Almanaque Raimundo Floriano
Fundado em 24.09.2016
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)
Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, dois genros e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco segunda, 17 de setembro de 2018
A FLOR DO FEIJÃO
A FLOR DO FEIJÃO
*
Por entre o verde das folhas
Abrolha a flor do feijão
Anunciando a fartura
Que teremos no sertão
A chuva faz o milagre
Quando cai molhando chão.
*
Foto: Ribeira do Poti
Versos: Dalinha
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco domingo, 16 de setembro de 2018
GLOSAS - 16.09.18
GLOSAS
Mote da colunista:
O Brasil está lascado Coitado do brasileiro.
Já é tempo de eleição E eu assisto no jornal O programa eleitoral Candidato e falação É uma esculhambação Ocupando o picadeiro Nunca vi maior salseiro Entre o sujo e o mal lavado O Brasil está lascado Coitado do brasileiro.
Ficha suja não podia Concorrer em eleição Gritaram seu nome em vão Porém o povo sabia Que o tal partido iludia O eleitor companheiro Nunca se viu prisioneiro Em urna sendo indicado O Brasil está lascado Coitado do brasileiro.
Uma faca apareceu No meio da multidão Não sei de quem foi a mão Que aquela mão má ergueu E o vitimado cresceu Comovendo o povo inteiro Chegando a ser o primeiro Mesmo sem ser preparado O Brasil está lascado Coitado do brasileiro.
Vi arrotando arrogância E sendo contraditório Em seu interrogatório Usava de discrepância Pela sua ignorância Pelo seu jeito coiceiro Não é mesmo um cirandeiro É jumento batizado O Brasil está lascado Coitado do brasileiro.
A mulher bate nos peitos E clama por igualdade Mas some na realidade E só volta em novos preitos Falando em nossos direitos Esnobando ex-companheiro Escondida no palheiro Não vem para o nosso lado O Brasil está lascado Coitado do brasileiro.
Contudo ao que me parece Embora eu goste da vice São Paulo é só mesmice E acusação aparece Tem gente fazendo prece E despachando em terreiro Pois dinheiro aventureiro Em caixa dois foi citado O Brasil está lascado Coitado do brasileiro.
Eu não caprichei na glosa E nem quis explicitar Pois nem sei em quem votar A disputa é desditosa Sem pátria vitoriosa Nada é alvissareiro Estamos sem paradeiro No mote dou meu recado: O Brasil está lascado Coitado do brasileiro.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco terça, 11 de setembro de 2018
LOBO EM PELE DE CORDEIRO
LOBO EM PELE DE CORDEIRO
Tem coisa que eu não me engano Pois consegui comprovar Eu vi o tempo passar Dia e noite ano a ano E assisti o ser humano Representando um roteiro Ao se despir por inteiro Não era santo e nem bobo No fundo era um feroz lobo Que se vestiu de cordeiro.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco domingo, 09 de setembro de 2018
OITAVÃO REBATIDO
OITAVÃO REBATIDO
*
Amo o lado campesino
Que Deus tem me concedido
Como aqui sou peregrino
Nada tem me consumido
Deu de presente a natura
Frutos da agricultura
Dou vida a cada figura
No Oitavão Rebatido.
Silvano Lyra
*
Meu verso vem com fartura
Bem redondinho e medido
E dentro desta cultura
Eu deixo vate perdido
Mesmo não tendo viola
Tiro os versos da cachola
Minha cantoria rola
No oitavão rebatido.
Dalinha Catunda
*
A Dalinha nunca trola
Isso eu tenho difundido
Como ela é show de bola
Muitos gols ela tem tido
Por isso ela é campeã
Eu tanto hoje e amanhã
Pra ela ponho um divã
No oitavão rebatido.
Silvano Lyra
*
Dos versos sou artesã
A estrofe eu dou sentido
E seja noite ou manhã
O meu canto é aguerrido
Faço verso com paixão
Das regras não abro mão
Por isso preste atenção
No oitavão rebatido
Dalinha Catunda
*
Oitavão rebatido pegando a deixa pela sétima linha.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco domingo, 02 de setembro de 2018
O CIRCO BRASILEIRO
O CIRCO BRASILEIRO
*
Entre comédia e tragédia
Seguimos com nosso drama
O circo já está armado
Cada ator com sua trama
O povo eterno palhaço
No meio deste embaraço
Assiste a corja que mama.
*
É falcatrua é roubo
Nas cenas do picadeiro.
E o leão desta arena
Engole nosso dinheiro
Só sendo malabarista
Atuando como artista
Neste circo brasileiro.
*
Versos de Dalinha Catunda
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco domingo, 26 de agosto de 2018
DESORDEM E RETROCESSO
DESORDEM E REROCESSO
Saudades da pátria amada
Saudades da mãe gentil
Do hino que eu cantava
Com veneração servil
Era com a mão no peito
Que eu cantava com respeito
O Hino do meu Brasil.
*
A bandeira hasteada
Chegava a me arrepiar
O verde era a esperança
Lá no alto a tremular
Já não vejo a paz no branco
E vendo meu país manco
Dá vontade de chorar.
*
Nossa pátria degradada
Padece nesse processo
Hoje já não acredito
Na frase: ORDEM E PROGRESSO
É triste ver a nação
Em plena degradação
Desordem e retrocesso.
*
Quando o sentimento pátrio
Bater na população
Quando o povo descobrir
Que tem voz vez e razão
Ajudará o Brasil
Sem por a mão no fuzil
Com coragem e união
*
Versos de Dalinha Catunda
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco segunda, 20 de agosto de 2018
MAS SOU MELHOR DO QUE TU, CANTORIA COM DALINHA CATUNDA E ZÉ LACERDA
DALINHA CATUNDA
Eu faço meu verso errado
Navego fora da linha
O meu verso é batatinha
É verso de pé quebrado
Nada entendo do riscado
Mas vou quebrando tabu
Debaixo do meu angu
Tem caroço pra danar
Eu posso até não prestar
MAS SOU MELHOR DO QUE TU
*
ZÉ LACERDA
Tu tá se achando a tal
Anda quebrando tabu
Tem caroço no angu
Até concordo, afinal
Sei que tu é genial
Escreve bem pra xuxu
Com angu ou sem angu
Com batata ou batatinha
Tu me desculpe, Dalinha,
MAS SOU MELHOR DO QUE TU
*
DALINHA CATUNDA
Queimo que nem cansanção,
Eu sou comichão de urtiga,
E no meio duma briga
Risco o que tiver na mão.
Com punhal, faca e facão,
Eu faço o maior rebu
Inda te mando um vodu
Pra confirmar cada gesto,
Pois eu sei bem que não presto
MAS SOU MELHOR DO QUE TU
*
ZÉ LACERDA
Tu pode vir de facão
De faca, punhal, adaga
De rasteira ou cabeçada
Com urtiga ou cansanção
Isso é coisa pra brigão
Que gosta de um sururu
Dalinha, eu sei que tu
Só briga bem no repente
Tem poucos à sua frente
MAS SOU MELHOR DO QUE TU
*
DALINHA CATUNDA
Vou mostrar meu lado mau
Sou rainha do salseiro
Não gosto de presepeiro
Mato a cobra e mostro o pau
Expulsei da minha nau
Sem precisar de urutu
Só chutando o mucumbu
Um cabra que repetia:
Tu vens e me desafia
MAS SOU MELHOR DO QUE TU.
*
ZÉ LACERDA
Dalinha, teu lado mau
É melhor do que pureza
Presépio em ti é beleza
Algazarra é carnaval
Pior que café com sal
É entrar em urtiga nu
Do Ceará ao Pajeú
Tu és a melhor entre todos
Mas eu digo sem engodos
QUE SOU MELHOR DO QUE TU.
*
OCIONE SOARES CORDELISTA
Já dei muleta ao saci
Lacei mula sem cabeça
Fiz conde virar condessa
Porta sem chave eu abri
E sem tinta eu colori
A cor negra do urubu
Quebrei casco de tatu
Fiz mulher grávida abortar
Eu posso até não prestar
MAS SOU MELHOR DO QUE TU
*
ZÉ LACERDA
Saci não usa muleta
Essa mula não se laça
Conde ou condessa é trapaça
Urubu já tem cor preta
Porta abre com maçaneta
Seu cabeça de angu
Não venha com sururu
Que aqui tu vira galinha
Tu é pior que Dalinha
E EU SOU MELHOR DO QUE TU
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco sábado, 11 de agosto de 2018
Te desconjuro Brasil Ô terra escrota e sem lei É terra de povo frouxo Que não defende sua grei Somos um povo ofendido Vivendo em mãos de bandido É isso tudo que eu sei.
Pagamos altos impostos Mas não temos garantia Educação não se tem Vivemos em anarquia Se vamos buscar saúde Encontramos ataúde É balela a moradia.
Criança e mulher morrendo Pelas mãos de assassinos As leis não nos favorecem Por isso batem os sinos Os filhos matam os pais Ninguém aguenta mais Assistir os desatinos.
Aqui no Rio de Janeiro Jogaram pedra na cruz Pra você ser atendida Tem que amar outro Jesus Foi mancada a esparrela De votar para Crivella, É bem pior que eu supus.
Transporte é uma vergonha Emprego está faltando O povo esta desarmado E a bandidagem mandando Desarmar população Sem lhe ofertar condição É a lei, do povo mangando.
Ateiam fogo em ônibus, Toda hora é tiroteio Quem não tem corpo fechado Acho bom sair do meio Com toda sinceridade A governabilidade Pra essa terra não veio.
Onde é que já se viu A todos vou perguntar A cambada de políticos Hoje a se candidatar Tentando ser presidente Com passado deprimente Querendo nos governar.
E quantos “presos políticos” Temos nessa nação? Temos Eduardo Cunha, Sergio Cabral na prisão Embora o povo não engula Temos também o Lula Envergonhando a nação.
Como vamos nomear Ao falar em candidato, De rato, de Homofóbico, De réu, de investigado, Presidiário ou ladrão, Que saqueando a nação Nos deixa esse legado.
