil e que tinha destaque no saguão do prédio. Com 5,36 toneladas, a rocha é oriunda de uma região do Sistema Solar entre os planetas Marte e Júpiter e tem cerca de 4,56 bilhões de anos. O meteorito foi achado em 1784, em Monte Santo, no sertão da Bahia. Está na coleção desde 1888.

Em janeiro deste ano, professores dos cursos de pós-graduação que trabalham no Museu Nacional se uniram para pagar a passagem de ônibus da equipe de limpeza. Eles temiam que a sujeira afetasse o acervo, composto de muito material orgânico, sensível a micro-organismos. 


Estadão sábado, 01 de setembro de 2018

TSE USA LEI DA FICHA LIMPA PARA BARRAR LULA

 

TSE usa Lei da Ficha Limpa para barrar Lula

Corte nega registro de candidatura do ex-presidente, condenado e preso na Lava Jato; decisão dá dez dias para que partido substitua o petista na cabeça de chapa

Rafael Moraes Moura, Amanda Pupo, Teo Cury e Renan Truffi / BRASÍLIA, e Ricardo Galhardo / SÃO PAULO

31 Agosto 2018 | 23h25

 

Ministros do TSE durante julgamento do registro da candidatura de Lula. FOTO: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

 

Texto atualizado à 1h50 deste sábado, 1.º

Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou nesta sexta-feira, 31, o registro da candidatura ao Palácio do Planalto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com base no entendimento de que o petista está enquadrado na Lei da Ficha Limpa.

 A decisão da Corte tira Lula – condenado e preso na Lava Jato – da disputa presidencial, mas o PT promete manter a judicialização do caso.

A votação foi encerrada no início da madrugada deste sábado, 1.º, após mais de 10 horas de sessão. O registro da candidatura de Lula foi rejeitado por 6 votos a 1. O tribunal deu prazo de dez dias para a coligação apresentar um novo cabeça de chapa.

Por 5 a 2, os ministros haviam determinado que o partido não veiculasse a propaganda eleitoral até a troca do presidenciável, mas, ao fim da sessão, a Corte Eleitoral reviu a decisão e liberou o horário eleitoral com o candidato a vice na chapa petista, Fernando Haddad.

Os programas das candidaturas à Presidência no rádio e na TV têm início neste sábado.


Estadão domingo, 26 de agosto de 2018

BOLSONARO ENTRINCHEIRADO

 

 

Bolsonaro entrincheirado

Líder nas pesquisas recolhe exércitos e reforça os territórios já conquistados

Vera Magalhães, O Estado de S.Paulo

26 Agosto 2018 | 05h00

 

O início oficial da campanha levou Jair Bolsonaro para atrás das trincheiras. Ex-capitão do Exército e fã confesso de estratégias militares, o líder nas pesquisas preferiu recolher seus homens e reforçar os territórios de votos já conquistados para esperar a pesada artilharia adversária que virá.

A decisão de restringir ao máximo, e talvez até abandonar, a presença em debates se inscreve nessa lógica defensiva. Bolsonaro vinha abrindo o flanco e gostando desse tipo de confronto. Contribuiu para sua sensação de que podia ir para cima o desempenho acima do esperado no Roda Viva, para o qual contribuiu a prevalência de perguntas sobre os temas que ele está acostumado a debater – ainda que sua opinião nessas matérias choque uma parte da sociedade, esta não é aquela propensa a votar nele. Veio a sabatina na GloboNews e, de novo, ele achou que saiu por cima com a tática de eleger a imprensa como adversária.

Aquela semana positiva fez com que os adversários de Bolsonaro fossem ao primeiro debate acovardados e poupassem o capitão. Essa fase acabou no debate da RedeTV!, e como escrevi aqui ainda no calor do programa, ele acusou o golpe. Tanto que mudou de estratégia. Abrir mão dos debates na posição de Bolsonaro é uma aposta de risco. Ele é o que é hoje graças a uma mística de valentão, que não foge do confronto e diz verdades na cara dos inimigos e da sociedade.

 Faltar a uma, duas, três sabatinas, ignorar encontros de setores aliados, como a Confederação Nacional da Indústria, e deixar em suspenso até a participação nos debates das grandes emissoras mostra um candidato temeroso das próprias fragilidades – programáticas, discursivas, posturais.
 

A trincheira que ele escolheu para defender sua cidadela de 20% dos votos são as aparições de rua, embaladas pela tietagem em torno de si e amplificada pela exposição massiva nas redes sociais. Nisso ele acerta brilhantemente: tem escolhido territórios de forte simbologia para exibir sua força, como cidades grandes e médias do interior paulista, exibindo seu poderio bélico perante Geraldo Alckmin, que governou o Estado quatro vezes.

É uma aposta em algo diferente das eleições anteriores: que um fenômeno nascido e criado nas redes sociais e vitaminado nas ruas poderá se manter intacto ao ataque que será perpetrado na propaganda eleitoral e nos debates a que deixar de ir.

Pesquisa CNT/MDA divulgada nesta semana perguntou aos entrevistados qual o meio de maior influência na definição do voto. Para 34,2% são os debates. Em seguida vem o horário eleitoral na TV, com 20,4%. As redes sociais estão em quarto lugar, com 7,7%. Na TV, Bolsonaro sofrerá um massacre quantitativo. Terá 11 comerciais ao longo de toda a campanha, contra 13 diários de Alckmin – aquele mais interessado em fustigá-lo, por calcular que disputam a mesma vaga no segundo turno.

Cito os comerciais porque são a modalidade mais impermeável ao discurso de Bolsonaro para que as pessoas desliguem a TV na hora da propaganda eleitoral: o spot aparece no intervalo, quando você não espera, tem 30 segundos e pode ser usado para minar aos poucos o primeiro colocado.

O candidato do PSL parece apostar na cristalização de sua posição, que o tornaria refratário a esses estratagemas – testados em eleições anteriores, mas que ainda são uma incógnita diante dos novos paradigmas pós-Lava Jato e impeachment e num momento de crescimento do peso relativo da internet na política, aqui e no exterior.

Se insistir na nova tática, serão 40 dias na trincheira. Parece tempo demais, mas ele estocou munição e tem consigo um exército fiel, disposto a defendê-lo com unhas e dentes. E à bala.


Estadão sábado, 25 de agosto de 2018

TSE NEGA PEDIDO DE LULA PARA GARANTIR COBERTURA JORNALÍSTICA NA TV

 

TSE nega pedido de Lula para garantir cobertura jornalística na TV 

Rafael Moraes Moura

24 Agosto 2018 | 23h56

  

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

O ministro Sérgio Banhos, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), decidiu na noite desta sexta-feira (24) negar um pedido da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que emissoras de TV “incluam” em suas coberturas jornalísticas a campanha presidencial do petista e sua coligação, intitulada “O Povo Feliz de Novo”.

 Lula, que tem Fernando Haddad como vice na chapa, está preso em Curitiba (PR) após ser condenado em segunda instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá.

“No caso em exame, ao menos em juízo de cognição sumária, não se extraem dos autos elementos suficientes para configuração da transgressão ao dever de conceder tratamento isonômico aos candidatos a cargo de presidente da República, ante a ausência de quaisquer provas sobre o alegado”, ponderou o ministro Sérgio Banhos.

 “Ademais, diante da contraposição de valores constitucionais de inegável relevo, no caso, liberdade jornalística e isonomia entre candidatos, entendo que a matéria apresenta complexidade que exige análise verticalizada a demandar a oitiva das representadas e a manifestação do Ministério Público Eleitoral”, concluiu o ministro.

Banhos ainda pediu que as emissoras de televisão apresentem uma manifestação dentro de dois dias e, posteriormente, vai aguardar uma manifestação do Ministério Público Eleitoral.


Estadão sexta, 24 de agosto de 2018

POST SOBRE RELATÓRIO DA ONU FAVORÁVEL A LULA TEM CONTEÚDO ENGANOSO

 

Imagem em post sobre ‘relatório da ONU favorável a Lula’ tem conteúdo enganoso

Não se trata de um relatório, e sim de um pedido do Comitê de Direitos Humanos da ONU para Lula poder disputar a eleição presidencial de 2018, dar entrevistas e se reunir livremente com petistas

Estadão Verifica

23 Agosto 2018 | 20h17

 

checagem abaixo foi publicada pelo Projeto Comprova. A verificação foi realizada por uma equipe de jornalistas do UOL e Nexo. Outras seis redações concordaram com a checagem, no processo conhecido como “crosscheck”: Estadão, Jornal do Commercio, Gazeta do Povo, Rádio Bandeirantes, Gazeta Online e O Povo.

 Projeto Comprova é uma coalização de 24 veículos de mídia com o objetivo de combater a desinformação durante o período eleitoral. Você pode sugerir checagens por meio do número de WhatsApp (11) 97795-0022.

É enganosa uma imagem publicada no Facebook e compartilhada no WhatsApp afirmando que o relatório da Organização das Nações Unidas “favorável a Lula” é uma mentira — houve sim um pedido do Comitê de Direitos Humanos da ONU. No entanto, não se trata de um relatório, e sim de um pedido. Além disso, é impreciso dizer que a autoria é da organização como um todo. Na verdade, é de um de seus órgãos internos.

 Em 17 de agosto, o Comitê de Direitos Humanos da ONU emitiu um pedido (“medida provisória” ou “interim measures”) para Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado pela Operação Lava Jato, poder disputar as eleições 2018, dar entrevistas e se reunir livremente com petistas antes de se esgotarem todos os recursos na Justiça brasileira. A ideia é que se tribunais superiores do Brasil eventualmente reverterem a condenação de Lula no futuro, ele terá sido prejudicado por não participar da eleição.
 
 Lula está preso desde 7 de abril em Curitiba, condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do apartamento tríplex em Guarujá (SP). Por ter sido condenado em primeira e em segunda instâncias, a candidatura do petista pode ser impedida pela Lei da Ficha Limpa.

