Peleja em quadras
Quem é rosa não se queixa
Pela falta de carinho
Pelo prazer sempre deixa
Sentir o pico do espinho.
José Walter
Sou rosa não me abespinho
Nem fujo da picadura
Se tem zangão no caminho
Lhe apresento a sepultura
Dalinha Catunda
“O cravo brigou co’a rosa”
Por um singelo desejo
De uma atitude amorosa
Traduzida por um beijo.
José Walter
Depois de um acoleijo
A rosa ficou zangada
O cravo roubou um beijo
Completando a presepada.
Dalinha Catunda
Vivendo em uma redoma
A rosa não é amada
Pois amor é o que soma
Na paixão compartilhada
José Walter
A rosa bem assanhada
Não vivia em desalento
Só vivia arrepiada
Pois se entregava ao vento.
Dalinha Catunda
Vou fazer uma pilhéria
Com Dalinha, provocada:
Não existe mulher seria
Porém , mulher mal cantada.
José Walter
Existe mulher malvada
Que bate em mau cantador
Que canta e não é de nada
E acha que é professor.
Dalinha Catunda
Quem se diz rosa sem cravo
Um motivo sempre há
Não existe mel sem favo
Pois só recebe quem dá.
José Walter
Sou rosa do Ceará
Bela flor de muçambê
O mel que em mim está
Não estará em você.
Dalinha Catunda
Sobre a mulher, o preceito
Lá na Bíblia está escrito
De obediência e respeito
Ao homem, como descrito.
José Walter
O respeito é restrito
Desde os tempos de Adão
Eva soltou o “priquito”
Pro homem entrar em ação
Dalinha Catunda
Ainda no paraíso,
Eva mandava em Adão
Com seu jeito sem juízo
Para Deus, sem solução.
José Walter
É a mulher no sertão
Foi Eva no Paraíso
Tomando sua direção
Para não ter prejuízo.
Dalinha Catunda
Impossível existir
Uma rosa sem perfume
Ou u’a mulher sem sentir
Pelo seu cravo ciúme.
José Walter
Meu amigo se acostume
E vá mudando de prosa
Não venha com seu estrume
Pra não chatear a rosa.
Dalinha Catunda
Às poetisas, parceiras
Mando aqui algumas trovas
Feitas como brincadeira
Que na peleja são novas.
José Walter
Não sei se passei nas provas
Dessa peleja em quadras
Também não sei se me aprovas
Ou como louca me enquadras.
Dalinha Catunda