*
OLSILVA
Eu amanheci doente.
chega os olhos estão Marrom
A cabeça tá doendo.
nem consigo escutar som
fui direto pro doutor
que passou um anador.
Se eu num morrer fico bom.
*
DALINHA CATUNDA
Acordei adoentada
Olho roxo, boca azul,
Ligaram pro hospital
Me atendeu o SAMU!
Isso chamo purgatório,
Passam um supositório
Daqueles lá de Itu!
*
OLSILVA
Mais ele, passou pra tu.?
que pra, mim num vai passar.
se ele passar pra mim.
Mando a mãe dele tomar.
saí fora do respeito.
Mas sei que vai ser o jeito
mandar ele se danar.
*
DALINHA CATUNDA
E tu tá pensando o quê?
Foi isso mesmo que fiz!
Xinguei a mãe e o pai,
E também o infeliz.
Mandei ele se lascar,
Sua receita enfiar...
Não apanhei por um triz!
*
"
Esse meu verso rimado
Eu trouxe lá do sertão
Para ficar aprumado
Botei metrificação
Para não ficar sem sal
Cumpro sempre o ritual
Rogo a musa inspiração.
Cuidados eu tenho sempre
Para não escorregar
Porém se eu quebrar o pé.
O remédio é consertar
Se de versos eu entendo
Procuro lendo e relendo
Erros para restaurar.
Atenção e paciência
Quem verseja deve ter
Pois a pressa é inimiga
De quem bem quer escrever
Vale a pena matutar
Com cada verso flertar
P’ra magia acontecer.
Tudo que faço na vida
Eu só faço com paixão
Cada verso é um suspiro
Que brota do coração
Para a regra não quebrar
Eu consigo me entregar
Mas sem perder a razão.
Dória fez foi omelete
Dos ovos dos abestados
Mote da colunista
Os pobres desta nação
Na boca da camarilha
É o tema que a quadrilha
Bota sempre em discussão
Porém consideração
Nunca teve c’ os coitados
Que sempre são enrolados
Com mentiras e confetes
Dória fez foi omelete
Dos ovos dos abestados
Lampião morreu idoso
Num sítio em Minas Gerais.
Mote de Jorge Filó
Depois de chegar da Lua
E ter passado por Marte,
Ele foi viver de arte
Cantando músicas na rua.
Junto com uma irmã sua
Fez strip em bacanais
Foi Momo em dois carnavais
Pelo Guaiamum Treloso…
“Lampião morreu idoso
Num sítio em Minas Gerais.
Ismael Gaião.
Foi depois que Lampião
Com “Padim Ciço” brigou
Que novo rumo tomou
Trocou de religião
No culto espantava o cão
Gritando nos rituais
Vi escrito nos anais
Não é conto de trancoso:
Lampião morreu idoso
Num sítio em Minas Gerais.
Dalinha Catunda
Você foi só chuva fina
que caiu mas não molhou.
Mote da colunista
Chegou feito ventania
Abalou meu coração
Pensei que era a paixão
Que me embalava e ardia
Porém logo eu percebia
Foi tempestade e passou
E nem saudades deixou
Mas minha mente rumina:
“você foi só chuva fina
que caiu mas não molhou.”
Andei com dores nos quartos
Vejam que situação.
Aí me recomendaram
Tomar um chá de picão,
Eu saí me maldizendo
E já fui logo dizendo:
Esse diabo tomo não!
Mas o doutor raizeiro
Correu logo atrás de mim
Me chamou lá num cantinho
E já foi dizendo assim:
Experimente o tal picão
Que a sua situação
De dor vai chegar ao fim.
Olhei bem desconfiada
Pro vendedor de raiz
Foi quando senti de novo
Aquela dor infeliz
Era uma dor bem profunda
Subindo o rego da bunda
E atormentando os quadris.
Eu tinha que me render
A tal fitoterapia
Mas uma dúvida atroz
Realmente me afligia
Será que o tal picão
É cipó ou solução?
A gente toma, ou enfia?
Era a dor me consumindo
Era bem grande a aflição
E tinha que ser do roxo
Pra ter efeito o picão
Entrei firme no cipó
Se a dor de mim não tem dó
Não vejo outra solução.
Brasília virou celeiro
De vagabundo e ladrão
Estou assistindo ao vivo
Essa guerra de facção
Onde ofensa, xingamento
Se escuta a cada momento
Entre tapa e empurrão.
Eles se tratam por corja
No confronto da cambada
Falam em grana em cueca
Também mala recheada
Outro mostra o pixuleco
Fora Temer ouço o eco
Numa suruba danada.
A balbúrdia é tamanha
Nem parece um parlamento
Um relincha outro dá coices
Coisa mesmo de jumento
Nessa grande esparrela
Tem latido de cadela
Demonstrando seu intento.
Hoje se chama quadrilha
O que um dia foi partido.
O politico engajado
Hoje atende por bandido,
Nosso povo feito gado
Cada dia mais ferrado
Não tem querer é tangido.
Pelos meus versos profanos
Por tudo que é mais sagrado
Quero que cada canalha
Seja réu ou acusado
Quem na verdade é ladrão
E não importa a facção
Pague e seja encarcerado.
Ele “era só mais um Silva”
Que a este mundo viria,
No ventre de Claudinéia
A placenta o protegia
Por uma bala perdida
Sua mãe foi atingida
E Arthur não resistiria.
Mas “era só mais um Silva”
Que a violência afetava
Que a falta de segurança
A estatística aumentava
Só mais uma mãe chorando
Nesse Brasil sem comando
Na TV eu comprovava.
A Clebson Cosme Silva
Só resta chorar a sorte
Morte Silva ou Severina
Temos num País sem Norte
Até quando padecer
Morrer querendo viver
Sem poder fugir da morte.
Foto da colunista
Um cabra não sei de onde,
No meu face apareceu.
Numa língua diferente
Hola! O cabra escreveu,
Porém eu respondi bem
Rola!!!! pra você também
E o canalha escafedeu.
Pra ele ficar com raiva
Naquele dito momento
Eu lasquei no comentário
A foto de um jumento
Mostrando na ocasião
Sua documentação
E dei fim no atrevimento.
Sonho é só fantasia
Não basta idealizar
Não se perca em pudores
Aprenda a se desnudar
O concreto tem magia
Que adentra e contagia
A quem se permite amar.
O povo não acordou
Nem sei se vai acordar
Os políticos safados
Procuram desabonar
A polícia Federal
A justiça no geral
Pra farra continuar.
Eu mesma não gostaria
Confesso não quero ver
Nas próximas eleições
Ficha suja concorrer
No comando da nação
Não quero ter mais ladrão
Botando a mão no poder.
Vejo hoje os políticos
Que se acusam mutuamente
É o sujo e o mal lavado
Batendo sempre de frente
Sei que é difícil escolher
E nem sei se chega a ter
Um politico decente.
Eu falto é morrer de rir
Vendo só essa esparrela
A disputa entre colchinha
Arengas com mortadela
Mas a verdade de fato
O povo é quem paga o pato
E o país se desmantela.
Não boto minha mão no fogo
Para defender bandido
Digo com todas as letras
Não me interessa o partido
Só minha pátria defendo
Mas pelo que estou vendo
Meu país está perdido.
Saudade é a pior ferida
No peito de um infeliz.
Vem numa pequena cena
Ou em algo que alguém diz.
Se inflamada dói e arde,
Mas não mostra cicatriz.
Ismael Gaião
Minha mãe sempre dizia
Que ouviu alguém dizer:
“Que a saudade é uma dor
Mas não é dor de doer
É vontade de lembrar
Com vontade de esquecer”
Dalinha Catunda
É coisa que agente gosta
Um dengo ao pé do ouvido
Não importa qual distancia
Quem ama traz um sentido
A saudade chega bem
Ao falar com esse aguém
Que chamamos de querido.
*
Foi num instante da vida
Que eu me surpreendi
Uma deusa namorando
Logo então eu percebi
Numa voz melodiosa
de poetisa formosa
Era amor eu pressenti.
*
O telefone fez ponte
Transportou tal sentimento
Os olhos dela brilhando
A voz tremula num momento
Foi magia foi encanto
Foi amor e eu garanto
No maior encantamento.
*
Era Dalinha Catunda
Falando com seu senhor
Deslumbrada de saudade
Saudade do seu amor
Dizendo a ele baixinho
Do seu amor e carinho
No mais bonito louvor!