O órgão não pede que o ex-presidente seja solto nem diz se houve violações de direitos humanos no caso (o Comitê julgará o mérito apenas em 2019). Foi a defesa de Lula que, em julho, levou o caso para o Comitê.

O órgão é composto por 18 especialistas em direitos humanos, com diferentes nacionalidades e sem vinculação com os governos dos seus países. São eleitos pelos países-membros para mandatos de quatro anos. A função do Comitê é monitorar o cumprimento do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, do qual o Brasil faz parte. É um órgão com status inferior ao Conselho de Direitos Humanos (principal órgão sobre o tema e com representação direta dos governos) e à Assembleia Geral (órgão em que todos os países da ONU estão representados com o mesmo peso).

Há anos o Estado e o Judiciário brasileiros não costumam ceder em pedidos ou decisões judiciais internacionais de órgãos multilaterais, encarando como recomendações (exemplos aqui aqui).

Pelo fato de o Brasil ter aderido voluntariamente às normas que regem o Comitê (aqui aqui) e as incorporado na legislação brasileira, o país está obrigado a cumprir pedidos como o do caso Lula. Mas é uma obrigação teórica e de cunho moral, pois não há modo legal de o Comitê ou mesmo a ONU forçarem o cumprimento do pedido ou de retaliarem o Brasil. Descumprir gera apenas um constrangimento internacional, também na teoria, pois o país está indo contra compromissos que assumiu no passado.

A imagem enganosa foi publicada em 19 de agosto no Facebook por Joice Hasselmann, que trabalha como jornalista e é candidata a deputada federal pelo PSL. O post foi compartilhado 20 mil vezes em quatro dias. O Comprova recebeu solicitação de verificação desta informação pelo WhatsApp (11 97795-0022).


Estadão quinta, 23 de agosto de 2018

DECISÃO DA ONU SOBRE LULA NÃO VALE NEM COMO RECOMENDAÇÃO

 

Decisão da ONU sobre Lula não vale nem como recomendação

Coluna do Estadão

23 Agosto 2018 | 05h30

 

Foto: Dida Sampaio/Estadão

 

Tido como carta na manga dos petistas, o parecer do Comitê de Direitos Humanos da ONU, que defende que o ex-presidente Lula possa fazer campanha mesmo preso, não tem valor jurídico no Brasil por causa de Dilma Rousseff. A administração da petista não deu andamento à tramitação do Protocolo Adicional ao Pacto de Direitos Civis e Políticos, que internalizaria ao ordenamento jurídico do País as decisões do comitê. Dessa forma, o entendimento no governo Temer é de que o documento não tem efeito nenhum, nem recomendatório.

Gaveta. O protocolo foi um dos mais de trezentos acordos internacionais cuja tramitação ficou paralisada durante o governo Dilma Rousseff. Mesmo que o pacto estivesse vigente, o governo diz que as decisões do comitê da ONU não são vinculantes. 

Na pauta. Valendo ou não, o TSE terá de se debruçar sobre a recomendação da ONU. Na ação em que contesta a elegibilidade de Lula, Tiago Ayres, o advogado eleitoral do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), menciona o assunto.

Livraram-se. Depois de entregar a cabeça de Paulo Maluf (PP-SP), a Câmara dos Deputados não deve votar os pedidos de cassação de João Rodrigues (PSD-SC) e Celso Jacob (MDB-RJ). A cúpula da Casa acha que basta de desgaste no período eleitoral.


Estadão quarta, 22 de agosto de 2018

HADDAD: QUERO SER LULA

 

 

Quero ser Lula

A eleição brasileira oferece um roteiro igualmente fantástico ao filme 'Quero ser John Malkovich', de 1999; na paródia, Fernando Haddad parece disposto a abrir mão temporariamente da própria biografia para personificar a do padrinho 

Vera Magalhães, O Estado de S.Paulo

22 Agosto 2018 | 03h00

  
Malkovich? Haddad está disposto a encarnar Lula, mas PT corre para operar a transmutação  Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação

A primeira referência que me veio à mente diante do vídeo da campanha do PT que faz referência à existência de “milhões de Lulas” no Brasil foi o filme Quero ser John Malkovich, de 1999, brilhante obra da dupla Charlie Kaufman e Spike Jonze.

No filme, um desempregado consegue um trabalho no andar 7 e 1/2 de uma firma, onde encontra uma portinha que permite passar alguns minutos na mente do ator John Malkovich. Resolve alugar a passagem como forma de ficar rico, o que faz com que se desenrolem complicações várias. 

A eleição brasileira oferece um roteiro igualmente fantástico. O aluguel que o PT propõe não é da mente de um ator, mas do corpo de um presidiário. O “inquilino” da paródia “Quero ser Lula” se chama Fernando Haddad, e parece disposto a abrir mão temporariamente da própria biografia para personificar a do padrinho, atualizando as definições de poste que já valeram até mesmo para si há seis anos.

Terão, o Malkovich de Curitiba, o PT e Haddad, uma empreitada complexa pela frente, ainda que facilitada pelo impressionante índice de pessoas que se mostram dispostas a votar em Lula, 37% de acordo com a pesquisa Ibope/Estado/TV Globo.

Isso porque a mesma pesquisa aponta que 60% do universo de eleitores não votariam em Haddad de jeito nenhum. Isso pode mudar a partir de uma ostensiva campanha de transferência de votos, que começa com o vídeo dos milhões de Lula? Pode. Mas não será tão trivial como foi com Dilma em 2010 ou o próprio Haddad em 2012.

Porque Lula está preso, porque o PT não dispõe mais dos recursos fartos das empreiteiras que irrigaram as campanhas mencionadas, segundo relatos do próprio marqueteiro-milagreiro João Santana, e porque o PT não está mais no poder, usando moedas como a ameaça do fim do Bolsa Família para assustar eleitores como fez contra Marina Silva em 2014.

A pesquisa mostra ainda que passam de 50% os que não chancelariam Haddad no Nordeste, entre os eleitores mais pobres e os de baixa escolaridade, segmentos em que o voto em Lula é majoritário. 

Quanto mais tempo o PT levar para massificar a estratégia de tornar o ex-prefeito de São Paulo conhecido (o que depende da admissão definitiva de que é ele o candidato), menos tempo haverá para penetrar nesse eleitorado fiel.

NA TV

Campanhas se unem para retomar spots de 15 segundos

As campanhas presidenciais se uniram e vão levar ao TSE pleito pela permissão para comerciais de 15 segundos na propaganda eleitoral. Pelas regras aprovadas para esta eleição, os filmes só podem ter 30 segundos ou 1 minuto. Os spots mais curtos são considerados mais eficientes por permitir maior frequência. Advogados dos candidatos sustentam que o pleito é viável, pois nas campanhas anteriores nunca se especificou o tempo dos comerciais.

MOTE

Alckmin vai investir em ‘esforço conciliatório’

Geraldo Alckmin definiu a ideia central da campanha: a de que o País precisa de um esforço conciliatório para sair da crise. Vai evocar momentos em que foi necessário evitar extremos para que o Brasil saísse de impasses e tentará se apresentar como opção à divisão entre bolsonaristas, de um lado, e lulistas, de outro. É a ideia dos que propunham a “união do centro”, que agora será martelada em debates, entrevistas e propaganda.


Estadão terça, 21 de agosto de 2018

ONU DO B A SERVIÇO DE LULA

 

ONU do B a serviço de Lula

The New York Times, a BBC e a ONU não têm compromisso de lealdade com Estado de Direito brasileiro, mas o candidato condenado, o PT e o PCdoB

deveriam respeitá-lo

 O ex-chanceler Celso Amorim participou da entrevista coletiva dos advogados Cristiano e Valesca Martins sobre farsa da ONU.
Foto: Sebastião Moreira/EFE
 

Em abril, antes de ser preso em São Bernardo do Campo por ordem do Tribunal Federal Regional da 4.ª Região (TRF-4), de Porto Alegre, Lula lamentou que, por conta de um importantíssimo “compromisso”, perderia a chance de discorrer sobre como acabou com a fome no Brasil. Há na lamúria uma mentira e uma meia-verdade. A mentira foi desmascarada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que flagrou no Brasil pós-PT e PMDB de Lula, Dilma e Temer a existência de 26 milhões de patrícios desempregados e desiludidos, que nem procuram mais emprego.

Ele, de fato, fora convidado a participar não de um evento na programação oficial do órgão que trata da fome na Organização das Nações Unidas (ONU), a FAO, como foi divulgado no Brasil. Mas de uma reunião da cúpula da União Africana, cujos membros lideram regimes que não primam pela fidelidade aos princípios democráticos. A máquina de marketing político montada nos desgovernos Lula e Dilma fez um tremendo escarcéu a esse respeito. Pois a prisão, tratada pela cúpula petista e pela defesa do condenado em segunda instância como “perseguição para impedir sua candidatura”, teria impedido que gozasse os louros do reconhecimento daqueles tiranos da adoção no maior país da América do Sul de programas como o Bolsa Família.

 Mesmo com seu líder cumprindo pena numa dita sala de “estado-maior”, como definiu o juiz Sergio Moro, que o encarcerou, a máquina de propaganda dos tentáculos do petismo espalhados em organizações internacionais não cessou de funcionar. Em 14 de agosto, o jornal The New York Times (NYT) publicou um artigo, de suposta lavra da pena (no sentido figurado) do ex, no qual exaltou programas de seu governo e chamou de “golpe” o impeachment do poste que elegeu presidente, Dilma Rousseff. Ou seja, o órgão de imprensa de convicções liberais que trava, ao lado de concorrentes, uma guerra contra o presidente Donald Trump, que os considera “inimigos do povo”, reproduziu as diatribes a que recorrem os advogados do apenado e dirigentes do Partido dos Trabalhadores (PT), por cuja legenda requereu registro de sua candidatura à Presidência.