Herança de Lula e Dilma Projeto de presidente Fosse à chapa já cassada Pra coisa ser diferente Sem pulso pra governar Acabou de afundar A pátria de Nossa gente.
A polícia é perseguida Nesse caso, a federal, Sem crédito infelizmente O supremo tribunal A pátria está perdida E não vejo uma saída O túnel não tem final…
Não venham me pedir voto Nem também opinião Que eu mando ir pro caralho Sem ter vergonha da ação Pois chega de putaria Se o povo se cumplicia Eu não faço o mesmo não!
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco terça, 07 de agosto de 2018
Neste Brasil de “caboco”, De Mãe Preta e Pai João.
O que vejo atualmente Nessa minha terra amada É que ela foi assaltada No passado e no presente Não posso viver contente Em meio a tanto ladrão Que saqueando a nação Deixa todos no sufoco: Neste Brasil de “caboco”, De Mãe Preta e Pai João.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco terça, 31 de julho de 2018
DITADURA DA BELEZA
DITADURA DA BELEZA
Eu sei que chega a idade Mas não nos tira o juízo Não quero ter prejuízo Nem em nome da vaidade Cometer barbaridade Meu corpo violentar E só para aparentar Uma falsa juventude Acabar num ataúde Eu não posso imaginar.
A mulher acha defeito Em tudo quanto é lugar Cintura quer afinar Pro corpo ficar perfeito Põe silicone no peito Acha pouco e se aprofunda Manda reformar a bunda Fazendo preenchimento Mas chega um dado momento Que para na cova funda.
Tem mulheres que o rosto Parece caricatura Deformam a criatura Que olhando só dá desgosto Porém falo a contragosto Dessa loucura total Suponho não ser normal Pois em tudo tem a mão Do chamado charlatão Não de um profissional.
Quanto choro derramado E quantas vidas perdidas Operações descabidas Quanta falta de cuidado Propaganda no mercado Onde a beleza reluz Mas que nem sempre traduz O melhor para a mulher Que procurando o que quer Acaba achando uma cruz.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco domingo, 29 de julho de 2018
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco domingo, 22 de julho de 2018
ROUPA DE BONECA
ROUPA DE BONECA
Foto da colunista
Hoje sentei frente à máquina E resolvi costurar Pra vestir uma boneca Que eu acabei de ganhar Ela aqui chegou despida Mas já está bem vestida Em estilo popular.
Tem corpo de manequim Essa boneca elegante Pra ela cosi calcinha Na cabeça pus turbante E pra ficar mais bonita Fiz um vestido de chita Ficou bem interessante.
Assim trouxe meu passado Para brincar no presente Lembrei bonecas de pano Que me deixavam contente Roupinhas fazia à mão Recordo com emoção Os tempos de antigamente.
Por isso mesmo vesti Com vestido de São João Para homenagear As festas do meu sertão Pra lembrar as brincadeiras Na cidade de Ipueiras O meu saudoso rincão.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco quinta, 19 de julho de 2018
MULHER, DIFUSÃO E CORDEL
MULHER, DIFUSÃO E CORDEL
Antigamente a mulher Apenas lia cordel. Depois passou a ser musa Nos versos do menestrel. Querendo contar história Tirou versos da memória, E passou para o papel.
Fim de tarde na calçada Nos mais diversos rincões, As tias, avós e mães, Difundiam tradições . Naquele entretenimento, Passavam conhecimento, Para as novas gerações.
E foi assim que aprendi A gostar de versejar Minha mãe é poetisa Tia Isa, de contar As histórias de princesa Eu achava uma beleza Hoje vivo a recontar.
Ser musa era muito pouco A mulher queria mais. Contar apenas histórias Feria seus ideais. Queria escrever também, Poderia ir além, Em tudo via sinais.
Disposta pegou a pena, Sem ter pena de escrever, Resgatou lá da gaveta, O que chegou a esconder. No presente está escrito, Que a mulher deu o seu grito E o que faz é com prazer.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco quinta, 12 de julho de 2018
O GALO IOIÔ
O GALO IOIÔ
Vi um galo fanfarrão Que fez o maior salseiro Se achando dono da rinha Cagou no pau do poleiro Por isso foi condenado Mas agora encarcerado Protesta o arruaceiro.
Chamou os três mosqueteiros Pra lhe tirar da prisão Pegou outro galo amigo Que estava de plantão Mas vendo bater badalo Distante cantou de galo Quem tinha a chave na mão.
O galo velho ciscou, E fez roda e fez titica Um dizia solta o galo Já outro o galo fica O galo ia e voltava E desse jeito ficava Igual a couro de pica.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco terça, 10 de julho de 2018
BRASIL, CABARÉ DE QUINTA
BRASIL, CABARÉ DE QUINTA
Esse cabaré de quinta Que o povo chama Brasil É uma nação sem rumo De ladrão virou covil O q’um dia foi justiça Hoje já virou “mundiça” A se envolver em ardil.
À deriva o nosso povo Navega na insegurança O que é certo ou errado Já não traz mais na lembrança A classe politiqueira E a justiça brasileira Só sabem fazer lambança.
Uma luz no fim do túnel Eu não consigo enxergar Do jeito que a coisa anda A nação vai afundar Porque em cada partido Só vejo mesmo bandido Fica difícil votar.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco sábado, 07 de julho de 2018
LUA ALCOVITEIRA
Foto da colunista
A lua apontou no céu O céu encheu-se de brilho Do brilho nasceu meu verso Do verso fiz estribilho.
Do verso fiz estribilho Para cantar ao luar A lua me enfeitiçava Luzia pra me encantar.
Luzia pra me encantar Do seu modo flamejante Acendendo meu desejo No beijo da boca amante.
No beijo da boca amante Viu a lua alcoviteira Em braços tão envolventes Uma mulher ser inteira.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco quinta, 28 de junho de 2018
DOIS VERSOS
Quem foi que mexeu contigo Minha querida parceira? Certamente fez besteira E assim carece o castigo. Ouça bem o que te digo: Quem muito fala e não pensa Não merece recompensa Nem a metáfora mais pobre. Por isso, jamais se dobre A quem nutre desavença!
José Walter Pires
Amigo o que me aborrece É a carência de tutano Desdourando o ser humano Que de burrice padece Confesso que faço prece Rogo a Deus em oração Pra não perder a razão Diante de disparate É que a burrice me abate Me deixa até sem tesão.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco quinta, 21 de junho de 2018
SONETILHO DE AMOR
Fotos da colunista
Às vezes sou lua Que nua vagueia A todos enleia Porém sou só sua.
Ás vezes sou sol Trazendo calor Derreto de amor Em nosso lençol.
Às vezes sou brisa Que ofega em seu rosto, Ladina lhe alisa.
E sempre sou nós Depois do sol posto Juntinhos e a sós…
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco terça, 19 de junho de 2018
UMA GLOSA - 19.06.18
Sofra com sua desgraça, E aguente minha alegria.
Mote desta colunista
Meu sorriso lhe incomoda Minha atitude também Não sou mulher de desdém Mas não vou sair da roda Cara feia não me poda Nem de noite, nem de dia, Nem venha com zombaria Que não vou perder a graça Sofra com sua desgraça, E aguente minha alegria.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco sábado, 16 de junho de 2018
A REVOLTA DE SANTO ANTÔNIO
Foto desta colunista
Santo Antônio aperreou-se E sentiu-se até perdido Quando viu tanta mulher Todas querendo marido: – Uma coisa vou dizer Não sei o que vou fazer Em meio a tanto pedido.
Ficou logo revoltado E falou para Jesus Eu não aguento mais O peso da minha cruz Ser santo casamenteiro E com todo esse salseiro Vos digo: Não me seduz.
Jesus Cristo preocupado Com aquela situação Disse para Santo Antônio É só sua essa missão Mas pode no céu buscar Uns Santos pra lhe ajudar Eu não faço objeção.
Santo Antônio se alegrou Começou a organizar As virgens ele casaria Isso não ia mudar Delas ele tinha dó Deixá-las no caritó Não dava nem pra pensar.
Falou com o São Gonçalo, E Com São Judas Tadeu Achou por bem convidar São Jorge o amigo seu Nessa mesma ocasião Fez a distribuição Com o aval que Jesus deu.
As chamadas periguetes São Gonçalo vai casar Também as raparigueiras Que gostam de badalar Pois é santo violeiro Em cabaré ou terreiro Ele não paga pra entrar.
Já o São Judas Tadeu É com as tribufus que fica Santo das causas perdidas Já casou baranga rica E as donas sem embaraço Que já não tem mais cabaço E gostam mesmo é de pica.
Para São Jorge Guerreiro Com sua espada na mão Ele fica responsável Por todo e qualquer canhão Pelas mocreias da vida Que o pessoal apelida As coitadas de dragão.
Eu acho que Santo Antônio Abusou da rebeldia E mesmo estando irritado Com penas que recebia De tanto ser afogado Devia estar conformado E com a cabeça fria.
Não pedi licença a musa Mas a Deus peço perdão Por esses versos que fiz Com tanta profanação Não me queimem na fogueira Foi só uma brincadeira Sem reza e sem oração.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco domingo, 10 de junho de 2018
NÃO AOS POLÍTICOS LADRÕES
Eu não sei se meus amigos
Notaram. Uns, talvez, não. Resolvi ficar calada Por ter consideração A cada amigo querido Que os meus versos tem lido A eles tenho atenção.
Porém o meu pensamento Que inda continua são Me diz e ainda repete Que não temos solução Ao ver na tela um político O meu senso analítico Me diz é mais um ladrão.
E quem quiser se rasgar Brigar por politiqueiro Vá brigar noutro lugar Aqui não é picadeiro Pegue boné e bandeira Vá junto com a bandalheira Gritar e fazer salseiro.
Uma dedada desta colunista para os políticos ladrões
Diante de tantos réus Eu não vejo um inocente Assaltaram nossa pátria Iludiram nossa gente Eu quero é ver na cadeia E até debaixo de peia Eu não vou ser complacente.
