DIA DE SÃO RUPERTO - 27 D EMARÇO
HOMILIA - 27.03.23
HISTÓRIA DE SÃO RUPERTO
Ruperto nasceu na Casa Real Merovíngia, como descendente nobre dos Rupertinos, condes que tinham domínio sobre a região da Áustria conhecida como do médio e do alto Reno, o famoso rio que passa pelos Alpes. Os Rupertinos tinham parentesco com os Carolíngios. O centro de atividades dessas famílias ficava em Worms, na atual Alemanha. Lá, Ruperto recebeu sua primeira formação de monges irlandeses.
No ano 700, depois de receber sólida formação dos monges, começou a se manifestar sua vocação de pregador. Por isso, ele foi para a Baviera, Também na Alemanha, com o intuito ardoroso de pregar o Evangelho. Lá, evangelizou e converteu o conde Téodo da Baviera. Este passou apoia-lo em seus objetivos missionários. Assim, com a ajuda do conde, que lhe ofereceu um terreno, Ruperto fundou uma igreja que foi dedicada a São Pedro. O povo acolheu e a missão começou a florescer.
A Igreja de São Pedro ficava perto do lago Waller. Mas o local ainda não condizia com o objetivo de Ruperto. Por isso, o conde lhe deu outro terreno. Este ficava perto do rio Salzach, não longe de Juvanum, uma velha cidade romana. Nesse terreno São Ruperto construiu um mosteiro, o primeiro da Áustria. Para tal empreendimento, contou com o apoio de doze homens do local. Dois desses, seguindo o exemplo de São Ruperto, foram canonizados: Gislero e Cunialdo. O local se tornou a origem da famosa cidade de Salzburgo. Por isso, São Ruperto é aclamado como o fundador da cidade. Pouco tempo depois, ele foi aclamado o primeiro bispo da Áustria.
Percebendo que muitas mulheres apresentavam vocação para a vida religiosa, São Ruperto fundou também um mosteiro feminino, que foi construído ao lado do primeiro. Sabiamente, ele entregou a direção da obra feminina à abadessa Erentrudes, que era sua sobrinha e mulher que buscava a santidade.
O significado de Salzburgo é “cidade do sal”. Por isso, São Ruperto é sempre representado artisticamente segurando um saleiro na mão. Isso mostra sua profunda ligação com a origem e crescimento da cidade.
São Ruperto foi o responsável pela cristianização de toda a Baviera e também de toda a Áustria.
Faleceu num domingo de Páscoa, em 27 de março de 718. Teve a graça de falecer logo após celebrar a missa. Estava no mosteiro de Juvavum. Antes disso, porém, pressentiu a morte próxima. Por isso, fez suas últimas recomendações e pedidos de oração a sua sobrinha, a abadessa Erentrudes. Suas relíquias foram sepultadas na lindíssima catedral de Salzburgo, que foi erguida no século XVII.
“Senhor, por intercessão de São Ruperto, queremos hoje vos rogar pelas vocações religiosas; para que os jovens vocacionados encontrem apoio em suas famílias e na sociedade para o desenvolvimento da Igreja. Rogamos também por todo o clero, para que, na santidade, governem com sabedoria o Seu povo. Amém. São Ruperto, rogai por nós.”
DIA DE SÃO LUDGERO - 26 DE MARÇO
HOMILIA - 26.03.23
HISTÓRIA DE SÃO LUDGERO
Ludgero nasceu Zuilen, Friesland, atual Holanda, no ano 742. Sabe-se que ele descendia de uma família nobre. Por isso, dedicou-se ao estudo da religião católica desde criança. Foi ordenado padre em 777, aos 35 anos, na cidade de Colônia, Alemanha.
Sua missão apostólica começou em sua cidade natal. Depois, expandiu seu apostolado para as regiões pagãs da Holanda, da Suécia e da Dinamarca, onde tinha sido o ponto mais alto da missão de São Bonifácio. O Padre Ludgero foi discípulo de dois discípulos de São Bonifácio: Alcuíno de York e São Gregório.
Mais tarde, Padre Ludgero foi requisitado por Carlos Magno, imperador romano que dominava o local. Magno queria evangelizar os povos que dominava. Porém, queria fazer isso à força, obrigando os povos conquistados a se converterem ao cristianismo. Tal obrigação começava pelos soldados vencidos. Se estes não se convertessem e não aceitassem o batismo, eram condenados à morte. Padre Ludgero era totalmente contra essa imposição, sabendo que a adesão à fé cristã deve acontecer por atração, jamais por imposição.
Como resultado das imposições de Carlos Magno, estourou uma revolta que ficou conhecida como Revolta de Widukindo. Pelo simples fato de ser padre, Ludgero foi obrigado a fugir para sobreviver. Ele foi, então, para Roma. Em seguida, foi para o mosteiro de Montecassino, que tinha sido fundado por São Bento. Lá, ele aprimorou seu conhecimento sobre a fé católica e vestiu o hábito de monge. Porém, não chegou a emitir os votos.
O próprio imperador Carlos Magno conseguiu, com muito custo, debelar a revolta de Widukindo, no ano 784. Então, o próprio imperador foi até o mosteiro de Montecassino para pedir ao Padre Ludgero que retornasse à sua missão evangelizadora. Desta vez, seguindo o método de Ludgero, de pregar o Evangelho e o amor de Deus sem obrigar ninguém a se converter, a missão produziu inúmeros frutos. Inúmeras conversões aconteciam quando o povo descobria a beleza do amor de Deus e da fé cristã.
São Ludgero pregou o Evangelho com força e poder na região da Saxônia e da Vestfália.
Carlos Magno ofereceu-lhe, como recompensa, o bispado da cidade de Treves. São Ludgero, porém, recusou. Ele preferiu emitir seus votos religiosos e vestir o hábito definitivo de monge. Depois, fundou um mosteiro num local deserto. Ao redor dele cresceu uma cidade que passou a se chamar Muester, que significa mosteiro. Ali, ele foi eleito pelos fiéis como o primeiro bispo.
São Ludgero descobriu também sua vocação de empreendedor e não parou mais. Fundou várias escolas, construiu igrejas, criou paróquias novas. Todas eram entregues aos padres que ele mesmo formava. Além de tudo isso, ainda achou tempo para recomeçar a evangelização na região da Frísia. Conseguiu realizar o sonho de ajudar na conversão de sua pátria, a Holanda. Fundou ainda outro mosteiro na cidade de Werden. Este seguia a regra beneditina, que ele tanto prezava.
São Ludgero faleceu dia 26 de março de 809. Seu corpo foi sepultado na linda capela do mosteiro de Werden, que ele fundara. O local se tornou alvo de peregrinações de fiéis de várias partes da Holanda e muitas graças foram alcançadas através de sua intercessão. A veneração a São Ludgero é especialmente viva na Holanda, Bélgica, Suécia, Dinamarca, Itália e Alemanha. Todos esses países foram visitados por ele durante seu ministério de evangelizador.
“Ó Deus, que aos vossos pastores associastes São Ludgero, animado de ardente caridade e da fé que vence o mundo, dai-nos por sua intercessão, perseverar na caridade e na fé, para participarmos de sua glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. São Ludgero, rogai por nós.”
DIA DA ANUNCIAÇÃO DO SENHOR - 25 DE MARÇO
HOMILIA - 25.03.23
HISTÓRIA DA ANUNCIAÇÃO DO SENHOR
Neste dia, a Igreja festeja solenemente o anúncio da Encarnação do Filho de Deus. O tema central desta grande festa é o Verbo Divino que assume nossa natureza humana, sujeitando-se ao tempo e espaço.
Hoje é o dia em que a eternidade entra no tempo ou, como afirmou o Papa São Leão Magno: “A humildade foi assumida pela majestade; a fraqueza, pela força; a mortalidade, pela eternidade.”
Com alegria contemplamos o mistério do Deus Todo-Poderoso, que na origem do mundo cria todas as coisas com sua Palavra, porém, desta vez escolhe depender da Palavra de um frágil ser humano, a Virgem Maria, para poder realizar a Encarnação do Filho Redentor:
“No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem e disse-lhe: ‘Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo.’ Não temas , Maria, conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Maria perguntou ao anjo: ‘Como se fará isso, pois não conheço homem?’ Respondeu-lhe o anjo: ‘O Espírito Santo descerá sobre ti’. Então disse Maria: ‘Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra’” (cf. Lc 1,26-38).
Sendo assim, hoje é o dia de proclamarmos: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14a). E fazermos memória do início oficial da Redenção de todos, devido à plenitude dos tempos. É o momento histórico, em que o ‘sim’ do Filho ao Pai precedeu o da Mãe: “Então eu disse: Eis que venho (porque é de mim que está escrito no rolo do livro), venho, ó Deus, para fazer a tua vontade” (Hb 10,7). Mas não suprimiu o necessário ‘sim’ humano da Virgem Santíssima.
Cumprindo desta maneira a profecia de Isaías: “Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Deus Conosco” (Is 7,14). Por isso rezemos com toda a Igreja:
“Ó Deus, quisestes que vosso Verbo se fizesse homem no seio da Virgem Maria; dai-nos participar da divindade do nosso Redentor, que proclamamos verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Por nosso Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo”.
DIA DE SANTA CATARINA DA SUÉCIA - 24 DE MARÇO
HOMILIA 24.03.23
HISTÓRIA DE SNTA CATARINA DA SUÉCIA
Santa Catarina foi filha, companheira inseparável e discípula fiel de sua mãe, Santa Brígida. Esta é santa mais conhecida e venerada da Suécia. Catarina nasceu em berço nobre, rico e cristão, no ano 1331, na Suécia. Em casa, recebeu, especialmente de sua mãe, educação e formação muito sólida com base cristã. Com apenas sete anos, foi levada para as Irmãs do convento de Risberg. Estas, ajudaram a desenvolver a linda vocação religiosa de Catarina, confirmando todo o ensinamento que ela recebera de sua mãe.
Terminado, porém, esse tempo de formação, Catarina teve que se casar, como era costume, com um jovem da corte sueca, chamado Edgard. Este, era cristão fervoroso, porém, doente. Por isso, optou por aceitar um voto de castidade que sua esposa Catarina tinha feito antes mesmo de se casar. Edgar adotou também tal voto em sua vida e os dois passaram a viver como irmãos. Mais tarde, a doença de Edgard se agravou e ele ficou paralítico. Catarina continuou a cuidar dele, dedicando ainda mais carinho, amor e generosidade.
Quando o pai de Catarina faleceu, sua mãe, Brígida, decidiu dedicar-se totalmente à vida religiosa. E quis iniciar esta nova etapa da vida fazendo uma romaria a Roma, visitando os túmulos dos apóstolos. Tendo sua mãe já partido, Catarina obteve autorização de Edgard, seu marido, para ir a Roma encontrá-la. Aconteceu, porém, que, estando as duas em Roma, Edgard faleceu na Suécia.
Brígida e Catarina, então, vestiram o hábito de religiosas, fizeram os votos e não mais se separaram. Catarina acompanhou, trabalhou e incrementou todo o trabalho de evangelização e caridade que sua mãe desenvolvia. As duas fundaram o mosteiro de Vadstena, na Suécia. Nele, criaram e instalaram a Ordem de São Salvador. Santa Brígida foi abadessa e as freiras de lá passaram a ser são chamadas de brigidinas.
Catarina acompanhou sua mãe em todas as suas viagens. Estas, eram cheias de perigos, tanto na Suécia quanto em outros países. As duas muitas vezes foram salvas de graves perigos através de um cervo selvagem que sempre aparecia quando as duas, e especialmente Catarina, precisavam de socorro.
Voltando de uma longa peregrinação à Terra Santa, as duas pararam em Roma. Lá, Santa Brígida faleceu. Catarina levou o corpo da mãe de volta para a Suécia. Lá, foi recebida pela população e aclamada, junto ao corpo da mãe. Sua mãe, a essa altura, já era venerada como santa.
Catarina foi eleita a nova abadessa do convento. Os livros relatam vários fatos milagrosos ocorridos após sua intercessão. Por outro lado, apareceram pretendentes querendo se casar com Catarina depois da morte de Edgard. Propunham que ela abandonasse a vida religiosa e se casasse. Mas ela recusava terminantemente. Um desses pretendentes, audacioso, tentou atacá-la, mas ficou cego. Ele só recuperou a visão quando se ajoelhou aos pés de Santa Catarina e pediu perdão. Nesse momento, narram os livros, ele viu um cervo selvagem ao lado de Catarina. Por isso, nas representações artísticas de Santa Catarina, ela sempre está perto de um cervo.
Após a morte de Santa Brígida, vários prodígios começaram a acontecer no meio do povo por sua intercessão. Por isso, a abadessa Santa Catarina foi para Roma advogar junto ao Papa pela causa de sua canonização, em nome do povo sueco. Ficou em Roma por cinco anos, morando em um convento. Ali, foi comprovada sua grande disciplina, seu senso de amor e caridade fraterna e sua humildade no trato com todos, especialmente necessitados e doentes.
Santa Catarina voltou para seu país sendo portadora de uma doença grave. Tinha, então, cinquenta anos. Assim, veio a falecer no dia 24 de março do ano 1381. Sua canonização foi celebrada em 1484, pelo Papa Inocente VIII. Antes disso, porém, seu culto já era bastante conhecido na Europa. Conta-se que, por sua intercessão, a cidade de Roma foi livre de uma grande inundação proveniente do rio Tevere.
“Senhor, de muitas bênçãos e virtudes cumulastes Santa Catarina. Pelos méritos de tão querida Santa, nós vos rogamos por nossas famílias. Que possamos ser, a exemplo de Brígida e Catarina, modelos de santidade e fidelidade a vossa doutrina perante os nossos. Dai-nos a graça de, com alegria e paz, semearmos o vosso reino entre aqueles que nos recomendastes. Amém.”
DIA DE SÃO TURÍBIO DE MONGROVEJO - 23 DE MARÇO
HOMILIA - 23.03.23
HISTÓRIA DE SÃO TURÍBIO DE MONGROVEJO
Turíbio Alfonso de Mongrovejo nasceu em 1538 na cidade de Majorca de Campos, Espanha. Era filho de uma família rica e nobre. Fez seus estudos nas cidades de Salamanca, Valadolid e Santiago de Compostela. Formou-se em Direito e, como advogado, teve participações na inquisição. Desde jovem, as grandes marcas de sua vida eram a honestidade e a justiça.
O rei Felipe II percebeu as qualidades de Turíbio de Mongrovejo e pediu ao Papa Gregório XIII que o nomeasse arcebispo da América Espanhola e o Papa atendeu. Por isso, após um discernimento, Turíbio recebeu todas as ordens sagradas de uma só vez, inclusive a ordenação sacerdotal. Assim, em 1580 ele foi sagrado Arcebispo de Lima, no Peru. Foi dessa maneira, aparentemente improvisada, que nasceu um dos maiores apóstolos da América Latina.
O bispo Dom Turíbio chegou a Lima em 1581 e ficou estarrecido com a miséria material e espiritual em que os índios viviam. Mas isso o fez agir. Começou aprendendo a língua desses índios. Depois, começou a defendê-los das arbitrariedades dos colonizadores, que os tratavam como animais. Por isso, Dom Turíbio passou a ser venerado pelos fiéis. Todos o viam como um defensor da justiça, contra os opressores europeus.
Com o apoio de todo o povo indígena, Dom Turíbio organizou inúmeras comunidades em sua imensa diocese. Depois disso, realizou assembleias e até mesmo sínodos, isto é, reunião com todos os bispos em atividade na América Espanhola. Assim, todos foram convocados para a evangelização.
Dom Turíbio realizou e coordenou dez concílios da diocese e três concílios provinciais. Esses eventos formaram a principal estrutura organizacional da Igreja Católica da América espanhola. Essa organização dura até hoje. Um Sínodo Provincial realizado em Lima ganhou destaque. Foi o de 1582. Historiadores o comparam ao famoso Concílio de Trento dada a sua importância. Conta-se que neste encontro, Dom Turíbio chegou a desafiar os espanhóis resistentes, que se achavam muito inteligentes, a aprenderem a língua dos índios. Todos se calaram.
No ano de 1594, Dom Turíbio já tinha percorrido quinze mil quilômetros em missão pela América Espanhola. Ensinava, pregava, convertia, devolvia dignidade e administrava os sacramentos aos índios. Até este ano, segundo os livros das paróquias, tinha administrado a crisma a nada menos que sessenta mil fiéis.
Formando santos. Dom Turíbio teve a graça de formar e crismar três cristãos peruanos que, mais tarde, foram canonizados: Santa Rosa de Lima, São Francisco Solano e São Martinho de Porres. Estes são frutos preciosos de sua grande missão na América Espanhola.
São Turíbio procedeu a fundação do primeiro seminário instituído nas Américas. Ali, vários missionários ardorosos foram formados, o que ajudou sobremaneira no processo de evangelização da América Espanhola.
Pouco tempo antes de sua morte, São Turíbio doou todas as suas roupas, até mesmo as que cobriam seu próprio corpo. Tudo foi para os pobres e àqueles que trabalhavam a seu serviço. Este gesto resumiu o comportamento de toda sua vida. São Turíbio morreu no dia 23 de março do ano 1606. Ele estava na pequenina cidade chamada Sanã, no Peru. Sua canonização foi celebrada pelo Papa Bento XIII, em 1726. Na ocasião, o Papa declarou São Turíbio de Mongrovejo como o Apóstolo e Padroeiro do Peru.
“Ó Deus, que aos vossos pastores associastes São Turíbio de Mogrovejo, animado de ardente caridade e da fé que vence o mundo, daí-nos, por sua intercessão, perseverar na caridade e na fé, para participarmos de sua glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. São Turíbio de Mongrovejo, rogai por nós.”
DIA DE SANTA LÉIA - 22 DE MARÇO
HOMILIA - 22.03.23
HISTÓRIA DE SANTA LÉIA
Léia era uma jovem romana de origem nobre, que viveu por volta do ano 370. Sabe-se que ela recebeu formação cristã sólida e tinha um coração realmente voltado para Deus. Casou-se bem jovem e não teve filhos, porque logo ficou viúva. A viuvez causou-lhe grande transtorno. Mas, ao mesmo tempo, deu-lhe a oportunidade buscar conhecer a vontade de Deus para sua vida e de seguir um novo projeto.
Por causa de sua vida entre a nobreza, um pretendente bastante influente quis se casar com ela. Era Vécio Agorio Pretestato, cônsul romano e nomeado prefeito da cidade. Era homem bom, que poderia dar a Léia uma vida mais luxuosa do que ela já tinha. Além disso, ela teria privilégios e grande prestígio ao se casar com o prefeito de Roma. Porém, o coração de Léia pedia outra coisa. Ela já conhecia a Deus e sentia-se chamada a uma vida dedicada à oração e ao serviço ao próximo. Por isso, recusou a proposta de Vécio.
A jovem Léia mantinha estreita amizade com uma abadessa chamada Marcela. A abadessa, com efeito, tinha fundado uma comunidade de monjas na casa onde Santa Léia vivia, em Roma. Léia convivia com as irmãs, participava das orações, da vida em comunidade e decidiu viver aquela vida, sendo também uma monja, atendendo ao chamado do Senhor em seu coração. Ela trocou o luxo pela simplicidade, escolhendo ter por aposento uma cela pequena, simples, onde ela podia se dedicar à oração e à penitência. E, na vida comunitária, ela podia se dedicar à caridade fraterna e ao convívio santo com as irmãs, vindas de todas as partes e classes sociais.
Santa Léia vendeu seus vestidos ricos e finos, doou o dinheiro aos pobres e passou a usar uma hábito rústico, feito de saco. No mosteiro, escolhia sempre fazer os trabalhos mais humildes, procurando sempre agir como uma serviçal das outras irmãs. Passava noites rezando, fazia jejuns. Praticava a caridade para com os pobres sempre de maneira escondida, para não receber elogios de ninguém. Por causa de sua vida santa, foi eleita Madre Superiora do mosteiro e permaneceu no cargo até sua morte, sendo sempre um exemplo de amor, de bondade, de sabedoria e de humildade.
O pouco que se sabe sobre Santa Léia foi encontrado nos escritos de São Jerônimo, que a conheceu pessoalmente. Ela faleceu no ano 384. Nesse mesmo ano, faleceu o prefeito de Roma que ela rejeitou. Logo após sua morte, Santa Léia passou a ser venerada por uma multidão de pessoas que foram beneficiadas pela caridade da Santa. E todos admiravam a lição de Santa Léia: ela deixou o luxo para viver na pobreza e era muito feliz por causa disso.
“Senhor Jesus, vós nos disseste: “Eu vim para servir e não para ser servido”. Rogamos, pelo exemplo de Santa Léia, que embora fosse superiora colocou-se como escrava das outras religiosas, saibamos também nós encontrarmos alegria em Vos servir e, em todas as circunstâncias, exercer a verdadeira caridade. Santa Léia, Rogai por nós.”
DIA DE SÃO NICOLAU DE FLUE - 21 DE MARÇO
HOMILIA - 21.03.23
HITÓRIA DE SÃO NICOLAU DE FLUE
É o Santo mais popular da Suíça, conhecido lá como Bruder Klaus, ou seja, “Irmão Klaus”. Ele nasceu em 21 de março de 1417, na Suíça. Filho de família pobre, queria ser monge quando jovem. Porém não pôde realizar tal sonho, pois teve que ajudar os pais no trabalho da roça. O sonho ficou escondido num canto de seu coração. Depois, casou-se. Por isso, mais uma vez teve que adiar seu sonho.
O casamento de Klaus foi feliz. Sua esposa era também cristã e muito virtuosa. Chamava-se Doroteia. Com ela, Klaus teve dez filhos. Vários deles vieram a se tornar padres. Um de seus netos, aliás, chamado Conrado Scheuber, faleceu com fama de santidade.
Nesse tempo, como pai de família, Klaus não podia dedicar-se à oração como gostaria. Além do mais, por causa de seu admirável senso de justiça, retidão e integridade, ele foi solicitado a assumir muitos cargos públicos. Assim, foi juiz, deputado e conselheiro.
Quando chegou aos cinquenta anos, Klaus obteve a concordância de sua família para abandonar tudo e viver a vida monástica. Assumiu, então, o nome de Nicolau. Em seguida, construiu uma cabana num lugar deserto, que ficava perto de sua casa, onde foi viver. Lá, seu travesseiro era uma pedra, e sua cama, uma tábua. Ali, Nicolau viveu feliz durante dezenove anos.
Um fato extraordinário marcou esse período da vida de São Nicolau de Flue. Há provas obtidas por várias testemunhas, em tempos diferentes, de que, durante esses vários anos, ele alimentou-se somente da EUCARISTIA. Não consumia nenhum outro alimento e sobrevivia com saúde e boa disposição física, mental e espiritual. Por outro lado, ele não conseguia permanecer na solidão. Era sempre amável e acolhedor para com todos, não fugia daqueles que o procurassem. E a Suíça, sua pátria, precisou dele inúmeras vezes.
São Nicolau de Flue revelou-se um grande pacificador. Era inimigo das brigas, das guerras e das batalhas. Por isso, foi chamado várias vezes para ser mediador em situações explosivas como, por exemplo, diante da ameaça de guerra iminente da Suíça contra os austríacos. Depois, também foi chamado para impedir a eclosão de uma guerra civil em seu país. Porém, quando não foi possível conquistar a paz através do diálogo, ele não se esquivou de tomar lugar nos campos de batalha. E fez isso como soldado e também como oficial.
O trabalho de São Nicolau de Flue na reconciliação entre partes magoadas, principalmente nos assuntos de guerra, repercutiu sobremaneira entre o povo suíço. Por isso, Nicolau começou a ser venerado pelo povo, que o chamava de "Pai da Pátria". São Nicolau era uma liderança incontestável, conquistada pela retidão, pela justiça, pela ética e pela santidade. E o povo reconhecia essa autoridade que brotava de seu coração.
Porém, sempre que podia, retornava à cabana que ele tanto amava. Só saía de lá quando precisavam novamente de sua ajuda. São Nicolau de Flue foi um grande conselheiro espiritual e moral de inúmeras pessoas, desde os mais simples até os mais poderosos. Era extremamente respeitado pelos católicos e pelos protestantes. Há um consenso quase geral de que, se a Suíça é hoje um país pacífico, que muito raramente se envolve em conflitos internacionais, isso se deve à sábia e santa influência do "Irmão Klaus", como ele era, e ainda é chamado carinhosamente pelos suíços.
São Nicolau de Flue ou “Irmão Klaus”, faleceu no dia 21 de março de 1487. Era dia de seu aniversário, e ele completava setenta anos. Seu corpo foi sepultado na bela Igreja de Sachslen.
Sua beatificação aconteceu em 1669. A canonização foi celebrada pelo Papa Pio XII, no ano 1947. A festa litúrgica de São Nicolau de Flue foi instituída para o dia 21 de março. Ele é também celebrado como herói da pátria no dia 25 de setembro. São Nicolau de Flue, ou Irmão Klaus, passou a ser o Santo mais popular de toda a Suíça.
“Meu Senhor e meu Deus, arrancai de mim mesmo tudo o que me impede de ir a Vos.
Meu Senhor e meu Deus, dai-me tudo aquilo que me conduz a Vos.
Meu Senhor e meu Deus, tiraim-me de mim mesmo e entregai-me todo a Vos.”
HOMILIA - 20.03.23
HSTÓRIA DE SANTO AMBRÓSIO DE SENA
Santo Ambrósio de Sena nasceu no ano 1220, em Siena, Itália. Tinha o rosto deformado e sua mãe não aceitava, por isso, deu para os cuidados de uma enfermeira. Há relatos que a única hora que a criança tinha paz era quando estava dentro da igreja dominicana, especialmente perto das relíquias dos santos.
A enfermeira sempre cobria o rosto de Santo Ambrósio com um lenço. Certo dia, um peregrino que estava por perto disse a ela: “não cubra a face desse bebê. Ele será, um dia, o orgulho desta cidade”. Poucos dias depois, a criança esticou seus membros deformados e pronunciou o nome “Jesus” e toda a deformidade o deixou para sempre.
Ambrósio foi uma criança piedosa, se levantava a noite para orar e meditar. Caridoso, mesmo quando jovem, ele trabalhava com os pobres, os doentes e os abandonados. Quando anunciou que queria se juntar aos frades, seus pais e amigos tentaram dissuadi-lo, mas Ambrósio não mudou sua decisão e entrou para o mosteiro com 17 anos. Ele estudou em Paris com São Tomás de Aquino e com Santo Alberto.
Santo Ambrósio queria escrever, mas vendo a grandeza de Santo Tomás de Aquino, decidiu não tentar segui-lo e dedicou-se a pregar. Foi um dos maiores pregadores de seu tempo. Trabalhou em missões de paz com grande sucesso. Evangelizou grande parte da Alemanha, França e Itália. Faleceu em 1287 de causas naturais.
Esse texto é fruto da parceria entre Tenda do Senhor e Todo Santo Dia. Curtam nossos perfis no Instagram e apoiem esse projeto de evangelização. Nosso objetivo é chegar no Céu! Amém? Amém!
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Santo Ambrósio de Sena, rogai por nós!
DIA DE SÃO JOSÉ - 19 DE MARÇO
HOMILIA - 19.03.23
HISTÓRIA DE SÃO JOSÉ
São José é descendente da Casa Real de Davi. É o esposo da Virgem Maria e pai adotivo de Jesus Cristo. Nos Evangelhos, ele aparece na infância de Jesus. Pode-se ver as citações nos livros de Mateus, Capítulos 1 e 2, e em Lucas, 1 e2. Na Bíblia, São José é apresentado como um justo. Mateus, em seu Evangelho, descreve a história sob o ponto de vista de José. Já Lucas narra o tempo de infância do menino Jesus contando com a presença de José.
São José estava noivo de Maria e, ao saber que ela estava grávida, decidiu abandoná-la, pois o filho não era dele. Ele pensa em abandoná-la para que ela não fosse punida com a morte por apedrejamento.
Mas teve um sonho com um Anjo, que lhe disse que Maria ficou grávida pela ação do Espírito Santo, e que o menino que iria nascer era Filho de Deus, então, ele aceitou Maria como esposa. Perto do tempo previsto do nascimento de Jesus, por um decreto romano ele foi para Belém participar do recenseamento. Lá, Maria deu à luz o Menino Jesus, e José estava presente no nascimento.
O Anjo, porém, deu novo aviso a José, em sonho. Com efeito, o Anjo avisou a José que Herodes queria matar o Menino Jesus e mandou-o pegar o Menino e sua mãe e fugir para o Egito com eles. José obedeceu. Assim, A Sagrada Família foi para o Egito e viveu lá durante quatro anos. Após esse tempo, o Anjo avisou novamente a José em sonhos, dizendo que eles poderiam voltar para Nazaré, porque Herodes havia morrido. José obedeceu e levou a Sagrada Família novamente para Israel.
São José devotou sua vida aos cuidados de Jesus e Maria. Vivendo do trabalho de suas mãos, como carpinteiro, sustentou sua família com dignidade e exemplo. A profissão de carpinteiro propiciava dignidade à família. José era um judeu religioso e praticante. Ele consagrou o Menino Jesus no Templo, logo depois que o Menino nasceu. Esse ato só era praticado na época por judeus piedosos. São José levava sua família regularmente às peregrinações de seu povo em Jerusalém, como, por exemplo, na Páscoa. Foi numa dessas peregrinações em que, na volta para Nazaré, o Menino Jesus ficou em Jerusalém, conversando com os doutores da lei. O Menino tinha, então, doze anos. José e Maria, aflitos, voltam ao templo e encontram o Menino Jesus debatendo com os doutores da lei. Nessa ocasião, Jesus afirma que “Tinha que cuidar das coisas de Seu Pai”. Esta é a última vez que José é mencionado nas Sagradas Escrituras. Todos os indícios levam a crer que José faleceu antes de Jesus começar sua vida pública. Caso contrário, ele certamente teria sido mencionado pelos evangelistas, como o foi Maria.
São José teve papel importantíssimo na formação da personalidade de Jesus enquanto pessoa humana. Claro, Jesus é o Filho de Deus. Porém, se analisarmos o comportamento de Jesus do ponto de vista humano, veremos que ele (Jesus) foi um menino e um homem que teve um pai presente, piedoso e influente. Um pai que ensinou ao filho o caminho da justiça, da verdade, do amor e do conhecimento da Palavra de Deus. Não é à toa que São José é chamado de “Justo” desde os Evangelhos. Por isso, São José é um dos maiores Santos de todos os tempos.
São José foi inserido no calendário litúrgico Romano em 1479. Sua festa é celebrada no dia 19 de março. São Francisco de Assis e, mais tarde, Santa Teresa d’Ávila, foram grandes Santos que ajudaram a divulgar a devoção a São José. No ano de 1870, São José foi declarado oficialmente como o Patrono Universal da Igreja. O autor dessa declaração foi o Papa Pio IX. No ano de 1889, o Papa Leão XIII, num de seus grandes documentos, exaltou as virtudes de São José. O Papa Bento XV declarou São José como o Patrono da Justiça Social. Para ressaltar a grande qualidade e poder de intercessão de São José como “trabalhador”, O Papa Pio XII instituiu uma segunda festa em homenagem a ele, a festa de "São José Operário". Essa, acontece no dia primeiro de maio.
São José é invocado também como o Padroeiro dos Carpinteiros. Na Arte Cristã, ele é representado tendo um lírio na mão, simbolizando a vitória dos Santos. Algumas vezes, ele aparece também com o Menino Jesus ou nos braços, ou ensinando a Ele a profissão de carpinteiro.
São José é, sem dúvida, uma dos Santos mais importantes da Igreja. Ele é invocado como o Santo que intercede a Deus por todas as nossas necessidades. São José tem, diante de Deus, privilégios únicos. Essa é uma das revelações que foram dadas à Serva de Deus chamada Santa Águeda:“Por sua intercessão alcançamos a virtude da castidade e a vitória sobre as tentações contra a pureza; alcançamos o poderoso auxílio da graça, para sair do pecado e voltar à amizade com Deus; alcançamos a benevolência da Santíssima Virgem Maria e a verdadeira devoção a ela; alcançamos a graça de uma boa morte e a especial proteção contra o demônio nesta hora.” A Igreja afirma que os espíritos do mal estremecem quando ouvem o nome de São José ser invocado. Pela intercessão de São José, podemos alcançar a saúde e a ajuda nas dificuldades. Através dele, as famílias podem alcançar a bênção de uma vida digna.
Nossa Senhora também revelou a Santa Águeda: "Os homens ignoram os privilégios que o Senhor concedeu a São José, e quanto pode sua intercessão junto de Deus. Somente no dia do Juízo, os homens conhecerão sua excelsa santidade e chorarão amargamente por não haverem se aproveitado desse meio tão poderoso e eficaz para sua salvação e alcançar as graças de que necessitavam". SJMJ
A vós, S. José, recorremos em nossa tribulação e, depois de ter implorado o auxílio de Vossa Santíssima Esposa, cheios de confiança solicitamos também o Vosso patrocínio. Por esse laço sagrado de caridade, que Vos uniu à Virgem Imaculada Mãe de Deus, e pelo amor paternal que tivestes ao Menino Jesus, ardentemente Vos suplicamos que lanceis um olhar benigno para a herança que Jesus Cristo conquistou com Seu sangue, e nos socorrais em nossas necessidades com o Vosso auxílio e poder. Protegei, ó Guarda providente da Divina Família, a raça eleita de Jesus Cristo. Afastai para longe de nós, ó Pai amantíssimo, a peste do erro e do vício. Assisti-nos do alto do céu, ó nosso fortíssimo sustentáculo, na luta contra o poder das trevas; e, assim como outrora salvastes da morte a vida ameaçada do Menino Jesus, assim também defendei agora a Santa Igreja de Deus contra as ciladas de seus inimigos e contra toda adversidade. Amparai a cada um de nós com o Vosso constante patrocínio a fim de que, a Vosso exemplo e sustentados por Vosso auxílio, possamos viver virtuosamente, morrer piedosamente e obter no céu a eterna bem-aventurança. Amém.
DIA DE SÃO CIRILO DE JERUSALÉM - 18 DE MARÇO
HOMILIA - 18.03.23
HISTÓRIA DE SÃO CIRILO DE JERUSALÉM
Cirilo nasceu em Israel, perto da capital, Jerusalém, no ano 315. Seus pais eram cristãos e bem colocados financeiramente. Por isso, Cirilo foi bem preparado desde a infância. Estudou as Sagradas Escrituras e também as matérias humanísticas. Ainda jovem, sentiu-se chamado para o ministério de evangelizador. No ano 345, aos 30 anos, recebeu a ordenação sacerdotal.
Cirilo viveu num tempo de heresias. Desde o início do Cristianismo várias heresias, isto é, interpretações erradas da fé, se infiltraram na Igreja. Mas no século IV, especialmente, no tempo de São Cirilo, apareceram as heresias chamadas arianismo e nestorianismo. As duas causaram profundas divisões na Igreja.
No ano 348, o Padre Cirilo foi sagrado Bispo de Jerusalém. Ele exerceu o cargo durante quase trinta e cinco anos. Porém, dezesseis desses anos foram vividos no exílio, em três momentos diferentes.
O primeiro exílio aconteceu porque um Bispo chamado Acácio, muito influente na Igreja, acusou-o de espalhar heresia. Reconhecido o engano, ele voltou afável e sem mágoas.
O segundo exílio aconteceu por ordem do Imperador Constâncio. Esse entendeu que Cirílo era simpatizante de hereges e condenou-o ao exílio. Porém, os Bispos Atanásio e Hilário, ambos de autoridade reconhecida e chamados de Padres da Igreja, tal como São Cirilo, saíram em sua defesa, demonstrando que ele não era um herege.
O terceiro exílio foi o mais longo. O Imperador Valente, que era realmente um herege, exilou novamente todos os Bispos que tinha sido anistiados. Por isso, São Cirilo peregrinou por várias cidades da Ásia pelo tempo de onze anos. Esse exílio durou até à morte do Imperador, ocorrida em 378.
O trabalho missionário, catequético e doutrinário de São Cirilo resistiu a todas essas provações e chegou até os dias de hoje. Ele tinha um dom especial de ensinar o Evangelho, e fazia isso como poucos. No começo de seu ministério episcopal, ele era o responsável pela preparação dos catecúmenos, ou seja, dos adultos convertidos, que seriam batizados.
Nesse tempo, São Cirilo escreveu dezoito brilhantes discursos catequéticos. Depois, escreveu um maravilhoso sermão, uma carta dirigida ao Imperador Constantino e outros pequenos escritos inspirados e atuais. Outros treze escritos de sua autoria foram dedicados à exposição geral da doutrina cristã. Outros cinco escritos foram dedicados a preciosos comentários sobre os ritos Sacramentais que aconteciam durante a iniciação cristã. Vários de seus escritos dedicam-se a explicar os "como" e os "porquês" de cada uma das orações, do sacramento do batismo, do sacramento da crisma, da confissão, dos sacramentos em geral e dos grandes mistérios da fé cristã, chamados também de dogmas da Igreja.
São Cirilo soube como ninguém viver a fé cristã na prática. Num tempo de grande dificuldade, ele não teve dúvidas e vendeu preciosos vasos litúrgicos e outros valiosos objetos eclesiásticos, com o nobre objetivo de matar a fome dos pobres.
Desde jovem, Cirilo apresentou-se manso, suave e afável. Preferia sempre a catequese a assuntos polêmicos. Aderiu firmemente à Doutrina da Igreja por ocasião do III Concílio de Constantinopla, no ano 382. Ali, ficou clara sua postura de fidelidade à Santa Sé e à Verdade sobre Jesus Cristo. Nesse Concílio, São Cirilo foi chamado por alguns Bispos de "valente lutador para defender a Igreja dos hereges que negam as verdades de nossa religião".
São Cirilo de Jerusalém faleceu no ano 386. Seu culto foi instituído em 1882, pelo Papa Leão XIII. Na ocasião, o Papa conferiu a ele os títulos de Doutor da Igreja, por causa da profundidade de seus escritos, e o de Príncipe dos Catequistas Católicos, por causa da brilhante preparação para os catecúmenos que ele escreveu.
“Ó Deus, que marcastes pela vossa doutrina a vida de São Cirilo de Jerusalém, concedei-nos, por sua intercessão, que sejamos fiéis à mesma doutrina, e a proclamemos em nossas ações. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo. Amém. São Cirilo de Jerusalém, rogai por nós.”
DIA DE SÃO PATRÍCIO - 17 DE MARÇO
HOMILIA - 17.03.23
HISTÓRIA DE SÃO PATRÍCIO
São Patrício escreveu um livro autobiográfico intitulado "Confissão". Através dele, sabemos que Patrício nasceu numa vila que pertencia a seu pai e ficava numa região entre Inglaterra e a Escócia. Ele nasceu no ano 377. Seu pai, Calpurnius, era cristão. E seu avô era Padre (nesse tempo, os padres ainda podiam se casar). Porém, apesar da influência religiosa, somente na adolescência é que Patrício se interessou pela religião e pelos estudos.
Aos dezesseis anos, Patrício foi raptado por um grupo de piratas irlandeses. Em seguida, foi vendido como escravo. Levado à força para a Irlanda, foi submetido a trabalhos forçados num ambiente terrível, entre pessoas rudes, brutas e pagãs. Tentou fugir duas vezes, sem sucesso. Somente na terceira vez, conseguiu a libertação tão sonhada.
O jovem Patrício conseguiu embarcar para a Grã-Bretanha. Depois, foi para a França. Lá, partilhou a vida em vários mosteiros e conseguiu se habilitar para a vida religiosa, que unia o estilo de vida monástico, pela disciplina e oração, e também missionário, caracterizando-se pelo desejo de anunciar o Evangelho aos pagãos.
A princípio, o jovem monge Patrício acompanhou um Santo chamado Germano, que pertencia ao Mosteiro de Auxerre. Ambos empreenderam uma grande missão apostólica nas terras da Grã-Bretanha. Mas o grande desejo de seu coração era evangelizar a Irlanda, aquele povo pagão, que o tinha escravizado. E Patrício entregou a Deus esse santo propósito.
Quando o Bispo responsável pela Missão na Irlanda, chamado Paládio, faleceu, o Papa Celestino I convocou justamente Patrício para dar continuidade à missão. Por isso, ele foi sagrado Bispo e viajou para a Irlanda no ano 432.
O que aconteceu na vida de São Patrício e na Irlanda, nas três décadas que se seguiram, foi simplesmente extraordinário. Tanto que a Missão de São Patrício ficou gravada para sempre na História da Irlanda, da Igreja Católica e até mesmo na História da Humanidade. São Patrício fez nada menos do que mudar o destino de um povo através do Evangelho. Sua missão levou à conversão praticamente toda a Irlanda. Tudo isso sem contar com ajuda política e sem jamais usar de violência contra aqueles que preferiam continuar no paganismo. Seu lema era respeitar para ser respeitado.
Por causa da atitude respeitosa de São Patrício, não aconteceu repressão contra os cristãos na Irlanda. O próprio Rei, chamado Leogário, percebendo a santidade de Patrício, converteu-se e possibilitou que toda a sua Corte se convertesse. A missão de São patrício foi tão eficaz que a fé católica se enraizou na Irlanda. E, de tal forma, que esse país se tornou o berço de um grande número de evangelizadores, missionários e Santos.
Além de viver uma vida santa, que tocava os corações, São Patrício era um homem de grande visão e dinamismo. Ele fundou incontáveis mosteiros pelo país. Com isso, a Irlanda se tornar um centro que irradiava a fé e a cultura. De lá partiu um grande número de Monges Missionários. Esses peregrinaram por muitas terras estrangeiras anunciando o Evangelho. Alguns exemplos mais famosos são os apóstolos Donato, Columbano, Willibrordo, Galo, Tarásio, entre tantos outros.
Enquanto outros países têm como ídolos e mestres reis e ditadores que empreenderam guerras e mortandade, a Irlanda passou a ter seus mitos culturais nos monges e missionários evangelizadores e suas histórias de milagres, graças e heroísmo cristão. Esse é um efeito direto da enculturação do Evangelho levada a temo por São Patrício.
São Patrício faleceu no dia 17 de março do ano 461, na cidade de Down. Hoje, a cidade se chama Downpatrick (Cidade de Patrício) em sua homenagem. Há séculos, o dia 17 de março é feriado nacional, quando se celebra o dia de São Patrício, conhecido como a glória da Irlanda. Existem hoje, na Irlanda, mais de duzentos santuários construídos em honra a São Patrício, Padroeiro do país.
Enfrentando a resistência e as armadilhas do paganismo na Irlanda, São Patrício compôs e rezou esta oração por sua proteção e eficácia na missão:
“Cristo comigo,
Cristo em minha frente,
Cristo atrás de mim,
Cristo em mim,
Cristo abaixo de mim,
Cristo sobre mim,
Cristo à minha direita,
Cristo à minha esquerda,
Cristo quando me deito,
Cristo quando me sento,
Cristo quando me levanto,
Cristo no coração de cada um que pensa em mim,
Cristo na boca de cada um que fala de mim,
Cristo em todo olho que me vê,
Cristo em todo ouvido que me ouve.
Amém!"
DIA DE SANTA LUÍSA DE MARILLAC - 16.03.23
HOMILIA - 16.03.23
HISTÓRIA DE SANTA LUÍSA DE MARILLAC
A Santa que lembramos neste dia nasceu em Paris, no ano de 1591, com o nome de Luísa. Recebeu ótima formação humana e cristã. Casou-se com Antônio e tiveram apenas um filho.
Depois de um certo tempo, Antônio morreu, mas Luísa, em Deus, conseguiu superar a dor da perda. Santa Luísa, muito religiosa, começou a fazer direção espiritual com São Vicente de Paulo, que percebendo o coração de Luísa, a envolveu nas confrarias de caridade.
Essa mulher de Deus se identificou e assumiu com tanto amor a obra de caridade para com os doentes e pobres, que não demorou em tomar a liderança deste projeto de Deus, até fundar, no ano de 1634, a Congregação das Irmãs da Caridade.
O lema dessa Congregação era o clamor de São Paulo: “A caridade de Cristo me impele”. Mesmo nos tempos mais difíceis, Santa Luísa viveu plenamente o carisma com suas irmãs, as quais iam crescendo em número e santidade.
Durante uma peste que arruinou Paris, Santa Luísa chegou a atender todas as classes sociais, já que na sua espiritualidade encarnada, via e servia a Cristo no pobre. Entrou no Céu com 70 anos, depois de haver se consumido na caridade para com os irmãos.
Santa Luísa de Marillac, rogai por nós!
DIA DE SÃO CLEMENTE MARIA HOFBAUER - 15 DE MARÇO
HOMILIA - 15.03.23
HISTÓRIA DE SÃO CLEMENTE MARIA HOFBAUER
Batizado com o nome de João, ele nasceu num pequeno povoado da Morávia, República Tcheca, em 26 de dezembro de 1751. De família muito cristã e pobre, não pôde se dedicar aos estudos até a adolescência. Seus pais, Paulo Hofbauer e Maria Steer, tiveram doze filhos, e ele tinha apenas sete anos quando ficou órfão de pai. Consta de suas anotações que, nesse dia, sua mãe lhe mostrou um crucifixo e lhe disse: "A partir de hoje, este é o teu Pai". João entendeu bem a orientação, decidindo, a partir de então, que se tornaria Padre e missionário.
Mas as condições em que vivia a família dificultaram a realização de seu sonho. Aos quinze anos de idade, foi morar na cidade de Znaim, onde aprendeu o ofício de padeiro. Três anos depois, conseguiu o emprego que mudou sua vida: padeiro do Convento em Bruk, dos Premonstratenses. A vocação do jovem foi notada pelo Abade, que o deixou estudar, inclusive latim. Quando seu benfeitor morreu, João foi viver como eremita, primeiro na Áustria e, depois, com a permissão do Bispo de Tívoli, próximo à capela de Quintilio. Aí, foi onde mudou o nome para o de Clemente Maria, recebendo o hábito do Bispo que, mais tarde, se tornaria o Papa Pio VII. Certa vez, em outra viagem a Roma, entrou por acaso numa igreja de Redentoristas. Foi o primeiro contato que teve com essa Ordem. Depois de assistir à missa, pediu uma entrevista com o Superior e, impressionado com as Regras e a atuação da Congregação, pediu para ingressar nela e foi admitido.