*
Lindicássia Nascimento
*
LINDINHA, PAPARAZZO
*
Eu estava em Barbalha
Em uma reunião
O telefone tocou
Bem naquela ocasião
Era, sim, o meu amor!
Meu parceiro meu senhor
E atendi a ligação.
*
Fui ao cantinho afastado
Pra matar minha saudade
Porém o que eu não sabia
É que na localidade
Paparazzo ali tinha
Para espiar Dalinha
Em sua intimidade.
*
Dalinha Catunda
"
Nunca vi tanta injustiça
E tanta perseguição
Com o pobre inocente
Que presidiu a nação
Agora feito Jesus
Que carregou sua cruz
Sofre com a provação.
Seus amigos estão presos
É triste a situação
Mas ele nunca fez parte
Desta suja facção
É só um injustiçado
Com o nome enlameado
Sem motivo e sem razão.
Isso serve para Cunha
E para Aécio também
Para Dirceu, para Temer,
Que são homens de bem
A justiça brasileira
É de fato bem fuleira
E não respeita ninguém.
O Moro tem sido algoz
E ao mesmo tempo infeliz
Bateu o seu martelo
Com o poder de Juiz
Sem provas pra comprovar
Botou foi para lascar
E assim condenou Luiz.
É melhor viver sozinho
Do que mal acompanhado.
Mote: Ditado popular
Não há nada nesta vida
Que cause mais dissabor
Do que dedicar amor
A gente prostituída
Quando a alma é corrompida
O corpo é contaminado
Nunca dá bom resultado
Comprar ou vender carinho
É melhor viver sozinho
Do que mal acompanhado.
Gregório Filomeno
Chegou cheio de exigência
Só queria ser as pregas
Não era de cumprir regras
Fui perdendo a paciência
Sua falta de decência
Fez com que fosse chutado
Quando saiu do meu lado
Fez comentário mesquinho:
É melhor viver sozinho
Do que mal acompanhado.
Dalinha Catunda
Só sete palmos de chão
É tudo que vamos ter.
Mote de Antônio Cassiano – Glosa desta colunista
Amor é coisa divina
E não tem como negar
Quando decide chegar
O coração contamina
Não adianta vacina
Isso devemos saber
Quem tem amor pra viver
Aproveite a ocasião
Só sete palmos de chão
É tudo que vamos ter.
Também sou menino
Curumim brasileiro
Inquieto, arteiro
Seguindo o destino
Guri nordestino
Criança crescida
De alma atrevida
Em plena alegria
Fazendo poesia
De bem com a vida!
Jesus de Ritinha
Também sei cantar
Eu sou cunhatã
Eu canto a manhã
Vendo o sol raiar
Corro a traquinar
Em meio a campina
Criança, menina,
Alegre e brejeira,
Versejo faceira
Essa é minha sina.
Dalinha Catunda
Fui lá pra ver se te via
Voltei sem te avistar
Até gritei, ô de casa!
Sem a resposta escutar
Mas vou voltar outro dia
Quando a saudade apertar.
Pra não perder a viagem
Minha rede vou levar
Vou armar no teu alpendre
Nela vou me balançar
Até a boca da noite
Ou até o galo cantar.
Porém se eu cair no sono
Me acorde, por favor,
Quero embalar a paixão
Sem tramela e sem pudor
Quero o gemido da rede
No grito do armador.
Eu que sou filha do sol
Amo o calor do sertão
Me vejo toda embrulhada
Com frio nesta estação
Chego até sentir tremor
Debaixo do cobertor
Que não resolve a questão.
Boto meia boto toca
E pijama de flanela
Tranco meu apartamento
Fechando porta e janela
E antes de me deitar
Faço chá para tomar
O de maçã com canela.
Na hora de tomar banho
Eu só tomo banho quente
Antes de entrar no chuveiro
Eu já vou batendo dente
Se esse frio não passar
Pro meu sertão vou voltar
Não tem diabo que aguente.
Enfeitei aquele amor
Com o olhar da paixão
O que eu via era sagrado
Em minha concepção
Depois que rompi a teia
Vi o castelo de areia
Desmoronado no chão.
Fiz d’uma simples tapera
Meu castelo imaginado
Da cachaça com limão
O vinho mais cobiçado
Fiz d’um simples peregrino,
Um sem rumo e sem destino
O meu príncipe encantado.
Mas tudo que arde e queima
É certo ser cinza um dia
Quando a velha venda cai
Desfazendo a utopia
No colo da realidade
Reaparece a verdade
Desmanchando a fantasia.
Mote: Marcos Medeiros
Xilogravura: José Lourenço.
Com letras desenho imagens
que traduzem meu viver.
Eu leio para escrever,
além de empreender viagens.
Do mundo vivo às visagens,
busco fazer descrição.
Com métrica e oração,
dou vazão, entro no clima.
Com a chave da boa rima
Destranco meu coração!
Marcos Medeiros
Da letra monto a palavra
Da palavra monto o verso
Componho nesse universo
Estrofes de minha lavra
Quem com versos se apalavra
Mostra sua distinção
Por isso preste atenção
Você que me subestima:
Com a chave da boa rima
Destranco meu coração!
Dalinha Catunda
Você diz que canta bem
Tem bico de passarinho
Cala qualquer cantador
Que cruzar o seu caminho
Amigo não leve a mal
Quem canta que nem pardal
Só cisca e caga no ninho.
Você só tem é zoada
Não passa dum fanfarrão
Só faz barulho e mais nada
Eu cheguei à conclusão
Não toca bem a viola
Na rima sempre se atola
Erra a metrificação.
A sua voz é fanhosa
Pois só sai pelo nariz
O povo não compreende
Aquilo que você diz
Porém só quer ser as pregas
Inda manga dos colegas
Com seu deboche infeliz.
Para cantar com você
Mesmo que seja sabido
Quem sabe esquece o que sabe
E logo fica perdido
O pensamento se enrola
Não sai nada da cachola
Só sendo doido varrido.
Hoje o nordestino pede
De volta o seu São João
Porém vejo que esqueceu
De cultivar tradição
Em busca de novas trilhas
Trocam as velhas quadrilhas
Por luxo e ostentação.
As quadrilhas são temáticas
Perderam a singeleza
Se apresentam com requinte
No cortejo tem princesa
Na verdade já descamba
Para uma escola de samba
Competindo com riqueza.
Numa vestimenta cara
O farto brilho conduz.
No cabelo penteado
Custoso adorno reluz.
Aquela festa brejeira
Onde brilhava a fogueira
Só a cinza se reduz.
Cadê o velho São João
Festejos de antigamente
O casamento matuto
Com jeito de nossa gente
A dança e a simpatia
Que no passado havia
Agora é tão diferente.
Não tem mais chapéu de palha
E nem camisa estampada
O homem não usa mais
Sua calça remendada
A canção de Gonzagão
Já não anima o São João
Vejo a coisa bem mudada.
Nas quadrilhas não tem mais
Nossa cabocla bonita
Com as pintinhas na cara
Com seu vestido de chita
Com seu cabelo trançado
Na trança de cada lado
O seu lacinho de fita.
Quem quer o São João de volta
Exercita a tradição
Preserva sua história
Antes da reclamação
Sua cultura propaga
Da memória não apaga
Costumes e tradição.
*
GREGÓRIO FILOMENO
Minha casa não tem muro
Nem cerca eletrificada
Tem de lado uma latada
E um pé de moleque duro
Mas eu me sinto seguro
De nada tenho pavor
E o meu galo cantador
Me acorda ao romper d'aurora
NINGUÉM ME BOTA PRA FORA
DO MEU TERREIRO DE AMOR.
*
DALINHA CATUNDA
Não tenho papel passado
Mas me casei mesmo assim
Amancebada sou, sim!
Tenho amor assegurado
E quem vive ao meu lado
Vive a vida com sabor
Até canta em meu louvor
Qu’é feliz não ignora
NINGUÉM ME BOTA PRA FORA
DO MEU TERREIRO DE AMOR.
*
Mote de Gregório Filomeno
XILO de Carlos Henrique
O mar parece sereno
O sol tinge o infinito
Feito Juvenal Galeno
Eu tento cantar bonito
Vou preparando terreno
Enquanto a paisagem fito.
*
Minha jangada de vela
Das trovas de Juvenal
Quanta saudade revela
Chego a sentir o terral
Até parece uma tela
Mas o cenário é real.
