DIA DE SANTA MARGARIDA DE CORTONA - 22 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 22.02.22
Margarida nasceu no ano de 1247, em Toscana, Itália. Perdeu a mãe ainda muito criança. Isso foi determinante em sua vida. Seu pai casou-se novamente. Com isso, Margarida iniciou uma vida de grandes sofrimentos nas mãos de sua madrasta. Abandonada dentro da família, ela cresceu sem limites e desenvolveu várias desordens emocionais e uma abertura perigosa aos luxos e prazeres desregrados.
Ainda adolescente, Margarida tornou-se amante de um homem nobre e muito rico. Daí em diante, passou a usufruir da fortuna do amante e entregou-se às diversões mundanas. Levava uma vida frívola, vazia e preocupada apenas com prazer e diversão.
Um dia, porém, seu amante foi fazer vistorias em alguns terrenos seus e foi assassinado. Margarida só encontrou o corpo dias depois, porque, estranhando a demora do homem, decidiu seguir a cachorrinha de estimação que o tinha acompanhado na viagem. Quando ela viu o corpo do homem já em putrefação, teve a iluminação do arrependimento. Percebeu, ali, a futilidade da vida que vivia e voltou para a casa de seu pai. Seu objetivo era passar o resto de sua vida em penitência.
Com o intuito de mostrar publicamente sua conversão, Margarida foi à missa tendo uma corda amarrada no pescoço. Pediu perdão a todos pelo desrespeito de sua vida passada. Essa atitude, porém, despertou a inveja de sua madrasta. Essa tramou e agiu até conseguir que Margarida fosse expulsa da Paróquia. Margarida sofreu bastante por causa disso. Chegou a pensar em voltar à sua vida de riqueza e luxuria. Porém venceu a tentação e, com firmeza, manteve-se na decisão que tinha tomado.
Margarida procurou os Franciscanos de Cortona e conseguiu ser aceita na Ordem Terceira. Porém, para ser aceita definitivamente, teria que enfrentar três anos de provações. Nessa época, ela infligiu a si mesma as penitências mais severas, com o intuito de vencer as tentações. Os Superiores Franciscanos passaram, então, a orientá-la. Isso a impediu de voltar a cometer excessos em suas penitências.
Com apenas vinte e três anos, Santa Margarida de Cortona, foi agraciada com várias experiências religiosas e místicas, presenciadas e confirmadas por seus Diretores Espirituais Franciscanos. Entre essas experiências, há relatos de visões, revelações, visitas do Anjo da Guarda e até mesmo aparições de Jesus Cristo. Aliás, com Jesus ela conversava frequentemente nos momentos de orações contemplativas.
Santa Margarida de Cortona percebeu a aproximação de sua morte e partiu para o Pai serenamente. Era o dia 22 de fevereiro de 1297. A canonização de Santa Margarida de Cortona foi celebrada pelo Papa Bento XIII no ano 1728. Sua veneração litúrgica ficou instituída para o dia de sua morte.
“Ó Deus, concedei-nos, pelas preces de Santa Margarida de Cortona, a quem destes perseverar na imitação de Cristo pobre e humilde, seguir a nossa vocação com fidelidade e chegar àquela perfeição que nos propusestes em Vosso Filho. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo. Amém.”
DIA DE SÃO PEDRO DAMIÃO - 21 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 21.02.22
Pedro nasceu na cidade de Ravena, Itália, no ano 1007. Sua origem foi bastante modesta e sofrida. Ele chegou a ser guardador de porcos, na infância. Conheceu a orfandade muito cedo. Foi criado de maneira improvisada por seus irmãos, que eram numerosos. Seu irmão mais velho, chamado Damião, acabou sendo o responsável por seus estudos.
Pedro estudou nas cidades de Ravena, Pádua e Faenza. Depois, ensinou na cidade de Parma. Então, decidiu ingressar no Convento Camaldulense de Fonte Avelana, na região da Úmbria. Esse local tornou-se o centro de várias atividades reformadoras iniciadas por ele. Em retribuição a seu irmão mais velho, Pedro assumiu o nome “Damião” ao receber a ordenação sacerdotal.
Aos vinte e um anos, Pedro Damião foi eleito Superior da Ordem Camaldulense. As regras de vida da Ordem já eram severas. São Pedro Damião, porém, tornou-as mais duras ainda. Começou a criticar com severidade os Conventos que abandonavam a pobreza. A influência de São Pedro Damião se estendeu por vários Mosteiros da Europa, entre eles Montecassino na Itália e Cluny na França. Esses, especialmente, passaram a seguir os conceitos de Pedro Damião. Ele lutou incansavelmente para fazer com que a vida religiosa voltasse a seu sentido inicial de consagração total a Deus, na austeridade e na penitência.
Pedro Damião era um padre de vocação contemplativa, simples, amante da vida monástica. Por isso, criticava duramente o luxo de autoridades eclesiásticas. Para isso, mencionava os apóstolos Pedro e Paulo, que percorreram vários países evangelizando, levando vida austera, e caminhando descalços. Inspirado nos conselhos de Jesus, insistia que, para anunciar a Palavra de Deus, era essencial despojar-se de apegos materiais. Assim, ele solidificou a austeridade na vida religiosa e deu este exemplo em toda sua vida.
Na época, era comum dentro da Igreja a venda de títulos, cargos e funções, como era feito com títulos feudais. Por isso, vários postos na Igreja acabavam sendo ocupados por gente totalmente despreparada. Esses, não raro, vinham a causar escândalos e se tornavam rebeldes diante de várias disciplinas eclesiásticas, como, por exemplo, o celibato. Por isso, o Padre Pedro Damião foi chamado a Roma para ajudar nesses combates. Atuou junto de seis Papas como Embaixador da Paz. Ajudou especialmente o Cardeal Hildebrando, outro grande reformador que, veio a se tornar o Papa Gregório VII.
São Pedro Damião realizou várias peregrinações a Milão, à Alemanha e à França. Depois disso, foi nomeado cardeal e enviado à Diocese de Óstia. Lá, realizou um fecundo apostolado e escreveu bastante. Após sua morte, seus escritos continuaram influenciando religiosos importantes. Graças à sua ajuda, a Igreja foi melhorando de situação. Já idoso, foi enviado à cidade de Ravena para solucionar uma questão sobre um antipapa.
São Pedro Damião faleceu em 1072, em Faenza, quando retornava de uma missão de paz. E passou a ser venerado como Santo. No ano 1828, foi canonizado pelo Papa Leão XII que, ocasião, declarou São Pedro Damião Doutor da Igreja, por causa de seus inúmeros escritos de Teologia e pela incansável e eficaz atuação em favor da unidade da Igreja Católica.
“Ó Deus, nós Te suplicamos que todos os homens possam encontrar-Te pessoalmente e responder-Te com a mesma fé de Abraão, dos Apóstolos e dos Santos. Amém. São Pedro Damião, rogai por nós.”
DIA DE SANTO ELEUTÉRIO - 20 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 20.02.22
HISTÓRIA DE SANTO ELEUTÉRIO
Eleutério nasceu no ano de 456, na cidade de Tournai, França. São Gregório de Tours, que foi um dos primeiros historiadores da Igreja da França, narrou que, na infância, enquanto Eleutério brincava com os amiguinhos, um deles lhe disse que ele iria chegar a ser um bispo. Não foi um aviso profético. Certamente foi um gracejo maldoso, pois na sua época, as responsabilidades desta função geralmente incluíam ameaças de morte.
Ele viveu num período conturbado da história da França, que ainda estava sendo evangelizada, e sentia o domínio dos povos do norte europeu. Foi alvo de sucessivas invasões, ora dos visigodos ora dos burgundis, que só obedeciam à força militar, identificada na pessoa do rei ou dos generais. Assim, tornou-se, em parte, um território dos Francos, cujo rei era Clodoveo, ainda pagão.
Eleutério seguiu a carreira eclesiástica, desenvolvendo sua ação pastoral nesse campo.
Chegou de fato a ser eleito Bispo, o primeiro da Diocese de Tournai, da qual foi o desbravador, que, com imenso sacrifício, mas vencendo as dificuldades, fixou as bases para a futura grandeza daquela Diocese. Somou-se ao incessante esforço da Igreja da França pela conversão dos povos recém-migrados, começando com o Rei Clodoveo e a Rainha Clotilde, que ele conseguiu converter, com ajuda do amigo, também Santo, Bispo Remígio, de Reims.
Naquela época, era muito difícil organizar uma diocese com estruturas mínimas de clero, igrejas, centro de evangelização. O trabalho mais árduo era criar o espírito pacífico entre os habitantes da região, que viveram grande parte do tempo em confrontos por um pedaço de terra onde sobreviver. Além disso, havia a complicada questão das conversões em massa, que se desencadeava a partir da conversão do rei. Confundindo nação com religião, a maioria da população queria se converter também. Deste modo, as conversões não eram bem feitas, a maioria era puramente exteriores, ou apenas uma questão de política, não modificavam o interior das pessoas.
Mas o Bispo Eleutério conseguiu, com poucos padres e monges, fazer uma evangelização sólida e bem feita, durante os dez anos que dirigiu aquela igreja. Foi um verdadeiro operário de Cristo, tenaz, zeloso, enérgico, vigilante contra as heresias e bondoso na tarefa de conversão dos pagãos. Mesmo assim, Eleutério foi vítima de uma conspiração, morrendo como mártir em 531, na sua querida Tournai.
Os restos mortais desse humilde Bispo, foram guardados numa urna na Catedral de Tournai, e o local se tornou meta de peregrinação. A cidade de Tournai está situada hoje na Bélgica e se destaca como uma das maiores dioceses do mundo. A Igreja canonizou Santo Eleutério, designando o dia 20 de fevereiro para a sua festa, data em que a Catedral foi dedicada a ele.
DIA DE SÃO CONRADO DE PIACENZA - 19 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 19.02.22
Conrado nasceu em Piacenza, ao sul de Milão, Itália, por volta do ano 1290, da nobre familia dos Confalonieri. Quando jovem, tornou-se soldado e se casou com a adolescente Eufrosina de Lodi. Seus divertimentos eram os torneios, as armas e as caçadas a lebres e javalis. Certo dia, para emboscar uma presa, acabou provocando um incêndio em todo um bosque. O fogo resultou em estragos materiais e também em culturas de campos vizinhos.
Os colonos se revoltaram, porque tiveram muitos prejuízos. O Governador, Galeazzo Visconti, para aplacar a ira dos camponeses, condenou à morte o primeiro suspeito, que, na ocasião, pegaram no bosque. Mas Conrado demonstrou toda a sua nobreza também de coração. Para não permitir que um inocente pagasse por um erro seu, apresentou-se ao Governador e confessou sua culpa. Comprometeu-se a indenizar os prejudicados. Para isso, vendeu todas as suas posses, ficando completamente pobre.
Na pobreza, ele e sua esposa buscaram refúgio em Deus. E encontraram. Após um período de sofrimentos e meditações, resolveram se dedicar, os dois, marido e esposa, ao serviço do Senhor. Era o ano de 1315. Eufrosina ingressou no Convento Franciscano de Santa Clara de Piacenza, onde passou o resto de sua vida. Conrado retirou-se, passando a peregrinar de Santuário em Santuário, em busca de um lugar adequado para viver como ermitão, dedicado à penitência e oração.
Em Calendasco, no ano de 1315, vestiu o hábito da Ordem Terceira de São Francisco. Mas, algum tempo depois, continuou sua marcha eremítica. Visitou Roma e seguiu caminhando até que um dia acampou no estreito de Messina. Perambulou pelas terras entre Catânia e Siracusa, talvez entre os anos de de 1331 e 1335, e chegou à cidade de Noto.
Ele se fixou em Noto, numa cela junto à Igreja de São Miguel. Após 30 anos de caminhada, pareceu que ele ia finalmente parar de perambular. Dedicou-se a cuidar dos enfermos no Hospital de São Martinho. Começou a crescer sua fama de santidade, e ele passou a ser procurado por devotos.
Acostumado à solidão, procurou refúgio na gruta de Pizzoni, fora da cidade. Lá, se encontrou com outro ermitão terciário franciscano, o Beato Guillermo Buccheri de Scicli. Na gruta, eles passaram a viver em oração e penitência, pedindo a Deus a conversão dos pecadores, a proteção contra desastres da natureza, e a cura da multidão de enfermos que continuou procurando por eles, oriundos de todas as regiões vizinhas. Uma de suas visitas frequentes foi a do Bispo de Siracusa. Essa gruta é conhecida hoje como "Gruta de São Currau, ou gruta de São Conrado".
Conrado morreu na gruta de Pizzoni, no dia 19 de fevereiro de 1351. Foi enterrado na cidade de Noto, onde os habitantes, para homenagear o "Santo que veio do continente", o sepultaram na mais bela igreja de Noto, a igreja de são Nicolau, que, em 1844, se tornou a Catedral da nova Diocese.
Seu processo de beatificação passou pelos Papas Leão X, Paulo III e Urbano VIII. Este último o canonizou no dia 12 de setembro de 1625. Conrado é hoje, junto com São Nicolau, Patrono da cidade e da Diocese de Noto. É particularmente invocado para a cura de hérnias.
DIA DE SÃO TEOTÔNIO - 18 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 18.02.22
Nascido em Ganfei, Portugal, no ano de 1082, São Teotônio recebeu uma ótima formação. Primeiramente, junto a um Convento Beneditino de Coimbra; depois, ao ser assumido por seu tio Crescêncio, Bispo de Coimbra, ele foi correspondendo à graça de Deus em sua vida. Com a morte do tio, dirigiu-se para Viseu, onde terminou seus estudos básicos e recebeu o dom da ordenação sacerdotal.
Homem de oração e penitência, centrado no mistério da Eucaristia, e peregrino, fez duas viagens à Terra Santa, que muito marcaram a sua história, até que os cônegos de Santo Agostinho pediram que ele ficasse ali como um dirigente, mas, em nome da obediência, ele não poderia fazê-lo, uma vez que já ocupava o cargo de Prior da Sé de Viseu. No retorno, abriu mão desse serviço e se dedicou ainda mais à evangelização.
Ele já era conhecido e respeitado por muitas autoridades. Inclusive, o Rei Afonso Henriques e a rainha, Dona Mafalda, por motivos de guerra, acabaram retendo muitos cristãos, e ele foi interceder em prol desses cristãos. Muitos foram liberados, mas o Santo foi além. Como já tinha fundado, a pedido de amigos, a Nova Ordem dos Cônegos Regulares sob a Luz da Santa Cruz, aos pés do Mosteiro, ele não só acolheu aqueles filhos de Deus, mas também pôde mantê-los como um verdadeiro pai. No Mosteiro, ele era um pai, um prior, não só por serviço e autoridade, mas um exemplo, refletindo a misericórdia do Mistério da Cruz do Senhor, refletindo o seu amor apaixonado pelo Mistério da Eucaristia.
Mariano e devoto dos Santos Anjos, ele despojou-se e se retirou em contemplação e intercessão. Foi assim que, em 18 de fevereiro, esse grande Santo português, em 1162, partiu para a Glória.
Peçamos a intercessão de São Teotônio para que possamos glorificar a Deus pela obediência, sempre voltando-nos para os mais pequeninos.
São Teotônio, rogai por nós!
DIA DE OS SETE FUNDADORES DA ORDEM DOS SERVITAS - 17 DEFEVEREIRO
MOMILIA - 17.02.21
Durante os séculos XII e XIII, aconteceu na Europa uma enorme perda dos valores cristãos entre a sociedade civil e entre os religiosos. Em reação contrária, surgiu um grande número de confrarias voltadas para a penitência. Através delas, os leigos buscavam viver o Evangelho, opondo-se à ganância, ao luxo, aos prazeres passageiros e à busca pelo poder. Algumas dessas ordens se tornaram bem conhecidas. Uma delas, porém, espalhou-se por muitos países: a Ordem dos Servos de Maria, ou Servitas.
Sete jovens faziam parte desse grande grupo inconformado com o mundo de então. Seus nomes: Aleixo Falconieri, Bonfiglio Monardi, Amadio de Amadei, Bonaiuto Manetti, Ugoccio de Ugoccioni, Maneto d'Antela e Sostenio de Sosteni. No dia 15 de agosto do ano 1233, eles estavam reunidos em oração. Costumavam cantar cânticos dedicados à Virgem Maria. Foi, então, que, de repente, viram que a imagem de Nossa Senhora se mexeu. Todos ficaram intrigados. Depois disso, eles atravessavam uma ponte voltando para casa, quando a própria Virgem Maria lhes apareceu vestida toda de luto e chorava. Em seguida, contou-lhes a razão de suas lágrimas: a guerra civil que não cessava em Florença, já fazia dezoito anos.
Depois desse encontro com Maria, os setes jovens abandonaram tudo o que tinham, bem como suas famílias. Passaram a se dedicar totalmente à vida de oração e à caridade para com os pobres. O grande objetivo deles era viver a pobreza, a humildade e a caridade. Logo aquele grupo de jovens e nobres ficou famoso pela fraternidade que havia entre eles, pelo espírito de oração e pela caridade eficiente que praticavam. Aí, nasceu no coração deles o sonho de formarem uma Comunidade Religiosa.
O Bispo de Florença vinha da vida monástica. Ele via o grupo dos sete jovens com enorme estima. Quando ele ouviu dizer sobre o projeto dos jovens de fundar uma comunidade religiosa, resolveu ajudá-los doando um terreno em Monte Senário, que ficava a dezoito quilômetros da cidade.
No Monte Senário, os sete jovens fundaram a Comunidade. No começo, ela se chamava “Companhia de Nossa Senhora das Dores”. Eles passaram a se vestir com um hábito preto, em homenagem a Nossa Senhora de luto que viram na ponte. Passaram a viver reclusos em orações e penitências. Uma vez por semana, saíam da reclusão e iam rezar numa pequena capela dedicada a Nossa Senhora, que ficava na estrada de Cafagio, perto da cidade.
O grupo dos sete era visto muitas vezes mendigando pelas ruas da cidade e estradas. Eles pediam ajuda para os pobres, doentes e necessitados. Certo dia, quando distribuíam mantimentos e alimentos aos pobres de uma região, um menino passou e lhes fez uma pergunta: "Vocês são os servos de Maria?". Os sete perceberam naquele momento que este era mais um sinal da Virgem Maria. Então, fundaram a ordem dos Servos de Maria, seguindo as Regras de Santo Agostinho.
A Ordem passou a receber apoio das autoridades religiosas e também das civis. Tempos depois, a capelinha usada pelos sete jovens foi transformada num grandioso santuário. Ele foi dedicado a Nossa Senhora das Dores e se tornou um dos santuários marianos mais visitados do mundo. Seis dos fundadores foram ordenados sacerdotes. Somente Santo Aleixo não o foi, por não se achar digno.
A Ordem dos Servitas cresceu e se espalhou por vários países, inclusive o Brasil, onde eles fundaram casas em São Paulo, Santa Catarina e Acre. Ainda hoje, existe uma Missão Servita em Rio Branco, Acre. Os "Sete Fundadores", como passaram a ser conhecidos, foram canonizados em 1888, através do Papa Leão XIII. Eles passaram a ser celebrados no mesmo dia, em 17 de fevereiro. Esse é o dia do falecimento do último dos fundadores: Santo Aleixo Falconieri, aquele que se recusara a receber a ordenação sacerdotal, por não se considerar digno dessa honra.
“Ó Deus, que despertastes no coração desses sete homens as virtudes da humildade, da caridade, da oração, do serviço e do amor à Virgem Maria, dai também a nós, por intercessão dos Sete Fundadores, a graça de crescermos nas virtudes cristãs para que a Vossa glória brilhe no mundo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo, amém.”
DIA DE SANTO ONÉSIMO - 16 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 16.02.22
Onésimo era literalmente escravo de um homem rico importante da Frígia, atual Turquia, no final do Século I. Seu “dono” chamava-se o Filemon. A bela história de Filemon e Onésimo se cruzam com a história de São Paulo, formando uma das mais belas páginas do Novo Testamento.
Aconteceu que Filemon (o dono), sua esposa e filho ouviram uma pregação do Apóstolo Paulo e, tocados pelo poder da Palavra de Deus, converteram-se. São Paulo ministrou o batismo a toda a família de Filemon e os dois passaram a ser grandes amigos. Onésimo, por sua vez, não se sabe por que, roubou dinheiro de Filemon, seu amo. Por isso, temendo ser duramente castigado, como de fato acontecia, resolveu fugir. Por uma ironia, o nome Onésimo, em Grego, significa “útil”.
Temendo por seu destino, Onésimo fugiu para Roma. Ele sabia que o castigo para os escravos infratores e recapturados era uma marca definitiva: eles tinham a letra "F" marcada com brasa na testa. Para os ladrões, isso era quase como a morte, pois passavam a ser rejeitados e cruelmente hostilizados. Por isso, Onésimo fugiu para Roma. Lá, porém, deve ter cometido algum outro delito, pois foi preso.
Na prisão, um presente inesperado de Deus: Onésimo conheceu o Apóstolo Paulo que, na ocasião, estava preso por perseguição dos judeus, sob o poder da Justiça Romana. Esse encontro mudou a vida de Onésimo. Ao conhecer a história de Jesus Cristo e o poder de sua paixão e ressurreição, através do ardoroso Paulo, Onésimo se converteu e descobriu uma nova vida jamais sonhada. Nesse processo de conversão, Onésimo caiu em si, reconheceu seu pecado, confessou-o a Paulo e foi perdoado. Uma nova jornada começava para Onésimo.
Na prisão, Paulo ministrou a Onésimo o batismo. E, tendo Onésimo cumprido sua pena, recebeu a liberdade. Mas Paulo o enviou de volta a seu amo, o também amigo e irmão na fé, Filemon. E enviou-o com uma carta. Essa carta, escrita de próprio punho, é uma das páginas mais lindas do Novo Testamento. Nela, Paulo mostra seu coração misericordioso e cheio de amor para com seus filhos espirituais, especialmente Onésimo.
Na carta a Filemon, Paulo explica que está disposto a pagar pelo erro do escravo, caso Filemon não o perdoe, pois tem a convicção de que Onésimo convertera-se radicalmente e tornara-se um cristão firme e forte. Ele conta como foi a conversão de Onésimo e, cheio do Espírito Santo, escreve: "Venho suplicar-te por Onésimo, meu filho, que eu gerei na prisão. Ele outrora não te foi de grande utilidade, mas agora será muito útil, tanto a mim como a ti. Eu envio-o a ti como se fosse o meu próprio coração....Portanto, se me consideras teu irmão na fé, recebe-o como a mim próprio". (Filemon 18 e 19)
Conhecedor da santidade de Paulo e do poder da Palavra de Deus, que é capaz de transformar pessoas, Filemon não só perdoou Onésimo como, também, deu a ele a liberdade. Depois, reconhecendo a vocação apostólica de Onésimo, Filemon apoiou totalmente seu ex-escravo. Este que passou a ser um pregador da Palavra de Deus, tanto oralmente quanto pelo seu exemplo de vida.