Um ano depois, tornou-se Sacerdote Redentorista. Seu sonho estava realizado, mas seu trabalho, apenas começando. Fixou residência em Varsóvia, onde fundou casas e recebeu dezenas de noviços. Reformou a igreja de São Benon, que estava caindo aos pedaços, e a pequena casa da igreja tornou-se um grande e espaçoso convento. Durante vinte anos, Padre Clemente atuou nessa Paróquia, convertendo pagãos e atraindo multidões. Tanto que eram necessários vinte e cinco padres para atender aos fiéis, celebrando diariamente duas missas em alemão e duas em polonês. Com a expansão do trabalho, pôde fundar mais três conventos e ativar as paróquias em volta da sua. Como Capelão do convento e da igreja das Ursulinas, teve uma influência extraordinária na cidade inteira e até além da mesma. Fundou também um asilo para abrigar as crianças vítimas das sucessivas guerras da região, uma escola para crianças pobres e outra, de ensino superior, para meninos. Essa atividade ele a continuou até 1808, quando Napoleão Bonaparte fechou a igreja e dispersou a comunidade. Enfrentou, com serenidade, com outros Redentoristas, a perseguição na Polônia, o fechamento da Casa da Ordem e até a prisão.
Clemente não desistiu. Foi realizar missões na Alemanha, Suíça e na Áustria, onde fez o clero retomar os conceitos cristãos esquecidos. Principalmente, aconselhou e encorajou alguns líderes do novo movimento romântico e outros que trabalhavam para a renovação católica nos países de idioma alemão. A intensa atividade dele chamou a atenção da polícia.
Mas, só a morte poderia impedir Clemente Maria de atuar, o que se deu em Viena, no dia 15 de março de 1820, cuja população consternada assumiu o luto como o de um parente.
Foi beatificado em 1888, e canonizado pelo Papa Pio X, em 1909. Cinco anos depois, o mesmo pontífice proclamou São Clemente Maria Hofbauer o Padroeiro de Viena e, também, dos padeiros, numa singela lembrança da profissão exercida na sua adolescência. É venerado como o principal propagador da Congregação Redentorista, fora da Itália.
DIA DE SANTA MATILDE - 14 DE MARÇO
HOMILIA - 14.03.23
HISTÓRIA DE SANTA MATILDE
Matilde era descendente de nobres saxões. Nasceu na região de Westfalia, na Alemanha, por volta de 895. Foi educada por sua avó, que também se chamava Matilde e era Abadessa de um Mosteiro de Monjas Beneditinas em Herford. Por causa dessa educação, ela aprendeu a ler e a escrever. Além disso, estudou Filosofia e Teologia. Isso era raríssimo entre as mulheres, mesmo entre as nobres de seu tempo. Os livros da época atestam que Matilde possuía inteligência brilhante e grande beleza tanto física quanto de alma.
A bela Matilde casou-se, com apenas catorze anos, com um Duque da Saxônia, chamado Henrique. Esse, em pouco tempo, veio a se tornar Rei da Alemanha, com o nome de Henrique I. Com o Rei, Matilde viveu um casamento feliz, que durou vinte anos.
O reinado de Henrique I foi justo e bom para o povo. Segundo os livros, a Rainha Matilde teve grande influência nele, lutando pela justiça e pela bondade, sempre nos bastidores do governo. Ela sempre se mostrou cheia de bondade e portadora de grande generosa para com os súditos, especialmente os pobres e doentes.
Em tempo de paz, a Rainha Matilde passou a assistir à população, erguendo conventos, igrejas, hospitais e escolas. O Rei, por sua vez, fazia da Alemanha o país líder da Europa. Ele salvou seu país da invasão dos húngaros. Depois, regularizou a situação da Alemanha com a França e a Itália. Em seguida, passou a exercer domínio sobre os dinamarqueses e os eslavos. O reinado de Henrique I ficou bastante fortalecido.
A paz, porém, chegou ao fim quando o Rei Henrique I faleceu. Antes de sua morte, o Rei deixou indicado para sucedê-lo seu filho mais velho, chamado Oton. Porém, um filho mais novo, chamado Henrique, quis o trono, a despeito da vontade do pai. Então, exércitos aliados de cada um desses príncipes começaram a guerrear, para grande tristeza de Santa Matilde. Por fim, Oton venceu e assumiu o trono.
Depois de tudo isso, os filhos, surpreendentemente, se voltaram contra a própria mãe. Alegaram que ela vivia esbanjando os bens do reino com os pobres e com a Igreja. Por isso, retiraram toda a fortuna que pertencia a ela e ordenaram que ela fosse exilada. Santa Matilde, com grande sofrimento, foi viver no Mosteiro de Engerm. Lá, dedicou-se à oração e aos sacrifícios, pedindo incessantemente pela conversão dos filhos.
Muitos anos depois, os irmãos Oton e Henrique caíram em si e se arrependeram do terrível gesto de ingratidão que tiveram para com a própria mãe. Por isso, procuraram a mãe, pediram perdão, receberam-na de volta no reino e devolveram a ela tudo o que lhe era de direito. Com autoridade sobre seus bens novamente, Santa Matilde distribuiu tudo entre os pobres, salvando famílias inteiras da miséria e da perdição. Depois disso, voltou para a vida religiosa no Mosteiro. Lá, recebeu o dom da profecia e ajudou a muitos com suas orações, escuta e aconselhamento.
A Santa Rainha Matilde faleceu no ano 968. Foi sepultada ao lado do dos restos mortais de seu marido, no mosteiro de Quedlinburgo. Logo, passou a ser venerada pelo povo como Santa. Sua fama se propagou rapidamente pelo mundo católico do Ocidente chegando até ao Oriente. Hoje, ela é bastante celebrada na Alemanha e também na Itália e em Mônaco. Sua festa é celebrada no dia 14 de março. É dessa Santa Matilde que descenderam os Reis de Portugal e, por conseguinte, a Família Imperial do Brasil.
“Pai Celeste, pelos méritos de Santa Matilde, que procurou a caridade em tudo e em todos, nunca deixando de ajudar aos mais necessitados, nós Vos rogamos a graça de administrarmos os talentos e bens que Vós nos destes para o bem de Vossos fiéis e da Vossa Igreja. Amém. Santa Matilde, rogai por nós.”
DIA DE SANTA EUFRÁSIA - 13 DE MARÇO
HOMILIA - 13.03.23
HISTÓRIA DE SANTA EUFRASIA
Eufrásia nasceu no ano 380, na Ásia Menor. Era filha única de pais muito ricos e cristãos. Seus pais eram parentes do então Imperador Romano Teodósio. Por isso, Eufrásia foi educada na Corte romana. Sua infância e juventude foram rodeadas de luxo e prazeres. Ela, porém, nunca sentiu-se atraída por nada disso. Tinha o exemplo e a educação cristã recebida de seus pais que, apesar da riqueza que possuíam, viviam na humildade.
Quando o pai de Eufrásio faleceu, sua mãe passou a ser cortejada por vários interesseiros da Corte. Por isso, resolveu mudar-se para o Egito. Lá, usou de sua fortuna para reconstruir a vida e fazer caridade para com os necessitados. Eufrásia estava sempre acompanhando sua mãe nas visitas aos pobres, aos conventos e aos hospitais que ela ajudava na manutenção. Eufrásio tinha, então, apenas sete anos e gostava muito dessas ações.
Numa das visitas que mãe e filha fizeram a um convento, Eufrásia pediu para ficar com as irmãs. Tinha apenas sete anos e já queria ficar no convento definitivamente. Sua mãe permitiu, vendo nisso um chamado de Deus para sua filha. Assim, apesar da pouca idade, Eufrásia conseguia acompanhar as freiras em todas as atividades, mostrando grande disciplina e grande pontualidade, o que deixava as freiras impressionadas pela precoce maturidade da menina.
O tempo passou, e Eufrásia, que continuava no convento, se tornou uma linda jovem. Mantinha uma vida regular, cheia de Deus, praticava o jejum e a vida de oração. Então, sua mãe veio a falecer. Ao vê-la órfã, o Imperador Teodósio, seu parente, quis proteger seu futuro. Por isso, procurou por ela, oferecendo uma proposta de casamento que vinha da parte de um senador. Tal casamento daria a Eufrásia grande status social e aumentaria ainda mais sua fortuna, que já era grande. Santa Eufrásia, porém, recusou a proposta e afirmou que queria continuar virgem, seguindo a vida religiosa. Além disso, pediu a Teodósio que distribuísse todos os bens que ela possuía aos pobres. Santa Eufrásia tinha encontrado um tesouro muito maior.
Os escritos sobre Santa Eufrásia relatam inúmeras graças e acontecimentos milagrosos ocorridos por sua intercessão. Um desses fatos é que um menino que estava à beira da morte foi curado quando ela fez o sinal da cruz sobre ele. Assim, sua fama de santidade se espalhou por toda a região.
No dia 12 de março do ano 412 a Superiora do Convento teve uma visão profética, na qual recebeu um aviso de que a freira Eufrásia morreria e seria proclamada santa. Santa Eufrásia, ainda jovem, nada sentia. Porém, acreditou na mensagem e pediu para receber os Sacramentos. Então, no dia seguinte, 13 de março de 412, como tinha sido previsto, ela teve uma febre muito forte e veio a falecer. Venerada como santa pelo grande exemplo de vida, de fraternidade, de amor e caridade, Santa Eufrásia foi sepultada no mesmo convento onde passou a vida e ao qual tanto amor devotava.
O culto a Santa Eufrásia passou a ser bastante difundido por todo o Oriente e também no Ocidente. Ela é admirada pela simplicidade da vida que escolheu, pela caridade para com todos e pelas incontáveis graças que até hoje acontecem quando se pede sua intercessão. Sua celebração litúrgica foi instituída para o dia 13 de março, dia de sua entrada no céu.
“Pai Santo, Vós nos criastes para Vos amar e servir. Ajudai-nos a viver essa sublime vocação, seguindo os passos de Santa Eufrásia e aprendendo com ela a virtude de servir sem jamais exigir nada em troca. Isso Vos pedimos por Jesus Cristo Vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo, amém. Santa Eufrásia, rogai por nós.”
DIA DE SÃO LUÍS ORIONE - 12 DE MARÇO
HOMILIA - 12.03.23
HISTÓRIA DE SÃO LUÍS ORIONE
Luís Orione nasceu em Pontecuore, Itália, no dia 23 de junho de 1872. Era filho de uma família pobre. Seus pais eram camponeses e muito simples. Porém, sua família era bem estruturada, rica em honestidade e sabedoria. Sua mãe, sábia educadora, serviu de inspiração e modelo por toda a vida. Luís Orione recebeu os fundamentos da sua fé no aconchego de seu lar e isso o marcou para o resto a vida.
No início da juventude, Luís Orione já pensa em ser sacerdote. Apoiado por sua família, ele ingressou no Oratório Salesiano em Turim, uma obra dedicada à educação e formação de crianças, adolescentes e jovens pobres. O fundador dessa obra era São João Bosco, ou, simplesmente, Dom Bosco. Esse ainda era vivo quando Luís Orione ingressou no Oratório. Dom Bosco tinha grande estima por Orione e percebeu logo a vocação do jovem. Por isso, dedicou especial atenção na formação de Orione.
Em 1892, sendo ainda seminarista, Luís Orione fundou duas escolas dedicadas à formação de crianças e jovens. Ordenado em 1895, passou, então, a se dedicar aos necessitados com todo ardor e devoção. Sua meta era acolher e evangelizar os mais necessitados.
O Padre Luís Orione era incansável na sua luta em favor dos necessitados. Por várias vezes, empreendeu viagem por toda a Itália, pedindo doações e ajuda material para as obras de caridade que ele fundara. Colocava-se como um instrumento nas mãos da Providência Divina, tendo sempre como objetivo o alívio dos sofrimentos e das necessidades humanas.
Em 1908, um terremoto terrível colocou abaixo a região da Sicília e Calábria, na Itália. Luís Orione fez um grande trabalho no socorro das inúmeras vítimas. Tanto que o Papa Pio X pediu que ele ficasse lá por mais tempo. Padre Orione atendeu, permanecendo nd região por três anos.
Em 1915, o Padre Luís Orione fundou uma Congregação que ele chamou de “Pequena Obra da Divina Providência”. O objetivo da obra era atender aos pobres, humildes trabalhadores, doentes, necessitados e, principalmente, aos esquecidos pela sociedade. Posteriormente, fundou a Congregação dos Padres Orionitas. Depois, fundou a Congregação das Irmãzinhas Missionárias da Caridade. Mais tarde, fundou a Congregação das Irmãs Sacramentinas. Finalmente, fundou a Congregação dos Eremitas de Santo Alberto. Nessas duas últimas Fundações, um dos objetivos era admitir religiosos cegos, coisa que, na época, era difícil.
A Congregação dos Filhos da Divina Providência e a das Missionárias da Caridade se expandiram por vários países da Europa. Depois, pelas Américas e pela Ásia. Hoje, a Obra de São Luís Orione tem milhares de Casas e Instituições espalhadas pelo mundo, atuando principalmente na área assistencial e educativa.
A Obra de São Luís Orione está no Brasil desde 1914. São várias casas que abrigam órfãos, excepcionais, deficientes, idosos. Há também hospitais para os necessitados. A obra da Divina Providência sempre foi e ainda hoje continua recebendo toda a manutenção vinda de esmolas e doações.
São Luís Orione faleceu como uma vela que se desgastou, queimando pelo cansaço o missionário. Ele tinha sessenta e oito anos quando entregou sua alma a Deus, na cidade de San Remo, Itália. Era o dia 12 de Março de 1940. Sua canonização foi celebrada em 2004, pelo Papa João Paulo II, em Roma. São Luís Orione foi um sacerdote humilde e gigante no apostolado da caridade. Foi chamado de Pai dos Pobres e Grande Benfeitor da Humanidade aflita e sofredora.
“Ó Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, nós Vos adoramos e Vos damos graças pela imensa caridade que infundistes no coração de São Luiz Orione e por ter-nos dado nele o Apóstolo da Caridade, o Pai dos Pobres e o Benfeitor da Humanidade, sofredora e abandonada. Concedei-nos que possamos imitar o amor ardente e generoso que São Luiz Orione tinha para conVosco, a Santíssima Virgem, a Igreja, o Papa e todos os aflitos. Pelos seus méritos e sua intercessão, concedei-nos a graça que Vos pedimos (pedir a graça) para experimentar a Vossa Divina Providência. Amém.”
DIA DE SANTA FLORA E SANTO EULÓGIO - 11 DE MARÇO
HOMILIA - 11.03.23
HISTÓIA DE SANTA FLORA
Os mártires são verdadeiros luzeiros que nos iluminam com a luz de Cristo e nos chamam ao testemunho radical da fé. Flora é uma destas pessoas santas, por isso a lembramos neste dia, ela que era natural da cidade de Córdoba, Espanha.
No época de Santa Flora, os cristãos estavam sendo duramente perseguidos pelo fanatismo árabe da "Guerra Santa de Maomé", que buscava destruir o culto ao Cristo. Flora aprendeu da família o amor e fidelidade ao Cristo e carregava consigo o testemunho de santidade de seu irmão mártir e, por isso, por volta de 851, mesmo presa duas vezes, colocada numa prisão, interrogada e, enfim, torturada , com o auxílio da graça não abandonou a fé no Deus Vivo.
Um Padre santo que a visitou na cadeia testemunhou: "Eu toquei com minhas mãos as cicatrizes de sua cabeça e de seu rosto desfigurado pelo sofrimento". Santa Flora, no século IX, com firmeza e na alegria da fé de quem receberá a Vida Eterna, aceitou martirizações pelos muçulmanos da época, mas não negou seu seguimento ao Cristo.
Santa Flora, rogai por nós!
HISTÓRIA DE SANTO EULÓGIO
Nascido em Córdoba, Espanha, no século VIII, descobriu seu chamado ao sacerdócio e fez um ótimo caminho formativo, também nas áreas da ciência, aprofundando-se nas ciências teológicas. Era um homem de muito estudo, oração e amor.
A Espanha foi afetada por invasões, e o Príncipe perseguia cruelmente a Igreja, prendendo e matando a muitos cristãos.
São Eulógio deixou muitos escritos, com testemunhos de mártires e santos, assim como obras apologéticas e a ‘Exortação ao Martírio’, que escreveu na prisão.
Ele foi decapitado no dia 11 de março de 859, recebendo a coroa da vida imortal.
Santo Eulógio, rogai por nós!
DIA DOS QUARENTA MÁRTIRES DE SEBASTE - 10 DE MARÇO
HOMILIA - 10.03.23
HISTÓRIA DOS QUARENTA MÁRTIRES DE SEBASTE
O martírio dos quarenta legionários ocorreu no ano 320, em Sebaste, na Armênia. Nessa época, foi publicada na cidade uma ordem do Governador Licínio, grande inimigo dos cristãos, afirmando que todos aqueles que não oferecessem sacrifícios aos deuses pagãos seriam punidos com a morte. Contudo se apresentou diante da autoridade uma legião inteira de soldados, afirmando serem cristãos e recusando-se a queimar incenso ou sacrificar animais. Para testar até onde ia a coragem dos soldados, o Prefeito local mandou que fossem presos e flagelados com correntes e ferros pontudos.
De nada adiantou o castigo, pois os quarenta se mantiveram firmes em sua fé. O Comandante os procurou, então, dizendo que não queria perder seus mais valorosos soldados, pedindo que renegassem sua fé. Também de nada adiantou, e os legionários foram condenados a uma morte lenta e extremamente dolorosa. Foram colocados, nus, num tanque de gelo, sob a guarda de uma sentinela. A região atravessava temperaturas muito baixas, de frio intenso. Ao lado, havia uma sala com banhos quentes, roupas e comida para quem decidisse salvar a vida. Mas eles preferiram salvar a alma, e ninguém se rendeu durante três dias e três noites.
Foi na terceira e última noite que aconteceram fatos prodigiosos e plenos de graça. No meio da gélida madrugada, o sentinela viu uma multidão de anjos descer dos céus e confortar os soldados. Isto é, confortar trinta e nove deles, pois um único legionário desistira de enfrentar o frio e se dirigira à sala de banhos. Morreu assim que tocou na água quente. Por outro lado, o sentinela que assistira à chegada dos anjos se arrependeu de estar escondendo sua condição religiosa, jogou longe as armas, ajoelhou-se, confessou ser cristão tirando as roupas e se juntou aos demais. Morreram quase todos congelados.
Apenas um deles, bastante jovem, ainda vivia quando os corpos foram recolhidos e levados para cremação. A mãe desse jovem soldado, sabendo do que sentia o filho, apanhou-o no colo e seguiu as carroças com os cadáveres. O legionário morreu em seus braços e teve o corpo cremado junto com os companheiros.
Eles escreveram na prisão uma carta coletiva, que ainda hoje se conserva nos arquivos da Igreja e que cita os nomes de todos. Eis todos os mártires: Acácio, Aécio, Alexandre, Angias, Atanásio, Caio, Cândido, Chúdio, Cláudio, Cirilo, Domiciano, Domno, Edélcion, Euvico, Eutichio, Flávio, Gorgônio, Heliano, Helias, Heráclio, Hesichio, João, Bibiano, Leôncio, Lisimacho, Militão, Nicolau, Filoctimão, Prisco, Quirião, Sacerdão, Severiano, Sisínio, Smaragdo, Teódulo, Teófilo, Valente, Valério, Vibiano e Xanteas.
DIA DE SANTA FRANCISCA ROMANA - 09 DE MARÇO
HOMILIA - 09.03.23
HISTÓRIA DE SANTA FRANCISCA ROMANA
Casamento
O pai de Francisca, porém, tinha prometido a filha em casamento ao também nobre Lourenço Ponciano. Assim, em obediência ao pai, ela se casou. Felizmente, Lourenço era cristão e procurava viver a fé. Por isso, tiveram um casamento feliz, apesar dos sofrimentos que a vida impôs ao casal. O casal teve seis filhos e viveu a fidelidade, o amor e a paternidade responsável e evangelizadora. Além disso, sempre que possível, praticava a caridade para com os necessitados. Se Lourenço não podia dedicar-se a essas obras, autorizava Francisca. E a obra se expandiu de tal maneira que a casa rica dos dois foi se transformando num asilo-albergue-hospital para os necessitados.
Santa Francisca de Roma teve seis filhos com Lourenço. Na época, Roma estava dividida em facções a favor e contra o Papa, e que guerreavam entre si. Era uma verdadeira situação de guerra civil. Além disso, a cidade foi assolada por epidemias, fomes, revoluções. Nessas situações, Santa Francisca assistiu à morte de três de seus filhos. Mais tarde, outro filho foi feito refém, seu marido foi ferido na guerra e, depois, feito prisioneiro. Ainda assim, ela prosseguiu com sua obra de caridade. Vendeu quase tudo o que possuía para mantê-la funcionando. Foi nessa época que o povo, agradecido, deu a ela título de “Mãe de Roma”.
Santa Francisca Romana frequentava a abadia de Santa Maria Nova, dos Monges Beneditinos. Lá, em contato com as ricas matronas de Roma, convenceu um bom número delas a se unirem para prestar um serviço social aos pobres, doentes e necessitados. Fundou uma espécie de “instituto das mães de Roma”. Tratava-se de um organismo sem votos, sem regras, sem hábito, formado por mães romanas. Elas viviam seu cotidiano de mães e esposas, mas procuravam tempo para a oração e para a prática da caridade efetiva para com os necessitados acolhidos na casa de Santa Francisca e em outras paróquias de Roma.
Terminada a guerra, Lourenço, o marido de Francisca, voltou para casa e teve grande parte de seus bens restituídos. Ele apoiava Santa Francisca na caridade e também participava. A santa esposa conseguiu, com muita oração e conselhos, que seu marido se reconciliasse com inimigos surgidos nas guerras de Roma. E ela conseguiu seu intento. Antes de falecer, seu marido tinha se reconciliado com todos os antigos inimigos e estava em paz.
Após a morte de seu marido, Santa Francisca intensificou seu trabalho junto aos pobres. A essa altura, cinco de seus filhos e filhas tinham falecido. Quando o último filho sobrevivente se casou, ela entregou o governo da casa à sua nora. Essa nora convertera-se à fé cristã por causa de Santa Francisca. Em seguida, Santa Francisca e suas companheiras viúvas de Roma, fundaram a Ordem das Irmãs Oblatas Olivetanas de Santa Maria Nova. Em 1433, dez oblatas da nova Ordem receberam o hábito religioso e começaram a viver em comunidade. Daí a poucos meses, o Papa Eugênio IV instituiu a Congregação dando-lhe o nome de Congregação das Oblatas da Santíssima Virgem. Mais tarde, após a morte de Santa Francisca, esse nome foi mudado para Congregação das Oblatas de Santa Francisca Romana. A congregação continuou bravamente a obra começada por Santa Francisca.
Santa Francisca Romana fez questão de ingressar na Congregação que fundara como qualquer outra, sendo uma simples postulante. Em pouco tempo, porém, foi eleita a Superiora e exerceu seu ministério com humildade e santidade, procurando sempre descobrir e cumprir a vontade de Deus para a Obra.
Santa Francisca Romana teve vários dons sobrenaturais e carismas, que serviram para a edificação da Congregação e da Igreja em geral. Ela tinha visões de seu Anjo da Guarda, do combate entre as forças satânicas e as forças celestiais, profecias, êxtases, colóquios com Jesus Cristo e Nossa Senhora. Teve também visões dos sofrimentos do inferno, do purgatório e da felicidade profunda do céu, deixando claro que o maior sofrimento na terra, não tem comparação com a felicidade do céu. Por isso, suportava tudo com amor, paciência e perseverança.
Santa Francisca Romana viveu apenas três anos no convento. Sua última semana de vida foi de muito sofrimento, mas ela permaneceu firme, sabendo que sua hora estava chegando. Assim, conseguiu dar suas últimas orientações às irmãs. Ela faleceu em 09 de março de 1440, aos 56 anos de idade. Seus funerais precisaram ser estendidos por três dias para que toda a cidade de Roma pudesse se despedir dela. Ela foi canonizada em 1608 e recebeu o título de Santa Mística da Igreja.
“Ó Deus, que destes a Santa Francisca Romana a graça de viver o sacramento do matrimônio, a maternidade e a vida religiosa com toda fidelidade e perseverança, dai também a nós a graça de vivermos bem nosso estado de vida (casados, solteiros ou consagrados). Que nossa vida seja abençoada pela intercessão de Santa Francisca Romana e que suas visões do céu nos ajudem a desejar e a procurar de todo o coração a pátria celestial. Amém. Santa Francisca Romana, rogai por nós.”
DIA DE SÃO JOÃO DE DEUS - 08 DE MARÇO
HOMILIA - 08.03.23
HISTÓRIA DE SÃO JOÃO DE DEUS
João Cidade Duarte era seu nome de batismo. Ele nasceu em 08 de março de 1495, em Montemor-o-novo, Portugal. Seu pai vivia de vender frutas na rua. Da sua infância sabe-se apenas que, aos oito anos, fugiu ou foi levado por um viajante que tinha se hospedado na sua casa. Vinte dias após seu sumiço, sua mãe morreu de tristeza. Seu pai foi para um convento de franciscanos, que o receberam. Lá, ele encerrou seus dias.
Sabe-se que João foi levado a pé para a cidade de Madrid, na Espanha. Caminhou ao lado de saltimbancos e mendigos. Perto da cidade de Toledo, o viajante o entregou a um bom homem, chamado Francisco Majoral. Este administrava os rebanhos do Conde de Oropesa, afamado por ser caridoso. Nessa época, o menino recebeu o apelido de “João de Deus”, porque ninguém sabia ao certo quem ele era e, muito menos, de onde vinha.
Durante seis anos, Francisco Majoral educou João como a um filho, juntamente com a pequenina filha que a família tinha. Depois, dos catorze aos vinte e oito anos, João trabalhou para Francisco como um pastor. A relação entre eles era quase como a de pai e filho. Porém, quando a filha de Francisco atingiu idade para casar-se, Francisco quis casá-la com João de Deus. João, sem querer o casamento e sem saber o que fazer, fugiu e começou uma vida errante.
João de Deus alistou-se soldado do Rei Carlos V. Como soldado, lutou na Batalha de Paiva, contra o Rei Francisco I e seu exército. Vencedor, abandonou o exército e ganhou o mundo.
Peregrinou por toda a Europa. Depois, foi para a África. Lá, fez-se vendedor ambulante na cidade de Gibraltar. Então, como um filho pródigo, voltou à cidade onde nascera. Ninguém, porém, o reconheceu. Seus pais já tinham morrido. Por isso, voltou para a Espanha e abriu uma livraria na cidade de Granada.
Em Granada, no ano 1538, João de Deus ouviu um sermão inflamado pregado pelo futuro São João D’Ávila. O sermão tocou-o de tal maneira que ele saiu da igreja aos gritos de "misericórdia, Senhor, misericórdia". O povo, sem compreender, ou ria dele ou estranhava. Mas ele não deu importância a isso. Distribuiu os bens que tinha acumulado aos pobres e iniciou uma vida de penitências rigorosas.
Tido como louco por muitos, João de Deus foi internado num hospício. Lá, recebeu tratamento desumano, conforme a ignorância da época quanto às doenças mentais. Depois de ter sofrido cruelmente, foi acolhido e orientado por São João d'Ávila. Então, ele decidiu fundar o que chamou de “casa-hospitalar”, cujo objetivo era dar tratamento mais adequado aos tidos como “loucos”.
A Casa Hospitalar de João de Deus começou a dar frutos, curando a muitos doentes mentais, para espanto da sociedade de então. Com isso, nascia uma Ordem Religiosa, que ele chamou de Ordem dos Irmãos Hospitaleiros. Apesar de nunca ter estudado medicina, João de Deus conseguia a cura de vários doentes mentais utilizando sua própria experiência, aliada à fé cristã. Tinha como princípio o fato de que, se a alma for curada, meio caminho estava feito para a cura do corpo.
Por ter sido tratado como louco, João de Deus conhecia em profundidade a difícil situação dos doentes mentais. Ele dizia que pertencia ao mundo dos loucos. Dizia também que pertencia e ao mundo dos pecadores, dos indignos. Mas isso era o que o entusiasmava a trabalhar pela reabilitação, dignificação e inserção tanto dos doentes mentais quanto dos pecadores. Num mundo onde qualquer distúrbio mental era sumariamente classificado como “loucura”, João de Deus criou um modelo de empatia, de tratamento, de contato e de convicções profundas, que ajudaram a milhares de sofredores e inspirou várias outras instituições. Essas, seguiram suas inspirações e orientações. Muitas ainda seguem nos tempos de hoje.
Para cuidar dos doentes mentais, São João de Deus usava um processo próprio, que unia a conversa, o acolhimento, a oração, a cura interior. Por tudo isso, ele é considerado o precursor do método de tratamento psicanalítico e da compreensão de que as doenças têm origens psicossomáticas, ou seja, uma alma ou mente perturbada gera doenças físicas. Os traumas, os rancores, as mágoas causam doenças físicas. Freud e seus discípulos chegaram a isso quatro séculos depois.
O sucesso, da obra de São João de Deus foi tão grande que, acima de oitenta casas-hospitalares foram fundadas pela Europa. A princípio, elas abrigavam os doentes mentais e os doentes terminais. Depois, São João de Deus e seus seguidores começaram a atender a todos os tipos de doentes. Seu lema resumia uma verdade para toda a vida: "fazei o bem, irmãos, para o bem de vós mesmos".
São João de Deus faleceu no mesmo dia de seu nascimento, em 8 de março. Era o ano 1550. Ele tinha apenas cinquenta e cinco anos de idade. Sua canonização foi celebrada pelo Papa Leão XIII, que, na ocasião, o proclamou padroeiro dos hospitais, padroeiro dos doentes e padroeiro de todos os que trabalham para a obtenção da cura dos doentes.
Nos dias de hoje, a Ordem Hospitaleira de São João de Deus tem as dimensões de um instituto religioso internacional. Sua sede fica em Roma. O instituo é formado por homens que se consagram à misericordiosa hospitalidade cristã, que visa acolher os doentes e os mais necessitados. A obra está presente em quarenta e cinco países.
“Senhor, que inflamastes São João de Deus no fogo da caridade para que fosse na terra o apóstolo dos pecadores, socorro dos pobres e saúde dos doentes; no céu o constituístes alívio dos que sofrem, Padroeiro e Modelo dos profissionais de saúde. Concedei-nos, por sua intercessão, a graça que neste momento Vos pedimos, prometendo imitá-lo nas suas virtudes, na construção do Vosso Reino de Paz, Justiça, Amor e Misericórdia. Por Nosso Senhor Jesus Cristo Vosso Filho na Unidade do Espírito Santo. Amém.”
DIA DE SANTAS PERPÉTUA E FELICIDADE - 07 DE MARÇO
HOMILIA - 07.03.23
HISTÓRIA DE SANTAS PERPÉTUA E FELICIDADE
Uma nobre e uma escrava. O que sabemos sobre as origens das duas é pouco, porém digno de nota. Perpétua era nobre da cidade de Cartago, no Norte da África. Felicidade era escrava de Perpétua, também de Cartago. As duas tinham por volta de 20 anos e eram cristãs, numa região dominada pelo Império Romano, em tempos de perseguição contra os cristãos.
Perpétua era rica, de família tradicional e nobre. Seu pai era pagão. Quando da prisão, tinha ela apenas vinte e dois anos e era mãe de um bebê recém-nascido. Felicidade, sua escrava, estava com oito meses de gravidez.
As duas foram presas no ano 203, por ordem do Imperador Romano Severo, pelo simples fato de serem cristãs. Severo, cujas origens familiares também estavam na África, tinha emitido um decreto de pena de morte aos cristãos. As duas sofreram as atrocidades da prisão unidas pela fé, em oração e dando força uma a outra.
Estando na prisão, Perpétua escreveu um diário, que está entre os mais comoventes e realistas da história da Igreja. Nesse diário, ela narra todo o sofrimento por que passaram e descreve a fé e a esperança cristã na vida eterna de maneira maravilhosa. No diário, ela conta que seu pai foi visitá-la na prisão para pedir que ela renunciasse à fé cristã e salvasse sua vida. Ela, porém, preferiu a morte a negar o Senhor de sua vida, Jesus Cristo.
Temendo a pena de morte, Felicidade pedia diariamente a Deus que seu filho nascesse antes que ela fosse executada. Assim aconteceu. Embora tivesse um parto muito sofrido, seu filho nasceu livre. O filho de Santa Felicidade nasceu apenas dois dias antes de seu martírio na arena.
As Santas Perpétua e Felicidade, senhora e escrava, mantinham-se firmes na oração e no sustento da fé, apoiadas por outros seis cristãos também presos. Esses tornaram-se seus companheiros de vida, de morte e de testemunho para o mundo. Perpétua e Felicidade, mesmo demonstrando tanta fé, ainda não tinham sido batizadas. Por isso, receberam o batismo na prisão. Isso fortaleceu ainda mais a fé dessas duas santas.
Segundo os relatos oficiais da época, que completam o diário de Santa Perpétua, os cristãos homens foram martirizados primeiro, tendo sido jogados aos leopardos famintos. Esses os despedaçaram. Perpétua e Felicidade foram jogadas a touros selvagens. Perpétua viu sua amiga e irmã de fé ser atingida pelos animais e ainda conseguiu ampará-la em seus braços e recompor sua roupa estraçalhada, numa demonstração de respeito, dignidade e amor. Os pagãos que assistiam ao “espetáculo” se emocionaram por um curto espaço de tempo. Porém, logo começaram a gritar pedindo a morte de Perpétua. Então, os touros atingiram as duas e, logo em seguida, elas foram degoladas. Aconteceu no dia 07 de março do ano 203. Pelo fato de terem sido martirizadas, ou seja, morreram por causa da fé em Jesus Cristo, as duas foram canonizadas e se tornaram exemplo de fé e coragem, fazendo aumentar bastante o número dos cristãos.
“Deus todo-poderoso, que destes às mártires Santas Perpétua e Felicidade a graça de sofrer pelo Cristo, ajudai também a nossa fraqueza, para que possamos viver firmes em nossa fé, como ambas não hesitaram em morrer por Vosso Amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo. Amém. Santas Perpétua e Felicidade, rogai por nós.”
DIA DE SANTA ROSA DE VITERBO - 06 DE MARÇO
HOMILIA - 06.03.23
HISTÓRIA DE SANTA ROSA DE VITERBO
A santidade é uma graça que o Espírito Santo quer dar a todos, porém, é Ele que vai no tempo d’Ele manifestando para o mundo esse dom dado a quem luta diariamente. Por exemplo, Santa Rosa – que lembramos neste dia – muito cedo começou a externar atitudes extraordinárias de coragem e amor ao Senhor.
Nasceu em Viterbo, Itália a 9 de julho 1233, numa pobre e humilde família; quando tinha apenas três anos conta-se que, pela sua oração, Jesus reviveu uma tia. Com sete anos, Rosa pegou uma forte doença que acabou sendo um meio para sua vida de consagração, pois Nossa Senhora apareceu a ela, restituindo sua saúde e chamando-a à uma total entrega de vida.
Santa Rosa, antes mesmo de alcançar idade, resolveu livremente vestir um hábito franciscano, já que sua meta era entrar na Ordem de Santa Clara de Assis. Menina cheia do Espírito Santo, não ficou parada diante dos hereges cátaros, que semeavam a rejeição às autoridades.
Com apenas doze anos, era instrumento eficaz nas mãos do Pai Celeste, por isso anunciava o Evangelho e denunciava as artimanhas de satanás. Banida pelo imperador, continuou profetizando. Com o falecimento do imperador, ela voltou como heroína para Viterbo. Mesmo sem ser aceita com dezesseis anos pelas Irmãs Clarissas, Santa Rosa perseverou no caminho da santidade e, aos dezoito anos, foi acometida de uma doença que a levou para a Eterna Morada de Deus. Isso aconteceu em Viterbo, no dia 6 de março de 1251.
Santa Rosa de Viterbo, rogai por nós!
DIA DE SÃO JOÃO JOSÉ DA CRUZ - 05 DE MARÇO
HOMILIA - 05.03.23
HISTÓRIA DE SÃO JOÃO JOSÉ DA CRUZ
Nasceu no dia 15 de agosto de 1654, na cidade de Ponte, que ficava na ilha de Ischia, Itália. Seu nome de batismo era Carlos Caetano Calosirto. Seus pais eram nobres e ricos e se chamavam José e Laura. O ensino básico e os alicerces da fé cristã ele recebeu no Colégio dos Agostinianos, que ficava na ilha Ischia.
Aos quinze anos, Carlos fez a opção pela vida religiosa, dando curso à grande vocação que em seu coração sentia. Ingressou na Ordem dos Franciscanos Descalços, conhecidos como “Alcantarinos”, porque eram oriundos da Reforma de São Pedro de Alcântara. Essa Congregação lhe causou interesse por causa da austeridade das Regras, especialmente dessa Comunidade, que era ligada ao Convento de Santa Lucia, em Nápolis. Ao ingressar na Ordem, Carlos assumiu o nome de João José da Cruz. Seu noviciado aconteceu sob a direção do Padre José Robles.
Em 1671, o Irmão João José da Cruz foi enviando para Piedimonte d'Alife. Sua missão era construir um Convento. Ele foi acompanhado de onze sacerdotes, sendo ele o mais novo. O grupo encontrou muitas dificuldades no local. Ele, porém, não hesitou: juntou pedras com as próprias mãos e trabalhou com cal, madeira, enxadão. Assim, fez os alicerces. Sua ação motivou os outros padres e também o povo. No começo, todos, de fato, pensaram que ele era louco. Porém, percebendo a força de seu caráter e a perseverança, mudaram de opinião e começaram a ajudá-lo. Dessa maneira, um grande Convento foi construído em tempo recorde.
O Irmão João José da Cruz foi ordenado Padre em 1677. Quando completou vinte e quatro anos, recebeu a missão de Mestre dos Noviços. Em seguida, foi nomeado também guardião da ordem do Convento de Piedimonte. Durante sua estadia nesse Convento, construiu um outro pequeno Convento, num local afastado, na borda do bosque. O local era chamado "ermo". Ainda hoje, esse lugar é procurado como alvo de peregrinações, por pessoas que buscam retiro espiritual. Seguindo seu tino de construtor, São José João da Cruz construiu ainda o Convento do Granelo, em Portici, na cidade de Nápolis.
O Padre João José da Cruz era homem austero. Fazia jejuns, comia apenas uma vez por dia e dormia pouco. Levantava-se sempre à meia noite para agradecer e louvar a Deus pelo novo dia que chegava como presente. Entre o povo, ele ficou famoso por causa de sua humildade. A população passou a venerá-lo quando ele ainda era vivo, por causa de sua dedicação desprendida aos pobres e aos doentes. Buscava a pobreza na própria vida e até mesmo em sua personalidade, procurando sempre seguir os passos de São Francisco, seu pai espiritual e modelo de conduta.
No ano 1702, o Padre João José da Cruz recebeu a nomeação de Vigário Provincial dos Alcantarinos da Reforma de São Pedro. Desse momento em diante, a Ordem se expandiu de Norte a Sul da Itália e cresceu em vida de santidade. Essa fama chegou à Santa Sé. Por isso, os dois ramos dos Alcantarinos voltaram a se unir. Assim, o Convento de Santa Lúcia retornou aos padres da Itália e o Padre João José da Cruz voltou para lá. Nesse Convento, ele viveu por mais doze anos. Nesse tempo, como sempre, buscou a austeridade e a santidade de vida. Vários prodígios e curas foram realizados por sua intercessão em favor dos pobres e doentes, coroando seus últimos anos de vida.
São João José da Cruz faleceu em 05 de março 1734. Foi sepultado no mesmo Convento de Santa Lúcia. Sua beatificação foi celebrada pelo Papa Gregório XVI, no ano 1839. Seus restos mortais foram trasladados para o Convento da Ordem Franciscana, que fica na ilha de Ischia, local onde ele nasceu. O dia de sua festa, como sempre é feito na Igreja, foi instituído para o dia 5 de março, dia de sua partida para o céu.
“São João José da Cruz, vós, que edificastes com vossas próprias mãos em uma obediência incontestável, dá-nos esse grande dom de dizer sempre "sim" à vontade de Deus, mesmo em meio às nossas dificuldades. Que vivamos toda nossa vida em conformidade aos desígnios de Nosso Senhor para que um dia possamos estar juntos num só único louvor a quem que nos criou unicamente para sermos santos. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.”
DIA DE SÃO CASIMIRO - 04 DE MARÇO
HOMILIA - 04.03.23
HISTÓRIA DE SÃO CASIMIRO
Casimiro nasceu no dia 03 de outubro de 1458, na Croácia. Foi o décimo terceiro filho do Rei Casimiro IV, da Polônia. Sua mãe era a Rainha Elisabete d'Asburgo. Ele tinha o direito de assumir um território na Polônia e reinar sobre ele, mas preferiu seguir o caminho do amor e da caridade.
Desde pequeno, Casimiro procurou a simplicidade e abriu mão do luxo da realeza. As ricas festas e as facilidades da nobreza não o seduziam. Ainda adolescente, optou por fazer um voto de castidade e por viver uma vida simples recolhido no seu quarto, que, aliás, foi transformado numa cela, como seria a de um eremita. Ali, Casimiro dedicou-se à oração, à penitência, à disciplina e à solidão. Essa sua vocação foi notada desde a infância.
Quando Casimiro tinha apenas treze anos, os húngaros depuseram o Rei Mateus Corvino e ofereceram a coroa a Casimiro. Ele, porém, recusou por não buscar o poder e também porque seu pai não era a favor daquela deposição. A única “ambição” de Casimiro era, de fato, o ideal monástico, a vida de oração e a santidade.
O jovem Casimiro, no entanto, não se eximia de deveres políticos que estivessem ao seu alcance e que não o desviassem de sua vocação. Assim, orientado pai, iniciou-se nos assuntos do Reino, a partir dos dezessete anos. Ajudou a resolver problemas da Lituânia e se tornou muito querido por todos de lá. Mas ele não queria nenhuma coroa. Quando o Rei da Hungria se converteu ao Cristianismo e deixou tudo para ingressar num mosteiro, o pai de Casimiro, o rei Casimiro IV, passou a ser o dono daquelas terras, que incluíam a então Prússia e a Hungria. Nem assim o jovem Casimiro quis reinar sobre esses territórios.
O pai de Casimiro teve que se ausentar da sede do Reino para negociar sua ampliação até aos mares Negro e Báltico, tornando seu império gigantesco. Por isso, confiou a Regência da sede ao filho Casimiro. O filho, cumpriu suas obrigações com grande competência e passou a ser mais amado pelo povo. Porém, o poder não o seduziu. Assim, quando seu pai voltou, entregou o poder com alívio, preferindo a caridade para com os pobres e a vida simples.
O pai de São Casimiro negociou um casamento para o filho. Seria com uma bela princesa de um reino vizinho e amigo. São Casimiro, porém, recusou, alegando que sua vocação era para a vida celibatária e uma dedicação total a Deus e aos pobres. A contragosto, seu pai desfez o contrato de casamento e Casimiro seguiu sua vocação.
São Casimiro faleceu com apenas vinte e cinco anos, vítima de tuberculose. Seu corpo foi sepultado na cidade de Vilnius, capital da Lituânia. Era o dia 04 de março de 1484. Em pouco tempo, ele começou a ser venerado pelos povos da Polônia, Lituânia, Hungria e Rússia. O culto a São Casimiro foi introduzido na Europa ocidental por peregrinos que iam visitar sua sepultura e se encantavam com sua história. Sua canonização foi celebrada pelo Papa Leão X. Depois disso, passou a ser o Padroeiro da Lituânia e da Polônia. Ele também é o Padroeiro da Juventude Lituana e protetor dos pobres.
“São Casemiro, vós que tivestes tudo para reinar soberanamente e usufruir do que desejásseis, preferistes o caminho doa santidade. Quanto vos louvo por essa vossa escolha cheia de sabedoria ante a efemeridade desta vida! Dai aos nossos jovens do mundo inteiro, por vossa intercessão junto a Jesus Cristo e a Santa Mãe dos Céus, o despertar das mais santas vocações sacerdotais. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.”
DIA DE SÃO MARINO E SANTO ASTÉRIO - 03 DE MARÇO
HOMILIA - 03.03.23
HISTÓRIA DE SÃO MARINO E SANTO ASTÉRIO
São Marino era um Oficial Romano crente na verdade do Evangelho. Marino era um homem que evangelizava, por sua postura firme e sua intrepidez. Por tais características, foi nomeado para ser Centurião Romano em Cesareia, fato que aguçou a inveja e a cobiça de muitos.
Antes de tomar posse, Marino foi levado ao tribunal sob a acusação de ser cristão, o que era inadmissível, já que a Igreja era muito perseguida na época. Teria que escolher entre a espada e a Palavra de Deus, e diante das autoridades, com firmeza e coragem, escolheu a Bíblia e afirmou ser seguidor de Jesus Cristo. Lá também estava outro cristão, o Senador Astério, que incentivou sua atitude.
Logo após o martírio, Astério tomou o corpo de Marino e o ofereceu um enterro digno. Por tal atitude, também foi martirizado e, no mesmo dia, dividem a coroa da glória pela força de seus testemunhos. Isso ocorreu porvolta do ano de 260.
São Marino e Santo Astério, rogai por nós!
DIA DE SÃO SIMPLÍCIO - 02 DE MARÇO
HOMILIA - 02.03.23
Simplício nasceu em Tivoli, Itália. Sabe-se que seu pai era chamado Castino. Não se sabe mais nada sobre sua infância, adolescência ou juventude. Os dados que existem sobre ele são referentes ao Pontificado que ele exerceu na Igreja. E, diga-se, ele comandou a “Barca da Igreja” numa época muito difícil historicamente: no tempo da queda do poderoso Império Romano do Ocidente. E, mesmo num tempo tão difícil, tempestuoso, Simplício teve um longo Pontificado de quinze anos, entre 468 e 483.
Quando Simplício começava seu Pontificado, Roma tinha resistiu a invasões de godos, visigodos, vândalos, hunos, e vários povos chamados bárbaros. Depois, acabou sendo derrotada pelos hérulos, liderados pelo Rei Odoacro, que defendia o arianismo. Ele depôs o Imperador Romano Rômulo Augusto.