*
Versos de Dalinha Catunda
Foto de Cayman Moreira
"
"
Foto da colunista
Meu querido Santo Antônio,
Não perca oportunidade
De me arranjar um marido.
Estou falando a verdade!
Ou apelo a outro Santo,
Que me faça a caridade.
Há tempos que lhe recorro,
Sem ver qualquer resultado.
Pelo jeito o senhor anda
Desatento ou relaxado.
Ou tendo tantos pedidos,
Foi deixando o meu de lado.
Acho que o senhor é mesmo,
Um santinho do pau oco.
Eu peço, suplico, imploro
Só ainda não dei soco
Para atender meu pedido
E me tirar do sufoco.
Só que agora eu descobri,
Que o senhor tem concorrente.
Um santo casamenteiro,
Que é menos exigente,
Que se chama São Gonçalo,
E é muito eficiente.
Diz o povo que ele casa
Mulher de qualquer maneira:
A donzela, a desquitada,
Viúva e até mãe solteira,
As que já passaram da idade,
E quem é raparigueira.
Por isto, meu Santo Antônio,
O senhor preste atenção:
Me arrume um bom casamento,
Ou mudo de devoção.
Vou procurar São Gonçalo
Já cansei de embromação
Não há solteira que aguente,
Essa sua lentidão.
São Gonçalo desempenha,
Muito melhor a função,
E por não ser exigente
É veloz na solução.
Santo não faz diferença
Na hora do matrimônio.
Me arranjo com São Gonçalo,
Se vacilar Santo Antônio
Se eu ficar no caritó
Faço o maior pandemônio.
É junho, é fogo é fogueira,
Incendiando a nação
E na dança das quadrilhas
É hora de animação
Dilma e Temer formam par
A Chapa vai esquentar
Na dança da Cassação.
Quem entrou de braços dados
Assim tem é que sair
Sempre foram aliados
E não há como omitir
Nessa dança das cadeiras
Já chega de brincadeiras
Quem se queimou tem que ir.
Só faz do jeito que eu faço
Se for poeta também.
Mote: Silvano Lyra
Tenho sido refratário
Nessa olaria do verso
Suplanto todo reverso
Sem me sentir temerário
Resisto a todo cenário
Calor não me faz refém
Termicidade mantém
Meu nome nesse regaço
Só faz do jeito que eu faço
Se for poeta Também!
Silvano Lyra
Sou doida por cantoria
Desde os tempos de menina
Essa moda nordestina
É coisa que me arrepia
Faço versos todo dia
E não falo com desdém
Mas meu verso quando vem
O meu ego satisfaço
Só faz do jeito que eu faço
Se for poeta também.
Dalinha Catunda
Não sei fazer improviso
Sou poeta de bancada
Pra não ficar atolada
Não perturbar meu juízo
Faço o verso mais preciso
Eu não sei se faço bem
Só sei que vou mais além
Voando por esse espaço
Só faz do jeito que eu faço
Se for poeta também.
Vânia Freitas
Sempre me entrego a paixão
Nos braços do meu amor
Mostro todo meu fervor
Sei atiçar emoção
Meu verso vira canção
Na hora que me convém
É a trilha do vaivém
De quem sabe apertar laço
Só faz do jeito que eu faço
Se for poeta também.
Dalinha Catunda
Mote de Silvano Lira
Dalinha, firme, glosou
Vânia Freitas decolou
Como fibra de embira
Duas jóias de safira
Que a métrica segue bem
Só recebem nota cem
Que é preciso ter compasso:
Só faz do jeito que eu faço
Se for Poeta também!
Bastinha Job
Hoje trinta e um de maio
É o dia mundial
Sem tabaco instituído
Pois o tabaco faz mal
O povo disso é ciente
Mas no Brasil do presente
O fumo já é viral.
Diante da roubalheira
Que aflige essa nação
O país contaminado
Virou antro de ladrão
E nossa gente sem rumo
É quem mais entra no fumo
No palco da corrução.
Tudo isso se agravou
No estouro do mensalão
Pra ficar mais complicado
Explodiu o petrolão
Desbaratando os bandos
Políticos nos comandos
Degradando essa nação.
As brigas no senado
Mostram falta de respeito
Do político anarquista
Pelo nosso povo eleito
Incendiando a nação
Insuflando a multidão
E querendo ter direito.
É o lixo e o monturo
É o sujo e o mal lavado
Um acusando o outro
Cada qual mais descarado
Só espero que a justiça
Bote em cana essa carniça
Que empesteou a nação.
Eu acho muito engraçado
Bem irônico esse papel
Vejo gente no cordel
Sem entender do riscado
Mandando ficar calado
Quem expõe seu pensamento
Falando deste momento
Que assola toda nação
Tolher não é solução
É só falta de argumento.
Quem de paraquedas cai
Numa instituição
Ser a dona da razão
É coisa que não atrai
Quem direito subtrai
Negando a democracia
Somente atrai rebeldia
Nesse grupo entro não
Essa é minha opinião
Muito obrigado e bom dia
Foto da colunista
1
A musa peço licença,
A Deus pai inspiração,
Recorro também a nossa
Senhora da Conceição,
Para passar com meu verso
Adentrar nesse universo
Onde reinou Gonzagão.
2
Luiz Gonzaga nasceu
Dia de Santa Luzia.
Lá no céu uma estrela
Brilhou quando o rei nascia.
Ele viveu seu reinado
Como ser iluminado
Mensageiro da alegria.
3
Foi o velho Januário
Que seu nome escolheu.
Em homenagem a Santa
Esse nome recebeu.
O filho de Ana Batista
Brilhou muito como artista,
E chegou ao apogeu.
4
Pela sua trajetória
Luiz hoje é lendário.
A história do forró
Escreveu em seu fadário.
Amava seu pé-de-serra,
E a sua querida terra,
Chamava de relicário.
5
Com triângulo e Zabumba,
Sua voz virou rotina.
Viajou pelo Brasil,
Com a sua concertina.
Propagou xote e xaxado,
Andando pra todo lado,
Com a verve nordestina.
6
Um belo gibão de couro,
E chapéu especial,
Assim compunha Gonzaga,
Com arte seu visual.
A moda que ele ditou
Bastante gente imitou
Querendo ficar igual.
7
Luiz Gonzaga partiu
Sem sair do pensamento,
Deste povo nordestino
Que lembra a todo momento,
Do entusiasmo do rei
Que cantou pra sua grei
Trazendo contentamento.
8
Sei que já faz um bom tempo
Que velho Lua morreu.
Da vida dos nordestinos
Nunca desapareceu.
Porque em cada canção
Cantava com emoção
O mundo em que viveu.
9
Nosso Rei do Baião vive
Na boca da sua gente.
Pois tudo que ele gravou
É cantado no presente.
Sendo a voz do retirante,
Dos que estavam distante,
Virou canto do ausente!
10
Tudo que Luiz cantava
O povo fazia refrão.
A sua voz envolvente
Enternecia o povão,
Que traz o rei na memória
Jamais esquece a história
Do inventor do baião.
11
Luiz Gonzaga cantou,
Os costumes do sertão,
Cantou beatas e santos,
Padre Cícero Romão,
Cantou povo, cantou fé,
O Santo de Canindé,
Em quem tinha devoção.
12
Lágrimas vinham aos olhos
Da nossa gente sofrida
Quando seu Luiz cantava
A canção Triste Partida.
Os versos de Patativa
Era lamentação viva
Da seca mais descabida.
13
Cantou para o santo papa,
Não esqueceu Lampião,
As lendas de cangaceiros,
Que corriam no sertão.
Cantou a mulher rendeira,
E Sá Marica parteira,
Costumes e tradição.
14
E cantou como ninguém!
A cabocla nordestina,
Comadre Sebastiana,
A cheirosa Karolina,
Cantou a sua Rosinha,
E Xandu, a Xanduzinha!
E os sete de Setembrina.
15
Cantou do vate Catulo,
Que traz no nome Paixão.
Digo a todos com certeza!
Encantou nossa nação,
Com a mais bela cantiga,
Que amor a terra instiga,
Que foi Luar do Sertão.
16
Lua mostrou ao Brasil,
Nossa nação nordestina.
Falou da chuva e da seca,
Comentando nossa sina.
Cantou tristeza e alegria,
Dum povo que contagia,
E a ter fé em Deus ensina.
17
Cantou a fauna e a flora,
As chuvas e a sequidão,
E mostrou ao mundo inteiro
Grande amor pelo seu chão.