Onésimo, como filho espiritual de Paulo ficou muito ligado a seu pai espiritual. Paulo, por sua vez, certo da vocação de Onésimo, mesmo da prisão enviou-o à cidade de Colossos, como pregador. Depois da maravilhosa experiência em Colossos, Onésimo foi para Éfeso. Lá, foi sagrado Bispo, substituindo outro Santo e discípulo de Paulo, chamado Timóteo.
A missão episcopal de Santo Onésimo na cidade de Éfeso foi promissora. Seu ardor missionário e virtudes cristãs ultrapassaram Éfeso e sua fama se espalhou. Por causa disso e de sua liderança cristã fortemente reconhecida, Onésimo foi preso pelas forças do Imperador Romano Domiciano. Levado a Roma, foi julgado e condenado a morrer apedrejado. Santo Onésimo entregou sua vida por causa de Jesus Cristo e do Evangelho.
“Ó Deus, que destes a Santo Onésimo a graça de conhecer-Vos quando estava na prisão, já sem esperança de uma vida melhor, por intercessão de Santo Onésimo, dai também a nós a graça de conhecer-Vos, mesmo estando em nossas prisões interiores. Libertai-nos de toda escravidão como fizestes a Santo Onésimo e fazei de nós evangelizadores pela Palavra e pelo testemunho de vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, amém. Santo Onésimo, rogai por nós.”
DIA DE SÃO CLÁUDIO DE LA COLOMBIÈRE - 15 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 15.02.22
Cláudio de La Colombière nasceu nas proximidades de Lion, na França, em 02 de fevereiro de 1641. Seus pais eram nobres, ricos e cristãos. Por isso, planejavam dedicar o filho ao serviço de Deus. Cláudio, porém, era totalmente contrário a essa ideia. Acontece que ele tinha realmente a vocação religiosa, mas por causa da insistência dos pais, passou sua infância e adolescência lutando contra essa possibilidade.
O que o fez mudar de ideia foi o contato com os jesuítas de Lion, onde estudou. Ali, vendo o exemplo de vida e a sabedoria dos jesuítas, descobriu que, realmente, tinha vocação religiosa. Por isso, ingressou na Companhia de Jesus e continuou seus estudos. De Lion, foi transferido passa a cidade de Avinhon e, depois, para Paris. Em Paris, foi ordenado padre três anos mais tarde. Em 1675, professou os votos solenes na Ordem dos Jesuítas e foi dirigir uma pequena comunidade jesuíta em Parai-le-Monial, França. Ali, a missão que o esperava mudaria sua vida.
Em Parai-le-Monial Padre Cláudio recebeu a missão de ser Confessor do Mosteiro da Visitação. Ali, vivia uma religiosa de vinte e oito anos, acamada há tempos por causa de fortes dores reumáticas. Seu nome: Margarida Maria Alacoque, uma mulher de grande poder espiritual. Sua santidade e sabedoria influenciavam a todos que dela se aproximavam. Margarida Alacoque tinha recebido do próprio Jesus as revelações da poderosa devoção ao Sagrado Coração de Jesus.
Naquela época, porém, os devotos do Sagrado Coração eram tidos como idólatras. Por isso, eram atacados com palavras e ameaças. Coube ao Padre Cláudio a missão de ouvir Santa Margarida, estudar as revelações e, à luz da Teologia, legitimá-las perante os resistentes. A partir de sua intervenção, a devoção ao Sagrado Coração de Jesus deixou de ser perseguida para se tornar uma das maiores e mais duradouras devoções de todos os tempos.
Em 1674, o Padre Cláudio de La Colombière foi transferido para Londres. Sua nova missão era a de ser o Capelão de Maria Beatriz D'Este, esposa do Duque de York, Carlos II, futuro Rei da Inglaterra. Naquela época, a Igreja Católica era uma instituição fora da lei na Inglaterra e, por isso, perseguida. Entretanto, por ser Capelão da esposa do Duque de York, Padre Cláudio celebrava missas numa capelinha. Assim, acabou passando a ser procurado por inúmeros cristãos clandestinos: padres exilados, freiras, religiosos. Todos vinham, aflitos, ansiosos por ouvir seus conselhos. Ali, Padre Cláudio de La Colombière alimentou a fé dos cristãos perseguidos e encorajou-os a perseverarem dando-lhes grande conforto espiritual.
Depois de um tempo em Londres, Padre Cláudio de La Colombière foi enviado às colônias inglesas da América como jesuíta missionário. Dezoito meses após sua chegada, ele foi acusado pelos colonos de querer restaurar a Igreja Católica no reino. Por isso, foi preso. Porém, por graça de Deus, ele era protegido do Rei da França. Isso fez com que ele não permanecesse na prisão e fosse expulso das colônias inglesas da América.
Padre Cláudio de La Colombière volta à França, no ano 1681. Nessa época, porém, ele se encontrava muito doente. Seu irmão quis ajudá-lo tentando levá-lo para locais mais saudáveis, mas ele não quis. Na verdade, ele tinha recebido uma mensagem de Santa Margarida Alacoque, que afirmava: "O Senhor me disse que sua vida findará aqui". Assim, São Cláudio de La Colombière faleceu em Parai-le-Monia, no dia 15 de fevereiro de 1683. Seu corpo fica sepultado no convento dos padres jesuítas. Foi beatificado em 1929, pelo Papa Pio IX, e canonizado pelo Papa João Paulo II, em 1992, em Roma.
“Ó Pai, pela Vossa misericórdia, São Cláudio de La Colombière anunciou as insondáveis riquezas de Cristo. Concedei-nos, por sua intercessão, crescer no Vosso conhecimento e viver na Vossa presença segundo o Evangelho, frutificando em boas obras. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo. Amém. São Cláudio de La Colombière, rogai por nós.
DIA DE SÃO VALENTIM - 14 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 14.02.22
O Dia de São Valentim é comemorado anualmente em 14 de fevereiro em diversos países do mundo, tais como Argentina, Espanha, Portugal, França, etc.
Também conhecido como o Dia dos Namorados ou Valentine’s Day, essa é uma data especial celebrada por casais de várias partes do planeta, onde se comemora o amor e a união das pessoas que se amam.
Esse dia foi escolhido por ser a data em que um Bispo da Igreja Católica, chamado Valentim, foi morto em Roma pelo fato de ter desobedecido o Imperador realizando casamentos às escondidas.
Curiosamente, os brasileiros não têm o costume de celebrar o Dia de São Valentim, pois essa é uma tradição dos países anglo-saxões, que não encontrou muita acolhida por aqui.
No Brasil, o Dia dos Namorados é comemorado no dia 12 de junho, véspera de Santo Antônio, popularmente conhecido como Santo Casamenteiro.
A História conta que existem dois mártires com o nome de Valentim. Um deles, nasceu em 175, perto de Roma, onde foi consagrado Bispo. Naquela época, Valentim lutou contra as ordens do Imperador Cláudio II, que havia proibido o casamento durante as guerras, pois acreditava que os solteiros eram melhores combatentes.
Valentim continuou celebrando casamentos mesmo com as proibições. Mais tarde, foi descoberto, preso e condenado à morte, porém, enquanto estava preso, muitos jovens ofereciam-lhe flores e bilhetes dizendo que ainda acreditavam no amor.
Enquanto aguardava na prisão o cumprimento da sua sentença, ele se apaixonou pela filha cega de um carcereiro e, milagrosamente, devolveu-lhe a visão.
A Igreja Católica decretou o Dia de São Valentim como Dia dos Namorados, ainda durante o século V, com o intuito de incentivar os casais que pretendiam seguir com o matrimônio como uma forma "legítima" de constituir uma família.
A intenção da Igreja era substituir o tradicional festival romano Lupercalia - que consistia na veneração da deusa da fertilidade, e marcava o início da Primavera - pelo Dia de São Valentim. Assim, aos poucos, os povos da Europa começaram a substituir a celebração profana pelo dia do Santo.
No entanto, no final do século XVIII, a Igreja Católica retirou o Dia de São Valentim do calendário religioso, visto que não existiam provas históricas concretas da existência do Santo. Apesar disso, a data permaneceu como uma celebração popular.
Atualmente, os restos mortais de São Valentim repousam na igreja de Santo Antão, em Madrid.
Nos Estados Unidos, o Dia de São Valentim é comemorado como se fosse o Dia dos Namorados no Brasil.
Dessa maneira, na época dessa comemoração, é comum ver as lojas decoradas com temas românticos. Nesse dia, os casais saem para jantar, trocam presentes, cartões e declaram seu amor um pelo outro.
É uma data sugestiva para pedidos de casamentos, e uma ocasião que não deixa nem as crianças menores de fora, uma vez que elas também comemoram a data na escola, fazendo cartões e os trocando com os colegas da sala, juntamente com doces.
DIA DE SÃO MARTINIANO - 13 DE FEVEREIRO
HOMILIA 13.02.22
Martiniano nasceu em Cesareia, na Palestina, no século IV. Sabe-se que desde criança ele quis dedicar sua vida ao serviço de Deus. Por isso, ainda criança, procurava a oração e o conhecimento da vida cristã. Aos dezoito anos, convicto de sua vocação para a vida religiosa, abraçou o celibato, a pobreza e a obediência, ingressando numa comunidade de monges eremitas que ficava perto de Cesareia. Cada um vivia numa pequena casa muito simples e se reuniam em alguns momentos para rezar. Ali, ele viveu por sete anos.
O monge Martiniano passou a ser procurado por pessoas que precisavam de conselho e orientação espiritual. Por isso, logo sua fama de sabedoria e santidade se espalhou através daqueles que recebiam seus conselhos e orientações. Muitos testemunhavam, inclusive, a cura de doenças e a libertação dos demônios através da oração de São Martiniano. Assim, sua fama se espalhou por toda a região.
A fama de santidade do monge Martiniano atraiu uma bela jovem cortesã chamada Cloé. Tratava-se de uma mulher muito rica, bonita e cheia de costumes libertinos. A jovem Cloé apostou com seus amigos e amigas que conseguiria fazer o casto Mariniano se perder. Para isso, deixou suas roupas luxuosas e vestiu-se como uma mendiga. Depois, foi à procura de Martiniano e pediu-lhe abrigo. O santo, agindo com caridade, abrigou-a na cela onde ficava e foi para o fundo da casa. Lá, fez suas orações, cantou salmos de louvor e se recolheu para dormir.
A jovem Cloé não desistiu da ideia de seduzir Martiniano. Assim, quando o Santo adentrou à casa, encontrou-a trajando uma veste toda sensual. Então, ela tentou seduzi-lo através de sua beleza e de argumentos cheios de doçura e encantamento. O monge, porém, percebeu que por dentro daquele corpo bonito havia uma mulher triste, que sofria por não se sentir verdadeiramente amada e por não ter um sentido de vida. Ele, então, refletiu esta verdade a ela como se fosse um espelho de sua alma. Depois, falou-lhe sobre o profundo e insondável amor de Deus, que nos ama porque Ele é amor e não porque mereçamos esse amor. Sentindo o toque da graça e percebendo-se amada pelo Pai, Cloé acabou se convertendo. A partir de então, ela ingressou no Convento de Santa Paula, na cidade de Belém. Lá, ela viveu o resto de sua vida, santificando-se na vida religiosa.
Martiniano, por sua vez, tinha se sentido tentado ao lidar com Cloé. Por isso, decidiu mudar-se para uma ilha. Seu desejo era ficar livre de influências exteriores que pudessem vir a tentá-lo novamente. Porém, aconteceu que, nas águas que circundavam aquela ilha, um navio naufragou. Por isso, uma jovem chamada Fotinia, que conseguiu se salvar, chegou à ilha agarrada aos restos do navio, encontrou a casa de São Martiniano e lhe pediu abrigo. Movido pels caridade, ele a abrigou. Porém, para não voltar a sentir a tentação, decidiu abandonar a ilha nadando, apesar de estar a uma boa distância do continente. A tradição diz que que Deus enviou dois golfinhos que o ajudaram na travessia, fazendo-o chegar em terra firme são e salvo.
Depois deste fato, São Martiniano optou por uma decisão radical. Abriu mão do direito de ter um endereço fixo para nunca mais ter que dar abrigo a alguém. Ele quis evitar a todo custo que voltasse a ser tentado pelo pecado. Por isso, passou a ser um andarilho e a viver da caridade dos outros. Assim, viveu o resto de seus dias. São Martiniano faleceu na cidade de Atenas, no ano 400. Ele pressentiu sua morte. Enaão, parou sua caminhada numa igreja da Capital grega. Ali, um padre percebeu que ele estava falecendo e ministrou-lhe os sacramentos. E São Martiniano partiu para o céu na serenidade e na paz.
“Ó Deus, que destes a São Martiniano a graça de ser fiel à vocação para a qual o chamastes, dando a ele forças para vencer todas as tentações que pudessem desviá-lo do caminho, dai também a nós, por sua intercessão, a graça da fidelidade à nossa vocação e a coerência de vida, por Nosso senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo. Amém. São Martiniano, rogai por nós.”
DIA DE SANTA EULÁLIA - 12 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 12.02.22
Eulália nasceu numa região próxima a Barcelona, Espanha, no ano 290. Filha de uma família nobre e rica, seus pais possuíam uma grande propriedade nos arredores da Corte. Os pais cuidaram da filha com toda dedicação, enchendo-a de mimos e carinhos, tendendo para uma superproteção. Eulália, por usa vez, desde pequena, já demonstrava caráter e força de vontade.
Desde criança Eulália descobriu as delícias da oração e dedicava-se a ela com prazer. Logo, passou a demonstrar grandes virtudes cristãs como a humildade, sabedoria, prudência. Além disso, sua inteligência era brilhante. Porém a maior virtude da menina Eulália era, sem dúvida, a caridade. E essa caridade nascia da oração, do encontro com Jesus Cristo. Com efeito, Eulália reunia-se com suas amiguinhas em seu quarto, e, ali, passavam horas cantando salmos e hinos de louvor ao Senhor. Depois disso, saíam distribuindo os melhores bens que possuíam às crianças pobres da redondeza. Essas, por sua vez, estavam sempre batendo à porta de sua casa, sabendo que seriam atendidas com amor.
Aos treze anos, Eulália começou a sentir os efeitos da perseguição romana contra os cristãos. Nesse tempo, chegou a Barcelona um juiz chamado Daciano, enviado pelos Imperadoes Romanos Maximiano e Diocleciano. Daciano tinha como missão acabar com o cristianismo nascente na região da Espanha. Ele fora escolhido por ser implacável com os seguidores da Doutrina de Cristo. Os pais de Eulália, temendo por sua vida, levaram-na para uma segunda propriedade, mais distante. Ali, pensavam, ela estaria mais segura, porque sua fé e prática cristãs tinham se tornado famosas onde viviam.
Para Eulália, porém, fugir dos exterminadores de cristãos era covardia. Por isso, numa certa madrugada, ela fugiu da segurança de seus pais e, escondida, apresentou-se voluntariamente ao arrogante juiz. Este ficou admirado de ver a coragem da menina. Consta nos livros que ela teria dito ao magistrado: "Querem cristãos? Eis aqui uma".
Como era seu desejo, Eulália foi levada a julgamento. O juiz ordenou que ela prestasse culto a um deus pagão. Entregou a ela sal e incenso e ordenou que ela os colocasse ao pé do altar. Eulália, porém, negou-se decididamente. Aproximou da estátua do deus pagão e derrubou-a. Em seguida, espalhou pelo chão os grãos de sal e incenso. Essa sua atitude deixou Daciano furioso. Por isso, ele ordenou que ela fosse chicoteada. Os algozes obedeceram de tal forma que seu corpo todo ficou em chagas abertas. Mesmo assim, ela não negou sua fé em Jesus. Então, Daciano ordenou que ela fosse queimada viva. Era o dia 12 de fevereiro do ano 304.
O corpo de Santa Eulália foi sepultado no interior da igreja de Santa Maria das Arenas. Essa igreja foi destruída, mais tarde, por um incêndio. Porém, as relíquias de Santa Eulália foram mantidas intactas. Durante a dominação dos muçulmanos, quando a fé cristã voltou a ser proibida, suas relíquias foram escondidas. Mais tarde, foram recuperadas. A devoção a Santa Eulália foi mantida, principalmente na região de Barcelona. De lá, estendeu-se por toda a Espanha. Depois, chegou a todo o mundo cristão. Santa Eulália tornou-se Padroeira de Barcelona, juntamente com a Virgem das Mercês.
“Deus, nosso Pai, Santa Eulália confessou com sua própria vida que existe um só Senhor e Deus. Hoje, vos pedimos humildemente: libertai-nos dos deuses que construímos, segundo a nossa imagem e semelhança. Somente vós sois digno de todo louvor, de toda honra no céu e na terra. Somente vós o Senhor da história, Aquele que é, Que era e Que vem. Não nos deixeis, Senhor, prostituir aos ídolos do dinheiro, do poder, do ter mais e mais, mesmo à custa dos valores mais altos e mais nobres da pessoa humana. Que, a exemplo de Santa Eulália, confessemos com a nossa vida de cada dia que não temos outro Deus senão a Vós, e que em Vós depositamos toda a nossa confiança. Amém. Santa Eulália, rogai por nós.”
DIA DE NOSSA SENHORA DE LOURDES - 11 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 11.02.2022
Nossa Senhora em Lourdes e sua devoção começaram no dia 11 de fevereiro de 1858, na pequena vila de Lourdes, França. Nesse dia, três amigas foram buscar lenha na mata que ficava perto da vila: Bernadete Soubirus de 14 anos, sua irmã Marie Toinette de 11 anos e a amiga Jeane Abadie, de 12 anos.
A caminho do rio Gave, passaram por uma gruta. Ali, Bernadete ouviu a voz de uma mulher chamando-a carinhosamente. A voz vinha de dentro da gruta. Curiosa e obediente, Bernadette entrou e viu a figura de uma jovem senhora vestida de branco, com uma faixa azul na cintura e um rosário de contas de pérolas em suas mãos.
As duas começaram a rezar juntas, e, pouco depois, Maria desapareceu. Por um período de cinco meses, Nossa Senhora de Lourdes apareceu para as três meninas, sempre marcando o dia e a hora que iria aparecer para elas.
A notícia se espalhou e muitas pessoas foram à gruta no desejo de ver Nossa Senhora de Lourdes, mas só as crianças viam, o que gerou muita desconfiança e dúvida na população. Muitas vezes, Bernadete foi vitima de agressões e zombarias feitas pela população.
O próprio governo francês se envolveu na polêmica e interditou a gruta por um determinado tempo. Nessa ocasião, Bernadete, porém, fortalecida pela graça de Deus, se manteve firme e insistia que Nossa Senhora pediu para que se construísse uma capela no local das aparições.
Tanto a população quanto a Igreja desconfiaram de Bernadete e das crianças que viam Nossa Senhora de Lourdes. E essa resistência começou a ficar muito séria. Por isso, Nossa Senhora, numa de suas últimas aparições, disse a Bernadete que fosse à gruta em determinado dia e hora e começasse a cavar o chão com as próprias mãos. Bernadete obedeceu e, no local onde ela cavou, começou a brotar água e nunca mais parou. E era sabido por todos que ali, era um lugar seco onde jamais tivera fonte de água.
Ao saber da água que brotou na gruta, o povo começou a ir até lá em busca de cura. Então, começaram a acontecer curas inexplicáveis entre o povo que se banhava nas águas da gruta de Lourdes. Curas de pessoas deficientes físicas, paraplégicos e de portadores de enfermidades incuráveis, confirmadas por médicos e cientistas. As curas, aliás, nunca deixaram de acontecer em Lourdes até hoje. Tanto que lá existe uma comissão de médicos pronta para avaliar e atestar se determinada cura foi ou não um milagre.
No dia 18 de janeiro de 1862, Dom Laurence, Bispo de Tarbes, deu a declaração oficial proclamando a posição da Igreja diante dos acontecimentos de Lourdes: Inspirados pela Comissão composta por sábios, doutores e experientes sacerdotes que questionaram a criança, estudaram os fatos, examinaram tudo e pesaram todas as provas.
Chamamos também a ciência, e estamos convencidos de que as aparições são sobrenaturais e divinas, e, que por consequência, o que Bernadete viu foi a Santíssima Virgem Maria. Nossas convicções são baseadas no depoimento de Bernadete, mas, sobretudo, sobre os fatos que têm acontecido, coisas que não podem ser outra coisa senão uma intervenção Divina.
Depois que Nossa Senhora de Lourdes apareceu pela última vêz, Bernadete ingressou na congregação das Irmãs de Caridade de Nevers. Ela estava com 22 anos e morreu aos 34 anos.
Uma das grandes revelações de Maria em Lourdes foi afirmar que Ela era a Imaculada Conceição, título que o Papa Pio IX havia dado a Maria, 4 anos antes em Roma. Bernadete e as meninas não tinham conhecimento disso. Esse título é um Dogma de Fé da Igreja, uma verdade de fé que os católicos acreditam.
No ano de 1876, foi edificada a Basílica de Lourdes, no local em que Maria havia aparecido. Um local que recebe anualmente milhões de peregrinos do mundo inteiro. Hoje, esse Santuário está em uma área com várias Igrejas e outras instituições construídas em torno da gruta.
Bernadete foi Canonizada pelo Papa Pio XI no dia 8 de dezembro do ano de 1933, e Lourdes tornou-se um dos maiores locais de visitação dos peregrinos do mundo todo.
A grande mensagem de Nossa Senhora de Lourdes é uma mensagem de conversão e de penitência. Nossa Senhora chamou insistentemente que aqueles que estão distantes de Deus voltem para a casa do Pai, pois estamos num tempo de grandes dificuldades. Oração do terço, penitência e conversão, essa é a grande mensagem de Nossa Senhora Lourdes.
Ó Virgem Puríssima, Nossa Senhora de Lourdes, que vos dignastes aparecer a Bernadette, no lugar solitário de uma gruta, para nos lembrar que é no sossego e recolhimento que Deus nos fala, e nós falamos com Ele. Ajudai-nos a encontrar o sossego e a paz da alma, que nos ajudam a conservar-nos sempre unidos em Deus. Nossa Senhora da gruta, dai-me a graça que vos peço e tanto preciso, (pedir a graça). Nossa Senhora de Lourdes, rogai por nós.
DIA DE SANTA ESCOLÁSTICA - 10 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 10.02.22
Santa Escolástica e São Bento, gêmeos, nasceram na cidade de Nórcia, no centro da Itália, no ano 480. Filhos de família rica e nobre, sofreram uma grande perda logo ao nascer, pois a mãe faleceu no parto. Apesar da ausência da mãe, receberam educação primorosa e sólida formação na fé cristã. Tanto que Santa Escolástica, quando era ainda muito jovem, e antes mesmo de se tornar monja, decidiu consagrar-se totalmente a Deus, com o voto de castidade.