Quando membro do Clero Romano, São Simplício adquiriu grande experiência na atividade pastoral da igreja. Tornou-se um grande Pastor. Além disso, conviveu com o Papa Leão Magno que, mais tarde, foi canonizado. Essa convivência transmitiu a ele as virtudes da fé e da coragem. O Papa Leão Magno foi aquele que conseguiu pessoalmente barrar a invasão dos hunos, liderados por Átila. Isso influenciou o futuro Papa Simplício.
Desse momento em diante, invasores de vários lugares saquearam, destruíram e dividiram o que restou do Império que, por séculos, foi o centro do mundo. Roma, a Capital do Império, sobreviveu, mas decaiu em todos os aspectos. Nesse triste fim, o Papa Simplício passou a ser a única autoridade moral que restou. A única que ficou do lado do povo sofrido. A única que deu acolhida, socorro, esconderijo, abrigo e ajuda para o povo pudesse enfrentar o horror da guerra. Seu testemunho fez com que Roma, em decadência, deixasse de ser a Roma dos Césares e passasse a ser a Roma dos Papas.
Ele conseguiu manter em plena atividade as grandes Basílicas de Roma: a de São Pedro, a de São Paulo Fora dos Muros e a Basílica de São Lourenço. A partir do Pontificado de São Simplício essas igrejas passaram a receber os peregrinos católicos que iam visitar os túmulos dos Apóstolos. Além disso, São Simplício construiu várias igrejas. Algumas se tornaram famosas, como a de Santa Bibiana e a de Santo Estêvão Rotondo. O Papa Simplício fortaleceu e expandiu as dioceses e confirmou a obediência à Igreja de Roma e à fé em Cristo.
Estão conservadas várias cartas do Papa Simplício dirigidas aos Bispos. Nelas, ele orienta sobre como enfrentar as heresias conhecidas como nestorianismo e o monofisitismo. Essas heresias ameaçavam a Doutrina Católica e se espalhavam no mundo cristão. A ação de São Simplício foi decisiva para a conservação da pureza da fé católica durante esses tempos conturbados.
O Santo Papa Simplício nunca deixou de estar ao lado do povo, como um verdadeiro pastor que ama, ensina, prega, admoesta e dá exemplo de vida. Além disso, ele reconhecia o grande valor da arte para a humanidade. Por isso, ele mandou que se escondessem os mosaicos da igreja de Santo André, preservando-os da invasão dos bárbaros. Esses mosaicos eram tidos como pagãos. Mesmo assim, por causa de seu valor artístico, São Simplício quis preservá-los.
São Simplício faleceu amado e respeitado pelo povo e até mesmo pelos reis hereges, Era o dia 10 de março do ano 483. Suas relíquias passaram a ser veneradas em Tívoli, sua cidade natal. A festa litúrgica do Papa São Simplício foi instituída no dia 2 de março.
“Deus eterno e todo-poderoso, quisestes que São Simplício governasse todo o Vosso povo, servindo-o pela palavra e pelo exemplo. Guardai, por suas preces, os pastores de Vossa Igreja e as ovelhas a eles confiadas, guiando-os no caminho da salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo. Amém.”
DIA DE SÃO DAVI DE MENÉVIA - 01 DE MARÇO
HOMILIA - 01.03.23
HISTÓRIA DE SÃO DAVI DE MENÉVIA
Davi nasceu no ano de 500, na cidade de Menévia (atual Saint David), País de Gales. Da Casa Real, era filho do Rei Santo de Gales do Sul e neto de Ceredig, Príncipe de Cardigan.
Sob a direção de São Paulino, estudou e recebeu a instrução cristã inicial. Teve influência de diversos monásticos da época e tornou-se bastante rígido em relação à doutrina cristã. Fundou 12 Monastérios em Croyland e Pembrokeshire. Esses Monastérios tinham regras muito duras, baseadas nos Monges Egípcios, incorruptíveis e inflexíveis.
Deu notável contribuição ao Sínodo de Brevi, em Cardiganshire, e, por honra, foi escolhido Primaz da Igreja de Cambrian. Em seguida, indicado Arcebispo de Caerleon, às margens do rio Usk. Diz a tradição que, ao ser consagrado Arcebispo, uma pomba desceu em seus ombros para mostrar que ele tinha a bênção do Espírito Santo.
Após alguns anos, foi para Jerusalém, a fim de converter pagãos e não-cristãos. Converteu vários pagãos e anticristãos. Quando o povo não o escutava, ele, simplesmente, com orações, curava os doentes e levantava os paralíticos, assim como Jesus fazia. Com essa ação atraiu centenas de fiéis. Daí vem a sua essência divina e que lhe rendeu a honra de ser incluído no Livro dos Santos.
Faleceu de causas naturais em 1° de março de 589, em Pembrokeshire, País de Gales. Canonizado pelo Papa Calixto II, em 1123. na pintura litúrgica, especialmente na iconografia, é representado pregando sobre um monte com uma pomba nos ombros, rememorando sua vida gloriosa.
DIA DE SÃO ROMÃO E SÃO LUPICINO - 28 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 28.02.23
HISTÓRIA DE SÃO ROMÃO E SÃO LUPICINO - GÊMEOS
Romão nasceu em 390. Era monge, discípulo do mosteiro de Ainay, um dos primeiros do Ocidente, perto de Lion, na França. No século IV, quando começava a florescer a vida monástica no Ocidente, Romão se torna um dos primeiros monges da França.
Para Romão as regras de vida do Mosteiro de Ainay eram muito brandas. Assim, ele decide se retirar. Levando apenas uma Bíblia, que era para ele mais do que suficiente para viver, partiu para os montes desertos fora da cidade, na fronteira entre França e Suíça. Ele só foi encontrado depois de alguns anos pelo irmão gêmeo, Lupicino. Romão havia se tornado um monge solitário, mas aceitou Lupicino como seu seguidor e aluno. Com o tempo, juntaram-se outros que também desejavam ser monges eremitas.
Conta-se que Romão e Lupicino viviam em paz e felicidade, quando o demônio resolve perturbá-los durante um retiro de oração. Quando se ajoelhavam para rezar, o demônio fazia chover pedras cortantes sobre eles, impedindo-os de continuar. Eles resistiam por um tempo, mas logo abandonaram as orações e o retiro. Ao chegarem numa pequena aldeia, hospedaram-se na casa de uma pobre mulher. Sem nenhuma vergonha, eles disseram o que havia acontecido, ao que a mulher lhes disse: “Vós deveríeis lutar corajosamente contra o demônio e não temer os embustes e ódio daquele que tão frequentemente foi vencido pelos amigos de Deus. Se ele ataca os homens, é por medo de que eles, por suas virtudes, subam ao lugar de onde a perfídia diabólica o fez cair. ” Envergonhados, consideraram sua fraqueza, voltaram e, com orações, venceram o maligno.
Devido à procura pela vida monástica, Romão fundou dois Mosteiros Masculinos, um em Lancome e o outro em Condat. Construiu, também, um Mosteiro de Clausura Feminino, em Beaume, colocando sua irmã como Abadessa. Os três Mosteiros seguiam as regras severas disciplinares que Romão havia escrito e que, para ele, seria o correto para a vida nos Mosteiros. Romão e Lupicino orientavam espiritualmente os Mosteiros Masculinos. Quanto ao Mosteiro de Beaume, Romão orientava pessoalmente a Abadessa.
Consta nos documentos da Igreja que, numa viagem feita por Romão e um dos seus discípulos, chamado Pelade, ao Sepulcro de São Maurício, em Genebra, eles ficaram hospedados num casebre onde viviam dois leprosos. Romão abraçou a ambos num gesto de acolhimento, solidarizou-se com suas dores e, na manhã seguinte, ambos estavam curados. Os documentos mostram que essa viagem foi cheia de prodígios e milagres.
Depois dessa peregrinação, Romão voltou a viver recluso em sua cela, no Mosteiro de Ainay, reencontrando-se com a ansiada solidão.
Romão morreu em 28 de fevereiro de 463, aos 73 anos de idade. O culto a São Romão espalhou-se pela França, Bélgica, Suíça, Itália e por toda a Europa. São numerosos as graças e prodígios que aconteceram e continuam a acontecer sob sua intercessão, de acordo com os fiéis e os devotos que mantêm viva sua devoção ainda nos dias de hoje. São Lupicino faleceu no ano de 480.
“Senhor Deus, nós Vos bendizemos pela vida de Vossos servos Romão e Lupicino, e pedimos a graça de saber imitar seus exemplos, lutando contra o pecado, para a maior glória de Vosso Santo Nome. Pela intercessão de Vossos servos, São Romão e São Lupicino, livrai-nos das ciladas do inimigo, aumentai as vocações sacerdotais e religiosas e protegei a Vossa Igreja. Por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém. ”
DIA DE SÃO GABRIEL DAS DORES - 27 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 27.02.23
HISTÓRIA DE SÃO GABRIEL DAS DORES
Nascido a 1838, em Assis, na Itália, dentro de uma família nobre e religiosa, recebeu o nome de batismo Francisco, em homenagem a São Francisco.
Na juventude andou desviado por muitos caminhos e era dado à leitura de romances, festas e danças. Por outro lado, o jovem se sentiu chamado a consagrar-se totalmente a Deus, no Sacerdócio Ministerial. Mas vivia "um pé lá, outro cá". Ou seja, nas noitadas e na oração e penitência.
Aos 18 anos, desiludido, desanimado e arrependido, entrou numa procissão onde tinha a imagem de Nossa Senhora. Em meio a tantos toques de Deus, ouviu uma voz serena, a voz da Virgem Maria, que dizia que aquele mundo não era para ele, e que Deus o queria na religião.
Obediente a Santíssima Virgem, na fé, entrou para a Congregação dos Padres Passionistas. Ali, na radicalidade ao Evangelho, mudou o nome para Gabriel e, de acordo também com a sua devoção a Nossa Senhora, chamou-se então: Gabriel das Dores.
Antes de entrar para a Congregação, já tinha a saúde fraca, e, com apenas 23 anos, partiu para a Glória, deixando o rastro da radicalidade em Deus.
Em meios às dores, São Gabriel viveu o Santo Evangelho.
São Gabriel das Dores, rogai por nós!
HOJE TAMBÉM É DIA DE SÃO LEANDRO DE SERVILHA.
DIA DE SANTO ALEXANDRE DO EGITO - 26 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 26.02.23
História de Santo Alexandre do Egito
O Dia de Santo Alexandre é comemorado anualmente em 26 de fevereiro.
Essa data é celebrada como uma festa litúrgica do Calendário Religioso cCristão, principalmente pela Igreja Católica.
Existem diversos Santos que levam esse nome, mas esta data é destinada a homenagear o Patriarca de todos: Santo Alexandre do Egito.
Santo Alexandre teria nascido por volta do ano 250 d.C, em Alexandria, Egito, e ficou conhecido pela sua oposição e luta contra a heresia Ariana, que dizia ser Jesus Cristo uma criatura que não era dotada de Divindade, ou seja, que Jesus não era Deus, como acreditavam os católicos.
Santo Alexandre também é reconhecido pela sua extrema bondade e inteligência, que o levafam a ser consagrada Bispo de Alexandria.
Atualmente, Santo Alexandre do Egito é considerado o Patriarca da Cidade de Alexandria.
Santo Alexandre teria morrido poucos meses após conseguir reunir o Concílio de Niceia e pôr fim às teorias Arianas, em 26 de fevereiro de 328, data que foi escolhida para sua homenagem.
DIA DE SANTA VALBURGA - 25 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 25.02.23
HISTÓRIA DE SANTA VALBURGA
Valburga, de origem inglesa, era filha de São Ricardo, Rei dos Saxões do Oeste, no Reino Unido. Nasceu por volta de 710 e tinha apenas onze anos quando seu pai e seus dois irmãos, Vunibaldo e Vilibaldo, partiram em peregrinação para os Lugares Santos. Foi confiada, juntamente com sua mãe, à abadessa de Wimburn. Em 722, seu pai faleceu, no caminho de volta.
Recebeu educação austera em Wimburn. Escreveu a vida de seu irmão São Vilibaldo e compôs em latim uma narrativa das viagens de São Vilibaldo pela Palestina. Em 748, a pedido de São Bonifácio, sua Abadessa, Tetta, enviou-a à Alemanha com mais algumas religiosas para fundar mosteiros e escolas em meio a populações recém-convertidas. Na viagem, uma grande tempestade foi aplacada pelas preces de Valburga. Foi, com santa alegria, que Bonifácio acolheu as religiosas.
Vilibaldo construíra uma abadia de monges em Heidenheim, na Diocese de Eichstadt. Valburga, depois de passar algum tempo em Bischofsheim, sob a Abadessa Lioba, foi ao encontro de seu irmão, que projetava uma abadia feminina em Heidenheim. Valburga tornou-se Abadessa dessa nova fundação; parece que, após a morte de Vilibaldo, ela governou monjas e monges.
Transpareceu a santidade de sua vida nos exemplos de mortificação que deu, bem como no seu amor ao silêncio e na sua devoção. Era animada por verdadeiro zelo pelo serviço de Deus. Teve muita prudência e doçura no governo de sua comunidade, e, por ela, Deus operou muitos milagres.
Dois milagres ficaram famosos em sua vida: um, o da luz sobrenatural que envolveu a sua cela e iluminou o dormitório das Irmãs, luz que ela atribuiu aos méritos de São Vilibaldo, seu irmão; o outro, o da cura da filha de um barão, junto à qual ela permaneceu em oração, obtendo no final da noite a perfeita cura da jovem.
Em 776, Santa Valburga assistiu à trasladação do corpo de seu irmão Vunibaldo, presidida por seu outro irmão, Vilibaldo, então Bispo de Eichstadt. Pouco tempo depois, caiu doente e veio a falecer, assistida em seus últimos momentos por seu irmão Vilibaldo.
O corpo de Valburga, sepultado em seu Mosteiro de Heidenheim, permaneceu aí perto de oitenta anos, até a trasladação para Eichstadt. Essa se realizou sob a determinação do Bispo Otkar, sendo qualificada de canonização, e provocou a multiplicação de festas em honra da Santa.
O corpo da Santa foi encontrado incorrupto e coberto por maravilhoso fluido qual puríssimo óleo. O mesmo se notou quando, em 893, o sucessor de Otkar colocou as relíquias sob o altar-mor da igreja que dedicou à Santa. O óleo continuou, em certos tempos, a correr do seu túmulo gota por gota em uma concha de prata preparada para recebê-lo. O óleo posto em garrafinhas é mandado para o mundo inteiro e opera inumeráveis milagres, mesmo em nossos dias.
DIA DE SÃO SÉRGIO - 24 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 24.02.23
São Sérgio foi um mártir de Cesarea da Capadócia, Turquia. Consta que nasceu na segunda medade do século III. Ele passaria totalmente desconhecido do cristianismo moderno se não fosse uma redação romana, da época do imperador Diocleciano. Nessa página em Latim, foi descrito pouquíssimo sobre sua origem, seu martírio e o local onde os cristãos o sepultaram.
Sabe-se que São Sérgio fora um Magistrado, ou seja, Juiz Romano, antes de se converter ao Cristianismo. Para conseguir o posto de Magistrado no Império Romano, era preciso muita influência política e dinheiro. A profissão era bastante lucrativa. Sabe-se também que o Magistrado Sérgio estudou e conheceu o Cristianismo em profundidade. Por isso, se converteu, foi batizado e abandonou todo o luxo em que vivia para se dedicar à vida monástica no deserto. Ali, passou grande parte de sua vida na oração, nos sacrifícios e no louvor a Deus.
Segundo o texto e confirmado pela história, em 304, uma violenta perseguição contra os cristãos tinha sido deflagrada pelo Imperador Diocleciano. Os Governadores Romanos, em todas as províncias, eram obrigados a seguir as ordens do Imperador, senão perdiam o cargo e os bens. Sapricio, Governador da Capadócia e Armênia, atual Turquia, era fiel ao Imperador e famoso por ser bajulador. Não perdia oportunidades de agradá-lo.
E aconteceu que durante uma festa anual dedicada a Júpiter, um famoso senador visitava a província. Para mostrar serviço e lealdade a Roma, Sapricio ordenou que os cristãos fossem levados para a frente do templo de Júpiter e obrigados a prestarem culto ao deus romano, sob pena de serem condenados à prisão e à morte. Forçados por uma legião romana, os cristãos foram chegando ao local.
Estando no deserto em oração, São Sérgio sentiu em seu coração o impulso para se dirigir a Cesarea da Capadócia. Ele não precisava fazer isso, pois não tinha sido denunciado. Aliás, ninguém mais se lembrava dele nem imaginavam que ele ainda pudesse estar vivo e atuante. Quando chegou, porém, foi logo reconhecido pelos cristãos e pelos romanos, de forma que todas as atenções se voltaram para ele. Os cristãos o viam como uma força espiritual. Tanto que as tochas acesas para os sacrifícios a Júpiter se apagaram espontaneamente. Os romanos, o viram, então, como uma ameaça perigosa. Os sacerdotes de júpiter ficaram furiosos. O senador, curioso, e o governador, embaraçado.
São Sérgio colocou-se à frente de todos e fez um ardente discurso mostrando que o único Deus Verdadeiro era justamente Quem os romanos perseguiam: Jesus Cristo. São Sérgio esclareceu ainda que os deuses pagãos, a que ele mesmo servira antes, não passavam de ilusão e farsa que alimentavam os cofres dos sacerdotes e de vários outros aproveitadores.
Sapricio, o Governador, mandou prenderem São Sérgio imediatamente, pensando que prendendo um “peixe grande” atingiria todos os cristãos e agradaria mais ao senador e ao Imperador. O Governador ordenou que São Sérgio prestasse culto a Júpiter ali, diante de todos os cristãos, sob pena de ser decapitado. São Sérgio não obedeceu e disse diante de todos que só prestava culto a Jesus Cristo. Por essa razão, foi decapitado diante de todo o povo. São Sérgio entregou sua vida pela fé em Jesus Cristo, Deus Único e Verdadeiro. Era 24 de fevereiro.
Sapricio, o Governador Romano da província pensou, erroneamente, que, matando um grande líder cristãos, os demais se dispersariam. O senador concordou. Os restos mortais de São Sérgio foram retirados pelos cristãos e sepultados na casa de uma cristã fiel. Porém, ao contrário do que o Governador pensou, São Sérgio se tornou uma força de união e testemunho de fé para os cristãos. A partir de então, eles se tornaram mais fortes e mais missionários. São Sérgio entregou sua vida salvando a de muitos cristãos. Seu sangue tornou-se semente de novos cristãos na Capadócia e nos arredores. Mais tarde, os restos mortais de São Sérgio foram levados para a cidade de Ubeba, Espanha.
“Ó Deus, que destes a São Sérgio a graça de conhecer-Vos tão profundamente, que ele não hesitou em dar a vida por Vós, dai também a nós a graça de conhecer-Vos, para que em vida se realize o Vosso plano de amor por nós. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo, amém. São Sérgio, rogai por nós.”
DIA DE SÃO POLICARPO DE ESMIRNA - 23 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 23.02.23
São Policarpo, conhecido também como São Poilicarpo de Esmirna, foi discípulo de São João Evangelista. Ainda no tempo dos Apóstolos, foi nomeado Bispo da cidade de Esmirna, na atual Turquia. O grande Santo Irineu, Bispo de Lyon, foi seu discípulo, continuador e biógrafo. Policarpo nasceu numa família cristã, rica e nobre, no ano 69, em Esmirna. Foi discípulo de São João e teve a graça de conhecer outros Apóstolos do Grupo dos Doze, que conviveram com Jesus. Batizado, tornou-se exemplo íntegro de fé e vida, respeitado até pelos adversários.
Sua dedicação e exemplo de santidade levaram São João Evangelista a sagrá-lo Bispo de Esmirna. O Bispo Policarpo foi amigo pessoal de Santo Inácio Antioquia. Esse mártir esteve em sua residência quando caminhava para o martírio em Roma, no ano 107. Inácio escreveu cartas a Policarpo e à Igreja de Esmirna antes de ser entregue às feras no Coliseu Romano. Nessas cartas, ele enaltece as qualidades de Policarpo, zeloso Bispo.
No tempo do Papa Aniceto, São Policarpo visitou a cidade de Roma, como representante das igrejas da Ásia. Sua missão era discutir com os coirmãos a mudança da celebração da Páscoa, que, então, era comemorada em dias diferentes no Ocidente e no Oriente. Apesar de, naquela época, não chegarem a um acordo, despediram-se celebrando a liturgia juntos, numa demonstração de união na fé, que não foi abalada pelas divergências em questões de liturgia.
São Policarpo foi um Bispo menos interessado na Administração Eclesiástica. Sua vocação era a de Pastor. Sua alegria era fortalecer a fé das ovelhas de seu rebanho. Nesse sentido, ele escreveu inúmeras cartas. Infelizmente, porém, somente uma ficou preservada. Essa foi enviada aos filipenses, em 110. Nela, São Policarpo exalta a fé em Jesus Cristo, fé que precisa ser confirmada no trabalho árduo, diário e no dia a dia dos cristãos. Ela também cita trechos da famosa Carta de São Paulo aos Filipenses e os Santos Evangelhos. Policarpo repetiu ainda nesta carta as muitas e preciosas informações que ele próprio recebera diretamente dos Apóstolos, especialmente de São João Evangelista. Por isso, a Igreja concedeu a ele o título de "Padre Apostólico". Assim, aliás, foram chamados os primeiros discípulos dos Doze Apóstolos.
Durante a dura perseguição do Imperador Marco Aurélio, São Policarpo, em oração, teve uma visão profética acerca do martírio que o aguardava. Tal visão aconteceu três dias antes de ele ser preso. Por isso, ele avisou aos irmãos na fé que seria queimado vivo. Assim, estando ele em oração, foi preso pelas forças do imperador romano e levado a julgamento.
São Policarpo foi julgado por um pró-cônsul chamado Estácio Quadrado. Esse insistia raivosamente para que o Santo renegasse a Jesus Cristo. Policarpo, porém, disse em alta voz no tribunal: "Eu tenho servido a Cristo por 86 anos, e ele nunca me fez nada de mal. Como posso blasfemar contra meu Redentor? Ouça bem claro: eu sou cristão"! Por isso, ele foi condenado à morte pelo fogo. Ele próprio fez questão de subir os degraus para a fogueira. De lá, gritou para todo o povo que assistia a seu martírio: "Sede bendito para sempre, ó Senhor; que o Vosso Nome adorável seja glorificado por todos os séculos".
De certa forma, porém, a profecia de São Policarpo não se cumpriu exatamente como ele previra. Os relatos narram que, mesmo com toda a intensidade da fogueira à sua volta e a seus pés, o fogo não lhe fez mal algum. Impressionados, os carrascos decidiram matá-lo à espada. Somente depois de morto seu corpo foi queimado. Nesse momento ele exalou um forte aroma de pão cozido. Os discípulos de São Policarpo recolheram o que restou de seus ossos e depositaram numa sepultura digna. Seu martírio foi descrito um ano após sua morte, numa carta de 23 de fevereiro de 156. A carta foi enviada pelos cristãos de Esmirna aos irmãos da igreja de Filomélio. Essa carta é, aliás, o registro mais antigo que existe do martirológio cristão.
“Ó Deus, que destes a São Policarpo a graça de conhecer-Vos tão profundamente, a ponto de entregar sua vida pelo testemunho do vosso Santo Nome, dai-nos, por sua intercessão, o amor e a coragem para testemunharmos a fé onde quer que seja preciso, para a glória do Vosso Nome, amém. São Policarpo, rogai por nós.”
DIA DE SANTA MARGARIDA DE CORTONA - 22 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 22.02.23
Margarida nasceu no ano de 1247, em Toscana, Itália. Perdeu a mãe ainda muito criança. Isso foi determinante em sua vida. Seu pai casou-se novamente. Com isso, Margarida iniciou uma vida de grandes sofrimentos nas mãos de sua madrasta. Abandonada dentro da família, ela cresceu sem limites e desenvolveu várias desordens emocionais e uma abertura perigosa aos luxos e prazeres desregrados.
Ainda adolescente, Margarida tornou-se amante de um homem nobre e muito rico. Daí em diante, passou a usufruir da fortuna do amante e entregou-se às diversões mundanas. Levava uma vida frívola, vazia e preocupada apenas com prazer e diversão.
Um dia, porém, seu amante foi fazer vistorias em alguns terrenos seus e foi assassinado. Margarida só encontrou o corpo dias depois, porque, estranhando a demora do homem, decidiu seguir a cachorrinha de estimação que o tinha acompanhado na viagem. Quando ela viu o corpo do homem já em putrefação, teve a iluminação do arrependimento. Percebeu, ali, a futilidade da vida que vivia e voltou para a casa de seu pai. Seu objetivo era passar o resto de sua vida em penitência.
Com o intuito de mostrar publicamente sua conversão, Margarida foi à missa tendo uma corda amarrada no pescoço. Pediu perdão a todos pelo desrespeito de sua vida passada. Essa atitude, porém, despertou a inveja de sua madrasta. Essa tramou e agiu até conseguir que Margarida fosse expulsa da Paróquia. Margarida sofreu bastante por causa disso. Chegou a pensar em voltar à sua vida de riqueza e luxuria. Porém venceu a tentação e, com firmeza, manteve-se na decisão que tinha tomado.
Margarida procurou os Franciscanos de Cortona e conseguiu ser aceita na Ordem Terceira. Porém, para ser aceita definitivamente, teria que enfrentar três anos de provações. Nessa época, ela infligiu a si mesma as penitências mais severas, com o intuito de vencer as tentações. Os Superiores Franciscanos passaram, então, a orientá-la. Isso a impediu de voltar a cometer excessos em suas penitências.
Com apenas vinte e três anos, Santa Margarida de Cortona, foi agraciada com várias experiências religiosas e místicas, presenciadas e confirmadas por seus Diretores Espirituais Franciscanos. Entre essas experiências, há relatos de visões, revelações, visitas do Anjo da Guarda e até mesmo aparições de Jesus Cristo. Aliás, com Jesus ela conversava frequentemente nos momentos de orações contemplativas.
Santa Margarida de Cortona percebeu a aproximação de sua morte e partiu para o Pai serenamente. Era o dia 22 de fevereiro de 1297. A canonização de Santa Margarida de Cortona foi celebrada pelo Papa Bento XIII no ano 1728. Sua veneração litúrgica ficou instituída para o dia de sua morte.
“Ó Deus, concedei-nos, pelas preces de Santa Margarida de Cortona, a quem destes perseverar na imitação de Cristo pobre e humilde, seguir a nossa vocação com fidelidade e chegar àquela perfeição que nos propusestes em Vosso Filho. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo. Amém.”
DIA DE SÃO PEDRO DAMIÃO - 21 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 21.02.23
Pedro nasceu na cidade de Ravena, Itália, no ano 1007. Sua origem foi bastante modesta e sofrida. Ele chegou a ser guardador de porcos, na infância. Conheceu a orfandade muito cedo. Foi criado de maneira improvisada por seus irmãos, que eram numerosos. Seu irmão mais velho, chamado Damião, acabou sendo o responsável por seus estudos.
Pedro estudou nas cidades de Ravena, Pádua e Faenza. Depois, ensinou na cidade de Parma. Então, decidiu ingressar no Convento Camaldulense de Fonte Avelana, na região da Úmbria. Esse local tornou-se o centro de várias atividades reformadoras iniciadas por ele. Em retribuição a seu irmão mais velho, Pedro assumiu o nome “Damião” ao receber a ordenação sacerdotal.
Aos vinte e um anos, Pedro Damião foi eleito Superior da Ordem Camaldulense. As regras de vida da Ordem já eram severas. São Pedro Damião, porém, tornou-as mais duras ainda. Começou a criticar com severidade os Conventos que abandonavam a pobreza. A influência de São Pedro Damião se estendeu por vários Mosteiros da Europa, entre eles Montecassino na Itália e Cluny na França. Esses, especialmente, passaram a seguir os conceitos de Pedro Damião. Ele lutou incansavelmente para fazer com que a vida religiosa voltasse a seu sentido inicial de consagração total a Deus, na austeridade e na penitência.
Pedro Damião era um padre de vocação contemplativa, simples, amante da vida monástica. Por isso, criticava duramente o luxo de autoridades eclesiásticas. Para isso, mencionava os apóstolos Pedro e Paulo, que percorreram vários países evangelizando, levando vida austera, e caminhando descalços. Inspirado nos conselhos de Jesus, insistia que, para anunciar a Palavra de Deus, era essencial despojar-se de apegos materiais. Assim, ele solidificou a austeridade na vida religiosa e deu este exemplo em toda sua vida.
Na época, era comum dentro da Igreja a venda de títulos, cargos e funções, como era feito com títulos feudais. Por isso, vários postos na Igreja acabavam sendo ocupados por gente totalmente despreparada. Esses, não raro, vinham a causar escândalos e se tornavam rebeldes diante de várias disciplinas eclesiásticas, como, por exemplo, o celibato. Por isso, o Padre Pedro Damião foi chamado a Roma para ajudar nesses combates. Atuou junto de seis Papas como Embaixador da Paz. Ajudou especialmente o Cardeal Hildebrando, outro grande reformador que, veio a se tornar o Papa Gregório VII.
São Pedro Damião realizou várias peregrinações a Milão, à Alemanha e à França. Depois disso, foi nomeado cardeal e enviado à Diocese de Óstia. Lá, realizou um fecundo apostolado e escreveu bastante. Após sua morte, seus escritos continuaram influenciando religiosos importantes. Graças à sua ajuda, a Igreja foi melhorando de situação. Já idoso, foi enviado à cidade de Ravena para solucionar uma questão sobre um antipapa.
São Pedro Damião faleceu em 1072, em Faenza, quando retornava de uma missão de paz. E passou a ser venerado como Santo. No ano 1828, foi canonizado pelo Papa Leão XII que, ocasião, declarou São Pedro Damião Doutor da Igreja, por causa de seus inúmeros escritos de Teologia e pela incansável e eficaz atuação em favor da unidade da Igreja Católica.
“Ó Deus, nós Te suplicamos que todos os homens possam encontrar-Te pessoalmente e responder-Te com a mesma fé de Abraão, dos Apóstolos e dos Santos. Amém. São Pedro Damião, rogai por nós.”
DIA DE SANTO ELEUTÉRIO - 20 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 20.02.23
HISTÓRIA DE SANTO ELEUTÉRIO
Eleutério nasceu no ano de 456, na cidade de Tournai, França. São Gregório de Tours, que foi um dos primeiros historiadores da Igreja da França, narrou que, na infância, enquanto Eleutério brincava com os amiguinhos, um deles lhe disse que ele iria chegar a ser um bispo. Não foi um aviso profético. Certamente foi um gracejo maldoso, pois na sua época, as responsabilidades desta função geralmente incluíam ameaças de morte.
Ele viveu num período conturbado da história da França, que ainda estava sendo evangelizada, e sentia o domínio dos povos do norte europeu. Foi alvo de sucessivas invasões, ora dos visigodos ora dos burgundis, que só obedeciam à força militar, identificada na pessoa do rei ou dos generais. Assim, tornou-se, em parte, um território dos Francos, cujo rei era Clodoveo, ainda pagão.
Eleutério seguiu a carreira eclesiástica, desenvolvendo sua ação pastoral nesse campo.
Chegou de fato a ser eleito Bispo, o primeiro da Diocese de Tournai, da qual foi o desbravador, que, com imenso sacrifício, mas vencendo as dificuldades, fixou as bases para a futura grandeza daquela Diocese. Somou-se ao incessante esforço da Igreja da França pela conversão dos povos recém-migrados, começando com o Rei Clodoveo e a Rainha Clotilde, que ele conseguiu converter, com ajuda do amigo, também Santo, Bispo Remígio, de Reims.
Naquela época, era muito difícil organizar uma diocese com estruturas mínimas de clero, igrejas, centro de evangelização. O trabalho mais árduo era criar o espírito pacífico entre os habitantes da região, que viveram grande parte do tempo em confrontos por um pedaço de terra onde sobreviver. Além disso, havia a complicada questão das conversões em massa, que se desencadeava a partir da conversão do rei. Confundindo nação com religião, a maioria da população queria se converter também. Deste modo, as conversões não eram bem feitas, a maioria era puramente exteriores, ou apenas uma questão de política, não modificavam o interior das pessoas.
Mas o Bispo Eleutério conseguiu, com poucos padres e monges, fazer uma evangelização sólida e bem feita, durante os dez anos que dirigiu aquela igreja. Foi um verdadeiro operário de Cristo, tenaz, zeloso, enérgico, vigilante contra as heresias e bondoso na tarefa de conversão dos pagãos. Mesmo assim, Eleutério foi vítima de uma conspiração, morrendo como mártir em 531, na sua querida Tournai.
Os restos mortais desse humilde Bispo, foram guardados numa urna na Catedral de Tournai, e o local se tornou meta de peregrinação. A cidade de Tournai está situada hoje na Bélgica e se destaca como uma das maiores dioceses do mundo. A Igreja canonizou Santo Eleutério, designando o dia 20 de fevereiro para a sua festa, data em que a Catedral foi dedicada a ele.
DIA DE SÃO CONRADO DE PIACENZA - 19 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 19.02.23
Conrado nasceu em Piacenza, ao sul de Milão, Itália, por volta do ano 1290, da nobre familia dos Confalonieri. Quando jovem, tornou-se soldado e se casou com a adolescente Eufrosina de Lodi. Seus divertimentos eram os torneios, as armas e as caçadas a lebres e javalis. Certo dia, para emboscar uma presa, acabou provocando um incêndio em todo um bosque. O fogo resultou em estragos materiais e também em culturas de campos vizinhos.
Os colonos se revoltaram, porque tiveram muitos prejuízos. O Governador, Galeazzo Visconti, para aplacar a ira dos camponeses, condenou à morte o primeiro suspeito, que, na ocasião, pegaram no bosque. Mas Conrado demonstrou toda a sua nobreza também de coração. Para não permitir que um inocente pagasse por um erro seu, apresentou-se ao Governador e confessou sua culpa. Comprometeu-se a indenizar os prejudicados. Para isso, vendeu todas as suas posses, ficando completamente pobre.
Na pobreza, ele e sua esposa buscaram refúgio em Deus. E encontraram. Após um período de sofrimentos e meditações, resolveram se dedicar, os dois, marido e esposa, ao serviço do Senhor. Era o ano de 1315. Eufrosina ingressou no Convento Franciscano de Santa Clara de Piacenza, onde passou o resto de sua vida. Conrado retirou-se, passando a peregrinar de Santuário em Santuário, em busca de um lugar adequado para viver como ermitão, dedicado à penitência e oração.
Em Calendasco, no ano de 1315, vestiu o hábito da Ordem Terceira de São Francisco. Mas, algum tempo depois, continuou sua marcha eremítica. Visitou Roma e seguiu caminhando até que um dia acampou no estreito de Messina. Perambulou pelas terras entre Catânia e Siracusa, talvez entre os anos de de 1331 e 1335, e chegou à cidade de Noto.
Ele se fixou em Noto, numa cela junto à Igreja de São Miguel. Após 30 anos de caminhada, pareceu que ele ia finalmente parar de perambular. Dedicou-se a cuidar dos enfermos no Hospital de São Martinho. Começou a crescer sua fama de santidade, e ele passou a ser procurado por devotos.
Acostumado à solidão, procurou refúgio na gruta de Pizzoni, fora da cidade. Lá, se encontrou com outro ermitão terciário franciscano, o Beato Guillermo Buccheri de Scicli. Na gruta, eles passaram a viver em oração e penitência, pedindo a Deus a conversão dos pecadores, a proteção contra desastres da natureza, e a cura da multidão de enfermos que continuou procurando por eles, oriundos de todas as regiões vizinhas. Uma de suas visitas frequentes foi a do Bispo de Siracusa. Essa gruta é conhecida hoje como "Gruta de São Currau, ou gruta de São Conrado".
Conrado morreu na gruta de Pizzoni, no dia 19 de fevereiro de 1351. Foi enterrado na cidade de Noto, onde os habitantes, para homenagear o "Santo que veio do continente", o sepultaram na mais bela igreja de Noto, a igreja de são Nicolau, que, em 1844, se tornou a Catedral da nova Diocese.
Seu processo de beatificação passou pelos Papas Leão X, Paulo III e Urbano VIII. Este último o canonizou no dia 12 de setembro de 1625. Conrado é hoje, junto com São Nicolau, Patrono da cidade e da Diocese de Noto. É particularmente invocado para a cura de hérnias.
DIA DE SÃO TEOTÔNIO - 18 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 18.02.23
Nascido em Ganfei, Portugal, no ano de 1082, São Teotônio recebeu uma ótima formação. Primeiramente, junto a um Convento Beneditino de Coimbra; depois, ao ser assumido por seu tio Crescêncio, Bispo de Coimbra, ele foi correspondendo à graça de Deus em sua vida. Com a morte do tio, dirigiu-se para Viseu, onde terminou seus estudos básicos e recebeu o dom da ordenação sacerdotal.
Homem de oração e penitência, centrado no mistério da Eucaristia, e peregrino, fez duas viagens à Terra Santa, que muito marcaram a sua história, até que os cônegos de Santo Agostinho pediram que ele ficasse ali como um dirigente, mas, em nome da obediência, ele não poderia fazê-lo, uma vez que já ocupava o cargo de Prior da Sé de Viseu. No retorno, abriu mão desse serviço e se dedicou ainda mais à evangelização.
Ele já era conhecido e respeitado por muitas autoridades. Inclusive, o Rei Afonso Henriques e a rainha, Dona Mafalda, por motivos de guerra, acabaram retendo muitos cristãos, e ele foi interceder em prol desses cristãos. Muitos foram liberados, mas o Santo foi além. Como já tinha fundado, a pedido de amigos, a Nova Ordem dos Cônegos Regulares sob a Luz da Santa Cruz, aos pés do Mosteiro, ele não só acolheu aqueles filhos de Deus, mas também pôde mantê-los como um verdadeiro pai. No Mosteiro, ele era um pai, um prior, não só por serviço e autoridade, mas um exemplo, refletindo a misericórdia do Mistério da Cruz do Senhor, refletindo o seu amor apaixonado pelo Mistério da Eucaristia.
Mariano e devoto dos Santos Anjos, ele despojou-se e se retirou em contemplação e intercessão. Foi assim que, em 18 de fevereiro, esse grande Santo português, em 1162, partiu para a Glória.
Peçamos a intercessão de São Teotônio para que possamos glorificar a Deus pela obediência, sempre voltando-nos para os mais pequeninos.
São Teotônio, rogai por nós!
HOMILIA - 17.02.23
Durante os séculos XII e XIII, aconteceu na Europa uma enorme perda dos valores cristãos entre a sociedade civil e entre os religiosos. Em reação contrária, surgiu um grande número de confrarias voltadas para a penitência. Através delas, os leigos buscavam viver o Evangelho, opondo-se à ganância, ao luxo, aos prazeres passageiros e à busca pelo poder. Algumas dessas ordens se tornaram bem conhecidas. Uma delas, porém, espalhou-se por muitos países: a Ordem dos Servos de Maria, ou Servitas.
Sete jovens faziam parte desse grande grupo inconformado com o mundo de então. Seus nomes: Aleixo Falconieri, Bonfiglio Monardi, Amadio de Amadei, Bonaiuto Manetti, Ugoccio de Ugoccioni, Maneto d'Antela e Sostenio de Sosteni. No dia 15 de agosto do ano 1233, eles estavam reunidos em oração. Costumavam cantar cânticos dedicados à Virgem Maria. Foi, então, que, de repente, viram que a imagem de Nossa Senhora se mexeu. Todos ficaram intrigados. Depois disso, eles atravessavam uma ponte voltando para casa, quando a própria Virgem Maria lhes apareceu vestida toda de luto e chorava. Em seguida, contou-lhes a razão de suas lágrimas: a guerra civil que não cessava em Florença, já fazia dezoito anos.
Depois desse encontro com Maria, os setes jovens abandonaram tudo o que tinham, bem como suas famílias. Passaram a se dedicar totalmente à vida de oração e à caridade para com os pobres. O grande objetivo deles era viver a pobreza, a humildade e a caridade. Logo aquele grupo de jovens e nobres ficou famoso pela fraternidade que havia entre eles, pelo espírito de oração e pela caridade eficiente que praticavam. Aí, nasceu no coração deles o sonho de formarem uma Comunidade Religiosa.
O Bispo de Florença vinha da vida monástica. Ele via o grupo dos sete jovens com enorme estima. Quando ele ouviu dizer sobre o projeto dos jovens de fundar uma comunidade religiosa, resolveu ajudá-los doando um terreno em Monte Senário, que ficava a dezoito quilômetros da cidade.
No Monte Senário, os sete jovens fundaram a Comunidade. No começo, ela se chamava “Companhia de Nossa Senhora das Dores”. Eles passaram a se vestir com um hábito preto, em homenagem a Nossa Senhora de luto que viram na ponte. Passaram a viver reclusos em orações e penitências. Uma vez por semana, saíam da reclusão e iam rezar numa pequena capela dedicada a Nossa Senhora, que ficava na estrada de Cafagio, perto da cidade.
O grupo dos sete era visto muitas vezes mendigando pelas ruas da cidade e estradas. Eles pediam ajuda para os pobres, doentes e necessitados. Certo dia, quando distribuíam mantimentos e alimentos aos pobres de uma região, um menino passou e lhes fez uma pergunta: "Vocês são os servos de Maria?". Os sete perceberam naquele momento que este era mais um sinal da Virgem Maria. Então, fundaram a ordem dos Servos de Maria, seguindo as Regras de Santo Agostinho.
A Ordem passou a receber apoio das autoridades religiosas e também das civis. Tempos depois, a capelinha usada pelos sete jovens foi transformada num grandioso santuário. Ele foi dedicado a Nossa Senhora das Dores e se tornou um dos santuários marianos mais visitados do mundo. Seis dos fundadores foram ordenados sacerdotes. Somente Santo Aleixo não o foi, por não se achar digno.
A Ordem dos Servitas cresceu e se espalhou por vários países, inclusive o Brasil, onde eles fundaram casas em São Paulo, Santa Catarina e Acre. Ainda hoje, existe uma Missão Servita em Rio Branco, Acre. Os "Sete Fundadores", como passaram a ser conhecidos, foram canonizados em 1888, através do Papa Leão XIII. Eles passaram a ser celebrados no mesmo dia, em 17 de fevereiro. Esse é o dia do falecimento do último dos fundadores: Santo Aleixo Falconieri, aquele que se recusara a receber a ordenação sacerdotal, por não se considerar digno dessa honra.
“Ó Deus, que despertastes no coração desses sete homens as virtudes da humildade, da caridade, da oração, do serviço e do amor à Virgem Maria, dai também a nós, por intercessão dos Sete Fundadores, a graça de crescermos nas virtudes cristãs para que a Vossa glória brilhe no mundo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo, amém.”
DIA DE SANTO ONÉSIMO - 16 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 16.02.23
Onésimo era literalmente escravo de um homem rico importante da Frígia, atual Turquia, no final do Século I. Seu “dono” chamava-se o Filemon. A bela história de Filemon e Onésimo se cruzam com a história de São Paulo, formando uma das mais belas páginas do Novo Testamento.
Aconteceu que Filemon (o dono), sua esposa e filho ouviram uma pregação do Apóstolo Paulo e, tocados pelo poder da Palavra de Deus, converteram-se. São Paulo ministrou o batismo a toda a família de Filemon e os dois passaram a ser grandes amigos. Onésimo, por sua vez, não se sabe por que, roubou dinheiro de Filemon, seu amo. Por isso, temendo ser duramente castigado, como de fato acontecia, resolveu fugir. Por uma ironia, o nome Onésimo, em Grego, significa “útil”.
Temendo por seu destino, Onésimo fugiu para Roma. Ele sabia que o castigo para os escravos infratores e recapturados era uma marca definitiva: eles tinham a letra "F" marcada com brasa na testa. Para os ladrões, isso era quase como a morte, pois passavam a ser rejeitados e cruelmente hostilizados. Por isso, Onésimo fugiu para Roma. Lá, porém, deve ter cometido algum outro delito, pois foi preso.
Na prisão, um presente inesperado de Deus: Onésimo conheceu o Apóstolo Paulo que, na ocasião, estava preso por perseguição dos judeus, sob o poder da Justiça Romana. Esse encontro mudou a vida de Onésimo. Ao conhecer a história de Jesus Cristo e o poder de sua paixão e ressurreição, através do ardoroso Paulo, Onésimo se converteu e descobriu uma nova vida jamais sonhada. Nesse processo de conversão, Onésimo caiu em si, reconheceu seu pecado, confessou-o a Paulo e foi perdoado. Uma nova jornada começava para Onésimo.
Na prisão, Paulo ministrou a Onésimo o batismo. E, tendo Onésimo cumprido sua pena, recebeu a liberdade. Mas Paulo o enviou de volta a seu amo, o também amigo e irmão na fé, Filemon. E enviou-o com uma carta. Essa carta, escrita de próprio punho, é uma das páginas mais lindas do Novo Testamento. Nela, Paulo mostra seu coração misericordioso e cheio de amor para com seus filhos espirituais, especialmente Onésimo.
Na carta a Filemon, Paulo explica que está disposto a pagar pelo erro do escravo, caso Filemon não o perdoe, pois tem a convicção de que Onésimo convertera-se radicalmente e tornara-se um cristão firme e forte. Ele conta como foi a conversão de Onésimo e, cheio do Espírito Santo, escreve: "Venho suplicar-te por Onésimo, meu filho, que eu gerei na prisão. Ele outrora não te foi de grande utilidade, mas agora será muito útil, tanto a mim como a ti. Eu envio-o a ti como se fosse o meu próprio coração....Portanto, se me consideras teu irmão na fé, recebe-o como a mim próprio". (Filemon 18 e 19)
Conhecedor da santidade de Paulo e do poder da Palavra de Deus, que é capaz de transformar pessoas, Filemon não só perdoou Onésimo como, também, deu a ele a liberdade. Depois, reconhecendo a vocação apostólica de Onésimo, Filemon apoiou totalmente seu ex-escravo. Este que passou a ser um pregador da Palavra de Deus, tanto oralmente quanto pelo seu exemplo de vida.
