Foto autoria da colunista
Perdão eu não peço ao galo
Por seu pescoço puxar
Por lhe enfiar na água quente
Por cada pena tirar
Por cortar seu esporão
Tirar fígado e coração
Pra com gosto degustar.
Perdão eu não peço ao galo
Por lhe botar na panela
Por gostar imensamente
De comer sua moela
De seu sangue retirar
Para depois temperar
Pra fazer à cabidela.
Perdão eu não peço ao galo
Por lhe comer com cuscuz
Por lhe comer com quiabo
Do jeito que me seduz
Por lhe comer com pimenta
Pois minha língua aguenta
Nem faço o sinal da cruz.
Perdão não peço a ninguém
Porque não vejo razão
Porque tudo isso aprendi
No meu rústico sertão
Um galo bem temperado
Seja cozido ou assado
No agreste é tradição.