O voto de castidade feito por Santa Escolástica, antes mesmo de se tornar freira, mostra a certeza de sua vocação. Porém ela ainda não sabia como deveria viver esse chamado profundo que Deus lhe fizera. No tempo de seu amadurecimento vocacional, seu irmão, São Bento, fundou a Ordem Beneditina e o primeiro mosteiro cristão do Ocidente. A regra de vida dos beneditinos era a inspiração que faltava para Santa Escolástica discernir por completo sua vocação. Assim, ela seguiu os passos do irmão e fundou o ramo feminino da Ordem Beneditina. Um pequeno grupo de moças a acompanhou nessa jornada.
Santa Escolástica contou com toda a ajuda do irmão no que diz respeito à adaptação da regra de vida dos beneditinos ao modo de ser feminino. Assim, nasceu o primeiro mosteiro cristão feminino do Ocidente, fundamentado, principalmente, na vida em comunidade e no princípio “Ora et Labora” (Oração e Trabalho) criado por São Bento. Até então, monges e monjas eram eremitas que viviam isolados, sem uma vida em comunidade. Já os beneditinos viviam com horários e atividades bem definidos ao longo de todo o dia.
O Mosteiro das Beneditinas, que começou pequeno, logo floresceu e várias moças começaram a procurá-lo para ali ingressarem e viverem a consagração total a Deus na oração, no trabalho, no estudo e na vida em comunidade, ajudando, compartilhando e suportando umas às outras com caridade e amor cristão.
A relação de Santa Escolástica com seu irmão gêmeo São Bento, era profunda. Havia entre eles uma ligação inspiradora. Os mosteiros masculino e feminino ficavam perto um do outro. Porém os dois irmão só se viam uma vez por ano, no tempo da Páscoa, por causa das regras de vida e das mortificações que se impunham.
Certa vez, num desses encontros em que estavam São Bento, Santa Escolástica e mais alguns monges e monjas dos dois mosteiros, eles passaram o dia conversando sobre as coisas espirituais e as riquezas do Reino dos Céus. Ao anoitecer, São Bento, rígido, avisou que era hora de voltarem para seus mosteiros. Santa Escolástica, porém, insistia em ficar mais, pois o crescimento espiritual e o colóquio entre os irmãos estavam preenchendo sua alma. São Bento, porém, permanecia irredutível. Então, Santa Escolástica orou pedindo ajuda a Deus. Nesse momento, caiu uma chuva torrencial, que impedia a todos de irem embora. Assim, permaneceram toda a noite ali, partilhando as coisas de Deus e rezando. Ao amanhecer, todos foram para seus mosteiros. Três dias depois, Santa Escolástica faleceu. São Bento, em oração, viu o espírito da irmã, como uma pomba, entrar no paraíso. Por isso, Santa Escolástica é tambémrepresentada com uma pomba branca na mão ou no peito. Era o dia 10 de fevereiro do ano 547.
São Bento sepultou a irmã no túmulo que ele tinha preparado para sua própria sepultura. Quarenta dias após a morte da irmã, era a vez de São Bento ser levado para o céu. Ele faleceu no mosteiro que fundara, levando para Deus uma vida santa. A mensagem e a forma de vida de São Bento e de Santa Escolástica influenciaram todo o Ocidente cristão. Das Ordens religiosas criadas por eles, várias outras foram criadas, todas vivendo sob a regra de vida baseada no lema “Oração e Trabalho”.
“Ó Deus, Pai de misericórdia, Santa Escolástica mostrou que nossa missão é servir, é carregar os fardos uns dos outros, é promover a harmonia e a paz entre todos os homens. Dá-nos compreender em profundidade esses Teus desígnios, para que nos aproximemos de Ti, para que Te reconheçamos nos irmãos e para que Te louvemos e bendigamos sem cessar. Amém.”
DIA DE SANTA APOLÔNIA - 09 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 09.02.22
Santa Apolônia viveu no tempo do Império Romano, por volta do ano 249. Era o tempo do Imperador Felipe, que foi derrotado por Décio. Este tornou-se um dos mais cruéis perseguidores dos cristãos. Apolônia era filha de um rico magistrado de Alexandria, cidade importante do Egito, então sob o domínio do Império Romano. Apolônia teve sua história contada pelo então Bispo de Alexandria, São Dionísio, em cartas ao Bispo Fabio de Antioquia.
Na sétima investida do Imperador Décio contra os cristãos, ela foi capturada. Como Décio sempre fazia, Apolônia foi obrigada a renunciar à sua fé cristã pelas forças do império. Além disso, foi obrigada a prestar culto aos deuses romanos e a obedecer o Imperador. Santa Apolônia, porém, firme na fé e tomada por uma coragem impressionante, negou-se a obedecer. Por isso, ela passou a sofrer terríveis torturas em praça pública, diante de todo o povo, que se impressionava com tudo o que via.
Em meio às grandes torturas que sofreu sem negar sua fé, Santa Apolônia teve seus dentes arrancados por pedras afiadas. Mesmo sofrendo a dor lancinante de ter seus dentes quebrados, ela não renunciou à sua fé em Jesus Cristo. Ao ver sua firmeza na fé, os carrascos quebraram sua face com pancadas. Em seguida, foi condenada a morrer queimada. Depois de sua morte, seus dentes foram recolhidos e levados para vários mosteiros. Existe um dente e um pedaço de sua mandíbula no Mosteiro de Santa Apolônia, em Florença, Itália.
Depois de todos os sofrimentos pelos quais tinha passado, Santa Apolônia ainda reunia forças para mostrar a todos sua fé inabalável. Assim, mesmo amarrada, ela própria se jogou na fogueira onde morreria, dizendo que preferia a morte a renunciar sua fé em Cristo Jesus. Deus, porém, protegeu Santa Apolônia e ela escapou ilesa da fogueira. Muitos dos presentes se converteram ao presenciar este fato. Então os algozes lhe deram vários golpes de espada e lhe deceparam a cabeça. Santa Apolônia faleceu no ano de 249.
Mais tarde Santo Agostinho explicou que esse ato de Santa Apolônia foi inspirado pelo Espírito Santo, como um ato de coragem ao enfrentar todas as forças da época em nome de Jesus Cristo.
Santa Apolônia foi canonizada no ano 300. Seu culto é mais conhecido e divulgado na Europa, principalmente na Alemanha, França e Itália. Sua festa litúrgica é realizada no dia 9 de fevereiro. Ela é padroeira da Odontologia e dos cirurgiões-dentistas, dos que sofrem de dores na boca e problemas nos dentes.
Por ter tido os seus dentes arrancados, ela é representada por uma imagem de uma senhora com vestes simples, adornada de um véu. Tem a seus pés uma palma e um fórceps na mão, segurando um dente.
"Óh bom Deus. Rogamos que a intercessão da gloriosa mártir de Alexandria, Santa Apolônia, nos livre de todas as enfermidades do rosto e da boca. Lembrai-Vos principalmente das criaturas inocentes e indefesas. Afastai, se possível, a amargura das dores de dente. Iluminai, fortificai e protegei os cirurgiões-dentistas, para que sempre se dediquem ao próximo com o amor que de Vós emana, e nos seja dado usufruir de Vosso reino. Santa Apolônia, intercedei a Deus por nós. Amém."
DIA DE SANTA JOSEFINA BAKHITA - 08 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 08.02.22
Nasceu em 1869, em Darfur, no Sudão, um dos países mais pobres da África. O nome Bakhita, que significa “afortunada”, não é o nome que ela recebeu de seus pais, mas sim o que recebeu dos que a raptaram e escravizaram, quando ela ainda era criança. A violência, o trauma, a dor de ter sido raptada e feita escrava foram tão profundos em sua alma, que ela esqueceu seu próprio nome. Essa doce alma africana experimentou a humilhação e todo o tipo de sofrimento, tanto físico quanto moral, que acompanham a situação de escravidão.
Depois de um bom tempo na Capital do Sudão, Bakhita, ainda menina, foi vendida para um cônsul italiano. Este a levou para a Itália. O cônsul fez essa viagem acompanhado por um casal muito amigo. Durante a viagem, ele percebeu que esposa desse seu amigo gostou muito de Bakhita. Por isso, entregou Bakhita a essa família. A nova “mãe” de Bakhita morava em Veneza e tratava Bakhita com carinho. Algum tempo depois, nasceu uma filha desse casal. Bakhita passou, então, a ser a babá da menina e, depois, sua grande amiga.
A família com a qual Bakhita vivia tinha negócios na África. A um dado momento, esses negócios exigiram que o casal voltasse à África. Eles até pensaram em levar as duas meninas para a África, mas foram aconselhados a deixa-las na Itália, sob os cuidados das irmãs da Congregação de Santa Madalena de Canossa, em Veneza. Ali, vivendo com as irmãs, Bakhita, recebeu a mensagem do Evangelho e conheceu Jesus.
Bakhita foi batizada aos vinte e um anos, em 1890. Na ocasião, recebeu o nome de Josefina em homenagem a São José. Mais um tempo se passou, e o casal retornou da África para buscar as duas “filhas”. Para surpresa de todos, Bakhita pediu para ficar, manifestando a vontade de se tornar uma freira canossiana. Ela queria servir a Deus, depois de “tantas provas de amor recebidas”, dizia. Seus “pais” concordaram e ela ficou. Começava ali uma nova jornada em sua vida. Ela ainda passou por um tempo de discernimento da vocação. Então, quando teve certeza do chamado, assumiu a vida religiosa. Em 1896, ela fez seus votos, consagrando para sempre ao Senhor, a quem ela chamava carinhosamente de “Meu Patrão”.
Santa Josefina Bakhita permaneceu na vida religiosa por mais de meio século, até sua morte. Durante esse tempo, cheia de humildade e amor, ela se dedicou a todos os tipos de atividades da congregação. Ela cuidou do guarda roupas, foi cozinheira, sacristã, porteira e bordadeira. As irmãs e os fiéis a chamavam carinhosamente de “Irmã Morena” As irmãs a admiravam bastante pela bondade, generosidade e pelo seu grande desejo de fazer com Jesus fosse cada vez mais conhecido. Ela sempre dizia: "Sede boas, amai a Deus, rezai por aqueles que não O conhecem. Se soubésseis que grande graça é conhecer a Deus!".
Além da simplicidade e humildade, o seu sorriso constante conquistava o coração de todo tipo de gente que a conhecia. Com o passar dos anos, ela ficou doente, sofrendo longa e dolorosamente. Porém, continuou firme no seu sorriso, oferecendo seu precioso testemunho de fé. Tinha ela a grande capacidade de rir de si mesma e brincar, falando muito seriamente. Ela dizia: "Vou devagar, passo a passo, porque levo duas grandes malas: numa vão os meus pecados, e na outra, muito mais pesada, os méritos infinitos de Jesus. Quando chegar ao céu, abrirei as malas e direi a Deus: Pai Eterno, agora podeis julgar. E a São Pedro: fechai a porta, porque fico".
Ao final de sua vida, Santa Josefina Bakhita reviveu os horrores da escravidão, que ainda estavam gravados em seu inconsciente. Segundo seu próprio testemunho, foi Nossa Senhora quem a libertou destes sofrimentos. Assim, a lembrança da escravidão não lhe fazia mais sofrer. Suas últimas palavras antes de fechar definitivamente os olhos foram: "Nossa Senhora!". Irmã Josefina Bakhita entregou sua doce alma a Deus em 8 de fevereiro de 1947. Estava na casa da Congregação na cidade de Schio, Itália. A partir de então, muitos milagres e graças fpram alcançados por intercessão de Santa Bakhita. Em 1992, ela foi beatificada por João Paulo II. Em 2000, foi canonizada pelo mesmo Papa. Ficou assim instituído o dia para a celebração da "Santa Irmã Morena" em 8 de fevereiro, dia de sua morte.
“Ó Santa Josefina Bakhita, que, desde menina, foste enriquecida por Deus com tantos dons e a Ele correspondeste com todo o amor, olha por nós. Intercede junto ao Senhor para que cresçamos no Seu amor e no amor a todas as criaturas humanas, sem distinção de idade, de raça, de cor ou de situação social. Que pratiquemos sempre, como tu, as virtudes da fé, da esperança, da caridade, da humildade, da castidade e da obediência. Pede, agora, ao Pai do Céu, oh Bakhita, as graças de que mais preciso, especialmente (pedido). Amém.”
DIA DE SÃO RICARDO - 07 DE FEVEREIRO
HOMLILIA - 07.02.22
O Rei da Inglaterra Egberto l, que governou por 11 anos o país, morreu no ano de 675, deixando vago o Cargo , pois seu filho Eadric l ainda era uma criança. Então, Ricardo, que era seu tio, assumiu a coroa e governou até que seu sobrinho atingisse a idade certa. No ano de 685, Ricardo l passa o trono da Inglaterra para o sobrinho e legítimo herdeiro, Eadric l. Pouco depois, Ricardo ficou viúvo. Por isso, ele e seus três filhos foram morar no Mosteiro de Waltham, seguindo todas as regras de São Bento.
São Ricardo foi Rei da Inglaterra. Ele foi considerado por seus contemporâneos como um dos melhores conselheiros, pois tinha grande sabedoria. Sempre resolvia as contendas com dialogo e paz. Não ficou muito tempo como Rei, porque queria oferecer seu tempo e seu dinheiro para Deus. Teve 3 filhos que o seguiram e também se tornaram Santos: São Vinebaldo, São Vilibaldo e Santa Valberga.
Após alguns anos morando no mosteiro, Ricardo e os filhos se tornaram sacerdotes. Querendo aprofundarem-se na vida espiritual, planejaram fazer uma viagem. Iriam primeiro a Roma e, depois de visitarem as relíquias de São Pedro e São Paulo, iriam a Jerusalém cumprir o resto de sua santa peregrinação.
Assim, saíram da Inglaterra entrando pela França e, após um longo tempo de viagem a pé, São Ricardo ficou gravemente doente. Por isso, pararam na cidade de Luca, na Toscana, para que fosse atendido e medicado. A família planejava seguir viagem, mas por causa da gravidade da enfermidade, São Ricardo não suportou e morreu. Era o ano de 722.
O povo começou a chamá-lo de Rei Santo, pois quando foi enterrado na igreja de São Frediano, muitos milagres começaram a acontecer favorecendo as pessoas que rezavam em seu túmulo. Por isso, começaram a vir romarias de todos os lugares da Europa para rezarem no túmulo de São Ricardo.
Os filhos de São Ricardo passaram, então, a divulgar os milagres que aconteciam por intercessão do pai. Vilibaldo tornou-se Bispo de Eichstat, Vunibaldo tornou-se Abade de Heidenheim. A filha de São Ricardo, Valberga, tornou-se Abadessa na Inglaterra. Por causa do exemplo do pai, os filhos se tornaram Santos. Por isso, São Ricardo é o Padroeiro dos pais de família.
"São Ricardo, vós que soubestes com tanto amor e responsabilidade encaminhar vossos filhos pela senda da virtude da santidade com vossas palavras, ensinamentos, exemplos de vida, intercedei junto a Deus para que as crianças e jovens de hoje possam obter, por vossa graça, pais com esse mesmo amor pelas almas de seus filhos, pois a única e maior herança que podemos dar a eles é o caminho que os conduza aos Céus. Por Cristo Nosso Senhor. Amém! São Ricardo, rogai por nós."
DIA DE SÃO PAULO MIKI E COMPANHEIROS MÁRTIRES
HOMILIA - 06.02.22
Paulo Miki nasceu no ano 1564, na província de Harima, no Japão. Era filho de um nobre e famoso militar japonês, pertencente a uma família de samurais. Sua família era cristã, fruto da evangelização de São Francisco Xavier, alguns anos antes de seu nascimento, de 1549 a 1551. Paulo Miki recebeu sua formação no Colégio Jesuíta de Anziquiama, Japão. Essa formação seria decisiva em sua vida.
Estudando no Colégio Jesuíta, Paulo Miki teve a oportunidade de conhecer mais profundamente a fé cristã. Esse conhecimento despertou em seu coração o desejo de se tornar jesuíta. Por isso, pediu seu ingresso na Ordem e foi aceito. Por causa de sua capacidade intelectual e, principalmente, dos dons espirituais que recebera de Deus, Paulo Miki conquistava conversões impressionantes e se tornava uma luz em território japonês.
Homem de oração profunda, o Irmão Paulo Miki tornou-se um pregador de grande eloquência. Suas pregações arrebatavam os corações e confirmavam os japoneses na fé. Seu desejo de se tornar sacerdote teve que esperar, pois não havia bispo na região japonesa de Fusai. Mesmo assim, Paulo Miki continuou com seu ministério de pregação. Alguns anos depois, ele se tornou o primeiro japonês a ser ordenado padre no Japão. Uma vez padre, conquistou inúmeros corações por causa de seu testemunho de humildade e paciência.
O Imperador Toyotomi Hideyoshi simpatizava-se com o Catolicismo e permitia-o em suas terras. Porém, de repente, tornou-se um feroz perseguidor da fé em Cristo. O motivo foi político. Por ter conquistado a Coreia, o Japão rompeu relações com a Espanha e com todo o Ocidente. Isso motivou uma terrível perseguição contra os mais de trezentos mil cristãos japoneses de então. Até missionários franciscanos espanhóis que tinham sido bem recebidos pelo Imperador passaram a ser perseguidos.
Os católicos passaram a ser expulsos do Japão. Muitos, porém, decidiram ficar. E a repressão não tardou. O imperador mandou prender seis franciscanos. Em seguida, prendeu o Padre Paulo Miki, juntamente com outros dois jesuítas e um grupo de dezessete leigos companheiros de Paulo Miki e membros de ordens terceiras. Esse grupo de vinte e seis cristãos foi vítima de humilhações e torturas públicas das mais terríveis.
O grupo dos vinte e seis cristãos foi levado para Nagasaki. Tanto nas estradas quanto nas cidades, foram vítimas escárnio e zombarias. Alguns dos companheiros de São Paulo Miki eram muito novos. Sabemos de alguns nomes, como Tomaz Cozaki, 14 anos; Antônio, 13 e Luis Ibaraki, 11. Nenhum deles se dispôs a voltar atrás e renunciar à fé em Cristo em troca da liberdade. Todo os do grupo dos vinte e seis foram crucificados na colina que ficou conhecida como “Monte dos Mártires”, em Nagazaki, no ano de 1597.
Os cristãos que sobreviveram à perseguição se dispersaram para escapar dos massacres. Um grande número deles construiu morada às margens do rio Urakami, perto de Nagasaki. Lá, continuaram a praticar a fé cristã, apesar da ausência de sacerdotes. A comunidade conseguiu guardar no coração os ensinamentos de São Paulo Miki e dos outros evangelizadores que passaram por lá. Quando o Japão voltou a se abrir à Europa, missionários voltaram, igrejas foram reconstruídas em várias cidades e em Nagazaki, perto de onde os cristãos viviam clandestinamente.
A comunidade cristã do Japão passou cerca de 250 anos sem contato com a Igreja Católica. Porém guardava cuidadosamente três critérios escritos em livros e no coração de todos para reconhecer os verdadeiros líderes e padres católicos: "os padres não são casados, haverá uma imagem de Maria e esta Igreja obedecerá ao Papa-sama, isto é, ao Bispo de Roma". A comunidade japonesa, inspirada pelo exemplo e ensinamentos de São Paulo Miki e Companheiros, manteve a chama acesa da esperança de um dia voltar a poder manifestar sua fé publicamente. E assim aconteceu.
São Paulo Miki e seus Companheiros foram canonizados no ano 1862, pelo Papa Pio IX. Os ensinamentos e o exemplo que esses mártires deixaram alimentaram a fé dos cristãos japoneses por dois séculos e meio e, depois disso, até hoje, são inspiração e devoção entre todos os católicos japoneses.
“Deus, nosso Pai, pela força dos Santos São Paulo Miki e seus Companheiros que, em Nagazaki, chamastes à vida da glória pelo martírio, concedei-nos, por sua intercessão, perseverar até o fim na fé que professamos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo, amém. São Paulo Miki e Companheiros, rogai por nós.”
DIA DE SANTA ÁGUEDA - 05 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 05.02.22
Águeda nasceu em Catânia, Itália, no ano de 231. Era filha de nobres e teve uma educação esmerada, principalmente na fé cristã. Foi evangelizada ainda criança, e isso determinou todo o seu futuro. A menina experimentou o amor de Deus e não mais trocou este amor por nada neste mundo.
Era de família muito rica e sempre foi muito bonita. Mas, ainda jovem, consagrou a sua vida a Cristo, sempre ajudando os mais pobres e procurando uma vida de constante oração. Ela sentia em seu coração o forte desejo de uma consagração total e cada vez mais profunda, para dedicar sua vida à missão de anunciar a Boa Nova de Cristo a todos e ajudar os mais necessitados. Esse era o grande desejo de seu coração. Nisso estava a sua felicidade.
Porém, Quinciano, que era um nobre rico, poderoso e Cônsul da Itália, apaixonou-se por Águeda. Ficou encantado pela beleza e nobreza da jovem e queria de todas as formas casar-se com ela. Águeda, no entanto, já havia entregue seu coração para Deus e recusava-se terminantemente a se casar. Na sociedade em que ela viveu, isso era estranho, pois as mulheres eram obrigadas a aceitarem pedidos de casamentos como esse. Por isso, não se conformando com a recusa, Quinciano buscou ajuda até com uma feiticeira, para ver se conseguia mudar o coração de Águeda. Nada disso, porém, deu resultado. Foi quando o Cônsul descobriu que Águeda era cristã e havia feito uma consagração a Jesus Cristo.
Revoltado com esta situação, o Cônsul enlouqueceu e mandou prender Santa Águeda na Sicília, sob a acusação de prática de bruxaria e participação de seitas proibidas. O Imperador, na época, era Trajanus Décius, um grande perseguidor dos cristãos, que deu retaguarda a Quinciano. Este, em seguida, impôs a Santa Águeda grandes torturas.
Submeteu-a a vários interrogatórios cheios de muito sofrimento. Ele exigia que ela renegasse sua fé, mas ela não cedia. Então, ela foi colocada em um calabouço, mas dizia sempre que sua salvação era Jesus Cristo.
Não renegando sua fé, e não aceitando se casar com o Cônsul, Águeda foi submetida a torturas com ferro e fogo. Foi esticada na roda, açoitada, marcada com ferros em brasa. Furioso, Quinciano mandou arrancar os seios de Santa Águeda. Depois, jogaram-na no calabouço sem curativos. Lá, porém, ela teve uma visão de São Pedro com um Anjo, que a curou com óleos. Quinciano ficou furioso ao ver que ela estava curada. Então, mandou amarrá-la e que fosse arrastada sobre carvão em brasa e vidros. Santa Águeda rezava dizendo: "Meu Senhor Jesus Cristo, Vós sois o meu coração e a minha mente. Levai-me e fazei-me Sua." Santa Águeda pedia a própria morte a Deus, para aliviar seus sofrimentos.