A máquina de propaganda petista, sem contar mais com os colunistas de aluguel nem com emissoras ditas públicas de rádio e televisão, cabides de emprego de militantes e simpatizantes, divulgou com estardalhaço o texto de seu profeta. Como se, por terem sido impressas sob o timbre do jornalão nova-iorquino, representassem uma adesão deste às teses absurdas de defesa de um criminoso e acusação contra a Justiça brasileira. Pois, como escreveu Fernando Gabeira em artigo no Globo desta segunda-feira 20 de agosto, Meditando com Daciolo, “para salvar Lula, é necessário condenar a Justiça”. Mas, na verdade  por mais que possa parecer estranho à patota esquerdista, numa democracia os jornais, especialmente os liberais, como o NYT, publicam rotineiramente opiniões estranhas e até opostas às deles. Este foi o caso do artigo em questão. Embora isso não impeça que, do lado de cá, em defesa da democracia que escolhemos para nos reger, não tenhamoscomentários desairosos sobre esses registros de pulp fiction.

José Roberto Guzzo lembrou na Veja: “O que a imprensa mundial diz ao público é que Lula está preso porque lidera ‘todas as pesquisas’; se estivesse solto, seria candidato a presidente e ganharia a eleição, e ‘não querem’ que isso aconteça, porque ele voltaria a ajudar os pobres. Quem ‘não querem’? E o que alguém ganharia ficando contra ‘os pobres’? Não há essas informações. Também não há nenhuma palavra sobre o fato de que a presidência de Lula foi o período de maior corrupção já registrado na história mundial ­— realidade comprovada por delações, confissões e devolução de bilhões em dinheiro roubado. Mas e daí? Ninguém está ligando para o Brasil como ele é. O Brasil do Zé Carioca é muito mais interessante.”

O apoio que a cambada lulista acha ter encontrado na mídia burguesa, porém, não basta. Em pleno mês do desgosto, a fábrica de fake news, hoje por conta de robôs nas redes sociais, encontrou mais um tema para nutrir nos desinformados a ilusão de que o condenado e, portanto, inelegível pela Lei da Ficha Limpa conta com adesão internacional para defender sua candidatura inviável à Presidência da República. Fê-lo com a notícia de que certo “comitê” de direitos humanos da ONU, sempre a ONU, tinha intimado o Brasil, ou o governo brasileiro, ou seja lá o que for, a permitir que o condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro dispute as eleições, ao arrepio da lei.

O que houve de verdade? O comunicado a que recorreu a fábrica petista de fake news em exigência para permitir candidatura do condenado é um documento emanado de um “comitê” formado por 18 “especialistas” independentes – acadêmicos em geral – sem nenhum poder decisório ou mandatório. Ou seja, está sendo repetido o estratagema do convite da FAO, já denunciado por Carlos Brickman no site Chumbo Gordo: não havia – e não havia mesmo – nenhum registro no calendário de eventos oficiais daquele órgão da ONU do tal compromisso oficial. Agora também não há. A notícia foi dada (ou seja, vazada) pela BBC, não pelas Nações Unidas.

E tanto nunca foi oficial que a própria ONU divulgou nota na qual informou que a função do tal “comitê” é “supervisionar e monitorar” o cumprimento dos acordos internacionais de defesa dos direitos humanos. E fazer recomendações, sempre em entendimento e consultas com os países envolvidos. O texto dessa nota de informações não deixa dúvidas quanto ao uso impróprio da entidade na divulgação: “É importante notar que esta informação, embora seja emitida pelo Escritório das Nações Unidas para Direitos Humanos, é uma decisão do Comitê de Direitos Humanos, formado por especialistas independentes. (Logo) esta informação deve ser atribuída ao Comitê de Direitos Humanos”.

Ontem o título da coluna de Jânio de Freitas na Folha de S.PauloBrasil ignora tratados internacionais no caso de Lula, vai na contramão dessas conclusões falsas e apressadas. Já na quinta-feira 16 de agosto o comentarista de economia José Roberto Sardenberg registrou em seu artigo semanal na página de opinião de O GloboFake ONU, o seguinte: “Vai daí que são fake todas as notícias do tipo: ONU manda, determina, exige que Lula participe da eleição; Conselho da ONU decide a favor de Lula (forçando uma confusão do Comitê com o Conselho, por ignorância ou má-fé); decisão do Comitê é obrigatória”.

Aliás, ainda na semana passada, em pleno espocar dos foguetões dos lulistas devotos, o colega José Fucs esclareceu no site BR18 do Portal do Estadão: “O comunicado revela, de qualquer forma, o grau de interferência política que predomina nas iniciativas do órgão e o seu aparelhamento pelos PTs do mundo e por países cujos interesses têm pouco ou nada a ver com a defesa da liberdade e dos direitos humanos. Não por acaso, em junho deste ano, os Estados Unidos decidiram se retirar da entidade, que inclui “exemplos” de democracia, como Angola, China, Cuba e Venezuela, em protesto contra suas críticas frequentes a Israel”. Os fanáticos do padim Lula poderão argumentar que o presidente norte-americano, Donald Trump, não é flor que se cheire em matéria de verdade, além de se declarar publicamente inimigo número um da imprensa livre de seu país. No entanto, ninguém de boa-fé ou de boa vontade pode considerar os ditadores comunistas dos países citados por Fucs como militantes da defesa da liberdade de dissentir de seus dissidentes internos.

The New York Times, a BBC, a ONU e os tais militantes, que não são diplomatas das “nações unidas”, mas “especialistas em direitos humanos”, normalmente de esquerda e que compõem o tal “comitê”, não assumiram nenhum compromisso de lealdade com as instituições do Estado de Direito vigente no Brasil por livre e soberana vontade majoritária do povo brasileiro. Os robôs a serviço da pregação ideológica da farsa da “perseguição de Lula para evitar que ele se candidate” não têm vontade própria nem discernimento. Mas, pelo menos em teoria, o PT e o PCdoB, que apoiam as pretensões presidenciais de Lula, e principalmente ele próprio deveriam respeitar e proteger nossas instituições democráticas, se é que pretendem mesmo disputar o voto do cidadão sob a égide delas.


Estadão segunda, 20 de agosto de 2018

BRASIL TEM UMA ITÁLIA DE INADIMPLENTES

 

Brasil tem ‘uma Itália’ de inadimplentes

Total de pessoas com contas atrasadas, que atingiu 63,4 milhões, é quase equivalente à população do país europeu; embora mais pobres ainda representem maior parte dos afetados, índice de inadimplência cresce nas faixas de renda superior

20 Agosto 2018 | 05h00

 

O Brasil nunca teve tantos inadimplentes. Em julho, o total de brasileiros com dívidas em atraso chegou a 63,4 milhões, segundo o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), contingente quase equivalente à população da Itália. O número assusta, porque a série histórica mostrava uma melhora na inadimplência de março a setembro de 2017, diz Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil. No entanto, a reversão das expectativas da economia afetou essa trajetória. 

Os mais pobres ainda são os que mais devem, mas é entre as famílias de maior renda que a inadimplência tem resistido, indica a mais recente pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Enquanto o porcentual de famílias de menor renda com dívidas pendentes caiu de 29%, em julho de 2017, para 26,7%, agora, no grupo com renda superior a dez salários mínimos, o índice de inadimplentes alcançou 10,8%, ante 10,6% do mesmo mês do ano passado.


Estadão domingo, 19 de agosto de 2018

OPÇÃO PELA GRAVIDEZ APÓS OS 50

 

 

Uma mulher com mais de 50 dá à luz por dia; avanço é de 37% em 10 anos

Conselho Federal de Medicina (CFM) chegou a vetar processos de reprodução assistida nessa faixa etária, mas a proibição caiu em 2015 diante do aumento da demanda

Fernanda Bassette, Especial para o Estado

19 Agosto 2018 | 03h00

 SÃO PAULO - A analista de call center Vera Lucia Gomes se casou aos 42 anos, mas só bem depois o relógio biológico falou mais alto. “Passamos 11 anos tranquilos, sem pensar em ter filhos, até que chegou o momento em que me dei conta de que a mulher tem ‘prazo de validade’ para ser mãe. E, se eu quisesse, teria de ser agora.”

Com a ajuda de uma clínica especializada, ela e o marido, o administrador de empresas Jefferson Gomes, de 45 anos, engravidaram de um casal de gêmeos na primeira tentativa – o que é incomum na reprodução assistida. “Eu não pensava em adotar. Queria ficar grávida, sentir meus filhos crescerem dentro de mim, o meu sangue  alimentando os bebês.”

 Ela diz ter sido alertada pelo médico dos riscos aumentados de pré-eclâmpsia, de diabete gestacional e de parto prematuro, mas afirma que a gravidez foi tranquila. “Fui acompanhada por outros médicos, fazia exames de rotina e Anthony e Valentina nasceram saudáveis com 36 semanas de gravidez.” Os bebês ficaram 20 dias na UTI para ganho de peso. 

Hoje com 2 anos e 3 meses, eles são cuidados por Vera, que deixou o emprego para se dedicar aos filhos. O peso da idade, diz, não atrapalha. “Faço tudo em dose dupla: dou banho, alimento, levo à escola, brinco. Tudo isso com pique total”, conta. 

Dados do Ministério da Saúde apontam que entre 2007 e 2016 o total de mães após os 50 cresceu 37% – de 261 para 358 (média de quase um parto por dia). Segundo José Hiran Gallo, presidente da Câmara Técnica de Reprodução Assistida do Conselho Federal de Medicina (CFM), o número pode até parecer pequeno, mas mostra tendência de aumento de casos de busca pela maternidade tardia.

Por um curto período, o CFM chegou a vetar processos de reprodução assistida para mulheres com mais de 50, mas essa proibição caiu em 2015 diante do aumento da demanda. “A resolução sempre teve como foco preservar a saúde da mulher, nunca prejudicar. Mas fomos percebendo que as mulheres estão cada vez mais saudáveis e vivendo por mais tempo. Por que tirar delas a chance de serem mães?”, disse Gallo. 