Quem tiver sua paixão Oferte cumplicidade Quem tiver seus interesses Distorça a realidade Em Bangu ou na papuda Minha gente não se iluda Só tem ladrão de verdade.
O Julgado e condenado Não é inocente não Pra tirar um da Cadeia Tira a lista de ladrão Pra voltar a pindaíba Soltem os de Curitiba E elejam nessa eleição.
Estou fora de política E vou ficar bem calada Pois aqui em minha página Eu não quero presepada Nesse Brasil de bandido Eu que não tenho partido Não quero ser arrolada.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco sábado, 09 de junho de 2018
DOUTORA, INTÉ OUTRO DIA
Parodiando Zé Praxedes
Doutora inté outro dia Se quiser me visitar A choupana não é grande Mas posso lhe acomodar
Pros almoço tem baião E tem cuscuz pro jantar Agua só tem de cacimba Pra vosmecê se banhar,
Um cafezinho da serra Eu faço ao amanhecer Com tapioca e manteiga Pro seu desjejum fazer.
Foto da colunista
Caso aprecie uma pinga Tenho a branquinha serrana Pra sua égua mimosa Aqui tem um mói de cana.
Pra vosmecê merendar Rapadura tem um lote Água fresca e bem coada Pra vosmecê tem no pote.
Uma rede bem cheirosa Tem pra vosmecê deitar Só peço leve o marido Que o meu não vou emprestar.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco quarta, 06 de junho de 2018
“...a redução do movimento representa de 20% a 30% do faturamento previsto para o mês de maio”, escrevemos na pág. 21. Nota mil. Por questão de clareza, repete-se o sinal de percentagem (%).
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco quarta, 06 de junho de 2018
Contratei uma pessoa Pra cuidar do meu pintinho Nunca deixar ele à toa Pra dar comida e carinho Quando o dia amanhece O meu pintinho entristece Mas ela sabe ajeitar Por incrível que pareça Alisa sua cabeça Pro bichim se levantar
Dão de Jaime
Eu não posso acreditar Nesse pinto esmorecido E que só sendo acudido Consegue se levantar Eu aqui vou confessar E não falo com desdém Pra comer do meu xerém Pinto tem que ser raçudo Pois pinto fraco e miúdo Eu prefiro ficar sem.
Dalinha Catunda
Dão de Jaime, seu pintinho Tá um pouco moleirão Precisa passar a mão Pra ficar animadinho Apalpar, dá um jeitinho Para ele se alegrar Dê-lhe cuscuz no jantar, Logo que o dia amanheça “Alisa sua cabeça Pro bichim se levantar”!
Bastinha Job
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco segunda, 04 de junho de 2018
SORTILÉGIO
Quando o dia se fez noite A lua com seu clarão Foi tingindo a escuridão Veio o vento feito açoite Para fazer seu pernoite Invadiu minha janela O desejo se revela A cada toque do vento Eu sem pejo me contento No alento que a mim se atrela.
Dalinha Catunda
Quando a noite se fez dia E o Sol raiou no horizonte Surgindo detrás do monte A sua luz irradia A mais completa alegria No canto da passarada Ao dar início à jornada Para a moça da janela Que, suspirando, revela A donzela apaixonada!
José Walter Pires
Esta colunista com José Walter Pires, ambos membros da Academia Brasileira de Literatura de Cordel;
José Walter é irmão do grande artista Morais Moreira
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco quinta, 31 de maio de 2018
BULE-BULE BULIÇOSO
Bule-Bule com esta colunista
Encontrei com Bule-Bule Pras bandas do Cariri Bule-Bule é buliçoso Digo isso porque vi Comigo não bula não Sou abelha do sertão Não assanhe o enxuí.
Bule-Bule bem pimpão Com seu jeitinho brejeiro Cantando verso bonito Não tinha dó do pandeiro Ouvindo o bardo cantar Comecei a requebrar Para animar o terreiro.
Com viola ou com pandeiro Bule-Bule vai além Fazendo versos gaiatos Argumento sempre tem Bule-Bule não é mole Com todo mundo ele bole Não abre para ninguém.
* * *
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco terça, 29 de maio de 2018
BRASIL SEM FREIO E SEM DIREÇÃO
Saí do meu canto agreste Deixei longe meu sertão Quase não chego ao destino Presa em paralisação Cheguei ao Rio de Janeiro, E salve o caminhoneiro! Salve a civilização!
Tudo está se resolvendo Nas rodas do caminhão O governo abre as pernas Pra greve que é de patrão Vai surgir imposto novo Quem vai pagar é o povo Vem mais contribuição.
É nesse país sem rumo, Sem freio, sem direção, Que brevemente teremos Que votar em eleição, Porém não fico contente Meu medo é que novamente Se eleja mais um ladrão.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco domingo, 27 de maio de 2018
MEU BRASIL ESTÁ ROUBADO E DEUS PAI É TESTEMUNHA
MEU BRASIL ESTÁ ROUBADO
E DEUS PAI É TESTEMUNHA
(05.04.2016)
*
Governando os brasileiros
Eu só vejo “competente”
DILMA como presidente
E no senado CALHEIROS
Comandando os picadeiros
Onde não falta a mumunha
Na câmara Temos CUNHA
Com este bando formado
MEU BRASIL ESTÁ ROUBADO
E DEUS PAI É TESTEMUNHA.
*
Mote e glosa de Dalinha Catunda
Imagem: blogodomarioflavio.com.br
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco domingo, 20 de maio de 2018
FELIZ QUEM SABE BEBER NA FONTE DA POESIA
FELIZ QUEM SABE BEBER
NA FONTE DA POESIA.
*
GREGÓRIO FILOMENO
Em qualquer ocasião
De chegada ou de partida
Podemos sentir na vida
Grande ou pequena emoção
Um choque no coração
Vem por mágoa ou alegria
Mas um sonho, uma utopia
Podem a alma enternecer
FELIZ QUEM SABE BEBER
NA FONTE DA POESIA.
*
DALINHA CATUNDA
Quando voa o pensamento
Quando se aconchega a musa
A vontade não recusa
Cede ao envolvimento
E se entrega ao movimento
Mergulha na fantasia
Do verso surge a magia
Da magia o prazer
FELIZ QUEM SABE BEBER
NA FONTE DA POESIA.
*
-MOTE DE ADEMAR RAFAEL—
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco sábado, 19 de maio de 2018
UMA GLOSA - 19.05.18
Campeei pelo sertão Na garupa dum vaqueiro No seu galope ligeiro Mais veloz que um avião Quando vi que faltou chão Do céu abri a porteira Jesus saiu na carreira E me agarrou pelo braço “Eu, querendo, também faço Igualzinho a Zé Limeira.”
Mote sugerido por Marco Haurélio
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco segunda, 14 de maio de 2018
POLITICANDO
POLITICANDO
*
Por três coisas neste mundo
Eu não crio confusão
É futebol e política
E também religião.
Posso até não concordar
Mas sempre vou respeitar
Quem tem sua posição.
*
Cada qual com seus valores
Cada um com seu olhar
Pois cada pessoa enxerga
Só o que quer enxergar
Existe o certo, o errado,
Mas cada um tem seu lado
E não vale argumentar.
*
Eu boto num saco só
A Dilma, Cunha e Calheiros,
Comandantes da nação
Vergonha dos brasileiros
E no meio desse ardil
Eu só defendo o Brasil
Deixo fora os embusteiros.
*
Mas como disse e repito,
Essa é minha opinião
Defendo nossa bandeira
Defendo nosso brasão
Não vejo anjos na terra
Não vale o que a gata enterra
Quem comenda essa nação.
*
Versos de Dalinha Catunda
Charge Spon holz
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco segunda, 07 de maio de 2018
ROGANDO A PADIM CIÇO
ROGANDO A “PADIM CIÇO”
*
DÃO DE JAIME
Fui visitar meu padim
Do Juazeiro do Norte
Do Nordeste é o santo forte
Que nos livra da que é ruim
Pedir saúde pra mim
Só pai nosso rezei três
Ave Maria umas seis
Nessa viagem que fiz
Me senti muito feliz
Rezei por todos vocês.
*
BASTINHA JOB
Dao deJaime, obrigada
Por ter rezado por mim
Pedindo pra meu Padim
A reza é gratificada
A graça é alcançada
Padim Ciço te proteja
Que a tua vida seja
Repleta de alegria
E que a Musa da Poesia
Contigo sempre esteja!
*
DALINHA CATUNDA
Também fui a Juazeiro
Fazer minha oração
Ajoelhei-me no chão
Lá tirei um terço inteiro
No cofre botei dinheiro
E voltei pra ladainha
Rezei a Salve Rainha
E pra completar o rito
Eu entoei um bendito
Completando a louvaminha.
*
Foto de Dalinha Catunda
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco terça, 17 de abril de 2018
A FORÇA DO POVO
Enquanto nesse país Pregarem desunião Não vai ter povo feliz Com força nessa nação.
Botam pobres contra rico Qualquer patrão nessa luta Não vale nada é um tico Tacham de filho da puta.
E a classe politiqueira Que ao rico pede propina Dá esmola para o pobre E a ser contra o rico ensina.
Se o povo for pau mandado De político ladrão Seguirá desgovernado Sem mostrar força a nação.
Sei que força o povo tem Se ele resolver lutar Unido ele vai além Basta só saber somar.
Nesse Brasil dividido Reino de tantos ladrões Se o povo não for sabido Se lasca nas eleições.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco sábado, 14 de abril de 2018
SÓ LIMEIRANDO
O mundo está se acabando E eu lambendo rapadura Fazendo versos rimados E sem perder a estrutura Ficar calada é um tédio Pra garganta um bom remédio É bunda de tanajura.
Eu ando de bicicleta Porém já montei jumento Jesus Cristo está no céu O cão vive seu tormento A roupa tá no varal Da chuva não vi sinal Mas lá vem um pé de vento.
Fiz um prato de pirão Para comer com pimenta Já queimei a minha língua Mas o cheiro tá na venta Nas contas do meu rosário Rezei sem ser missionário A ladainha que invento.