Onésimo, como filho espiritual de Paulo ficou muito ligado a seu pai espiritual. Paulo, por sua vez, certo da vocação de Onésimo, mesmo da prisão enviou-o à cidade de Colossos, como pregador. Depois da maravilhosa experiência em Colossos, Onésimo foi para Éfeso. Lá, foi sagrado Bispo, substituindo outro Santo e discípulo de Paulo, chamado Timóteo.
A missão episcopal de Santo Onésimo na cidade de Éfeso foi promissora. Seu ardor missionário e virtudes cristãs ultrapassaram Éfeso e sua fama se espalhou. Por causa disso e de sua liderança cristã fortemente reconhecida, Onésimo foi preso pelas forças do Imperador Romano Domiciano. Levado a Roma, foi julgado e condenado a morrer apedrejado. Santo Onésimo entregou sua vida por causa de Jesus Cristo e do Evangelho.
“Ó Deus, que destes a Santo Onésimo a graça de conhecer-Vos quando estava na prisão, já sem esperança de uma vida melhor, por intercessão de Santo Onésimo, dai também a nós a graça de conhecer-Vos, mesmo estando em nossas prisões interiores. Libertai-nos de toda escravidão como fizestes a Santo Onésimo e fazei de nós evangelizadores pela Palavra e pelo testemunho de vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, amém. Santo Onésimo, rogai por nós.”
DIA DE SÃO CLÁUDIO DE LA COLOMBIÈRE - 15 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 15.02.23
Cláudio de La Colombière nasceu nas proximidades de Lion, na França, em 02 de fevereiro de 1641. Seus pais eram nobres, ricos e cristãos. Por isso, planejavam dedicar o filho ao serviço de Deus. Cláudio, porém, era totalmente contrário a essa ideia. Acontece que ele tinha realmente a vocação religiosa, mas por causa da insistência dos pais, passou sua infância e adolescência lutando contra essa possibilidade.
O que o fez mudar de ideia foi o contato com os jesuítas de Lion, onde estudou. Ali, vendo o exemplo de vida e a sabedoria dos jesuítas, descobriu que, realmente, tinha vocação religiosa. Por isso, ingressou na Companhia de Jesus e continuou seus estudos. De Lion, foi transferido passa a cidade de Avinhon e, depois, para Paris. Em Paris, foi ordenado padre três anos mais tarde. Em 1675, professou os votos solenes na Ordem dos Jesuítas e foi dirigir uma pequena comunidade jesuíta em Parai-le-Monial, França. Ali, a missão que o esperava mudaria sua vida.
Em Parai-le-Monial Padre Cláudio recebeu a missão de ser Confessor do Mosteiro da Visitação. Ali, vivia uma religiosa de vinte e oito anos, acamada há tempos por causa de fortes dores reumáticas. Seu nome: Margarida Maria Alacoque, uma mulher de grande poder espiritual. Sua santidade e sabedoria influenciavam a todos que dela se aproximavam. Margarida Alacoque tinha recebido do próprio Jesus as revelações da poderosa devoção ao Sagrado Coração de Jesus.
Naquela época, porém, os devotos do Sagrado Coração eram tidos como idólatras. Por isso, eram atacados com palavras e ameaças. Coube ao Padre Cláudio a missão de ouvir Santa Margarida, estudar as revelações e, à luz da Teologia, legitimá-las perante os resistentes. A partir de sua intervenção, a devoção ao Sagrado Coração de Jesus deixou de ser perseguida para se tornar uma das maiores e mais duradouras devoções de todos os tempos.
Em 1674, o Padre Cláudio de La Colombière foi transferido para Londres. Sua nova missão era a de ser o Capelão de Maria Beatriz D'Este, esposa do Duque de York, Carlos II, futuro Rei da Inglaterra. Naquela época, a Igreja Católica era uma instituição fora da lei na Inglaterra e, por isso, perseguida. Entretanto, por ser Capelão da esposa do Duque de York, Padre Cláudio celebrava missas numa capelinha. Assim, acabou passando a ser procurado por inúmeros cristãos clandestinos: padres exilados, freiras, religiosos. Todos vinham, aflitos, ansiosos por ouvir seus conselhos. Ali, Padre Cláudio de La Colombière alimentou a fé dos cristãos perseguidos e encorajou-os a perseverarem dando-lhes grande conforto espiritual.
Depois de um tempo em Londres, Padre Cláudio de La Colombière foi enviado às colônias inglesas da América como jesuíta missionário. Dezoito meses após sua chegada, ele foi acusado pelos colonos de querer restaurar a Igreja Católica no reino. Por isso, foi preso. Porém, por graça de Deus, ele era protegido do Rei da França. Isso fez com que ele não permanecesse na prisão e fosse expulso das colônias inglesas da América.
Padre Cláudio de La Colombière volta à França, no ano 1681. Nessa época, porém, ele se encontrava muito doente. Seu irmão quis ajudá-lo tentando levá-lo para locais mais saudáveis, mas ele não quis. Na verdade, ele tinha recebido uma mensagem de Santa Margarida Alacoque, que afirmava: "O Senhor me disse que sua vida findará aqui". Assim, São Cláudio de La Colombière faleceu em Parai-le-Monia, no dia 15 de fevereiro de 1683. Seu corpo fica sepultado no convento dos padres jesuítas. Foi beatificado em 1929, pelo Papa Pio IX, e canonizado pelo Papa João Paulo II, em 1992, em Roma.
“Ó Pai, pela Vossa misericórdia, São Cláudio de La Colombière anunciou as insondáveis riquezas de Cristo. Concedei-nos, por sua intercessão, crescer no Vosso conhecimento e viver na Vossa presença segundo o Evangelho, frutificando em boas obras. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo. Amém. São Cláudio de La Colombière, rogai por nós.
DIA DE SÃO VALENTIM - 14 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 14.02.23
O Dia de São Valentim é comemorado anualmente em 14 de fevereiro em diversos países do mundo, tais como Argentina, Espanha, Portugal, França, etc.
Também conhecido como o Dia dos Namorados ou Valentine’s Day, essa é uma data especial celebrada por casais de várias partes do planeta, onde se comemora o amor e a união das pessoas que se amam.
Esse dia foi escolhido por ser a data em que um Bispo da Igreja Católica, chamado Valentim, foi morto em Roma pelo fato de ter desobedecido o Imperador realizando casamentos às escondidas.
Curiosamente, os brasileiros não têm o costume de celebrar o Dia de São Valentim, pois essa é uma tradição dos países anglo-saxões, que não encontrou muita acolhida por aqui.
No Brasil, o Dia dos Namorados é comemorado no dia 12 de junho, véspera de Santo Antônio, popularmente conhecido como Santo Casamenteiro.
A História conta que existem dois mártires com o nome de Valentim. Um deles, nasceu em 175, perto de Roma, onde foi consagrado Bispo. Naquela época, Valentim lutou contra as ordens do Imperador Cláudio II, que havia proibido o casamento durante as guerras, pois acreditava que os solteiros eram melhores combatentes.
Valentim continuou celebrando casamentos mesmo com as proibições. Mais tarde, foi descoberto, preso e condenado à morte, porém, enquanto estava preso, muitos jovens ofereciam-lhe flores e bilhetes dizendo que ainda acreditavam no amor.
Enquanto aguardava na prisão o cumprimento da sua sentença, ele se apaixonou pela filha cega de um carcereiro e, milagrosamente, devolveu-lhe a visão.
A Igreja Católica decretou o Dia de São Valentim como Dia dos Namorados, ainda durante o século V, com o intuito de incentivar os casais que pretendiam seguir com o matrimônio como uma forma "legítima" de constituir uma família.
A intenção da Igreja era substituir o tradicional festival romano Lupercalia - que consistia na veneração da deusa da fertilidade, e marcava o início da Primavera - pelo Dia de São Valentim. Assim, aos poucos, os povos da Europa começaram a substituir a celebração profana pelo dia do Santo.
No entanto, no final do século XVIII, a Igreja Católica retirou o Dia de São Valentim do calendário religioso, visto que não existiam provas históricas concretas da existência do Santo. Apesar disso, a data permaneceu como uma celebração popular.
Atualmente, os restos mortais de São Valentim repousam na igreja de Santo Antão, em Madrid.
Nos Estados Unidos, o Dia de São Valentim é comemorado como se fosse o Dia dos Namorados no Brasil.
Dessa maneira, na época dessa comemoração, é comum ver as lojas decoradas com temas românticos. Nesse dia, os casais saem para jantar, trocam presentes, cartões e declaram seu amor um pelo outro.
É uma data sugestiva para pedidos de casamentos, e uma ocasião que não deixa nem as crianças menores de fora, uma vez que elas também comemoram a data na escola, fazendo cartões e os trocando com os colegas da sala, juntamente com doces.
DIA DE SÃO MARTINIANO - 13 DE FEVEREIRO
HOMILIA 13.02.23
Martiniano nasceu em Cesareia, na Palestina, no século IV. Sabe-se que desde criança ele quis dedicar sua vida ao serviço de Deus. Por isso, ainda criança, procurava a oração e o conhecimento da vida cristã. Aos dezoito anos, convicto de sua vocação para a vida religiosa, abraçou o celibato, a pobreza e a obediência, ingressando numa comunidade de monges eremitas que ficava perto de Cesareia. Cada um vivia numa pequena casa muito simples e se reuniam em alguns momentos para rezar. Ali, ele viveu por sete anos.
O monge Martiniano passou a ser procurado por pessoas que precisavam de conselho e orientação espiritual. Por isso, logo sua fama de sabedoria e santidade se espalhou através daqueles que recebiam seus conselhos e orientações. Muitos testemunhavam, inclusive, a cura de doenças e a libertação dos demônios através da oração de São Martiniano. Assim, sua fama se espalhou por toda a região.
A fama de santidade do monge Martiniano atraiu uma bela jovem cortesã chamada Cloé. Tratava-se de uma mulher muito rica, bonita e cheia de costumes libertinos. A jovem Cloé apostou com seus amigos e amigas que conseguiria fazer o casto Mariniano se perder. Para isso, deixou suas roupas luxuosas e vestiu-se como uma mendiga. Depois, foi à procura de Martiniano e pediu-lhe abrigo. O santo, agindo com caridade, abrigou-a na cela onde ficava e foi para o fundo da casa. Lá, fez suas orações, cantou salmos de louvor e se recolheu para dormir.
A jovem Cloé não desistiu da ideia de seduzir Martiniano. Assim, quando o Santo adentrou à casa, encontrou-a trajando uma veste toda sensual. Então, ela tentou seduzi-lo através de sua beleza e de argumentos cheios de doçura e encantamento. O monge, porém, percebeu que por dentro daquele corpo bonito havia uma mulher triste, que sofria por não se sentir verdadeiramente amada e por não ter um sentido de vida. Ele, então, refletiu esta verdade a ela como se fosse um espelho de sua alma. Depois, falou-lhe sobre o profundo e insondável amor de Deus, que nos ama porque Ele é amor e não porque mereçamos esse amor. Sentindo o toque da graça e percebendo-se amada pelo Pai, Cloé acabou se convertendo. A partir de então, ela ingressou no Convento de Santa Paula, na cidade de Belém. Lá, ela viveu o resto de sua vida, santificando-se na vida religiosa.
Martiniano, por sua vez, tinha se sentido tentado ao lidar com Cloé. Por isso, decidiu mudar-se para uma ilha. Seu desejo era ficar livre de influências exteriores que pudessem vir a tentá-lo novamente. Porém, aconteceu que, nas águas que circundavam aquela ilha, um navio naufragou. Por isso, uma jovem chamada Fotinia, que conseguiu se salvar, chegou à ilha agarrada aos restos do navio, encontrou a casa de São Martiniano e lhe pediu abrigo. Movido pels caridade, ele a abrigou. Porém, para não voltar a sentir a tentação, decidiu abandonar a ilha nadando, apesar de estar a uma boa distância do continente. A tradição diz que que Deus enviou dois golfinhos que o ajudaram na travessia, fazendo-o chegar em terra firme são e salvo.
Depois deste fato, São Martiniano optou por uma decisão radical. Abriu mão do direito de ter um endereço fixo para nunca mais ter que dar abrigo a alguém. Ele quis evitar a todo custo que voltasse a ser tentado pelo pecado. Por isso, passou a ser um andarilho e a viver da caridade dos outros. Assim, viveu o resto de seus dias. São Martiniano faleceu na cidade de Atenas, no ano 400. Ele pressentiu sua morte. Enaão, parou sua caminhada numa igreja da Capital grega. Ali, um padre percebeu que ele estava falecendo e ministrou-lhe os sacramentos. E São Martiniano partiu para o céu na serenidade e na paz.
“Ó Deus, que destes a São Martiniano a graça de ser fiel à vocação para a qual o chamastes, dando a ele forças para vencer todas as tentações que pudessem desviá-lo do caminho, dai também a nós, por sua intercessão, a graça da fidelidade à nossa vocação e a coerência de vida, por Nosso senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo. Amém. São Martiniano, rogai por nós.”
DIA DE SANTA EULÁLIA - 12 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 12.02.23
Eulália nasceu numa região próxima a Barcelona, Espanha, no ano 290. Filha de uma família nobre e rica, seus pais possuíam uma grande propriedade nos arredores da Corte. Os pais cuidaram da filha com toda dedicação, enchendo-a de mimos e carinhos, tendendo para uma superproteção. Eulália, por usa vez, desde pequena, já demonstrava caráter e força de vontade.
Desde criança Eulália descobriu as delícias da oração e dedicava-se a ela com prazer. Logo, passou a demonstrar grandes virtudes cristãs como a humildade, sabedoria, prudência. Além disso, sua inteligência era brilhante. Porém a maior virtude da menina Eulália era, sem dúvida, a caridade. E essa caridade nascia da oração, do encontro com Jesus Cristo. Com efeito, Eulália reunia-se com suas amiguinhas em seu quarto, e, ali, passavam horas cantando salmos e hinos de louvor ao Senhor. Depois disso, saíam distribuindo os melhores bens que possuíam às crianças pobres da redondeza. Essas, por sua vez, estavam sempre batendo à porta de sua casa, sabendo que seriam atendidas com amor.
Aos treze anos, Eulália começou a sentir os efeitos da perseguição romana contra os cristãos. Nesse tempo, chegou a Barcelona um juiz chamado Daciano, enviado pelos Imperadoes Romanos Maximiano e Diocleciano. Daciano tinha como missão acabar com o cristianismo nascente na região da Espanha. Ele fora escolhido por ser implacável com os seguidores da Doutrina de Cristo. Os pais de Eulália, temendo por sua vida, levaram-na para uma segunda propriedade, mais distante. Ali, pensavam, ela estaria mais segura, porque sua fé e prática cristãs tinham se tornado famosas onde viviam.
Para Eulália, porém, fugir dos exterminadores de cristãos era covardia. Por isso, numa certa madrugada, ela fugiu da segurança de seus pais e, escondida, apresentou-se voluntariamente ao arrogante juiz. Este ficou admirado de ver a coragem da menina. Consta nos livros que ela teria dito ao magistrado: "Querem cristãos? Eis aqui uma".
Como era seu desejo, Eulália foi levada a julgamento. O juiz ordenou que ela prestasse culto a um deus pagão. Entregou a ela sal e incenso e ordenou que ela os colocasse ao pé do altar. Eulália, porém, negou-se decididamente. Aproximou da estátua do deus pagão e derrubou-a. Em seguida, espalhou pelo chão os grãos de sal e incenso. Essa sua atitude deixou Daciano furioso. Por isso, ele ordenou que ela fosse chicoteada. Os algozes obedeceram de tal forma que seu corpo todo ficou em chagas abertas. Mesmo assim, ela não negou sua fé em Jesus. Então, Daciano ordenou que ela fosse queimada viva. Era o dia 12 de fevereiro do ano 304.
O corpo de Santa Eulália foi sepultado no interior da igreja de Santa Maria das Arenas. Essa igreja foi destruída, mais tarde, por um incêndio. Porém, as relíquias de Santa Eulália foram mantidas intactas. Durante a dominação dos muçulmanos, quando a fé cristã voltou a ser proibida, suas relíquias foram escondidas. Mais tarde, foram recuperadas. A devoção a Santa Eulália foi mantida, principalmente na região de Barcelona. De lá, estendeu-se por toda a Espanha. Depois, chegou a todo o mundo cristão. Santa Eulália tornou-se Padroeira de Barcelona, juntamente com a Virgem das Mercês.
“Deus, nosso Pai, Santa Eulália confessou com sua própria vida que existe um só Senhor e Deus. Hoje, vos pedimos humildemente: libertai-nos dos deuses que construímos, segundo a nossa imagem e semelhança. Somente vós sois digno de todo louvor, de toda honra no céu e na terra. Somente vós o Senhor da história, Aquele que é, Que era e Que vem. Não nos deixeis, Senhor, prostituir aos ídolos do dinheiro, do poder, do ter mais e mais, mesmo à custa dos valores mais altos e mais nobres da pessoa humana. Que, a exemplo de Santa Eulália, confessemos com a nossa vida de cada dia que não temos outro Deus senão a Vós, e que em Vós depositamos toda a nossa confiança. Amém. Santa Eulália, rogai por nós.”
DIA DE NOSSA SENHORA DE LOURDES - 11 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 11.02.2023
Nossa Senhora em Lourdes e sua devoção começaram no dia 11 de fevereiro de 1858, na pequena vila de Lourdes, França. Nesse dia, três amigas foram buscar lenha na mata que ficava perto da vila: Bernadete Soubirus de 14 anos, sua irmã Marie Toinette de 11 anos e a amiga Jeane Abadie, de 12 anos.
A caminho do rio Gave, passaram por uma gruta. Ali, Bernadete ouviu a voz de uma mulher chamando-a carinhosamente. A voz vinha de dentro da gruta. Curiosa e obediente, Bernadette entrou e viu a figura de uma jovem senhora vestida de branco, com uma faixa azul na cintura e um rosário de contas de pérolas em suas mãos.
As duas começaram a rezar juntas, e, pouco depois, Maria desapareceu. Por um período de cinco meses, Nossa Senhora de Lourdes apareceu para as três meninas, sempre marcando o dia e a hora que iria aparecer para elas.
A notícia se espalhou e muitas pessoas foram à gruta no desejo de ver Nossa Senhora de Lourdes, mas só as crianças viam, o que gerou muita desconfiança e dúvida na população. Muitas vezes, Bernadete foi vitima de agressões e zombarias feitas pela população.
O próprio governo francês se envolveu na polêmica e interditou a gruta por um determinado tempo. Nessa ocasião, Bernadete, porém, fortalecida pela graça de Deus, se manteve firme e insistia que Nossa Senhora pediu para que se construísse uma capela no local das aparições.
Tanto a população quanto a Igreja desconfiaram de Bernadete e das crianças que viam Nossa Senhora de Lourdes. E essa resistência começou a ficar muito séria. Por isso, Nossa Senhora, numa de suas últimas aparições, disse a Bernadete que fosse à gruta em determinado dia e hora e começasse a cavar o chão com as próprias mãos. Bernadete obedeceu e, no local onde ela cavou, começou a brotar água e nunca mais parou. E era sabido por todos que ali, era um lugar seco onde jamais tivera fonte de água.
Ao saber da água que brotou na gruta, o povo começou a ir até lá em busca de cura. Então, começaram a acontecer curas inexplicáveis entre o povo que se banhava nas águas da gruta de Lourdes. Curas de pessoas deficientes físicas, paraplégicos e de portadores de enfermidades incuráveis, confirmadas por médicos e cientistas. As curas, aliás, nunca deixaram de acontecer em Lourdes até hoje. Tanto que lá existe uma comissão de médicos pronta para avaliar e atestar se determinada cura foi ou não um milagre.
No dia 18 de janeiro de 1862, Dom Laurence, Bispo de Tarbes, deu a declaração oficial proclamando a posição da Igreja diante dos acontecimentos de Lourdes: Inspirados pela Comissão composta por sábios, doutores e experientes sacerdotes que questionaram a criança, estudaram os fatos, examinaram tudo e pesaram todas as provas.
Chamamos também a ciência, e estamos convencidos de que as aparições são sobrenaturais e divinas, e, que por consequência, o que Bernadete viu foi a Santíssima Virgem Maria. Nossas convicções são baseadas no depoimento de Bernadete, mas, sobretudo, sobre os fatos que têm acontecido, coisas que não podem ser outra coisa senão uma intervenção Divina.
Depois que Nossa Senhora de Lourdes apareceu pela última vêz, Bernadete ingressou na congregação das Irmãs de Caridade de Nevers. Ela estava com 22 anos e morreu aos 34 anos.
Uma das grandes revelações de Maria em Lourdes foi afirmar que Ela era a Imaculada Conceição, título que o Papa Pio IX havia dado a Maria, 4 anos antes em Roma. Bernadete e as meninas não tinham conhecimento disso. Esse título é um Dogma de Fé da Igreja, uma verdade de fé que os católicos acreditam.
No ano de 1876, foi edificada a Basílica de Lourdes, no local em que Maria havia aparecido. Um local que recebe anualmente milhões de peregrinos do mundo inteiro. Hoje, esse Santuário está em uma área com várias Igrejas e outras instituições construídas em torno da gruta.
Bernadete foi Canonizada pelo Papa Pio XI no dia 8 de dezembro do ano de 1933, e Lourdes tornou-se um dos maiores locais de visitação dos peregrinos do mundo todo.
A grande mensagem de Nossa Senhora de Lourdes é uma mensagem de conversão e de penitência. Nossa Senhora chamou insistentemente que aqueles que estão distantes de Deus voltem para a casa do Pai, pois estamos num tempo de grandes dificuldades. Oração do terço, penitência e conversão, essa é a grande mensagem de Nossa Senhora Lourdes.
Ó Virgem Puríssima, Nossa Senhora de Lourdes, que vos dignastes aparecer a Bernadette, no lugar solitário de uma gruta, para nos lembrar que é no sossego e recolhimento que Deus nos fala, e nós falamos com Ele. Ajudai-nos a encontrar o sossego e a paz da alma, que nos ajudam a conservar-nos sempre unidos em Deus. Nossa Senhora da gruta, dai-me a graça que vos peço e tanto preciso, (pedir a graça). Nossa Senhora de Lourdes, rogai por nós.
DIA DE SANTA ESCOLÁSTICA - 10 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 10.02.23
Santa Escolástica e São Bento, gêmeos, nasceram na cidade de Nórcia, no centro da Itália, no ano 480. Filhos de família rica e nobre, sofreram uma grande perda logo ao nascer, pois a mãe faleceu no parto. Apesar da ausência da mãe, receberam educação primorosa e sólida formação na fé cristã. Tanto que Santa Escolástica, quando era ainda muito jovem, e antes mesmo de se tornar monja, decidiu consagrar-se totalmente a Deus, com o voto de castidade.
O voto de castidade feito por Santa Escolástica, antes mesmo de se tornar freira, mostra a certeza de sua vocação. Porém ela ainda não sabia como deveria viver esse chamado profundo que Deus lhe fizera. No tempo de seu amadurecimento vocacional, seu irmão, São Bento, fundou a Ordem Beneditina e o primeiro mosteiro cristão do Ocidente. A regra de vida dos beneditinos era a inspiração que faltava para Santa Escolástica discernir por completo sua vocação. Assim, ela seguiu os passos do irmão e fundou o ramo feminino da Ordem Beneditina. Um pequeno grupo de moças a acompanhou nessa jornada.
Santa Escolástica contou com toda a ajuda do irmão no que diz respeito à adaptação da regra de vida dos beneditinos ao modo de ser feminino. Assim, nasceu o primeiro mosteiro cristão feminino do Ocidente, fundamentado, principalmente, na vida em comunidade e no princípio “Ora et Labora” (Oração e Trabalho) criado por São Bento. Até então, monges e monjas eram eremitas que viviam isolados, sem uma vida em comunidade. Já os beneditinos viviam com horários e atividades bem definidos ao longo de todo o dia.
O Mosteiro das Beneditinas, que começou pequeno, logo floresceu e várias moças começaram a procurá-lo para ali ingressarem e viverem a consagração total a Deus na oração, no trabalho, no estudo e na vida em comunidade, ajudando, compartilhando e suportando umas às outras com caridade e amor cristão.
A relação de Santa Escolástica com seu irmão gêmeo São Bento, era profunda. Havia entre eles uma ligação inspiradora. Os mosteiros masculino e feminino ficavam perto um do outro. Porém os dois irmão só se viam uma vez por ano, no tempo da Páscoa, por causa das regras de vida e das mortificações que se impunham.
Certa vez, num desses encontros em que estavam São Bento, Santa Escolástica e mais alguns monges e monjas dos dois mosteiros, eles passaram o dia conversando sobre as coisas espirituais e as riquezas do Reino dos Céus. Ao anoitecer, São Bento, rígido, avisou que era hora de voltarem para seus mosteiros. Santa Escolástica, porém, insistia em ficar mais, pois o crescimento espiritual e o colóquio entre os irmãos estavam preenchendo sua alma. São Bento, porém, permanecia irredutível. Então, Santa Escolástica orou pedindo ajuda a Deus. Nesse momento, caiu uma chuva torrencial, que impedia a todos de irem embora. Assim, permaneceram toda a noite ali, partilhando as coisas de Deus e rezando. Ao amanhecer, todos foram para seus mosteiros. Três dias depois, Santa Escolástica faleceu. São Bento, em oração, viu o espírito da irmã, como uma pomba, entrar no paraíso. Por isso, Santa Escolástica é tambémrepresentada com uma pomba branca na mão ou no peito. Era o dia 10 de fevereiro do ano 547.
São Bento sepultou a irmã no túmulo que ele tinha preparado para sua própria sepultura. Quarenta dias após a morte da irmã, era a vez de São Bento ser levado para o céu. Ele faleceu no mosteiro que fundara, levando para Deus uma vida santa. A mensagem e a forma de vida de São Bento e de Santa Escolástica influenciaram todo o Ocidente cristão. Das Ordens religiosas criadas por eles, várias outras foram criadas, todas vivendo sob a regra de vida baseada no lema “Oração e Trabalho”.
“Ó Deus, Pai de misericórdia, Santa Escolástica mostrou que nossa missão é servir, é carregar os fardos uns dos outros, é promover a harmonia e a paz entre todos os homens. Dá-nos compreender em profundidade esses Teus desígnios, para que nos aproximemos de Ti, para que Te reconheçamos nos irmãos e para que Te louvemos e bendigamos sem cessar. Amém.”
DIA DE SANTA APOLÔNIA - 09 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 09.02.23
Santa Apolônia viveu no tempo do Império Romano, por volta do ano 249. Era o tempo do Imperador Felipe, que foi derrotado por Décio. Este tornou-se um dos mais cruéis perseguidores dos cristãos. Apolônia era filha de um rico magistrado de Alexandria, cidade importante do Egito, então sob o domínio do Império Romano. Apolônia teve sua história contada pelo então Bispo de Alexandria, São Dionísio, em cartas ao Bispo Fabio de Antioquia.
Na sétima investida do Imperador Décio contra os cristãos, ela foi capturada. Como Décio sempre fazia, Apolônia foi obrigada a renunciar à sua fé cristã pelas forças do império. Além disso, foi obrigada a prestar culto aos deuses romanos e a obedecer o Imperador. Santa Apolônia, porém, firme na fé e tomada por uma coragem impressionante, negou-se a obedecer. Por isso, ela passou a sofrer terríveis torturas em praça pública, diante de todo o povo, que se impressionava com tudo o que via.
Em meio às grandes torturas que sofreu sem negar sua fé, Santa Apolônia teve seus dentes arrancados por pedras afiadas. Mesmo sofrendo a dor lancinante de ter seus dentes quebrados, ela não renunciou à sua fé em Jesus Cristo. Ao ver sua firmeza na fé, os carrascos quebraram sua face com pancadas. Em seguida, foi condenada a morrer queimada. Depois de sua morte, seus dentes foram recolhidos e levados para vários mosteiros. Existe um dente e um pedaço de sua mandíbula no Mosteiro de Santa Apolônia, em Florença, Itália.
Depois de todos os sofrimentos pelos quais tinha passado, Santa Apolônia ainda reunia forças para mostrar a todos sua fé inabalável. Assim, mesmo amarrada, ela própria se jogou na fogueira onde morreria, dizendo que preferia a morte a renunciar sua fé em Cristo Jesus. Deus, porém, protegeu Santa Apolônia e ela escapou ilesa da fogueira. Muitos dos presentes se converteram ao presenciar este fato. Então os algozes lhe deram vários golpes de espada e lhe deceparam a cabeça. Santa Apolônia faleceu no ano de 249.
Mais tarde Santo Agostinho explicou que esse ato de Santa Apolônia foi inspirado pelo Espírito Santo, como um ato de coragem ao enfrentar todas as forças da época em nome de Jesus Cristo.
Santa Apolônia foi canonizada no ano 300. Seu culto é mais conhecido e divulgado na Europa, principalmente na Alemanha, França e Itália. Sua festa litúrgica é realizada no dia 9 de fevereiro. Ela é padroeira da Odontologia e dos cirurgiões-dentistas, dos que sofrem de dores na boca e problemas nos dentes.
Por ter tido os seus dentes arrancados, ela é representada por uma imagem de uma senhora com vestes simples, adornada de um véu. Tem a seus pés uma palma e um fórceps na mão, segurando um dente.
"Óh bom Deus. Rogamos que a intercessão da gloriosa mártir de Alexandria, Santa Apolônia, nos livre de todas as enfermidades do rosto e da boca. Lembrai-Vos principalmente das criaturas inocentes e indefesas. Afastai, se possível, a amargura das dores de dente. Iluminai, fortificai e protegei os cirurgiões-dentistas, para que sempre se dediquem ao próximo com o amor que de Vós emana, e nos seja dado usufruir de Vosso reino. Santa Apolônia, intercedei a Deus por nós. Amém."
DIA DE SANTA JOSEFINA BAKHITA - 08 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 08.02.23
Nasceu em 1869, em Darfur, no Sudão, um dos países mais pobres da África. O nome Bakhita, que significa “afortunada”, não é o nome que ela recebeu de seus pais, mas sim o que recebeu dos que a raptaram e escravizaram, quando ela ainda era criança. A violência, o trauma, a dor de ter sido raptada e feita escrava foram tão profundos em sua alma, que ela esqueceu seu próprio nome. Essa doce alma africana experimentou a humilhação e todo o tipo de sofrimento, tanto físico quanto moral, que acompanham a situação de escravidão.
Depois de um bom tempo na Capital do Sudão, Bakhita, ainda menina, foi vendida para um cônsul italiano. Este a levou para a Itália. O cônsul fez essa viagem acompanhado por um casal muito amigo. Durante a viagem, ele percebeu que esposa desse seu amigo gostou muito de Bakhita. Por isso, entregou Bakhita a essa família. A nova “mãe” de Bakhita morava em Veneza e tratava Bakhita com carinho. Algum tempo depois, nasceu uma filha desse casal. Bakhita passou, então, a ser a babá da menina e, depois, sua grande amiga.
A família com a qual Bakhita vivia tinha negócios na África. A um dado momento, esses negócios exigiram que o casal voltasse à África. Eles até pensaram em levar as duas meninas para a África, mas foram aconselhados a deixa-las na Itália, sob os cuidados das irmãs da Congregação de Santa Madalena de Canossa, em Veneza. Ali, vivendo com as irmãs, Bakhita, recebeu a mensagem do Evangelho e conheceu Jesus.
Bakhita foi batizada aos vinte e um anos, em 1890. Na ocasião, recebeu o nome de Josefina em homenagem a São José. Mais um tempo se passou, e o casal retornou da África para buscar as duas “filhas”. Para surpresa de todos, Bakhita pediu para ficar, manifestando a vontade de se tornar uma freira canossiana. Ela queria servir a Deus, depois de “tantas provas de amor recebidas”, dizia. Seus “pais” concordaram e ela ficou. Começava ali uma nova jornada em sua vida. Ela ainda passou por um tempo de discernimento da vocação. Então, quando teve certeza do chamado, assumiu a vida religiosa. Em 1896, ela fez seus votos, consagrando para sempre ao Senhor, a quem ela chamava carinhosamente de “Meu Patrão”.
Santa Josefina Bakhita permaneceu na vida religiosa por mais de meio século, até sua morte. Durante esse tempo, cheia de humildade e amor, ela se dedicou a todos os tipos de atividades da congregação. Ela cuidou do guarda roupas, foi cozinheira, sacristã, porteira e bordadeira. As irmãs e os fiéis a chamavam carinhosamente de “Irmã Morena” As irmãs a admiravam bastante pela bondade, generosidade e pelo seu grande desejo de fazer com Jesus fosse cada vez mais conhecido. Ela sempre dizia: "Sede boas, amai a Deus, rezai por aqueles que não O conhecem. Se soubésseis que grande graça é conhecer a Deus!".
Além da simplicidade e humildade, o seu sorriso constante conquistava o coração de todo tipo de gente que a conhecia. Com o passar dos anos, ela ficou doente, sofrendo longa e dolorosamente. Porém, continuou firme no seu sorriso, oferecendo seu precioso testemunho de fé. Tinha ela a grande capacidade de rir de si mesma e brincar, falando muito seriamente. Ela dizia: "Vou devagar, passo a passo, porque levo duas grandes malas: numa vão os meus pecados, e na outra, muito mais pesada, os méritos infinitos de Jesus. Quando chegar ao céu, abrirei as malas e direi a Deus: Pai Eterno, agora podeis julgar. E a São Pedro: fechai a porta, porque fico".
Ao final de sua vida, Santa Josefina Bakhita reviveu os horrores da escravidão, que ainda estavam gravados em seu inconsciente. Segundo seu próprio testemunho, foi Nossa Senhora quem a libertou destes sofrimentos. Assim, a lembrança da escravidão não lhe fazia mais sofrer. Suas últimas palavras antes de fechar definitivamente os olhos foram: "Nossa Senhora!". Irmã Josefina Bakhita entregou sua doce alma a Deus em 8 de fevereiro de 1947. Estava na casa da Congregação na cidade de Schio, Itália. A partir de então, muitos milagres e graças fpram alcançados por intercessão de Santa Bakhita. Em 1992, ela foi beatificada por João Paulo II. Em 2000, foi canonizada pelo mesmo Papa. Ficou assim instituído o dia para a celebração da "Santa Irmã Morena" em 8 de fevereiro, dia de sua morte.
“Ó Santa Josefina Bakhita, que, desde menina, foste enriquecida por Deus com tantos dons e a Ele correspondeste com todo o amor, olha por nós. Intercede junto ao Senhor para que cresçamos no Seu amor e no amor a todas as criaturas humanas, sem distinção de idade, de raça, de cor ou de situação social. Que pratiquemos sempre, como tu, as virtudes da fé, da esperança, da caridade, da humildade, da castidade e da obediência. Pede, agora, ao Pai do Céu, oh Bakhita, as graças de que mais preciso, especialmente (pedido). Amém.”
DIA DE SÃO RICARDO - 07 DE FEVEREIRO
HOMLILIA - 07.02.23
O Rei da Inglaterra Egberto l, que governou por 11 anos o país, morreu no ano de 675, deixando vago o Cargo , pois seu filho Eadric l ainda era uma criança. Então, Ricardo, que era seu tio, assumiu a coroa e governou até que seu sobrinho atingisse a idade certa. No ano de 685, Ricardo l passa o trono da Inglaterra para o sobrinho e legítimo herdeiro, Eadric l. Pouco depois, Ricardo ficou viúvo. Por isso, ele e seus três filhos foram morar no Mosteiro de Waltham, seguindo todas as regras de São Bento.
São Ricardo foi Rei da Inglaterra. Ele foi considerado por seus contemporâneos como um dos melhores conselheiros, pois tinha grande sabedoria. Sempre resolvia as contendas com dialogo e paz. Não ficou muito tempo como Rei, porque queria oferecer seu tempo e seu dinheiro para Deus. Teve 3 filhos que o seguiram e também se tornaram Santos: São Vinebaldo, São Vilibaldo e Santa Valberga.
Após alguns anos morando no mosteiro, Ricardo e os filhos se tornaram sacerdotes. Querendo aprofundarem-se na vida espiritual, planejaram fazer uma viagem. Iriam primeiro a Roma e, depois de visitarem as relíquias de São Pedro e São Paulo, iriam a Jerusalém cumprir o resto de sua santa peregrinação.
Assim, saíram da Inglaterra entrando pela França e, após um longo tempo de viagem a pé, São Ricardo ficou gravemente doente. Por isso, pararam na cidade de Luca, na Toscana, para que fosse atendido e medicado. A família planejava seguir viagem, mas por causa da gravidade da enfermidade, São Ricardo não suportou e morreu. Era o ano de 722.
O povo começou a chamá-lo de Rei Santo, pois quando foi enterrado na igreja de São Frediano, muitos milagres começaram a acontecer favorecendo as pessoas que rezavam em seu túmulo. Por isso, começaram a vir romarias de todos os lugares da Europa para rezarem no túmulo de São Ricardo.
Os filhos de São Ricardo passaram, então, a divulgar os milagres que aconteciam por intercessão do pai. Vilibaldo tornou-se Bispo de Eichstat, Vunibaldo tornou-se Abade de Heidenheim. A filha de São Ricardo, Valberga, tornou-se Abadessa na Inglaterra. Por causa do exemplo do pai, os filhos se tornaram Santos. Por isso, São Ricardo é o Padroeiro dos pais de família.
"São Ricardo, vós que soubestes com tanto amor e responsabilidade encaminhar vossos filhos pela senda da virtude da santidade com vossas palavras, ensinamentos, exemplos de vida, intercedei junto a Deus para que as crianças e jovens de hoje possam obter, por vossa graça, pais com esse mesmo amor pelas almas de seus filhos, pois a única e maior herança que podemos dar a eles é o caminho que os conduza aos Céus. Por Cristo Nosso Senhor. Amém! São Ricardo, rogai por nós."
DIA DE SÃO PAULO MIKI E COMPANHEIROS MÁRTIRES
HOMILIA - 06.02.23
Paulo Miki nasceu no ano 1564, na província de Harima, no Japão. Era filho de um nobre e famoso militar japonês, pertencente a uma família de samurais. Sua família era cristã, fruto da evangelização de São Francisco Xavier, alguns anos antes de seu nascimento, de 1549 a 1551. Paulo Miki recebeu sua formação no Colégio Jesuíta de Anziquiama, Japão. Essa formação seria decisiva em sua vida.
Estudando no Colégio Jesuíta, Paulo Miki teve a oportunidade de conhecer mais profundamente a fé cristã. Esse conhecimento despertou em seu coração o desejo de se tornar jesuíta. Por isso, pediu seu ingresso na Ordem e foi aceito. Por causa de sua capacidade intelectual e, principalmente, dos dons espirituais que recebera de Deus, Paulo Miki conquistava conversões impressionantes e se tornava uma luz em território japonês.
Homem de oração profunda, o Irmão Paulo Miki tornou-se um pregador de grande eloquência. Suas pregações arrebatavam os corações e confirmavam os japoneses na fé. Seu desejo de se tornar sacerdote teve que esperar, pois não havia bispo na região japonesa de Fusai. Mesmo assim, Paulo Miki continuou com seu ministério de pregação. Alguns anos depois, ele se tornou o primeiro japonês a ser ordenado padre no Japão. Uma vez padre, conquistou inúmeros corações por causa de seu testemunho de humildade e paciência.
O Imperador Toyotomi Hideyoshi simpatizava-se com o Catolicismo e permitia-o em suas terras. Porém, de repente, tornou-se um feroz perseguidor da fé em Cristo. O motivo foi político. Por ter conquistado a Coreia, o Japão rompeu relações com a Espanha e com todo o Ocidente. Isso motivou uma terrível perseguição contra os mais de trezentos mil cristãos japoneses de então. Até missionários franciscanos espanhóis que tinham sido bem recebidos pelo Imperador passaram a ser perseguidos.
Os católicos passaram a ser expulsos do Japão. Muitos, porém, decidiram ficar. E a repressão não tardou. O imperador mandou prender seis franciscanos. Em seguida, prendeu o Padre Paulo Miki, juntamente com outros dois jesuítas e um grupo de dezessete leigos companheiros de Paulo Miki e membros de ordens terceiras. Esse grupo de vinte e seis cristãos foi vítima de humilhações e torturas públicas das mais terríveis.
O grupo dos vinte e seis cristãos foi levado para Nagasaki. Tanto nas estradas quanto nas cidades, foram vítimas escárnio e zombarias. Alguns dos companheiros de São Paulo Miki eram muito novos. Sabemos de alguns nomes, como Tomaz Cozaki, 14 anos; Antônio, 13 e Luis Ibaraki, 11. Nenhum deles se dispôs a voltar atrás e renunciar à fé em Cristo em troca da liberdade. Todo os do grupo dos vinte e seis foram crucificados na colina que ficou conhecida como “Monte dos Mártires”, em Nagazaki, no ano de 1597.
Os cristãos que sobreviveram à perseguição se dispersaram para escapar dos massacres. Um grande número deles construiu morada às margens do rio Urakami, perto de Nagasaki. Lá, continuaram a praticar a fé cristã, apesar da ausência de sacerdotes. A comunidade conseguiu guardar no coração os ensinamentos de São Paulo Miki e dos outros evangelizadores que passaram por lá. Quando o Japão voltou a se abrir à Europa, missionários voltaram, igrejas foram reconstruídas em várias cidades e em Nagazaki, perto de onde os cristãos viviam clandestinamente.
A comunidade cristã do Japão passou cerca de 250 anos sem contato com a Igreja Católica. Porém guardava cuidadosamente três critérios escritos em livros e no coração de todos para reconhecer os verdadeiros líderes e padres católicos: "os padres não são casados, haverá uma imagem de Maria e esta Igreja obedecerá ao Papa-sama, isto é, ao Bispo de Roma". A comunidade japonesa, inspirada pelo exemplo e ensinamentos de São Paulo Miki e Companheiros, manteve a chama acesa da esperança de um dia voltar a poder manifestar sua fé publicamente. E assim aconteceu.
São Paulo Miki e seus Companheiros foram canonizados no ano 1862, pelo Papa Pio IX. Os ensinamentos e o exemplo que esses mártires deixaram alimentaram a fé dos cristãos japoneses por dois séculos e meio e, depois disso, até hoje, são inspiração e devoção entre todos os católicos japoneses.
“Deus, nosso Pai, pela força dos Santos São Paulo Miki e seus Companheiros que, em Nagazaki, chamastes à vida da glória pelo martírio, concedei-nos, por sua intercessão, perseverar até o fim na fé que professamos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo, amém. São Paulo Miki e Companheiros, rogai por nós.”
DIA DE SANTA ÁGUEDA - 05 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 05.02.23
Águeda nasceu em Catânia, Itália, no ano de 231. Era filha de nobres e teve uma educação esmerada, principalmente na fé cristã. Foi evangelizada ainda criança, e isso determinou todo o seu futuro. A menina experimentou o amor de Deus e não mais trocou este amor por nada neste mundo.
Era de família muito rica e sempre foi muito bonita. Mas, ainda jovem, consagrou a sua vida a Cristo, sempre ajudando os mais pobres e procurando uma vida de constante oração. Ela sentia em seu coração o forte desejo de uma consagração total e cada vez mais profunda, para dedicar sua vida à missão de anunciar a Boa Nova de Cristo a todos e ajudar os mais necessitados. Esse era o grande desejo de seu coração. Nisso estava a sua felicidade.
Porém, Quinciano, que era um nobre rico, poderoso e Cônsul da Itália, apaixonou-se por Águeda. Ficou encantado pela beleza e nobreza da jovem e queria de todas as formas casar-se com ela. Águeda, no entanto, já havia entregue seu coração para Deus e recusava-se terminantemente a se casar. Na sociedade em que ela viveu, isso era estranho, pois as mulheres eram obrigadas a aceitarem pedidos de casamentos como esse. Por isso, não se conformando com a recusa, Quinciano buscou ajuda até com uma feiticeira, para ver se conseguia mudar o coração de Águeda. Nada disso, porém, deu resultado. Foi quando o Cônsul descobriu que Águeda era cristã e havia feito uma consagração a Jesus Cristo.
Revoltado com esta situação, o Cônsul enlouqueceu e mandou prender Santa Águeda na Sicília, sob a acusação de prática de bruxaria e participação de seitas proibidas. O Imperador, na época, era Trajanus Décius, um grande perseguidor dos cristãos, que deu retaguarda a Quinciano. Este, em seguida, impôs a Santa Águeda grandes torturas.
Submeteu-a a vários interrogatórios cheios de muito sofrimento. Ele exigia que ela renegasse sua fé, mas ela não cedia. Então, ela foi colocada em um calabouço, mas dizia sempre que sua salvação era Jesus Cristo.
Não renegando sua fé, e não aceitando se casar com o Cônsul, Águeda foi submetida a torturas com ferro e fogo. Foi esticada na roda, açoitada, marcada com ferros em brasa. Furioso, Quinciano mandou arrancar os seios de Santa Águeda. Depois, jogaram-na no calabouço sem curativos. Lá, porém, ela teve uma visão de São Pedro com um Anjo, que a curou com óleos. Quinciano ficou furioso ao ver que ela estava curada. Então, mandou amarrá-la e que fosse arrastada sobre carvão em brasa e vidros. Santa Águeda rezava dizendo: "Meu Senhor Jesus Cristo, Vós sois o meu coração e a minha mente. Levai-me e fazei-me Sua." Santa Águeda pedia a própria morte a Deus, para aliviar seus sofrimentos.
No meio das torturas de Santa Águeda, houve um grande tremor de terra por causa do vulcão Etna. Assim, Santa Águeda morreu de joelhos, em oração, soterrada pelo terremoto. Era o dia 5 de fevereiro do ano 251.
O imperador Trajanus Décius deu retaguarda a Quinciano em suas torturas contra Santa Águeda. Por isso, ele fez todas aquelas barbaridades. Porém, pouco tempo depois da morte da Santa, o cavalo de Quinciano derrubou-o dentro de um rio, e ele morreu afogado.
No aniversário de morte de Santa Águeda, o vulcão Etna iniciou uma grande erupção. Os moradores pegaram o véu da Santa, que era guardado como relíquia pelos cristãos de Catânia, e subiram no monte em oração, pedindo que o vulcão, que aliviara os sofrimentos de Santa Águeda adiantando sua morte, aliviasse os sofrimentos do povo local, parando sua atividade. Foi, então, que a lava simplesmente parou e cessou a erupção.