Depois disso, diante do aumento da procura, o CFM pede que mulheres interessadas nesses tratamentos assinem termo de consentimento, em que se dizem cientes dos riscos maiores de problemas na gestação. “A melhor idade para engravidar é entre 17 e 25 anos, mas sabemos que isso ocorre cada vez menos. Uma gravidez natural após os 50 anos é raríssima e improvável. Por isso existem as técnicas de reprodução assistida”, diz. 

Útero saudável. O maior entrave para engravidar após os 50 é com relação a óvulos – quanto mais velha a mulher estiver, pior a qualidade do óvulo. Além disso, com a menopausa ela para de produzi-los, o que torna remota a chance de gravidez natural. Entre as alternativas estão congelar óvulos quando for mais jovem ou recorrer à ovodoação (quando recebe o óvulo de doadora mais jovem, com características físicas similares). 

Segundo o especialista em reprodução humana Alfonso Araújo Massaguer, o útero não envelhece na mesma velocidade que os óvulos, portanto, se a mulher tiver útero saudável e saúde em dia, suas chances de engravidar giram em torno de 60%. “Se a mulher recorrer à ovodoação, por exemplo, os riscos de abortamento e síndrome de Down são baixíssimas”, diz. Mas o médico reforça que ainda há os riscos relacionados ao final da gravidez, como diabete, hipertensão e parto prematuro.  

A corretora de imóveis Vânia Aparecida de Souza, de 52 anos, já era avó e tinha dois filhos do primeiro casamento quando decidiu ser mãe de novo, com o atual marido, o pastor Jeovan Souza, de 48. Como não estava em menopausa, buscou ajuda na reprodução assistida – e conseguiu na primeira tentativa. 

Vieram gêmeos: Jeovan Isaque e Sara Raquel, hoje com 2 anos e 3 meses. Apesar de ter pressão alta, ela diz que foi monitorada e teve gestação tranquila. “Cuido e brinco com eles, mas confesso que não tenho o mesmo pique de anos atrás. Mas, mesmo assim, não tenho nenhum arrependimento” diz. Segundo ela, não há incômodo quando perguntam se é avó das crianças. “Respondo que sou a mãe e pronto. Não me abala.” 

Criação. Para a psicóloga Jureuda Duarte Guerra, do Conselho Federal de Psicologia, a diferença de idade entre pais e filhos e até mesmo entre irmãos de gerações diferentes não são motivos para preocupação. “Hoje em dia as famílias são construídas das mais variadas formas. Mães mais velhas, pais mais novos, casais homoafetivos, mães independentes. A maternidade em qualquer fase da vida é um direito reprodutivo da mulher”, afirma ela. “Temos de desmitificar essa visão de que a mulher não pode ser mãe mais velha. Se algo acontece a ela, essa criança ainda tem o pai. O que importa para o desenvolvimento da criança é viver em ambiente feliz e com amor.” 

Mãe de gêmeos diz que faria tudo de novo

 Casada há 23 anos, a aeroviária Leslie Biasi passou por quatro abortos espontâneos antes de conseguir engravidar aos 50 e dar à luz os gêmeos Enrico e Lorenzo, hoje de 1 ano e 3 meses. 

Ela tentou a gestação natural por oito anos e, após quatro perdas quase consecutivas, achou que nunca realizaria seu sonho. Os abortos eram sempre entre a 8.ª e a 12.ª semana, o que fez a aeroviária investigar mais profundamente as causas. 

Descobriu ter trombofilia – doença causadora de coágulos que “entopem” o cordão umbilical, impedindo a chegada de oxigênio e de nutrientes ao feto. 

A aeroviária deixou de lado o plano da gravidez entre 2008 e 2014, quando cogitou adotar. Mas a burocracia e o tempo de espera por um recém-nascido desanimaram Leslie outra vez. “Nesse período desisti. Estava cansada emocionalmente e psicologicamente”, afirma ela, que passou por dois anos de terapia.

Em 2015, foi encorajada pela ginecologista a tentar de novo. Leslie procurou outro especialista e engravidou de trigêmeos na primeira tentativa – depois um dos fetos parou de se desenvolver. Com medo de nova perda, escondeu a gestação da família até completar quatro meses. Para driblar a trombofilia, teve de aplicar injeção diária na barriga de um anticoagulante. 

Para ela, nada mudou na rotina por ter dado à luz gêmeos com 50 anos. Leslie, conta, continua trabalhando e lê muitos livros sobre maternidade, para ajudá-la nessa tarefa. “Cuido dos meus filhos normalmente e com muito pique”, diz. “Às vezes me pego pensando até quando terei saúde para estar ao lado deles, mas não deixo isso me abalar. Não me arrependo de nada e faria tudo de novo.”


Estadão sábado, 18 de agosto de 2018

MORRE KOFI ANNAN, EX-SECRETÁRIO-GERAL DA ONU

 

 

Kofi Annan, ex-secretário-geral da ONU, morre aos 80 anos

O diplomata ganês ocupou durante dez anos o cargo mais alto da Organização das Nações Unidas (ONU), denunciou a guerra no Iraque e chegou a receber o Prêmio Nobel da Paz 

Jamil Chade, de Genebra

18 Agosto 2018 | 07h13

 

O ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan, faleceu aos 80 anos, neste sábado, 18. A fundação que carrega seu nome anunciou sua morte, por meio de um comunicado, apenas indicando que ele teria sofrido uma doença súbita. Nascido em Gana em 1938, o africano, à frente da organização humanitária por 10 anos, chegou a receber o prêmio Nobel da Paz, em 2001.

 

Kofi Annan, ex-secretário-geral da ONU Foto: REUTERS/Valentin Flauraud/File Photo

 

Chefe da diplomacia das Nações Unidas entre 1997 e 2006, ele foi internado às pressas num hospital de Berna, na Suíça. Os detalhes sobre seu funeral ainda estão sendo organizado


Estadão quinta, 16 de agosto de 2018

PT REGISTRA LULA E OMITE CONDENAÇÃO CRIMINAL - RAQUEL DODGE RECORRE

 

 

PT registra Lula e omite sua condenação criminal

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, apresenta impugnação da candidatura do ex-presidente e caso será analisado por Barroso; petista foi sentenciado a 12 anos e 1 mês por corrupção e lavagem de dinheiro

O Estado de S.Paulo

15 Agosto 2018 | 17h37 
Atualizado 16 Agosto 2018 | 00h41

 

BRASÍLIA - O PT registrou na tarde desta quarta-feira, 15, no último dia do prazo, a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Planalto nas eleições 2018sem informar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a condenação por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex, imposta pela Justiça Federal no Paraná e confirmada no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4). Antes mesmo de o edital com o nome dos candidatos ser publicado pelo TSE, a procuradora-geral eleitoral, Raquel Dodge, entrou com impugnação da candidatura do petista. Ela pede a rejeição liminar do requerimento, o que pode acelerar a decisão sobre o caso.

Sorteado relator, o ministro Luís Roberto Barroso, vice-presidente do TSE, vai analisar o pedido. A inscrição da candidatura é a última formalização na Justiça Eleitoral antes do início da campanha, que começa nesta quinta-feira, 16.

 

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O registro da candidatura de Lula à Presidência da República foi feito nesta quarta-feira, 15. Foto: Nelson Jr./ASCOM/TSE/Divulgação

 Ao fazer o registro, o candidato tem de apresentar documento da Justiça de seu domicílio eleitoral certificando que ele não tem pendências criminais. Como Lula tem domicílio eleitoral em São Paulo, as quatro certidões criminais apresentadas ao TSE não incluem a condenação em Curitiba, depois confirmada pelo TRF-4 em Porto Alegre, ambas no âmbito da Justiça Federal.

Com a sentença na Lava Jato, Lula, preso desde 7 de abril, está potencialmente enquadrado na Lei da Ficha Limpa, que torna inelegíveis condenados por órgão colegiado. Para Raquel, Lula não é elegível, o que “impede que ele seja tratado juridicamente como candidato e que a candidatura seja considerada sub judice ou a pretender o financiamento de sua candidatura com recursos públicos”.

 

 Vice. O ex-prefeito Fernando Haddad foi registrado como vice e pode assumir a cabeça da chapa se Lula for impugnado. No registro, o petista declarou patrimônio de R$ 7,9 milhões. A Corte recebeu o registro de 13 presidenciáveis e tem até 17 de setembro para analisá-los.

A insistência do PT em lançar Lula faz com que a disputa comece judicializada. Barroso sinalizou que pretende dar celeridade à análise do registro, frustrando expectativa de petistas que esperavam manter o nome de Lula como candidato pelo menos até o início do horário eleitoral na TV, em 31 de agosto.

Nesta quarta-feira mesmo o PT contestou no TSE a escolha de Barroso para a relatoria do caso. Para dirigentes, o ministro é “linha-dura” e a escolha é “péssima”. Em nota divulgada à noite, porém, advogados de Lula disseram não ter “objeção” ao ministro.

Mais cedo, os candidatos a deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), do Movimento Brasil Livre (MBL), e Alexandre Frota (PSL-SP) também entraram com ação no TSE para barrar a candidatura do ex-presidente. A presidente do TSE, Rosa Weber, e o ministro Admar Gonzaga já disseram que, em tese, o relator pode rejeitar “de ofício” (sem que haja questionamento) o registro de um candidato, indicando celeridade na análise dos pedidos.

Campanha. A partir desta quinta-feira, o PT deve enviar todos os pedidos de entrevistas, gravações e participações em debates para o TSE, e não mais para a Vara de Execuções de Curitiba, onde Lula está preso, que negou todas as demandas do partido.