Trepei no mandacaru Pras bandas do Ceará Tirei um fruto bonito Tinha mais de mil por lá. Mamãe se casou com Chico Nunca vi tanto fuxico Pensei do lado de cá.
Eu conheço chumbo grosso Também munição trocada Pra não entrar em peleja Eu dei uma de abestada Salve quem morreu na cruz E atendia por Jesus Salve, salve a pátria amada!
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco sexta, 06 de abril de 2018
UMA GLOSA - 06.04.18
Estão matando o Brasil Mas eu me finjo de morta.
Mote da colunista
Vejo o Brasil desgastado Totalmente corrompido Vejo o povo dividido País desmoralizado O supremo maculado O caos ninguém mais suporta Essa política torta Cansou-me por ser tão vil Estão matando o Brasil Mas eu me finjo de morta.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco segunda, 26 de março de 2018
OS ANJOS DO BRASIL
*
Vejam só que covardia
Vejam que situação
Premeditarem um golpe
Tirar a mãe da nação
Mulher de capacidade
Que com sua habilidade
Salvou o nosso torrão.
*
Nunca se viu um Brasil
Crescer como agora cresce
Vejam nossa economia,
De ajustes não carece
É um país respeitado
Próspero e bem governado
O nosso aplauso merece.
*
No comando desta pátria
Pra nossa satisfação
A honestidade é praxe
Qualifica o cidadão
Orgulho-me em dizer
Sem abuso de poder
Prospera nossa nação.
*
Vejam nossa presidente
Mulher de mente brilhante
Vítima dos seus algozes
Sem poder ir adiante
Hoje murcha ressentida
Sem prepotência cabida
Que o poder lhe garante.
*
Quantas infâmias, injúrias,
Bem maior do que eu supunha
Quantos falsos levantados
Contra Eduardo Cunha
Não reconheço o Brasil
Que desta forma tão vil
Mata qualquer um na unha.
*
Até Renan Calheiros
Presidente do Senado
Homem probo, virtuoso,
Também foi enlameado
Como pode um cidadão
Que defende essa nação
Ser também injustiçado.
*
O Brasil vai muito bem
Não existe corrução
Isso é só trama da mídia
Da Veja e oposição
Se você não entendeu
Quem lamenta aqui sou eu
Mas fiz a declaração.
*
Versos de Dalinha Catunda
Charge Spon Holz
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco domingo, 25 de março de 2018
SOU TANTAS E SOU DO LAR
*
Eu sou de cama e de mesa
Mulher guerreira também
Só faço o que me convém
Essa é minha natureza
Cuido da minha beleza
E gosto de versejar,
Sei lavar e sei passar
Piloto bem um fogão
Sou vento, sou furacão,
Sou calmaria do lar
*
Às vezes sou recatada
Às vezes sou exibida
Sou mais do que atrevida
Sou fera em cada jornada
Eu sou mulher bem amada
Sou mãe e sou companheira
Não curto essa baboseira
De rotular a mulher
Cada um faz o que quer
O resto é só roedeira!
*
Foto e versos de Dalinha Catunda
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco sábado, 24 de março de 2018
TRÊS GLOSAS
Vão pelando a natureza Ceifando a vida da mata.
Mote de Vânia Freitas
O homem em seu desatino Só danifica o seu chão Faz queimadas no sertão Destrói seu próprio destino Sofre o solo nordestino Que o ser humano maltrata Não tem ouro não tem prata Que nos tire da pobreza Vão pelando a natureza Ceifando a vida da mata.
Dalinha Catunda
No orvalho da madrugada A terra acorda com frio Levanta com calafrio De tanto ser explorada Sua riqueza é roubada Na essência da sua pureza Acabam com sua beleza De forma tão insensata Vão pelando a natureza Ceifando a vida da mata.
Vânia Freitas
A terra seca que chora Pouco a pouco se finando O ser humano acabando Toda a fauna, toda a flora; Faz tempo, não é d’agora O futuro se retrata A sangria se desata Num abismo de vileza Vão pelando a Natureza Ceifando a vida da mata!
Bastinha Job
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco sexta, 23 de março de 2018
LADAINHA DO ALMOÇO
Foto autoria da colunista
Perdão eu não peço ao galo Por seu pescoço puxar Por lhe enfiar na água quente Por cada pena tirar Por cortar seu esporão Tirar fígado e coração Pra com gosto degustar.
Perdão eu não peço ao galo Por lhe botar na panela Por gostar imensamente De comer sua moela De seu sangue retirar Para depois temperar Pra fazer à cabidela.
Perdão eu não peço ao galo Por lhe comer com cuscuz Por lhe comer com quiabo Do jeito que me seduz Por lhe comer com pimenta Pois minha língua aguenta Nem faço o sinal da cruz.
Perdão não peço a ninguém Porque não vejo razão Porque tudo isso aprendi No meu rústico sertão Um galo bem temperado Seja cozido ou assado No agreste é tradição.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco segunda, 19 de março de 2018
A VOZ DE MARIELLE
Mais uma mulher se foi Mais uma voz se calou E no Rio de Janeiro Grande comoção ficou Ficou também o legado Que nunca será apagado Marielle aqui deixou
Hoje é uma voz a menos Lutando contra injustiça É uma voz de mulher Que em nada foi omissa É voz que ficou no ar Ninguém poderá calar Que se faça então justiça!
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco quinta, 15 de março de 2018
A GENTE LEVA A VIDA QUE A GENTE LEVA
A GENTE LEVA DA VIDA
A VIDA QUE A GENTE LEVA.”
*
VÂNIA FREITAS
Hoje lancei a semente
Na roça do coração
De paz amor e união
E digo sinceramente
O que se planta na mente
Bem ou mal cresce e se eleva
Para o céu ou para a treva
A semente é colhida
“A GENTE LEVA DA VIDA
A VIDA QUE A GENTE LEVA.”
*
DALINHA CATUNDA
Sou mulher bem humorada
Não arrumo confusão
Eu tenho meu pé no chão
Para seguir minha estrada
Por Deus sou bem comandada
Não tenho sina maleva
A poesia me enleva
E assim prossigo aguerrida
“A GENTE LEVA DA VIDA
A VIDA QUE A GENTE LEVA.”
*
BASTINHA JOB
Semente boas semeio
Rego com muito carinho
E deixo pelo caminho
Um saboroso recheio
Na força do bem eu creio
Igual ao Éden de Eva
Sem a serpente que entreva,
Na maçã não dou mordida
"A GENTE LEVA DA VIDA
A VIDA QUE A GENTE LEVA"
*
LIMINHA
A Vida é uma sucessão
De sucessos e insucessos
Que durante os retrocessos
Nos faz perder a razão
É composta de emoção
Vem desde Adão e Eva
O nosso espírito se eleva
Numa altura desmedida
“A GENTE LEVA DA VIDA
A VIDA QUE A GENTE LEVA.”
*
ZÉ SALVADOR
Não chutes cachorro morto,
Pois, ele não se defende,
A morte agora o prende,
Chutá-lo é um gesto torto
Pois, vai trazer desconforto;
Ação que sendo maleva
Bota em ti sobra e treva,
Te faz pequena abatida;
"A gente leva da vida
A vida que a gente leva."
*
FRANCISCO ALMEIDA
Todos falam a verdade,
Eu também aqui declino:
Tenha hábito genuíno,
Com verdadeira bondade,
Primando pela verdade,
Pois assim você se eleva
E nunca adentra na treva,
Tendo no mundo guarida,
"A gente leva da vida
A vida que a gente leva"
Mote de Vânia Freitas
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco domingo, 11 de março de 2018
ACRÓSTICO
ACRÓSTICO
ACRÓSTICO
*
Da alma tiro meus versos
Adejo na poesia
Livre e sem embaraço
Imagino com alegria
Novo canto novo tema
Honrando cada poema
Amando o que a alma cria.
*
Cada verso que eu faço
Alinhavo a construção
Tento caprichar na rima
Uso a metrificação
Na estrofe construída
De maneira destemida
Assino minha invenção.
*
Versos e foto de Dalinha Catunda.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco quinta, 08 de março de 2018
DONA JANAÍNA
DONA JANAÍNA!
*
Lá vem Janaína
Em sua canoa
Cantando uma loa
E não desafina
Saiu da rotina
Pra cumprir agenda
Em meio à contenda
Enfrentando a zona
Ela tira onda
E seu canto emenda.
*
Lá vem a Rainha
Lá vem ventania
O vento arrepia
Mas ela caminha
Não está sozinha
Nem há de ficar
Enfrentando o mar
Hoje revoltoso
De tão perigoso
Chega a espumar.
*
Faceira, falante
Com ar de sereia
Não morre na areia
Pois segue adiante
Às vezes brilhante
A Rainha do mar
Sabe navegar
Sabe a sua sorte
Tem rumo tem norte
Para trafegar.
*
Versos de Dalinha Catunda
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco sexta, 02 de março de 2018
MEU CANTO DE APRESENTAÇÃO
A todos peço licença Eu quero me apresentar Sou mulher sou nordestina E já tenho um bom lugar No mundo da poesia Na cultura popular.
O meu nome é Dalinha Sou Catunda e Aragão Faço versos desde sempre Porque tenho tradição Minha mãe também faz versos É poeta no Sertão
Eu nasci em Ipueiras Terra boa é meu lugar Sou cearense da Gema Tenho orgulho de falar Vivo semeando versos Propagando meu cantar.
A todos eu agradeço O carinho e atenção Nessas singelas sextilhas Fiz minha apresentação Mostrei meus versos cantados Como se faz no sertão.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco quarta, 28 de fevereiro de 2018
DUAS GLOSAS - 28.02.18
Que a gente saiba florir Onde a vida nos plantar.
Mote de Dideus Sales
Sonhemos luz para a mente Mais amor pro coração Atitude em cada ação Paz pro coração dolente Conforto para o carente Bondade para espalhar. Lutemos pra ter pra dar Pra não termos que pedir. Que a gente saiba florir Onde a vida nos plantar.