A tumba de Santa Águeda está na Catânia, e seu véu está exposto na Catedral de Florença.
Ela é invocada contra erupções e terremotos.
São Gregório consagrou a Igreja dos Góticos em seu nome.
Ela é mostrada com uma palma na mão e, também, com os dois seios em uma bandeja.
"Concedei-nos, Senhor, o amor constante ao Vosso Santo Nome e a graça da perseverança nas coisas do alto durante toda a nossa vida, mesmo diante das perseguições, calúnias, torturas e sofrimentos. E pela intercessão de Santa Águeda, dai-nos, Senhor Onipotente, a graça que humildemente Vos pedimos, (pedido), por Cristo Nosso Senhor, amém. Santa Águeda, rogai por nós."
DIA DE SÃO JOÃO DE BRITO - 04 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 04.02.23
Nascido na cidade de Lisboa, Portugal, em 1 de março do ano 1647, João era filho de Salvador de Brito Pereira e Brites de Portalegre, nobres membros da Corte de Portugal. Seu pai, mais tarde, viria aa ser um Governador do Rio de Janeiro. Desde a infância, sendo de família cristã, alimentou o desejo de se tornar um missionário evangelizador em terras distantes, apesar da saúde frágil. Dedicou-se aos estudos e fez o máximo de sua parte, contando com a Providência Divina.
Mesmo com suas dificuldades de saúde, o jovem João de Brito perseverou no anseio de dedicar sua vida à missão nas terras mais longínquas. Era o tempo das grandes navegações, e ele sonhava ir para a Índia como missionário. Por isso, completou seus estudos chamados “superiores”, na grande Universidade de Coimbra. Ao completar vinte e seis anos, João de Brito foi ordenado sacerdote e ingressou na Companhia de Jesus. Apesar da saúde frágil, viajou para a Índia, onde se sentia chamado a pregar a Palavra de Deus.
O Padre João de Brito iniciou sua missão apostólica em Malabar, na Índia. Desde o início procurou fazer igual aos nativos em tudo o que fosse possível. Andava descalço por enormes distâncias portando tão-somente uma simples manta de algodão e livros cristãos. O Padre João de Brito criou uma nova maneira de evangelizar, que foi seguida por vários outros missionários. O segredo era seguir a máxima de São Paulo: “Fiz-me tudo para todos, a fim de ganhar alguns para Cristo.” 1Coríntios 9.
Para se aproximar dos hindus, o Padre João de Brito passou a caminhar com um cajado de bambu, vestir-se com um roupão avermelhado e calçar palmilhas de madeira. Procurava viver em tudo como um hindu, inclusive no comportamento e nos costumes alimentares. Porém sem jamais deixar de pregar o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Assim, São João de Brito conquistou muitos corações. Estes abraçavam a fé em Cristo com firmeza e renovação de coração.
Porém a fé cristã desmontava vários princípios hindus, principalmente a divisão da sociedade em castas, como destino irreversível de todos os seres humanos. O cristianismo prega exatamente o contrário, afirmando que todos são filhos de Deus, iguais, irmãos, filhos do mesmo Pai. Por isso, São João de Brito passou a sofrer severas perseguições. Foi preso e vítima de terríveis torturas, mas não desistiu.
E sua missão frutificou. Chegou a converter várias comunidades hindus à fé em Jesus Cristo. E essas comunidades se tornaram vivas, cheias de fé, maduras e exemplares na prática da caridade entre os irmãos. Os cristãos indianos convertidos por São João de Brito se sentiam particularmente felizes ao se libertarem da crendice na sina das castas e ao se reconhecerem todos irmãos, filhos do mesmo Pai. O apostolado de São João de Brito na Índia durou quinze anos.
No fim desses quinze anos na Índia, São João de Brito voltou para Portugal. Lá, recebeu um convite irrecusável para muitos: o de ser Conselheiro do rei Pedro II e mestre de seu filho. O Padre João de Brito, porém, recusou essa honraria. Atendeu o pedido de seu coração e voltou para a Índia.
Quando São João de Brito pisou em Malabar, voltando de Portugal, deparou-se com um cenário devastador: os cristãos tinham sido mortos; as casas e as igrejas de todos eles foram saqueadas e incendiadas. Tratava-se de uma revolta dos líderes religiosos hindus, conhecidos como brâmanes. Eles se revoltaram especialmente contra todos os que se diziam cristãos. Por isso, São João de Brito foi igualmente preso e decapitado. Aconteceu no dia 04 de fevereiro de 1693. Antes de ser executado, São João de Brito obteve permissão para orar. No mesmo local, seu corpo teve os membros decepados e foi exposto. O Papa Pio XII celebrou sua canonização em 1947 e determinou sua festa litúrgica para o dia de sua morte.
“Senhor, que fortalecestes com invencível constância o mártir São João de Brito para pregar a fé entre os povos da Índia, concedei-nos, por seus méritos e intercessão, que, celebrando a memória do seu triunfo, imitemos os exemplos da sua fé. Por Nosso Senhor. Amém. São João de Brito, rogai por nós.
DIA DE SÃO BRÁS - 03 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 03.02.23
São Brás, médico, sacerdote e bispo. Protetor contra os males da garganta e dos animais.
São Brás foi um homem de fé, valoroso médico que não só curava as pessoas de suas doenças, mas também dos males da alma. Tinha grande compaixão dos mais necessitados e usava de seu oficio para ajudar a todos sem discriminação.
São Brás nasceu na cidade de Sebaste, Armênia, perto do ano no final do século III. Num certo tempo, começou a questionar sobre sua profissão de médico, pois queria servir a Deus, mas não sabia como. Resolveu, então, tornar-se um eremita e ficar em constante oração. Assim, viveu numa gruta por muitos anos.
Logo, sua fama de santo se espalhou por toda a região da Capadócia, pois ele atendia a todos que o procuravam e, muitas vezes, as pessoas ficaram curadas de suas doenças do corpo e da alma. Até os animais selvagens conviviam em total harmonia com o santo.
Quando o Bispo local morreu, a população de toda a região foi ao seu encontro, pedindo para que ele se tornasse padre para tomar conta do povo de Deus. Ele aceitou e foi morar na cidade. Estudou e se ordenou padre. E, não muito tempo depois, foi sagrado Bispo. Construiu uma casa para abrigar a Diocese aos pés da gruta em que ele morou, e dali comandava a igreja de toda a região.
O prefeito de Sebaste na Capadócia era um tirano que combatia o Cristianismo em toda a região. Ele se chamava Agricola, era amigo do Imperador do Oriente, Licinius Lacinianus, que era cunhado de Constantino, Imperador do Ocidente, o qual parou de perseguir os cristãos.
Um dia, Agricola mandou seus soldados buscarem feras, leões, tigres, para servirem de espetáculo no martírio dos cristãos presos. Quando os soldados chegaram perto da gruta do Santo, viram todo o tipo de animal da floresta convivendo em harmonia com ele. Com espanto geral, correram para contar ao prefeito Agricola o que estava acontecendo.
Muito nervoso com o fato, o Governador mandou prender São Brás. Ele não se opôs, não tiveram nenhum tipo de resistência. Chegando à presença de Agricola, foi ordenado que São Brás renunciasse a Jesus Cristo e à Igreja, e adorasse os seus deuses. São Brás, então, disse que nunca deixaria de adorar a Deus e a Jesus Cristo. Disse ainda que a Igreja jamais acabaria porque era guiada pelo Espírito Santo. Por várias vezes, o Prefeito chamou-o para tentar mudá-lo de opinião, mas ele nunca cedeu. Muitas pessoas visitavam o Santo na prisão para vê-lo e pedir orações. São Brás, apesar do sofrimento das torturas, atendia a todos com conselhos e orações.
Um dia, uma mãe desesperada o procurou porque seu filho estava quase morrendo com um espinho encravado na garganta. São Brás olhou para o céu, rezou e, em seguida, fez o sinal da cruz na garganta do menino. No mesmo instante, ele ficou milagrosamente curado. Por esse milagre, até os dias de hoje, São Brás é invocado para curar os males da garganta.
Em todos os lugares do mundo, quando uma criança ou qualquer pessoa se engasga, a invocação direta ao Santo logo é rezada: "São Brás te proteja." Ou simplesmente: "São Brás."
Nas igrejas de todo o mundo essa benção é feita especialmente no seu dia, com duas velas cruzadas sobre a garganta dos fiéis, que recebem a benção de São Brás.
Algumas mulheres foram à prisão ajudar São Brás por causa dos ferimentos das torturas que ele sofrera. Porém elas foram mortas pelos soldados do Governador, após terem jogado em um lago os ídolos dados pelos soldados para que elas renunciassem a Jesus e à Igreja. São Brás gritou com os soldados e contra o governador, que também mandou jogar o santo no lago, mas, por milagre, ele andou sobre as águas e nada lhe aconteceu.
Voltando à terra, o governador enfurecido mandou decapitar São Brás. Assim, ele foi morto tendo sua garganta cortada pela espada. Era o dia 3 de fevereiro de 316. Sua festa é comemorada no dia 3 de fevereiro.
Até 732, o corpo e as relíquias de São Brás ficaram na catedral de Sebaste, na Armênia; depois, quando iam ser levadas para Roma, uma tempestade conduziu o barco até a cidade de Maratea, em Potenza, onde os moradores fizeram uma igreja e, posteriormente, a Basílica de São Brás, mudando o nome do local para "Monte São Brás".
"Ó glorioso São Brás, que restituístes com uma breve oração a perfeita saúde a um menino que, por uma espinha de peixe atravessada na garganta, estava prestes a expirar, obtende para nós todos a graça de experimentarmos a eficácia do vosso patrocínio em todos os males da garganta. Conservai a nossa garganta sã e perfeita para que possamos falar corretamente e assim proclamar e cantar os louvores a Deus. Amém".
"Por intercessão de São Brás, Bispo e Mártir, livre-te Deus do mal da garganta e de qualquer outra doença. Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. São Brás, rogai por nós. Amém."
DIA DA APRESENTAÇÃO DO SENHOR - 02 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 02.02.2023
A data de hoje lembra o cumprimento, por Maria e José, de um preceito hebraico. Quarenta dias após dar à luz, a mãe deveria passar por um ritual de "purificação" e apresentar o filho ao Senhor, no templo. Desde o século quatro, essa festa era chamada de "Purificação de Maria".
Com a reforma litúrgica de 1960, passou-se a valorizar o sentido da "apresentação", oferta de Jesus ao Pai, para que seu destino se cumprisse, marcando, em consequência, a aceitação por parte de Maria do que o Pai preparara para o Fruto de sua gestação. A data passou a ser lembrada, então, como a da "Apresentação do Senhor".
No templo, a família foi recebida pelo Profeta Simeão e pela Profetiza Ana, num encontro descrito por São Lucas no seu Evangelho, da seguinte maneira:
"Assim que se completaram os dias da purificação, conforme a Lei de Moisés, levaram o Menino a Jerusalém para apresentá-lo ao Senhor, segundo está escrito na Lei do Senhor, que "todo varão primogênito será consagrado ao Senhor", para oferecerem em sacrifício, segundo o que está prescrito na Lei do Senhor, um par de rolas ou dois pombinhos.
Havia em Jerusalém um homem justo chamado Simeão, muito piedoso, que esperava a consolação de Israel, e o Espírito Santo estava nele. Pelo Espírito Santo, foi-lhe revelado que não veria a morte antes de ver o Cristo do Senhor. Movido pelo Espírito, veio ele ao templo e, ao entrarem os pais com o Menino Jesus, também ele tomou-o em seus braços, bendizendo a Deus, e disse: "Agora, Senhor, já podes deixar Teu servo morrer em paz segundo a Tua palavra, porque meus olhos viram a Tua salvação, que preparaste ante a face de todos os povos, luz para iluminação das gentes e para a glória do Teu povo, Israel". José e Maria estavam maravilhados com as coisas que se diziam de Jesus. Simeão os abençoou e disse a Maria, sua Mãe: "Este Menino será um sinal de contradição, para ruína e salvação de muitos em Israel; e uma espada atravessará a tua alma para que se descubram os pensamentos de muitos corações". (Lc 2,22-35).
Ambos, Simeão e Ana, reconheceram em Jesus o esperado Messias e profetizaram o sofrimento e a glória que viriam para Ele e a família. É na tradição dessa profecia que se baseia também a outra festa comemorada nesta data, a de Nossa Senhora da Candelária, ou da Luz, ou ainda dos Navegantes.
DIA DE SANTA VERIDIANA - 01 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 01.02.23
Veridiana nasceu no ano 1182, em Castel Fiorentino (Castelo Florentino), na cidade de Florença, região da Toscana, Itália. Era filha de família rica e nobre, conhecida como família Attavanti. É certo que sua família estava em decadência na época de sua infância e juventude, mas ainda tinha muito prestígio. Desde criança, Veridiana mostrou-se caridosa e atenciosa para com o próximo, principalmente os mais necessitados.
Quando jovem, muito fervorosa, quis consagrar sua virgindade a Deus, para poder servi-lo melhor e dedicar-se à caridade. Nesse tempo, um tio seu bastante rico confiou-lhe a administração de seus bens. Ela só aceitou com a condição de poder continuar praticando a caridade e ajudando aos necessitados. Certa vez, num tempo de grande fome, seu tio vendeu uma grande quantidade de grãos a um comerciante. Porém, Veridiana tinha dado quase tudo aos pobres. Quando seu tio soube, ficou furioso e deu apenas vinte e quatro horas para que ela devolvesse tudo. Veridiana rezou pedindo socorro a Deus, pois não tinha como recuperar quase nada do que dera. Então, no dia seguinte, sem explicação, todos os mantimentos estavam lá. O comprador levou tudo, muito satisfeito.
Após esta experiência do socorro divino, Veridiana decidiu fazer uma peregrinação a dois centros importantes para a espiritualidade cristã: o túmulo de São Tiago de Compostela na Espanha, e Roma. Essa peregrinação foi decisiva para a vida de Santa Veridiana. Tanto que, quando voltou à sua terra natal, após meses de peregrinação, decidiu viver somente para Deus, dedicando toda a sua existência à oração, aos exercícios espirituais, à penitência e à solidão.
Santa Veridiana comunicou sua decisão a amigos e parentes. Estes, para manter a Santa por perto, construíram uma cela muito simples e pobre onde ela passou a viver. A cela ficava bem perto do Oratório de Santo Antônio. Ali, Santa Veridiana viveu por trinta e quatro anos de oração, penitência e solidão. A cela tinha somente uma janela pequenina. Através dessa janela Santa Veridiana recebia suas refeições e visitas. Através da janela ela também assistia à missa no Oratório. Os alimentos que recebia eram muito simples e em pouca quantidade, sendo suficientes para que ela não viesse a morrer de fome.
Santa Veridiana viveu trinta e quatro anos na cela onde livremente escolheu viver, sendo feliz na doce presença de Deus. Na cela também, ela venceu fraquezas pessoais e tentações diabólicas. Por isso, ela é representada apresentando uma cruz a duas serpentes. Santa Veridiana também aconselhava pessoas que a procuravam com problemas diversos. Ela atendia a todos sempre que podia. Todos voltavam com o coração confortado.
Sua fama de santidade atraiu não só os peregrinos locais, como também outros santos. São Francisco de Assis foi um deles. O pobrezinho de Assis, sabendo da santidade de Veridiana, visitou-a, abençoou-a em sua cela e a acolheu como membro da Ordem Terceira no ano 1221. Por isso, ela é representada com um hábito franciscano.
A morte de Santa Veridiana teve um sinal marcante de sua santidade. No dia 1 de fevereiro do ano 1242, todos os sinos do Castelo Florentino, onde ela nascera e vivera, começaram a tocar sozinhos, ao mesmo tempo. Não demorou para que os habitantes compreendessem que aqueles sinos anunciavam a morte de Santa Veridiana. Então, correram à sua cela e encontraram-na morta. Velaram-na com muito sentimento e sepultaram-na perto da cela onde passara a maior parte de sua vida.
O culto oficial a Santa Veridiana foi aprovado em 1533 pelo Papa Clemente VII. Por causa de sua opção pela reclusão, o povo a aclamou protetora do presídio feminino da cidade de Florença. Depois, passou a ser protetora dos presídios femininos e intercessora por todas as presidiárias, pois encontrou a Deus, felicidade e paz na prisão. A devoção a Santa Veridiana até hoje é muito popular em toda a região da Toscana, Itália.
“Santa Veridiana, pedimos, por vossa intercessão, que Deus nos dê a graça de sermos humildes e praticarmos, com ardor, verdadeiros atos de caridade, engrandecendo o coração de Deus, e ajudando o próximo. Amém! Santa Veridiana rogai por nós!”
“Santa Veridiana, tu escolheste livremente viver numa cela, dedicando toda a tua a vida a Deus. Eu estou aqui, presa, não por minha vontade, mas porque pequei contra a justiça dos homens e a Justiça de Deus. Por isso, peço que tu me ajudes a pagar minha pena com paz no coração e com esperança de dias melhores. Dá-me paz enquanto estou aqui. DÁ-me a consciência de que Deus não deixou de me amar mesmo depois de tudo o que eu fui capaz de cometer. Ele conhece a minha fraqueza. Ele tem misericórdia de mim e quer que eu seja feliz. Dá-me a vitória sobre meus pecados. Dá-me a graça de conhecer a Deus mesmo estando na prisão. Dá-me a graça de sair daqui pronta para uma vida nova, feliz, guiada por Deus. Amém.”
DIA DE SÃO JOÃO BOSCO, O DOM BOSCO - 31 DE JANEIRO
HOMILIA - 31.01.23
São João Bosco, também chamado de Dom Bosco, aclamado pelo Papa João Paulo II como o Pai e Mestre da Juventude, nasceu em 16 de agosto de 1815 em uma comuna italiana chamada Colle dos Becchi, na região de Piemonte, Itália, perto da cidade de Castelnuovo de Asti. Hoje a cidade se chama Castelnuovo Dom Bosco, em homenagem a ele e conta com apenas 3.036 habitantes.
Dom Bosco foi Padre, educador e criador do sistema preventivo em educação. Dedicou toda sua vida à educação e à religião, além de se empenhar no desenvolvimento da Imprensa Católica.
Morreu no ano de 1888, na cidade de Turim, Itália, com 72 anos. A beatificação de João Bosco, aconteceu em 1929, pelo então Papa Pio XI.
Filho de camponeses pobres e analfabetos, o pequeno João Bosco ficou órfão de pai aos dois anos de idade. Por isso, sua infância e juventude transcorreram em meio a grandes dificuldades, tanto financeiras quanto familiares. Uma grande marca de sua personalidade era a persistência na busca dos objetivos. Quando menino, era muito determinado nos estudos, mas, sem ter meios para tanto, chegou a mendigar para continuar estudando. João Bosco trabalhou como sapateiro, ferreiro, carpinteiro, alfaiate e, quando conseguia um tempo livre, estudava música, uma de suas grandes aptidões.
Sua mãe era analfabeta, mas cheia de fé e sabedoria. Era ela a principal fonte de incentivo de Dom Bosco. Ela o ajudou a crescer no amor de Deus e na ética cristã. Isso o auxiliou em todos os momentos e fez com que não desistisse, mesmo diante de tantas dificuldades.
Desde menino, João Bosco se sentia chamado a falar de Deus a seus amigos, pois ele enxergava a realidade à sua volta: muitas crianças vindas do campo, na maioria órfãs como ele, em busca de emprego, mas que acabavam na rua passando fome, convivendo com o crime ou explorados por aqueles que buscavam mão de obra barata. Quando podia, João Bosco atraía um grupo de meninos, apresentando-lhes uma performance de teatro, de mágica ou de música e, logo depois, dava-lhes uma mensagem de fé, de amor, de catequese.
Entende-se que tal vocação tenha surgido de um sonho, onde Dom Bosco estava brigando com outros meninos, e um homem, alguns acreditam ser Jesus Cristo, se aproximou e disse para educar, não com pancadas, mas com carinho.
Com sua missão em mente, o menino manifestou sua vocação sacerdotal. João Bosco dizia: Quando crescer, quero ser padre para cuidar dos meninos. Todo menino é bom; se há meninos maus, é porque não há quem cuide deles.
Em 1835, com 20 anos, entrou para o seminário. Tornou-se Padre seis anos depois, em 5 de junho de 1841, quando passou a ser chamado de Dom Bosco. Logo, começou seu trabalho com meninos de rua, evangelizando-os e ensinando a eles uma profissão.
O trabalho frutificou e, em 1846, Dom Bosco pensava em organizar uma Associação Religiosa. Contudo, a disputa pela separação entre Estado e Igreja na Itália não permitia uma Ordem em moldes religiosos. A solução veio com a ideia de se criar uma organização de cidadãos que se dedicavam às atividades educativas, tudo em moldes civis, que serviriam como uma associação de cidadãos aos olhos do Estado e como uma associação de religiosos perante a Igreja.
Dom Bosco, então, conseguiu um terreno no bairro de Valdocco, em Turim. Mudou-se para lá e fundou a obra que mudaria a vida de muitos meninos, oferecendo a eles moradia, segurança, diversão, catequese e profissionalização. Chamou esse local de Oratório São Francisco de Sales. Assim, começou a maravilhosa obra dos oratórios festivos de Dom Bosco.
Vendo os frutos desse trabalho, muitos colaboradores se juntaram a ele para trabalhar na missão de evangelizar e dar um futuro a adolescentes e jovens desamparados. Em 1855, Dom Bosco deu o nome de Salesianos a seus colaboradores. Os primeiros Salesianos fizeram os votos religiosos de castidade, pobreza e obediência. Em 1859, fundou a Congregação Salesiana, com a missão de cuidar dos meninos. O nome Salesiano foi uma homenagem a São Francisco de Sales, o Santo da delicadeza no trato com as pessoas.
Maria Mazzarello, juntamente com sua amiga Petronilla, fundou uma oficina de costura para meninas. O projeto deu certo e logo, em 1863, a Organização passou a acolher meninas órfãs. Vendo o trabalho de Maria, Dom Bosco fundou, em 1872, o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora, que teriam a missão de cuidar das meninas. Maria Domingas Mazzarello, mais tarde, foi canonizada e passou a ser chamada de Santa Maria Domingas Mazzarello. Sua obra, em conjunto com o Oratório São Francisco de Sales, socorreu milhares de crianças meninas carentes proporcionando formas de educação e aprendizado profissional.
A obra de Dom Bosco não se conteve apenas na Itália. Em 1875, foram enviados os primeiros Missionários Salesianos para a América do Sul. Em seguida, enviou Salesianos ao Brasil, para fundar o Colégio Santa Rosa, em Niterói, RJ, e o Liceu Coração de Jesus, em São Paulo. Ambos com a mesma missão de resgatar e formar adolescentes, nos moldes do Oratorio São Francisco de Sales. A Congregação se espalhou pelo mundo e se tornou uma das maiores da Igreja Católica.
Dom Bosco faleceu aos 72 anos, em 31 de janeiro de 1888. Deixou a Congregação Salesiana espalhada por vários países. Logo, sua fama de taumaturgo (intercessor de milagres), de educador da juventude, de Defensor da Igreja Católica e de Apóstolo da Virgem Auxiliadora se espalhou pelo mundo. Com tantos atributos, o Papa Pio XI, que era amigo de Dom Bosco, canonizou-o na Páscoa de 1934 e consagrou sua celebração anual no dia 31 de Janeiro.
Hoje, no Século 21, a herança de Dom Bosco continua atual. Seu amor pelos jovens e sua sabedoria pedagógica ainda não foram superados. Dom Bosco é o grande Santo Mestre e Pai da Juventude. Sua obra salvou milhares de jovens e seu pedido de que os jovens sejam amados, mas que eles próprios saibam que são amados, ainda é levado por todo o mundo.
Por tudo isso, usar uma Medalha de Dom Bosco significa mostrar um grande ideal: o do amor à juventude e de esperança por mundo melhor. Veja como o pensamento dele ainda condiz com a realidade do mundo atual:
Basta que sejam jovens para que eu os ame.
Prometi a Deus que até meu último suspiro seria para os jovens.
O que somos é presente de Deus; no que nos transformamos é o nosso presente a Ele. Ganhem o coração dos jovens por meio do amor.
A música dos jovens se escuta com o coração, não com os ouvidos.
Oh Pai e Mestre da Juventude, São João Bosco, que tanto trabalhastes pela salvação das almas, sede nossa guia em buscar o bem da nossa e a salvação do próximo; ajudai-nos a vencer as paixões e o respeito humano; ensinai-nos a amar a Jesus Sacramentado, a Maria Santíssima Auxiliadora e ao Papa, e obtende-nos de Deus uma santa morte, para que possamos, um dia, achar-nos juntos no Céu.
Assim seja.
O SONHO DE DOM BOSCO
Muitos acreditam que santo italiano profetizou a construção de Brasília no século 19
“Entre os graus 15 e 20, havia uma enseada bastante longa e bastante larga, que partia de um ponto onde se formava um lago. Disse, então, uma voz, repetidamente: - Quando se vierem a escavar as minas escondidas no meio destes montes, aparecerá aqui a terra prometida, de onde jorrará leite e mel. Será uma riqueza inconcebível.”
Tais palavras são consideradas por muitos como uma profecia da construção de Brasília. São o relato de um sonho de São João Bosco, Santo italiano, fundador da Congregação dos Salesianos. Elas aparecem no livro “Memórias Biográficas de São João Bosco”, escrito por seu assistente, Padre Lemoyne.
Em agosto de 1883, Dom Bosco, como é mais conhecido, sonhou que fazia uma viagem à América do Sul – continente que jamais visitou. No sonho, ele passou por várias terras entre a Colômbia e o Sul da Argentina, vislumbrando povos e riquezas. Ao chegar à região entre os paralelos 15° e 20°, viu um local especial, onde, nas palavras de um Anjo que o acompanhava em sua visão, apareceria “a terra prometida” e que seria “uma riqueza inconcebível”.
Setenta e sete anos depois do sonho, era inaugurada no Planalto Central brasileiro a cidade de Brasília, exatamente dentro do intervalo de coordenadas geográficas mencionado na visão de Dom Bosco e emoldurada pelo Lago Paranoá.
A vinculação com o sonho do Santo existiu desde o começo da construção da capital, tanto que a primeira obra de alvenaria a ser erguida foi a Ermida Dom Bosco, uma pequena capela em forma piramidal, projetada por Oscar Niemeyer e localizada às margens do Lago Paranoá. Foi construída em 1957. como uma homenagem ao Santo – mais tarde feito padroeiro de Brasília, ao lado de Nossa Senhora Aparecida – e como um pedido para que ele abençoasse a nova cidade. Além disso, a Congregação fundada por São João Bosco, a dos Salesianos, desde 1956 se fez presente nos acampamentos dos trabalhadores – foi a primeira ordem religiosa a chegar ao Distrito Federal.
DIA DE SANTA JACINTA MARESCOTTI - 30 DE JANEIRO
HOMILIA - 30.01.23
Jacinta nasceu na província de Viterbo, próximo a Roma, na Itália, em 1585. Seu nome de batismo era Clarice. Ela pertencia a uma família nobre. Era filha do príncipe Marco Antônio Marescotti e de Otávia Orsini. Tinha parentesco com os Príncipes Orsini.
Jacinta recebeu uma refinada educação, digna dos nobres, bem como os irmãos. Esses nobres, da aristocracia de Roma, tinham vínculos fortes com a Igreja Católica. Por isso, a educação cristã que recebiam era uma herança preciosa a ser passada aos filhos. Ainda criança, foi entregue às Religiosas Franciscanas onde Inocência, sua irmã mais velha, já vivia uma vida religiosa fervorosamente, como uma Santa. Seus pais queriam que Jacinta vivesse a mesma vida com a irmã, mas ela nunca demonstrou a mesma vocação. Muito pelo contrário, não queria saber da vida religiosa.
Jacinta era uma mulher bonita, independente e culta, mas gostava de levar uma vida fútil, cheia de vaidade e com muito luxo. Sonhava com o casamento e não pensava numa vida religiosa. Mas teve uma grande decepção quando a irmã mais nova casou-se com o Marquês de Capizuochi, que Jacinta queria conquistar. Tempos depois, com outro pretendente, o casamento também não aconteceu. Após esses acontecimentos, Jacinta tornou-se mais altiva, fútil e insuportável. Ela procurava as diversões oferecidas pela alta sociedade.
Vendo a vida que levava, seus pais enviam Jacinta para o Mosteiro de São Bernardino de Viterbo, da Ordem Terceira de São Francisco, junto à irmã, Inocência. Muito a contragosto, vestiu o hábito, trocou seu nome para Jacinta e iniciou sua experiência religiosa. Infelizmente, suas vaidades a acompanharam no Convento e, por dez anos, ela não foi exemplo para suas irmãs de hábito. Não respeitava o espírito de pobreza da vida religiosa, vivendo no luxo de um quarto que mandou decorar e usando belas roupas de seda. Porém, Deus havia reservado a hora certa para a conversão definitiva de Jacinta.
Sua mudança interior começou com a notícia de que seu pai tinha sido assassinado. Jacinta começou a questionar os valores da vida, da riqueza e dos títulos da nobreza. Depois, ao ficar gravemente doente, o Capelão que servia o Convento não quis atender sua confissão, recusando-se a entrar no luxuoso quarto de Jacinta, e dizendo-lhe com severidade: “O Paraíso não é feito para pessoas vãs e soberbas”. Essas palavras tocaram profundamente Jacinta, a ponto de ela falar ao Confessor: “Quer dizer que não há mais salvação para mim! ” O Capelão respondeu-lhe que a única maneira de salvar sua alma era pedindo perdão a Deus, reparando os maus exemplos que ela havia dado às companheiras e mudando de vida.
Jacinta prometeu tudo ao Capelão. Depois, seguindo os conselhos do religioso, foi até o refeitório do Convento no momento que toda a comunidade estava reunida e, sob muitas lágrimas, prostrou-se reconhecendo suas falhas e erros em voz alta, pedindo perdão de todos os escândalos. As irmãs, espantadas e comovidas com seu ato de humildade, alegraram-se e prometeram unir suas orações às dela, a fim de que tamanha graça fosse consumada.
Tempos depois, contra a sua vontade, Jacinta foi eleita como Superiora do Convento e Mestra das Noviças. Suas penitências severas e prolongadas orações eram sempre em favor de todos os pecadores. Sob sua orientação, muitas pessoas, depois de convertidas, fundaram instituições religiosas, orfanatos e asilos.
Mesmo vivendo no convento, ela e suas amigas encontraram meios de exercer a caridade. Durante uma grave epidemia que atingiu a região, ela criou duas associações: uma para conseguir esmolas para os mendigos, convalescentes e presos; a outra para construir um hospital. A essas duas associações ela chamou de Oblatas de Maria. Elas existem até hoje em Viterbo.
Jacinta não tinha completado 50 anos, quando foi atacada por um mal súbito que a levou à morte em poucas horas. Ela faleceu no dia 30 de janeiro de 1640 e foi sepultada na igreja do Convento, em Viterbo, onde se converteu. O Cardeal Marescotti, sobrinho de Jacinta, solicitou a sua beatificação, que foi pronunciada em 1726 pelo Papa Bento XIII, membro da família. O Papa Pio VII a canonizou em 24 de maio de 1807.
“Ó Deus, que fizestes da virgem Santa Jacinta, abrasada no fogo do vosso amor, modelo de contínua mortificação, concedei-nos, por sua intercessão, a graça de chorar os nossos pecados e permanecer no Vosso amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo, Amém. ”
DIA DE SÃO PEDRO NOLASCO - 29 DE JANEIRO
HOMILIA - 29.01.23
História de São Pedro Nolasco
Na história das deportações, encontramos um capítulo tristíssimo e infelizmente não último, que se refere às devastações dos sarracenos ao longo das costas italianas e espanholas para saquear e capturar homens e mulheres, levados à força aos confins da África para serem vendidos como escravos e depois restituídos aos parentes mediante volumosa soma de resgate. Nessa calamidade, insere-se um capítulo de exultante caridade e devoção mariana. Em Barcelona, na noite entre 1º e 2 de agosto de 1218, Nossa Senhora teria aparecido a Pedro Nolasco, um jovem de vinte e nove anos, para convidá-lo a fundar uma Ordem Religiosa com o fim principal de resgatar os prisioneiros.
Pedro Nolasco, nascido na região francesa de Languedoc em 1189, de família nobre, ficou órfão de pai aos quinze anos e pôs-se a seguir Simão de Montfort na Cruzada contra os albigenses. Na luta contra os guerreiros hereges, cai o Rei de Aragão, Pedro II, deixando o primogênito e herdeiro do trono, Tiago, com apenas seis anos de idade. Pedro Nolasco teve a incumbência de Mestre e tutor do futuro Rei de Aragão, ao qual deu uma educação religiosa caracterizada por filial devoção mariana. Foi nesse período que Pedro Nolasco, já empenhado com todos os meios no resgate dos cristãos caídos nas mãos dos mouros, teve a visão de Nossa Senhora. Nasceu, então, a Ordem Religiosa dos Mercedários, assim chamados porque, particularmente devotos de Nossa Senhora, a honram sob o título de Santa Maria da Misericórdia, ou das Mercês dos escravos.
A regra deles, redigida sob a direção de são Raimundo de Penafort, os obriga a um quarto voto: a oferecer-se como escravo dos muçulmanos, quando necessário, para livrar um cristão em perigo de apostasia. Dos vinte e seis mil prisioneiros libertados por Mercedários, no seu primeiro século de vida, nada menos que 890 foram resgatados e reconduzidos à pátria por Pedro Nolasco. Mas ele não se limitava a estabelecer com os mouros o preço do resgate. A um preço bem mais árduo de sofrimentos, torturas, prisões, Pedro Nolasco pregava o Evangelho aos infiéis, arriscando a própria vida.
Morreu no dia de Natal de 1258, murmurando as palavras do salmo: “O Senhor remiu o seu povo”. A primeira imagem de Nossa Senhora que tocou o solo americano foi a da Virgem das Mercês, pintada por ordem de Isabel, a Católica, e doada aos Mercedários que partiam em missão para são Domingos. A festa de hoje é dedicada à Virgem das Mercês, enquanto a memória de são Pedro Nolasco é lembrada no Martirológio Romano a 31 de janeiro.
DIA DE SANTO TOMÁS DE AQUINO - 28 DE JANEIRO
HOMILIA - 28.01.23
Neste dia, 28 de janeiro, lembramos uma das maiores figuras da Teologia Católica: Santo Tomás de Aquino. Conta-se que, quando criança, com cinco anos, Tomás, ao ouvir os monges cantando louvores a Deus, cheio de admiração perguntou: "Quem é Deus?".
A vida de santidade de Santo Tomás foi caracterizada pelo esforço em responder, inspiradamente para si, para os gentios e a todos sobre os Mistérios de Deus. Nasceu em 1225, em Roccasecca, Itália, numa nobre família, a qual lhe proporcionou ótima formação, porém, visando a honra e a riqueza do inteligente jovem, e não a Ordem Dominicana, que pobre e mendicante atraía o coração de Aquino.
Diante da oposição familiar, principalmente da mãe condessa, Tomás chegou a viajar às escondidas para Roma, com dezenove anos, para um Mosteiro Dominicano. No entanto, ao ser enviado a Paris, foi preso pelos irmãos, servidores do Império. Levado ao lar paterno, ficou, por ordem da mãe, um tempo detido. Tudo isso com a finalidade de fazê-lo desistir da vocação, mas nada adiantou.
Livre e obediente à voz do Senhor, prosseguiu nos estudos, sendo discípulo do mestre Alberto Magno. A vida de Santo Tomás de Aquino foi tomada por uma forte espiritualidade eucarística, na arte de pesquisar, elaborar, aprender e ensinar pela Filosofia e Teologia os Mistérios do Amor de Deus.
Pregador oficial, professor e consultor da Ordem, Santo Tomás escreveu, dentre tantas obras, a Suma Teológica e a Suma contra os gentios. Chamado "Doutor Angélico", Tomás faleceu em 1274, deixando para a Igreja o testemunho e, praticamente, a síntese do pensamento católico.
Santo Tomás de Aquino, rogai por nós!
DIA DE SANTA ÂNGELA MÉRICI - 27 DE JANEIRO
HOMILIA - 27.01.23
Ângela Mérici nasceu em Desenzano del Garda, Norte da Itália, em 1470. Foi no período da Reforma da Igreja, no combate à doutrina luterana, e do Renascimento. Seus pais eram camponeses e muito religiosos. Desde pequena, ela demonstrava inclinação à vida religiosa, dando preferência a leituras sobre a vida de Santos.
Ângela foi provada na vida desde a infância, ao ficar órfã de pai e mãe, e também perder sua irmãzinha, com quem tinha muita ligação. Foi adotada por um tio, que vivia em outra cidade, mas que também acabou falecendo. Assim, ela volta à sua terra natal. Aos treze anos de idade, passando ainda por muito sofrimento, ingressou num Convento da Ordem Terceira de São Francisco de Assis.
Conhecendo bem os males que a Renascença estava fazendo às famílias, funda a Congregação das Irmãs Ursulinas, sob inspiração de Nossa Senhora. O nome era para homenagear Santa Úrsula, martirizada no século IV, que, com um pequeno grupo de moças, foi morta defendendo a virgindade, a castidade e a religião católica. As irmãs da nova Comunidade se dedicavam à educação, principalmente das jovens, preparando-as para se tornarem mães de família com raízes e fortes bases cristãs.
Ângela começa a perceber que, naquele momento da vida local, as meninas estavam perdidas, sem ter alguém para educá-las e orientá-las sobre os perigos morais, intelectuais, e sobre as novas ideias que faziam com que as pessoas se afastassem de Deus, da fé e da Igreja. Para derrotar as ideias pagãs era necessário restaurar as famílias. Desta forma, Ângela se torna portadora de mensagens inovadoras para a época.
Apesar de ter somente o curso primário, Ângela foi conselheira de bispos, sacerdotes, governadores e doutores. Os conhecimentos adquiridos através dos seus sofrimentos, de sua total entrega a Deus e da vida de penitência meditativa lhe proporcionaram, pela graça do Divino Espírito Santo, o dom do conselho.
Ângela e mais vinte e oito moças começam a ensinar o Catecismo em toda a região. As Ursulinas, como eram chamadas, desenvolveram uma nova concepção, revolucionária, numa época em que todos acreditavam que para uma moça obter uma boa formação cristã, ela deveria estar numa clausura.
Ângela discerniu que as Ursulinas deveriam se tornar uma Congregação Religiosa. Conta-se que, antes de dar início a esse projeto, indo à Roma, ela quis realizar uma peregrinação a Jerusalém. Porém, logo que chegou, ficou cega e só conseguia ver espiritualmente os lugares sagrados que visitou. Na volta, ao parar numa cidade onde havia um crucifixo milagroso, rezou e recuperou a visão.
Em 1525, depois de um encontro com o Papa Clemente VII, Ângela deu início oficial no processo de fundação da Congregação, que foi implantada definitivamente na Brescia, em 1535.
Nesse mesmo local, Ângela morreu em janeiro de 1540, aos 70 anos de idade. Foi canonizada em 1807. Santa Ângela de Mérici é a protetora dos doentes, das pessoas com deficiência, dos males do corpo e da perda dos pais.
“Ó Deus, que por meio de nossa Mãe Santa abençoou Santa Ângela, a fundar uma nova Ordem de Santas Virgens para florescer na tua Igreja, conceda, por sua intercessão, que possamos imitar suas virtudes angelicais e, abandonando todas as coisas terrenas, possamos ser considerados dignos da bem-aventurança eterna. Por Jesus Cristo, Nosso Senhor. Amém.
DIA DE SÃO TIMÓTEO E SÃO TITO - 26 DE JANEIRO
HOMILIA - 26.01.23
História de São Timóteo e São Tito
Ambos foram colaboradores do Apóstolo dos Gentios. Por isso, o novo calendário inseriu-os logo após a Festa da Conversão de São Paulo, em 25 de janeiro.
Timóteo foi o discípulo exemplar: obediente, discreto, corajoso, trabalhador. Por essa razão, São Paulo preferiu-o a João Marcos como companheiro no apostolado, na segunda viagem missionária, no outono de 50.
Nasceu em Listra, onde são Paulo o encontrou na primeira viagem. Foi um dos primeiros a se converter ao Evangelho. Timóteo foi educado na religião hebraica pela mãe, Eunice, e pela avó, Loide. Desde pequeno, tinha grande amor às Escrituras. Acompanhou São Paulo a várias cidades: Filipos, Tessalônica, Atenas, Corinto, Éfeso e até Roma. Por meio dele, Paulo tinha, com maior facilidade, contato com as comunidades cristãs.
Entre 63 e 66, quando recebeu a Primeira Carta (1Tm), era Bispo da Igreja de Éfeso; na Segunda Carta, São Paulo convida-o a passar o inverno com ele em Roma. É comovente a súplica do velho apóstolo ao filho Timóteo de trazer-lhe a capa que havia deixado em Trôade. Com certeza, estava muito frio o cárcere romano. Timóteo presenciou o martírio de São Paulo. Segundo uma tradição, Timóteo foi martirizado em Éfeso no ano 97.
Tito foi o segundo grande colaborador de São Paulo. Provinha do paganismo. Foi convertido e batizado por São Paulo. Em 49, já estava com Paulo em Jerusalém. Paulo o chama “meu filho”. Foi seu companheiro na terceira viagem e ajudou-o a escrever uma Carta aos Coríntios.
Libertado da prisão romana, o Apóstolo passou por Creta, onde fundou uma comunidade cristã e confiou-a a Tito. Foi ali que recebeu a carta de Paulo. É testemunha da Igreja Apostólica. Tito foi depois a Roma avistar-se com o Mestre, que o mandou provavelmente evangelizar a Dalmácia, onde seu culto ainda hoje é intenso. Segundo uma tradição, Tito morreu em Creta, após longa vida.
DIA DA CONVERSÃO DE SÃO PAULO - 25 DE JANEIRO
HOMILIA - 25.01.23
O apóstolo dos gentios e das nações nasceu em Tarso, Turquia, no ano 5 da Era Cristã. Da tribo de Benjamim, era judeu de nação. Tarso era mais do que uma colônia de Roma, era um município. Logo, ele recebeu também o título de cidadão romano. O seu pai pertencia à seita dos fariseus. Foi nesse ambiente, em meio a tantos títulos e adversidades, que ele foi crescendo e buscando a Palavra de Deus.
Combatente dos vícios, foi um homem fiel a Deus. Paulo de Tarso foi estudar na escola de Gamaliel, em Jerusalém, para aprofundar-se no conhecimento da lei, buscando colocá-la em prática. Nessa época, conheceu o Cristianismo, que era tido como um seita na época. Tornou-se, então, um grande inimigo dessa religião e dos seguidores desta. Tanto que a Palavra de Deus testemunha que, na morte de Santo Estevão, primeiro mártir da Igreja, ele fez questão de segurar as capas daqueles que o [Santo Estevão] apedrejam, como uma atitude de aprovação. Autorizado, buscava identificar cristãos, prendê-los, enfim, acabar com o Cristianismo. O intrigante é que ele pensava estar agradando a Deus. Ele fazia seu trabalho por zelo, mas de maneira violenta, sem discernimento. Era um fariseu que buscava a verdade, porém fechado à Verdade Encarnada. Mas Nosso Senhor veio para salvar todos.
Encontramos, no capítulo 9 dos Atos dos Apóstolos, o testemunho: “Enquanto isso, Saulo só respirava ameaças e morte contra os discípulos do Senhor. Apresentou-se ao príncipe dos sacerdotes e pediu-lhes cartas para as sinagogas de Damasco, com o fim de levar presos, a Jerusalém, todos os homens e mulheres que seguissem essa doutrina. Durante a viagem, estando já em Damasco, subitamente o cercou uma luz resplandecente vinda do céu. Caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: ‘Saulo, Saulo, por que me persegues?’. Saulo então diz: ‘Quem és, Senhor?’. Respondeu Ele: ‘Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro te é recalcitrar contra o aguilhão’. Trêmulo e atônito, disse Saulo: ‘Senhor, que queres que eu faça?’ respondeu-lhe o Senhor: ‘Levanta-te, entra na cidade, aí te será dito o que deves fazer'”.
O interessante é que o batismo de Saulo é apresentado por Ananias, um cristão comum, mas dócil ao Espírito Santo.
Hoje, estamos comemorando o testemunho de conversão de São Paulo. Sua primeira pregação foi feita em Damasco. Muitos não acreditaram em sua mudança, mas ele perseverou e se abriu à vontade de Deus, por isso se tornou um grande Apóstolo da Igreja, modelo de todos os cristãos.
São Paulo, rogai por nós!
DIA DE SÃO FRANCISCO DE SALES - 24 DE JANEIRO
HOMILIA - 24.01.23
Francisco de Sales nasceu em 21 de agosto de 1567, no castelo de Sales, em Saboia, atual Ródano-Alpes, na França. Foi o primogênito de treze filhos que os Barões de Boisy tiveram. Seu nome foi escolhido por causa da devoção que a família tinha a São Francisco de Assis. Para cada filho, os pais escolheram um mentor, e o de Francisco foi o Pe. Deage, que o acompanhou por toda a sua vida, até a hora de sua morte.
Francisco estudou em Paris, fazendo seus estudos universitários com os jesuítas. Estudou Filosofia, Retórica e Teologia. Por essa formação, tornou-se diretor espiritual e grande pregador, características marcantes de sua vida apostólica. Ele recebeu, também, aulas de dança, esgrima e equitação. Aos 24 anos de idade, Francisco volta para a terra natal e para junto de sua família, que já lhe tinha arrumado um cargo como Senador de Saboia e escolhido, para sua noiva, uma jovem rica e nobre.
Apesar de ser o principal herdeiro da família e de ter seu futuro garantido, sentia-se fortemente chamado para servir exclusivamente a Deus, a ponto de fazer voto de castidade. A Virgem Maria, por quem tinha especial devoção, era a sua principal protetora.
Seu pai ficou sabendo de seu desejo através do Cônego de Genebra, tio de Francisco. Nessa época o Capelão da Catedral de Chamberi faleceu, e seu tio conseguiu sua nomeação para ocupar o posto. Assim, seu pai permitiu que ele se entregasse inteiramente a Deus, sem saber que seu filho Francisco estava predestinado às honras dos altares, como Doutor da Igreja.