Haddad, após protocolar o registro, participou de ato, em frente ao TSE, em que leu uma carta de Lula. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, cerca de 10 mil pessoas participam da mobilização pró-Lula. / RAFAEL MORAES MOURA, RICARDO GALHARDO, MARIANA HAUBERT e AMANDA PUPO


Estadão quarta, 15 de agosto de 2018

PT TENTA REGISTRAR LULA HOJE, MAS JÁ PLANEJA SUA SUBSTITUIÇÃO

 

T registra Lula, mas já planeja sua substituição nas eleições 2018

Partido avalia que candidatura será vetada até início de setembro; ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad é 1ª alternativa

Ricardo Galhardo, ENVIADO ESPECIAL, O Estado de S.Paulo

15 Agosto 2018 | 05h00

 

BRASÍLIA - O PT vai protocolar nesta quarta-feira, 15, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o registro da sexta candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência com uma grande manifestação popular em Brasília, ao mesmo tempo em que já prepara a substituição do ex-presidente, condenado e preso na Lava Jato. O partido vai manter a estratégia de insistir com a candidatura de Lula até o limite da legislação eleitoral, mas pouca gente no PT acredita que o ex-presidente não será impugnado com base na Lei da Ficha Limpa. Nos bastidores, petistas avaliam que até o dia 7 de setembro a situação estará decidida com Lula fora, definitivamente, da disputa eleitoral. 

 

Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato Foto: Lalo de Almeida/The New York Times/Divulgação

 

O mais provável substituto é o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, coordenador do programa de governo do PT que será registrado hoje como vice. Alguns petistas, porém, ainda mantêm o nome do ex-ministro Jaques Wagner, que já declinou do convite. Em entrevista ao Estado, na semana passada, a presidente do PT, Gleisi Hoffmanndisse que Haddad está em “estágio probatório”.

Nas últimas semanas, a coordenação de campanha e os responsáveis pelo marketing têm se reunido com os advogados eleitorais do PT para traçar a estratégia de substituição. A maior preocupação é transferir os votos de Lula, líder nas pesquisas até agora, para seu substituto. 

Nestas reuniões, os advogados são questionados sobre as possibilidades de uso da imagem de Lula nos programas do horário eleitoral na TV, principalmente cenas externas de arquivo nas quais o ex-presidente e Haddad aparecem juntos. A legislação restringe o uso de imagens que não sejam do próprio candidato.

Pesquisas qualitativas em poder do partido mostram que o PT tem o desafio de criar uma narrativa consistente para explicar ao eleitor que a decisão de insistir na candidatura de Lula, mesmo sabendo de todos os obstáculos judiciais, era “para valer” e não mera estratégia eleitoral. Por isso, o PT e o ex-presidente têm martelado na tecla de que Lula é candidato.

Nesta terça-feira, 14, ele divulgou um recado de dentro da sala onde cumpre pena em Curitiba. “Só não serei candidato se eu morrer, renunciar ou for arrancado pela Justiça Eleitoral. Não pretendo morrer, não cogito renunciar e pretendo brigar pelo meu registro até o final”, escreveu.

A estratégia de manter a candidatura de Lula – sentenciado em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro na ação do triplex do Guarujá – já foi criticada por ministros do TSE e do Supremo Tribunal Federal, aos quais caberia o julgamento de eventuais recursos. A presidente do STF, Cármen Lúcia, afirmou nesta segunda-feira, 13, que a Lei da Ficha Limpa é uma conquista da sociedade.

Na TV. Feito o registro de Lula no TSE, os advogados vão adotar nova estratégia que terá impacto direto na comunicação da campanha. Os pedidos de entrevistas, participação em debates e captação de imagens envolvendo Lula vão passar a ser endereçados ao TSE, e não mais à Vara de Execuções de Curitiba, que tem recusado os pleitos.

A ideia é arguir que, embora preso, o ex-presidente tem direito aos mesmos recursos de campanha dos demais candidatos enquanto seu caso estiver sub judice.

O primeiro teste será nesta quinta-feira, 16, quando advogados petistas vão protocolar no TSE o pedido para que Lula participe do debate da Rede TV!, na sexta-feira, 17. Além disso, os advogados do PT vão pedir nos próximos dias autorização para Lula iniciar as gravações que poderão ser usadas nos programas e inserções do horário eleitoral na TV.

Segundo petistas, a sala onde Lula está preso na sede da Polícia Federal em Curitiba tem espaço suficiente para abrigar um estúdio improvisado. No entanto, existem dúvidas se as imagens, mesmo que gravadas com autorização judicial, poderão ser usadas na campanha. Isso vai depender do tempo que a Justiça vai demorar para julgar definitivamente o caso de Lula na esfera eleitoral. 

 

Estadão segunda, 13 de agosto de 2018

CANDIDATURAS DE MILITARES DOBRAM E QUATRO ANOS

 

Candidaturas de militares dobram em quatro anos

Levantamento do ‘Estado’ identificou 25 postulantes a cargos no Executivo, alta de 92% em relação a 2014; rejeição a políticos tradicionais e violência explicam trajetória

Felipe Frazão e Tânia Monteiro, O Estado de S.Paulo

13 Agosto 2018 | 05h00

 

BRASÍLIA - Incentivados pela reprovação a políticos de carreira, militares ampliaram a participação na disputa por cargos do Poder Executivo nas eleições 2018. O número de candidatos originários das Forças Armadas, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros quase dobrou em relação ao pleito de 2014. O Estado identificou pelo menos 25 militares, da ativa ou da reserva, que vão concorrer a presidente, vice-presidente, governador ou vice-governador, ante 13 nomes na eleição passada, um aumento de 92%. Se comparado com 2010, quando sete militares disputaram esses cargos majoritários, a alta chega a 257%.

Quando considerado todo o universo de candidatos ao Executivo, os militares representam 7% dos nomes já anunciados pelos partidos. Na eleição passada, a proporção era de 3% do total de profissões registradas ao fim do pleito, conforme dados da Justiça Eleitoral. Os números podem sofrer variações porque o prazo para os candidatos requisitarem o registro vai até a próxima quinta-feira. O perfil dos candidatos vai de apoiadores de Jair Bolsonaro (PSL) até militar filiado a partidos de esquerda. 

 

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O General de Brigada do Exército Paulo Chagas (PRP) é candidato ao governo do Distrito Federal Foto: Dida Sampaio/Estadão

 

Com mais de 64 mil assassinatos registrados no ano passado e confrontos frequentes entre facções criminosas internacionalizadas, a violência tornou-se uma das pautas mais sensíveis do debate eleitoral. “Os militares estão sendo alçados a se candidatar como consequência do momento nacional, um País enfrentando tantas mazelas e dificuldades.

Pesquisas de opinião junto à sociedade brasileira mostram que, entre as demais instituições, as Forças Armadas têm maior índice de confiabilidade. E a sociedade está em busca disso”, afirma o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, que promoveu rodadas de conversas com os principais concorrentes à Presidência. 

O raciocínio do comandante do Exército encontra eco no pensamento do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, general Sérgio Etchegoyen, que ultrapassou suas obrigações originais no Palácio do Planalto e hoje figura como um dos principais conselheiros políticos do presidente Michel Temer. “O aumento das candidaturas de militares a cargos executivos talvez seja reflexo da própria credibilidade do Exército e das demais Forças, a busca por pessoas que têm ideais e valores.”


Estadão terça, 29 de maio de 2018

A PRISÃO DA CÚPULA PETISTA

 

A PRISÃO DA CÚPULA PETISTA

Com a volta do deputado cassado José Dirceu à prisão, agora toda a cúpula do primeiro governo de Lula da Silva, exercido de 2003 a 2006, encontra-se na cadeia. Dirceu, Lula e o ex-ministro Antonio Palocci estão condenados por corrupção. Nada há a celebrar nesse desfecho, a não ser o auspicioso fato de que a Justiça, no Brasil, finalmente alcançou gente tão poderosa e com tanta influência política. No mais, é triste que a República tenha sido entregue, por meio de eleições livres, a indivíduos tão acintosamente despreparados para o exercício minimamente ético do poder, gente que agiu à margem da lei de forma sistêmica e profissional, usando como desculpa a fajuta promessa de “justiça social”.

A coincidência — chamemos assim — da prisão dos três homens mais importantes do primeiro mandato petista na Presidência dá àquela gestão ares de organização criminosa — coisa que, aliás, já havia ficado razoavelmente clara, até para o mais inocente observador, desde que estourou o escândalo do Mensalão, em 2005.

Recorde-se que a campanha eleitoral que levou esse pessoal ao poder incluiu ferozes ataques aos políticos governistas de então, comparados, em uma peça publicitária, a ratos que estavam a roer a bandeira do Brasil. A peça, concebida pelo marqueteiro Duda Mendonça, veio acompanhada de um chamamento dramático aos eleitores: “Ou a gente acaba com eles, ou eles acabam com o Brasil. Xô, corrupção. Uma campanha do PT e do povo brasileiro”. Como se sabe, Duda Mendonça confessou mais tarde que o PT pagou por esse e outros serviços com transferências milionárias para contas secretas em paraísos fiscais, coisa típica de quem tem muito a esconder. Era apenas um fiapo do Mensalão, que se revelaria um dos maiores escândalos de corrupção da história — só não foi o maior porque, em seguida, viria o Petrolão, que dificilmente será destronado.

O PT nunca admitiu a corrupção de seus próceres. Ao contrário, tratou-os como “guerreiros do povo brasileiro”, como se tudo o que se comprovou a respeito dos crimes por eles cometidos fosse mentira. Segundo os petistas, as evidências colhidas contra Lula, Dirceu, Palocci e tantos outros — nada menos que três ex-tesoureiros do partido foram encarcerados — integram uma imensa conspiração das elites para impedir que os pobres tenham uma vida decente — algo que, conforme o evangelho petista, só é possível com a turma de Lula da Silva no poder.

Se resolvesse seguir à risca seus estatutos, o PT teria de expulsar todos os que foram condenados por receber propinas, casos de Lula da Silva e de seus parceiros. Mas é evidente que essa ameaça não vale o papel em que está escrita. A expulsão está reservada aos que ousam mostrar que o rei Lula está nu, como aconteceu com um dos fundadores do PT, Paulo de Tarso Venceslau, que em 1997 denunciou um esquema de corrupção engendrado por um compadre do demiurgo de Garanhuns em prefeituras administradas por petistas. A Paulo de Tarso foi reservado o estigma dos traidores; já o esquema por ele denunciado revelou-se um aperitivo do que viria a ser o Petrolão.