Dideu Sales
Quando parti do sertão A dor partiu o meu peito Na saudade não dei jeito Maltratava o coração Mas a resignação Chegou para me acalmar Distante do meu lugar Eu tive que prosseguir: Que a gente saiba florir Onde a vida nos plantar.
Dalinha Catunda
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco sábado, 17 de fevereiro de 2018
DUAS GLOSAS - 17.02.18
Nesses dez ou quinze dias Nós vamos comer baião.
Mote de Dão de Jaime
Pela manhã fui à roça Pra fazer uma visita Eita como ta bonita Que deus abençoar possa Observei que tem grossa Muita vagem de feijão Pra ninguém dizer que não Tirei a fotografia Nesses dez ou quinze dias Nós vamos comer baião.
Estou no Rio de Janeiro Mas já volto ao Ceará Vai ter fartura por lá Eu quero voltar ligeiro Eu pago qualquer dinheiro Pago com satisfação Pra comer junto com Dão As gostosas iguarias: Nesses dez ou quinze dias Nós vamos comer baião.
Dão Jaime e Dalinha – foto do acervo da colunista
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco segunda, 12 de fevereiro de 2018
QUE TIRO FOI ESSE?
Que tiro foi esse? Eu vou lhe dizer Foi bala perdida Mas sem se perder Que atinge criança Que faz a matança Desgraça a se ver.
Que tiro foi esse? Eu vou lhe contar É tiro certeiro A nos alvejar Bandido armado Poder fracassado E o povo a penar.
Que tiro foi esse? E na madrugada Só mais um presunto No meio da estrada Eu não me aprofundo É um vagabundo Foi bala trocada.
Que tiro foi esse? E multiplicado Foi outra chacina Foi tudo armado Mas não leve a mal Hoje é carnaval Deixe isso de lado.
Que tiro foi esse? Que não me aporrinha Não foi nada grave Mataram a vizinha Tentaram levar O bom celular E ela detinha.
Que tiro foi esse? Me diga afinal Foi o de fuzil Num policial Com sinceridade Nem é novidade Aqui é normal.
Que tiro foi esse? São Sebastião Que abala a cidade Fere o coração Santo padroeiro Pro Rio de Janeiro Traga solução.
Que tiro foi esse? Que atinge o país Que mata e destrói Nos deixa infeliz Cadê os poderes Com os seus deveres Ninguém não me diz.
Que tiro foi esse? Na população Quem sabe ele acerte E nessa eleição Quem vai pra disputa Contudo não luta Em prol da nação!
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco sexta, 02 de fevereiro de 2018
PASSARINHO NA GAIOLA
Conheci um passarinho Ouvi bem o seu gorjeio Lado a lado num caminho Fizemos belo passeio Porém hoje engaiolado Não canta ficou calado E definha na mudez Perdeu toda sua graça De longe vejo a desgraça Que essa cadeia lhe fez.
Vendo o bicho definhando Com dó às vezes eu fico Quem sempre viveu cantando Agora fechou o bico Batia asas lampeiro Mas só lhe resta um poleiro Dentro de sua prisão Comida tem a vontade Mas perdeu a liberdade Que triste situação.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco terça, 30 de janeiro de 2018
SÓ POR SER DE LÁ
Amigos, estou de volta, Fui rever o meu lugar. Exercitar a cultura, Que não encontro por cá. Reviver a tradição, Que difunde meu sertão, E gosto por ser de lá.
* * *
NUNCA VI PEQUI TÃO BOM
Quem come pequi doente É perigoso morrer.
Mote de Francildo Silva
No arisco ou na Chapada Nasce um fruto bem gostoso Um cheiro maravilhoso Se prepara a pesquisada Anima a rapaziada Querendo o bicho comer Ele é quente pra valer Se come exageradamente Quem come pequi doente É perigoso morrer.
Francildo Silva
Eita que pequi gostoso Nunca vi pequi tão bom Acho melhor que bombom Que chupado é saboroso Mas há quem ache horroroso E não gosta de comer E para ninguém querer Mete a língua o impotente: Quem come pequi doente É perigoso morrer.
Dalinha Catunda
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco terça, 23 de janeiro de 2018
SAUDADE TEIMOSA
Botei tramela no peito Pra saudade não entrar Ela encontrou uma brecha E achou de se acomodar Quero expulsar a posseira Porém já vi que é besteira Pois ela teima em ficar.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco domingo, 21 de janeiro de 2018
ERRADO É QUEM TÁ CERTO
Esse Brasil desregrado Virou esculhambação O errado é quem tá certo O certo tem punição Se falar mal do errado Vira processo e prisão.
Existe gente que tem Medo da tal ditadura Porém na língua do povo Já botaram atadura Porque a livre expressão Só serve para ladrão Que inocência sempre jura.
Pois vamos seguir fazendo O que sabemos fazer Meter o rabo entre as pernas E deixar acontecer Assumir a covardia Assistir a putaria Vendo o Brasil se foder.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco quinta, 18 de janeiro de 2018
MEU CANTO DE OXUM
Na Bica do Ipu (Foto da colunista)
Se um dia eu ficar triste E a mágoa me aborrecer Eu vou entoar meu canto E não vou me maldizer Eu vou cantar tão bonito Se for preciso eu repito Não aprendi a sofrer.
Não vou ficar resmungando Não vou hospedar Tristeza Junto com mamãe oxum Vou curtir a natureza Eu vou adentrar a mata Tomar banho de cascata Descarregar impureza.
Nunca fui de cultivar A dor da desilusão Amores são passageiros Como ondas vêm e vão Na rotina dos destinos São apenas inquilinos Mudando de coração.
Vou seguir colhendo lírio Pra meu cabelo enfeitar Botar a mão na cintura A outra vou levantar Vou virar moça faceira Nas águas da cachoeira Meu canto vai ecoar!
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco segunda, 15 de janeiro de 2018
EU FIZ DO HOMEM MEU PAR
Sou do tempo que o olhar Pedaço não arrancava Sou do tempo que a cantada A mulher não exasperava Sou do tempo do coió A gente amava que só Aquele que paquerava.
Sou do tempo que dançar Era bom agarradinho Se eu quisesse ele quisesse Dançava-se coladinho Tinha o bolero brecado A perna ia do outro lado E o batom no colarinho.
Contudo para dançar Mas sem gostar do sujeito Para ele não encostar Botava-se a mão no peito Eles achavam um saco A mulher botar macaco Só para impor o respeito.
Sou do tempo que o homem Podia um beijo roubar E a mulher que era tímida Acabava por gostar Sou do tempo da bravata De violão e serenata De paixão e de luar.
Eu sou do tempo do flerte Do bilhete e do recado Do tal namoro escondido Dos medos e do pecado E da amiga alcoviteira Que não era tão parceira E roubava o namorado.
Sou do tempo que a mulher Fugia para casar Com um filho na barriga Muitas foram ao altar Sou prova da transgressão Caminhei na contra mão Mas fiz do homem meu par.
Sou do tempo que o amor Fluía naturalmente Se hoje a mulher tem medo Do homem não é diferente Foi-se a naturalidade Em tudo se vê maldade Eu quero um chá de nepente!
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco quarta, 10 de janeiro de 2018
BRASIL, LATRINA DE LADRÃO
Esse penico é pequeno Pra guardar tantos dejetos E repleno de abjetos O cheiro não é ameno Quem tem seu juízo pleno E preza pela nação Nessa próxima eleição Merda não deve eleger O Brasil chega a feder É latrina de ladrão.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco terça, 09 de janeiro de 2018
UMA GLOSA - 09.01.18
Mote e fotos da colunista
Mote:
Cheiro de terra molhada É cheiro que me acalanta.
Quando a chuva no nascente Vem branqueando o serrote Meu coração dá pinote E meu faro logo sente O cheiro da terra quente Que a chuva do chão levanta É aroma que me encanta Anunciando a invernada Cheiro de terra molhada É cheiro que me acalanta.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco domingo, 07 de janeiro de 2018
CORDEL OU BABEL?
Hoje tudo que se faz Apelidam de cordel Mas nem tudo que se escreve Desempenha esse papel Tem regras essa cultura O cordel literatura Não deve virar babel.
Pra fazer cordel bem feito É bom prestar atenção Ter cuidado com a rima E com metrificação Dar sentido sempre ao tema Pra não virar um dilema E servir de mangação
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco sexta, 05 de janeiro de 2018
A PARTNER E O PALHAÇO
Eu jamais vou esquecer Que atuei na sua lona Onde você foi palhaço Eu peguei uma carona O circo foi bem montado Por você arquitetado Penei nessa maratona.
Eu jamais vou esquecer As cenas no picadeiro Em cada apresentação Atrapalhava-se inteiro Foi perdendo seu papel A pauta não foi fiel Nem no palco verdadeiro.
Tentou imitar Carlitos Piorou a situação Pois para atuar sem voz Precisa ter expressão Quem nasceu pra ser palhaço Não liga para embaraço Nem vive sem pastelão.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco quarta, 03 de janeiro de 2018
UMA GLOSA - 03.01.18
Não sei se faço bonito Mas sei fazer diferente.
Mote de Pedro Ernesto
Tudo que eu quero fazer Busco na minha cartilha, E só sigo a minha trilha, Por isso vou lhe dizer: Faço o que me dá prazer, E o que me deixa contente Chego até ser prepotente Porém a ninguém imito Não sei se faço bonito Mas sei fazer diferente.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco sexta, 29 de dezembro de 2017
EU SOU
Sou a brisa na palmeira Sou cheiro de alfazema Sou a flor da catingueira Sou espinho de jurema Sou morena e sou faceira Sou do cantador parceira Sou os versos do poema.