No meio das torturas de Santa Águeda, houve um grande tremor de terra por causa do vulcão Etna. Assim, Santa Águeda morreu de joelhos, em oração, soterrada pelo terremoto. Era o dia 5 de fevereiro do ano 251.
O imperador Trajanus Décius deu retaguarda a Quinciano em suas torturas contra Santa Águeda. Por isso, ele fez todas aquelas barbaridades. Porém, pouco tempo depois da morte da Santa, o cavalo de Quinciano derrubou-o dentro de um rio, e ele morreu afogado.
No aniversário de morte de Santa Águeda, o vulcão Etna iniciou uma grande erupção. Os moradores pegaram o véu da Santa, que era guardado como relíquia pelos cristãos de Catânia, e subiram no monte em oração, pedindo que o vulcão, que aliviara os sofrimentos de Santa Águeda adiantando sua morte, aliviasse os sofrimentos do povo local, parando sua atividade. Foi, então, que a lava simplesmente parou e cessou a erupção.
A tumba de Santa Águeda está na Catânia, e seu véu está exposto na Catedral de Florença.
Ela é invocada contra erupções e terremotos.
São Gregório consagrou a Igreja dos Góticos em seu nome.
Ela é mostrada com uma palma na mão e, também, com os dois seios em uma bandeja.
"Concedei-nos, Senhor, o amor constante ao Vosso Santo Nome e a graça da perseverança nas coisas do alto durante toda a nossa vida, mesmo diante das perseguições, calúnias, torturas e sofrimentos. E pela intercessão de Santa Águeda, dai-nos, Senhor Onipotente, a graça que humildemente Vos pedimos, (pedido), por Cristo Nosso Senhor, amém. Santa Águeda, rogai por nós."
DIA DE SÃO JOÃO DE BRITO - 04 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 04.02.22
Nascido na cidade de Lisboa, Portugal, em 1 de março do ano 1647, João era filho de Salvador de Brito Pereira e Brites de Portalegre, nobres membros da Corte de Portugal. Seu pai, mais tarde, viria aa ser um Governador do Rio de Janeiro. Desde a infância, sendo de família cristã, alimentou o desejo de se tornar um missionário evangelizador em terras distantes, apesar da saúde frágil. Dedicou-se aos estudos e fez o máximo de sua parte, contando com a Providência Divina.
Mesmo com suas dificuldades de saúde, o jovem João de Brito perseverou no anseio de dedicar sua vida à missão nas terras mais longínquas. Era o tempo das grandes navegações, e ele sonhava ir para a Índia como missionário. Por isso, completou seus estudos chamados “superiores”, na grande Universidade de Coimbra. Ao completar vinte e seis anos, João de Brito foi ordenado sacerdote e ingressou na Companhia de Jesus. Apesar da saúde frágil, viajou para a Índia, onde se sentia chamado a pregar a Palavra de Deus.
O Padre João de Brito iniciou sua missão apostólica em Malabar, na Índia. Desde o início procurou fazer igual aos nativos em tudo o que fosse possível. Andava descalço por enormes distâncias portando tão-somente uma simples manta de algodão e livros cristãos. O Padre João de Brito criou uma nova maneira de evangelizar, que foi seguida por vários outros missionários. O segredo era seguir a máxima de São Paulo: “Fiz-me tudo para todos, a fim de ganhar alguns para Cristo.” 1Coríntios 9.
Para se aproximar dos hindus, o Padre João de Brito passou a caminhar com um cajado de bambu, vestir-se com um roupão avermelhado e calçar palmilhas de madeira. Procurava viver em tudo como um hindu, inclusive no comportamento e nos costumes alimentares. Porém sem jamais deixar de pregar o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Assim, São João de Brito conquistou muitos corações. Estes abraçavam a fé em Cristo com firmeza e renovação de coração.
Porém a fé cristã desmontava vários princípios hindus, principalmente a divisão da sociedade em castas, como destino irreversível de todos os seres humanos. O cristianismo prega exatamente o contrário, afirmando que todos são filhos de Deus, iguais, irmãos, filhos do mesmo Pai. Por isso, São João de Brito passou a sofrer severas perseguições. Foi preso e vítima de terríveis torturas, mas não desistiu.
E sua missão frutificou. Chegou a converter várias comunidades hindus à fé em Jesus Cristo. E essas comunidades se tornaram vivas, cheias de fé, maduras e exemplares na prática da caridade entre os irmãos. Os cristãos indianos convertidos por São João de Brito se sentiam particularmente felizes ao se libertarem da crendice na sina das castas e ao se reconhecerem todos irmãos, filhos do mesmo Pai. O apostolado de São João de Brito na Índia durou quinze anos.
No fim desses quinze anos na Índia, São João de Brito voltou para Portugal. Lá, recebeu um convite irrecusável para muitos: o de ser Conselheiro do rei Pedro II e mestre de seu filho. O Padre João de Brito, porém, recusou essa honraria. Atendeu o pedido de seu coração e voltou para a Índia.
Quando São João de Brito pisou em Malabar, voltando de Portugal, deparou-se com um cenário devastador: os cristãos tinham sido mortos; as casas e as igrejas de todos eles foram saqueadas e incendiadas. Tratava-se de uma revolta dos líderes religiosos hindus, conhecidos como brâmanes. Eles se revoltaram especialmente contra todos os que se diziam cristãos. Por isso, São João de Brito foi igualmente preso e decapitado. Aconteceu no dia 04 de fevereiro de 1693. Antes de ser executado, São João de Brito obteve permissão para orar. No mesmo local, seu corpo teve os membros decepados e foi exposto. O Papa Pio XII celebrou sua canonização em 1947 e determinou sua festa litúrgica para o dia de sua morte.
“Senhor, que fortalecestes com invencível constância o mártir São João de Brito para pregar a fé entre os povos da Índia, concedei-nos, por seus méritos e intercessão, que, celebrando a memória do seu triunfo, imitemos os exemplos da sua fé. Por Nosso Senhor. Amém. São João de Brito, rogai por nós.
DIA DE SÃO BRÁS - 03 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 03.02.22
São Brás, médico, sacerdote e bispo. Protetor contra os males da garganta e dos animais.
São Brás foi um homem de fé, valoroso médico que não só curava as pessoas de suas doenças, mas também dos males da alma. Tinha grande compaixão dos mais necessitados e usava de seu oficio para ajudar a todos sem discriminação.
São Brás nasceu na cidade de Sebaste, Armênia, perto do ano no final do século III. Num certo tempo, começou a questionar sobre sua profissão de médico, pois queria servir a Deus, mas não sabia como. Resolveu, então, tornar-se um eremita e ficar em constante oração. Assim, viveu numa gruta por muitos anos.
Logo, sua fama de santo se espalhou por toda a região da Capadócia, pois ele atendia a todos que o procuravam e, muitas vezes, as pessoas ficaram curadas de suas doenças do corpo e da alma. Até os animais selvagens conviviam em total harmonia com o santo.
Quando o Bispo local morreu, a população de toda a região foi ao seu encontro, pedindo para que ele se tornasse padre para tomar conta do povo de Deus. Ele aceitou e foi morar na cidade. Estudou e se ordenou padre. E, não muito tempo depois, foi sagrado Bispo. Construiu uma casa para abrigar a Diocese aos pés da gruta em que ele morou, e dali comandava a igreja de toda a região.
O prefeito de Sebaste na Capadócia era um tirano que combatia o Cristianismo em toda a região. Ele se chamava Agricola, era amigo do Imperador do Oriente, Licinius Lacinianus, que era cunhado de Constantino, Imperador do Ocidente, o qual parou de perseguir os cristãos.
Um dia, Agricola mandou seus soldados buscarem feras, leões, tigres, para servirem de espetáculo no martírio dos cristãos presos. Quando os soldados chegaram perto da gruta do Santo, viram todo o tipo de animal da floresta convivendo em harmonia com ele. Com espanto geral, correram para contar ao prefeito Agricola o que estava acontecendo.
Muito nervoso com o fato, o Governador mandou prender São Brás. Ele não se opôs, não tiveram nenhum tipo de resistência. Chegando à presença de Agricola, foi ordenado que São Brás renunciasse a Jesus Cristo e à Igreja, e adorasse os seus deuses. São Brás, então, disse que nunca deixaria de adorar a Deus e a Jesus Cristo. Disse ainda que a Igreja jamais acabaria porque era guiada pelo Espírito Santo. Por várias vezes, o Prefeito chamou-o para tentar muá-lo de opinião, mas ele nunca cedeu. Muitas pessoas visitavam o Santo na prisão para vê-lo e pedir orações. São Brás, apesar do sofrimento das torturas, atendia a todos com conselhos e orações.
Um dia, uma mãe desesperada o procurou porque seu filho estava quase morrendo com um espinho encravado na garganta. São Brás olhou para o céu, rezou e, em seguida, fez o sinal da cruz na garganta do menino. No mesmo instante, ele ficou milagrosamente curado. Por esse milagre, até os dias de hoje, São Brás é invocado para curar os males da garganta.
Em todos os lugares do mundo, quando uma criança ou qualquer pessoa se engasga, a invocação direta ao Santo logo é rezada: "São Brás te proteja." Ou simplesmente: "São Brás."
Nas igrejas de todo o mundo essa benção é feita especialmente no seu dia, com duas velas cruzadas sobre a garganta dos fiéis, que recebem a benção de São Brás.
Algumas mulheres foram à prisão ajudar São Brás por causa dos ferimentos das torturas que ele sofrera. Porém elas foram mortas pelos soldados do Governador, após terem jogado em um lago os ídolos dados pelos soldados para que elas renunciassem a Jesus e à Igreja. São Brás gritou com os soldados e contra o
governador, que também mandou jogar o santo no lago, mas, por milagre, ele andou sobre as águas e nada lhe aconteceu.
Voltando à terra, o governador enfurecido mandou decapitar São Brás. Assim, ele foi morto tendo sua garganta cortada pela espada. Era o dia 3 de fevereiro de 316. Sua festa é comemorada no dia 3 de fevereiro.
Até 732, o corpo e as relíquias de São Brás ficaram na catedral de Sebaste, na Armênia; depois, quando iam ser levadas para Roma, uma tempestade conduziu o barco até a cidade de Maratea, em Potenza, onde os moradores fizeram uma igreja e, posteriormente, a Basílica de São Brás, mudando o nome do local para "Monte São Brás".
"Ó glorioso São Brás, que restituístes com uma breve oração a perfeita saúde a um menino que, por uma espinha de peixe atravessada na garganta, estava prestes a expirar, obtende para nós todos a graça de experimentarmos a eficácia do vosso patrocínio em todos os males da garganta. Conservai a nossa garganta sã e perfeita para que possamos falar corretamente e assim proclamar e cantar os louvores a Deus. Amém".
"Por intercessão de São Brás, Bispo e Mártir, livre-te Deus do mal da garganta e de qualquer outra doença. Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. São Brás, rogai por nós. Amém."
DIA DA APRESENTAÇÃO DO SENHOR - 02 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 02.02.2022
A data de hoje lembra o cumprimento, por Maria e José, de um preceito hebraico. Quarenta dias após dar à luz, a mãe deveria passar por um ritual de "purificação" e apresentar o filho ao Senhor, no templo. Desde o século quatro, essa festa era chamada de "Purificação de Maria".
Com a reforma litúrgica de 1960, passou-se a valorizar o sentido da "apresentação", oferta de Jesus ao Pai, para que seu destino se cumprisse, marcando, em consequência, a aceitação por parte de Maria do que o Pai preparara para o Fruto de sua gestação. A data passou a ser lembrada, então, como a da "Apresentação do Senhor".
No templo, a família foi recebida pelo Profeta Simeão e pela Profetiza Ana, num encontro descrito por São Lucas no seu Evangelho, da seguinte maneira:
"Assim que se completaram os dias da purificação, conforme a Lei de Moisés, levaram o Menino a Jerusalém para apresentá-lo ao Senhor, segundo está escrito na Lei do Senhor, que "todo varão primogênito será consagrado ao Senhor", para oferecerem em sacrifício, segundo o que está prescrito na Lei do Senhor, um par de rolas ou dois pombinhos.
Havia em Jerusalém um homem justo chamado Simeão, muito piedoso, que esperava a consolação de Israel, e o Espírito Santo estava nele. Pelo Espírito Santo, foi-lhe revelado que não veria a morte antes de ver o Cristo do Senhor. Movido pelo Espírito, veio ele ao templo e, ao entrarem os pais com o Menino Jesus, também ele tomou-o em seus braços, bendizendo a Deus, e disse: "Agora, Senhor, já podes deixar Teu servo morrer em paz segundo a Tua palavra, porque meus olhos viram a Tua salvação, que preparaste ante a face de todos os povos, luz para iluminação das gentes e para a glória do Teu povo, Israel". José e Maria estavam maravilhados com as coisas que se diziam de Jesus. Simeão os abençoou e disse a Maria, sua Mãe: "Este Menino será um sinal de contradição, para ruína e salvação de muitos em Israel; e uma espada atravessará a tua alma para que se descubram os pensamentos de muitos corações". (Lc 2,22-35).
Ambos, Simeão e Ana, reconheceram em Jesus o esperado Messias e profetizaram o sofrimento e a glória que viriam para Ele e a família. É na tradição dessa profecia que se baseia também a outra festa comemorada nesta data, a de Nossa Senhora da Candelária, ou da Luz, ou ainda dos Navegantes.
DIA DE SANTA VERIDIANA - 01 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 01.02.22
Veridiana nasceu no ano 1182, em Castel Fiorentino (Castelo Florentino), na cidade de Florença, região da Toscana, Itália. Era filha de família rica e nobre, conhecida como família Attavanti. É certo que sua família estava em decadência na época de sua infância e juventude, mas ainda tinha muito prestígio. Desde criança, Veridiana mostrou-se caridosa e atenciosa para com o próximo, principalmente os mais necessitados.
Quando jovem, muito fervorosa, quis consagrar sua virgindade a Deus, para poder servi-lo melhor e dedicar-se à caridade. Nesse tempo, um tio seu bastante rico confiou-lhe a administração de seus bens. Ela só aceitou com a condição de poder continuar praticando a caridade e ajudando aos necessitados. Certa vez, num tempo de grande fome, seu tio vendeu uma grande quantidade de grãos a um comerciante. Porém, Veridiana tinha dado quase tudo aos pobres. Quando seu tio soube, ficou furioso e deu apenas vinte e quatro horas para que ela devolvesse tudo. Veridiana rezou pedindo socorro a Deus, pois não tinha como recuperar quase nada do que dera. Então, no dia seguinte, sem explicação, todos os mantimentos estavam lá. O comprador levou tudo, muito satisfeito.
Após esta experiência do socorro divino, Veridiana decidiu fazer uma peregrinação a dois centros importantes para a espiritualidade cristã: o túmulo de São Tiago de Compostela na Espanha, e Roma. Essa peregrinação foi decisiva para a vida de Santa Veridiana. Tanto que, quando voltou à sua terra natal, após meses de peregrinação, decidiu viver somente para Deus, dedicando toda a sua existência à oração, aos exercícios espirituais, à penitência e à solidão.
Santa Veridiana comunicou sua decisão a amigos e parentes. Estes, para manter a Santa por perto, construíram uma cela muito simples e pobre onde ela passou a viver. A cela ficava bem perto do Oratório de Santo Antônio. Ali, Santa Veridiana viveu por trinta e quatro anos de oração, penitência e solidão. A cela tinha somente uma janela pequenina. Através dessa janela Santa Veridiana recebia suas refeições e visitas. Através da janela ela também assistia à missa no Oratório. Os alimentos que recebia eram muito simples e em pouca quantidade, sendo suficientes para que ela não viesse a morrer de fome.
Santa Veridiana viveu trinta e quatro anos na cela onde livremente escolheu viver, sendo feliz na doce presença de Deus. Na cela também, ela venceu fraquezas pessoais e tentações diabólicas. Por isso, ela é representada apresentando uma cruz a duas serpentes. Santa Veridiana também aconselhava pessoas que a procuravam com problemas diversos. Ela atendia a todos sempre que podia. Todos voltavam com o coração confortado.
Sua fama de santidade atraiu não só os peregrinos locais, como também outros santos. São Francisco de Assis foi um deles. O pobrezinho de Assis, sabendo da santidade de Veridiana, visitou-a, abençoou-a em sua cela e a acolheu como membro da Ordem Terceira no ano 1221. Por isso, ela é representada com um hábito franciscano.
A morte de Santa Veridiana teve um sinal marcante de sua santidade. No dia 1 de fevereiro do ano 1242, todos os sinos do Castelo Florentino, onde ela nascera e vivera, começaram a tocar sozinhos, ao mesmo tempo. Não demorou para que os habitantes compreendessem que aqueles sinos anunciavam a morte de Santa Veridiana. Então, correram à sua cela e encontraram-na morta. Velaram-na com muito sentimento e sepultaram-na perto da cela onde passara a maior parte de sua vida.
O culto oficial a Santa Veridiana foi aprovado em 1533 pelo Papa Clemente VII. Por causa de sua opção pela reclusão, o povo a aclamou protetora do presídio feminino da cidade de Florença. Depois, passou a ser protetora dos presídios femininos e intercessora por todas as presidiárias, pois encontrou a Deus, felicidade e paz na prisão. A devoção a Santa Veridiana até hoje é muito popular em toda a região da Toscana, Itália.
“Santa Veridiana, pedimos, por vossa intercessão, que Deus nos dê a graça de sermos humildes e praticarmos, com ardor, verdadeiros atos de caridade, engrandecendo o coração de Deus, e ajudando o próximo. Amém! Santa Veridiana rogai por nós!”
“Santa Veridiana, tu escolheste livremente viver numa cela, dedicando toda a tua a vida a Deus. Eu estou aqui, presa, não por minha vontade, mas porque pequei contra a justiça dos homens e a Justiça de Deus. Por isso, peço que tu me ajudes a pagar minha pena com paz no coração e com esperança de dias melhores. Dá-me paz enquanto estou aqui. DÁ-me a consciência de que Deus não deixou de me amar mesmo depois de tudo o que eu fui capaz de cometer. Ele conhece a minha fraqueza. Ele tem misericórdia de mim e quer que eu seja feliz. Dá-me a vitória sobre meus pecados. Dá-me a graça de conhecer a Deus mesmo estando na prisão. Dá-me a graça de sair daqui pronta para uma vida nova, feliz, guiada por Deus. Amém.”
DIA DE SÃO JOÃO BOSCO, O DOM BOSCO - 31 DE JANEIRO
HOMILIA - 31.01.22
São João Bosco, também chamado de Dom Bosco, aclamado pelo Papa João Paulo II como o Pai e Mestre da Juventude, nasceu em 16 de agosto de 1815 em uma comuna italiana chamada Colle dos Becchi, na região de Piemonte, Itália, perto da cidade de Castelnuovo de Asti. Hoje a cidade se chama Castelnuovo Dom Bosco, em homenagem a ele e conta com apenas 3.036 habitantes.
Dom Bosco foi Padre, educador e criador do sistema preventivo em educação. Dedicou toda sua vida à educação e à religião, além de se empenhar no desenvolvimento da Imprensa Católica.
Morreu no ano de 1888, na cidade de Turim, Itália, com 72 anos. A beatificação de João Bosco, aconteceu em 1929, pelo então Papa Pio XI.
Filho de camponeses pobres e analfabetos, o pequeno João Bosco ficou órfão de pai aos dois anos de idade. Por isso, sua infância e juventude transcorreram em meio a grandes dificuldades, tanto financeiras quanto familiares. Uma grande marca de sua personalidade era a persistência na busca dos objetivos. Quando menino, era muito determinado nos estudos, mas, sem ter meios para tanto, chegou a mendigar para continuar estudando. João Bosco trabalhou como sapateiro, ferreiro, carpinteiro, alfaiate e, quando conseguia um tempo livre, estudava música, uma de suas grandes aptidões.
Sua mãe era analfabeta, mas cheia de fé e sabedoria. Era ela a principal fonte de incentivo de Dom Bosco. Ela o ajudou a crescer no amor de Deus e na ética cristã. Isso o auxiliou em todos os momentos e fez com que não desistisse, mesmo diante de tantas dificuldades.
Desde menino, João Bosco se sentia chamado a falar de Deus a seus amigos, pois ele enxergava a realidade à sua volta: muitas crianças vindas do campo, na maioria órfãs como ele, em busca de emprego, mas que acabavam na rua passando fome, convivendo com o crime ou explorados por aqueles que buscavam mão de obra barata. Quando podia, João Bosco atraía um grupo de meninos, apresentando-lhes uma performance de teatro, de mágica ou de música e, logo depois, dava-lhes uma mensagem de fé, de amor, de catequese.
Entende-se que tal vocação tenha surgido de um sonho, onde Dom Bosco estava brigando com outros meninos, e um homem, alguns acreditam ser Jesus Cristo, se aproximou e disse para educar, não com pancadas, mas com carinho.
Com sua missão em mente, o menino manifestou sua vocação sacerdotal. João Bosco dizia: Quando crescer, quero ser padre para cuidar dos meninos. Todo menino é bom; se há meninos maus, é porque não há quem cuide deles.
Em 1835, com 20 anos, entrou para o seminário. Tornou-se Padre seis anos depois, em 5 de junho de 1841, quando passou a ser chamado de Dom Bosco. Logo, começou seu trabalho com meninos de rua, evangelizando-os e ensinando a eles uma profissão.
O trabalho frutificou e, em 1846, Dom Bosco pensava em organizar uma Associação Religiosa. Contudo, a disputa pela separação entre Estado e Igreja na Itália não permitia uma Ordem em moldes religiosos. A solução veio com a ideia de se criar uma organização de cidadãos que se dedicavam às atividades educativas, tudo em moldes civis, que serviriam como uma associação de cidadãos aos olhos do Estado e como uma associação de religiosos perante a Igreja.
Dom Bosco, então, conseguiu um terreno no bairro de Valdocco, em Turim. Mudou-se para lá e fundou a obra que mudaria a vida de muitos meninos, oferecendo a eles moradia, segurança, diversão, catequese e profissionalização. Chamou esse local de Oratório São Francisco de Sales. Assim, começou a maravilhosa obra dos oratórios festivos de Dom Bosco.