Pe. Francisco ocupou-se da evangelização da cidade de Chablais, às margens do lago de Genebra. Talvez sua principal missão era a de converter os calvinistas, correndo o risco de perder a própria vida. Para esse difícil trabalho, distribuía folhetos combatendo heresias, apresentando as verdades do catolicismo, através da Palavra de Deus. Ele conseguiu muitas conversões, reconduzindo as pessoas ao seio da Igreja novamente. Pe. Francisco tornava-se um importante confessor e diretor espiritual. Isso nos primeiros 5 anos de sua ordenação sacerdotal.
Francisco de Sales foi sagrado Bispo auxiliar de Genebra em 1599, assumindo definitivamente a Diocese três anos depois. Dom Francisco catequisava crianças e adultos, fundou escolas e conduziu à uma vida de santidade importantes pessoas da nobreza. Com ele, essas pessoas, juntamente com Madre Joana de Chantal, foram responsáveis por uma grande mudança religiosa na região. Com Dom Francisco, Madre Joana foi cofundadora da Ordem da Visitação, em 1610, tornando-se, depois, Santa. Pelos escritos, pela pregação e aconselhamentos, Francisco realizou verdadeiros milagres em seu apostolado.
Todos queriam ouvir as palavras do Bispo-Príncipe de Genebra, convidado a anunciar o Evangelho em todos os lugares, inclusive para a família real da Saboia.
Dom Francisco escreveu alguns livros revolucionários, como “Introdução à vida devota”. Escreveu, especialmente para as Filhas da Visitação, o célebre “Tratado do Amor de Deus”, desenvolvendo a ideia de que “a medida de amar a Deus é amá-lo sem medida”.
Dom Francisco de Sales faleceu em Lion, na França, em 28 de dezembro de 1622. Porém, a Igreja o celebra no dia 24 de janeiro, pois, nesse dia, em 1623, seus restos mortais foram levados para Anneci, atual capital da Alta Saboia. Ele foi beatificado em 1661. Foi a primeira beatificação ocorrida na Basílica de São Pedro, em Roma. Sua canonização aconteceu quatro anos depois, em 1665.
Francisco de Sales foi declarado Doutor da Igreja pelo Papa Pio IX e proclamado Padroeiro dos jornalistas e escritores católicos pelo Papa Pio XI.
Tempos depois, pela admiração que Dom Bosco nutria por São Francisco de Sales, ele deu o nome de Congregação Salesiana à magnifica Obra que criou para a educação de jovens.
“Oh! São Francisco de Sales, que em sua vida mortal se fez sobressair em todas as virtudes, especialmente no amor a Deus e ao próximo, eu, humildemente, suplico colocar-me sob a sua proteção imediata, para obter de Deus a minha perfeita conversão, e a de todos os pecadores, especialmente... (mencionar os nomes das pessoas para quem você quiser rezar).
Ensine-me, São Francisco de Sales, a fixar os olhos no céu; que eu possa enfrentar todos os obstáculos que se apresentam no meu caminho, e de atingir, um dia, a glória no céu, com auxílio de sua intercessão.
Obtenha, também, o especial favor... (mencionar intenção). Ajudai-nos, ó Senhor, nós vos suplicamos, através dos méritos de São Francisco de Sales. Que aquilo que os nossos esforços não podem obter possa ser-nos dada por sua intercessão.
Oremos: Ó Deus, que, para a salvação das almas, fez São Francisco de Sales seu Confessor e Bispo, que lutava para que todos os homens e mulheres se submetessem a Vossa misericordiosa vontade, e fossem infundidos com a suavidade da caridade, guiados por seus ensinamentos, pedimos, pela intercessão desse vosso servo, a graça de obter a felicidade eterna, através de Cristo, Nosso Senhor. Amém. ”
DIA DE SÃO ILDEFONSO - 23 DE JANEIRO
HOMILIA - 23.01.23
HISTÓRIA DE SANTO ILDEFONSO
Nasceu no ano de 606, em Toledo, Espanha, no dia 8 de dezembro. Um homem de oração, foi discernindo a vontade de Deus também nas perdas. Ficou órfão e, em meio aos bens que possuía, fez de tudo para a construção de um mosteiro para religiosos. Um homem de discernimento, que não quer dizer sem medo, sem dificuldades.
Os Santos não foram super-homens, mas pessoas de carne e osso que foram se deixando transformar por Aquele que é o Santo dos Santos: Jesus Cristo. Ele que, pelo poder do Espírito Santo, opera maravilhas no coração que se abre.
Santo Ildefonso, um coração aberto para as vontades de Deus, mesmo contra a própria vontade. Aconteceu que o Bispo de sua localidade havia falecido, e o povo o elegeu. Ele se escondeu num convento, mas foi descoberto e aceitou esse grande serviço para o povo de Deus. Foi um grande instrumento de Deus e devoto da Santíssima Virgem. Ele propagou a Festa da Expectação de Nossa Senhora, em 18 de dezembro – Nossa Senhora do Ó, como ficou conhecida. Fruto desse amor, ele recebeu a graça de uma aparição da Virgem Maria, chamando-o de “meu Capelão” e presenteando-o com uma casula do céu. Assim diz o seu testemunho.
Um homem revestido de humildade, de vida, de oração na vida sacramental, por isso foi um grande pastor para o seu povo. Não evangelizou sozinho, pois os Santos bem sabiam e continuam a saber o quanto nós precisamos uns dos outros para que a evangelização aconteça, para que muitos conheçam esse doce nome que tem Nosso Senhor Jesus Cristo. Os Santos foram aqueles que se consumiram pelo Evangelho para que muitos conheçam Jesus Cristo.
Santo Ildefonso, rogai por nós!
DIA DE SÃO VICENTE, DIÁCONO E MÁRTIR - 22 DE JANEIRO
HOMILIA - 22.01.23
História de São Vicente, Diácono e Mártir
A história da origem do nome de São Vicente começou há muito tempo, no ano 325, na cidade espanhola de Huesca, uma então Província de Saragoza. Lá nasceu o jovem Vicente.
O diácono espanhol, São Vicente, é o mártir mais célebre da Península Ibérica. Um século após o seu martírio, Santo Agostinho dedicava-lhe o dia 22 de janeiro, e, nesse dia, fazia um sermão sobre ele. Os atos de seu martírio, em grande parte apócrifos, têm também muita verdade. Nasceu sob Diocleciano, esteve preso em Valência, foi processado junto com seu Bispo diante do Governador Daciano e, em Valência mesmo, sofreu o martírio.
Essas lacônicas notícias são preenchidas com os coloridos dos Atos. O Bispo de Saragoça não era bom pregador, era um pouco gago. Providencialmente, apareceu Vicente, com bastante cultura e muita facilidade de expressão. Ordenado Diácono, Vicente foi encarregado da pregação do Evangelho. Explodia a cruel perseguição por todo o Império Romano. Em Valência, o Governador Daciano mandou prender os mais célebres representantes, os líderes da Igreja espanhola. Com seu Bispo, Vicente foi obrigado a ir a pé, de Saragoça até Valência. Não sucumbiu. Chegando à presença do Governador refutou-lhe as acusações e ainda expôs-lhe a Mensagem Evangélica. O Governador ordenou que fosse torturado.
O Diácono de Saragoça, todo ferido e inchado, foi atirado a uma cela escura, cujo piso estava forrado de cacos de vidro para atormentá-lo. Vicente, porém, com voz forte, entoava hinos de agradecimento a Deus. O Governador, para rebaixá-lo, ordenou que o colocassem numa cama muito confortável, mas ele já estava morto.
Jogaram seu corpo para ser comido pelos animais selvagens. Uma grande águia não deixava os animais se aproximarem. Daciano, então, ordenou que jogassem seu corpo no rio, depois de tê-lo amarrado a uma pedra. O corpo não afundou. Voltou à margem, e os cristãos o sepultaram. No local, os cristãos erigiram-lhe uma igreja como túmulo.
DIA DE SANTA INÊS, VIRGEM E MÁRTIR - 21 DE JANEIRO
HOMILIA - 21.01.23
Santa Inês tem o nome originário do grego e significa pura. Inês nasceu em Roma, no ano 304. Era de família nobre, descendente da família Cláudia. Desde pequena, foi educada na fé cristã. Foi cuidada por uma Aia, uma babá. Desde criança, demonstrou personalidade forte e decidiu consagrar sua pureza para Deus.
Com apenas 13 anos, já era cheia de pretendentes, por causa de sua beleza. Inês foi cobiçada por sua beleza e riqueza por um jovem romano chamado Fúlvio, que era filho de Simprônio, o Prefeito de Roma. Fúlvio fez o pedido de casamento formal à família. Inês, porém, não aceitou, por causa de sua consagração a Deus.
Fúlvio, indignado, denunciou Inês como cristã. E era tempo de perseguição contra os cristãos. Por isso, Inês foi presa, e após um julgamento forjado, foi condenada a vários castigos. Os pais de Santa Inês nada puderam fazer em seu favor, pois o Prefeito de Roma era superior a eles.
Assim, sem poder contar com o socorro de seus pais, queriam obrigar Inês a manter aceso o fogo da deusa romana do lar e do fogo chamada Vesta, no templo dedica à deusa. O castigo era uma maneira de obrigar Inês renunciar à sua fé.
Mas Inês recusou-se e disse ao Prefeito: Se recusei seu filho, que é homem, como pode pensar que eu aceite prestar honras a uma estátua? Meu esposo não é desta terra (Jesus Cristo). Sou jovem, é verdade, mas a fé não se mede pelos anos e sim pelas obras. Deus mede a alma, não a idade. Quanto aos deuses, podem até ficar furiosos, que eu não os temo. Meu Deus é amor.
O Prefeito, irado, condenou Inês a uma pena pior: ser exposta nua num prostíbulo do Circo Agnolo, em Roma, para que todos os homens a vissem. Inês pediu proteção a Deus. Então, uma luz celestial a protegeu, de forma que ninguém conseguiu se aproximar dela. Em seguida, seus cabelos cresceram rápido e protegeram seu corpo.
O primeiro homem que tentou agarrar Inês nua no prostíbulo ficou cego por causa da luz que a protegia. Ao ver o homem cego, porém, Santa Inês rezou por ele, perdoou-o e ele pôde ver novamente, convertendo-se. O homem passou a ver não uma jovem nua, mas uma filha de Deus, da qual emanava o amor de Deus, que equilibra e coloca as paixões humanas em seu devido lugar.
Não obstante esse milagre, outro homem tentou violentá-la. Dessa vez, porém, um anjo do Senhor o matou. Santa Inês, mais uma vez, ficou com pena e orou a Deus. O homem ressuscitou. Por causa desses acontecimentos, no local onde foi esse prostíbulo, hoje se ergue a Basílica de Santa Inês, em Roma.
Simprônio, o Prefeito de Roma, ao ver tudo isso, teve medo e passou o caso da jovem Inês para o Vice-Prefeito, chamado Aspásio. Este era ainda mais cruel e mandou queimá-la. Porém as chamas nada fizeram a ela e sim aos os soldados que estavam em volta.
Depois disso, Santa Inês passou por vários castigos sob as ordens de Aspásio. Foi acorrentada e esticada na roda de tortura, mas nada a afetava. Inês, por sua vez, perseverava louvando a Jesus e nunca cedendo a qualquer pressão.
Por fim, Aspasio, mandou cortar sua cabeça. Assim, com apenas 13 anos, ela foi morta. Foi em 21 de janeiro do ano 317. Por causa da data da sua morte, a festa de Santa Inês é realizada no dia 21 de janeiro, que celebra o dia do seu nascimento no céu.
Oito dias depois de sua morte, seus pais estavam desconsolados rezando em seu túmulo. Então, Santa Inês apareceu a eles para consolá-los. Ela estava cercada por várias jovens virgens e anjos, segurando um cordeirinho e um lírio. Ela relatou sua felicidade a seus pais que, desse momento em diante, viveram felizes em Roma e perseveraram na fé.
Havia um crânio no tesouro de relíquias do Sancta Sanctorum da Basílica de Latrão, em Roma, que há séculos era guardado como sendo de Santa Inês. Recentemente, foram realizados exames forenses sobre esse crânio e foi comprovado que se trata realmente do crânio de uma menina de 13 anos. Hoje, o crânio de Santa Inês está na Igreja de Santa Inês em Agonia (Sant'Agnese in Agone), localizada na Praça Navona, em Roma.
Nas imagens de Santa Inês, ela é representada frequentemente com um cordeiro nos braços, símbolo de Jesus, o Cordeiro de Deus, e também porque seu nome vem do latim agnus (cordeiro). Ela também segura um lírio, símbolo da pureza.
Todos os anos, os Padres da Basílica de Santa Inês levam dois cordeiros para o Papa abençoar. Os cordeiros, depois, são tosquiados, e sua lã é levada para fazer os pálios, 2 tiras de lã branca, que são usados na liturgia pelos Arcebispos da Igreja Católica. O pálio é um símbolo que lhes confere o poder da jurisdição. Santa Inês é cantada na ladainha de Todos os Santos. Santa Inês é Padroeira da Pureza e da castidade, é também a padroeira dos noivos.
Ó dulcíssimo Senhor Jesus Cristo, fonte de todas as virtudes, amigo das almas virginais, vencedor fortíssimo das ciladas dos poderosos, severíssimo extirpador de todos os vícios, lançai propício vosso olhar para a minha fraqueza, e, pela intercessão de Vossa Santíssima Mãe, a Virgem Maria e de Santa Inês, concedei o auxilio de vossa divina graça.
DIA DE SÃO SEBASTIÃO - 20 DE JANEIRO
HOMILIA - 20.01.23
São Sebastião era um soldado romano que foi martirizado por professar e não renegar a fé em Cristo Jesus. Sua história é conhecida somente pelas Atas Romanas de sua condenação e martírio. Nessas Atas de martírio de cristãos, os escribas escreviam dando poucos detalhes sobre o martirizado e muitos detalhes sobre as torturas e sofrimentos causados a eles antes de morrerem. Essas Atas eram expostas ao público nas cidades com o fim de desestimular a adesão ao cristianismo.
São Sebastião nasceu na cidade de Narbona, na França, em 256 d.C. Seu nome de origem grega, Sebastós, significa divino, venerável. Ainda pequeno, sua família mudou-se para Milão, na Itália, onde ele cresceu e estudou. Sebastião optou por seguir a carreira militar de seu pai.
No exército romano, chegou a ser Capitão da 1ª da Guarda Pretoriana. Esse cargo só era ocupado por pessoas ilustres, dignas e corretas. Sebastião era muito dedicado à carreira, tendo o reconhecimento dos amigos e até mesmo do Imperador Romano, Maximiano. Na época, o Império Romano era governado por Diocleciano, no oriente, e por Maximiano, no ocidente. Maximiano não sabia que Sebastião era cristão. Não sabia também que Sebastião, sem deixar de cumprir seus deveres militares, não participava dos martírios nem das manifestações de idolatria dos romanos.
Por isso, São Sebastião é conhecido por ter servido a dois Exércitos: o de Roma e o de Cristo. Sempre que conseguia uma oportunidade, visitava os cristãos presos, levava uma ajuda aos que estavam doentes e aos que precisavam.
De acordo com Atos apócrifos atribuídos a Santo Ambrósio de Milão, Sebastião teria se alistado no Exército Romano já com a única intenção de afirmar e dar força ao coração dos cristãos, enfraquecidos diante das torturas.
Ao tomar conhecimento de cristãos infiltrados no exército romano, Maximiano realizou uma caça a esses cristãos, expulsando-os do Exército. Só os filhos de soldados ficaram obrigados a servirem o Exército. E esse era o caso do Capitão Sebastião. Para os outros jovens, a escolha era livre. Denunciado por um soldado, o Imperador se sentiu traído e mandou que Sebastião renunciasse à sua fé em Jesus Cristo. Sebastião se negou a fazer esta renúncia. Por isso, Maximiano mandou que ele fosse morto para servir de exemplo e desestímulo a outros. Maximiano, porém, ordenou que Sebastião tivesse uma morte cruenta diante de todos. Assim, os arqueiros receberam ordens para matarem-no a flechadas. Eles tiraram suas roupas, o amarraram num poste no estádio de Palatino e lançaram suas flechas sobre ele. Ferido, deixaram que ele sangrasse até morrer.
Irene, uma cristã devota, e um grupo de amigos, foram ao local e, surpresos, viram que Sebastião continuava vivo. Levaram-no dali e o esconderam na casa de Irene que cuidou de seus ferimentos.
Depois de curado, Sebastião continuou evangelizando e se apresentou ao imperador Maximiano, que não atendeu ao seu pedido. Sebastião insistia para que ele parasse de perseguir e matar os cristãos. Dessa vez, o imperador mandou que o açoitassem até morrer e depois fosse jogado numa fossa, para que nenhum cristão o encontrasse. Porém, após sua morte, São Sebastião apareceu a Lucina, uma cristã, e disse que ela encontraria o corpo dele pendurado num poço. Ele pediu para ser enterrado nas catacumbas junto dos a Apóstolos.
Alguns autores acreditam que Sebastião foi enterrado no jardim da casa de Lucina, na Via Ápia, onde se encontra sua Basílica. Construíram, então, nas catacumbas, um templo, a Basílica de São Sebastião. O templo existe até hoje e recebe devotos e peregrinos do mundo todo.
Tal como São Jorge, Sebastião foi um dos soldados romanos mártires e santos, cujo culto nasceu no século IV e que atingiu o seu auge nos séculos XIV e XV, tanto na Igreja Católica como na Igreja Ortodoxa. São Sebastião é celebrado no dia 20 de janeiro. Existe também uma capela em Palatino, com uma pintura que mostra Irene tratando das feridas de Sebastião. Irene também foi canonizada e sua festa é no dia 30 de março.
São Sebastião glorioso mártir de Jesus Cristo e poderoso advogado contra a peste, defendei a mim, minha família e todo o país do terrível flagelo da peste e de todos os males para que servindo a Jesus Cristo alcancemos a graça de participar de vossa Glória no céu. Amém.
DIA DE SÃO CANUTO - 19 DE JANEIRO
HOMILIA - 19.01.23
São Canuto nasceu no ano de 1040, na Dinamarca. Filho de um Rei, era sucessor natural. Mas aconteceu que, pela sua vida de oração, testemunho, caridade e justiça, quando o pai faleceu, muitos moveram-se com artimanhas para colocar seu irmão no trono, de maneira injusta. Quanto à sua posição, ele não era apegado ao poder nem o queria para si, então esperou. Depois do falecimento do irmão, ocupou o seu lugar que era de justiça.
Homem de Deus, um sinal para o povo, ele contribuiu para a evangelização. Primeiro, com o seu exemplo, pois acreditava que a melhor forma de educar uma nação é o bom exemplo. Ele viveu para sua esposa e para seu filho Carlos, que mais tarde se tornaria também um Santo. Pai santo, esposo santo, um governador, um homem de poderes; mas que usou esses poderes para servir, ao modelo de Nosso Senhor Jesus Cristo.
São Canuto, amado por muitos e odiado também como Nosso Senhor, foi vítima de artimanhas por pessoas fechadas para Deus e para o bem, pois tinha muita sensibilidade com as viúvas, os órfãos e os mais necessitados. Nele, batia um coração que se assemelhava ao de Jesus. Como Rei, enfrentou muitos desafios e, ao perceber os inimigos se armando, participou de uma Eucaristia como era de costume. Nela, ele não só recebeu o Nosso Senhor, mas, em nome de Jesus, perdoou todos os seus inimigos. Foi, então, assassinado.
São Canuto, rogai por nós!
DIA DE SANTA PRISCA OU PRISCILA - 18 DE JANEIRO
HOMILIA - 18.01.23
HISTÓRIA DE SANTA PRISCA OU PRISCILA
Prisca significa, “a primeira”. Coincidência ou providência, ela foi considerada pela Igreja a primeira mártir do Ocidente e a mais antiga Santa de Roma. Ela era muito admirada pelos cristãos e se tornou uma das Santas mais queridas e veneradas da Igreja.
Prisca tinha 13 anos quando foi batizada por São Pedro, em Roma. Antes, dizia-se que ela havia sofrido o martírio pouco tempo depois do seu batismo, pela coragem de não negar sua fé em Jesus Cristo e por não fazer sacrifícios aos deuses pagãos. Porém, descobertas posteriores mostram uma história diferente.
No século VIII, alguns documentos encontrados confirmam a existência de Santa Prisca e seu martírio, descritos por São Paulo, em suas Cartas: “Saúdem Prisca e Áquila, meus colaboradores em Jesus Cristo, as quais expuseram suas cabeças para me salvar a vida. A isso devo render graças não somente eu, mas também todas as Igrejas dos gentios” (Romanos 16,3).
As “Atas de Santa Prisca” aprovam o seu martírio no governo do Imperador Cláudio. Seu corpo está sepultado nas catacumbas de Priscila, na Via Ostiense, as mais antigas de Roma. Depois, ele foi levado para uma igreja no monte Aventino.
Recentemente, descobertas arqueológicas mostraram uma igreja construída em cima de alicerces de uma casa do primeiro século, que mantém, ainda hoje, uma cripta com uma preciosíssima relíquia: a concha usada por São Pedro no batismo de novos cristãos. Dessa forma, descobriu-se que Santa Prisca não morrera após seu batismo, mas um bom tempo depois, durante as perseguições. No Sínodo Romano de 499, esses novos dados foram acrescentados às “Atas de Prisca”, confirmando a sua contribuição valorosa à Igreja do início do Cristianismo.
Santa Prisca foi condenada à morte no anfiteatro romano. Ela seria devorada por leões. Porém, ao invés de atacá-la, os animais foram lamber seus pés. Ela foi torturada, presa entre criminosos, queimada com azeite e graxa e teve a pele rasgada. Pouco depois, ela foi decapitada, em Roma, na metade do primeiro século, ainda sob o Imperador Cláudio. Para homenageá-la e perpetuá-la como modelo a ser seguido, a igreja do monte Aventino foi consagrada a Santa Prisca. A Igreja celebra sua festa litúrgica no dia 18 de janeiro.
“Permita, nós te clamamos, ó Deus onipotente, que nós, que honramos a data de nascimento da Bem-Aventurada Prisca, tua Virgem e Mártir, possamos nos alegrar em sua festa anual, e nos beneficiar pelo seu exemplo de tão grandiosa fé. Por meio de Jesus Cristo, Nosso Senhor. Amém. Santa Prisca, Rogai por nós.”
DIA DE SANTO ANTÃO - 17 DE JANEIRO
HOMILIA - 17.01.23
Santo Antão é um santo Egípcio do início do cristianismo no Oriente. Nasceu na cidade de Conam, no Egito, no ano 251. Era filho de pessoas simples do campo. Seus pais professavam a fé em Jesus Cristo. Ele tinha uma irmã. Quando seus pais faleceram, ele estava com vinte anos de idade. Seguindo o curso natural da vida, ele herdou os bens da família e começou a cuidar de sua irmã. Continuou com o trabalho na roça, mantendo uma vida simples e de oração.
Embora cristão, Santo Antão ainda procurava o sentido da vida. Para ele ainda faltava um algo mais que orientasse sua vida para um sentido maior. Ele tinha sede de algo mais, de perfeição, de uma grande significado de vida. Foi então, que, ao participar de uma missa, o padre leu um trecho do Evangelho que o tocou profundamente, vindo ao encontro á sua sede.
O trecho era Mateus 19,21, quando Jesus diz ao jovem rico: Se queres ser perfeito, vai, vende teus bens dá aos pobres, e terás um tesouro nos Céus, depois, vem e segue-me. Antão sentiu que esse chamado era para si. Seu coração palpitou ao sentir que Jesus o chamava para a perfeição. Coincidentemente, sua irmã se casou na mesma época. Então, ele vendeu todos os seus bens e foi morar numa caverna no deserto, vivendo uma vida de oração e sacrifícios.
Porém, mesmo morando no deserto, procurando o isolamento, as pessoas descobriam seu paradeiro e iam procurá-lo para pedir conselhos para os problemas da vida e pedir oração. Além disso, Santo Antão atraia discípulos que queriam viver como ele vivia. Estes passavam a morar perto dele em cavernas ou em cabanas, cada um vivendo isoladamente, mas estando perto dele. Foi o primeiro indício de comunidade monástica cristã.
O número dos discípulos, porém, foi crescendo tanto, que Santo Antão achou melhor se afastar mais ainda, para preservar seu isolamento. Por isso, ele chegou a viver mais de dezoito anos nesse isolamento. Ele morava numa caverna, sob um regime muito rígido a que ele mesmo se impôs. Era uma vida de oração profunda, repleta de sacrifícios e jejuns. Além disso, Santo Antão enfrentou inúmeras tentações, mas venceu a todas pelo poder da oração.
Mesmo buscando o isolamento, buscando a vida no deserto, os padres, as autoridades, os bispos e pessoas de todo tipo buscavam ajuda espiritual e aconselhamento com Santo Antão. O Santo saiu do deserto poucas vezes. Uma das vezes que se tem registro foi em 311, quando ele foi à cidade de Alexandria no Egito. Era época da perseguição do Imperador Diocleciano, e ele foi defender um bispo chamado Atanásio. Sabe-se que Santo Antão voltou a Alexandria no ano 335. Dessa vez para confirmar a fé dos cristãos, que andava vacilante e confusa. Ele fez várias pregações que restauraram a fé do povo e recolocou a Igreja de Alexandria no caminho certo.
Os discípulos de Santo Antão insistiram, e ele, depois de procurar a vontade de Deus, decidiu formar uma comunidade de monges. Só que essa comunidade tinha uma característica especial: cada um vivia em sua gruta ou caverna. Eles moravam perto uns dos outros e, em apenas alguns momentos de oração durante o ano se reuniam. Santo Antão tinha, então, 55 anos e representava uma forma de Superior da comunidade nascente.
Paradoxalmente, quanto mais Santo Antão procurava se refugiar, mais as pessoas o descobriam. Sua fama de santidade se espalhou. Assim, outras pessoas, homens e mulheres, de outras localidades procuraram imitá-lo. Por isso, ele passou a ser chamado de o Pai dos Monges e o Pai dos Eremitas Cristãos.
Conta-se que até mesmo o famoso Imperador Constantino, responsável pela oficialização do Cristianismo no Império Romano, esteve várias vezes com Santo Antão procurando conselho. Santo Antão enfrentou anos de tentações diabólicas e nunca cedeu. Por isso, ele é um exemplo de luta e perseverança nas tentações.
O ascetismo de Santo Antão e sua vida de sacrifícios não o impediram de viver muito anos. Vivei 105 anos! Ele profetizou sua morte e morreu serenamente no dia 17 de janeiro de 356. Sua morte aconteceu na cidade de Coltzum, quando, ao final de sua vida, ele estava rodeado de discípulos que rezavam por ele.
Antes de morrer, Santo Antão disse a seus discípulos: Lembrai-vos dos meus ensinamentos e do meu exemplo, evitai o veneno do pecado e conservai íntegra a vossa fé viva na caridade como se tivésseis que morrer a cada dia.
As relíquias do Santo estão hoje muito bem guardadas na Igreja de Santo Antônio de Viennois na França. Na mesma cidade, estão também construídos um grande hospital e várias casas que recebem pobres e doentes. Mais tarde, essas casas vieram a se tornar a Congregação dos Hospedeiros Antonianos.
Senhor Deus, que permitistes mesmo na solidão de uma gruta no deserto, Santo Antão fosse perturbado pelo demônio com violentas tentações, mas lhes destes forças para vencê-las, enviai-me do Céu o vosso socorro, porque eu vivo em um ambiente minado de tentações que me agridem pelo rádio, televisão, novelas, bailes, cinema, revistas, propagandas e maus companheiros. Santo Antão, ficai sempre a meu lado, vós, que vencestes o demônio, me dareis força na tentação. Na hora da tentação, socorrei-me, Santo Antão. Santo Antão, eremita que nunca faltais com o vosso socorro aos que vos invocam, rogai por nós. Amém.
Rezar Creio em Deus Pai; Pai nosso; Ave Maria.
DIA DE SÃO BERARDO E COMPANHEIROS MÁRTIRES
HOMILIA - 16.01.23
HISTÓRIA DE SÃO BERARDO E COMPANHEIROS MÁRTIRES
Em 1219, São Francisco enviou esses missionários para a Espanha, que estava tomada por mouros. Passaram por Portugal a pé, com dificuldades. Dependendo da Divina Providência, chegaram a Sevilha. Ali começaram a pregar, principalmente como testemunho de vida. Eram 3 sacerdotes e dois irmãos religiosos, que incomodaram muitas pessoas ao anunciar o Evangelho.
Acompanhado pelo testemunho, teve quem abrisse o coração para Cristo, e as conversões começaram a acontecer. Pregaram até para o Rei Nouro, porque, também ele merecia conhecer a beleza do Santo Evangelho. Porém anunciar o Evangelho naquele tempo, como nos dias de hoje, envolve riscos, e eles foram presos por isso. Por influência do Rei Mouro, eles foram deportados para Marrocos e, ao chegarem lá, continuaram evangelizando; uma pregação sobre o Reino de Deus, sobre o único amor que pode converter.
Graças a Deus, devido aos sinais, principalmente àquele tão concreto de Deus, que é a conversão e a mudança da mentalidade, as pessoas começaram a seguir Cristo e a querer o batismo. Mas isso incomodou também o Rei Mouro que, influenciado por fanáticos, prendeu os cinco franciscanos, depois os açoitou e decapitou.
Os santos mártires que, em 1220, foram mortos por causa da verdade, hoje, intercedem por nós.
São Francisco, ao saber da morte dos seus filhos espirituais, exultou de alegria, pois eles tinham morrido por amor a Jesus Cristo.
São Berardo e companheiros mártires, rogai por nós!
DIA DE SANTO AMARO - 15 DE JANEIRO
HOMILIA - 15.01.23
História de Santo Amaro
O Dia de Santo Amaro festeja-se, por tradição, a 15 de janeiro.
Amaro, ou Mauro, como também é conhecido, nasceu em Úmbria, Itália, no século VI.
Ainda em criança, foi entregue pelos seus nobres pais romanos a um Mosteiro, dirigido por São Bento, para que fosse formado na vida monástica. Amaro tornou-se no primeiro discípulo de São Bento, servindo de exemplo para os mais novos do Mosteiro.
Acudindo a São Bento, que teve uma visão do afogamento de Plácido, outro jovem do Mosteiro entregue a Bento, Santo Amaro terá caminhado sobre as águas para salvar Plácido, que também se tornaria Santo.
A pedido de São Bento, Santo Amaro viajou para a França, para estabelecer a Regra de São Bento nesse país. Foi assim que Amaro abriu o primeiro Mosteiro Beneditino na França, a Abadia de Glanfeuil, perto de Angers. Santo Amaro acabou por falecer nesse mosteiro francês, vítima da peste.
É um Santo invocado contra várias doenças, em especial para curar gripes, rouquidão, dores de cabeça, enxaquecas, artrose e artrite.
Em Portugal, é celebrado em locais como Esposende, Vieira do Minho, Pombal, Vila do Conde, Estarreja, Madeira, Açores, entre outros.
DIA DE SANTA VERÔNICA DE BINASCO - 14 DE JANEIRO
HOMILIA - 14.01.23
História de Santa Verônica de Binasco
Nasceu em Binasco, província de Milão, Itália, em 1445, filha de humildes camponeses. Com a idade de vinte e dois anos, ingressou no Convento Agostiniano de Santa Marta em Milão, onde passou trinta anos de vida religiosa, servindo nos mais humildes trabalhos.
Dez anos após a morte, o Papa Leão X já lhe concedia o culto particular. Morreu em 13 de janeiro de 1497. A duras penas, conseguiu alfabetizar-se no convento. Estava mais acostumada a manejar a enxada que a pena. Não obstante, isso aprendeu a melhor de todas as lições, revelada pela Virgem Santíssima: pureza de oração, paciência para com os outros e compreensão necessária para saber ouvir e não se escandalizar com as faltas alheias, tendo uma atitude de oração pelos que erram. Meditava diariamente sobre a paixão de Jesus Cristo.
A paciência dessa humilde religiosa analfabeta foi atingida diretamente da fonte divina: externava profundos conhecimentos de Teologia e Psicologia sem ter estudado. A todos admirava a sensibilidade que tinha para com as dores alheias. Não era para menos, pois a Irmã Verônica estava continuamente em contato com o povo. Seu ofício era o de estender a mão de porta em porta. Porém, dava mais que recebia, porque repartia com todos o pão que alimenta a alma.
Foi também a Roma, impelida pela Virgem, para comunicar importante mensagem ao Papa Alexandre VI. O Papa escutou-a com atenção, pois logo percebeu que estava na presença de uma Santa. Ela profetizou sua morte com todos os pormenores. Suas profecias realizaram-se ao pé da letra. Quando soou a campainha chamando as irmãs às práticas de piedade do dia 13 de janeiro de 1497, conforme sua profecia, morreu.
Sua festa é comemorada a 14 de janeiro.
DIA DE SANTO HILÁRIO DE POITIERS - 13 DE JANEIRO
HOMILIA - 13.01.23
Hilário era francês e teria nascido em 315, na cidade de Poitiers. Sua família era rica e pagã. Ele recebeu uma boa educação e buscava na filosofia respostas para sua busca sobre a verdade, encontrando-as somente no Evangelho, o que o levou à conversão ao cristianismo. Seu batismo aconteceu aos 30 anos de idade. Com ele, foram batizadas sua esposa e filha, Abrè. Desde então, Hilário guiava sua família dentro dos ensinamentos cristãos.
A Igreja vivia um tempo de paz externa depois de um período de perseguições, mas precisava de um fortalecimento interno. Entretanto, alguns problemas ainda precisavam ser combatidos, como, por exemplo, a doutrina ariana, considerada herética, que negava a divindade Jesus Cristo.
Hilário era conhecido pela vida exemplar, bem como por seus conhecimentos espirituais e intelectuais. Por essa razão o clero queria o elegê-lo bispo. A decisão era difícil para ele, pois teria que abandonar parcialmente sua família. Mas ele aceitou o desafio. Ao ser sagrado bispo de Poitiers, impôs uma luta para acabar com o arianismo. Hilário debatia com os hereges e defendia sua fé, tornando-se conhecido e respeitado por suas convicções e argumentos. Por esSe motivo, passou a ser chamado de “o Atanásio do Ocidente”.
Sua valentia e coragem no combate aos hereges fez com que a comunidade aumentasse o respeito a ele. Uma frase de sua própria autoria passou a defini-lo perante a sociedade: “Enganam-se os que acreditam que me farão calar. Falarei pelos escritos, e a palavra de Deus, que ninguém pode aprisionar, voará livre”.
Por causa de sua defesa do Evangelho, Hilário sofreu perseguição de Imperadores e foi exilado para Oriente. Mas isso não o abalou. Ele aproveitava o tempo para estudar. Aprendeu o grego, conheceu as mais antigas comunidades cristãs e os ensinamentos dos sábios da Igreja. Assim, ele fortalecia sua missão a cada dia.
Durante o exílio, que durou cinco anos, Hilário escreveu livros, dois deles contra os Imperadores Constâncio e Auxêncio. Escreveu sobre a Santíssima Trindade, comentários dos Salmos e outras obras de interpretação. Seus estudos e escritos contribuíram intensamente para o aprofundamento e desenvolvimento da Teologia da Revelação.
Hilário se impressionou com a liturgia oriental. Porém, compôs alguns hinos litúrgicos que o ajudavam a se familiarizar com os fiéis, com a teologia, mantendo as pessoas mais unidas às celebrações. Ao retornar para a França e reassumir sua Diocese, ofereceu aos fiéis tudo o que tinha aprendido no exílio.
Hilário não abandonou sua família em nenhum momento da vida. Ele ministrou o sacramento do matrimônio à filha, e sua esposa entrou para a vida monástica, com a sua ajuda e aprovação.
Hilário faleceu em 367, e os fiéis já começaram a venerá-lo com o Santo. Ele foi canonizado pelo Papa Pio IX e honrado com o título de “Doutor da Igreja”. Sua festa é celebrada no dia 13 de janeiro. Santo Hilário é o padroeiro dos combatentes de heresias e o defensor da seriedade na vivência do Santo Evangelho.
“Ó Deus, que marcastes pela vossa doutrina a vida de Santo Hilário de Poitiers, concedei-nos, por sua intercessão, que sejamos fiéis à mesma doutrina, e a proclamarmos em nossas ações. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo. Amém.”
DIA DE SÃO SEVERINO - 08 DE JANEIRO
HOMILIA - 08.01.23
O discípulo e biógrafo de São Severino, chamado Eugípio, afirma que ele teria nascido no século V, em 410, em Roma, na Itália. Era de família nobre e muito rica. Tinha ótima educação, falava fluentemente bem o latim, e era, ao mesmo tempo, uma pessoa humilde e profundamente caridosa. Severino tinha o dom da cura, da profecia e do conselho. Ele vivia fielmente os votos sacerdotais, fazia muita penitência e rezava sempre ao divino Espírito Santo.
No século V, o Ocidente sofreu várias invasões de povos, como, godos, ostrogodos, visigodos, burgúndio e vândalos. As vítimas dessas guerras sucessivas encontravam segurança e abrigo somente com os padres e religiosos da Igreja, e São Severino aproveitava para oferecer, além das necessidades básicas dos refugiados, uma boa evangelização cristã.
Em 454, São Severino foi enviado à Nórica (atualmente da Áustria à Baviera, na Alemanha) e à Pomonia, na Áustria, às margens do rio Danúbio. O local se tornou um ponto estratégico para que ele acolhesse a população sempre ameaçada, pregando, também, para bárbaros e pagãos. Em 455, esteve em Melk e, depois, em Ostembur, onde ele passou a viver numa cabana, entregando-se à penitência e à oração.
Esse ministério itinerante de São Severino chegou a várias cidades, nas quais ele fundou alguns mosteiros. Com suas profecias, acertava as datas das invasões e avisava as comunidades do perigo eminente. Em Asturis, ele profetizou a invasão e mortes comandadas por Átila, Rei dos Hunos, habitantes da Hungria. As pessoas, porém, não lhe deram atenção e zombavam dele. Pouco depois da partida de Severino, a cidade foi invadida, saqueada, e os habitantes foram mortos. Chegando São Severino a Comagaris e depois Comagene, lugares dominados por invasores, socorria as pessoas, conseguindo o respeito, inclusive, dos inimigos.
A história de São Severino está repleta de graças e milagres. Ele predisse a data de sua morte e que sua Ordem Religiosa seria expulsa da região do Danúbio. EMorreu no dia 8 de janeiro de 482, depois de pronunciar uma frase do Salmo 150: "Todo ser que tem vida, a deve ao Senhor".
São Severino é muito venerado na Alemanha e na Áustria. Seu túmulo está em Nápoles, Itália, na igreja dos beneditinos. Ele é considerado padroeiro dos prisioneiros e dos pobres.
“Deus, nosso Pai, em São Severino nos destes um exemplo admirável de bondade e de amor cristão, que é servir e exercer a solidariedade para com todos os homens, sem levar em conta raça, cor, cultura e religião. Vós sois um Deus que não fazeis acepção de pessoas. Diante de Vós, todos são iguais e participam da mesma dignidade de criaturas amadas e queridas por Vós. Todos os povos são chamados a participar da Vossa salvação e a constituir uma grande família, a família dos filhos de Deus. Nós Vos pedimos, Senhor, que em Jesus, Vosso Amado Filho, nosso irmão, e mediante o Vosso Espírito Santo, nos concedais o dom do discernimento, para percebermos os sinais de Vosso amor e de Vossa ação na história humana. Amém.”
DIA DE SÃO RAIMUNDO DE PENYAFORT - 07 DE JANEIRO
HOMILIA - 07.01.23
Raimundo nasceu no 1175, no nobre castelo da família Penyafort, na Catalunha, Espanha. Desde a infância, demonstrou interesse pelos estudos e por tudo o que dizia respeito à religião. Com apenas vinte anos, tornou-se professor na cadeira de Artes Livres em uma Universidade de Barcelona. Suas aulas atraíam muitos estudantes. Depois, partiu para Bolonha, Itália. Lá, seguiu lecionando e passou a estudar as matérias do Direito Civil e do Eclesiástico. Ao concluir o curso, foi diplomado com louvores. Em seguida, foi nomeado Professor Titular de Direito Canônico da mesma Universidade. Mesmo estando num alto grau social, nunca deixou de lado os pobres. Ao contrário, fazia questão de cuidar deles pessoalmente, não se importando com a fama de grande conhecedor, que já se espalhava por toda a Itália e países da Europa.
Em 1220, Raimundo retornou à Espanha, onde foi ordenado Padre. Logo em seguida, foi nomeado Vigário-Geral da grande Diocese de Barcelona. Depois, o Papa Gregório IX convocou-o para colocar sua capacidade a serviço da Igreja em Roma. Lá, foi Confessor do Papa durante oito anos. Nessa época, constatou que os pobres não eram bem atendidos nos seus direitos canônicos quando recorriam à sede da Igreja e alertou o Papa sobre o assunto. A consequência disso, foi que São Raimundo, a mando do Papa, escreveu e editou a obra "Os Decretais de Gregório IX". A obra tornou-se referência no Direito Canônico até os dias de hoje.
Como reconhecimento pela dedicação, santidade, capacidade e bons trabalhos de São Raimundo, o Papa Gregório IX nomeou-o Arcebispo da cidade de Taragona. Em sua humildade, porém, São Raimundo sentiu-se indigno. Por isso, pediu que fosse exonerado do cargo. Chegou mesmo a ficar doente em razão disso. Assim, com a autorização de seus superiores, retornou para a Espanha. Do amigo e também santo Pedro Nolasco, São Raimundo de Penhaforte aceitou o convite de escrever as Constituições da recém-fundada Ordem das Mercês para a Redenção dos Cativos. A Ordem ficou conhecida como Ordem dos Mercedários e tinha como objetivo libertar cristãos escravizados por muçulmanos.
Quando a Ordem dos Dominicanos chegou a Barcelona, São Raimundo de Penyafort entusiasmou-se pelo modo de vida dessa Ordem Religiosa. Por isso, abandonou tudo o que tinha, para se tornar dominicano. Sua vocação dominicana era tão evidente que, quando o Superior-Geral faleceu, no ano 1278, os dominicanos o elegeram como o sucessor. Pelo tempo de dois anos, São Raimundo de Penyafort viajou a pé e visitou todos os conventos da Ordem. Depois disso, pediu afastamento da direção e dedicou-se à vida solitária de penitência e orações. Porém, nunca deixou de atender aos pobres. Nessa época, Deus realizou grande prodígios por meio de São Raimundo de Penyafort. Por isso, sua fama de santidade se espalhou.
Por inspiração de Deus, ao completar setenta anos, São Raimundo voltou à educação. Dirigiu a fundação de dois seminários. Neles, o ensino era dado nas línguas hebraica e árabe. Seu objetivo era atrair judeus e árabes para o Cristianismo. Em alguns anos, dez mil árabes se converteram e receberam o batismo. Depois, São Raimundo passou a ser confessor do Rei Jaime de Aragão e repreendeu-o pela vida desregrada. Também alertou o Rei sobre um grande perigo que o Reino corria com uma facção chamada “os albigenses”. Estes pertenciam à seita dos cátaros. Essa seita pregava uma doutrina que desviava da fé católica. Assim, ele conseguiu que os albigenses fossem expulsos da região. Além disso, São Raimundo, nesse tempo, foi um escritor importante. Sua obra, intitulada "Suma de Casos", continua a ser usada até os dias de hoje pelos confessores.
São Raimundo de Penyafort tornou-se grande amigo de Santo Tomás de Aquino. Tanto, que pediu a ele que escrevesse uma importante obra chamada Suma Contra os Gênios. Além disso, ajudou Santo Tomás nos estudos. São Raimundo faleceu aos 100 anos! Era o dia 6 de janeiro de 1275. Pouco tempo depois, foi canonizado. A celebração de sua festa foi estabelecida para o dia seguinte ao de sua morte, em 7 de janeiro, porque no dia 6 comemora-se a Epifania do Senhor.
“Senhor, que destes a São Raimundo de Penyafort a virtude de uma admirável misericórdia para com os pecadores e os prisioneiros, dignai-Vos, por sua intercessão, quebrar as cadeias dos nossos pecados para podermos cumprir livremente a Vossa vontade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo, amém. São Raimundo de Penyafort, rogai por nós.”
DIA DE SANTA RAFAELA MARIA - 06 DE JANEIRO
HOMILIA - 06.01.23
Rafaela Maria Porras y Ayllón nasceu no dia 1 de março de 1850, na cidade de Pedro Abad, pertencente à província de Córdoba, na Espanha. Filha de Ildefonso Porras e Rafaela Ayllón, foi a décima dos treze filhos que seus pais tiveram. Seus pais, ricos que eram, lhe deram excelente educação humana e grande exemplo de vida cristã.
Seu pai era presidente da Câmara de Pedro Abad. Quando sua região teve um surto de cólera, ele próprio dedicou-se a cuidar dos doentes. Porém, contraiu a doença e veio a falecer. Rafaela tinha, então, apenas quatro anos. Sua mãe passou a comandar a família, dedicando atenção especial a Rafaela e sua irmã Dolores, as únicas mulheres entre os irmãos.
A educação esmerada fez Rafaela, Dolores e seus irmãos, crianças e jovens privilegiados na cultura e nas virtudes. E Rafaela, desde cedo, comportava-se pacífica, reflexiva, forte e meiga, dona de si, disposta a abrir mão de seus gostos para favorecer os outros. Ela poderia frequentar a alta sociedade de Córdoba e de Madri. No entanto, preferiu consagrar-se inteiramente a Jesus Cristo através de um voto de castidade feito aos quinze anos. Era o dia da anunciação de Maria, aquela que se proclamou a “Escrava do Senhor”. Isso marcaria a vida de Rafaela para sempre, como vemos na Congregação que ela viria a fundar alguns anos depois.
Quando Rafaela completou dezenove anos, sua mãe faleceu, marcando fortemente sua alma e seu caminho para Deus. A partir daí, ela passou a se dedicar completamente aos mais necessitados. Dolores, sua irmã, a acompanhava em todas essas ações de caridade e amor para com o próximo. Mais tarde, ela estaria junto com sua irmã na fundação da Congregação das Escravas do Sagrado Coração de Jesus.