Sou lamparina e pavio Sou luz na escuridão Sou Vagalume piscando Sou o luar do sertão Sou estrela matutina Sou cabocla nordestina Sou água de ribeirão
Sou a vela da jangada Sou a cor verde do mar Sou o canto da sereia Sou cruviana a soprar Sou a renda das rendeiras Sou filha das Ipueiras Sou das terras de Alencar.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco quinta, 28 de dezembro de 2017
FIM DE TARDE
Foto da colunista
Vendo a paisagem tão bela Eu me perco no arrebol Vejo um resquício de sol Desenhando uma aquarela Quando a natureza apela E recorre ao criador O céu muda a sua cor Vai ficando mais bonito Os entretons do infinito Abrolham com esplendor.
Dalinha Catunda
Da janela, neste instante Vejo o céu avermelhado, Como num quadro pintado De purpurina dançante. Atrás da nuvem, brilhante, Tal qual luz de um farol, Espia o raio do sol Que ao ver a noite chegar Se apaga pra descansar Envolto nesse lençol.
Creusa Meira
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco quinta, 28 de dezembro de 2017
DEU BODE, MARANHÃO
(PUBLICADO EM 10 DE MAIO DE 2016)
*
Uma coisa vou dizer,
Meu povo preste atenção
Êta cabra destemido
É esse tal de Maranhão
Roubou a cena do dia
Fazendo o que não podia
Com a caneta na mão.
*
Para ficar bem na foto
Pintou cabelo e bigode
Com um sorriso no rosto
E como quem tudo pode
Com a cara mais lavada
Deu a sua canetada
Mas acabou dando bode.
*
O que ontem ele fez
Já chegou a desmanchar
Sua cadeira na Câmara
Nem sei se vai esquentar
Maranhão foi pau mandado
Mas não deu bom resultado
O que acabou por tramar.
*
Hoje serve de chacota
Seu nome virou piada
Pois em sua insanidade
Desabonou a bancada
E agora eu sei que lhe dói
Não ter virado herói
Na cena que foi tramada.
*
Versos de Dalinha Catunda
Charge Sinfronio.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco quarta, 27 de dezembro de 2017
CARTAS NA MESA, SEMPRE
Quem joga com cartas na mesa Não causa desilusão Não golpeia uma amizade Não fere um coração Não mancha seu nome à toa Não engana, não magoa Pois marca sua posição.
Quem joga limpo na vida Porta aberta sempre deixa Demostra ter hombridade Não deixa brecha pra queixa Preza o nome que carrega Não finge não escorrega Do estilo não desleixa.
Amizade é coisa rara Que se deve conservar Mas quando fica arranhada É difícil cultivar É como um vaso quebrado Que mesmo sendo colado As marcas irão ficar.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco terça, 26 de dezembro de 2017
NATAL COM JESUS
Eu não quis badalação Recolhi-me no Natal Pois precisava afinal De muita meditação Desarmei meu coração E conversei com Jesus A ele roguei por luz E fiquei apaziguada Com Jesus em minha estrada O meu futuro reluz.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco segunda, 25 de dezembro de 2017
NATAL SEM EMBUSTE
Nesse Natal eu só quero Um pouco de sapiência, Que Deus me dê paciência Eu peço, rogo e reitero. Daquilo que não tolero Que ele posso me livrar, Que não venham me abraçar Nem me beijar como Judas! Com palavras pontiagudas Explicito o meu pensar.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco segunda, 18 de dezembro de 2017
ILUSÃO DE ÓTICA
Eu pensei por um momento Que tudo era cor do céu Mas a nuvem com seu véu Cobriu o meu pensamento Vi que azul do firmamento De ótica era ilusão A imagem virou borrão Quando vislumbrei direito Avaliei meu conceito E mudei de opinião.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco quinta, 14 de dezembro de 2017
AMANTE DO MAR
Fotos da colunista
Não sei se és mar de verdade Não sei se és mar de ilusão Pois pressinto em tuas águas, Um jogo de sedução.
No vaivém de tuas ondas Sinto o ritmo constante, Atiro-me abrindo os braços Sentindo-me flutuante.
Teu marulhar me atiça, Teu cheiro faz delirar. Despida, despudorada, Por ti me deixo levar.
Sempre tão envolvente, Em ondas ou calmarias, Escorres pelo meu corpo Até minh’alma arrepias.
Fluido, salgado, excitante, És amante a transpirar. Na brancura das espumas Vejo o gozo flutuar.
Não sei se és mar de verdade, Não sei se és mar de ilusão Entrando em sinestesia Voei em tua intenção.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco quarta, 13 de dezembro de 2017
13 DE DEZEMBRO: ANIVERSÁRIO DE GONZAGÃO E DIA DE SANTA LUZIA
E nunca mais vai nascer Outro igual a Gonzagão.
Mote de Antônio Cassiano
Luiz Gonzaga nasceu Dia de Santa Luzia Foi letra foi melodia Foi canto foi apogeu A sua fama cresceu Foi ele o rei do baião Cantou além do sertão Foi rei só por merecer. E nunca mais vai nascer Outro igual a Gonzagão.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco segunda, 11 de dezembro de 2017
TROVANDO O SERTÃO
MARCOS MEDEIROS
O sol luzindo a poeira
e o vaqueiro na função
dão vida à cena primeira
do amanhecer no sertão.
*
DALINHA CATUNDA
Vaqueiro toca a boiada
Poeira sobe do chão
Rotina de cada estrada
Que retalha meu sertão.
*
Foto de Dalinha Catunda
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco sexta, 08 de dezembro de 2017
ABELHA RAINHA
Ele era o tal zangão Só aceirando rainha E a abelha embevecida Aceitava a louvaminha.
E assim voaram juntinhos E juntos fizeram mel Sem ver tragicidade Que havia em cada papel.
Compartilharam com gosto A tal geléia real Se empenharam no labor Do mais belo ritual.
Ao trono volta a rainha Após o acasalamento E ele virou estrela Luzindo no firmamento.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco sábado, 02 de dezembro de 2017
DUAS GLOSAS - 02.12.17
Vou viver só do meu jeito, Longe da vida cativa.
Mote de Marcos Medeiros
Vou me embora pra distante de onde a inveja mais permeia, onde ver a vida alheia é cada vez mais minguante. Longe do gesto aviltante da gritante inveja ativa, tão danosa e tão nociva pra todo e qualquer sujeito, Vou viver só do meu jeito, Longe da vida cativa.
Marcos Medeiros
Não vou fugir de querela Porque ergo outra bandeira Escancarei a porteira Joguei no mato a tramela A vida é mais do que bela E me faz provocativa Quem tem língua corrosiva Desabono e desrespeito Vou viver só do meu jeito, Longe da vida cativa.
Dalinha Catunda
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco quinta, 30 de novembro de 2017
NO BRILHO DA LUZ
Foto da colunista
Rompendo a barra do dia Vejo o sol aparecer Levanto-me com prazer Pois viver me contagia O sol transmite energia Eu aspiro a sua luz Esse brilho me conduz Em cada nova jornada Sou mulher iluminada Pois a vida me seduz.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco terça, 28 de novembro de 2017
MINHA CAIXA DE PANDORA
Foi querendo organizar Minha vida atribulada Que peguei uma caixinha Para dar uma arrumada Pois chega de desengano E se não falhar meu plano Vou ficar mais sossegada.
As coisas sem importância Eu comecei a juntar Para acomodar na caixa E quando encher vou lacrar Diferente de Pandora A esperança fica fora Pois nela vou apostar.
Peguei a farsa e a mentira Dentro da caixa botei Mensagem sem sentimento Bem no fundo acomodei Sem querer mais me enganar Comecei a faxinar Pois assim determinei.
A saudade quis ficar Mas peguei pelo gogó Arrastei a descarada Fiz uma trouxa e dei um nó Inda disse uma gracinha Você vai para a caixinha Eu prefiro ficar só.
Olhei bem para a paixão Que almejou me encarar Porém me viu decidida Nem parou pra argumentar Era de meia tigela Pena eu não tive dela Decidi empacotar.
Eu fiquei encasquetada Quando a lembrança chegou Quis me lembrar do abraço Mas abraço não pintou Quis me lembrar do beijo Mas beijo não aconteceu A lembrança mereceu O cantinho que ganhou.
Quem sumiu pra vadiar Tem espaço garantido Quem achou outra guarida Na caixa será mantido Desapegar é legal A faxina foi geral Meu tempo não foi perdido.
Na caixa prendi os males Pra começar nova andança Apos lacrar enterrei O que não era bonança Mas na caixa de Pandora Pensei bem deixei de fora Minha guia: A ESPERANÇA!
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco segunda, 27 de novembro de 2017
SERTÃO EM FLOR
SERTÃO EM FLOR
“Tudo em volta é só beleza”
Luiz Gonzaga cantou
A água que faz milagre
A caatinga ornamentou
Com meu olhar aturdido
Revejo o sertão florido
Pois a chuva o transformou.
*
A natureza contente
Exibe seu esplendor
As ramas sobem e descem
Carregadinhas de flor
E o encanto que emana
Da salsa e da jitirana
É de fato ostentador.
*
Assim é o meu sertão
Com seu vestido de festa
Quando a chuva molha o chão
O verde se manifesta
E com graça a natureza
Revela sua beleza
Enfeitando cada aresta.
*
Versos e fotos de Dalinha Catunda
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco sexta, 24 de novembro de 2017
ENQUANTO NÃO ROUBAM MEU VERSO
Nunca vi tanta quadrilha Nunca vi tanto ladrão Do jeito que coisa anda Só vejo uma solução Sei que não vai demorar Político despachar Lá de dentro da prisão.
Vejo a coisa ficar feia E sem ser original Repito nesses meus versos Que a polícia Federal Trabalhando sem engodo Vai mesmo passando o rodo Está pegando geral.
Desta vez não adiantou Pirraça de Garotinho Foi direto pra cadeia Encangado com Rosinha Que apesar de ser a Rosa Não teve vida cheirosa Foi política daninha.
Nesse Rio de Janeiro Quem tá solto tá cassado Na língua não bota freio O Cabral engaiolado Numa atitude infeliz Já ameaçou juiz E ficou mais complicado.
Temos Jorge Picciani E Paulo Melo também Vendo o sol nascer quadrado E mais gente ainda vem Denunciaram Crivella O Pezão ainda apela Não sei se vai se dar bem.