Do PT não é possível esperar regeneração. Enquanto estiver sob o domínio de Lula da Silva — e nada parece capaz de diminuir esse domínio, nem mesmo sua condição de presidiário —, o partido será a expressão do cinismo dos que se dizem campeões da “ética na política”, mas exercem o poder como se nenhum limite moral lhes dissesse respeito, ademais de se considerarem proprietários do governo, e não inquilinos temporários. É isso o que explica por que razão Lula da Silva, José Dirceu e Antonio Palocci, esteios do primeiro governo petista, estão presos.

Em um país civilizado, não se admite que um grupo político com esse comportamento tão explicitamente criminoso, que fez da corrupção um método de governo, com o objetivo de permanecer para sempre no poder, escape impune. Ainda há um longo caminho a percorrer para que a influência deletéria dessa turma seja inteiramente neutralizada, mas a prisão da poderosa troica petista é um excelente começo.

 

 

 


Estadão sábado, 23 de setembro de 2017

MESMO COM FORÇAS ARMADAS, ROCINHA REGISTRA MAIS UMA MADRUGADA DE TIROTEIO

 

Mesmo com Forças Armadas, Rocinha registra mais uma madrugada de tiroteio

Há uma semana, facções rivais disputam o controle do tráfico na região; ainda não há informações de feridos neste sábado

Renata Okumura, O Estado de S.Paulo

23 Setembro 2017 | 07h47 
Atualizado 23 Setembro 2017 | 10h31

SÃO PAULO - Após horas de tranquilidade, novos tiroteios foram ouvidos na madrugada, deste sábado, 23, na Favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro. A Polícia Militar (PMERJ) informou que os tiros foram ouvidos, por volta das 4h30 da manhã, mas não há informações de feridos.

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Ao todo, 950 homens do Exército, da Marinha e da Aeronáutica estão mobilizados, além de dezenas de blindados e helicópteros. Mais três batalhões do Exército, que somam quase 3 mil homens, estão prontos, caso a situação se agrave.  Foto: Marcos Arcoverde / Estadão

A PMERJ esclarece que os policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) receberam a informação via rádio sobre a perseguição do 23ºBPM (Leblon) a um táxi com criminosos armados, vindo pelo túnel Zuzu Angel. O tiroteio teve início depois que um taxista foi rendido por bandidos no Jardim Botânico. O refém foi levado para a comunidade do Horto, onde traficantes tomaram posse do veículo e seguiram em direção à Favela da Rocinha. A PM do Rio de Janeiro informou que os bandidos estavam com fuzis e entraram em confronto com os policiais. Por precaução, o túnel Zuzu Angel, que liga as zonas sul e oeste, ficou interditado, nos dois sentidos, por pelo menos uma hora. 

"As equipes do Bope se posicionaram na saída do túnel para realizar o cerco. Houve confronto, os criminosos fugiram e os policiais aprenderam 5 fuzis, 7 granadas, 55 carregadores e 2.055 munições de diversos calibres, além de 110 papelotes de erva seca e 1.045 capsulas de pó. A ocorrência foi encaminhada à 11ªDP", ressaltou a nota.

 

 Mesmo com Forças Armadas, Rocinha registra mais uma madrugada de tiroteio

Apreensão de armas na Favela da Rocinha feita pelo Exército Foto: PMERJ

Por volta das 9 horas deste sábado, policias da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Rocinha, em ação de vasculhamento, também aprenderam cinco artefatos explosivos na localidade conhecida como "Roupa Suja".

No Twitter, a PMERJ registra confronto e armas apreendidas

Neste sábado, as Forças Armadas realizam o segundo dia de ocupação na Favela da Rocinha. Há uma semana, facções rivais iniciaram a disputada pelo controle do tráfico de drogas na favela com tiroteios, mantendo a população apreensiva.

 

Intensos tiroteios assustam moradores da Rocinha, uma das maiores favelas do País 

Relembre. Depois de quase uma semana de tiroteios no Rio, as Forças Armadas foram chamadas nesta sexta-feira, 22, para cercar a Rocinha - a mais conhecida comunidade da capital -, diante do reconhecimento de que o Estado perdeu o controle na guerra deflagrada pelo crime. Ao todo, 950 homens do Exército, da Marinha e da Aeronáutica estão mobilizados, além de dezenas de blindados e helicópteros. Mais três batalhões do Exército, que somam quase 3 mil homens, estão prontos, caso a situação se agrave. 

Entenda o que desencadeou a onda de violência na Rocinha

A atual onda de intensos tiroteios na Rocinha começou no domingo passado, 17, quando o chefe do tráfico de drogas no morro, Rogério Avelino da Silva, conhecido como Rogério 157, se desentendeu com o seu antecessor, Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, preso desde 2011. No domingo, os tiroteios deixaram um morto.

Nem estaria insatisfeito com a atuação de Rogério 157 e teria tentado expulsar o seu grupo da favela, por meio de ordens dadas de dentro da prisão. A relação pode ter piorado depois da união da ADA com a facção paulista PCC. Já Rogério teria matado aliados de seu antecessor e mandado expulsar Danúbia de Souza Rangel, mulher de Nem, do morro.

Em represália, Nem teria incitado criminosos da ADA de outros morros, como Vila Vintém, Morro dos Macacos e São Carlos a tentar retomar a favela. A tentativa, porém, foi frustrada, e Rogério continua no alto do morro, segundo informações da Polícia. Danúbia, que é foragida e ostenta alto poder aquisitivo nas redes sociais, também estaria no local. Os dois corpos carbonizados encontrados pela polícia seriam do grupo de Rogério.

Na segunda-feira, 18, o porta-voz da Polícia Militar do Rio, major Ivan Blaz, e o delegado-titular da 11ª DP (Rocinha), Antônio Ricardo, admitiram que sabiam que poderia haver confronto entre traficantes na Rocinha no dia anterior.  Blaz afirmou que a Polícia Militar não agiu com mais força para acabar com o confronto porque a intervenção poderia vitimar moradores. Já Ricardo acrescentou que não sabia que o confronto, que durou cinco horas, "seria desta proporção".

Na quarta-feira, 20, o governador do Rio afirmou que soube na madrugada do domingo que haveria confronto entre traficantes e pediu que a polícia não interviesse, o que causou polêmica. 


Estadão quinta, 21 de setembro de 2017

MAIA COBRA MAIS RESPEITO DO PLANALTO

Maia cobra ‘mais respeito’ do Planalto

Presidente da Câmara diz que Temer faltou com a palavra e reclama de ‘facadas nas costas’; segundo ele, denúncia contra peemedebista será concluída em outubro 

Isadora Peron, Tânia Monteiro, Igor Gadelha e Adriana Fernandes, O Estado de S.Paulo

20 Setembro 2017 | 23h57

BRASÍLIA - Às vésperas de a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer chegar à Câmara, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), fez nesta quarta-feira, 20, duras críticas ao peemedebista, e disse que ele faltou com a palavra e ameaçou com a retaliação do DEM em votações de interesse do governo. Mais cedo, em entrevista ao Estadão/Broadcast, Maia pediu que o Palácio do Planalto pare com o “fogo amigo” e seja mais respeitoso durante a tramitação da ação penal contra Temer, por organização criminosa e obstrução da Justiça.

Segundo Maia, que ocupa interinamente a Presidência da República até a manhã de sexta-feira, o mal-estar com o Planalto se deve ao fato de o PMDB ter filiado, no início deste mês, o senador Fernando Bezerra (PE), ex-PSB. O DEM vinha negociando havia meses a migração do parlamentar e de outros deputados para sua legenda.

 

Rodrigo Maia/André Dusek
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, em entrevista exclusiva ao Estado.  Foto: Andre Dusek/Estadão
 

“Quando a gente faz um acordo, tem de cumprir a palavra. A coisa mais importante da política é a palavra. Eu já avisei o presidente, isso causou muito desconforto dentro da bancada”, disse. Maia se referia ao episódio, durante a tramitação da primeira denúncia contra Temer, por corrupção passiva, na Câmara, quando o peemedebista teve um encontro com integrantes da cúpula do PSB. Na época, segundo Maia, Temer foi a um jantar em sua casa negar que o PMDB estivesse fazendo ofensiva no PSB.


Estadão terça, 05 de setembro de 2017

POLÍCIA FEDERAL ACHA TESOURO PERDIDO EM BUNKER LIGADO A GEDDEL

PF acha tesouro perdido em bunker ligado a Geddel

Operação Tesouro Perdido fez buscas em um imóvel em Salvador que seria utilizado pelo ex-ministro de Temer para guardar valores em espécie; veja imagens do dinheiro encontrado

Fabio Serapião

05 Setembro 2017 | 11h42

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira, 5, mais uma fase da operação Cui Bonno? para fazer buscas em um imóvel em Salvador. Autorizada pela 10ª Vara Federal de Brasília, a ação da PF mirou o local onde seria o “bunker” do ex-ministro Geddel Vieira Lima utilizado para armazenagem de dinheiro em espécie. A ação foi batizada de Tesouro Perdido.

Ao autorizar a operação, o juiz federal Vallisney de Souza Oliveira afirmou que Geddel ‘estava fazendo uso velado do aludido apartamento, que não lhe pertence, mas a terceiros, para guardar objetos/documentos (fumus boni iuris), o que, em face das circunstâncias que envolvem os fatos investigados (vultosos valores, delitos de lavagem de dinheiro, corrupção, organização criminosa e participação de agentes públicos influentes e poderosos), precisa ser apurado com urgência’.

 

Geddel está em prisão domiciliar sem tornozeleira eletrônica. O ex-ministro foi preso em 3 de julho e mandado para casa em 12 de julho.