Asa branca arrebatou,
E todo mundo cantou,
Essa bonita canção.
18
Nos programas matinais,
Nas rádios do interior,
Luiz inda faz sucesso
Na boca do locutor,
E canta dia após dia,
O canto que contagia
Com seu agreste esplendor.
19
E na festa da colheita,
Nas fogueiras de São João,
A música mais tocada,
Inda é de Gonzagão.
O povo dança quadrilha,
Muitos adotam na trilha,
Os passos da tradição.
20
Se dizem que quem foi rei
Nunca perde a majestade,
Luiz Gonzaga confirma,
Essa mais pura verdade.
O nosso cabra da peste
Será sempre o rei agreste
Um rei que deixou saudade.
21
O querido rei caboclo,
O nosso rei do baião,
Viverá eternamente
Em nossa recordação.
E será eternizado,
Pois sempre será lembrado
Mesmo em outra dimensão.
22
Tema de escola de samba
Ele foi no carnaval.
Tem museu com o seu nome
Em sua terra natal.
Foi o criador primeiro,
Da tal missa do vaqueiro
Que hoje é tradicional.
23
Luiz sem dúvidas foi,
O clamor do nordestino.
A real trilha sonora,
Cantando cada destino.
Foi a voz do retirante,
O grande representante,
De quem virou peregrino.
24
Quando o fole da sanfona
Gemer em qualquer lugar,
E um forró pé-de-serra
O sanfoneiro tocar,
Relembrarei Gonzagão,
O nosso rei do Baião,
Majestade Singular!
Enquanto pegava fogo
Esse nosso cabaré
Terra de muito Batista
E de pouca Salomé
Eu estava no sertão
Comendo milho e baião
E tirando ata do pé.
Não vi a tal da suruba
Na delação da propina
Eu curtia a invernada
Como boa nordestina
O Brasil com sua cruz
E eu comendo cuscuz
Sem chorar a minha sina.
Era cantiga de grilo
Era sapo a coaxar
De dia tapa em mutuca
De noite vou lhe contar
Era tapa em muriçoca
No alpendre só fofoca
E café para tomar.
Porém agora voltei
Para a civilização
Morada da putaria
Reino da esculhambação
Aonde é cega a justiça
E tudo cheira a carniça
Brasil em putrefação.
MORTE DO DIA
*
GREGÓRIO FILOMENO
Por estrada ou avenida
Seguindo seu próprio mapa
Cada dia é uma etapa
Que a gente cumpre na vida
Mas cada légua é vencida
Numa escala decrescente
Onde cada expediente
Desfigura uma utopia
TODA VEZ QUE MORRE UM DIA
MORRE UM PEDAÇO DA GENTE.
*
DALINHA CATUNDA
Eu vivo cada minuto
Da vida que Deus me deu.
Meu fado quem faz sou eu,
Do meu jeitinho astuto.
Não levo rastro de luto
Nas passadas do presente,
Pois mesmo sendo temente
Não me apego a profecia:
TODA VEZ QUE MORRE UM DIA
MORRE UM PEDAÇO DA GENTE.
"
Não poderia prestar
Quem com Dilma se aliou,
Pois em merda se atolou
E não é de admirar
Só faltava incorporar
Elementos da facção
Mas com tanta delação
E vendo as mais recentes
Já temos dois presidentes
Candidatos à prisão.
NUNCA VI COISA MAIS LINDA!
*
LINDICÁSSIA NASCIMENTO
Nunca vi coisa mais linda
Que uma noite de luar
Duas almas, dois amores
Dois corpos presos no ar
A nudez do pensamento
Unindo um só sentimento
E a lua a enamorar.
*
DALINHA CATUNDA
Nunca vi coisa mais linda
Em noite de lua cheia
Um casal de namorados
Deitando depois da ceia
Se balançando na rede
Tacando o pé na parede
Enquanto a lua clareia.
"
O tempo ficou bonito
Entretanto não choveu
Torres bordavam o céu
Mas veio o vento e varreu
A chuva foi só sereno
Pra molhar o meu terreno
Com prece pouca não deu.
Você pegou a viola
E cantou para chover
Um coração ressequido
É duro de amolecer
Promessa nem simpatia
Trará de volta a magia
Que parou de escorrer.
MÃE, SER ESPECIAL
Imaginem como sofre
Aquela mãe passarinho
Que incentiva seu filho
A largar o próprio ninho
Ajudando a criar asas
Para seguir seu caminho.
Na hora que o filho voa,
Pra alívio do coração,
Apossa-se de um rosário,
Vai debulhando oração
Pedindo em cada conta
Que Deus lhe dê proteção.
A mãe é igual a fera
Que acode o filho querido.
É bem capaz de matar
Pro filho não ser ferido.
E vive lambendo a cria
Que se sente protegido
Dar limite é obrigação,
De toda mãe consciente.
Porém nem sempre é assim,
Que o filho podado sente.
Mas pecar pelo excesso,
É coisa de mãe presente
Não é sempre que se acerta
A receita ou a mão
Para aplicar com destreza
A eficaz correção,
E se temos que pecar,
Não seja por omissão.
Existem mães que não têm,
Dos filhos a compreensão.
Ao vê-los bem sucedidos.
Sossegam o coração,
Pois sabem que com certeza
Cumpriram sua missão.
Mãe, mulher especial.
Essa é minha tradução.
Muitas vezes é severa,
Noutras é só coração,
Muitas vezes aclamadas
Noutras renegadas são.
"
*
Era tempo de alegria
Nos trilhos do meu sertão
O trem que ia e voltava
Carregava em seu vagão
Fantasia aventureira
A ilusão passageira
Marcando cada estação.
*
Alegria na chegada
O choro da despedida
Entre abraços e promessas
Velhos dramas da partida
No lenço a dor da saudade
Fruto da felicidade
Que o coração deu guarida.
*
O tempo se vai ligeiro
Mas o trem fica parado
A lembrança no presente
Faz o seu sacolejado
E nesse seu movimento
Transporta meu pensamento
Aos bons tempos do passado.
*
Fotos e Versos de Dalinha Catunda
Jamais chore a minha sorte
Se você não me poupou
Se a mim não foi fiel
Se com outra me enganou
Se no decorrer da vida
Deixou minha alma ferida
O que me martirizou.
Não exija um respeito
Que nunca teve por mim
A vida tem vídeo-taipe
Modernidade é assim
Reveja nosso passado
Pois ele não está lacrado
Nele ninguém dará fim.
Não bata no peito e diga
Que chegou a me amar
Não soube me proteger
Não soube me resguardar
Eu cumpri o meu papel
Porém você foi cruel
Não defendeu nosso lar.
Não seja tão teatral
Nem chore no meu caixão
Eu já conheço de cor
O ator e a atuação
Já vivi tão desolada
Deixe- me ir sossegada
Tenha por mim compaixão.
QUEM SUSPIRAVA POR MIM
ASGORA RONCA AO MEU LADO
*
GREGÓRIO FILOMENO
Tem alegria e crueza
A vida que a gente passa
A juventude tem graça
A velhice tem tristeza
Quem teve tanta beleza
Ver-se agora em mau estado
Quem foi rosa no passado
Hoje é talo de capim
QUEM SUSPIRAVA POR MIM
AGORA RONCA AO MEU LADO.
*
DALINHA CATUNDA
Pois a vida é deste jeito
E não tem como negar
Quem viveu pra me amar
Continua no meu leito
Mesmo sendo bom sujeito
Ele tem me atazanado
Toda noite tem peidado
Enfestando o camarim
QUEM SUSPIRAVA POR MIM
AGORA RONCA AO MEU LADO.
*
Foto de Dalinha Catunda
Amigos, apenas uma brincadeirinha de poetas. Não sabemos o autor do mote. Se alguém souber colocaremos a autoria.
PEGA NO SERTÃO
*
É vaqueiro é boiada
É caatinga é barbatão
É o suor escorrendo
É boi preso no mourão
É espinho de jurema
É o gemido da ema
É a saga do sertão.
*
O vaqueiro entra na mata
Campeando sai ferido
Mete a espora ganha o boi
E num aceno atrevido
Seguindo seu coração
Cavalga com emoção
Rumo ao amor proibido.
*
E depois do boi no chão
Depois da queda bendita
O vaqueiro apaixonado
Olha pra moça bonita
Apos tirar o chapéu
Pra ela entrega o troféu
Que alegre nem acredita.