No dia 14 de abril de 1877, Santa Rafaela e sua irmã fundam a primeira casa do Instituto das Escravas do Sagrado Coração de Jesus. A Congregação dedicar-se-ia à adoração do Santíssimo Sacramento e à educação de crianças e jovens, especialmente as mais necessitadas. A obra foi aprovada pelo Cardeal Moreno. Dezoito noviças iniciaram na casa. Dessas, todas permaneceram.
Num mundo marcado pela dor, pela guerra e por pestes, a Obra de Santa Rafaela levou o amor de Deus, a esperança, a fé e a caridade. Santa Rafaela foi o próprio exemplo de quem se fez escrava do amor. Ela adotou o nome religioso de Maria do Sagrado Coração de Jesus. No dia 29 de janeiro de 1887, o Papa Leão XIII deu a aprovação definitiva para o Instituto. As “Escravas” começaram a se espalhar pela Espanha e Europa. A irmã Dolores, que adotou o nome de Maria del Pilar, ajudou como ecônoma geral até o ano 1893.
No mesmo ano de 1893, a irmã, Maria del Pilar, passou a externar sua visão segundo a qual Santa Rafaela cometia erros na administração da economia da Congregação, e passou a fazer campanha para que Rafaela fosse retirada do cargo de Superiora. Por fim, as conselheiras do Instituto se convenceram e retiraram Madre Rafaela da direção, colocando Dolores (Irmã Maria del Pilar) como Superiora-Geral. Esta ficou no cargo de 1893 a 1903, ou seja, dez anos.
Santa Rafaela viveu os trinta e dois anos seguintes relegada a um canto, desprezada. Porém, dizia-se feliz por poder dedicar-se totalmente à oração, a dar bom exemplo no trato com todas e à humildade. Viveu sem cultivar amarguras no coração, sem fazer críticas, sem alimentar ressentimentos. Ao contrário, via em tudo isso a mão de Deus agindo em sua vida, modelando-a com amor para a vida eterna. Assim, ela viu a Obra, que era fruto do seu coração e da vontade de Deus, florescer e se espalhar ainda mais. Sua dor e aceitação certamente foram o adubo para esse crescimento.
Nos trinta e dois anos de isolamento e marginalização, Santa Rafaela só teve um consolo externo ao seu coração: uma peregrinação que fez a Assis, a Loreto e no interior da Espanha, ficando nas casas da Congregação. Em todas as casas por que passou, deixou um exemplo de santidade, oração e humildade. Fazia os trabalhos mais humildes e rejeitados com alegria de coração, mostrando que, na verdade, tinha ela um profunda vida interior e colóquios com Deus, o que satisfazia plenamente seu coração e a fazia perceber que as glórias humanas não passam de inutilidades.
Por causa das longas horas que Santa Rafaela passava ajoelhada diante de Jesus Sacramentado, a verdadeira razão de sua vida, ela contraiu uma grave doença no joelho direito. Tal enfermidade a foi debilitando, causando dores terríveis. Assim, ela passou os últimos meses de sua vida. Porém, cheia de fé, dizia: "Aceitai todas as coisas como se viessem das mãos de Deus". Assim, em 06 de janeiro de 1925, Santa Rafaela entregou sua alma a Deus. Ela estava na casa de Roma.
Logo após a morte de Santa Rafaela, as autoridades da Igreja compreenderam o grande sofrimento pelo qual tinha ela passado. Abriram, então, o processo para a sua beatificação. Pouco tempo depois, estando a 2ª Guerra Mundial quase em seu final,um bombardeio americano veio a atingir drasticamente o cemitério onde tinha sido sepultada. O túmulo dela, porém, ficou preservado milagrosamente. Quando fizeram a exumação, encontraram o corpo de Santa Rafaela incorrupto e com toda flexibilidade, como se ela estivesse dormindo. Ela foi beatificada em 1953 pelo Papa Pio XII e canonizada em 1977 pelo Papa Paulo VI.
“Concedei-nos, Senhor, o dom de Vos conhecer e amar sobre todas as coisas, a exemplo da Vossa serva Santa Rafaela Maria, para que, servindo-Vos com sinceridade de coração, possamos agradar-Vos com a nossa fé e as nossas obras. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo. Amém. Santa Rafaela, rogai por nós.”
DIA DE SÃO SIMEÃO ESTILITA - 05 DE JANEIRO
HOMILIA - 05.01.23
Simeão nasceu no ano 390, na região de Cilícia, onde hoje é a Síria. Era filho de uma família humilde e cristã. Até chegar à adolescência, Simeão ajudou seu pai no trabalho com o gado. Desenvolveu o hábito de ler o Novo Testamento, especialmente os Evangelhos, durante o tempo livre em que estava com o rebanho. Depois, sempre pedia que um velho sacerdote lhe explicasse as Escrituras. Esse padre percebeu logo que Simeão tinha a vocação para a vida monástica.
Desde jovem Simeão revelou ser muito perspicaz e inteligente. Por outro lado, tinha um jeito de ser dramático e exagerado. Certo dia, durante uma missa, o padre falou, no sermão, sobre a vida de alguns santos. O padre falou que a oração contínua, o jejum, as vigílias, os sofrimentos e as humilhações formavam o caminho para a felicidade verdadeira, no céu. Ouvindo isso, Simeão sentiu que sua vocação era entregar-se totalmente a Deus.
Simeão foi, então, para um mosteiro perto de sua cidade. Passou alguns dias em jejum na porta. Depois, foi recebido pelos monges. Ele ficou nesse mosteiro durante dois anos. Porém, queria uma vida mais austera e sacrificada. Por isso, ao término de dois anos os monges acharam por bem dispensá-lo da comunidade.
Simeão foi, então, para o Mosteiro de Heliodoro, conhecido por sua severidade. Lá, ele intensificou suas penitências. Simeão ficou por dez anos nesse Mosteiro. Suas penitências preocupavam o Superior do Mosteiro. Simeão, por sua vez, intensificava mais ainda seus sacrifícios. Chegou a amarrar uma corda bastante áspera em seu corpo, para se sacrificar ainda mais, o que perturbou os outros religiosos. Por isso, o Superior pediu para que ele deixasse o Mosteiro.
Por tudo isso, Simeão optou por viver uma vida solitária, como eremita. Para isso, foi para o topo do Monte Tesalissa. Lá, havia uma comunidade de cristãos que buscavam o isolamento e a oração. Simeão passou três anos ali, fazendo jejuns e sacrifícios em quase todos os tempos litúrgicos, não só na Quaresma. Depois disso, decidiu ir para o ponto mais alto do monte. Lá, construiu uma cela de pedras, sem teto e sem o mínimo conforto. Chegou a fazer sacrifícios extremos. Um padre, ao saber disso, aconselhou Simeão a exercitar sua força de vontade sem se entregar aos exageros. Simeão percebeu que essa era a vontade de Deus e obedeceu.
A partir desse momento, São Simeão deixou o exagero nos sacrifícios e começou a pregar para as pessoas que o procuravam. Chegara o tempo de ele passar os conhecimentos que alcançara para todos os que precisavam. E o povo começou a procurá-lo. Ele acolhia, ouvia as pessoas, aconselhava e pregava o Evangelho a todos. Por isso, passou a ser chamado de estilita. Essa expressão vem do grego “sytilos”, cujo significado é “coluna”. São Simeão, de fato, passou a ser uma coluna de fé e força espiritual para todo o povo da região. Pelo tempo de sete anos, ele pregou ali, evangelizou, ouviu, aconselhou e converteu uma multidão de pagãos, que o procuravam para ver os milagres que eram operados por sua intercessão.
São Simeão, porém, tinha uma vocação para a solidão. Por isso, optou por construir uma torre alta, como uma coluna, tendo uma base na parte superior para ele morar. Sempre que possível, aumentava a altura da torre. São Simeão viveu ali durante vinte e sete anos. Por isso, a torre chegou a atingir vinte e oito metros de altura. Lá do alto, ele pregava o Evangelho para o povo que o procurava. Com essas pregações, converteu a muitos e vários prodígios aconteceram ali por sua intercessão.
São Simeão faleceu sobre a torre que construiu, estando em posição de oração. Era o dia 5 de janeiro do ano 453. Sua festa passou a ser celebrada nesse dia, a partir do ano em que ele faleceu. Em pouco tempo, a festa se propagou pelo mundo católico. Quando ele foi canonizado, a Igreja manteve a data da sua celebração.
“Ó Deus, que destes a São Simeão a graça de ser chamado “sytilos”, coluna, dai-nos, por sua intercessão, a graça da perseverança e de suportar os sacrifícios desta vida com paciência e fé, na certeza de que eles nos ajudam no caminho da santidade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo, amém. São Simeão, rogai por nós.”
DIA DE SANTA ÂNGELA DE FOLIGNO - 04 DE JANEIRO
HOMILIA - 04.01.23
Santa Ângela era da Itália, nasceu de uma rica família da cidade de Foligno, no ano de 1248. Por isso, ela é chamada de Santa Ângela de Foligno. Desde cedo, teve uma educação nobre, viveu em meio à fartura e aos prazeres mundanos. Seus pais não lhe deram uma educação cristã e pouco se preocupavam com a religião. Ângela herdou essa marca de paganismo. Viveu numa sociedade que valorizava demais as aparências e a vaidade.
Ângela casou-se muito nova com um cavaleiro de sua terra, teve muitos filhos e cuidava bem deles. Gostava de festas e divertimento, mas enxergava a vida além das realidades materiais. Gostava de roupas novas, joias, aparências, tudo que uma vida mundana oferece. Mais tarde, seus pais se converteram e aconselhavam Santa Ângela a mudar de vida, mas ela não lhes dava ouvidos. Os pais passaram a rezar muito por ela.
Tudo parecia ir bem com Ângela, até que uma grande tragédia aconteceu em sua vida: dois de seus filhos morreram tragicamente. Então, as coisas das quais Santa Ângela gostava e nas quais colocava sua confiança passaram a não ter mais sentido para ela.
Aparências? De que valem os elogios dos outros, se seu coração está em pedaços? O que o mundo pode oferecer a alguém que tem perdas tão grandes? Assim, com o coração partido, cansada de viver de aparências e vendo que esse gosto pelas aparências a conduzia a um buraco cada vez maior, Ângela começou a olhar para si mesma à procura da verdade e de um sentido na vida.
Ângela foi sincera em sua busca, e Deus a atendeu. Mais tarde, em sua autobiografia, ela escreveu: Descontente de mim mesma, comecei a pensar seriamente em minha vida. Deus mostrou meus pecados, e minha alma encheu-se de pavor! Prevendo a possibilidade da minha condenação, tamanha era a minha vergonha, que não tive coragem de confessar todos os meus pecados. Assim, várias vezes, ocorreu que recebi o Santo Sacramento em pecado. Vi minha consciência atormentada dia e noite. Pedi a Nossa Senhora para me conduzir a um sacerdote esclarecido para fazer minha confissão geral. Essa oração foi atendida, mas não senti nenhum amor a Deus, mas tanto mais arrependimento, dor, e vergonha dos meus pecados. Convertendo-se, Ângela ficou firme e fiel no caminho do amor e da santidade, santificando-se na dedicação à sua família. Alcançou a graça de um grande arrependimento de seus pecados e uma poderosa devoção à Sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo.
Santa Ângela tinha reconstruído sua vida, agora com base no Evangelho e na fé em Deus. Porém, mais perdas aconteceriam: seu marido e filhos (todos) faleceram vítimas de doenças. O sofrimento foi muito grande, como é de se esperar. Porém, Ângela segurou na mão de Deus e procurou uma vida de oração.
Foi então que ela fez uma peregrinação a Assis. Lá, teve uma profunda experiência do amor de Deus e modificou radicalmente a sua vida. Vendeu seus bens e doou aos pobres, viveu uma vida recolhida em oração e, sempre que podia, ia a Assis em peregrinações.
Aos pés do crucifixo, Santa Ângela santificou sua viuvez, fez voto de castidade e pobreza e entrou para a Ordem Terceira de São Francisco. Tinha revelações e visões de Jesus. Sentiu em si mesma muitos sofrimentos da Cruz de Cristo. Passou também por grandes tentações. Essas, na verdade, eram o maior sofrimento de Santa Ângela. Foi fortemente tentada a abandonar a fé e a voltar ao materialismo de sua vida passada.
Santa Ângela, porém, com muita oração e sacrifício, superava todas as provações. Ela escreveu: Seria mais tolerável para mim sofrer todas as dores, suportar as torturas mais horrorosas dos mártires, que me ver exposta às tentações diabólicas contra a pureza. Ela orava e visitava os pobres ajudando material e espiritualmente a todos. Um dia, ela teve um sonho com São Francisco de Assis dizendo para ela ir para Assis. Lá, ela escreveu relatando vários acontecimentos místicos sobre a Paixão de Jesus Cristo. Em seu livro Experiências Espirituais, narra que chegou a sentir todas as dores do flagelo de Jesus. Esse livro passou a ser a base na formação das religiosas de seu tempo e rendeu a Santas Ângela o título de Mestra dos Teólogos.
Antes de morrer, Santa Ângela recebeu os sacramentos e ficou feliz de ficar livre de todas as tentações diabólicas. Ela faleceu no dia em que tinha profetizado. Foi no dia 4 de janeiro de 1309. Está enterrada na Igreja de São Francisco de Assis, em Foligno na Itália. Foi canonizada pelo Papa Inocêncio Xll.
Santa Ângela nos ensina que a vaidade, a confiança nas aparências, a busca dos elogios dos outros e dos prazeres mundanos são coisas que não dão sentido a uma vida humana. O ser humano é muito mais que tudo isso e precisa de muito mais que isso: precisa de verdade, de amor e de Jesus Cristo.
Ó Deus, Pai e Senhor Nosso, a vida de Santa Ângela nos ensina o quão perigoso é confiar nas aparências, nos elogios vazios, na vaidade e nos bens materiais. Ela nos ensina também o quanto é agradável a Vós a conversão sincera do coração ao evangelho. Queremos deixar tudo o que em nossa vida é injustiça e egoísmo, tudo o que prejudica os outros a fim de conhecer-Vos melhor e servir-Vos através de nossos irmãos, sobretudo os mais necessitados. Santa Ângela, rogai por nós.
DIA DE SANTA GENOVEVA - 03 DE JANEIRO
HOMILIA - 03.01.23
Santa Genoveva nasceu em 422, em Nanterre, perto de Paris, na França. Era filha de Sebero e Gerônica. Quando ela nasceu, o cristianismo já tinha chegado à França. Genoveva nasceu numa família cristã e recebeu educação esmerada na fé cristã.
Quando Genoveva tinha 8 anos, um fato marcou sua vida: São Germano, Bispo de Auxerre, também na França, passou por Nanterre, quando viajava rumo à Inglaterra para levar Cristo para os pagãos e derrubar uma heresia que crescia por lá.
A multidão de Nanterre parou para ver o Bispo Santo e pedir suas bênçãos. Foi então que São Germano olhou para os pais de Genoveva e disse: Feliz de vós que tendes esta menina! Ela será grande perante Deus e, atraídos por sua virtude, muitos pecadores abandonarão o pecado e seguiram a Jesus Cristo.
Em seguida, Germano deu uma cruz de presente a Santa Genoveva e disse para ela não se iludir com ouro e joias, porque senão ela não alcançaria a beleza eterna. Genoveva guardou essas palavras em seu coração e prometeu ao Bispo que seguiria firme na Igreja.
Genoveva crescia em oração e santidade. Ela era avessa às coisas da idade e da carne. Certo dia, quando sua mãe estava indo para a igreja, Genoveva queria ir, mas sua mãe não deixou. Santa Genoveva, então, insistiu: Mãe, com a graça de Deus, quero cumprir a palavra que dei ao Bispo Germano, de ir à igreja para merecer a honra que ele me prometeu. Sua mãe ficou brava e lhe deu um tapa no rosto. Então, sua mãe ficou cega imediatamente, permanecendo assim por 21 meses.
Passados 21 meses, Genoveva, durante um momento de oração, sentiu que deveria agir em favor de sua mãe. Assim, obedecendo à inspiração, ela tirou a água da fonte, como sempre fazia, benzeu com o sinal da cruz, passou nos olhos de sua mãe, e esta recuperou a visão, não apenas física, como também a visão espiritual.
Aos 15 anos, Santa Genoveva entrou para um convento e fez os votos de castidade, recebendo o véu do Bispo de Paris. Genoveva foi uma religiosa que se dedicou desde cedo às orações e penitências para se livrar das tentações do mundo e para ajudar as almas no caminho da santidade. Dormia no chão, comia pão e cevada. Mesmo sofrendo calúnias por causa de Deus, Genoveva nunca desanimou.
Quando irmã Genoveva tinha 28 anos, Átila, o rei dos Hunos, o flagelo de Deus, estava prestes a invadir Paris com seu poderoso exército. O povo, ao saber disso, se desesperava e se preparava para fugir. Santa Genoveva, após muitas orações, reuniu o povo amedrontado e disse: Que os homens fujam se quiserem, se não são capazes de lutar mais. Nós, as mulheres, rogaremos tanto a Deus, que Ele ouvirá nossas súplicas.
Mediante esse desafio de fé, os homens parisienses, mesmo em desvantagem, resolveram resistir ao invasor. Átila, porém, afastou-se misteriosamente. Até hoje, não se sabe exatamente por que Átila desistiu da invasão. Desse momento em diante, todos passaram a enxergar em Santa Genoveva uma grande alma, uma grande líder a quem o povo recorria sempre em suas necessidades.
Após esse acontecimento, Santa Genoveva liderou a construção de uma igreja sobre o túmulo de São Dionísio, primeiro Bispo de Paris e mártir. Essa igreja se transformou depois na Abadia de Saint Denis, onde foram enterrados os Reis da França. Posteriormente, Santa Genoveva intercedeu junto ao Rei Clóvis e conseguiu que este construísse uma igreja dedicada a São Pedro e São Paulo.
Santa Genoveva faleceu em 3 de janeiro de 502, aos 89 anos. Foi enterrada na igreja dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, que ela ajudou a construir. Ela foi enterrada ao lado do Rei Clóvis e de sua esposa, Clotilde. Santa Genoveva passou séculos sendo venerada como grande Santa e Padroeira de Paris.
No ano de 1130, apareceu uma peste em Paris, a peste do fogo, causando muitas mortes e mais de 1.400 doentes. Então, o povo se uniu, começou a rezar para Santa Genoveva e fez uma procissão com suas relíquias pela cidade. Milagrosamente, a epidemia acabou. Genoveva, por esses e outros milagres, foi considerada, e é até hoje, a Padroeira de Paris. O Papa Inocêncio ll, marcou sua festa e seu culto para o dia 3 de janeiro.
As relíquias de Santa Genoveva foram queimadas, no ano de 1793, pelos líderes da Revolução Francesa. A igreja dedicada a ela foi transformada em panteão, onde os líderes da tal revolução foram enterrados. Seu túmulo foi reconstruído, com suas relíquias, na igreja de Santo Estevão do Monte.
Ó Deus, nosso Pai, por intercessão de Santa Genoveva, afastai de nós as doenças, a fome, as guerras, as incompreensões e o ódio entre os irmãos. Concedei-nos uma autêntica devoção ao solo pátrio e, especialmente, um grande amor por nossos concidadãos. Jamais nos falte Senhor, a vossa proteção e auxílio nas dificuldades e provações pelas quais passamos. Nós Vos louvamos e damos graças. Amém.
DIA DE SÃO BASÍLIO MAGNO E SÃO GREGÓRIO NAZIANZENO - 02 DE JANEIRO
HOMILIA - 02.01.23
Basílio nasceu em Cesareia, Império Romano, em 329, no seio de uma família de santos: sua irmã Macrina e seus irmãos Pedro, bispo de Sebaste, e Gregório de Nissa também foram elevados à glória dos altares. O jovem Basílio recebeu de seu pai os primeiros passos da doutrina cristã e prosseguiu seus estudos, antes, em Constantinopla e, depois, em Atenas. Ao mesmo tempo, estudou retórica, encaminhando-se para uma brilhante carreira, que, porém, teve que abandonar logo para seguir sua verdadeira vocação: a aspiração a uma vida de silêncio, solidão e oração.
Viajou muito, - antes a Ponto e depois ao Egito, Palestina e Síria, - atraído pela vida dos monges e dos eremitas. Ao voltar a Ponto, encontrou um amigo, com o qual havia estudado em Atenas, Gregório de Nazianzeno. Com ele, fundou uma pequena comunidade monacal, baseada nas regras que Basílio havia elaborado com as experiências adquiridas em suas viagens.
No entanto, em Cesareia, difundia-se, sempre mais, uma nova doutrina, nascida pela pregação de Ário, que já havia sido condenado como herege pelo Concílio de Niceia, no ano 325. Mas o Arianismo, graças ao apoio do Imperador do Oriente, Valente, começou a ser conhecida, rapidamente, também na Síria e Palestina. Então, Basílio deixou a paz e a segurança do seu eremitério para ir a Cesareia, onde foi ordenado Presbítero e depois Bispo. Ali, começou sua luta infinita contra a nova heresia, a ponto de merecer, ainda em vida, o título de “Magno”.
Contudo, a sua luta não era só em nível doutrinal, mas também caritativo. Aos arianos, que pensavam não culpar ninguém, defendendo o que achavam certo, dizia: “O que realmente lhes pertence? De quem receberam o que dizem pertencer a vocês? Se a gente se satisfizesse com o necessário e doasse o supérfluo ao próximo, não haveria mais pobres”.
Por outro lado, Basílio fundou, bem na entrada da cidade, uma Cidadela da caridade, chamada Basilíada, que compreendia orfanatos, hospitais e assistências sanitárias. Entretanto, também o Imperador Teodósio, sucessor de Valente, apoiou a obra de Basílio, que conseguiu assistir à derrota da heresia antes da sua morte, ocorrida no ano 389, com a idade de quase sessenta anos.
Gregório de Nazianzeno, que tinha uma irmã, Gorgônia, e um irmão, Cesário, ambos Santos, era filho de um Presbítero. Em Atenas, onde havia estudado, conheceu Basílio, ao qual teve um forte elo de amizade e com o qual conviveu no eremitério da Capadócia. Porém ele também teve que deixar a paz do mosteiro para dar assistência aos seus pais bastante idosos.
Seu pai o quis, de modo particular, ao seu lado no presbiterado, em Nazianzo, mas Gregório, que se tinha deixado convencer, contra a sua vontade, se arrependeu da escolha feita e buscou, novamente, voltar a viver com Basílio. Mas este, ao invés, o convenceu a voltar à casa do pai para ser seu conselheiro no difícil governo da igreja de Nazianzo.
Mais tarde, Gregório foi enviado pelo imperador Teodósio a Constantinopla, para combater a difusão da heresia ariana. Ao chegar, foi recebido com uma pedrada. Então, Gregório permaneceu fora dos muros de Constantinopla, em uma igrejinha que dedicou à Ressurreição. Graças à sua eloquência e solidez da sua doutrina, mas, sobretudo, graças à sua vida exemplar, Gregório reconduziu a cidade à ortodoxia.
Porém, hostilizado por uma facção de opositores, não conseguiu ser Bispo de Constantinopla. Decidido a deixar a cidade, à qual havia dedicado toda a sua vida, com grandes esforços, pronunciou um longo e comovente discurso de despedida.
FESTA DE SANTA MARIA, MÃE DE DEUS - 01 DE JANEIRO
HOMILIA - 01.01.23
Jesus é filho de Maria. Essa verdade incontestável da fé católica, chamada de dogma, sobre a divina maternidade de Maria, foi o primeiro dogma declarado pela Igreja. A proclamação do dogma se deu no ano 431, no Concílio de Éfeso. Assim como todos os outros dogmas, sua proclamação apenas tornou explícito um fato que já era dado como certo pelos cristãos desde os primórdios da Igreja. Uma das primeiras orações a Maria, datada do século III, já se referia a Nossa Senhora como Mãe de Jesus (Theotokos), assim dizendo:
“Sob teu amparo nos acolhemos, Santa Mãe de Deus, não desprezes nossas súplicas nas necessidades, antes bem livra-nos sempre de todos os perigos, Oh Virgem gloriosa e bendita!”.
Nestório, Patriarca de Constantinopla, sempre acreditou que Nossa Senhora era a mãe de Jesus como homem, mas não a mãe de Deus. Ao afirmar isso, Nestório estaria, também, negando a divindade de Cristo. Esse desentendimento de doutrinas fez com que a Igreja Católica conversasse com Nestório (diálogos conduzidos principalmente por São Cirilo de Alexandria), apontando os erros em suas teses para, então, realizar a proclamação do dogma da maternidade divina de Maria no Concílio de Éfeso.
São João Paulo II comentou sobre o dogma durante uma de suas Catequeses, assim dizendo: “Proclamando Maria ‘Mãe de Deus’, a Igreja quer, portanto, afirmar que Ela é a ‘Mãe do Verbo encarnado, que é Deus’ (…). Com a definição da maternidade divina de Maria, os Padres [da Igreja] queriam evidenciar a sua fé na divindade de Cristo”.
As passagens da Bíblia Lc, 1,35 e Gl 4,4 foram cruciais para a proclamação do dogma da Maternidade de Maria. Mas Maria, além de ser a Mãe de Deus, é também nossa Mãe. Quando Jesus estava na Cruz, disse uma frase que demonstra claramente a missão confiada por Ele à sua Mãe: “Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: Mulher, eis aí teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa.” (Jo 19, 26-27). Ao dizer isso, Jesus deixa claro que a missão de Santa Maria é ser nossa Mãe, fazendo de tudo para que nos encontremos com Jesus e que sejamos semelhantes a Ele.
Em inúmeros momentos da Igreja, fica evidente a maternidade espiritual de Nossa Senhora. No Cenáculo, Maria foi responsável por encorajar os discípulos que ainda estavam com medo, e por invocar, em Pentecostes, a presença do Espírito Santo sobre eles. (At 1,14. 2,1-47). Em Caná, podemos ver como Nossa Senhora cuida dos seus filhos, quando Ela percebe que o vinho havia acabado e pede a Jesus que ele ajude os participantes, realizando assim seu primeiro milagre, ao transformar a água em vinho. A passagem em questão, além de aumentar nossa confiança na intercessão de Maria, nos faz lembrar da famosa expressão “pede à mãe que o filho atende”.
“Dá-me, Senhora Mãe de Deus
Um pouco da tua força… para a minha fraqueza.
Um pouco de tua coragem… para o meu desalento.
Um pouco da tua compreensão… para o meu problema.
Um pouco da tua plenitude… para o meu vazio.
Um pouco da tua rosa… para o meu espinho.
Um pouco da tua certeza… para minha dúvida.
Um pouco do teu sol… para o meu inverno.
Um pouco da tua disponibilidade… para o meu cansaço.
Um pouco do teu rumo infinito… para o meu extravio.
Um pouco da tua neve… para o meu barro.
Um pouco da tua serenidade… para minha inquietude.
Um pouco da tua chama… para meu gelo.
Um pouco da tua luminosidade… para a minha noite.
Um pouco da tua alegria… para minha tristeza.
Um pouco da tua sabedoria… para minha ignorância.
Um pouco do teu amor… para meu rancor.
Um pouco da tua pureza… para meu pecado.
Um pouco da tua vida… para minha morte.
Um pouco da tua transparência… para o meu escuro.
Um pouco do Teu Filho de Deus… para meu filho pecador.
Com todos esses “poucos”, Senhora, eu terei tudo.
E assim seja, eternamente, com Cristo na glória, Aleluia!”
DIA DE SÃO SILVESTRE - 31 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 31.12.22
HISTÓRIA DE SÃO SILVESTRE
São Silvestre, nascido em Roma, no ano 285, se tornou o 33º Papa da Igreja Católica, no dia 31 de janeiro de 314, sucedendo São Melquíades.
Foi sob o seu pontificado que o Imperador Romano Constantino decretou o fim da brutal perseguição contra os cristãos, que tinha marcado de sangue os primeiros séculos da Igreja. Aliás, São Silvestre foi um dos primeiros santos canonizados que não sofreram o martírio.
A propósito da conversão de Constantino, a tradição narra que ele teria tido uma visão antes da batalha da Ponte Mílvio, em 312: confira o resto dessa história aqui. No entanto, existe outra versão, segundo a qual o Imperador teria lepra e, assim que São Silvestre o batizou por imersão numa piscina, viu-se instantaneamente curado. Praticamente, não existem fundamentos para esse relato alternativo, pois Constantino foi batizado no final da vida pelo Bispo Eusébio, de Nicomédia.
Sob o papado de São Silvestre, com o estabelecimento da autoridade da Igreja, foram construídos alguns dos primeiros grandes monumentos cristãos, como a Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém, e as primitivas Basílicas de São João de Latrão e de São Pedro, em Roma, além das Igrejas dos Santos Apóstolos em Constantinopla.
São Silvestre enviou emissários pontifícios para o representarem no Sínodo de Arles (314) e no Primeiro Concílio de Niceia (325), convocados ambos por Constantino. A ausência do Papa, que até hoje é motivo de debate, se deveu possivelmente a razões de saúde.
O último dia de dezembro, que também tinha sido a data da sua eleição ao papado, foi ainda a data da sua canonização e é a data da sua festa litúrgica.
DIA DE SÃO RUGERO - 30 DE DEZEMBRO
Rugero nasceu entre 1060 e 1070, na célebre e antiga cidade italiana de Cane. O seu nome, de origem normanda, sugere que seja essa a sua origem. Além dessas poucas referências imprecisas, nada mais se sabe sobre sua vida na infância e juventude. Mas ele era respeitado, pelos habitantes da cidade, como um homem trabalhador, bom, caridoso e muito penitente. Quando o Bispo de Cane morreu, os fiéis quiseram que Rugero ficasse no seu lugar de Pastor. E foi o que aconteceu: aos trinta anos de idade, ele foi consagrado Bispo de Cane.
No século II, essa cidade havia sido destruída pelo Imperador Aníbal, quando expulsou o Exército Romano. Depois, ela retomou sua importância no período medieval, sendo até mesmo uma Sede Episcopal. No século XI, mais precisamente em 1083, por causa da rivalidade entre o Conde de Cane e o Duque de Puglia, localidade vizinha, a cidade ficou novamente em ruínas.
O Bispo Rugero assumiu a direção da Diocese dentro de um clima de prostração geral.
Assim, depois desse desastre, seu primeiro dever era tratar da sobrevivência da população abatida pelo flagelo das epidemias do pós-guerra. Ele transformou a sua Sede numa hospedaria aberta dia e noite, para abrigar viajantes, peregrinos e as viúvas com seus órfãos. Possuindo o dom da cura, socorria a todos, incansável, andando por todos os cantos, descalço. Doava tudo o que fosse possível e a sua carruagem era usada apenas para transportar os doentes e as crianças.
Todavia, esse século também foi um período conturbado para a história da Igreja. Com excessivo poder civil, estava dividida entre religiosos corruptos e os que viviam em santidade. Rugero estava entre os que entendiam o Episcopado como uma missão e não como uma posição de prestígio para ser usada em benefício próprio. Vivia para o seu rebanho, seguindo o ensinamento de São Paulo: “Tudo para todos”.
Por tudo isso e por seus dons de conselho e sabedoria, no seu tempo foi estimado por dois Papas: Pascoal II e Celásio II. Para ambos, executou missões delicadas e os aconselhou nas questões das rivalidades internas da Igreja, que tentava iniciar sua renovação.
Entrou rico de merecimentos no Reino de Deus, no dia 30 de dezembro de 1129, em Cane, onde foi sepultado na Catedral. Considerado taumaturgo em vida, pelos prodígios que promovia com a força de suas orações, logo depois de sua morte os devotos divulgaram a sua santidade.
No século XVIII, a cidade de Cane praticamente já não existia. A população se transferira para outra mais próspera, Barleta. Mas eles já cultuavam o querido Bispo Rugero como Santo. Pediram a transferência das suas relíquias para a igreja de Santa Maria Maior, em Barleta. Depois, foi acolhido na sepultura definitiva na igreja do Mosteiro de Santo Estêvão, atual Santuário de São Rugero. Os devotos o veneram no dia de sua morte como o Bispo de Cane e o padroeiro de Barleta. Em 1946, são Rugero foi canonizado pela Igreja.
A Igreja também celebra hoje a memória dos santos: Anísia, Libério e Sabino.
DIA DA SAGRADA FAMÍLIA - 30 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 26.12.22
Sagrada Família é a devoção à família de Jesus de Nazaré, composta por Jesus, Maria e José. A sua festa é celebrada no primeiro domingo após o Natal.
A devoção à Sagrada Família começou a ter grande popularidade no século XVII, quando os cristãos começaram a prestar atenção ao fato de que Jesus, o Filho de Deus, desceu do céu e se fez homem dentro de uma família. Ele nasceu numa família comum. Seus pais eram pessoas comuns, simples, trabalhadores, como tantas famílias espalhadas pelo mundo.
Maria, uma dona de casa, José, um carpinteiro, e Jesus, um filho exemplar e obediente. Uma família feliz e simples. Depois que os cristãos descobriram essa riqueza maravilhosa, a devoção foi se propagando com velocidade pela Europa e, mais tarde, pelo Continente Americano, tanto do Norte quanto do Sul. A festa da Sagrada Família foi instituída pelo Papa Leão XIII, em 1883. Depois disso, foi estendida pelo Papa Bento XV a toda a Igreja.
Toda família é chamada a imitar as virtudes da Sagrada Família. A Sagrada Família vive por Deus e para Deus. O seu projeto é sempre fazer a vontade de Deus. A sagrada Família é a própria escola de todas as virtudes.
O Papa Leão XIII escreveu: Os pais de família têm em São José um modelo admirável de vigilância e solicitude paterna; as mães podem admirar na Virgem Santíssima um exemplo insigne de amor, de respeito e de submissão; os filhos têm em Jesus, submisso a seus pais, um exemplo divino de obediência.
As cenas da Sagrada Família são das mais representadas nas artes, principalmente na pintura com as cenas da natividade e da fuga para o Egito. A devoção se espalhou pelo mundo inteiro, pois Maria Santíssima e São José são os maiores exemplos de união, obediência e temor a Deus.
O Papa Leão XIII disse: Quando Jesus, Maria e José são invocados em casa, é propícia a manutenção da caridade na família através do seu exemplo e trato celestial; assim, uma boa influência é exercida sobre a conduta dos membros da família; da mesma forma, a prática da virtude é incitada; e, desse modo, as dificuldades que por toda parte querem atormentar a raça humana serão mitigadas e tornadas mais fáceis de suportar.
Como mulher temente a Deus, sempre disse Sim: Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a sua palavra. (Lc.1,38). Acompanhando seu Filho por toda a história da nossa Salvação, Maria nos dá todos os exemplos de como seguir Jesus para chegar a Deus.
Viveu toda a sua vida dedicada a Jesus, ajudando a prepará-lo para tudo o que tinha que viver e sofrer. Estava presente no primeiro milagre nas Bodas de Caná, onde deu uma recomendação que serve para todo cristão: fazei tudo o que Ele vos disser. Esse pedido de Maria continua vivo até hoje. Que sigamos Jesus para a nossa Salvação.
Maria estava presente no início da Igreja, após a Ascenção de Jesus, e continua até os dias de hoje, levando todos para o Sagrado Coração de Jesus. Maria disse em Fátima que quer a Salvação de todos. Maria guardava tudo em seu coração, e Jesus crescia em sabedoria e graça, diante de Deus e dos homens. (Luc 2.41-52).
Homem justo, conforme Mateus 1:19, pai e esposo fiel, carpinteiro, trabalhador, obediente aos pedidos e ordens de Deus. Um Anjo apareceu a São José e disse: José, filho de Davi, não temas receber Maria por tua mulher, porque o que dela vai nascer é obra do Espírito Santo de Deus. (Mat 1,20)
Foi sempre o defensor de Maria e Jesus, e com o trabalho simples de carpinteiro dava sustento para a Sagrada Família. Quando Herodes quis matar Jesus, José recebeu uma ordem de Deus para fugir para o Egito para proteger Jesus, e ele obedeceu.
Trabalhador, humilde, santo, escolhido por Deus para o maior compromisso de todos, que foi dar sustento para a Sagrada Família. Homem de Deus, homem puro, que respeitou a virgindade de Maria, segundo os desígnios de Deus. Exemplo de vida dedicada a Deus.
O Filho de Deus, o Verbo Eterno que se fez carne e habitou entre nós. A prova maior do amor de Deus por nós, como diz São Paulo: Ele aniquilou-se a si mesmo deixando sua condição divina e assumindo a condição humana.
Jesus viveu uma vida comum, ordinária e oculta até se manifestar ao mundo. Foi obediente a seus pais, um filho exemplar como nos disse o evangelista Lucas. Ele viveu como filho, humano. Precisou da ternura, do cuidado e do carinho de seus pais. Durante a maior parte de sua vida terrena, Jesus viveu numa família humana comum, a Sagrada Família de Nazaré!
Ó Maria, Mãe de Jesus, a vós dirijo, com profunda fé e grande devoção, a minha súplica:
Abençoai meu marido, minha esposa, meus filhos, e alcançai para eles a proteção dos Santos.
Santa Maria Mãe de Deus, rogai por nós.
São José pai adotivo de Jesus, rogai por nós.
Santo Anjo da Guarda, rogai por nós.
Santa Maria Madalena, rogai por nós.
Santo Agostinho, rogai por nós.
Santa Mônica, rogai por nós.
Todos os Santos e, Santas do Céu, rogai por nós.
Jesus, Filho, ouvi-nos.
Jesus, Filho, atendei-nos.
Virgem Santíssima, daí a toda a minha família a paz, harmonia, amizade, amor, alegria, saúde e coragem nas provações.
De coração, vos peço esta graça, (fazer o pedido), e tenho a certeza de ser atendido, por vossa intercessão e pelo poder de vosso Divino filho Jesus Cristo. Amém.
DIA DE SÃO TOMÁS BECKET - 29 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 29.12.22
Tomás Becket nasceu em 21 de dezembro de 1118, na cidade de Londres, Inglaterra. Seu pai era normando. Tomás cresceu na Corte Real Inglesa, lado a lado com o príncipe herdeiro do trono, chamado Henrique. Era um dos jovens que compunham a comitiva do príncipe e um de seus amigos mais íntimos. Tomás e Henrique tinham grande afinidade. Tomás, a princípio, era ambicioso, aventureiro, amante das diversões, caçador audacioso e amigo das disputas perigosas. Ele e o príncipe compartilharam a adolescência e a juventude.
Quando Henrique III, seu amigo, foi coroado, a amizade dos dois ainda teve continuidade, pois o Rei o nomeou seu Chanceler. Num certo momento, porém, Tomás começou a se interessar pela vida religiosa. Começou a estudar a doutrina cristã e tornou-se amigo do Arcebispo de Londres, chamado Teobaldo de Canterbury.
Seguindo as orientações do Arcebispo, Tomás Becket foi se aprofundando na fé, no conhecimento de Deus e da Doutrina. A um dado momento, concluiu que deveria deixar o cargo de Chanceler para se dedicar à religião. Recebeu, então, a ordem do Diaconato, através do Bispo Teobaldo, passando a ser Arcediácono do Bispo.
Quando Dom Teobaldo faleceu, o Papa permitiu que o Rei de escolhesse o novo Arcebispo. Henrique III nomeou o amigo para o cargo.
Tomás Becket recebeu a ordenação sacerdotal em 1162 e, no dia seguinte, a sagração como Bispo de Canterbury. Logo, porém, começou a ter problemas com o Rei. Primeiramente, porque Henrique III publicou um conjunto de leis que chamou de "Constituições de Clarendon". Essas leis davam direitos abusivos ao Rei, e pretendiam reduzir a Igreja a um pequeno departamento do Estado da Inglaterra. Dom Tomás Becket, zeloso dos assuntos da Igreja e dos direitos de Deus, foi frontalmente contra. O Rei, então, passou de amigo a perseguidor. Tanto que Tomás Becket teve de fugir dali para a França.
O Bispo Tomás Becket permaneceu no exílio durante seis anos. Só conseguiu voltar para a sua diocese na Inglaterra quando o Papa Alexandre III conseguiu um acordo de paz com Henrique III. Ao chegar novamente à sua diocese, Dom Tomás Becket foi aclamado pelo povo. Os fiéis, com efeito, amavam-no e respeitavam muito sua integridade de homem correto e de pastor dedicado.
Tomás Becket, porém, sabia muito bem que aquela paz era frágil. Tanto que afirmou a todos: "Voltei para morrer no meio de vós". Seu primeiro ato depois de retornar à diocese foi destituir todos os Bispos que tinham cedido aos caprichos do Rei. Nesse momento, a paz, que já era frágil, desapareceu.
Quando Henrique III ficou sabendo desses atos de Dom Tomás Becket, pediu que alguém o matasse. Tomás Becket foi avisado da intenção clara do Rei, mas preferiu não fugir outra vez. E respondeu com uma frase que ficou gravada na história: "O medo da morte não deve fazer-nos perder de vista a justiça". Assim, entrou em oração, vestiu os sagrados paramentos e ficou à espera de seus assassinos dentro da Catedral. Quatro cavaleiros chegaram e o apunhalaram na Catedral. Como cordeiro manso, ele não ofereceu resistência. Era o dia 29 de dezembro de 1170. Assim, São Tomás Becket entregou sua vida por causa da justiça e da verdade de Jesus Cristo. Foi mártir. Sua canonização aconteceu apenas três anos depois de seu martírio, sendo celebrada pelo Papa Alexandre III. A sua festa litúrgica acontece no dia de sua morte.
“Senhor nosso Deus, que destes ao mártir São Tomás Becket a grandeza de alma que o levou a dar a vida pela justiça, concedei-nos, por sua intercessão, a graça de saber perder a vida por Cristo neste mundo, para podermos encontrá-la para sempre no Céu. Por Nosso Senhor. Amem. São Tomás Becket, rogai por nós.”
DIA DOS SANTOS INOCENTES - 28 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 28.12.22
Os chamados Santos Inocentes são aqueles meninos com menos de dois anos nascidos no vilarejo de Belém, na mesma época do nascimento de Jesus. Eles foram mortos por ordens do Rei Herodes. Este temia que o Messias vivesse, chegasse à idade adulta e lhe roubasse o trono. Não se sabe o número desses pequeninos, mas se sabe que eles morreram por causa de Jesus.
A história dos Santo Inocentes é contada no Capítulo 2 do Evangelho de São Mateus. Tudo começou com a chegada dos Reis Magos na cidade de Jerusalém. Eles chegaram lá seguindo a estrela que anunciava o nascimento do Messias. Os magos procuraram, a princípio, o Rei Herodes, que vivia em Jerusalém, pensando encontrar o Menino no palácio real. Mal sabiam eles, porém, que estavam se dirigindo a um grande inimigo do Messias.
Herodes acolheu os Magos, fingindo interesse pelo Messias recém-nascido. E mandou chamar alguns escribas e doutores da lei para que informassem onde nasceria o Salvador. E esses sábios de Israel disseram que, segundo uma profecia, o Messias deveria nascer no vilarejo de Belém, a seis quilômetros de Jerusalém. Herodes, então, envia os Magos a Belém para descobrirem tudo sobre o Messias, mas pede que eles voltem para informá-lo e mente dizendo que ele também (Herodes) queria ir prestar homenagens ao Menino.
Os Magos do Oriente chegam a Belém e, guiados pela estrela, encontram o Menino juntamente com Maria e José. Oferecem presentes a ele, prestam-lhe culto de adoração e se preparam para partir, passando a noite em Belém. Nessa noite, um anjo adverte-os, em sonho, dizendo para não voltarem a Herodes, pois este pretendia matar Jesus. Os magos obedecem e voltam por outro caminho.
Quando Herodes percebeu que tinha sido enganado pelos Magos, ficou furioso e temeu perder o trono para o Messias. Por isso, enviou soldados a Belém com a missão expressa de matar todos os meninos com até dois anos de idade nascidos em Belém e região. E assim foi feito. A dor e o luto inundaram o vilarejo, que perdeu seu bem mais precioso. Santinhos, inocentes e puros perderam suas vidas por causa de Jesus.
Eles são chamados inocentes porque não tinham ainda o uso da razão quando foram mortos. Mesmo assim, foram mortos em decorrência do nascimento de Jesus. Por isso, a Igreja concede a eles o título de mártires. Inocentes, sim. Mas também mártires. A festa em homenagem a eles é celebrada desde o Século IV. O culto aos Santos Inocentes foi confirmado pelo Papa São Pio V. A triste morte que tiveram também confirma uma profecia de Jeremias, que diz: “Ouviu-se um choro em Ramá, grito e grande lamentação. É Raquel, que chora por seus filhos, e ela não quer ser consolada, porque eles já não existem mais.” (Jeremias 31,15) Ramá é a região onde fica o vilarejo de Belém, em Israel.
Esses Santos Inocentes, de alma pura, que deram suas vidas por Jesus, são, na verdade, os primeiros mártires cristãos. Por isso, receberam a glória dos mártires. A Igreja dedicou a eles o dia 28 de dezembro, pelo fato de essa data ser próxima ao nascimento de Jesus, já que tudo aconteceu depois da visita dos Reis Magos ao Menino Jesus.
“Meu Senhor, pelos Santos Inocentes, quero Vos rogar hoje por todos aqueles que são injustiçados, sofrem ameaças, são marginalizados e incompreendidos. Olhai pelos pequeninos, abandonados e assassinados pelas estrutura de morte de nossa sociedade. Que convosco eles alcancem dignidade e paz. Amém.”
DIA DE SÃO JOÃO EVANGELISTA - 27 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 27.12.22
São João Evangelista é o Apóstolo João. Ele é um dos doze discípulos de Jesus. João é chamado “Evangelista” porque escreveu o Quarto Evangelho. Além disso, ele escreveu três epístolas e o livro do Apocalipse. Entre os 12 discípulos de Jesus, João era o mais novo. Quando foi chamado por Jesus, deveria ter por volta de vinte anos de idade.