Vendo os frutos desse trabalho, muitos colaboradores se juntaram a ele para trabalhar na missão de evangelizar e dar um futuro a adolescentes e jovens desamparados. Em 1855, Dom Bosco deu o nome de Salesianos a seus colaboradores. Os primeiros Salesianos fizeram os votos religiosos de castidade, pobreza e obediência. Em 1859, fundou a Congregação Salesiana, com a missão de cuidar dos meninos. O nome Salesiano foi uma homenagem a São Francisco de Sales, o Santo da delicadeza no trato com as pessoas.
Maria Mazzarello, juntamente com sua amiga Petronilla, fundou uma oficina de costura para meninas. O projeto deu certo e logo, em 1863, a Organização passou a acolher meninas órfãs. Vendo o trabalho de Maria, Dom Bosco fundou, em 1872, o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora, que teriam a missão de cuidar das meninas. Maria Domingas Mazzarello, mais tarde, foi canonizada e passou a ser chamada de Santa Maria Domingas Mazzarello. Sua obra, em conjunto com o Oratório São Francisco de Sales, socorreu milhares de crianças meninas carentes proporcionando formas de educação e aprendizado profissional.
A obra de Dom Bosco não se conteve apenas na Itália. Em 1875, foram enviados os primeiros Missionários Salesianos para a América do Sul. Em seguida, enviou Salesianos ao Brasil, para fundar o Colégio Santa Rosa, em Niterói, RJ, e o Liceu Coração de Jesus, em São Paulo. Ambos com a mesma missão de resgatar e formar adolescentes, nos moldes do Oratorio São Francisco de Sales. A Congregação se espalhou pelo mundo e se tornou uma das maiores da Igreja Católica.
Dom Bosco faleceu aos 72 anos, em 31 de janeiro de 1888. Deixou a Congregação Salesiana espalhada por vários países. Logo, sua fama de taumaturgo (intercessor de milagres), de educador da juventude, de Defensor da Igreja Católica e de Apóstolo da Virgem Auxiliadora se espalhou pelo mundo. Com tantos atributos, o Papa Pio XI, que era amigo de Dom Bosco, canonizou-o na Páscoa de 1934 e consagrou sua celebração anual no dia 31 de Janeiro.
Hoje, no Século 21, a herança de Dom Bosco continua atual. Seu amor pelos jovens e sua sabedoria pedagógica ainda não foram superados. Dom Bosco é o grande Santo Mestre e Pai da Juventude. Sua obra salvou milhares de jovens e seu pedido de que os jovens sejam amados, mas que eles próprios saibam que são amados, ainda é levado por todo o mundo.
Por tudo isso, usar uma Medalha de Dom Bosco significa mostrar um grande ideal: o do amor à juventude e de esperança por mundo melhor. Veja como o pensamento dele ainda condiz com a realidade do mundo atual:
Basta que sejam jovens para que eu os ame.
Prometi a Deus que até meu último suspiro seria para os jovens.
O que somos é presente de Deus; no que nos transformamos é o nosso presente a Ele. Ganhem o coração dos jovens por meio do amor.
A música dos jovens se escuta com o coração, não com os ouvidos.
Oh Pai e Mestre da Juventude, São João Bosco, que tanto trabalhastes pela salvação das almas, sede nossa guia em buscar o bem da nossa e a salvação do próximo; ajudai-nos a vencer as paixões e o respeito humano; ensinai-nos a amar a Jesus Sacramentado, a Maria Santíssima Auxiliadora e ao Papa, e obtende-nos de Deus uma santa morte, para que possamos, um dia, achar-nos juntos no Céu.
Assim seja.
O SONHO DE DOM BOSCO
Muitos acreditam que santo italiano profetizou a construção de Brasília no século 19
“Entre os graus 15 e 20, havia uma enseada bastante longa e bastante larga, que partia de um ponto onde se formava um lago. Disse, então, uma voz, repetidamente: - Quando se vierem a escavar as minas escondidas no meio destes montes, aparecerá aqui a terra prometida, de onde jorrará leite e mel. Será uma riqueza inconcebível.”
Tais palavras são consideradas por muitos como uma profecia da construção de Brasília. São o relato de um sonho de São João Bosco, Santo italiano, fundador da Congregação dos Salesianos. Elas aparecem no livro “Memórias Biográficas de São João Bosco”, escrito por seu assistente, Padre Lemoyne.
Em agosto de 1883, Dom Bosco, como é mais conhecido, sonhou que fazia uma viagem à América do Sul – continente que jamais visitou. No sonho, ele passou por várias terras entre a Colômbia e o Sul da Argentina, vislumbrando povos e riquezas. Ao chegar à região entre os paralelos 15° e 20°, viu um local especial, onde, nas palavras de um Anjo que o acompanhava em sua visão, apareceria “a terra prometida” e que seria “uma riqueza inconcebível”.
Setenta e sete anos depois do sonho, era inaugurada no Planalto Central brasileiro a cidade de Brasília, exatamente dentro do intervalo de coordenadas geográficas mencionado na visão de Dom Bosco e emoldurada pelo Lago Paranoá.
A vinculação com o sonho do Santo existiu desde o começo da construção da capital, tanto que a primeira obra de alvenaria a ser erguida foi a Ermida Dom Bosco, uma pequena capela em forma piramidal, projetada por Oscar Niemeyer e localizada às margens do Lago Paranoá. Foi construída em 1957. como uma homenagem ao Santo – mais tarde feito padroeiro de Brasília, ao lado de Nossa Senhora Aparecida – e como um pedido para que ele abençoasse a nova cidade. Além disso, a Congregação fundada por São João Bosco, a dos Salesianos, desde 1956 se fez presente nos acampamentos dos trabalhadores – foi a primeira ordem religiosa a chegar ao Distrito Federal.
DIA DE SANTA JACINTA MARESCOTTI - 30 DE JANEIRO
HOMILIA - 30.01.22
Jacinta nasceu na província de Viterbo, próximo a Roma, na Itália, em 1585. Seu nome de batismo era Clarice. Ela pertencia a uma família nobre. Era filha do príncipe Marco Antônio Marescotti e de Otávia Orsini. Tinha parentesco com os Príncipes Orsini.
Jacinta recebeu uma refinada educação, digna dos nobres, bem como os irmãos. Esses nobres, da aristocracia de Roma, tinham vínculos fortes com a Igreja Católica. Por isso, a educação cristã que recebiam era uma herança preciosa a ser passada aos filhos. Ainda criança, foi entregue às Religiosas Franciscanas onde Inocência, sua irmã mais velha, já vivia uma vida religiosa fervorosamente, como uma Santa. Seus pais queriam que Jacinta vivesse a mesma vida com a irmã, mas ela nunca demonstrou a mesma vocação. Muito pelo contrário, não queria saber da vida religiosa.
Jacinta era uma mulher bonita, independente e culta, mas gostava de levar uma vida fútil, cheia de vaidade e com muito luxo. Sonhava com o casamento e não pensava numa vida religiosa. Mas teve uma grande decepção quando a irmã mais nova casou-se com o Marquês de Capizuochi, que Jacinta queria conquistar. Tempos depois, com outro pretendente, o casamento também não aconteceu. Após esses acontecimentos, Jacinta tornou-se mais altiva, fútil e insuportável. Ela procurava as diversões oferecidas pela alta sociedade.
Vendo a vida que levava, seus pais enviam Jacinta para o Mosteiro de São Bernardino de Viterbo, da Ordem Terceira de São Francisco, junto à irmã, Inocência. Muito à contragosto, vestiu o hábito, trocou seu nome para Jacinta e iniciou sua experiência religiosa. Infelizmente, suas vaidades a acompanharam no Convento e, por dez anos, ela não foi exemplo para suas irmãs de hábito. Não respeitava o espírito de pobreza da vida religiosa, vivendo no luxo de um quarto que mandou decorar e usando belas roupas de seda. Porém, Deus havia reservado a hora certa para a conversão definitiva de Jacinta.
Sua mudança interior começou com a notícia de que seu pai tinha sido assassinado. Jacinta começou a questionar os valores da vida, da riqueza e dos títulos da nobreza. Depois, ao ficar gravemente doente, o Capelão que servia o Convento não quis atender sua confissão, recusando-se a entrar no luxuoso quarto de Jacinta, e dizendo-lhe com severidade: “O Paraíso não é feito para pessoas vãs e soberbas”. Essas palavras tocaram profundamente Jacinta, a ponto de ela falar ao Confessor: “Quer dizer que não há mais salvação para mim! ” O Capelão respondeu-lhe que a única maneira de salvar sua alma era pedindo perdão a Deus, reparando os maus exemplos que ela havia dado às companheiras e mudando de vida.
Jacinta prometeu tudo ao Capelão. Depois, seguindo os conselhos do religioso, foi até o refeitório do Convento no momento que toda a comunidade estava reunida e, sob muitas lágrimas, prostrou-se reconhecendo suas falhas e erros em voz alta, pedindo perdão de todos os escândalos. As irmãs, espantadas e comovidas com seu ato de humildade, alegraram-se e prometeram unir suas orações às dela, a fim de que tamanha graça fosse consumada.
Tempos depois, contra a sua vontade, Jacinta foi eleita como Superiora do Convento e Mestra das Noviças. Suas penitências severas e prolongadas orações eram sempre em favor de todos os pecadores. Sob sua orientação, muitas pessoas, depois de convertidas, fundaram instituições religiosas, orfanatos e asilos.
Mesmo vivendo no convento, ela e suas amigas encontraram meios de exercer a caridade. Durante uma grave epidemia que atingiu a região, ela criou duas associações: uma para conseguir esmolas para os mendigos, convalescentes e presos; a outra para construir um hospital. A essas duas associações ela chamou de Oblatas de Maria. Elas existem até hoje em Viterbo.
Jacinta não tinha completado 50 anos, quando foi atacada por um mal súbito que a levou à morte em poucas horas. Ela faleceu no dia 30 de janeiro de 1640 e foi sepultada na igreja do Convento, em Viterbo, onde se converteu. O Cardeal Marescotti, sobrinho de Jacinta, solicitou a sua beatificação, que foi pronunciada em 1726 pelo Papa Bento XIII, membro da família. O Papa Pio VII a canonizou em 24 de maio de 1807.
“Ó Deus, que fizestes da virgem Santa Jacinta, abrasada no fogo do vosso amor, modelo de contínua mortificação, concedei-nos, por sua intercessão, a graça de chorar os nossos pecados e permanecer no Vosso amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo, Amém. ”
DIA DE SÃO PEDRO NOLASCO - 29 DE JANEIRO
HOMILIA - 29.01.22
História de São Pedro Nolasco
Na história das deportações, encontramos um capítulo tristíssimo e infelizmente não último, que se refere às devastações dos sarracenos ao longo das costas italianas e espanholas para saquear e capturar homens e mulheres, levados à força aos confins da África para serem vendidos como escravos e depois restituídos aos parentes mediante volumosa soma de resgate. Nessa calamidade, insere-se um capítulo de exultante caridade e devoção mariana. Em Barcelona, na noite entre 1º e 2 de agosto de 1218, Nossa Senhora teria aparecido a Pedro Nolasco, um jovem de vinte e nove anos, para convidá-lo a fundar uma Ordem Religiosa com o fim principal de resgatar os prisioneiros.
Pedro Nolasco, nascido na região francesa de Languedoc em 1189, de família nobre, ficou órfão de pai aos quinze anos e pôs-se a seguir Simão de Montfort na Cruzada contra os albigenses. Na luta contra os guerreiros hereges, cai o Rei de Aragão, Pedro II, deixando o primogênito e herdeiro do trono, Tiago, com apenas seis anos de idade. Pedro Nolasco teve a incumbência de Mestre e tutor do futuro Rei de Aragão, ao qual deu uma educação religiosa caracterizada por filial devoção mariana. Foi nesse período que Pedro Nolasco, já empenhado com todos os meios no resgate dos cristãos caídos nas mãos dos mouros, teve a visão de Nossa Senhora. Nasceu, então, a Ordem Religiosa dos Mercedários, assim chamados porque, particularmente devotos de Nossa Senhora, a honram sob o título de Santa Maria da Misericórdia, ou das Mercês dos escravos.
A regra deles, redigida sob a direção de são Raimundo de Penafort, os obriga a um quarto voto: a oferecer-se como escravo dos muçulmanos, quando necessário, para livrar um cristão em perigo de apostasia. Dos vinte e seis mil prisioneiros libertados por Mercedários, no seu primeiro século de vida, nada menos que 890 foram resgatados e reconduzidos à pátria por Pedro Nolasco. Mas ele não se limitava a estabelecer com os mouros o preço do resgate. A um preço bem mais árduo de sofrimentos, torturas, prisões, Pedro Nolasco pregava o Evangelho aos infiéis, arriscando a própria vida.
Morreu no dia de Natal de 1258, murmurando as palavras do salmo: “O Senhor remiu o seu povo”. A primeira imagem de Nossa Senhora que tocou o solo americano foi a da Virgem das Mercês, pintada por ordem de Isabel, a Católica, e doada aos Mercedários que partiam em missão para são Domingos. A festa de hoje é dedicada à Virgem das Mercês, enquanto a memória de são Pedro Nolasco é lembrada no Martirológio Romano a 31 de janeiro.
DIA DE SANTO TOMÁS DE AQUINO - 28 DE JANEIRO
HOMILIA - 28.01.22
Neste dia, 28 de janeiro, lembramos uma das maiores figuras da Teologia Católica: Santo Tomás de Aquino. Conta-se que, quando criança, com cinco anos, Tomás, ao ouvir os monges cantando louvores a Deus, cheio de admiração perguntou: "Quem é Deus?".
A vida de santidade de Santo Tomás foi caracterizada pelo esforço em responder, inspiradamente para si, para os gentios e a todos sobre os Mistérios de Deus. Nasceu em 1225, em Roccasecca, Itália, numa nobre família, a qual lhe proporcionou ótima formação, porém, visando a honra e a riqueza do inteligente jovem, e não a Ordem Dominicana, que pobre e mendicante atraía o coração de Aquino.
Diante da oposição familiar, principalmente da mãe condessa, Tomás chegou a viajar às escondidas para Roma, com dezenove anos, para um Mosteiro Dominicano. No entanto, ao ser enviado a Paris, foi preso pelos irmãos, servidores do Império. Levado ao lar paterno, ficou, ordenado pela mãe, um tempo detido. Tudo isso com a finalidade de fazê-lo desistir da vocação, mas nada adiantou.
Livre e obediente à voz do Senhor, prosseguiu nos estudos, sendo discípulo do mestre Alberto Magno. A vida de Santo Tomás de Aquino foi tomada por uma forte espiritualidade eucarística, na arte de pesquisar, elaborar, aprender e ensinar pela Filosofia e Teologia os Mistérios do Amor de Deus.
Pregador oficial, professor e consultor da Ordem, Santo Tomás escreveu, dentre tantas obras, a Suma Teológica e a Suma contra os gentios. Chamado "Doutor Angélico", Tomás faleceu em 1274, deixando para a Igreja o testemunho e, praticamente, a síntese do pensamento católico.
Santo Tomás de Aquino, rogai por nós!
DIA DE SANTA ÂNGELA MÉRICI - 27 DE JANEIRO
HOMILIA - 27.01.22
Ângela Mérici nasceu em Desenzano del Garda, Norte da Itália, em 1470. Foi no período da Reforma da Igreja, no combate à doutrina luterana, e do Renascimento. Seus pais eram camponeses e muito religiosos. Desde pequena, ela demonstrava inclinação à vida religiosa, dando preferência a leituras sobre a vida de Santos.
Ângela foi provada na vida desde a infância, ao ficar órfã de pai e mãe, e também perder sua irmãzinha, com quem tinha muita ligação. Foi adotada por um tio, que vivia em outra cidade, mas que também acabou falecendo. Assim, ela volta à sua terra natal. Aos treze anos de idade, passando ainda por muito sofrimento, ingressou num Convento da Ordem Terceira de São Francisco de Assis.
Conhecendo bem os males que a Renascença estava fazendo às famílias, funda a Congregação das Irmãs Ursulinas, sob inspiração de Nossa Senhora. O nome era para homenagear Santa Úrsula, martirizada no século IV, que, com um pequeno grupo de moças, foi morta defendendo a virgindade, a castidade e a religião católica. As irmãs da nova Comunidade se dedicavam à educação, principalmente das jovens, preparando-as para se tornarem mães de família com raízes e fortes bases cristãs.
Ângela começa a perceber que, naquele momento da vida local, as meninas estavam perdidas, sem ter alguém para educá-las e orientá-las sobre os perigos morais, intelectuais, e sobre as novas ideias que faziam com que as pessoas se afastassem de Deus, da fé e da Igreja. Para derrotar as ideias pagãs era necessário restaurar as famílias. Desta forma, Ângela se torna portadora de mensagens inovadoras para a época.
Apesar de ter somente o curso primário, Ângela foi conselheira de bispos, sacerdotes, governadores e doutores. Os conhecimentos adquiridos através dos seus sofrimentos, de sua total entrega a Deus e da vida de penitência meditativa lhe proporcionaram, pela graça do Divino Espírito Santo, o dom do conselho.
Ângela e mais vinte e oito moças começam a ensinar o Catecismo em toda a região. As Ursulinas, como eram chamadas, desenvolveram uma nova concepção, revolucionária, numa época em que todos acreditavam que para uma moça obter uma boa formação cristã, ela deveria estar numa clausura.
Ângela discerniu que as Ursulinas deveriam se tornar uma Congregação Religiosa. Conta-se que, antes de dar início a esse projeto, indo à Roma, ela quis realizar uma peregrinação a Jerusalém. Porém, logo que chegou, ficou cega e só conseguia ver espiritualmente os lugares sagrados que visitou. Na volta, ao parar numa cidade onde havia um crucifixo milagroso, rezou e recuperou a visão.
Em 1525, depois de um encontro com o Papa Clemente VII, Ângela deu início oficial no processo de fundação da Congregação, que foi implantada definitivamente na Brescia, em 1535.
Nesse mesmo local, Ângela morreu em janeiro de 1540, aos 70 anos de idade. Foi canonizada em 1807. Santa Ângela de Mérici é a protetora dos doentes, das pessoas com deficiência, dos males do corpo e da perda dos pais.
“Ó Deus, que por meio de nossa Mãe Santa abençoou Santa Ângela, a fundar uma nova Ordem de Santas Virgens para florescer na tua Igreja, conceda, por sua intercessão, que possamos imitar suas virtudes angelicais e, abandonando todas as coisas terrenas, possamos ser considerados dignos da bem-aventurança eterna. Por Jesus Cristo, Nosso Senhor. Amém.
DIA DE SÃO TIMÓTEO E SÃO TITO - 26 DE JANEIRO
HOMILIA - 26.01.22
História de São Timóteo e São Tito
Ambos foram colaboradores do Apóstolo dos Gentios. Por isso, o novo calendário inseriu-os logo após a Festa da Conversão de São Paulo, em 25 de janeiro.
Timóteo foi o discípulo exemplar: obediente, discreto, corajoso, trabalhador. Por essa razão, São Paulo preferiu-o a João Marcos como companheiro no apostolado, na segunda viagem missionária, no outono de 50.
Nasceu em Listra, onde são Paulo o encontrou na primeira viagem. Foi um dos primeiros a se converter ao Evangelho. Timóteo foi educado na religião hebraica pela mãe, Eunice, e pela avó, Loide. Desde pequeno, tinha grande amor às Escrituras. Acompanhou São Paulo a várias cidades: Filipos, Tessalônica, Atenas, Corinto, Éfeso e até Roma. Por meio dele, Paulo tinha, com maior facilidade, contato com as comunidades cristãs.
Entre 63 e 66, quando recebeu a Primeira Carta (1Tm), era Bispo da Igreja de Éfeso; na Segunda Carta, São Paulo convida-o a passar o inverno com ele em Roma. É comovente a súplica do velho apóstolo ao filho Timóteo de trazer-lhe a capa que havia deixado em Trôade. Com certeza, estava muito frio o cárcere romano. Timóteo presenciou o martírio de São Paulo. Segundo uma tradição, Timóteo foi martirizado em Éfeso no ano 97.
Tito foi o segundo grande colaborador de São Paulo. Provinha do paganismo. Foi convertido e batizado por São Paulo. Em 49, já estava com Paulo em Jerusalém. Paulo o chama “meu filho”. Foi seu companheiro na terceira viagem e ajudou-o a escrever uma Carta aos Coríntios.
Libertado da prisão romana, o Apóstolo passou por Creta, onde fundou uma comunidade cristã e confiou-a a Tito. Foi ali que recebeu a carta de Paulo. É testemunha da Igreja Apostólica. Tito foi depois a Roma avistar-se com o Mestre, que o mandou provavelmente evangelizar a Dalmácia, onde seu culto ainda hoje é intenso. Segundo uma tradição, Tito morreu em Creta, após longa vida.
DIA DA CONVERSÃO DE SÃO PAULO - 25 DE JANEIRO
HOMILIA - 25.01.22
O apóstolo dos gentios e das nações nasceu em Tarso, Turquiam no ano 5 da Era Cristã. Da tribo de Benjamim, era judeu de nação. Tarso era mais do que uma colônia de Roma, era um município. Logo, ele recebeu também o título de cidadão romano. O seu pai pertencia à seita dos fariseus. Foi nesse ambiente, em meio a tantos títulos e adversidades, que ele foi crescendo e buscando a Palavra de Deus.
Combatente dos vícios, foi um homem fiel a Deus. Paulo de Tarso foi estudar na escola de Gamaliel, em Jerusalém, para aprofundar-se no conhecimento da lei, buscando colocá-la em prática. Nessa época, conheceu o Cristianismo, que era tido como um seita na época. Tornou-se, então, um grande inimigo dessa religião e dos seguidores desta. Tanto que a Palavra de Deus testemunha que, na morte de Santo Estevão, primeiro mártir da Igreja, ele fez questão de segurar as capas daqueles que o [Santo Estevão] apedrejam, como uma atitude de aprovação. Autorizado, buscava identificar cristãos, prendê-los, enfim, acabar com o Cristianismo. O intrigante é que ele pensava estar agradando a Deus. Ele fazia seu trabalho por zelo, mas de maneira violenta, sem discernimento. Era um fariseu que buscava a verdade, porém fechado à Verdade Encarnada. Mas Nosso Senhor veio para salvar todos.
Encontramos, no capítulo 9 dos Atos dos Apóstolos, o testemunho: “Enquanto isso, Saulo só respirava ameaças e morte contra os discípulos do Senhor. Apresentou-se ao príncipe dos sacerdotes e pediu-lhes cartas para as sinagogas de Damasco, com o fim de levar presos, a Jerusalém, todos os homens e mulheres que seguissem essa doutrina. Durante a viagem, estando já em Damasco, subitamente o cercou uma luz resplandecente vinda do céu. Caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: ‘Saulo, Saulo, por que me persegues?’. Saulo então diz: ‘Quem és, Senhor?’. Respondeu Ele: ‘Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro te é recalcitrar contra o aguilhão’. Trêmulo e atônito, disse Saulo: ‘Senhor, que queres que eu faça?’ respondeu-lhe o Senhor: ‘Levanta-te, entra na cidade, aí te será dito o que deves fazer'”.