*
Nas contendas do agreste
Nas pelejas do sertão
O vaqueiro aguerrido
Tem no laço precisão
Mulher só laça na manha
O boi derruba na sanha
E se sagra campeão.
*
Foto e versos Dalinha Catunda
JESUS E A ESTRELA BORRADA
*
O povo tem na memória
Vida e morte de Jesus
Morreu pregado na cruz
Assim diz a sua história
Foi para o reino da glória
Depois da condenação
E naquela ocasião
Jesus foi acompanhado
Um ladrão de cada lado
E não com uma facção
*
Quem tem popularidade
E compara-se a Cristo
Achando que é bem quisto
Sem medir a realidade
Cai é na comicidade
E de vez se destrambelha
Mancha a estrela vermelha
Que perdeu o seu fulgor
Sem altar e sem andor
Luta por uma centelha.
*
Julga-se tão popular
Tal Jesus de Nazaré
E pra se manter de pé
Chega até a ironizar
Abre o berreiro a chorar
Para causar comoção
Mas teme ir pra prisão
Onde estão seus parceiros
Chamados de companheiros
Ligados a corrupção.
*
Vertsos de Dalinha Catunda
Escorre com seu lamento
O Chico tão disputado.
Que teve em seu traçado:
Falsificado orçamento,
O superfaturamento,
Fraude na indenização,
Que saiba a população
Lembrar não é proibido:
É pai em todo sentido
O pai da transposição.
"
Foto da colunista
Um resto de sol se esconde
Na tarde que já findou.
A brisa ronda meu corpo
Seu bafejo me inspirou.
Morre o dia e vem a noite
Neste outono que chegou.
A zanga do sol se abranda
E a vida muda de cor.
Sou árvore perdendo folhas
Mas sinto novo sabor.
Pra cada folha caída,
Nova folha irei repor.
Outono hora de mudança,
Tempo de transformação.
Momento de se aprender
A cantar nova canção.
Onde os acordes emanem
Do fundo do coração.
VOU LOGO AVISAR:
Prefiro comer Preá
Galinha,Camaleão,
Tripa de Bode,Jabá
Ou um bife do Oião
Rolinha,Curimatã
Carne de Teiú e Rã
Passarinha,Camarão,
Ou espetinho de Gato.
Só não ponha no meu prato
Mistura com papelão.
Rainilton de Sivoca
* * *
EU VOU AVISAR TAMBÉM:
Depois dessa confusão
Só sirvo bicho de asa
Carne aqui em minha casa,
Não deixo entrar mais não
Vou mudar a refeição
Novos tempos novo rito
Já pelei o periquito
A rola já ta na mão
No fogo e na pressão
Faço um rango sem atrito.
Dalinha Catunda
Seu José chegou em casa
Doidinho para almoçar
A mulher mais que depressa
Acabou de preparar
E quando botou na mesa
Ela teve uma surpresa
Ele não quis degustar.
Mulher eu vou lhe dizer
E preste muita atenção
Carne eu não como mais
Pode ir fazer um baião
Carne anda adulterada
Não como carne estragada
Inda mais com papelão.
A mulher aborrecida
Logo quis ficar zangada
Ele levantou a voz
E ela ficou calada
Uma coisa vou dizer
Carne aqui eu vou comer
Só se for carne mijada.
Valei-me meu São Francisco
Das Chagas de Canindé
Sou uma mulher devota
É bem grande a minha fé
Proteja nossa nação
Pois sem sua proteção
Vai virar um cabaré.
A meu “Padim Pade Ciço”
Eu peço discernimento
Pra falar duma suruba
A notícia do momento
Mesmo sem ser convidado
O povo foi enrabado
Na onda do movimento.
Tudo isso aconteceu
Na terra de Santa Cruz
E a orgia foi maior
Do que eu mesma supus
O poder mancomunado
Com o país dominado
Fumo no povo introduz.
Tudo virou sacanagem
Tudo virou putaria
A propina que rolava
Aos poucos se descobria
Com a tal da delação
Já surgiu tanto ladrão
Que a lista me arrepia.
No cabaré da Banânia
Na suruba nacional
Quando a coisa ficou feia
Já surgiu a federal
Quem escondido comia
E entrou na anarquia
Essa lista foi fatal.
O jogo da sacanagem
Agora tá empatado
Não adianta se alterar
Entre o sujo e o mal lavado
E entre cada facção
Navega nossa nação
Com rato pra todo lado.
SAUDADE TEIMOSA
Peguei a minha saudade
Enfiei numa caixinha
Sabendo de onde vinha
Quis enterrar de verdade
Mas ela muito a vontade
Não saiu do coração
Dele fez sua pensão
E se instalou por inteira
Hoje trago essa posseira
Viva na recordação.
*
Décima e foto de Dalinha Catunda
Quem botou Temer pra dentro
Não pode botar pra fora.
Mote de Gregório Filomeno
* * *
Desde o velho MDB.
Em bons políticos votei
Em Collor, Temer, Sarney
Quem votou foi o PT.
Não sei agora porque
Surgiu esse arranca e tora
Nesse fuzuê de agora
Nem de brincadeira eu entro
Quem botou Temer pra dentro
Não pode botar pra fora.
Gregório Filomeno
Foi com Temer abraçada
Que Dilma subiu a rampa.
Feito panela com tampa
A dupla andava encangada.
PT na mesma jogada,
Essa união Comemora,
Agora a facção chora…
E no mote eu me concentro:
Quem botou Temer pra dentro
Não pode botar pra fora.
Dalinha Catunda
"
Em internet e jornais
Revista e televisão,
Eu vejo e sinto revolta
Com tanta judiação
Mulheres perdendo a vida
Que coisa mais descabida
E não vejo solução
A Mulher é mãe é filha,
Esposa e amante também,
Mas não nasceu para ser
Afrontada por ninguém.
Por isto preste atenção
Tenha consideração
Pois pode lhe fazer bem.
Cada vez que vejo o sangue
De mulher tingir o chão
Sinto um aperto no peito
Dói demais meu coração.
Mulheres assassinadas,
Covardemente estupradas
Que sórdida situação.
Mulher não seja defunta,
Cadáver não seja não.
Prefira ser a viúva.
Você tem esta opção.
Sendo sua causa justa
Se ficar presa não custa
Logo sairá da prisão.
Se o homem é violento
Pede violência também.
Mulher que é maltratada
Pode e deve ir além.
Basta só envenenar
O almoço ou o jantar
Que o bruto vai pro além.
Uma coisa vou dizer,
E nisso sou veemente,
Em mim o homem não bate
Nem em meu atrevimento.
E se resolver tentar
Vai dormir sem acordar
Este é meu pensamento.
Mulher nunca se rebaixe
Não permita a agressão.
Uma briga com palavras,
Evolui pro palavrão,
Você tem capacidade
De evitar a atrocidade
De acabar num caixão.
Não denuncie o marido
Se a queixa vai retirar.
Ele afirmará mil vezes
Que agora irá mudar.
Quem ama nunca tortura
Nunca caia em falsa jura
Não se deixe dominar.
Mulher não é mais escrava
E cativa de um senhor.
Os tempos hoje são outros
Por isso faça o favor!
Mulher pode se manter
E não se submeter
A morte, castigo e dor.
A violência domestica,
É bem ruim com certeza.
É dormir com inimigo
É viver sempre indefesa.
A mulher tem que acordar
Com muita garra lutar
Em prol da sua defesa.
* * *
OU RESPEITA OU SE LASCA – VERSOS DE MULHERES CORDELISTAS
Eu nasci em Ipueiras
Sou mulher de muita fé
Cabra pra viver comigo
E provar do meu café
Tem é que me respeitar
Eu não sou de apanhar
Mas sou de dar pontapé.
Dalinha Catunda
Dalinha Catunda.
Eu nasci no Assaré
Amaro é meu lugar
Se algum macho se atreve
Me bater, me maltratar
Ele vai se arrepender
Não deixo ele morrer
Sem primeiro lhe capar!
Bastinha Job
Também boto pra lascar
E faço o maior rebu
Depois de capar o cabra
Corto também o peru
Os ovos eu jogo pro gato
O pinto eu jogo no mato
Pra alimentar urubu.
Dalinha Catunda
“Bastinha e Dalinha são
Mulheres de fino trato
na setilha mandam ver
defendendo nosso ato
o que capam eu cozinho
pra comer devagarinho
como preferido prato!”