A investigação é conduzida pelo delegado Marlon Oliveira Cajado que nas últimas semanas ouviu, entre outras pessoas, o corretor Lúcio Bolonha Funaro. Um outro depoimento de Funaro já havia resultado na prisão de Geddel.

Odebrecht revela R$ 4 mi ao Instituto Lula debitado de conta de propina

Empresário da Unfair Play pagou reforma para ex-secretário de Saúde de Cabral, diz Lava Jato

PF liga amigo de Temer a fraudes de R$ 1 bi

Procuradoria põe Nuzman no topo de ‘engenhosa e complexa relação corrupta’

Bretas bloqueia R$ 1 bi de Nuzman e empresários

De acordo com nota da PF, “após investigações decorrentes de dados coletados nas últimas fases da Operação Cui Bono, a PF chegou a um endereço em Salvador/BA, que seria, supostamente, utilizado por Geddel Vieira Lima como “bunker” para armazenagem de dinheiro em espécie.”

Em depoimento à Procuradoria da República em Brasília, Funaro disse ter entregue ‘malas ou sacolas de dinheiro’ ao ex-ministro. O corretor declarou ter feito ‘várias viagens em seu avião ou em voos fretados, para entregar malas de dinheiro para Geddel Vieira Lima’.

“Essas entregas eram feitas na sala VIP do hangar Aerostar, localizada no aeroporto de Salvador/BA, diretamente nas mãos de Geddel”, declarou Funaro.

Em agosto, Geddel se tornou réu por obstrução de Justiça. O ex-ministro teria atuado para evitar a delação premiada do corretor Lúcio Funaro, que poderia implicá-lo em crimes de corrupção na Caixa Econômica Federal.


Estadão quarta, 31 de maio de 2017

J&F FECHA ACORDO DE LENIÊNCIA E VAI PAGAR R$ 10,3 BILHÕES

J&F fecha acordo de leniência e vai pagar R$ 10,3 bilhões

Ministério Público Federal havia pedido, inicialmente, R$ 11,2 bilhões, parcelados em dez anos; valor agora poderá ser pago em um período de 25 anos Ministério Público Federal havia pedido, inicialmente, R$ 11,2 bilhões, parcelados em dez anos; valor agora poderá ser pago em um período de 25 anos

Andreza Matais

31 Maio 2017 | 00h01

A Operação Greenfield e procuradores do Ministério Público Federal (MPF) fecharam na noite de ontem o acordo de leniência com a holding J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, proprietários do frigorífico Friboi. O grupo pagará R$ 10,3 bilhões em 25 anos. A leniência é uma espécie de colaboração premiada para pessoas jurídicas.

Segundo o MPF, é o maior acordo da história mundial. A Odebrecht se comprometeu a pagar R$ 8 bilhões em 23 anos, com ressarcimentos para o Brasil, a Suíça e os Estados Unidos. 

 

O acordo de leniência estava em negociação e havia travado – o MPF pedira inicialmente R$ 11,2 bilhões a serem pagos em dez anos, mas o grupo havia ofertado R$ 1,4 bilhão no dia 19 deste mês. As tratativas foram então retomadas.

 

Ontem, a força-tarefa das Operações Greenfield, Sépsis e Cui Bono, associada aos procuradores das Operações Bullish e Carne Fraca, e o Grupo J&F chegaram ao acordo. Ainda falta a assinatura. O valor será restituído em razão dos atos praticados pelas empresas da holding e estão sob investigação. 

Do total, R$ 8 bilhões serão destinados a Funcef (25%), Petros (25%), BNDES (25%), União (12,5%), FGTS (6,25) e Caixa Econômica Federal (6,25%). O restante da multa, R$ 2,3 bilhões, será pago por meio de projetos sociais.

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Estadão terça, 23 de maio de 2017

DEPUTADO ALIADO DE TEMER ENREGA MALA DE 500 MIL À POLÍCIA FEDERAL

Aliado de Temer entrega mala dos R$ 500 mil à PF

Rocha Loures (PMDB-PR) foi flagrado na noite de 24 de abril, em São Paulo, saindo apressado do estacionamento de uma pizzaria nos Jardins, carregando uma mala preta com dinheiro vivo

Fausto Macedo e Fábio Serapião

23 Maio 2017 | 09h09

Rocha Loures carrega mala com R$ 500 mil em dinheiro. Foto: Reprodução

O deputado Rocha Loures (PMDB-PR) entregou à Polícia Federal, em São Paulo, a mala dos R$ 500 mil da JBS.

 

 

O parlamentar, aliado do presidente Michel Temer (PMDB), foi flagrado na noite de 24 de abril, em São Paulo, saindo apressado do estacionamento de uma pizzaria nos Jardins, carregando uma mala preta com R$ 500 mil em dinheiro vivo. Agentes da Polícia Federal o seguiam e o filmaram.

 

 

As imagens mostram Rocha Loures desconfiado, olhando para os lados, em direção a um táxi

que o aguardava na Rua Pamplona, com o porta-malas aberto.

Rocha Loures teve a prisão pedida pela Procuradoria-Geral da República. O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, negou a prisão do aliado de Temer, mas decretou seu afastamento do mandato.

Segundo a investigação, os R$ 500 mil seriam referentes a uma propina da JBS em troca do empenho do parlamentar em um projeto de interesse do grupo na Câmara.

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Estadão sábado, 20 de maio de 2017

PT RECEBEU R$150 MILHÕES DE DINHEIRO DE PROPINA, DIZ DELATOR

PT recebeu R$ 150 milhões de dinheiro de propina para campanha de 2014, diz delator

Ricardo Saud, da JBS, afirmou, em delação, que o montante bancou campanhas de Dilma, Gleisi, Padilha e Pimentel

Rodolfo Mondoni

20 Maio 2017 | 05h00

 

Dilma Rousseff. Foto: Wilton Júnior/Estadão

O diretor de Relações Institucionais e de Governo da JBS, Ricardo Saud, relatou ao Ministério Público Federal que o grupo fez doações ‘dissimuladas’ no valor de R$ 150 milhões ao Partido dos Trabalhadores, para as eleições de 2014. Deste montante, 50 milhões foram doados a Executiva Nacional do partido, 70 milhões para a campanha Dilma-Temer e mais 30 milhões ao Diretórios Estaduais e aos candidatos a governado de Estado: Gleisi Hoffmann (PT-PR), Anápolis Antonio Gomide (PT-GO), Alexandre Padilha (PT-SP) e Fernando Pimentel PT-MG).

 

Somados ao dinheiro dos favores que o partido fez ao grupo, em relação ao BNDES e o Fundo de Pensão, o total doado pela JBS ao PT chega a R$ 300 milhões.

 “Recebíamos do Edinho (tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff) os pedidos para fazer os depósitos ou o pagamentos de propina ao partido dos trabalhadores e depois a compra dos partidos”, afirmou Saud, reforçando que o dinheiro não era oficial. “Tudo isso foram doações dissimuladas, dinheiro de propina. Foi feito notas fiscais e pago em dinheiro vivo”, explicou.

COM A PALAVRA, A DEFESA DE LULA

Nota

Verifica-se nos próprios trechos vazados à imprensa que as afirmações de Joesley Batista em relação a Lula não decorrem de qualquer contato com o ex-Presidente, mas sim de supostos diálogos com terceiros, que sequer foram comprovados.

A verdade é que a vida de Lula e de seus familiares foi – ilegalmente – devassada pela Operação Lava Jato. Todos os sigilos – bancário, fiscal e contábil – foram levantados e nenhum valor ilícito foi encontrado, evidenciando que Lula é inocente. Sua inocência também foi confirmada pelo depoimento de mais de uma centena de testemunhas já ouvidas – com o compromisso de dizer a verdade – que jamais confirmaram qualquer acusação contra o ex-Presidente.

A referência ao nome de Lula nesse cenário confirma denúncia já feita pela imprensa de que delações premiadas somente são aceitas pelo Ministério Público se fizerem referência – ainda que frivolamente – ao nome do ex-Presidente.

Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira

COM A PALAVRA, DILMA ROUSSEFF

A propósito das notícias a respeito das delações efetuadas pelo empresário Joesley Batista, a Assessoria de Imprensa da presidenta eleita Dilma Rousseff esclarece que são improcedentes e inverídicas as afirmações do empresário:

1. Dilma Rousseff jamais tratou ou solicitou de qualquer empresário, nem de terceiros doações, pagamentos ou financiamentos ilegais para as campanhas eleitorais, tanto em 2010 quanto em 2014, fosse para si ou quaisquer outros candidatos.

2. Dilma Rousseff jamais teve contas no exterior. Nunca autorizou, em seu nome ou de terceiros, a abertura de empresas em paraísos fiscais. Reitera que jamais autorizou quaisquer outras pessoas a fazê-lo.

3. Mais uma vez, Dilma Rousseff rejeita delações sem provas ou indícios. A verdade vira à tona.

ASSESSORIA DE IMPRENSA
DILMA ROUSSEFF

COM A PALAVRA, FERNANDO PIMENTEL

Nos trechos divulgados para a imprensa é possível perceber que as afirmações de Joesley Batista em relação ao governador não têm nenhum suporte em provas ou evidências materiais. Novamente, acusações levianas vêm a público sem que a versão do acusador apresente comprovações que sustentem sua versão.

Atenciosamente,
Assessoria de Imprensa do governador Fernando Pimentel

—-

Nota Fernando Pimentel no Twitter

Estou sendo acusado mais uma vez de forma leviana e mentirosa. O acusador não apresenta provas para sustentar sua versão. Eu não tenho e nunca tive, em tempo algum, qualquer ligação com esse escritório de advocacia.
Nos trechos vazados à imprensa é possível perceber que as afirmações de Joesley Batista em relação a mim não têm nenhum suporte em provas ou evidências materiais.

A verdade é que a minha vida e de meus familiares foi – ilegalmente – devassada pela Polícia Federal. Todos os sigilos – bancário, fiscal e contábil – foram levantados e nenhum ilícito foi encontrado. Eu não tenho imóveis escondidos, não tenho conta no exterior, nem tenho dinheiro não declarado.