O interessante é que o batismo de Saulo é apresentado por Ananias, um cristão comum, mas dócil ao Espírito Santo.
Hoje, estamos comemorando o testemunho de conversão de São Paulo. Sua primeira pregação foi feita em Damasco. Muitos não acreditaram em sua mudança, mas ele perseverou e se abriu à vontade de Deus, por isso se tornou um grande Apóstolo da Igreja, modelo de todos os cristãos.
São Paulo, rogai por nós!
DIA DE SÃO FRANCISCO DE SALES - 24 DE JANEIRO
HOMILIA - 24.01.22
Francisco de Sales nasceu em 21 de agosto de 1567, no castelo de Sales, em Saboia, atual Ródano-Alpes, na França. Foi o primogênito de treze filhos que os Barões de Boisy tiveram. Seu nome foi escolhido por causa da devoção que a família tinha a São Francisco de Assis. Para cada filho, os pais escolheram um mentor, e o de Francisco foi o Pe. Deage, que o acompanhou por toda a sua vida, até a hora de sua morte.
Francisco estudou em Paris, fazendo seus estudos universitários com os jesuítas. Estudou Filosofia, Retórica e Teologia. Por essa formação, tornou-se diretor espiritual e grande pregador, características marcantes de sua vida apostólica. Ele recebeu, também, aulas de dança, esgrima e equitação. Aos 24 anos de idade, Francisco volta para a terra natal e para junto de sua família, que já lhe tinha arrumado um cargo como Senador de Saboia e escolhido, para sua noiva, uma jovem rica e nobre.
Apesar de ser o principal herdeiro da família e de ter seu futuro garantido, sentia-se fortemente chamado para servir exclusivamente a Deus, a ponto de fazer voto de castidade. A Virgem Maria, por quem tinha especial devoção, era a sua principal protetora.
Seu pai ficou sabendo de seu desejo através do Cônego de Genebra, tio de Francisco. Nessa época o Capelão da Catedral de Chamberi faleceu, e seu tio conseguiu sua nomeação para ocupar o posto. Assim, seu pai permitiu que ele se entregasse inteiramente a Deus, sem saber que seu filho Francisco estava predestinado às honras dos altares, como Doutor da Igreja.
Pe. Francisco ocupou-se da evangelização da cidade de Chablais, às margens do lago de Genebra. Talvez sua principal missão era a de converter os calvinistas, correndo o risco de perder a própria vida. Para esse difícil trabalho, distribuía folhetos combatendo heresias, apresentando as verdades do catolicismo, através da Palavra de Deus. Ele conseguiu muitas conversões, reconduzindo as pessoas ao seio da Igreja novamente. Pe. Francisco tornava-se um importante confessor e diretor espiritual. Isso nos primeiros 5 anos de sua ordenação sacerdotal.
Francisco de Sales foi sagrado Bispo auxiliar de Genebra em 1599, assumindo definitivamente a Diocese três anos depois. Dom Francisco catequisava crianças e adultos, fundou escolas e conduziu à uma vida de santidade importantes pessoas da nobreza. Com ele, essas pessoas, juntamente com Madre Joana de Chantal, foram responsáveis por uma grande mudança religiosa na região. Com Dom Francisco, Madre Joana foi cofundadora da Ordem da Visitação, em 1610, tornando-se, depois, Santa. Pelos escritos, pela pregação e aconselhamentos, Francisco realizou verdadeiros milagres em seu apostolado.
Todos queriam ouvir as palavras do Bispo-Príncipe de Genebra, convidado a anunciar o Evangelho em todos os lugares, inclusive para a família real da Saboia.
Dom Francisco escreveu alguns livros revolucionários, como “Introdução à vida devota”. Escreveu, especialmente para as Filhas da Visitação, o célebre “Tratado do Amor de Deus”, desenvolvendo a ideia de que “a medida de amar a Deus é amá-lo sem medida”.
Dom Francisco de Sales faleceu em Lion, na França, em 28 de dezembro de 1622. Porém, a Igreja o celebra no dia 24 de janeiro, pois, nesse dia, em 1623, seus restos mortais foram levados para Anneci, atual capital da Alta Saboia. Ele foi beatificado em 1661. Foi a primeira beatificação ocorrida na Basílica de São Pedro, em Roma. Sua canonização aconteceu quatro anos depois, em 1665.
Francisco de Sales foi declarado Doutor da Igreja pelo Papa Pio IX e proclamado Padroeiro dos jornalistas e escritores católicos pelo Papa Pio XI.
Tempos depois, pela admiração que Dom Bosco nutria por São Francisco de Sales, ele deu o nome de Congregação Salesiana à magnifica Obra que criou para a educação de jovens.
“Oh! São Francisco de Sales, que em sua vida mortal se fez sobressair em todas as virtudes, especialmente no amor a Deus e ao próximo, eu, humildemente, suplico colocar-me sob a sua proteção imediata, para obter de Deus a minha perfeita conversão, e a de todos os pecadores, especialmente... (mencionar os nomes das pessoas para quem você quiser rezar).
Ensine-me, São Francisco de Sales, a fixar os olhos no céu; que eu possa enfrentar todos os obstáculos que se apresentam no meu caminho, e de atingir, um dia, a glória no céu, com auxílio de sua intercessão.
Obtenha, também, o especial favor... (mencionar intenção). Ajudai-nos, ó Senhor, nós vos suplicamos, através dos méritos de São Francisco de Sales. Que aquilo que os nossos esforços não podem obter possa ser-nos dada por sua intercessão.
Oremos: Ó Deus, que, para a salvação das almas, fez São Francisco de Sales seu Confessor e Bispo, que lutava para que todos os homens e mulheres se submetessem a Vossa misericordiosa vontade, e fossem infundidos com a suavidade da caridade, guiados por seus ensinamentos, pedimos, pela intercessão desse vosso servo, a graça de obter a felicidade eterna, através de Cristo, Nosso Senhor. Amém. ”
DIA DE SÃO ILDEFONSO - 23 DE JANEIRO
HOMILIA - 23.01.22
HISTÓRIA DE SANTO ILDEFONSO
Nasceu no ano de 606, em Toledo, Espanha, no dia 8 de dezembro. Um homem de oração, foi discernindo a vontade de Deus também nas perdas. Ficou órfão e, em meio aos bens que possuía, fez de tudo para a construção de um mosteiro para religiosos. Um homem de discernimento, que não quer dizer sem medo, sem dificuldades.
Os Santos não foram super-homens, mas pessoas de carne e osso que foram se deixando transformar por Aquele que é o Santo dos Santos: Jesus Cristo. Ele que, pelo poder do Espírito Santo, opera maravilhas no coração que se abre.
Santo Ildefonso, um coração aberto para as vontades de Deus, mesmo contra a própria vontade. Aconteceu que o Bispo de sua localidade havia falecido, e o povo o elegeu. Ele se escondeu num convento, mas foi descoberto e aceitou esse grande serviço para o povo de Deus. Foi um grande instrumento de Deus e devoto da Santíssima Virgem. Ele propagou a Festa da Expectação de Nossa Senhora, em 18 de dezembro – Nossa Senhora do Ó, como ficou conhecida. Fruto desse amor, ele recebeu a graça de uma aparição da Virgem Maria, chamando-o de “meu Capelão” e presenteando-o com uma casula do céu. Assim diz o seu testemunho.
Um homem revestido de humildade, de vida, de oração na vida sacramental, por isso foi um grande pastor para o seu povo. Não evangelizou sozinho, pois os Santos bem sabiam e continuam a saber o quanto nós precisamos uns dos outros para que a evangelização aconteça, para que muitos conheçam esse doce nome que tem Nosso Senhor Jesus Cristo. Os Santos foram aqueles que se consumiram pelo Evangelho para que muitos conheçam Jesus Cristo.
Santo Ildefonso, rogai por nós
DIA DE SÃO VICENTE, DIÁCONO E MÁRTIR - 22 DE JANEIRO
HOMILIA - 22.01.22
História de São Vicente, Diácono e Mártir
A história da origem do nome de São Vicente começou há muito tempo, no ano 325, na cidade espanhola de Huesca, uma então Província de Saragoza. Lá nasceu o jovem Vicente.
O diácono espanhol, São Vicente, é o mártir mais célebre da Península Ibérica. Um século após o seu martírio, Santo Agostinho dedicava-lhe o dia 22 de janeiro, e, nesse dia, fazia um sermão sobre ele. Os atos de seu martírio, em grande parte apócrifos, têm também muita verdade. Nasceu sob Diocleciano, esteve preso em Valência, foi processado junto com seu Bispo diante do Governador Daciano e, em Valência mesmo, sofreu o martírio.
Essas lacônicas notícias são preenchidas com os coloridos dos Atos. O Bispo de Saragoça não era bom pregador, era um pouco gago. Providencialmente, apareceu Vicente, com bastante cultura e muita facilidade de expressão. Ordenado Diácono, Vicente foi encarregado da pregação do Evangelho. Explodia a cruel perseguição por todo o Império Romano. Em Valência, o Governador Daciano mandou prender os mais célebres representantes, os líderes da Igreja espanhola. Com seu Bispo, Vicente foi obrigado a ir a pé, de Saragoça até Valência. Não sucumbiu. Chegando à presença do Governador refutou-lhe as acusações e ainda expôs-lhe a Mensagem Evangélica. O Governador ordenou que fosse torturado.
O Diácono de Saragoça, todo ferido e inchado, foi atirado a uma cela escura, cujo piso estava forrado de cacos de vidro para atormentá-lo. Vicente, porém, com voz forte, entoava hinos de agradecimento a Deus. O Governador, para rebaixá-lo, ordenou que o colocassem numa cama muito confortável, mas ele já estava morto.
Jogaram seu corpo para ser comido pelos animais selvagens. Uma grande águia não deixava os animais se aproximarem. Daciano, então, ordenou que jogassem seu corpo no rio, depois de tê-lo amarrado a uma pedra. O corpo não afundou. Voltou à margem, e os cristãos o sepultaram. No local, os cristãos erigiram-lhe uma igreja como túmulo.
DIA DE SANTA INÊS, VIRGEM E MÁRTIR - 21 DE JANEIRO
HOMILIA - 21.01.22
Santa Inês tem o nome originário do grego e significa pura. Inês nasceu em Roma, no ano 304. Era de família nobre, descendente da família Cláudia. Desde pequena, foi educada na fé cristã. Foi cuidada por uma Aia, uma babá. Desde criança, demonstrou personalidade forte e decidiu consagrar sua pureza para Deus.
Com apenas 13 anos, já era cheia de pretendentes, por causa de sua beleza. Inês foi cobiçada por sua beleza e riqueza por um jovem romano chamado Fúlvio, que era filho de Simprônio, o Prefeito de Roma. Fúlvio fez o pedido de casamento formal à família. Inês, porém, não aceitou, por causa de sua consagração a Deus.
Fúlvio, indignado, denunciou Inês como cristã. E era tempo de perseguição contra os cristãos. Por isso, Inês foi presa, e após um julgamento forjado, foi condenada a vários castigos. Os pais de Santa Inês nada puderam fazer em seu favor, pois o Prefeito de Roma era superior a eles.
Assim, sem poder contar com o socorro de seus pais, queriam obrigar Inês a manter aceso o fogo da deusa romana do lar e do fogo chamada Vesta, no templo dedica à deusa. O castigo era uma maneira de obrigar Inês renunciar à sua fé.
Mas Inês recusou-se e disse ao Prefeito: Se recusei seu filho, que é homem, como pode pensar que eu aceite prestar honras a uma estátua? Meu esposo não é desta terra (Jesus Cristo). Sou jovem, é verdade, mas a fé não se mede pelos anos e sim pelas obras. Deus mede a alma, não a idade. Quanto aos deuses, podem até ficar furiosos, que eu não os temo. Meu Deus é amor.
O Prefeito, irado, condenou Inês a uma pena pior: ser exposta nua num prostíbulo do Circo Agnolo, em Roma, para que todos os homens a vissem. Inês pediu proteção a Deus. Então, uma luz celestial a protegeu, de forma que ninguém conseguiu se aproximar dela. Em seguida, seus cabelos cresceram rápido e protegeram seu corpo.
O primeiro homem que tentou agarrar Inês nua no prostíbulo ficou cego por causa da luz que a protegia. Ao ver o homem cego, porém, Santa Inês rezou por ele, perdoou-o e ele pôde ver novamente, convertendo-se. O homem passou a ver não uma jovem nua, mas uma filha de Deus, da qual emanava o amor de Deus, que equilibra e coloca as paixões humanas em seu devido lugar.
Não obstante esse milagre, outro homem tentou violentá-la. Dessa vez, porém, um anjo do Senhor o matou. Santa Inês, mais uma vez, ficou com pena e orou a Deus. O homem ressuscitou. Por causa desses acontecimentos, no local onde foi esse prostíbulo, hoje se ergue a Basílica de Santa Inês, em Roma.
Simprônio, o Prefeito de Roma, ao ver tudo isso, teve medo e passou o caso da jovem Inês para o Vice-Prefeito, chamado Aspásio. Este era ainda mais cruel e mandou queimá-la. Porém as chamas nada fizeram a ela e sim aos os soldados que estavam em volta.
Depois disso, Santa Inês passou por vários castigos sob as ordens de Aspásio. Foi acorrentada e esticada na roda de tortura, mas nada a afetava. Inês, por sua vez, perseverava louvando a Jesus e nunca cedendo a qualquer pressão.
Por fim, Aspasio, mandou cortar sua cabeça. Assim, com apenas 13 anos, ela foi morta. Foi em 21 de janeiro do ano 317. Por causa da data da sua morte, a festa de Santa Inês é realizada no dia 21 de janeiro, que celebra o dia do seu nascimento no céu.
Oito dias depois de sua morte, seus pais estavam desconsolados rezando em seu túmulo. Então, Santa Inês apareceu a eles para consolá-los. Ela estava cercada por várias jovens virgens e anjos, segurando um cordeirinho e um lírio. Ela relatou sua felicidade a seus pais que, desse momento em diante, viveram felizes em Roma e perseveraram na fé.
Havia um crânio no tesouro de relíquias do Sancta Sanctorum da Basílica de Latrão, em Roma, que há séculos era guardado como sendo de Santa Inês. Recentemente, foram realizados exames forenses sobre esse crânio e foi comprovado que se trata realmente do crânio de uma menina de 13 anos. Hoje, o crânio de Santa Inês está na Igreja de Santa Inês em Agonia (Sant'Agnese in Agone), localizada na Praça Navona, em Roma.
Nas imagens de Santa Inês, ela é representada frequentemente com um cordeiro nos braços, símbolo de Jesus, o Cordeiro de Deus, e também porque seu nome vem do latim agnus (cordeiro). Ela também segura um lírio, símbolo da pureza.
Todos os anos, os Padres da Basílica de Santa Inês levam dois cordeiros para o Papa abençoar. Os cordeiros, depois, são tosquiados, e sua lã é levada para fazer os pálios, 2 tiras de lã branca, que são usados na liturgia pelos Arcebispos da Igreja Católica. O pálio é um símbolo que lhes confere o poder da jurisdição. Santa Inês é cantada na ladainha de Todos os Santos. Santa Inês é Padroeira da Pureza e da castidade, é também a padroeira dos noivos.
Ó dulcíssimo Senhor Jesus Cristo, fonte de todas as virtudes, amigo das almas virginais, vencedor fortíssimo das ciladas dos poderosos, severíssimo extirpador de todos os vícios, lançai propício vosso olhar para a minha fraqueza, e, pela intercessão de Vossa Santíssima Mãe, a Virgem Maria e de Santa Inês, concedei o auxilio de vossa divina graça.
Santa Inês, rogai por nós.
DIA DE SÃO SEBASTIÃO - 20 DE JANEIRO
HOMILIA - 20.01.22
São Sebastião era um soldado romano que foi martirizado por professar e não renegar a fé em Cristo Jesus. Sua história é conhecida somente pelas Atas Romanas de sua condenação e martírio. Nessas Atas de martírio de cristãos, os escribas escreviam dando poucos detalhes sobre o martirizado e muitos detalhes sobre as torturas e sofrimentos causados a eles antes de morrerem. Essas Atas eram expostas ao público nas cidades com o fim de desestimular a adesão ao cristianismo.
São Sebastião nasceu na cidade de Narbona, na França, em 256 d.C. Seu nome de origem grega, Sebastós, significa divino, venerável. Ainda pequeno, sua família mudou-se para Milão, na Itália, onde ele cresceu e estudou. Sebastião optou por seguir a carreira militar de seu pai.
No exército romano, chegou a ser Capitão da 1ª da Guarda Pretoriana. Esse cargo só era ocupado por pessoas ilustres, dignas e corretas. Sebastião era muito dedicado à carreira, tendo o reconhecimento dos amigos e até mesmo do Imperador Romano, Maximiano. Na época, o Império Romano era governado por Diocleciano, no oriente, e por Maximiano, no ocidente. Maximiano não sabia que Sebastião era cristão. Não sabia também que Sebastião, sem deixar de cumprir seus deveres militares, não participava dos martírios nem das manifestações de idolatria dos romanos.
Por isso, São Sebastião é conhecido por ter servido a dois Exércitos: o de Roma e o de Cristo. Sempre que conseguia uma oportunidade, visitava os cristãos presos, levava uma ajuda aos que estavam doentes e aos que precisavam.
De acordo com Atos apócrifos atribuídos a Santo Ambrósio de Milão, Sebastião teria se alistado no Exército Romano já com a única intenção de afirmar e dar força ao coração dos cristãos, enfraquecidos diante das torturas.
Ao tomar conhecimento de cristãos infiltrados no exército romano, Maximiano realizou uma caça a esses cristãos, expulsando-os do Exército. Só os filhos de soldados ficaram obrigados a servirem o Exército. E esse era o caso do Capitão Sebastião. Para os outros jovens, a escolha era livre. Denunciado por um soldado, o Imperador se sentiu traído e mandou que Sebastião renunciasse à sua fé em Jesus Cristo. Sebastião se negou a fazer esta renúncia. Por isso, Maximiano mandou que ele fosse morto para servir de exemplo e desestímulo a outros. Maximiano, porém, ordenou que Sebastião tivesse uma morte cruenta diante de todos. Assim, os arqueiros receberam ordens para matarem-no a flechadas. Eles tiraram suas roupas, o amarraram num poste no estádio de Palatino e lançaram suas flechas sobre ele. Ferido, deixaram que ele sangrasse até morrer.
Irene, uma cristã devota, e um grupo de amigos, foram ao local e, surpresos, viram que Sebastião continuava vivo. Levaram-no dali e o esconderam na casa de Irene que cuidou de seus ferimentos.
Depois de curado, Sebastião continuou evangelizando e se apresentou ao imperador Maximiano, que não atendeu ao seu pedido. Sebastião insistia para que ele parasse de perseguir e matar os cristãos. Dessa vez, o imperador mandou que o açoitassem até morrer e depois fosse jogado numa fossa, para que nenhum cristão o encontrasse. Porém, após sua morte, São Sebastião apareceu a Lucina, uma cristã, e disse que ela encontraria o corpo dele pendurado num poço. Ele pediu para ser enterrado nas catacumbas junto dos a Apóstolos.
Alguns autores acreditam que Sebastião foi enterrado no jardim da casa de Lucina, na Via Ápia, onde se encontra sua Basílica. Construíram, então, nas catacumbas, um templo, a Basílica de São Sebastião. O templo existe até hoje e recebe devotos e peregrinos do mundo todo.
Tal como São Jorge, Sebastião foi um dos soldados romanos mártires e santos, cujo culto nasceu no século IV e que atingiu o seu auge nos séculos XIV e XV, tanto na Igreja Católica como na Igreja Ortodoxa. São Sebastião é celebrado no dia 20 de janeiro. Existe também uma capela em Palatino, com uma pintura que mostra Irene tratando das feridas de Sebastião. Irene também foi canonizada e sua festa é no dia 30 de março.
São Sebastião glorioso mártir de Jesus Cristo e poderoso advogado contra a peste, defendei a mim, minha família e todo o país do terrível flagelo da peste e de todos os males para que servindo a Jesus Cristo alcancemos a graça de participar de vossa Glória no céu. Amém.
DIA DE SÃO CANUTO - 19 DE JANEIRO
HOMILIA - 19.01.22
São Canuto nasceu no ano de 1040, na Dinamarca. Filho de um Rei, era sucessor natural. Mas aconteceu que, pela sua vida de oração, testemunho, caridade e justiça, quando o pai faleceu, muitos moveram-se com artimanhas para colocar seu irmão no trono, de maneira injusta. Quanto à sua posição, ele não era apegado ao poder nem o queria para si, então esperou. Depois do falecimento do irmão, ocupou o seu lugar que era de justiça.
Homem de Deus, um sinal para o povo, ele contribuiu para a evangelização. Primeiro, com o seu exemplo, pois acreditava que a melhor forma de educar uma nação é o bom exemplo. Ele viveu para sua esposa e para seu filho Carlos, que mais tarde se tornaria também um Santo. Pai santo, esposo santo, um governador, um homem de poderes; mas que usou esses poderes para servir, ao modelo de Nosso Senhor Jesus Cristo.
São Canuto, amado por muitos e odiado também como Nosso Senhor, foi vítima de artimanhas por pessoas fechadas para Deus e para o bem, pois tinha muita sensibilidade com as viúvas, os órfãos e os mais necessitados. Nele, batia um coração que se assemelhava ao de Jesus. Como Rei, enfrentou muitos desafios e, ao perceber os inimigos se armando, participou de uma Eucaristia como era de costume. Nela, ele não só recebeu o Nosso Senhor, mas, em nome de Jesus, perdoou todos os seus inimigos. Foi, então, assassinado.
São Canuto, rogai por nós!
DIA DE SANTA PRISCA OU PRISCILA - 18 DE JANEIRO
HOMILIA - 18.01.21
HISTÓRIA DE SANTA PRISCA OU PRISCILA
Prisca significa, “a primeira”. Coincidência ou providência, ela foi considerada pela Igreja a primeira mártir do Ocidente e a mais antiga Santa de Roma. Ela era muito admirada pelos cristãos e se tornou uma das Santas mais queridas e veneradas da Igreja.
Prisca tinha 13 anos quando foi batizada por São Pedro, em Roma. Antes, dizia-se que ela havia sofrido o martírio pouco tempo depois do seu batismo, pela coragem de não negar sua fé em Jesus Cristo e por não fazer sacrifícios aos deuses pagãos. Porém, descobertas posteriores mostram uma história diferente.