Josy Maria
O homem só é valente
Com mulher que é medrosa
Mas pode ficar ciente
Tem mulher astuciosa
E quando ela se cansa
Planeja bem a vingança
Pois sabe ser ardilosa.
Dalinha Catunda
A mulher que teme homem
deverá fortalecer
sua própria autoestima
apropriar seu poder
e apoiar-se na amizade
das que tem agilidade
pra saber se defender.
Josy Maria
Uma coisa vou dizer
Preste bastante atenção
Os tempos hoje são outros
Nada de submissão
A mulher só quer respeito
E ter o mesmo direito
Pois chega de sujeição.
Dalinha Catunda
*
Mais um golpe no PT
Ó Meu Deus que triste sina,
E desta vez foi o povo,
Que reação assassina!
Não matou o tal partido
Que sem dó foi combatido
Mas sem o povo declina.
*
Versos Dalinha Catunda
Charge SPONHOLZ – JBF
Luiz Berto achou por bem
Aqui no Besta Fubana
Fazer uma homenagem
A uma dupla bacana.
Tudo ia muito bem,
Mas apareceu alguém
Com uma idéia sacana.
Berto então foi convidado
Por Adônis Oliveira
Para formar uma dupla
E dessas da bagaceira,
Num acesso de loucura,
Pois não é que a criatura,
Aceitou a brincadeira!
Eu não sei se Adônis canta,
Se Berto sabe cantar,
Porém sei que Berto toca,
Mas não devia tocar,
Pois toca sem etiqueta
Faz mugango e faz careta
Na hora de dedilhar
O nome da grande dupla
Pra vocês agora trago
Os dois já decidiram,
Será: Fudido e Mal-Pago
O sucesso é garantido
E se me for permitido
Eu compartilho e propago.
O colunista Adônis e o Editor Berto: a dupla Fudido e Mal-Pago
"
Dilma baixou energia
Pra ganhar a eleição
E por um momento o povo
Confiou na redução
Uma divida milionária
Vai pagar a classe otária
Mais um golpe na nação.
QUEM A INVEJA É PROPENSA
SÓ RESTA MESMO É ROER
*
Não queira me desdourar
Pois isso não fica bem
Qualquer um pode ir além
Basta se capacitar
E com paixão se jogar
Em tudo que for fazer
O que se faz com prazer
É labor que recompensa
QUEM A INVEJA É PROPENSA
SÓ RESTA MESMO É ROER.
*
Mote,Glosa e foto de Dalinha Catunda.
"
"
– O Brasil vai sair dessa!?
– Só mesmo vendo pra crer
– E se isso não ocorrer
– O povo é quem sofre à beça
– E a crise que atravessa!?
– Vem de longe meu irmão;
– De quem é a culpa, então?
– Do político safado.
Isso é quadrão perguntado
Isso é responder quadrão!
Bastinha Job
– O Brasil vai tomar jeito?
– Nisso não posso apostar.
– Se o povo se revoltar?
– Ele está em seu direito.
– E quem rouba é perfeito?
– É safado e é ladrão.
– Já tem gente na prisão?
– Tem, mas falta um bocado.
Isso é quadrão perguntado
Isso é responder quadrão!
Dalinha Catunda
O Brasil tá infestado
Afundaram nossa terra
Quando chega um ladrão
Outro vem diz te arreda
A classe politiqueira
Vive só de roubalheira
Não vale o que a gata enterra.
Esse presidente faz,
O que fez, a que saiu,
Tentaram dar posse ao Lula
Isso todo mundo viu
Temer tentou copiar
E se dessa vez colar
A escola então serviu.
O povo pode fazer
A sua revolução
Não cair em esparrela
Na hora da eleição
Tentando não se vender
E também não eleger
O político ladrão.
Eu sei que é bem difícil
O político honrado
Se retirar os ladrões
Vai ter comitê fechado
Dizer isso eu detesto
Mais político honesto
Eu só vejo desenhado.
Foto da colunista
Quando branqueja o nascente
Deixando o morro encoberto
É chuva que vem por perto
Para alegrar nossa gente
O trovão impertinente
Abre a boca em escarcéu
E das nuvens rasga o véu
Agoniando o corisco
Que lampeja que faz risco
Pra chuva cair do céu.
PEITUDAS E PREVENÇÃO!
*
Você que é mulher peituda,
Tome sua decisão
O câncer de mama mata
Faça sempre a prevenção
Pra não ser surpreendida
E pôr em risco sua vida
Se valha da precaução.
*
Se já passou dos cinquenta
O exame é obrigatório
Corra e faça sem medo
Escape do purgatório
Não pense em ataúde
Cuide de sua saúde
Só isso é obrigatório.
*
Se na família tem casos
De câncer reincidente
Esse é mais um motivo
Pra você seguir em frente
Ultrassom, mamografia
Mudam sua biografia
Disso fique bem ciente.
*
O autoexame auxilia
Ajudando a detectar
Nódulos que porventura
A mulher possa portar
Por isso tome coragem
Siga o que diz a mensagem
Prevenir é se cuidar!
*
Fotos e versos de Dalinha Catunda
Eu nasci no Ceará
No meu agreste sertão
Esse negócio de bullying
Por lá não deu certo não
Se alguém bulisse comigo
Corria sério perigo
Pois eu já sentava a mão.
Quando de casa eu saía,
Mamãe avisava bem:
Se apanhares na rua,
Apanha em casa também!
Os conselhos que mãe dava
Geralmente eu escutava
Não apanhei de ninguém.
O diabo destes meninos
São fracos e são mimados
E vão para o psicólogo
Quando eles são insultados
Não sabem se defender
E a altura responder
Ficando traumatizados.
No meu tempo de menina
Comigo ninguém bulia
E se teimasse em bulir
A porrada eu metia
Ninguém mangava da gente
Mas hoje é diferente
Buscam logo é terapia.
"
SÓ NA GEMEDEIRA
*
A Dalinha é bem gigante
Na bela arte do cordel,
Alguns escrevem amargo
Mas ela escreve com mel,
É verdadeira rainha
Ai ..ai ..ui..ui.
Uma grande menestrel...
FRANCISCO ALMEIDA
*
Seu Dr. Sou atrevida,
Na hora de versejar
O mel que ponho nos versos
Não é só para adoçar
É para atrair incauto
Ai.. ai.. ui.. ui
E sem pena ferroar.
DALINHA CATUNDA
*
Conheço-os, bem de perto,
uma rainha e um zangão...
Vem deles o doce mel
que alimenta esse povão.
São abelhas do repente
Ai... ai... ui... ui...
advindas do sertão.
DAVID FERREIRA ...
*
E chegou mais um poeta
Querendo adoçar o bico
Trazendo versos bem feitos
Que respondo e não replico
É mais um nessa colmeia
Ai... ai... ui... ui...
Para aumentar o fuxico.
DALINHA CATUNDA
*
Gemedeira é um estilo
Que mexe com muita gente,
Alguém geme de paixão
E outro por estar doente,
E quem disser que não geme,
Aí.. aí... ui...ui...
É quem geme mais ardente.
FRANCISCO ALMEIDA
*
Nesse estilo meu amigo
Não se geme diferente
E se for de pé quebrado
Quem conhece não consente
E na estrofe tem que ter
Ai... ai... ui...ui...
Ou não aceita o repente.
DALINHA CATUNDA
*
Um gemido é coisa séria,
gemer não é brincadeira!
Geme-se de muitos jeitos,
mas, há a melhor maneira...
Quem não geme de paixão,
ai..., ai..., ui..., ui...
não sabe o qu'é gemedeira.
DAVI FERREIRA
*
É suspiro, é enleio,
O gemido da paixão,
Que brota dentro do peito,
E escapa do coração,
Acaba num sussurrado
ai..., ai..., ui..., ui...
Mas não é lamentação.
DALINHA CATUNDA
*
De verdade, é saborosa
Quem entra na gemedeira
Funga que nem dançarino
Na dança da gafieira
Hoje debuto meu fungo
Ai...,ai....,ui....., ui...
Nessa minha vez primeira!
BASTINHA JOB
*
Quando a tal da gemedeira
Chega e bate no cangote
Arrepia o corpo inteiro
Dançando juntinho um xote
Um geme e outro responde
Ai...,ai....,ui....., ui...
E acaba virando mote.
DALINHA CATUNDA
*
Dependendo do fungado,
tudo pode acontecer,
se fungar em cima, em baixo,
e ouvir a "nêga" gemer...