João era solteiro quando foi chamado por Jesus. Na época, vivia com seus pais, Zebedeu e Maria Salomé, em Cafarnaum e Betsaida. Sua profissão era pescador. Trabalhava junto com seu pai e seu irmão Tiago, também discípulo de Jesus e, mais tarde, chamado de Tiago Maior. Provavelmente era sócio de André e Pedro na pesca.
Desde cedo, João mostra uma busca de fé em sua vida. Antes de ser discípulo de Jesus, João Evangelista foi discípulo de São João Batista, juntamente com André, irmão de Pedro. Do Batista, eles receberam o batismo de arrependimento e a indicação a respeito de Jesus: “Eis o Cordeiro de Deus, Aquele que tira o pecado do mundo”(João 1, 35-37). A partir desse momento, João Evangelista e André passaram a seguir Jesus.
O Evangelho chama João de “Discípulo que Jesus amava”. Ele tinha um enorme afeto pelo Senhor e vice-versa. Jesus o chamava de Filho do Trovão por causa de algumas reações intempestivas do jovem, como querer mandar fogo do céu sobre aqueles que rejeitaram Jesus. Mas Jesus o repreendeu e ensinou.Mais tarde, João foi chamado de o “Discípulo Amado”. Numa famosa passagem dos Evangelhos, João, seu irmão Tiago e a mãe deles pedem para ficarem ao lado de Jesus em sua glória. Jesus, porém, os repreendeu e deu uma grande lição de humildade.
São João foi o discípulo que acompanhou Jesus quando o Mestre foi preso no Monte das Oliveiras e levado até à casa de Caifás. Além disso, João acompanhou Jesus até o momento derradeiro junto à cruz. Aliás, foi nesse momento junto à cruz que Jesus entregou a João a guarda de sua mãe, Maria.
No começo da Igreja, São João esteve sempre ligado a Pedro. Ele foi uma das principais colunas da comunidade cristã de Jerusalém, onde São Tiago era o líder. Após o martírio de Tiago, São João foi para a Ásia Menor. Lá, ele dirigiu a pujante comunidade cristã de Éfeso. Essa comunidade tinha sido fundada pelo apóstolo São Paulo alguns anos antes.
Obedecendo ao pedido de Jesus, São João acolheu Maria e sempre a levou consigo. Os dois moraram em Éfeso durante muitos anos e ali foram os grandes líderes da comunidade. Tanto que a casa de Nossa Senhora em Éfeso transformou-se num local de peregrinação. Ali viveram esses dois grandes pilares da Igreja. Ate hoje a Casa de Nossa Senhora em Éfeso é local de peregrinação.
Por várias vezes, São João foi preso. Ele foi perseguido pelo Poder Romano, sofreu torturas violentas, mas não renegou a fé em Jesus Cristo. Por fim, ele foi exilado, tendo sido enviado para a Ilha de Patmos, que fica ao leste do Mar Egeu. Nessa ilha, ele permaneceu até a morte do Imperador Domiciano.
As obras escritas de São João Evangelista revelam sua extraordinária personalidade. Ele se revela introspectivo nos seus escritos e, como discípulo, falava pouco. Quando esteve no exílio em Patmos, São João escreveu o Livro do Apocalipse, palavra grega que quer dizer Revelação. Esse é o último livro da Bíblia. São João dirigiu seu discípulo e colaborador, chamado Natan, no maravilhoso trabalho da redação do livro que se chamou “Evangelho Segundo São João”. Isso aconteceu na cidade de Éfeso, por volta do ano 90 D.C.. São João escreveu ainda 3 epístolas dirigidas aos cristãos das comunidades que ele coordenava. Mas seus escritos são para toda a Igreja, de todos os tempos. Por isso, eles fazem parte do Novo Testamento.
João era chamado de “o Discípulo Amado”. Uma grande prova de afeição de Nosso Senhor Jesus Cristo pelo jovem João aconteceu durante a Última Ceia. João estava à direita do Mestre, recostado no peito de Jesus, no Coração de Jesus. Santo Agostinho afirma: “nesse momento, estando João tão próximo da fonte de luz, ele absorveu dela os mais altos segredos e mistérios que depois derramaria sobre a Igreja”.
Pelos escritos de São João, vê-se que ele se tornou um grande teólogo, um pastor cuidadoso e cheio de amor. São João faleceu de morte natural, no ano 103 d.C., na cidade de Éfeso. Polícrates de Éfeso, bispo, afirmou, no ano 190, que o Apóstolo "dormiu" (faleceu). A festa de São João Evangelista é celebrada no dia 27 de dezembro.
DIA DE SANTO ESTÊVÃO - 26 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 26.12.22
Santo Estêvão foi um dos escolhidos entre sete homens de Deus para fazer parte do grupo dos primeiros diáconos da Igreja de Jerusalém, como lemos no livro dos Atos dos Apóstolos, capítulos 6 e 7. Como o número dos cristãos aumentava muito, algumas viúvas começaram a ficar sem assistência por parte dos Apóstolos, que tinham que se dedicar à pregação da Palavra. Por isso, inspirados por Deus, decidiram escolher diáconos, ou seja, servidores, para prestar estes serviços assistenciais a necessitados. Estêvão foi um desses escolhidos, como vemos em Atos 6, 1.
O livro dos Atos dos Apóstolos conta que Estêvão e os outros diáconos eram homens de credibilidade, cheios do Espírito de Deus, de fé e de sabedoria. O livro fala especificamente de Santo Estêvão como “homem cheio de fé e do Espírito Santo e que toda a multidão dava um excelente testemunho dele". Atos 6, 5. Os Apóstolos, então, rezaram a Deus e, depois, impuseram as mãos sobre os sete escolhidos para o serviço do diaconato, entre eles, Estêvão.
O serviço do diaconato, no começo da Igreja, compreendia especificamente a distribuição de alimentos e de todo tipo de ajuda aos necessitados. Santo Estêvão, contudo, além de prestar o serviço do diaconato, destacava-se também na pregação da Palavra, coisa que não era atribuição direta dos diáconos, mas que lhes era permitido. Tanto que o livro dos Atos diz que muitos homens procuravam Estêvão para discutir com ele, mas não conseguiam vencê-lo nos argumentos, por causa da “sabedoria e o poder do Espírito com que ele falava”. Atos 6, 9-10.
Além de prestar toda a assistência aos necessitados da Igreja como diácono e de pregar e defender a Palavra de Deus com sabedoria e poder, Santo Estêvão também foi canal de Deus para a realização de vários milagres grandiosos no meio do povo, como vemos em Atos 6, 8. Assim, numerosas conversões ao cristianismo vinham acontecendo por causa do poderoso ministério de Santo Estêvão. Por outro lado, a força da pregação de Santo Estêvão incomodou os líderes judeus de Jerusalém.
Por causa do grande número de conversões provocadas pela pregação de Santo Estêvão, as autoridades judaicas, pertencentes ao Sinédrio, mandaram prender Santo Estêvão. No Sinédrio, ele foi julgado. Lá, diante de todas autoridades e de Saulo, o fariseu que se tornaria São Paulo, ele defendeu a fé cristã de maneira que não puderam contradizê-lo. Por isso, sem razão, condenaram Estevão à morte por blasfêmia.
Santo Estêvão manteve-se firme na defesa da fé diante de todos. Por isso, foi levado a uma rua de Jerusalém e lá foi apedrejado até a morte. O jovem fariseu Saulo ficou com as roupas de Santo Estêvão. Antes de morrer, Estêvão pediu a Deus que perdoasse aqueles que o matavam porque não sabiam o que estavam fazendo. Assim, Estêvão foi o primeiro mártir da Igreja, ou seja, o primeiro cristão a entregar sua vida por causa de Jesus Cristo. O testemunho de Santo Estêvão certamente impressionou Saulo, o futuro São Paulo.
Por toda a força de sua história e de seu testemunho, Santo Estêvão passou a ser cultuado desde o início da Igreja. No ano 415 seus restos mortais foram encontrados para grande comoção por parte dos fiéis. A festa de Santo Estêvão é celebrada sempre no dia seguinte ao Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, para marcar o fato de ele ter sido o primeiro Mártir da Igreja.
“Glorioso Santo Estêvão, diácono cheio do Espírito Santo, animador das Comunidades, nós vos pedimos que intercedais a Deus por nós, para que consigamos a graça de uma verdadeira conversão a Jesus Cristo e seu projeto. Concedei-nos sabedoria e coragem para renovar nossas comunidades, tornando-as uma Igreja a serviço do Reino. Dai-nos força para participarmos sem medo da construção de uma sociedade justa, fraterna e solidária, vivenciando, assim, a paz tão desejada. Guardai nossas famílias de todos os males, para que nossos lares sejam verdadeiras igrejas domésticas, onde o Evangelho é anunciado e vivenciado. Tudo isso vos pedimos, por Jesus Cristo, Nosso Senhor. Amém! Santo Estêvão, rogai por nós.”
NATAL DO SENHOR - 25 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 25.12.22
No dia 25 de dezembro, a Igreja comemora o nascimento de Jesus. Trata-se da data mais importante para a humanidade, pois celebramos o amor infinito de Deus por nós, que não apenas nos amou, mas se encarnou e quis ser um de nós, como nós, exceto no pecado. A chegada do Filho de Deus ao mundo mudou a história da humanidade e dividiu essa história em “antes e depois de Cristo”. Por isso, vamos compreender melhor a história do nascimento de Jesus.
A história do nascimento de Jesus é narrada por dois evangelistas: Mateus e Lucas. São Lucas fornece mais detalhes, que estão contidos nos capítulos 1 e 2 de seu Evangelho. Ele começa narrando a anunciação do nascimento de João Batista a Zaccarias, feita pelo Anjo Gabriel. Depois, o mesmo anjo anuncia o nascimento de Jesus a Maria, e ela fica grávida por obra do Espírito Santo. Maria visita Isabel, esposa de Zacarias e mãe de João Batista. Volta para Nazaré, casa-se com José, de quem já era noiva. Em seguida, estando Maria no final da gravidez, ela e José são forçados a viajar para Belém para um recenseamento ordenado pelo Imperador romano, que dominava Israel.
Assim narra São Lucas no Capítulo 2 de seu evangelho:
“1. Naqueles tempos, apareceu um decreto de César Augusto, ordenando o recenseamento de toda a Terra. 2. Esse recenseamento foi feito antes do governo de Quirino, na Síria. 3. Todos iam alistar-se, cada um na sua cidade. 4. Também José subiu da Galiléia, da cidade de Nazaré, na Judeia, à Cidade de Davi, chamada Belém, porque era da casa e família de Davi, 5. para se alistar com a sua esposa, Maria, que estava grávida. 6. Estando eles ali, completaram-se os dias dela. 7. E deu à luz seu filho primogênito, e, envolvendo-o em faixas, reclinou-o num presépio; porque não havia lugar para eles na hospedaria.”
São Lucas continua sua narração e fala sobre os pastores:
8. Havia, nos arredores, uns pastores, que vigiavam e guardavam seu rebanho nos campos durante as vigílias da noite. 9. Um anjo do Senhor apareceu-lhes, e a glória do Senhor refulgiu ao redor deles, e tiveram grande temor. 10. O anjo disse-lhes: Não temais, eis que vos anuncio uma boa nova, que será alegria para todo o povo: 11. Hoje, vos nasceu na Cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor. 12. Isto vos servirá de sinal: achareis um recém-nascido envolto em faixas e posto numa manjedoura. 13. E, subitamente, ao anjo se juntou uma multidão do exército celeste, que louvava a Deus e dizia: 14. Glória a Deus no mais alto dos céus e, na Terra, paz aos homens, objetos da benevolência (divina). 15. Depois que os anjos os deixaram e voltaram para o céu, falaram os pastores uns com os outros: Vamos até Belém e vejamos o que se realizou e o que o Senhor nos manifestou. 16. Foram com grande pressa e acharam Maria, José e o menino deitado na manjedoura. 17. Vendo-o, contaram o que se lhes havia dito a respeito dests menino. 18. Todos os que os ouviam admiravam-se das coisas que lhes contavam os pastores. 19. Maria conservava todas essas palavras, meditando-as no seu coração. 20. Voltaram os pastores, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, e que estava de acordo com o que lhes fora dito.
São Mateus é o único evangelista a mencionar a visita dos magos, que está no Capítulo 21 de seu Evangelho. Sua narração é fluida e bem interessante:
1. Tendo, pois, Jesus nascido em Belém de Judá, no tempo do rei Herodes, eis que magos vieram do oriente a Jerusalém. 2. Perguntaram eles: Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo. 3. A essa notícia, o rei Herodes ficou perturbado e toda Jerusalém com ele. 4. Convocou os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo e indagou deles onde havia de nascer o Cristo. 5. Disseram-lhe: Em Belém, na Judeia, porque assim foi escrito pelo profeta: 6. E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as cidades de Judá, porque de ti sairá o chefe que governará Israel, meu povo (Miq 5,2). 7. Herodes, então, chamou secretamente os magos e perguntou-lhes sobre a época exata em que o astro lhes tinha aparecido. 8. E, enviando-os a Belém, disse: Ide e informai-vos bem a respeito do menino. Quando o tiverdes encontrado, comunicai-me, para que eu também vá adorá-lo. 9. Tendo eles ouvido as palavras do rei, partiram. E eis que e estrela, que tinham visto no oriente, os foi precedendo até chegar sobre o lugar onde estava o menino e ali parou.
10. A aparição daquela estrela os encheu de profunda alegria. 11. Entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se diante dele, o adoraram. Depois, abrindo seus tesouros, ofereceram-lhe como presentes: ouro, incenso e mirra. 12. Avisados em sonhos de não tornarem a Herodes, voltaram para sua terra por outro caminho. 13. Depois de sua partida, um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse: Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito; fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para o matar. 14. José levantou-se durante a noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egito. 15. Ali, permaneceu até a morte de Herodes, para que se cumprisse o que o Senhor dissera pelo profeta: Eu chamei do Egito meu filho (Os 11,1).
Para além dos fatos históricos sobre o nascimento de Jesus, o Natal é a festa do amor de Deus. Deus amou tanto o mundo que enviou seu Filho Único para ser um de nós, viver como nós. Ele veio para nos ensinar que Deus é Pai e nos ama. Ele veio para nos salvar. São Paulo fala lindamente sobre isso quando diz: “Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens.” Filipenses 2, 6-7. O Filho de deus fez-se escravo e servidor da humanidade. Foi por amor e só por amor que ele assumiu a nossa humanidade. Fez-se pequeno, indefeso, dependente. Um bebê. Mas este bebê salvou o mundo.
“Senhor, nesta Noite Santa, depositamos diante de Tua manjedoura todos os sonhos, todas as lágrimas e esperanças contidos em nossos corações. Pedimos por aqueles que choram sem ter quem lhes enxugue uma lágrima. Por aqueles que gemem sem ter quem escute seu clamor. Suplicamos por aqueles que Te buscam sem saber ao certo onde Te encontrar. Para tantos que gritam paz, quando nada mais podem gritar. Abençoa, Jesus-Menino, cada pessoa do planeta Terra, colocando em seu coração um pouco da luz eterna que vieste acender na noite escura de nossa fé. Fica conosco, Senhor! Assim seja! Amém.”
VÉSPERA DE NATAL - 24 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 24.12.22
Véspera de Natal
A véspera de Natal é no dia 24 de dezembro, data que antecede uma das festas mais celebradas do calendário cristão, o Natal.
A véspera de Natal não é feriado no Brasil, mas sim ponto facultativo após aqs 14h.
A Bíblia não diz em qual data Jesus nasceu, mas afirma que foi durante a noite. Por isso, a madrugada de 24 para 25 de dezembro é conhecida como “noite feliz” e carrega enorme importância para a maioria dos países cristãos.
No dia 24, as famílias se reúnem para a Ceia, confraternização que tem origem na Europa.
A Ceia tornou-se um símbolo dessa grande festa. Ela representa o banquete eterno e tem origem no fato de as pessoas receberem os peregrinos com comes e bebes nas suas casas na noite de Natal.
No Brasil, tradicionalmente a mesa é composta pelo bacalhau, peru, vinho, frutos secos e panetone.
Nesse dia, todos esperam a chegada da meia-noite, quando é Natal. Então, se comemora o nascimento do Menino Jesus. Assim, ocorre a troca de presentes entre os participantes da festa.
Para os católicos, as tradicionais missas do galo são marcadas justamente para essa hora. Segundo a tradição, um galo teria cantado à meia-noite, anunciando o momento em que Jesus nasceria.
À meia-noite, chega o Papai Noel, que traz os presentes e é a figura mais aguardada pelas crianças.
A quadra natalina se encerra no Dia de Reis, em 6 de janeiro.
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DIA DE SÃO JOÃO CÂNCIO - 23 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 23.12.22
João Câncio nasceu no dia 23 de junho de 1390, no povoado de Kenty, na Polônia, e viveu sempre na cidade de Cracóvia. Possuidor de uma mente brilhante, atingiu todos os graus acadêmicos como doutorado e mestrado. Foi professor universitário durante a maior parte de sua vida, lecionando Filosofia e Teologia na Universidade de Cracóvia.
Seu grande objetivo como professor de universidade era transmitir aos estudantes o conhecimento e a fé. Ele dizia sempre que se deve buscar o conhecimento "não à luz de uma ciência fria e anônima, mas como irradiação da ciência suprema, que tem sua fonte em Deus". Por isso, foi educador de príncipes e reis da Polônia e chamado de “Pai da Pátria”.
João Câncio descobriu a vocação religiosa e recebeu a ordenação sacerdotal. Mesmo depois disso, continuou a lecionar e a buscar o conhecimento. Ao mesmo tempo, desenvolvia um belo trabalho pastoral, na função de vigário na paróquia de Olkusz. O Padre João Câncio era uma pessoa de profunda vida interior. Praticava o jejum e a penitência toda semana e, ao mesmo tempo, levava o amor e a alegria aos estudantes e aos mais necessitados de Cracóvia.
São João Câncio fez várias peregrinações e romarias fervorosas visitando os túmulos dos mártires em Roma. Esses lugares eram para ele fonte de fé, coragem e inspiração. Também como peregrino, ele visitou os lugares santos de Israel. Nesses lugares, procurava sempre compreender a história, o ambiente histórico relacionado àquele lugar e adaptar a compreensão do fato para o tempo em que ele vivia.
Numa dessas peregrinações, foi vítima de assalto. Os ladrões exigiram que lhes entregasse tudo que tinha, e São João Câncio assim o fez. Então, perguntaram se o padre não estava escondendo alguma coisa, e ele disse que não. Depois que os ladrões se foram, ele se lembrou de que tinha umas moedas no forro de seu manto. Pegou-as, correu até os bandidos, entregou-as a eles e pediu desculpas por ter esquecido aquelas moedas.
Após muitos anos lecionando e espalhando o amor de Deus, São João Câncio percebeu que sua morte estava se aproximando. Por isso, distribuiu aos pobres e andarilhos os poucos bens que ainda tinha. Depois, veio a falecer, às vésperas do Natal do ano 1473.
Sua canonização foi celebrada pelo Papa Clemente II, no ano 1767. Em 1979, o Papa João Paulo II fez uma visita história à Polônia. Nessa ocasião, ele consagrou uma linda capela em homenagem a São João Câncio, Padroeiro da Polônia, na igreja de São Floriano.
“Senhor, pelos méritos de São João Câncio, eu vos peço o mais precioso dos dons, o da caridade. Fazei-me amável, tolerante, solícito, gentil, e que todas as minhas atividades sejam baseadas no amor que Cristo nos ensinou. Amém. São João Câncio, rogai por nós.”
DIA DE SANTA FRANCISCA XAVIER CABRINI - 22 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 22.12.22
Francisca Cabrini nasceu no dia 15 de julho de 1850 na pequenina cidade de Santo Ângelo Lodigiano, que fica na região da Lombardia, Itália. Ela foi a penúltima entre quinze filhos. Seus pais se chamavam Antônio e Estela. Eram camponeses pobres da região. Desde pequena, Francisca se enchia de entusiasmo quando lia a vida dos Santos. Sua história preferida era a vida de São Francisco Xavier. Tinha tal veneração por ele que adotou seu sobrenome.
Francisca Cabrini viveu sua infância e sua adolescência em meio a tristezas, sacrifícios e dificuldades. Foi vítima da miséria que reinava na região norte da Itália. Sempre teve saúde fraca, sendo bastante franzina. Porém, mesmo estando na miséria, aprendeu a ler e desenvolveu grande capacidade intelectual. Tinha tal apreço pela leitura e gostava tanto de estudar que seus pais, com muito sacrifício, conseguiram formá-la professora.
Mal tinha acabado de se formar, Francisca Cabrini ficou órfã. Em apenas um ano, seu pai e sua mãe faleceram. Francisca começou, então, a trabalhar dando aulas e ajudando em obras de caridade, muito necessárias, principalmente na paróquia em que ela vivia. Ao mesmo tempo, alimentava o sonho de se tornar religiosa.
Aos poucos, Francisca Cabrini foi alimentando a coragem e, finalmente, decidiu pedir admissão em dois conventos. Porém em nenhum deles foi aceita por causa da sua saúde frágil e debilidade física. Por outro lado, o padre da paróquia em que ela atuava queria que ela continuasse trabalhando ali, pois sua caridade fazia grande diferença na paróquia.
Francisca Cabrini, embora decepcionada com os coventos, nunca abriu mão do sonho de se tornar religiosa e missionária. Ao completar trinta anos, abriu seu coração para um bispo, expondo o quanto almejava abraçar a vida religiosa e um trabalho missionário. O bispo, inspirado por Deus, a aconselhou dizendo: "Quer ser missionária? Pois se não existe ainda um instituto feminino para esse fim, funde um". Francisca acolheu essas palavras como vindas da parte de Deus e pôs mãos à obra.
Assim, com a ajuda do vigário, ela fundou o Instituto das Irmãs Missionárias do Sagrado Coração de Jesus, em 1877. Colocou sua obra debaixo da proteção de são Francisco Xavier. Mais tarde, a Congregação recebeu o apelido carinhoso de “Irmãs Cabrinianas”, por causa do sobrenome de Santa Francisca Cabrini. E a Obra conseguiu o apoio importante do papa Leão XIII. Este deu às Cabrinianas um rumo surpreendente para as missões: "O Ocidente, não o Oriente, como fez são Francisco Xavier".
A época era de grandes migrações com destino às Américas, devido às guerras que maltratavam a Itália. Por isso, a migração era grande para as Américas. O povo chegava nos novos países com total desorientação. Tinham muita necessidade de apoio, amizade, solidariedade e, também, orientação espiritual. Por isso, Santa Francisca formou missionárias cheias de disposição e fé, como ela mesma. A missão delas era a de acompanhar os imigrantes em sua odisseia rumo ao desconhecido.
Nas terras aonde as Cabrinianas chegavam, elas sempre fundavam hospitais, asilos para os necessitados e escolas para formar pessoas. Elas levavam sempre o calor humano, o amparo, a segurança e o conforto para os imigrantes. Em trinta anos de trabalho intenso, Santa Francisca Cabrini fundou sessenta e sete Casas em países como Itália, França e Américas do Norte e do Sul, inclusive no Brasil. Aquela franzina e frágil professora atravessou oceanos vezes incontáveis. Enfrentou sem medo os perigos, os políticos poderosos, as forças inimigas para defender os imigrantes.
Madre Cabrini, como era chamada por todos, faleceu na cidade de Chicago, Estados Unidos, no dia 22 de dezembro de 1917. Sua canonização foi celebrada em 1946. Desde então, passou a ser invocada e festejada no mundo inteiro como padroeira dos Imigrantes.
“Ó Deus, concedei-nos, pelas preces de Santa Francisca Xavier Cabrini, a quem destes perseverar na imitação de Cristo pobre e humilde, seguir a nossa vocação com fidelidade e chegar àquela perfeição que nos propusestes em vosso Filho. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. Santa Francisca Xavier Cabrini, rogai por nós.
DIA DE SÃO PEDRO CANÍSIO - 21 DE DEZEMBRO
HLMILIA - 21.12.22
Pedro Canísio nasceu no dia 8 de maio de 1521, onde se situava o ducado de Geldern, hoje, Holanda. Diferente dos outros garotos, buscava os livros de oração ao invés das brincadeiras. Aos doze anos, reunia crianças para ensinar a elas trechos da Bíblia e do Catecismo da Igreja. Muito aplicado aos estudos, quando completou quinze anos, foi enviado por seu pai à cidade de Colônia para estudar. Com apenas dezenove anos, ele concluía o doutorado em filosofia.
Pedro Canísio, em seu tempo de estudos, não se limitou a aprender somente as ciências deste mundo. Como teve um mestre vivamente católico, ele também se aprofundou na Doutrina de Jesus Cristo. Isso o levou ao despertar da vocação religiosa, que já se percebia desde sua infância.
Logo depois da formatura de Pedro Canísio, seus pais trataram de arranjar para ele um bom casamento, como era costume na época. Nesse casamento, estava embutido um bom futuro financeiro para a família. Porém, Pedro Canísio, ouvindo a voz de seu coração, recusou a proposta. E, além de recusar, fez um voto eterno de castidade. Depois disso, mudou-se para Mainz com a finalidade de se dedicar somente aos estudos da religião.
Em Mains, Pedro Canísio era orientado por um padre chamado Faber. Este era um discípulo famoso do futuro Santo Inácio de Loyola. Padre Faber teve influência direta na vocação de Pedro Canísio. Tanto que, em 1543, Pedro ingressou na Companhia de Jesus, então recém fundada. Três anos mais tarde, ele era ordenado padre jesuíta. Logo, recebeu a missão de retornar para a cidade de Colônia, onde deveria fundar uma nova Casa para a Ordem.
Em Colônia, a divisão do protestantismo prejudicava a Igreja. São Pedro Canísio lutou bravamente contra tal cisma. Assumiu o cargo de professor de Teologia e passou a ser respeitado até mesmo pelo Imperador. Por seus argumentos teológicos, conseguiu que o arcebispo local, que era abertamente a favor do protestantismo, fosse afastado. Depois, tomou parte no famoso Concílio de Trento, como representante do Cardeal Oto de Augsburg. Combateu o cisma protestante igualmente nas cidades de Messina e Roma, onde dava aulas de Teologia. Depois, foi enviado à cidade de Viena, na Áustria, onde o cisma protestante causava grandes danos.
Essa época foi uma das em que São Pedro Canísio mais produziu. Escreveu inúmeras obras literárias. Escreveu um catecismo que teve sua primeira publicação em 1554. Essa obra teve mais de duzentas edições ao redor do mundo, sendo traduzido em quinze línguas. Fundou colégios católicos em várias cidades importantes como Praga, Viena, Baviera, Innsbruck, Colônia e Dillingen. Santo Inácio de Loyola, fundador da Ordem dos Jesuítas, nomeou-o provincial da Ordem para a Áustria e a Alemanha. Mesmo acumulando a função de provincial, São Pedro Canísio pregou em Friburg, Strasburg e até mesmo na Polônia. Em todos esses lugares, instruía, ensinava e denunciava os seguidores de Lutero, gerador do protestantismo. São Pedro Canísio foi um dos maiores obstáculos à propagação do cisma protestante. Graças a ele, a maior parte da Alemanha se manteve fiel à Igreja Católica.
São Pedro Canísio conquistou a admiração de Papas e governantes. Era muito respeitado por ser o primeiro jesuíta alemão e por toda a grande obra que desenvolveu. Ele faleceu no dia 21 de dezembro de 1597, na cidade de Friburg, que fica na atual Suíça. São Pedro Canísio faleceu no mesmo ano em que São José de Anchieta, outro grande jesuíta, também entregou sua alma a Deus. São Pedro Canísio completou cinquenta e quatro anos de total dedicação à Ordem Jesuíta e à Igreja. Sua canonização foi celebrada pelo Papa Pio XI, no ano 1925. Na ocasião, recebeu o título de Doutor da Igreja.
“Ó Deus, que marcastes pela vossa doutrina a vida de São Pedro Canísio, concedei-nos, por sua intercessão, que sejamos fiéis à mesma doutrina, e a proclamemos em nossas ações. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. São Pedro Canísio, rogai por nós.”
DIA DE SÃO DOMINGOS DE SILOS - 20 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 20.12.22
Domingos nasceu na Espanha, mais precisamente no reino Navarra. Nasceu numa família pobre, simples e cristã. Durante a sua infância trabalhou como pastor de ovelhas. Desde essa época, conta-se que Domingos era muito caridoso. Muitas vezes, ofereceu leite de ovelha para andarilhos pobres que passavam por sua região. Ao mesmo tempo, Domingos amava os estudos. Por esse motivo, seus pais o entregaram ao pároco da paróquia à qual pertenciam. Esse padre tinha criado uma escola que ficava ao lado da igreja.
Domingos saiu-se muito bem nos estudos. Tanto que o padre propôs a ele a ordenação sacerdotal, vendo que Domingos tinha vocação. Porém, Domingos quis experimentar como era a vida de eremita, praticando a oração, a solidão e os sacrifícios. Depois dessa experiência, decidiu ingressar no Mosteiro Beneditino. Lá, sim, Domingos descobriu sua verdadeira vocação: a vida monástica como beneditino. Assim, rapidamente, ele se tornou um exemplo de vida monástica para todos os monges.
Quando completou trinta anos, Domingos recebeu a incumbência de restaurar e abrir novamente o Mosteiro de Santa Maria. Este tinha sido fechado há vários anos. Para cumprir tal missão, Domingos tornou-se esmoleiro, ou seja, pedia esmolas para conseguir os recursos necessários. Além disso, trabalhou como pedreiro e mestre de obras, fazendo todo o possível para reconstruir o mosteiro, visando a receber novos candidatos à vida religiosa beneditina. Depois da obra acabada, sua maior surpresa e alegria foi ver entre os candidatos seu próprio pai e, também, alguns parentes.
Terminado de cumprir esta missão, Dom Domingos foi enviado para ser o novo abade do Mosteiro de São William de La Cogola. Ao assumir tal missão, passou a ser perseguido pelo príncipe de Navarra. Este tinha a intenção de apossar-se dos bens do Mosteiro. Por causa dessa perseguição, Dom Domingos foi obrigado a refugiar-se em Castela. Lá, recebeu uma nova missão: reabilitar a antiga abadia do Mosteiro de São Sebastião de Silos, na cidade de Burgos. Esta abadia estava em decadência, quase sem esperança.
São Domingos de Silos foi abade Mosteiro de São Sebastião de Silos por mais de trinta anos. Por isso, recebeu o apelido de “Domingos de Silos”. Restaurou o Mosteiro e reergueu-o de tal forma que passou a ser considerado como seu novo fundador. Ele não só restaurou física e religiosamente a abadia, como deu a ela uma intensa e fecunda atividade. Ele fez do local um grande centro de cultura e um novo cenáculo de evangelização.
São Domingos de Silos trabalhou também pela libertação de católicos que tinham sido feitos prisioneiros de muçulmanos. No final de sua vida, era chamado por todos de o "Apóstolo de Castela". Ele profetizou a data de sua morte. Essa, de fato, aconteceu no dia previsto: 20 de dezembro de 1073. Desde então, passou a ser festejado como São Domingos de Silos, nessa data. Tornou-se um Santo muito popular e querido na Espanha. Passou a ser invocado como Santo Protetor das Parturientes. Tanto que, quando uma rainha espanhola estava prestes a dar à luz, o abade do Mosteiro de Silos levava até seus aposentos o báculo de São Domingos de Silos, que diziam ser milagroso. Este só retornava ao mosteiro depois do parto bem-sucedido.
“Escutai, Senhor, as súplicas que vos dirigimos na festa de São Domingos de Silos, para que, não tendo confiança na nossa justiça, encontremos apoio nas preces daquele que tanto vos agradou. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho , na unidade do Espírito Santo. Amém. São Domingos de Silos, rogai por nós.”
DIA DE SÃO NEMÉSIO - 19 DE NOVEMBRO
HOMILIA - 19.12.22
História de São Nemésio
O Dia de São Nemésio celebra-se anualmente a 19 de dezembro.
O Santo viveu em Alexandria, no Egito, centro cultural reconhecido mundialmente naquela época. Pouco se sabe da sua vida. Apenas o seu martírio e o final da sua vida chegaram até aos nossos tempos.
Pelos relatos de São Dionísio, bispo de Alexandria, ficamos hoje a saber que São Nemésio sentiu na pele a feroz perseguição do Imperador romano Décio aos cristãos.
Durante seu governo, no período de 249 a 251, Décio estabeleceu uma repressão para impedir o crescimento da Igreja. Nessa época, a opressão era tão intensa que algumas pessoas preferiam se entregar aos magistrados, outras eram acusadas e levadas por seus inimigos a julgamento. Os que fugiam para regiões próximas, como o deserto, tinham suas vidas ceifadas pela fome e sede.
São Nemésio sofreu duramente a perseguição. Primeiro, Nemésio, que era um exemplo de caridade e ética, foi acusado de instigador de violência e de ladrão, por pessoas que invejavam a sua condição.
Depois foi acusado de ser cristão, acusação essa que não negou, mantendo-se firme como uma coluna. Como se recusou a negar a sua fé, o Santo foi torturado repetidamente e queimado vivo, juntamente com ladrões e criminosos do seu tempo. Ficou para a história como um mártir cristão e um exemplo de fé, fidelidade e devoção.
DIA DE NOSSA SENHORA DO Ó - 18 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 18.12.22
Nossa Senhora do Ó é uma invocação à Virgem Maria que se originou na Espanha. A devoção é inspirada nos últimos dias de gravidez da Mãe do Salvador, em sua expectativa de ver seu Filho Primogênito. Tanto que hoje, a devoção é conhecida como “Expectação do parto de Nossa Senhora”. Essa expectativa, porém, não se resume à mera curiosidade de uma mãe que quer muito ver o filho que carrega em seu ventre. Trata-se de uma expectativa bem mais profunda e sobrenatural, que envolve toda a missão do Salvador que vai nascer.
A expectativa da Virgem Maria por ver o Filho Bendito que está em seu ventre resume a expectativa da humanidade pelo Salvador. É uma expectativa que se baseia nas promessas bíblicas que o próprio Deus fez à humanidade a respeito do Salvador. Tais promessas começam no livro do Gênesis, quando o Senhor Deus mostra sua misericórdia depois do pecado de Adão e Eva, prometendo que a descendência da mulher esmagará a cabeça da serpente. As promessas de que Deus enviaria o Salvador à humanidade perpassam todo o Antigo Testamento até se cumprirem totalmente em Jesus. E essa era a grande expectativa da Virgem Maria: não só de ver o rosto de seu Filho, mas de contemplar e colaborar com sua missão redentora da humanidade. Trata-se, portanto, de uma expectativa maravilhosa e sobrenatural.
A origem da denominação Nossa Senhora do “Ó” vem das expressões contidas nas orações litúrgicas que antecediam o Natal de Jesus. Com efeito, na liturgia pré-natalina, as orações começam sempre com a interjeição exclamativa “Ó”, como por exemplo: “Ó rebento da Raiz de Jessé… vinde libertar-nos, não tardeis mais”; “Ó Sabedoria… vinde ensinar-nos o caminho da salvação”; “Ó Emanuel…, vinde salvar-nos, Senhor nosso Deus” Por causa disso, o povo passou a chama-la carinhosamente de Nossa Senhora do “Ó”.
A comemoração litúrgica de Nossa Senhora do Ó foi instituída oficialmente no século VI, por ocasião do décimo Concílio de Toledo, Espanha. Neste Concílio, estiveram presentes três santos espanhóis: São Frutuoso de Braga, Santo Ildefonso e Santo Eugênio III de Toledo. Santo Idelfonso foi quem estabeleceu a festa litúrgica de Nossa Senhora do Ó no dia 18 de dezembro, sete dias antes do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo.
“Doce Virgem Maria, cujo coração foi por Deus preparado para morada do verbo feito carne pelas inefáveis alegrias da expectação de vosso santíssimo parto, ensinai-nos as disposições perfeitas de uma íntegra pureza no corpo e na alma, de uma humildade profunda no espírito e no coração, de um ardente e sincero desejo de união com Deus, para que o meigo fruto de vossas benditas entranhas venha a nascer misericordiosamente em nossos corações, a eles trazendo a abundância dos dons divinos, para redenção dos nossos pecados, santificação de nossa vida e obtenção de nossa coroa no Paraíso, em vossa companhia. Assim seja. Amém.”
DIA DE SÃO LÁZARO - 17 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 17.12.22
São Lázaro foi discípulo e amigo pessoal de Jesus. Era irmão de duas mulheres que se tornaram conhecidas pelos Evangelhos: Marta e de Maria. Lázaro vivia com sua família no vilarejo chamado Betânia, que ficava a menos de uma hora de caminhada de Jerusalém, em Israel. Jesus, em suas andanças missionárias, anunciando o Reino de Deus, sempre ia se hospedar na casa de Lázaro. O nome Lázaro vem do grego. Em hebraico seria Eleazar, e quer dizer "Deus ajudou".
Lázaro era estimado e respeitado pela comunidade hebraica, pela origem nobre, honestidade e religiosidade da família. Lázaro foi um personagem especial na Bíblia, pois é a única pessoa por quem Jesus chora no Novo Testamento. Lázaro foi ressuscitado por Jesus após a sua morte, a pedido de Marta, sua irmã, que foi inabalável na fé. Lázaro já estava cheirando mal. Já fazia quatro dias que estava sepultado, quando Jesus chegou para chamá-lo à vida novamente.
Foi um dos maiores milagres de Jesus. Trata-se do último grande “sinal” realizado por Jesus, depois do qual os sumos sacerdotes reuniram o Sinédrio e decidiram matá-lo; e decidiram matar também o próprio Lázaro, que era a prova viva da divindade de Cristo, Senhor da vida e vencedor da morte.
Alguns escritos muito antigos afirmam que Lázaro e suas irmãs foram para a ilha de Chipre. Lá, ele se tornou bispo de Citio, hoje Lamaca.
Sua tumba original, feita de mármore, estava localizada no local onde hoje está a igreja de São Lázaro, em Lamaca. De acordo com registros históricos, suas relíquias foram levadas para Constantinopla, por ordem do Imperador Leão VI, o filósofo, e várias igrejas e capelas foram erigidas em sua honra na Síria. Em 1972, porém, arqueólogos encontraram achados com inscrições de que seriam os restos mortais de São Lázaro. Esses restos estavam escondidos abaixo da igreja de Lamaca. Esse local, hoje, está bem preservado, debaixo da igreja. Ele é um local de peregrinação e é aberto à visitação pública.
A Basílica de São Lázaro, santo padroeiro de Lamaca, construída em 890 d.C., era um templo cristão do século V, no qual existia um sarcófago com a inscrição: "Lazaro, o amigo de Cristo". Isto reforça a tradição de que ele viveu sua "segunda vida ressuscitado", em Lamaca, na ilha de Chipre.
A devoção a São Lázaro era muito comum na Igreja antiga. São Lázaro começou a ser venerado já no início do cristianismo, como diz São Jerônimo, e as peregrinações eram feitas à sua casa, em Betânia, e ao túmulo de onde Jesus o ressuscitara.
São Lázaro teve o privilégio de ter dois túmulos, pois morreu duas vezes. Muitas vezes, pensou-se que São Lázaro fosse o pobre, miserável e cheio de feridas da parábola contada por Jesus. Por isso, na Idade Média, foi tido como o padroeiro dos leprosos. Mas esta associação é errada, e hoje não é mais usada. Sua festa é celebrada no dia 17 de dezembro.
DIA DE SÃO JOSÉ MOSCATI - 16 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 16.12.22
Filho de família nobre da cidade de Benevendo, Itália, José Moscati nasceu em 25 de julho de 1880. Seu pai era presidente do Tribunal de Justiça e se chamava Francisco. Sua mãe se chamava Rosa de Luca e também vinha de uma família nobre. Seus pais eram católicos praticantes. Tanto que José Moscati foi batizado em sua casa, no dia da festa de Santo Inácio de Loyola.
No ano 1884, a família do pequeno José Moscati mudou-se para a cidade de Nápoles, porque seu pai fora promovido. Lá, o menino José, com apenas oito anos, fez a primeira comunhão. Mas não foi só isso. Ele teve um encontro pessoal com Jesus na Eucaristia. Nesse dia, o embrião da vida eucarística de São José Moscati ganhou vida. A Eucaristia foi, ao longo de toda sua vida, alimento espiritual diário, que guiou toda a sua história.
Aos dezessete anos, o jovem José Moscati já era um adulto na fé. Isso aparecia claramente em sua devoção fiel à Virgem Maria e à Eucaristia. E, como fruto de sua devoção, revelava-se seu amor para com os pobres e necessitados. Sua devoção não era vazia nem alienada. Aos dezessete anos, sentiu no coração o desejo de fazer voto de castidade perpétua. Porém, não se sentia chamado à vida religiosa, nem tampouco ao sacerdócio. Ele já percebia que seu caminho seria como leigo ativo na Igreja.
José Moscati era um participante deveras ativo da vida paroquial. Jovem de missa e comunhão diárias, sentia especial compaixão pelos pobres, doentes e, em especial, pelos incuráveis. A lida com esses últimos, assistindo-os em suas necessidades, o ajudou a perceber o quão efêmera e passageira é a vida neste mundo.
Na juventude de São José Moscati, seu irmão Alberto começou a sofrer ataques de epilepsia. A partir de então, José passou a cuidar de seu irmão. Dispensava horas e horas de seu dia aos cuidados de Alberto. Esse cuidado despertou em José o desejo de estudar medicina.
José Moscati dedicou-se, então, à faculdade de medicina. Logo, ele se destacou pelo empenho, pela inteligência, pela competência e pelo cuidado com os doentes. Em 1903, ele recebeu seu título de doutorado em medicina, após defender uma tese brilhante. A partir de então, o hospital, a universidade e a Igreja se tornaram o grande campo de suas atividades.
No mesmo ano de seu doutorado, José Moscati passou a ser membro do corpo de médicos do Hospital dos Incuráveis, em Nápoles. Ali, passou a ser respeitado e admirado pelo seu conhecimento científico e pela caridade para com os doentes. Unindo ciência, fé e caridade, conquistou o coração de todos no hospital. Nesse tempo, seu irmão Alberto faleceu, o que lhe causou grande dor.
Por causa de sua competência excepcional, São José Moscati foi nomeado diretor responsável pela terceira ala masculina do Hospital dos Incuráveis de Nápoles. Ali, dedicou sua vida, inteligência, competência e amor para com aqueles doentes portadores de doenças incuráveis. Levou conforto, amor e amizade àqueles que não tinham mais esperança neste mundo. Ajudou inúmeros a morrerem em paz e na graça de Deus, confortando-os com os recursos da medicina de então e com a fé que nos assegura uma vida muito melhor que esta, marcada pelo sofrimento.
São José Moscati teve uma morte abençoada e serena. No dia 12 de abril de 1927, ele foi à missa, como fazia diariamente e comungou o corpo de Cristo, como sempre. Depois, foi para o hospital, cumpriu seu turno de trabalho, aliviando o sofrimento de muitos. À tarde, voltou para sua casa e foi atender mais alguns doentes em consultas. Numa dessas consultas, sentiu-se mal, recostou-se, entregou sua alma a Deus e faleceu na serenidade. A notícia encheu Nápoles de tristeza pela perda de um santo tão querido.
Pouco tempo depois de sua morte, notícias de graças alcançadas através da intercessão de São José Moscati se espalharam. Ele foi beatificado em 1975 pelo Papa Paulo VI. E, em 25 de outubro de 1987, foi canonizado pelo Papa João Paulo II. Um leigo, médico que dedicou sua vida aos doentes incuráveis, aliviando seus sofrimentos e confortando seus corações.
“Ó Deus, que destes a São José Moscati a graça de unir a ciência à caridade e à fé, dai aos médicos e cientistas o espírito de amor ao próximo e de fazer colocar o conhecimento científico em favor do bem de todos, para que o vosso nome seja sempre glorificado. Por Cristo, Senhor nosso, amém. São José Moscati, rogai por nós.”
DIA DE SANTA MARIA CRUCIFIXA - 15 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 15.12.22
No dia 6 de novembro de 1813, em Bréscia, Itália, nasce Paula, filha do nobre Clemente Di Rosa e da condessa Camilla Albani de Bergamo. Ainda criança, fica órfã de mãe, sendo confiada às religiosas pelo pai. E é nesse ambiente propício à espiritualidade e paz que Paula se sobressai, demonstrando seu caráter piedoso e firme. Aos 17 anos, retorna à família, revelando um coração sensível e generoso, e, ao mesmo tempo, perspicácia e inteligência.
Mesmo vindo de uma família rica, opta por uma vida humilde e de oração, consolidando-se na profissão religiosa, em que assumirá o nome de Maria Crucifixa, e na devoção ao Espírito Santo, à Eucaristia e ao Sagrado Coração de Jesus.
Em 1838, surge uma epidemia de cólera, e Paula, com seu espírito de caridade, assiste e conforta os doentes, iniciando um processo de amadurecimento de sua alma, num serviço incansável de doação. E é nessa mescla de entrega e solidariedade que Cristo a inspira a fundar um instituto religioso. Assim, as aspirações foram criando formas e, em 1º de maio de 1840, Paula e suas companheiras dão nome ao sonho: “Servas da Caridade”, que é sinônimo de: servas, empregadas, escravas da caridade, congregação essa que alimenta até hoje os ideais de Paula.
“As almas fortes
não deixam que os ideais se apaguem
em esperas inúteis”, era o que dizia.
Em 15 de dezembro de 1855, com 42 anos, a alma da Irmã Maria Crucifixa vai ao encontro de Cristo. Houve o processo de beatificação pela Igreja Católica, e, em 12 de junho de 1954 é proclamada Santa Maria Crucifixa di Rosa, intercedendo por nós junto a Deus na realização dos milagres.
Que Santa Maria Crucifixa Di Rosa, seja um modelo para nós, através de sua fé, doação e perseverança, revelados pela força da oração. Virtudes essas que todos nós cristãos batizados, devemos ter presentes em nossas vidas, na busca incessante da santidade em meio às fragilidades humanas.
A Igreja Católica é a única a ter alguns Santos cujo corpo é intacto e incorrupto. A Santíssima Virgem, está no Céu, intacta de todo o pecado e de qualquer corrupção. O Santo Corpo de Nosso Senhor, esta na Glória dos Céus e no Santo Altar, pois Ele aguarda a sua Segunda Vinda, para manifestar-se Gloriosamente.