No século VIII, alguns documentos encontrados confirmam a existência de Santa Prisca e seu martírio, descritos por São Paulo, em suas Cartas: “Saúdem Prisca e Áquila, meus colaboradores em Jesus Cristo, as quais expuseram suas cabeças para me salvar a vida. A isso devo render graças não somente eu, mas também todas as Igrejas dos gentios” (Romanos 16,3).
As “Atas de Santa Prisca” aprovam o seu martírio no governo do Imperador Cláudio. Seu corpo está sepultado nas catacumbas de Priscila, na Via Ostiense, as mais antigas de Roma. Depois, ele foi levado para uma igreja no monte Aventino.
Recentemente, descobertas arqueológicas mostraram uma igreja construída em cima de alicerces de uma casa do primeiro século, que mantém, ainda hoje, uma cripta com uma preciosíssima relíquia: a concha usada por São Pedro no batismo de novos cristãos. Dessa forma, descobriu-se que Santa Prisca não morrera após seu batismo, mas um bom tempo depois, durante as perseguições. No Sínodo Romano de 499, esses novos dados foram acrescentados às “Atas de Prisca”, confirmando a sua contribuição valorosa à Igreja do início do Cristianismo.
Santa Prisca foi condenada à morte no anfiteatro romano. Ela seria devorada por leões. Porém, ao invés de atacá-la, os animais foram lamber seus pés. Ela foi torturada, presa entre criminosos, queimada com azeite e graxa e teve a pele rasgada. Pouco depois, ela foi decapitada, em Roma, na metade do primeiro século, ainda sob o Imperador Cláudio. Para homenageá-la e perpetuá-la como modelo a ser seguido, a igreja do monte Aventino foi consagrada a Santa Prisca. A Igreja celebra sua festa litúrgica no dia 18 de janeiro.
“Permita, nós te clamamos, ó Deus onipotente, que nós, que honramos a data de nascimento da Bem-Aventurada Prisca, tua Virgem e Mártir, possamos nos alegrar em sua festa anual, e nos beneficiar pelo seu exemplo de tão grandiosa fé. Por meio de Jesus Cristo, Nosso Senhor. Amém. Santa Prisca, Rogai por nós.”
DIA DE SANTO ANTÃO - 17 DE JANEIRO
HOMILIA - 17.01.22
Santo Antão é um santo Egípcio do início do cristianismo no Oriente. Nasceu na cidade de Conam, no Egito, no ano 251. Era filho de pessoas simples do campo. Seus pais professavam a fé em Jesus Cristo. Ele tinha uma irmã. Quando seus pais faleceram, ele estava com vinte anos de idade. Seguindo o curso natural da vida, ele herdou os bens da família e começou a cuidar de sua irmã. Continuou com o trabalho na roça, mantendo uma vida simples e de oração.
Embora cristão, Santo Antão ainda procurava o sentido da vida. Para ele ainda faltava um algo mais que orientasse sua vida para um sentido maior. Ele tinha sede de algo mais, de perfeição, de uma grande significado de vida. Foi então, que, ao participar de uma missa, o padre leu um trecho do Evangelho que o tocou profundamente, vindo ao encontro á sua sede.
O trecho era Mateus 19,21, quando Jesus diz ao jovem rico: Se queres ser perfeito, vai, vende teus bens dá aos pobres, e terás um tesouro nos Céus, depois, vem e segue-me. Antão sentiu que esse chamado era para si. Seu coração palpitou ao sentir que Jesus o chamava para a perfeição. Coincidentemente, sua irmã se casou na mesma época. Então, ele vendeu todos os seus bens e foi morar numa caverna no deserto, vivendo uma vida de oração e sacrifícios.
Porém, mesmo morando no deserto, procurando o isolamento, as pessoas descobriam seu paradeiro e iam procurá-lo para pedir conselhos para os problemas da vida e pedir oração. Além disso, Santo Antão atraia discípulos que queriam viver como ele vivia. Estes passavam a morar perto dele em cavernas ou em cabanas, cada um vivendo isoladamente, mas estando perto dele. Foi o primeiro indício de comunidade monástica cristã.
O número dos discípulos, porém, foi crescendo tanto, que Santo Antão achou melhor se afastar mais ainda, para preservar seu isolamento. Por isso, ele chegou a viver mais de dezoito anos nesse isolamento. Ele morava numa caverna, sob um regime muito rígido a que ele mesmo se impôs. Era uma vida de oração profunda, repleta de sacrifícios e jejuns. Além disso, Santo Antão enfrentou inúmeras tentações, mas venceu a todas pelo poder da oração.
Mesmo buscando o isolamento, buscando a vida no deserto, os padres, as autoridades, os bispos e pessoas de todo tipo buscavam ajuda espiritual e aconselhamento com Santo Antão. O Santo saiu do deserto poucas vezes. Uma das vezes que se tem registro foi em 311, quando ele foi à cidade de Alexandria no Egito. Era época da perseguição do Imperador Diocleciano, e ele foi defender um bispo chamado Atanásio. Sabe-se que Santo Antão voltou a Alexandria no ano 335. Dessa vez para confirmar a fé dos cristãos, que andava vacilante e confusa. Ele fez várias pregações que restauraram a fé do povo e recolocou a Igreja de Alexandria no caminho certo.
Os discípulos de Santo Antão insistiram, e ele, depois de procurar a vontade de Deus, decidiu formar uma comunidade de monges. Só que essa comunidade tinha uma característica especial: cada um vivia em sua gruta ou caverna. Eles moravam perto uns dos outros e, em apenas alguns momentos de oração durante o ano se reuniam. Santo Antão tinha, então, 55 anos e representava uma forma de Superior da comunidade nascente.
Paradoxalmente, quanto mais Santo Antão procurava se refugiar, mais as pessoas o descobriam. Sua fama de santidade se espalhou. Assim, outras pessoas, homens e mulheres, de outras localidades procuraram imitá-lo. Por isso, ele passou a ser chamado de o Pai dos Monges e o Pai dos Eremitas Cristãos.
Conta-se que até mesmo o famoso Imperador Constantino, responsável pela oficialização do Cristianismo no Império Romano, esteve várias vezes com Santo Antão procurando conselho. Santo Antão enfrentou anos de tentações diabólicas e nunca cedeu. Por isso, ele é um exemplo de luta e perseverança nas tentações.
O ascetismo de Santo Antão e sua vida de sacrifícios não o impediram de viver muito anos. Vivei 105 anos! Ele profetizou sua morte e morreu serenamente no dia 17 de janeiro de 356. Sua morte aconteceu na cidade de Coltzum, quando, ao final de sua vida, ele estava rodeado de discípulos que rezavam por ele.
Antes de morrer, Santo Antão disse a seus discípulos: Lembrai-vos dos meus ensinamentos e do meu exemplo, evitai o veneno do pecado e conservai íntegra a vossa fé viva na caridade como se tivésseis que morrer a cada dia.
As relíquias do Santo estão hoje muito bem guardadas na Igreja de Santo Antônio de Viennois na França. Na mesma cidade, estão também construídos um grande hospital e várias casas que recebem pobres e doentes. Mais tarde, essas casas vieram a se tornar a Congregação dos Hospedeiros Antonianos.
Senhor Deus, que permitistes mesmo na solidão de uma gruta no deserto, Santo Antão fosse perturbado pelo demônio com violentas tentações, mas lhes destes forças para vencê-las, enviai-me do Céu o vosso socorro, porque eu vivo em um ambiente minado de tentações que me agridem pelo rádio, televisão, novelas, bailes, cinema, revistas, propagandas e maus companheiros. Santo Antão, ficai sempre a meu lado, vós, que vencestes o demônio, me dareis força na tentação. Na hora da tentação, socorrei-me, Santo Antão. Santo Antão, eremita que nunca faltais com o vosso socorro aos que vos invocam, rogai por nós. Amém.
Rezar Creio em Deus Pai; Pai nosso; Ave Maria.
DIA DE SÃO BERARDO E COMPANHEIROS MÁRTIRES
HOMILIA - 16.01.22
HISTÓRIA DE SÃO BERARDO E COMPANHEIROS MÁRTIRES
Em 1219, São Francisco enviou esses missionários para a Espanha, que estava tomada por mouros. Passaram por Portugal a pé, com dificuldades. Dependendo da Divina Providência, chegaram a Sevilha. Ali começaram a pregar, principalmente como testemunho de vida. Eram 3 sacerdotes e dois irmãos religiosos, que incomodaram muitas pessoas ao anunciar o Evangelho.
Acompanhado pelo testemunho, teve quem abrisse o coração para Cristo, e as conversões começaram a acontecer. Pregaram até para o Rei Nouro, porque, também ele merecia conhecer a beleza do Santo Evangelho. Porém anunciar o Evangelho naquele tempo, como nos dias de hoje, envolve riscos, e eles foram presos por isso. Por influência do Rei Mouro, eles foram deportados para Marrocos e, ao chegarem lá, continuaram evangelizando; uma pregação sobre o Reino de Deus, sobre o único amor que pode converter.
Graças a Deus, devido aos sinais, principalmente àquele tão concreto de Deus, que é a conversão e a mudança da mentalidade, as pessoas começaram a seguir Cristo e a querer o batismo. Mas isso incomodou também o Rei Mouro que, influenciado por fanáticos, prendeu os cinco franciscanos, depois os açoitou e decapitou.
Os santos mártires que, em 1220, foram mortos por causa da verdade, hoje, intercedem por nós.
São Francisco, ao saber da morte dos seus filhos espirituais, exultou de alegria, pois eles tinham morrido por amor a Jesus Cristo.
São Berardo e companheiros mártires, rogai por nós!
DIA DE SANTO AMARO - 15 DE JANEIRO
HOMILIA - 15.01.22
História de Santo Amaro
O Dia de Santo Amaro festeja-se, por tradição, a 15 de janeiro.
Amaro, ou Mauro, como também é conhecido, nasceu em Úmbria, Itália, no século VI.
Ainda em criança, foi entregue pelos seus nobres pais romanos a um Mosteiro, dirigido por São Bento, para que fosse formado na vida monástica. Amaro tornou-se no primeiro discípulo de São Bento, servindo de exemplo para os mais novos do Mosteiro.
Acudindo a São Bento, que teve uma visão do afogamento de Plácido, outro jovem do Mosteiro entregue a Bento, Santo Amaro terá caminhado sobre as águas para salvar Plácido, que também se tornaria Santo.
A pedido de São Bento, Santo Amaro viajou para a França, para estabelecer a Regra de São Bento nesse país. Foi assim que Amaro abriu o primeiro Mosteiro Beneditino na França, a Abadia de Glanfeuil, perto de Angers. Santo Amaro acabou por falecer nesse mosteiro francês, vítima da peste.
É um Santo invocado contra várias doenças, em especial para curar gripes, rouquidão, dores de cabeça, enxaquecas, artrose e artrite.
Em Portugal, é celebrado em locais como Esposende, Vieira do Minho, Pombal, Vila do Conde, Estarreja, Madeira, Açores, entre outros.
DIA DE SANTA VERÔNICA DE BINASCO - 14 DE JANEIRO
HOMILIA - 14.01.22
História de Santa Verônica de Binasco
Nasceu em Binasco, província de Milão, Itália, em 1445, filha de humildes camponeses. Com a idade de vinte e dois anos, ingressou no Convento Agostiniano de Santa Marta em Milão, onde passou trinta anos de vida religiosa, servindo nos mais humildes trabalhos.
Dez anos após a morte, o Papa Leão X já lhe concedia o culto particular. Morreu em 13 de janeiro de 1497. A duras penas, conseguiu alfabetizar-se no convento. Estava mais acostumada a manejar a enxada que a pena. Não obstante, isso aprendeu a melhor de todas as lições, revelada pela Virgem Santíssima: pureza de oração, paciência para com os outros e compreensão necessária para saber ouvir e não se escandalizar com as faltas alheias, tendo uma atitude de oração pelos que erram. Meditava diariamente sobre a paixão de Jesus Cristo.
A paciência dessa humilde religiosa analfabeta foi atingida diretamente da fonte divina: externava profundos conhecimentos de Teologia e Psicologia sem ter estudado. A todos admirava a sensibilidade que tinha para com as dores alheias. Não era para menos, pois a Irmã Verônica estava continuamente em contato com o povo. Seu ofício era o de estender a mão de porta em porta. Porém, dava mais que recebia, porque repartia com todos o pão que alimenta a alma.
Foi também a Roma, impelida pela Virgem, para comunicar importante mensagem ao Papa Alexandre VI. O Papa escutou-a com atenção, pois logo percebeu que estava na presença de uma Santa. Ela profetizou sua morte com todos os pormenores. Suas profecias realizaram-se ao pé da letra. Quando soou a campainha chamando as irmãs às práticas de piedade do dia 13 de janeiro de 1497, conforme sua profecia, morreu.
Sua festa é comemorada a 14 de janeiro.
DIA DE SANTO HILÁRIO DE POITIERS - 13 DE JANEIRO
HOMILIA - 13.01.22
Hilário era francês e teria nascido em 315, na cidade de Poitiers. Sua família era rica e pagã. Ele recebeu uma boa educação e buscava na filosofia respostas para sua busca sobre a verdade, encontrando-as somente no Evangelho, o que o levou à conversão ao cristianismo. Seu batismo aconteceu aos 30 anos de idade. Com ele, foram batizadas sua esposa e filha, Abrè. Desde então, Hilário guiava sua família dentro dos ensinamentos cristãos.
A Igreja vivia um tempo de paz externa depois de um período de perseguições, mas precisava de um fortalecimento interno. Entretanto, alguns problemas ainda precisavam ser combatidos, como, por exemplo, a doutrina ariana, considerada herética, que negava a divindade Jesus Cristo.
Hilário era conhecido pela vida exemplar, bem como por seus conhecimentos espirituais e intelectuais. Por essa razão o clero queria o elegê-lo bispo. A decisão era difícil para ele, pois teria que abandonar parcialmente sua família. Mas ele aceitou o desafio. Ao ser sagrado bispo de Poitiers, impôs uma luta para acabar com o arianismo. Hilário debatia com os hereges e defendia sua fé, tornando-se conhecido e respeitado por suas convicções e argumentos. Por esSe motivo, passou a ser chamado de “o Atanásio do Ocidente”.
Sua valentia e coragem no combate aos hereges fez com que a comunidade aumentasse o respeito a ele. Uma frase de sua própria autoria passou a defini-lo perante a sociedade: “Enganam-se os que acreditam que me farão calar. Falarei pelos escritos, e a palavra de Deus, que ninguém pode aprisionar, voará livre”.
Por causa de sua defesa do Evangelho, Hilário sofreu perseguição de Imperadores e foi exilado para Oriente. Mas isso não o abalou. Ele aproveitava o tempo para estudar. Aprendeu o grego, conheceu as mais antigas comunidades cristãs e os ensinamentos dos sábios da Igreja. Assim, ele fortalecia sua missão a cada dia.
Durante o exílio, que durou cinco anos, Hilário escreveu livros, dois deles contra os Imperadores Constâncio e Auxêncio. Escreveu sobre a Santíssima Trindade, comentários dos Salmos e outras obras de interpretação. Seus estudos e escritos contribuíram intensamente para o aprofundamento e desenvolvimento da Teologia da Revelação.
Hilário se impressionou com a liturgia oriental. Porém, compôs alguns hinos litúrgicos que o ajudavam a se familiarizar com os fiéis, com a teologia, mantendo as pessoas mais unidas às celebrações. Ao retornar para a França e reassumir sua Diocese, ofereceu aos fiéis tudo o que tinha aprendido no exílio.
Hilário não abandonou sua família em nenhum momento da vida. Ele ministrou o sacramento do matrimônio à filha, e sua esposa entrou para a vida monástica, com a sua ajuda e aprovação.
Hilário faleceu em 367, e os fiéis já começaram a venerá-lo com o Santo. Ele foi canonizado pelo Papa Pio IX e honrado com o título de “Doutor da Igreja”. Sua festa é celebrada no dia 13 de janeiro. Santo Hilário é o padroeiro dos combatentes de heresias e o defensor da seriedade na vivência do Santo Evangelho.
“Ó Deus, que marcastes pela vossa doutrina a vida de Santo Hilário de Poitiers, concedei-nos, por sua intercessão, que sejamos fiéis à mesma doutrina, e a proclamarmos em nossas ações. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo. Amém.”
DIA DE SÃO BENTO BISCOP - 12 DE JANEIRO
HOMILIA - 12.01.22
HISTÓRIA DE SÃO BENTO BISCOP
São Bento Biscop nasceu em 628, na Nortúmbria, Irlanda. Seguiu caminho para o exército até um momento, mas a fé falou mais alto. Aos 25 anos, renunciou aos favores do Rei e se colocou a serviço de Deus.
Abandonou tudo, casa, parentes e exército por Cristo. Em 653, fez sua primeira viagem a Roma, queria devoção e aprendizado de exemplos e instituições monásticas. Nas suas viagens, trazia consigo livros de artes, ciência e muitos assuntos.
A Santa Sé o designou a ir para Inglaterra, e ele acabou sendo um grande responsável pela evangelização de toda Inglaterra.
Em 674, fundou um Mosteiro dedicado a São Pedro na Embocadura do Rio Vire, e outro, alguns anos depois, dedicado a São Paulo.
Era muito perfeccionista. Uma vez, chegou a suplicar ao Papa Agatão que enviasse o cantor da Basílica de São Pedro, o Abade João, para que a liturgia e o canto romano fossem assimilados por seus monges reunidos nos dois Mosteiros de São Pedro e de São Paulo.
Sobre o leito de morte pôde dizer com razão: “Meus filhos, não considerem invenção minha a constituição que lhes dei. Depois que visitei dezessete Mosteiros, cujas regras e usos me esforcei por conhecer e selecionar as que me pareceram melhores, dou-lhes o resultado desse trabalho. Este é o meu testamento”.
Morreu no dia 12 de janeiro de 690, aos sessenta e dois anos de idade. A sua celebração foi determinada para essa data, durante a cerimônia de sua canonização, pela Igreja, em Roma.
DIA DE SÃO TOMÁS DE CORI - 11 DE JANEIRO
HOMILIA - 11.01.22
Francisco Antonio Placidi, foi batizado ao nascer, em 4 de junho de 1655, na cidade de Cori, Itália. Ficou órfão com 14 anos de idade, tornando-se o responsável da família. Com 22 anos, depois que as duas irmãs se casaram, Francisco entrou para a Ordem dos Frades Menores Franciscanos, no Convento de Orvieto, em 1677. Foi quando ele mudou seu nome para Frei Tomás.
Em 1682 Frei Tomás foi ordenado Sacerdote. Ele era o pregador oficial da sua Diocese, em Subiaco, onde realizou seu apostolado. Também era considerado um excelente diretor espiritual, professor de santidade e um confessor incansável. Muitas vezes, começava a atender confissões pela manhã e só terminava à noite.
Frei Tomás de Cori era visto como o Bom Pastor. Guia competente e amoroso, sabia conduzir os irmãos que o procuravam. No Convento, vivia o espírito de caridade, sempre disponível para qualquer tarefa, até as mais humildes, atendendo preferencialmente os enfermos acamados. Por 40 anos, conviveu com uma ferida na perna, sem se queixar e sem deixar que esse problema o impedisse de exercer seus trabalhos pastorais.
Como discípulo de São Francisco de Assis, Tomás de Cori era obediente a Cristo. Encarnou, na sua vida, a virtude evangélica da pobreza e sua entrega a Deus e ao próximo. Agraciado pelo Espírito Santo com vários dons, como o da cura, do conselho, de graças e prodígios, recebeu muitas vezes a visita do Menino Jesus, da Virgem Maria e de São Francisco de Assis durante a Santa Missa.
Frei Tomás de Cori criou os “Retiros” da Ordem Franciscana, seguindo as ideias do Beato Boaventura de Barcelona, em Civetela e Palombara Sabina, na Itália. As regras mais rígidas para a oração e para a vida religiosa foram estendidas para todos os “Retiros” da Ordem, em 1756, e são mantidas até hoje, integralmente. Suas regras serviram de base também para os “Retiros” de muitas outras Ordens religiosas.
Frei Tomás de Cori morreu em 11 de janeiro de 1729, foi beatificado em 1786 e canonizado em 1999 pelo Papa João Paulo II.
“Pai Santo, bendito sejas pela vida de São Tomás Cori, exemplo de fé, perseverança, amor e caridade. Neste mundo ferido pelo pecado, pedimos a intercessão de São Tomás para que suas graças cheguem até nós e encontrem um coração aberto, tanto para recebê-las quanto para levá-las aos irmãos que estão longes do caminho, da verdade e da vida verdadeira, em Cristo Jesus. Amém.”
DIA DE SÃO GONÇALO DE AMARANTE - 10 DE JANEIRO
HOMILIA - 10.01.22
HISTÓRIA DE SÃO GONÇALO DE AMARANTE
Gonçalo de Amarante, O.P., foi um eclesiástico português. Gozando de grande devoção popular que se irradiou a partir do norte do país, é popularmente conhecido como São Gonçalo de Amarante.
Desejoso de visitar os túmulos dos apóstolos São Pedro e São Paulo e os Lugares Santos da Palestina, obteve licença, deixou os seus paroquianos ao cuidado de um sobrinho sacerdote, e partiu em peregrinação primeiro a Roma donde passou a Jerusalém, onde se demorou 14 anos.
De regresso a Portugal, afirma-se que o seu sobrinho, além de não o aceitar e não o reconhecer como verdadeiro e legítimo pároco, escorraçou-o e conseguiu, mediante documentos falsos, provar ao então Arcebispo, D. Silvestre Godinho, que Gonçalo falecera, obtendo a nomeação como pároco da freguesia.
Gonçalo, resignado com semelhante atitude, deixou São Paio de Vizela e partiu, pregando o Evangelho até às margens do rio Tâmega. No local onde hoje se ergue a Igreja e Convento de São Gonçalo, em Amarante, de acordo com a tradição ergueu uma pequena ermida sob a invocação de Nossa Senhora da Assunção, ali se recolhendo como eremita, consagrando o tempo à oração e à penitência, e saindo esporadicamente a pregar nos arredores.
Sentindo necessidade de encontrar um caminho mais seguro de modo a alcançar a glória eterna, Gonçalo jejuou uma Quaresma a pão e água e suplicou fervorosamente a Nossa Senhora que lhe alcançasse do Senhor essa graça. Afirma-se que a Virgem Maria apareceu-lhe e disse-lhe que procurasse a Ordem em que iniciavam o seu Ofício com a Saudação angélica ou Ave-Maria - a Ordem dos Pregadores ou Dominicanos.
Gonçalo dirigiu-se então ao Convento de Guimarães da Ordem dos Pregadores, recentemente fundado por Pedro González Telmo, apóstolo da região de Entre-Douro e Minho, o qual lhe deu o hábito e, uma vez feito o noviciado, admitiu-o à profissão religiosa. Após algum tempo deu-lhe licença para, com outro religioso, voltar ao seu eremitério de Amarante, continuando a sua vida evangélica e caritativa.