Aguarde que a coisa flui,
ai... ai... ui... ui...
um "pansudin" vai nascer!...
DAVID FERREIRA
*
A melhor coisa do mundo
É gemer sem sentir dor,
Sem dúvida, é reflexo
De um desenfreado amor,
E quem diz que não gemeu,
Aí...aí...ui... ui...
É o maior gemedor.
FRANCISCO ALMEIDA
*
Comecei com a gemedeira
Com uns versinhos por aqui
Veio Bastinha do Crato
E temperou com pequi
Chegou David e Almeida
Aí...aí...ui... ui...
Fez sucesso o Piauí.
DALINHA CATUNDA
*
Xilo de Carlos Henrique
SÓ JUSTIÇA
*
Hoje o caos se manifesta
Assombra nossa nação.
O povo fica à deriva
Com tanta corrupção,
Que a mídia descortina,
Que o país contamina,
Em sua propagação.
*
Que a espada justiceira
Seja firme no combate,
Que a balança aferida
Nos compense nesse embate,
Devolvendo a esperança
Restaurando a confiança
Cassando o que nos abate.
*
Que a venda da justiça
Não represente a cegueira,
Que o olhar imparcial
Transponha qualquer barreira,
Para buscar a verdade
Com total sobriedade
Honrando nossa bandeira.
*
Versos de Dalinha Catunda
"
Você pensou que eu fosse
Murchar sem seu regador
Nem viu meu desabrochar
Perdeu o meu resplendor
Ao trocar de jardineiro
Meu viço voltou ligeiro
Avivando minha cor.
*
Cuidada por nova mão
Nela o toque mais ameno
Preparou com jeito o chão
Soube cuidar do terreno
Com seu jeitinho matreiro
Gosta de sentir meu cheiro
Quando exalo ao sereno.
*
Os ventos que me embalam
Despertam nova quimera
Os sonhos que recomeçam
Quando abrolha a primavera
Soberana em meu jardim
Vejo beijar meu carmim
Quem com paixão me venera.
*
Versos e foto de Dalinha Catunda
*
ÉSIO RAFAEL
Procurei no bar não vi
Percorri todas as feiras
No Convento não estava
Já que é lugar de freiras
No vagão de trem não tinha
Fomos encontrar Dalinha
Rezando em Ipueiras.
*
DALINHA CATUNDA
Pegou o roteiro errado
Na sua investigação
Pois eu nunca fui mulher
De andar com terço na mão
Nunca fui de Ladainha
E quem conhece Dalinha
Sabe a sua devoção.
*
Xilo de Carlos Henrique.
"
Dalinha Catunda e Hélio Crisanto
* * *
Sei que meu verso lhe enfada
Porque sou desaforada
Azeitona em minha empada
Você não quer botar não
Vai querer fazer bonito
Vai tentar ganhar no grito
Mas meu nariz arrebito
Nos oito pés a quadrão.
Dalinha Catunda
Eu não vou fugir da raia
Não levo pisa de saia
Esse versinho “pacaia”
Não tá valendo um tostão
Tenha calma, baixe a crista
Essa tá na minha lista
Que será minha a conquista
Nos oito pés a quadrão
Hélio Crisanto
E nunca temi cueca
Cabeludo ou careca
Seu verso chamo merreca
Não temo seu esporão
Eu não vou fazer segredo
Você não me mete medo
Eu derrubo seu enredo
Nos oito pés a quadrão.
Dalinha Catunda
Quando sou desafiado
Não me sinto encabulado
Fico desplanaviado
Seguro raio e trovão
Já conheço a sua manha
Não mexa na minha sanha
Hoje aqui você apanha
Nos oito pés a quadrão
Hélio Crisanto
Quando sou desafiada
Eu fico de pá virada
Versejo feito safada
Sem temer opinião
Minha sede é tamanha
Com palavra e artimanha
Vejo que você se assanha
Nos oito pés a quadrão.
Dalinha Catunda
*
Pra viver nova aventura
Ele tomou novo rumo
Eu disse pode partir
Sem você eu me acostumo
Assinei sua alforria
Contudo eu já sabia
Que ele ia levar fumo.
*
Fracassado pede arrego
Inflando assim o meu ego
Com ar de quem sabe tudo
Com prepotência eu nego
No fundo eu sei que dói
Mas digo: Perdeu, playboy!
E meu rumo também pego.
*
Versos de Dalinha Catunda
Xilo de Erivaldo
*
Minha terra tem ladrões
E não tem como negar
Desmerecendo a justiça
Para poder se safar.
*
Nossas celas brasileiras
Abrigam podres senhores
Pras grades de Curitiba
Muitos vão vejo os rumores
*
Que o povo não acoite
Quem a nação quer lesar.
Pra acabar com ladroeiras
Vamos nos mobilizar.
*
Minha terra tem roedores
Difíceis de controlar
Mas Moro com seu açoite
Vem tentando enfrentar
Armando as ratoeiras
Enjaulando o que pegar.
*
Não permita Deus que Moro
Eles consigam calar
Que a luta dos promotores
A corja não possa parar
Que a justiça brasileira
Possa em tempo nos salvar.
*
Dalinha Catunda
Quando a noite se deu conta
Eu cheguei com minha luz
Brilhei mais do que supus
Sem querer fazer afronta
Flamejei que fiquei tonta
Pra mostrar meu esplendor
Cantavam em meu louvor
Os menestréis, os amantes,
E os poetas instigantes,
Mas devorou-me o albor.
DALINHA CATUNDA
Eu vou montar no seu mote
Em cima dele glosar,
Rimar e metrificar,
Sem descompassar meu trote.
Vou lhe pegar no pinote,
Com o meu atrevimento,
E dizer nesse momento:
Sou lenha e você cavaco!
VEJO MUITO PUXA SACO
DE QUEM TEM POUCO TALENTO.
*
BASTINHA JOB
Glosar um mote assim
Com clareza, com cadência
Dalinha, com consciência,
Fez começo, meio e fim:
Num País tupiniquim
Lyra com discernimento,
Do mote fez instrumento
Toca direto no fraco:
VEJO MUITO PUXA SACO
DE QUEM TEM POUCO TALENTO!
*
VEJO MUITO PUXA SACO
DE QUEM TEM POUCO TALENTO.
Mote de Silvano Lyra
Glosas de Dalinha Catunda e Bastinha Job
Eu não gostei da medida
Brochei com seu pé quebrado
Mote da colunista
* * *
Chamou-me para glosar
Eu gostei muito do assunto
Fui logo chegando junto
Sem medo de me estrepar
Eu disse pode mandar
Que já estou do seu lado
Mas ele mal preparado
Escorregou na saída
Eu não gostei da medida
Brochei com seu pé quebrado
Dalinha Catunda
* * *
Quando o poeta não preza
Por um trabalho bem feito
Faz rima de qualquer jeito
Seu verso não embeleza
Bom cordelista enfeza
E lhe diz muito zangado
Poeta, tome cuidado
A regra não foi seguida
Eu não gostei da medida
Brochei com seu pé quebrado
Creusa Meira
"
NESSE PAÍS DA MUTRETA
DO POLÍTICO LADRÃO.
*
No Brasil vejo instalado
O império da anarquia
Sem direção e sem guia
Esse é o nosso estado
Infringe a lei o senado
Supremo entra em ação
Na desgastada nação
Vejo a coisa ficar preta
NESSE PAÍS DA MUTRETA
DO POLÍTICO LADRÃO.
*
Mote e glosa de Dalinha Catunda.
A história do sertão
Este vasto universo,
Foi bem cantada em verso,
Por nosso Rei do Baião.
O famoso Gonzagão,
Que com sua concertina
Esmiuçou nossa sina,
Para poder ir além,
E cantou como ninguém
Nossa saga nordestina.
Bonnie e Clyde virou moda
Na gritante roubalheira
O político ladrão
Rouba com sua companheira
Quem diria que a mulher
Fosse cúmplice qualquer
Na corrução brasileira.
Enquanto nosso Brasil
Sofre com a recessão
Políticos desta terra
Viviam de ostentação
Acharcando esse país
Se divertindo em Paris
Desonrando esta nação.
Na política e na mídia
A Mulher ganhou espaço
Aderindo as falcatruas
Ao esposo deu o braço
Cheia de autoridade
Assume a cumplicidade
Vaidosa sem embaraço.