Hoje se chama quadrilha O que um dia foi partido A descrença é total Chama-se membro bandido O eleitor desta nação Que vota e apoia ladrão Tá cada vez mais fodido.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco quarta, 22 de novembro de 2017
CORDELISTAS DE PLANTÃO
Cordelistas de plantão De toda e qualquer paragem Presto aqui minha homenagem Nas linhas dessa oração Rogo ao pai inspiração Tento versejar com fé Para não quebrar o pé Ao tentar metrificar E minha rima aprumar Sem remar contramaré.
Louvo aqui cada poeta Que sabe o que é cordel Que cumpre bem seu papel Prestando atenção na meta E que de forma correta Na hora de versejar Tenta não desrespeitar A nossa antiga cultura O cordel literatura Nossa arte popular
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco terça, 14 de novembro de 2017
SANTO ANTÔNIO VACILOU
*
Espalham que santo Antônio
É Santo casamenteiro
Já fiz promessa pro Santo
No cofre botei dinheiro
E para minha desgraça
Em mim ninguém acha graça
Tá difícil um companheiro.
*
Dos braços de Santo Antônio
Eu já roubei o menino
Achando que a simpatia
Mudaria meu destino
Porém prossigo solteira
Não gosto da brincadeira
Que me deixa em desatino.
*
Botei água numa jarra
E mais uma vez tentei
De cabeça para baixo
O santinho mergulhei
Nem mesmo fazendo assim
O santo lembrou de mim
Desesperada chorei.
*
Solteirona eu não fico
Alguém vai me socorrer
Ao candomblé ou umbanda
Inda posso recorrer
Ou então eu viro crente
E o santo fique ciente
Solteira não vou morrer!
*
Versos e foto de Dalinha Catunda
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco quarta, 08 de novembro de 2017
QUEM MEXE COM ROSA, ÀS VEZES SAI PICADO
Peleja em quadras
Quem é rosa não se queixa Pela falta de carinho Pelo prazer sempre deixa Sentir o pico do espinho.
José Walter
Sou rosa não me abespinho Nem fujo da picadura Se tem zangão no caminho Lhe apresento a sepultura
Dalinha Catunda
“O cravo brigou co’a rosa” Por um singelo desejo De uma atitude amorosa Traduzida por um beijo.
José Walter
Depois de um acoleijo A rosa ficou zangada O cravo roubou um beijo Completando a presepada.
Dalinha Catunda
Vivendo em uma redoma A rosa não é amada Pois amor é o que soma Na paixão compartilhada
José Walter
A rosa bem assanhada Não vivia em desalento Só vivia arrepiada Pois se entregava ao vento.
Dalinha Catunda
Vou fazer uma pilhéria Com Dalinha, provocada: Não existe mulher seria Porém , mulher mal cantada.
José Walter
Existe mulher malvada Que bate em mau cantador Que canta e não é de nada E acha que é professor.
Dalinha Catunda
Quem se diz rosa sem cravo Um motivo sempre há Não existe mel sem favo Pois só recebe quem dá.
José Walter
Sou rosa do Ceará Bela flor de muçambê O mel que em mim está Não estará em você.
Dalinha Catunda
Sobre a mulher, o preceito Lá na Bíblia está escrito De obediência e respeito Ao homem, como descrito.
José Walter
O respeito é restrito Desde os tempos de Adão Eva soltou o “priquito” Pro homem entrar em ação
Dalinha Catunda
Ainda no paraíso, Eva mandava em Adão Com seu jeito sem juízo Para Deus, sem solução.
José Walter
É a mulher no sertão Foi Eva no Paraíso Tomando sua direção Para não ter prejuízo.
Dalinha Catunda
Impossível existir Uma rosa sem perfume Ou u’a mulher sem sentir Pelo seu cravo ciúme.
José Walter
Meu amigo se acostume E vá mudando de prosa Não venha com seu estrume Pra não chatear a rosa.
Dalinha Catunda
Às poetisas, parceiras Mando aqui algumas trovas Feitas como brincadeira Que na peleja são novas.
José Walter
Não sei se passei nas provas Dessa peleja em quadras Também não sei se me aprovas Ou como louca me enquadras.
Dalinha Catunda
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco terça, 07 de novembro de 2017
UMA GLOSA
Água mole que não fura Sempre encontra novo atalho
Mote da colunista
Insistir com teimosia, E bater o pé no chão Isso é obstinação, Que vai quebrando a magia… Amor é o que contagia! Com ele não me atrapalho. Às vezes comigo, ralho, Logo mudo de postura! Água mole que não fura Sempre encontra novo atalho
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco segunda, 06 de novembro de 2017
MACHADO TORTO E AFIADO
Enfiaram o pau no machado
E ele baixou a lenha
Já derrubou pau mandado
E não há quem o detenha
Lâmina do Ceará
Bota abaixo até Jucá
Desde que vantagem tenha.
*
Nunca vi Machado torto
O pau podre derrubar,
Nunca vi cara de pau
Pra cupim não atacar,
A política anda nojenta
Mas é essa ferramenta
Que a madeira vai baixar.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco domingo, 05 de novembro de 2017
AMIGA BRUXA
Amiga, muito obrigada Por essa sua atenção Trepar no pau da vassoura Era a sua diversão Aquele negro vestido Já era bem conhecido Voando pelo sertão.
Entre o cabo e a vassoura De um tudo acontecia Era tempo de fartura Você nem se maldizia E cansou de me dizer Que alcançava seu prazer No ato de bruxaria.
Quando findava outubro Com cruel satisfação Da dispensa retirava O seu velho caldeirão E em meio a gargalhada No meio da madrugada Caprichava na porção.
Você bem sabe que é bruxa Vem e diz que sou também Eu não vou dizer que não Pois não sei se me convém Um cabinho de vassoura É coisa que não desdoura Quem esfregou o sedém.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco sábado, 04 de novembro de 2017
JÁ ME CASEI, COMPADRE LEMOS
*
COMPADRE LEMOS
Fiquei sensibilizado
Comadre, com sua queixa!
Sua criatividade
Supera a de uma gueixa.
Somente pra lhe ajudar,
Eu ia candidatar...
Mas minha velha não deixa!
*
DALINHA CATUNDA
Compadre muito obrigada
Não cabe preocupação
Já arrumei um marido
E olhe! Faz um tempão
Amarrei bem amarrado
E o Santo foi o culpado
Desta minha arrumação.
*
COMPADRE LEMOS
Mas, se quer mesmo casar,
Repare o conselho meu:
Ganhe só na Mega Sena
E, rica, feito um judeu,
Complete logo a falseta,
Passe a chamar "Julieta",
Que aparece um "Romeu".
*
DALINHA CATUNDA
Amigo sou fazendeira
Sou mulher remediada
E já tenho um cabra macho
Que me ajuda na empreitada
Mesmo não sendo Romeu
Eu posso chamar de meu
Depois da graça alcançada.
*
COMPADRE LEMOS
Se isto não funcionar,
Lhe digo: vou sentir tanto!
Deixarei de ser poeta,
E calarei o meu canto.
E, no final dessa festa,
Comadre, o que lhe resta
É AFOGAR ESSE SANTO !!!
*
DALINHA CATUNDA
Lemos não se desespera
Eu demorei, mas casei
Não foi de papel passado
Foi do jeitinho que sei
Depois que afoguei o Santo
O ganso afoguei, garanto!
E o cabra nunca larguei.
*
Foto de Dalinha Catunda
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco quinta, 02 de novembro de 2017
UM DEDO ATRÁS PROTEGE A FRENTE
Nesse presente momento, Quero chamar atenção Da raça de cabra macho Também dos que frouxos são No Brasil de Norte a Sul Chegou o novembro azul É tempo de prevenção.
Quem já passou dos cinquenta Viveu muito inda quer mais Faça o exame de próstata Pois o corpo dá sinais Se não existe vacina Adote o que medicina Escreveu em seus anais.
Reza a lenda que o exame É sim, inconveniente, Mas é só ficar de quatro E do ato ser ciente Que o dedo que vai atrás Nada tem do satanás Protege você na frente.
Sei que você vai dizer: No dos outros é refresco Eu já vou me adiantando: Homem deixe de ser fresco! É só não se acostumar Se por ventura gostar Do que julga ser grotesco.
Eu já dei o meu recado Tentando espantar o medo Nessa minha apelação Tentei caprichar no enredo Faça o seu toque retal Porque pode ser fatal Morrer por causa d’um dedo.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco quinta, 02 de novembro de 2017
UM CANTO PARA MACIÇO DE BATURITÉ
Maciço de Baturité – Foto de Tranquilino
À sombra d’uma mangueira Ao calor do pensamento Com o olhar fixo no nada Reflete sobre o momento Conjectura sobre vida Abre e magoa a ferida Em minutos de lamento.
Deixa a maleta de lado Aberta largada ao chão Enquanto bate no peito As cordas do coração Que pulsam pelo país Sem conseguir ser feliz Sem entender a nação.
A paz está no seu corpo Entintando a vestimenta Pois a guerra em cada esquina É algo que lhe atormenta Sentindo essa imprecisão Sonha com a solução E a realidade lamenta.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco terça, 31 de outubro de 2017
DESENHANDO SONHOS
Mesmo sendo tão alegre Tenho cotas de tristeza Não tenho a senha da mágica Que me garanta a certeza Que ares de felicidade Possam vir sem tempestade Soprando apenas nobreza.
Entre tristeza e alegria Vou labutando na lida Jamais ficarei amarga Os versos me dão guarida As estações que se alternam Acordam sonhos que hibernam, E dão luz a minha vida.
E se hoje o vento leste Que chega desatinado Resolver jogar por terra O meu castelo encantado Sem ligar pra insensatez Desenho tudo outra vez Refaço o sonho dourado
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco terça, 31 de outubro de 2017
AVE MARIA NO SERTÃO
Na hora da Ave Maria
Bate o sino na capela,
Uma oração bem singela
Perpetro no fim do dia,
E peço a Virgem da iria
Rogando com devoção:
Protegei o meu sertão
Ó Virgem mãe tão clemente.
