Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Estadão sábado, 15 de setembro de 2018

A GRANDEZA DO SUPREMO

 

A grandeza do Supremo

Que o Supremo Tribunal Federal, com Dias Toffoli, possa ser transformado, assumindo plenamente a identidade e as funções que a Constituição de 1988 lhe atribuiu 

O Estado de S.Paulo

15 Setembro 2018 | 03h00

 

É auspicioso que o ministro Dias Toffoli, no seu discurso de posse como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), tenha insistido na necessidade de harmonia entre os Três Poderes, com menção à responsabilidade dos membros do Judiciário pelo respeito institucional mútuo.

 

“A harmonia e o respeito mútuo entre os Poderes da República são mandamentos constitucionais. Não somos mais nem menos que os outros Poderes. Com eles e ao lado deles, harmoniosamente, servimos à Nação brasileira”, afirmou o novo presidente do STF, para concluir: “Por isso, nós, juízes, precisamos ter prudência”.

Trata-se de um importante alerta. Nos últimos anos, o País viu-se refém de graves desequilíbrios institucionais provocados, em boa medida, pelo Poder Judiciário, com destaque para a atuação do próprio STF. Não foram poucas as vezes que o plenário do Supremo, uma de suas turmas ou até mesmo um único ministro, monocraticamente, entenderam estar acima do Executivo e do Legislativo, com decisões que invadiram searas alheias. A despeito das competências constitucionais previstas para cada Poder, o Supremo parecia pretender ser sempre e em todos os âmbitos a última palavra.

“A Constituição da República será meu guia”, assegurou o ministro Dias Toffoli na quinta-feira passada. Trata-se de um excelente compromisso para o mandato que se inicia na presidência do Supremo, já que compete precipuamente ao STF “a guarda da Constituição” (art. 102). Em tempos de grandes transformações, é preciso resgatar um profundo respeito – uma profunda reverência – pelo conteúdo da Carta Magna.

O papel do STF é fazer cumprir a Constituição. A aprovação de emendas constitucionais é competência do Legislativo. Foge completamente do escopo do STF o que se viu em maio deste ano, por exemplo, quando o plenário da Corte inventou uma sistemática para o foro privilegiado diferente do que consta na Constituição.

“O Judiciário precisa resgatar a segurança jurídica”, disse o presidente do STF, mencionando o que é hoje uma das tarefas mais urgentes da Suprema Corte. Em primeiro lugar, cabe ao STF parar de difundir imprevisibilidade a todo sistema jurídico, em suas mais variadas formas: invenções interpretativas, protagonismos individuais, atropelos de competências, absoluta incerteza a respeito do tempo de conclusão dos processos.

A segurança jurídica que o STF deve proporcionar também inclui o empenho por respeitar e consolidar sua jurisprudência. Sucumbir à comichão de revisar as posições jurisprudenciais a cada alteração na composição de seus membros é atalho para a perda de autoridade. “Nossa legitimidade será consequência da qualidade da nossa atuação”, lembrou o ministro Dias Toffoli.

Eis um belo programa a ser promovido, juntamente com o respeito à harmonia entre os Poderes, pelo novo presidente do STF Dias Toffoli: que a Suprema Corte deixe de ser causa de insegurança jurídica. Além de respeitar a Constituição, aplicando-a em fiel consonância com o seu conteúdo, é preciso ampliar – e ampliar generosamente – a prudência na concessão de medidas liminares.

“O poder que não é plural é violência”, disse o presidente do STF. Nestes últimos anos, não poucas violências, às vezes contra atos perfeitamente adequados do Executivo e do Legislativo, foram praticadas por meio de decisões monocráticas de ministros do Supremo.

O cume hierárquico do Poder Judiciário é uma corte colegial, e não onze indivíduos operando cada um a seu modo, com suas idiossincrasias, seus tempos e seus métodos. Por isso, e não apenas por uma razão de ordem administrativa, é que existe uma presidência do STF, responsável, entre outros pontos, por assegurar a unidade institucional da Corte.

Segundo o ministro Dias Toffoli, estamos em tempos de transformação. Que o Supremo possa ser transformado, assumindo plenamente a identidade e as funções que a Constituição de 1988 lhe atribuiu.


Escreva seu comentário

Busca


Leitores on-line

Carregando

Arquivos


Colunistas e assuntos


Parceiros