Eu prometo estar contigo
Na alegria e na tristeza
Na saúde e na doença
Na pobreza e na riqueza
Na hora da bandalheira
Garanto ser a primeira
Cúmplice na Safadeza
Das farras com nossa grana
Valei-me meu bom Jesus
Viagens, sapatos, bolsas,
Acabam virando cruz
Bem maior que se supunha
Prefiro comer pupunha
E escapar com cuscuz.
O Brasil é saqueado
Desde o tempo de Cabral
Nosso ouro, nossas pedras,
Levaram pra Portugal
E quem só pensou em grana
De maneira leviana
Acabou por se dar mal.
A florzinha dedicada
Ao Senhor Jesus temente
Aliada ao bom marido
Menininho persistente
Nessa boa companhia
Também fez patifaria
Deus não deve estar contente.
Tem casal com amnésia
Que não sabe o que comprou
Era pobre, pobre, pobre,
E de repente enricou
Pra roubar faltou perícia
É o que se tem noticia
Muita gula os encrencou.
Sempre com dedo em riste
Com o nariz empinado
Já virou ré em ação
Junto com seu amado
É lambada é Paulada
Mais um casal na parada
Representando o senado.
Salve Câmara e Senado
Salve o Rio de Janeiro
Salve o Planalto Central
Salve o povo Brasileiro
De cada dupla em ação
Dos bandos desta nação
Já chega de cangaceiro.
O DIA DA PADROEIRA
*
Na minha bela Ipueiras
É dia de devoção
É dia da padroeira
Tem festa tem procissão
Em homenagem a Nossa
Senhora da Conceição.
*
Foto e versos de Dalinha Catunda
EM DOIS MIL E DEZESSETE
Mote de Geraldo Amâncio
Eu não faço previsão
Pois isso não me compete
Mas vai sofrer a nação
Em dois mil e dezessete.
Do roubo que a Globo fala
A mídia toda reflete
Eu quero ver quem se cala
Em dois mil e dezessete.
A Dilma foi impichada
Cassada virou manchete
Está fora de jogada
Em dois mil e dezessete.
E com Eduardo Cunha
A cassação se repete
O que ele não supunha
Em dois mil e dezessete.
Chegou a vez de Calheiros,
Que briga feia promete
E será um dos primeiros
Em dois mil e dezessete.
Sei que Lula e outros tantos
Vão para o reino celeste
Canonizados e santos
Em dois mil e dezessete.
"
Xilogravura de Maércio Siqueira
A mulher tem que ter peito
Para reger a sua vida
Na luta do dia a dia
Deve ser mais combativa
Chega de submissão
Basta de tanta agressão
Reagir é a saída.
1
Nos novos tempos não cabe
Uma Maria das Dores
Sempre dizendo amém
Engolindo dissabores
O momento é de atitude!
De viver com plenitude
E rever os seus valores.
2
Sei que Eva foi à luta
Sem esperar por Adão
Dispensou o paraíso
Mudou a situação
Para poder procriar
Fez a tal cobra fumar
E o homem entrar em ação.
3
Pandora mimo divino
Enviada a Epimeteu
Sendo mulher curiosa
Logo desobedeceu
Liberou tudo que tinha
Dentro da sua caixinha
Só a esperança prendeu.
4
Vamos mudar nossa história
Nela vamos botar fé
Sem sofrer feito Maria
Mãe do rei de Nazaré
Buscando ter igualdade
Contudo sem a maldade
Que se serviu Salomé.
5
Porém pra seguir em frente
Devemos sempre pensar
Em jamais ser submissa,
Respeitar o nosso par,
Conviver em união,
Sem aturar agressão
E amor próprio cultivar.
6
Tomemos em nossas mãos
As rédeas de nossas vidas
Pois saem de nossos úteros
Vidas que são concebidas
Somos nós que as criamos
Se conceitos repassamos,
Temos que ser aguerridas.
7
Ao seu filho dê limites
No momento de educar
Nunca permita que ele
Com você venha a gritar
Firmeza na educação
Só modela o cidadão
Que acostuma a respeitar.
8
Não podemos nos curvar
Pois temos capacidade
Chorar sobre o travesseiro
Não é mais nossa verdade
Ter sonhos assassinados
E destinos comandados
Hoje foge a realidade.
9
Do homem, sei que não temos
A mesma força braçal
Mas temos astúcia e manha
Que já é um bom sinal
Pra conduzir nossa história
Varrendo a luta inglória
Da era patriarcal.
10
Uma parcela de culpa
Nos cabe na violência
Somos nós que suportamos
Abusos, tenham ciência!
Não devemos nos calar
O certo é denunciar
Já chega de obediência.
11
Vamos seguir bom exemplo
O da Maria da Penha
Na luta pela mulher
Um bom papel desempenha
Possui voz essa guerreira
Que sem medo de barreira
Da coragem tem a senha.
12
Não foi só chorar as mágoas
Não foi só chorar sua dor
Encetou luta ferrenha
Contra seu vil agressor
Que resultou numa lei
E contemplou sua grei
Dando fim ao: Sim Senhor!
13
Contudo não basta apenas
Ter uma lei pra mulher
Pois para ser aplicada
Cumplicidade requer
Em caso de agressão
Lute pela punição
Se ser respeitada quer.
14
Nunca deixe a violência
Contaminar sua vida
E faça a sua denuncia
Se você for agredida
Não seja benevolente
Com esse tipo de gente
De atitude descabida
15
Não se deixe intimidar
Ao fazer o seu BO.
Daquele que lhe agride
Não tenha um pingo de dó
Aqui fica minha deixa
Não retire sua queixa
Nunca dê ponto sem nó
16
Quando uma relação
Começa a se desgastar
Quando a incompreensão
For permanente num lar
Quando tudo for insulto
Não acalore o tumulto
É hora de se mandar.
17
Tudo começa em palavras
Depois vem o palavrão
Chega a violência física,
Com sopapo e empurrão
Se a mulher não tiver manha
É maltratada e apanha
E termina num caixão.
18
Muitas dessas agressões
Ocorrem dentro do lar
Motivadas por ciúmes,
É o que se ouve falar
Também drogas e bebidas
Geralmente consumidas
Fazem tudo se agravar
19
No ambiente de trabalho
Não se sinta intimidada
Abra a boca denuncie
Caso seja assediada
Pois ninguém leva vantagem
E ceder uma chantagem
É trabalhar humilhada.
20
E em caso de estupro
Praticado por quem for
Demonstre sua coragem
Mesmo com nojo e pavor
Faça o retrato falado
Se conhecer o tarado
Cadeia no estuprador.
21
Mulher viva a sua vida
Sem se ater a preconceito
Orientação sexual
Só a você diz respeito
Ninguém precisa aceitar
Porém tem que respeitar
Porque esse é seu direito.
22
Nestes versos eu não falo
Do homem que tem moral
Mas de um ser desprezível,
Que foge do natural
Do homem inconsequente
Praga de farta semente
Que brota espalhando o mal.
23
Não vamos nos omitir
Não podemos fraquejar
A luta é permanente
Vamos nos reeducar
Nos livrar da sujeição
Aprender nova lição
Pra poder nos igualar.
24
A musa muito obrigada
Por ter sido companheira
Não sou mulher de motim
Também não sou encrenqueira
Contudo vou confessar
O mastro vou levantar
Para içar nossa bandeira.
NÃO BATA NA MULHER, ELA TEM PODER
*
Não posso chamar de homem
Um cabra que bate em mulher.
Peço perdão ao jumento,
Mas é um jegue qualquer.
Não vale o que a gata enterra
Só presta debaixo da terra
Se é que a terra quer.
*
Não entendo uma mulher
Que por si perde o respeito
Que apanha do marido
Pra largá-lo não tem peito
Que amor próprio não tem
Humilha-se vai além
Pra não perder o sujeito.
*
E se o covarde é preso
Por causa de agressão
A Besta paga fiança
E o liberta da prisão
Por medo ou por cegueira
Vive uma vida inteira
Debaixo de opressão.
*
A paixão duma mulher
Jamais deve ser maior
Do que o seu amor próprio
Pois não tem nada pior
Do que viver humilhada
Maltratada e massacrada
Numa condição menor.
*
Nós temos mil maneiras
De acabar com a covardia
Covardes são confiantes
Essa é nossa garantia
A mulher tem sua manha
Sua astúcia é tamanha
Homem algum desconfia.
*
Versos e foto de Dalinha Catunda