Resguardai a nossa gente
Ó Virgem da Conceição.
*
Doce Mãe Imaculada
Guiai os nossos destinos,
Livrai-nos dos desatinos,
Nessa vida atribulada.
Mostrai-nos sempre a estrada,
Seja a nossa direção
Nos dê resignação,
Para seguirmos em frente.
Resguardai a nossa gente
Ó Virgem da Conceição.
*
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco sábado, 28 de outubro de 2017
RESPEITEM O PAU DO SANTO
*
BASTINHA JOB
Ele quer se aposentar
Está muito fraco e mau
De tanta moça pegar
No seu tão surrado pau!
*
DALINHA CATUNDA
Coitado do pobre Santo
Isso é profanação
A moça que tem vergonha
Reza sem passar a mão.
*
THIAGO CARDOZO
Mas sei que ele até gosta
É fato até comprovado,
No dia que passam as mãos
O pau fica levantado.
*
BASTINHA JOB
peguei no pau desse santo
Que ele ficou roliço
Mas cajado milagroso
Foi de Padim padre Ciço!
*
DALINHA CATUNDA
Eu passei a mão no pau,
Passei a mão no cajado,
Sei que é só uma varinha...
Mas é pau santificado.
*
FOTO DE DALINHA CATUNDA
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco terça, 24 de outubro de 2017
NAS MANHÃS DO MEU SERTÃO
Quando o galo faz zoada Bem cedinho em meu rincão Eu me espreguiço na rede E faço minha oração Tiro a tranca da janela Para ver o quanto é bela A manhã do meu sertão.
A barra anuncia o dia Enquanto não chega o sol No horizonte os entretons Vão tingindo o arrebol Completamente encantada Vejo do alpendre a chegada Do flamejante farol.
O orvalho ganha brilho No seio de cada flor Na cerca a teia de aranha Orvalhada é um primor Quando o sol abre a cortina A beleza nordestina Exibe o seu esplendor.
No bico da passarada Principia a cantoria Nas estradas e veredas O canto é sinfonia A brisa chega faceira Abana a carnaubeira Que farfalha de alegria
O sol desprende seus raios No céu que de azul se cobre Para viver novo dia Veste-se com manto nobre O sol vem com seu clarão No azul da imensidão Nova paisagem descobre.
Tem brilho nosso sertão Na manhã de cada dia Quando abrolha a alvorada Eu bebo dessa energia Vendo o dia amanhecer E o rei sol aparecer Num rompante de magia.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco quinta, 19 de outubro de 2017
É TUDO MERDA DO MESMO PENICO
P’ra entender essa nação Eu fiquei no prejuízo Pois quase perco o juízo Sem chegar a conclusão Dizem que Lula é ladrão Que Temer é ladrão também Que Aécio só se deu bem Que Dilma também roubou Sei que o Brasil se lascou E dos ladrões é refém.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco quarta, 18 de outubro de 2017
UMA GLOSA
Você pode até ter garra Mas é só pr’agarrar pinto.
Mote da colunista
Você diz que é gavião Fala que pega geral Amigo não leve a mal Eu não acredito não Sua fama no sertão Digo, repito e não minto Não faz de você distinto Acabe com tanta marra Você pode até ter garra Mas é só pr’agarrar pinto.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco terça, 17 de outubro de 2017
DUAS GLOSAS
Se não quer pegar mazela Fique distante de mim
Mote de Dão de Jaime
Eu sou Eva decidida Sou pior que Salomé Sou bicho que dá no pé Sou a Pandora enxerida Eu sou o grito de vida E gosto de ser assim Dentro do meu camarim Sou astuta e sem tramela Se não quer pegar mazela Fique distante de mim
Dalinha Catunda
Sou malvado sou ingrato Sou pior do que a fome Desgraça que não tem nome Não valho o peido dum gato Doença do carrapato Sou do jeito de Caim Sou tudo quanto é ruim Eu sou a febre amarela Se não quer pegar mazela Fique distante de mim
Dão de Jaime
Dão de Jaime e a colunista
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco domingo, 15 de outubro de 2017
UM CANTO MENOR
Partiu a paixão Levando a magia Minha poesia Soluça em vão.
Um choro agorento Pranteia meu peito Carpindo sem jeito A dor do momento.
Que triste destino, Que sorte, que fado, Que me tira o tino
Livrai-me Jesus Do amor malfadado Do peso da cruz.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco sábado, 14 de outubro de 2017
EM LOUVOR À NATUREZA
Entre a estrada e o céu
Entre a folhagem e a flor
A vida segue adiante
Mostrando seu esplendor
Perante tanta beleza
Vou louvando a natureza
E a Deus pai o criador.
*
Versos de Dalinha Catunda
Foto de Cayman Moreira
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco quinta, 12 de outubro de 2017
ARREMEDO DE ABOIO
A mestre Dina, licença, Eu peço para aboiar Fui criada no sertão Vendo a boiada passar Eu ficava no terreiro A espera do vaqueiro Querendo lhe arremedar.
O meu gado não é muito Mas da pra enfeitar o pasto Gosto de ver a boiada Passando e deixando o rasto Se o vaqueiro for bonito Esqueço o que está escrito No laço da corda arrasto.
Quem me deu o boi bordado Foi Luiz Sebastião O bordado ganhou fama Pras bandas do meu sertão Cada vaca que cobria Tirava uma boa cria Melhorei a produção.
Quem quiser me comprar gado Fiado não vendo não Meu gado só sai do pasto Com dinheiro em minha mão Pois aqui na minha lista Tem um monte de artista Cadastrei cada enrolão.
Resolvi laçar um boi Achando que era manso Só que o boi me deu trabalho Mas eu não lhe dei descanso Encrenca pequena e tico Com laço na mão não fico Não me enfezo, nem me canso.
Se a vaca prender meu boi Eu tiro ele da cadeia Depois de afrouxar o laço Na vaca eu meto a peia Não sou de usar chicote Mas fique esperta e anote Nunca mexa em coisa alheia.
Se seu touro pular cerca Eu dou capim do meu lado Se ele gostar do meu pasto Vou viciar o danado E só para me exibir Eu vou montar sem cair Nesse seu touro abusado
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco quarta, 11 de outubro de 2017
DUAS GLOSAS
A água é fonte de vida Não deixe a água morrer!
Mote de Bastinha Job
Bastinha Job:
Também nosso São Francisco É um rio em agonia Correndo o sério risco De se extinguir qualquer dia, Mataram muitas nascentes Outros tantos afluentes O homem fez perecer Urge uma outra medida: A água é fonte de vida Não deixe a água morrer!
* * *
Dalinha Catunda:
Agoniza o São Francisco Em sua degradação O homem não tem um trisco De conscientização E cava a própria desgraça Com o projeto que traça Faz o rio fenecer Disso nem Deus duvida: A água é fonte de vida Não deixe a água morrer!
* * *
Bastinha Job e Dalinha Catunda, foto do acervo da colunista
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco segunda, 09 de outubro de 2017
NORDESTINA, SIM SENHOR!
Eu sou nordestina Me orgulho de ser Sou do Ceará Com muito prazer Não faço suspense Sou ipueirense Pra quem quer saber.
Se escuto a sanfona Perfumo o cangote Dançando faceira Aguento o pinote Pois sou dançadeira Levanto a poeira Capricho no xote.
Eu danço São João Eu pulo fogueira Faço simpatia A da bananeira Me visto de chita Com laço de fita Desfilo faceira.
Eu como cuscuz Paçoca e baião Como tapioca E bife do oião Eu como buchada Também malassada Sem indigestão.
Na rede me deito Pra me balançar E nesse balanço Preciso contar Cumprindo o destino Eu já fiz menino Sem punhos quebrar.
Eu sou ribaçã Sou ave migrante Sou rio que corre Que segue adiante Eu sou empolgada Comigo só nada É quem se garante.
Eu sou mesmo agreste Meu nome é Dalinha Não fujo de embate Não fujo da rinha Se você empaca Não puxe sua faca Deixe na bainha.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco sexta, 06 de outubro de 2017
ATIÇANDO AS MULHERES
Mulher, tenha amor a vida Faça sua prevenção. Isso é obrigação, E não seja “malovida”, Pois a mulher precavida Sete vidas vai viver! Vai amar, vai conceber, Vai parir felicidade, Acredite isso é verdade! Você tem esse poder.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco quarta, 04 de outubro de 2017
SÓ NA MOITA
Quem não tem bala na agulha Não carece se arriscar Na deve mirar na presa Sabendo que vai falhar Pois onça com vara curta Só doido vai cutucar.
Se tem coisa que não gosto Amigo, vou lhe contar E gente que diz que vai Porém não sai do lugar Nem desocupa a moita Nem se agacha pra cagar.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco segunda, 02 de outubro de 2017
DUAS GLOSAS
“No mundo da poesia Sou verso solto no ar”
Mote de Souza Filho
Eu sou Dalinha Catunda Filha de Neuza e Espedito O meu trabalho é bonito É fonte que em mim abunda Com dedicação profunda Deixo a musa me emprenhar Para meus versos gerar E depois parir magia “No mundo da poesia Sou verso solto no ar”
Dalinha Catunda
Eu sou Rainilton Viana Fí de Bastinha e Sivoca E a poesia me toca E me deixa tão bacana Trabalho toda semana Pra poder me sustentar E também poder comprar O meu pão de cada dia “No mundo da poesia Sou verso solto no ar.”
Rainilton de Sivoca
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco quarta, 27 de setembro de 2017
DEMOREI MAS VOLTEI
Depois duma temporada Bem longa posso dizer Eu volto revigorada Digo isso com prazer. Pras bandas do Ceará Cultura curti por lá Sem me esquecer do lazer.
Passei por Fortaleza De lá fui ao meu lugar Onde passei alguns dias E mais queria passar Depois fui pro Cariri Porém já estou aqui Mas planejando voltar.
Dalinha Catunda - Eu Acho É Pouco terça, 12 de setembro de 2017