Confio na Justiça e espero que o mais rápido possível ela seja capaz de mostrar a verdade. Tenho a consciência tranquila e aguardo com serenidade o devido processo legal, que comprovará minha inocência.

COM A PALAVRA, EDINHO SILVA

O coordenador financeiro da campanha presidencial de Dilma em 2014 afirma que esteve por diversas vezes com o empresário Joesley Batista solicitando doações para a campanha, já que essa era sua função, mas todas ocorreram de forma lícita, seguindo rigorosamente a legislação eleitoral. Todas as doações estão declaradas ao Tribunal Superior Eleitoral.
Assessoria de Imprensa


Estadão sexta, 19 de maio de 2017

LULA E DILMA TINHAM US$150 MILHÕES EM CONTA CORRENTE DE PROPINA DA JBF, DIZ JOESLEY

Lula e Dilma tinham US$ 150 milhões em ‘conta-corrente’ de propina da JBS, diz Joesley

Empresário declarou à Procuradoria-Geral da República que 'os saldos das contas vinculadas a Lula e Dilma eram formados pelos ajustes sucessivos de propina do esquema BNDES e do esquema-gêmeo, que funcionava no âmbito dos fundos Petros e Funcef'

Julia Affonso, Ricardo Brandt, Luiz Vassallo, Jamil Chade, Fabio Serapião, Fabio Fabrini e Beatriz Bulla

19 Maio 2017 | 13h55

 

Lula e Dilma em março do ano passado, na cerimônia de posse de novos ministros da petista.

FOTO: ANDRE DUSEK/ESTADÃO

O termo de colaboração 1 do empresário Joesley Batista, do Grupo JBS, descreve o fluxo de duas ‘contas-correntes’ de propina no exterior, cujos beneficiários seriam os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. O empresário informou à Procuradoria-Geral da República que o saldo das duas contas bateu em US$ 150 milhões em 2014. Ele disse que o ex-ministro Guido Mantega (Fazenda/Governos Lula e Dilma) operava as contas.

 

 

A reportagem do Estadão confirmou com procuradores próximos ao caso que a conta estava em nome de empresas offshores em banco na Suíça. A utilização de offshores caracteriza, para os investigadores, tentativa de camuflagem dos reais beneficiários da conta.

 Procurado, o Ministério Público da Suíça se recusou a comentar e afirmou que não daria informações sobre ‘pessoas investigadas ou não’ pela Procuradoria.

As duas contas foram ‘zeradas’ em 2014. Segundo Joesley Batista, o dinheiro foi utilizado para financiar campanhas políticas de partidos e candidatos elencados pelo ex-ministro Guido Mantega. Segundo o empresário, ele foi ‘explícito’ em uma reunião com Dilma sobre a existência desse dinheiro. De acordo com sua delação premiada, os gastos eram tratados em reuniões entre Guido Mantega e Batista.

“Foi até zerar, até acabar. Acabou a da Dilma e acabou a do Lula. Eu avisei quando acabou.”

O empresário não soube dizer se os partidos que se beneficiavam dos recursos usavam o dinheiro ‘em caixa 1, em caixa 2, por dentro ou por fora’. Segundo ele, quem cuidava dessa relação de pagamentos era Edinho Silva na época, o tesoureiro da campanha.

O delator informou que em 2009 destinou uma conta a Lula e no ano seguinte, outra para Dilma.

Joesley revelou que em dezembro de 2009, o BNDES adquiriu de debêntures da JBS, convertidas em ações, no valor de US$ 2 bilhões, ‘para apoio do plano de expansão’ naquele ano.

“O depoente escriturou em favor de Guido Mantega, por conta desse negócio, crédito de US$ 50 milhões e abriu conta no exterior, em nome de offshore que controlava, na qual depositou o valor”, relatou Joesley.


Estadão sexta, 19 de maio de 2017

TEMER ORIENTA EQUIPE A IR PARA O ENFRENTAMENTO

Temer orienta equipe a ir para ‘o enfrentamento’

Presidente pediu ‘resistência’ aos partidos aliados durante reuniões ao longo do dia no Planalto e retocou discurso para enfatizar indignação

Vera Rosa, Tânia Monteiro e Carla Araújo, O Estado de S.Paulo

18 Maio 2017 | 23h15

BRASÍLIA  O presidente Michel Temer orientou a equipe a “partir para o enfrentamento”, na tentativa de mostrar que não está acuado com as delações feitas pela JBS nem com o inquérito autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para investigá-lo.

Saiba mais: ouça diálogo entre Temer e Joesley Batista, da JBS

Nas conversas desta quinta-feira, 18, em seu gabinete, no Palácio do Planalto, ele pediu “resistência” aos partidos da base aliada, do PSDB ao PP, e cobrou apoio à agenda das reformas.

 

Temer chegou a ser aconselhado a renunciar por pelo menos dois assessores de sua extrema confiança e reagiu com nervosismo. “Não sou homem de cair de joelhos. Caio de pé”, afirmou.

Em pronunciamento no Palácio do Planalto, Michel Temer disse que não comprou silêncio

e não renunciará Foto: DIDA SAMPAIO / ESTADÃO

 

“Michel, você está passando pelo que eu passei. A diferença é que eu era senador e podia responder e você é presidente e não pode falar tudo o que pensa”, disse-lhe mais tarde o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). Presidente do PMDB, Jucá deixou o Ministério do Planejamento em maio do ano passado, após 12 dias no cargo, quando vieram à tona gravações em que ele dizia ser preciso impedir a “sangria” da Lava Jato.

A portas fechadas, Temer usou termos como “conspiração” e “ação orquestrada” para se referir ao vazamento das delações do empresário Joesley Batista e de ex-executivos da JBS. O governo responsabilizou a Procuradoria-Geral da República pela divulgação dos depoimentos. Irritado, Temer disse que toda vez que a economia dá sinais de recuperação, aparece delação.

Temer telefonou logo cedo para a presidente do STF, Cármen Lúcia, avisando-lhe de que pediria acesso aos áudios. A conversa entre os dois foi protocolar. Ao longo do dia, o presidente recebeu 14 dos 28 ministros e lamentou o destino do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG). “Sem o PSDB, o governo acaba”, disse um ministro ao Estado.

Discurso. Foi a equipe de comunicação que estipulou 16 horas como horário-limite do pronunciamento, porque pipocavam notícias sobre uma possível renúncia e o mercado estava agitado. “Não poderíamos deixar essa onda crescer”, disse Jucá.

O discurso passou pelo ministro-chefe da Secretaria-Geral, Moreira Franco, mas na última hora Temer fez retoques, reforçando o tom de indignação. Questionado se haveria clima para aprovar mudanças na Previdência e na lei trabalhista, Jucá disse que o governo votará as “reformas possíveis”. Apesar da tensão, um aliado não perdeu o bom humor e disse que era “mais fácil cair o Trump do que o Michel”.


Estadão quinta, 18 de maio de 2017

TEMER DIZ QUE NÃO RENUNCIA

Temer diz que não renuncia e que não comprou silêncio de ninguém

Em pronunciamento, presidente assegura que não deixará a Presidência

Carla Araujo, Tania Monteiro e Idiana Tomazelli, O Estado de S.Paulo

18 Maio 2017 | 16h33

Brasília - Visivelmente irritado e com a voz firme, gritando até em alguns momentos, o presidente Michel Temer fez há pouco um pronunciamento e disse que não vai renunciar ao cargo. “Não renunciarei. Repito: não renunciarei”, disse.

Temer afirmou ainda que não preciso de foro especial e que não tem nada a esconder. “Sempre honrei meu nome”. O presidente negou ainda que tenha autorizado que o empresário  da JBS, Joesley Batista, a comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. “Nunca autorizei que utilizassem meu nome indevidamente. Quero registrar enfaticamente que a investigação pedida pelo STF será peremptória onde surgirão todas explicações. Mostrarei que não tenho nenhum envolvimento com estes fatos”, completou.

 O presidente justificou a demora em se pronunciar, pois disse que estava esperando os áudios do empresário que “até o momento não consegui”. “Ressalto que só falo agora dos fatos de ontem porque tentei conhecer primeiramente o conteúdo de gravações que me citam. Solicitei oficialmente ao supremo tribunal federal acesso a estes documentos. Ate o presente momento não consegui”, disse.  

Temer não citou o nome de Joesley nem de Cunha e justificou que ouviu de “um empresário” um relato de auxilio a família do parlamentar. “Não solicitei que isso acontecesse e somente tive conhecimento deste fato nesta conversa pedida pelo empresário”, afirmou. “Em nenhum momento autorizei que pagasse a quem quer que seja para ficar calado. Não comprei o silêncio de ninguém. Por uma razão singelíssima, exata e precisamente por que não temo nenhuma delação”, afirmou.

O presidente disse ainda que exige investigação “plena e muito rápida para esclarecimentos ao povo brasileiro”. “Não podem tardar as investigações”. “Esta situação não pode persistir por muito tempo. Não podem tardar as investigações. Tanto esforço e dificuldades superadas. Meu único compromisso é com o Brasil. Só este compromisso que me guiará”, finalizou.

Pelo Brasil. No discurso, Temer lamentou o fato das denúncias envolvendo seu nome surgirem em um momento em que o país começa a se recuperar economicamente. “Quero deixar muito claro que dizer que meu governo viveu nesta semana seu melhor e pior momento. Os indicadores de queda da inflação, os números de retorno crescimento da economia e dados de geração de emprego criaram esperança de dias melhores. Otimismo retornava e as reformas avançavam no Congresso”, disse. “Ontem, contudo, a revelação de conversas gravadas clandestinamente trouxe fantasmas de crise politica de proporção ainda não dimensionada”, completou.

Temer disse ainda que os esforços que o seu governo fizeram não podem se tornar inuteis. “Não podemos jogar no lixo a historia de tanto trabalho”, disse.


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