Durante o seu ministério Gonçalo operou muitas conversões, conduzindo o povo à prática de uma autêntica vida cristã, sem esquecer de os promover socialmente em muitos aspectos. Nesse particular sobressai a construção de uma ponte em granito sobre o Tâmega, angariando pessoalmente donativos em terras circunvizinhas e levando os moradores mais abastados a darem vultosas ajudas para as obras. O povo atribui-lhe muitos milagres ligados a essa construção.
Concluída a ponte, Gonçalo viveu ainda alguns anos dedicado à pregação e à vida de oração. Reza a tradição que Nossa Senhora lhe revelou o dia da sua morte, 10 de janeiro de 1162, em Amarante, Portugal, para a qual se preparou com a recepção dos Sacramentos da Igreja. O seu corpo, após a celebração das exéquias por sua alma, foi sepultado na ermida, continuando a efectuar-se muitos milagres, atribuídos à sua intercessão.
Mais tarde a primitiva ermida foi substituída por uma igreja. Sobre esta, em 1540, João III de Portugal determinou erguer o grandioso templo e convento que ainda hoje existe e que é monumento histórico da cidade de Amarante.
Foram abertos 3 processos canónicos pleiteando a Beatificação e Canonização de Gonçalo de Amarante.
O Papa Júlio III concedeu que se lhe tributasse culto público em 24 de abril de 1551.
O último foi aberto pelo então bispo da Diocese do Porto, D. Rodrigo Pinheiro, por comissão do Papa Pio IV (1561). A instâncias de Sebastião I de Portugal, do Arcebispo da Diocese de Braga, da Ordem dos Pregadores, do Cardeal D. Henrique e da população de Amarante, a sentença de Beatificação foi promulgada a 16 de setembro de 1561 pelo representante da Sé Apostólica.
Mais tarde o Papa Clemente X, em 10 de julho de 1671, estendeu a toda a Ordem dos Pregadores e a todo o reino de Portugal a concessão de honrarem este beato, um dos mais populares do país, com Missa e Ofício litúrgicos próprios.
A sua data no calendário litúrgico é 10 de janeiro. As Festas de São Gonçalo em Amarante (Portugal) são celebradas no primeiro fim-de-semana do mês de junho.
O seu culto espalhou-se pelos domínios ultramarinos de Portugal, chegando ao Estado Português da Índia e ao Estado do Brasil como o confirma um longo sermão do Padre António Vieira sobre São Gonçalo.
Em Arriconha, sua terra natal, ergue-se uma ermida sob a sua invocação. É também o patrono da cidade de Amarante, onde viveu e faleceu.
No bairro da Beira Mar, na freguesia da Vera Cruz, em Aveiro, a Capela de São Gonçalo é chamada carinhosamente Capela de São Gonçalinho. São também aqui celebradas anualmente as Festas de São Gonçalinho, nas quais os devotos atiram cavacas do topo da capela, como forma de pagar promessas.
No Brasil é patrono das cidades homônimas de São Gonçalo do Amarante no estados do Rio Grande do Norte e do Ceará, Umari (Ceará), São Gonçalo (Rio de Janeiro), Itapissuma (Pernambuco), Cajari, Matinha e Viana, (Maranhão) e Cuiabá (Mato Grosso). Também é Santo Padroeiro da cidade de São Gonçalo do Sapucaí - MG e Padroeiro da Paróquia São Gonçalo, da cidade de São Francisco do Conde-Ba.
Amarante (Piauí) também festeja a devoção a Gonçalo de Amarante com uma dança folclórica, o Baile de São Gonçalo. Em Ibituruna acontece, no último fim de semana de janeiro, uma festa em honra ao beato, com a tradicional Congada e Folia de São Gonçalo. Batalha (Piauí) também festeja São Gonçalo desde sec. XVIII entre 22 de dezembro a 1o. de janeiro. Do dia 1° ao dia 10 em Milton Brandão (PI), a comunidade São Gonçalo também festeja o seu Padroeiro São Gonçalo. Em Pedro II (PI) o Bairro São Gonçalo - Paróquia de São José Operário- de 1º a 10 de janeiro festeja o Beato Gonçalo de Amarante.
Em Caém, cidade do interior da Bahia, tem São Gonçalo como Padroeiro da cidade e sempre de 1º a 10 de Janeiro há comemorações em seu nome, no dia 09 há a Roda de São Gonçalo onde os fiéis dançam ao ritmo de músicas de louvor ao seu nome.
No dia 10 de janeiro, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro, Brasil. Comemora-se o dia do padroeiro da cidade. A cidade festeja com eventos e missa em sua igreja matriz, batizada com o mesmo nome do santo.
Em Umari (Ceará), a devoção a São Gonçalo tem longa data, cerca de 260 anos. Trazido pela devoção pessoal de um jesuíta francês desligado de ordens, Joseph Aléth Douilléth, em meados do século XVIII, o grande beato logo alcançou grande popularidade no meio. Aí se eregiu uma capela, que devido ao aumento dos moradores, converteu-se numa grande Igreja, ainda hoje presente, no entanto, tendo poucos traços originais, e festa dedicada todos os anos ao padroeiro de 1° a 10 de janeiro.
Ainda em vida parece ter ganhado fama de casamenteiro, e sobretudo, de Santo, dizendo-se dele ter operado vários milagres; de resto, poucos anos após a sua morte, há referências à igreja de Amarante, sob a invocação de São Gonçalo, prova de que o seu culto cedo se propagou.
DIA DE SÃNTO ANDRÉ CORSINI - 09 DE JANEIRO
HOMILIA - 09.01.22
Nasceu no século XIV, no ano de 1302, dentro de uma família muito conhecida em Florença, Itália: a família Corsini. Seus pais, Nicolau e Peregrina não podiam ter filhos, mas não desistiam, estavam sempre rezando nesta intenção até que veio essa graça e tiveram um filho. O nome: André.
Os pais fizeram de tudo para bem formá-lo. Com apenas 15 anos, ele dava tanto trabalho e decepções para seus pais que sua mãe chegou a desabafar: “Filho, você é, de fato, aquele lobo que eu sonhava”. Ele ficou assustado, não imaginava o quanto os caminhos errados e a vida de pecado que ele estava levando, ainda tão cedo, decepcionavam tanto e feriam a sua mãe. Mas a mãe completou o sonho: “Este lobo entrava numa igreja e se transformava em cordeiro”. André guardou aquilo no coração e, sem a mãe saber, no outro dia, ele entrou numa igreja. Aos pés de uma imagem de Nossa Senhora ele orava, orava, e a graça aconteceu. Ele retomou seus valores, começou uma caminhada de conversão e falou para o Provincial Carmelita que queria entrar para a vida religiosa. Não se sabe, ao certo, se foi imediatamente ou fez um caminho vocacional, o fato é que entrou para a vida religiosa na obediência às regras, na vida de oração e penitência. Ele foi crescendo nessa liberdade, que é dom de Deus para o ser humano.
Santo André ia se colocando a serviço dos doentes, dos pobres, nos trabalhos tão simples como os da cozinha. Ele também saía para mendigar para as necessidades de sua comunidade. Passou humilhação, mas sempre centrado em Cristo.
Os Santos foram e continuam a ser pessoas que comunicaram Cristo para o mundo. Mas Deus tinha mais para André. Ele ordenou-se Padre e como tal continuava nesse testemunho de Cristo até que Nosso Senhor o escolheu para Bispo de Fiesoli. De início, ele não aceitou, fugiu para a Cartuxa de Florença e ficou escondido, ao ponto de as pessoas não saberem onde ele estava e escolher um outro para ser Bispo, pela necessidade. Mas um Anjo, uma criança, apareceu no meio do povo indicando onde ele estava escondido. Apareceu também uma outra criança para ele, dizendo-lhe que ele não devia temer, porque Deus estaria com ele e a Virgem Maria estaria presente em todos os momentos. Foi por essa confiança no amor de Deus que ele assumiu o Episcopado e foi um santo Bispo. Até que, em 1373, no dia de Natal, Nossa Senhora apareceu para ele dizendo do seu falecimento que estava próximo. No dia da Epifania do Senhor, ele entrou para o céu.
Santo André Corsini, rogai por nós!
DIA DE SÃO SEVERINO - 08 DE JANEIRO
HOMILIA - 08.01.22
O discípulo e biógrafo de São Severino, chamado Eugípio, afirma que ele teria nascido no século V, em 410, em Roma, na Itália. Era de família nobre e muito rica. Tinha ótima educação, falava fluentemente bem o latim, e era, ao mesmo tempo, uma pessoa humilde e profundamente caridosa. Severino tinha o dom da cura, da profecia e do conselho. Ele vivia fielmente os votos sacerdotais, fazia muita penitência e rezava sempre ao divino Espírito Santo.
No século V, o Ocidente sofreu várias invasões de povos, como, godos, ostrogodos, visigodos, burgúndio e vândalos. As vítimas dessas guerras sucessivas encontravam segurança e abrigo somente com os padres e religiosos da Igreja, e São Severino aproveitava para oferecer, além das necessidades básicas dos refugiados, uma boa evangelização cristã.
Em 454, São Severino foi enviado à Nórica (atualmente da Áustria à Baviera, na Alemanha) e à Pomonia, na Áustria, às margens do rio Danúbio. O local se tornou um ponto estratégico para que ele acolhesse a população sempre ameaçada, pregando, também, para bárbaros e pagãos. Em 455, esteve em Melk e, depois, em Ostembur, onde ele passou a viver numa cabana, entregando-se à penitência e à oração.
Esse ministério itinerante de São Severino chegou a várias cidades, nas quais ele fundou alguns mosteiros. Com suas profecias, acertava as datas das invasões e avisava as comunidades do perigo eminente. Em Asturis, ele profetizou a invasão e mortes comandadas por Átila, Rei dos Hunos, habitantes da Hungria. As pessoas, porém, não lhe deram atenção e zombavam dele. Pouco depois da partida de Severino, a cidade foi invadida, saqueada, e os habitantes foram mortos. Chegando São Severino a Comagaris e depois Comagene, lugares dominados por invasores, socorria as pessoas, conseguindo o respeito, inclusive, dos inimigos.
A história de São Severino está repleta de graças e milagres. Ele predisse a data de sua morte e que sua Ordem Religiosa seria expulsa da região do Danúbio. EMorreu no dia 8 de janeiro de 482, depois de pronunciar uma frase do Salmo 150: "Todo ser que tem vida, a deve ao Senhor".
São Severino é muito venerado na Alemanha e na Áustria. Seu túmulo está em Nápoles, Itália, na igreja dos beneditinos. Ele é considerado padroeiro dos prisioneiros e dos pobres.
“Deus, nosso Pai, em São Severino nos destes um exemplo admirável de bondade e de amor cristão, que é servir e exercer a solidariedade para com todos os homens, sem levar em conta raça, cor, cultura e religião. Vós sois um Deus que não fazeis acepção de pessoas. Diante de Vós, todos são iguais e participam da mesma dignidade de criaturas amadas e queridas por Vós. Todos os povos são chamados a participar da Vossa salvação e a constituir uma grande família, a família dos filhos de Deus. Nós Vos pedimos, Senhor, que em Jesus, Vosso Amado Filho, nosso irmão, e mediante o Vosso Espírito Santo, nos concedais o dom do discernimento, para percebermos os sinais de Vosso amor e de Vossa ação na história humana. Amém.”
DIA DE SÃO RAIMUNDO DE PENYAFORT - 07 DE JANEIRO
HOMILIA - 07.01.22
Raimundo nasceu no 1175, no nobre castelo da família Penyafort, na Catalunha, Espanha. Desde a infância, demonstrou interesse pelos estudos e por tudo o que dizia respeito à religião. Com apenas vinte anos, tornou-se professor na cadeira de Artes Livres em uma Universidade de Barcelona. Suas aulas atraíam muitos estudantes. Depois, partiu para Bolonha, Itália. Lá, seguiu lecionando e passou a estudar as matérias do Direito Civil e do Eclesiástico. Ao concluir o curso, foi diplomado com louvores. Em seguida, foi nomeado Professor Titular de Direito Canônico da mesma Universidade. Mesmo estando num alto grau social, nunca deixou de lado os pobres. Ao contrário, fazia questão de cuidar deles pessoalmente, não se importando com a fama de grande conhecedor, que já se espalhava por toda a Itália e países da Europa.
Em 1220, Raimundo retornou à Espanha, onde foi ordenado Padre. Logo em seguida, foi nomeado Vigário-Geral da grande Diocese de Barcelona. Depois, o Papa Gregório IX convocou-o para colocar sua capacidade a serviço da Igreja em Roma. Lá, foi Confessor do Papa durante oito anos. Nessa época, constatou que os pobres não eram bem atendidos nos seus direitos canônicos quando recorriam à sede da Igreja e alertou o Papa sobre o assunto. A consequência disso, foi que São Raimundo, a mando do Papa, escreveu e editou a obra "Os Decretais de Gregório IX". A obra tornou-se referência no Direito Canônico até os dias de hoje.
Como reconhecimento pela dedicação, santidade, capacidade e bons trabalhos de São Raimundo, o Papa Gregório IX nomeou-o Arcebispo da cidade de Taragona. Em sua humildade, porém, São Raimundo sentiu-se indigno. Por isso, pediu que fosse exonerado do cargo. Chegou mesmo a ficar doente em razão disso. Assim, com a autorização de seus superiores, retornou para a Espanha. Do amigo e também santo Pedro Nolasco, São Raimundo de Penhaforte aceitou o convite de escrever as Constituições da recém-fundada Ordem das Mercês para a Redenção dos Cativos. A Ordem ficou conhecida como Ordem dos Mercedários e tinha como objetivo libertar cristãos escravizados por muçulmanos.
Quando a Ordem dos Dominicanos chegou a Barcelona, São Raimundo de Penyafort entusiasmou-se pelo modo de vida dessa Ordem Religiosa. Por isso, abandonou tudo o que tinha, para se tornar dominicano. Sua vocação dominicana era tão evidente que, quando o Superior-Geral faleceu, no ano 1278, os dominicanos o elegeram como o sucessor. Pelo tempo de dois anos, São Raimundo de Penyafort viajou a pé e visitou todos os conventos da Ordem. Depois disso, pediu afastamento da direção e dedicou-se à vida solitária de penitência e orações. Porém, nunca deixou de atender aos pobres. Nessa época, Deus realizou grande prodígios por meio de São Raimundo de Penyafort. Por isso, sua fama de santidade se espalhou.
Por inspiração de Deus, ao completar setenta anos, São Raimundo voltou à educação. Dirigiu a fundação de dois seminários. Neles, o ensino era dado nas línguas hebraica e árabe. Seu objetivo era atrair judeus e árabes para o Cristianismo. Em alguns anos, dez mil árabes se converteram e receberam o batismo. Depois, São Raimundo passou a ser confessor do Rei Jaime de Aragão e repreendeu-o pela vida desregrada. Também alertou o Rei sobre um grande perigo que o Reino corria com uma facção chamada “os albigenses”. Estes pertenciam à seita dos cátaros. Essa seita pregava uma doutrina que desviava da fé católica. Assim, ele conseguiu que os albigenses fossem expulsos da região. Além disso, São Raimundo, nesse tempo, foi um escritor importante. Sua obra, intitulada "Suma de Casos", continua a ser usada até os dias de hoje pelos confessores.
São Raimundo de Penyafort tornou-se grande amigo de Santo Tomás de Aquino. Tanto, que pediu a ele que escrevesse uma importante obra chamada Suma Contra os Gênios. Além disso, ajudou Santo Tomás nos estudos. São Raimundo faleceu aos 100 anos! Era o dia 6 de janeiro de 1275. Pouco tempo depois, foi canonizado. A celebração de sua festa foi estabelecida para o dia seguinte ao de sua morte, em 7 de janeiro, porque no dia 6 comemora-se a Epifania do Senhor.
“Senhor, que destes a São Raimundo de Penyafort a virtude de uma admirável misericórdia para com os pecadores e os prisioneiros, dignai-Vos, por sua intercessão, quebrar as cadeias dos nossos pecados para podermos cumprir livremente a Vossa vontade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo, amém. São Raimundo de Penyafort, rogai por nós.”
DIA DE SANTA RAFAELA MARIA - 06 DE JANEIRO
HOMILIA - 06.01.22
Rafaela Maria Porras y Ayllón nasceu no dia 1 de março de 1850, na cidade de Pedro Abad, pertencente à província de Córdoba, na Espanha. Filha de Ildefonso Porras e Rafaela Ayllón, foi a décima dos treze filhos que seus pais tiveram. Seus pais, ricos que eram, lhe deram excelente educação humana e grande exemplo de vida cristã.
Seu pai era presidente da Câmara de Pedro Abad. Quando sua região teve um surto de cólera, ele próprio dedicou-se a cuidar dos doentes. Porém, contraiu a doença e veio a falecer. Rafaela tinha, então, apenas quatro anos. Sua mãe passou a comandar a família, dedicando atenção especial a Rafaela e sua irmã Dolores, as únicas mulheres entre os irmãos.
A educação esmerada fez Rafaela, Dolores e seus irmãos, crianças e jovens privilegiados na cultura e nas virtudes. E Rafaela, desde cedo, comportava-se pacífica, reflexiva, forte e meiga, dona de si, disposta a abrir mão de seus gostos para favorecer os outros. Ela poderia frequentar a alta sociedade de Córdoba e de Madri. No entanto, preferiu consagrar-se inteiramente a Jesus Cristo através de um voto de castidade feito aos quinze anos. Era o dia da anunciação de Maria, aquela que se proclamou a “Escrava do Senhor”. Isso marcaria a vida de Rafaela para sempre, como vemos na Congregação que ela viria a fundar alguns anos depois.
Quando Rafaela completou dezenove anos, sua mãe faleceu, marcando fortemente sua alma e seu caminho para Deus. A partir daí, ela passou a se dedicar completamente aos mais necessitados. Dolores, sua irmã, a acompanhava em todas essas ações de caridade e amor para com o próximo. Mais tarde, ela estaria junto com sua irmã na fundação da Congregação das Escravas do Sagrado Coração de Jesus.
No dia 14 de abril de 1877, Santa Rafaela e sua irmã fundam a primeira casa do Instituto das Escravas do Sagrado Coração de Jesus. A Congregação dedicar-se-ia à adoração do Santíssimo Sacramento e à educação de crianças e jovens, especialmente as mais necessitadas. A obra foi aprovada pelo Cardeal Moreno. Dezoito noviças iniciaram na casa. Dessas, todas permaneceram.
Num mundo marcado pela dor, pela guerra e por pestes, a Obra de Santa Rafaela levou o amor de Deus, a esperança, a fé e a caridade. Santa Rafaela foi o próprio exemplo de quem se fez escrava do amor. Ela adotou o nome religioso de Maria do Sagrado Coração de Jesus. No dia 29 de janeiro de 1887, o Papa Leão XIII deu a aprovação definitiva para o Instituto. As “Escravas” começaram a se espalhar pela Espanha e Europa. A irmã Dolores, que adotou o nome de Maria del Pilar, ajudou como ecônoma geral até o ano 1893.
No mesmo ano de 1893, a irmã, Maria del Pilar, passou a externar sua visão segundo a qual Santa Rafaela cometia erros na administração da economia da Congregação, e passou a fazer campanha para que Rafaela fosse retirada do cargo de Superiora. Por fim, as conselheiras do Instituto se convenceram e retiraram Madre Rafaela da direção, colocando Dolores (Irmã Maria del Pilar) como Superiora-Geral. Esta ficou no cargo de 1893 a 1903, ou seja, dez anos.
Santa Rafaela viveu os trinta e dois anos seguintes relegada a um canto, desprezada. Porém, dizia-se feliz por poder dedicar-se totalmente à oração, a dar bom exemplo no trato com todas e à humildade. Viveu sem cultivar amarguras no coração, sem fazer críticas, sem alimentar ressentimentos. Ao contrário, via em tudo isso a mão de Deus agindo em sua vida, modelando-a com amor para a vida eterna. Assim, ela viu a Obra, que era fruto do seu coração e da vontade de Deus, florescer e se espalhar ainda mais. Sua dor e aceitação certamente foram o adubo para esse crescimento.
Nos trinta e dois anos de isolamento e marginalização, Santa Rafaela só teve um consolo externo ao seu coração: uma peregrinação que fez a Assis, a Loreto e no interior da Espanha, ficando nas casas da Congregação. Em todas as casas por que passou, deixou um exemplo de santidade, oração e humildade. Fazia os trabalhos mais humildes e rejeitados com alegria de coração, mostrando que, na verdade, tinha ela um profunda vida interior e colóquios com Deus, o que satisfazia plenamente seu coração e a fazia perceber que as glórias humanas não passam de inutilidades.
Por causa das longas horas que Santa Rafaela passava ajoelhada diante de Jesus Sacramentado, a verdadeira razão de sua vida, ela contraiu uma grave doença no joelho direito. Tal enfermidade a foi debilitando, causando dores terríveis. Assim, ela passou os últimos meses de sua vida. Porém, cheia de fé, dizia: "Aceitai todas as coisas como se viessem das mãos de Deus". Assim, em 06 de janeiro de 1925, Santa Rafaela entregou sua alma a Deus. Ela estava na casa de Roma.
Logo após a morte de Santa Rafaela, as autoridades da Igreja compreenderam o grande sofrimento pelo qual tinha ela passado. Abriram, então, o processo para a sua beatificação. Pouco tempo depois, estando a 2ª Guerra Mundial quase em seu final,um bombardeio americano veio a atingir drasticamente o cemitério onde tinha sido sepultada. O túmulo dela, porém, ficou preservado milagrosamente. Quando fizeram a exumação, encontraram o corpo de Santa Rafaela incorrupto e com toda flexibilidade, como se ela estivesse dormindo. Ela foi beatificada em 1953 pelo Papa Pio XII e canonizada em 1977 pelo Papa Paulo VI.
“Concedei-nos, Senhor, o dom de Vos conhecer e amar sobre todas as coisas, a exemplo da Vossa serva Santa Rafaela Maria, para que, servindo-Vos com sinceridade de coração, possamos agradar-Vos com a nossa fé e as nossas obras. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo. Amém. Santa Rafaela, rogai por nós.”
DIA DE SÃO SIMEÃO ESTILITA - 05 DE JANEIRO
HOMILIA - 05.01.22
Simeão nasceu no ano 390, na região de Cilícia, onde hoje é a Síria. Era filho de uma família humilde e cristã. Até chegar à adolescência, Simeão ajudou seu pai no trabalho com o gado. Desenvolveu o hábito de ler o Novo Testamento, especialmente os Evangelhos, durante o tempo livre em que estava com o rebanho. Depois, sempre pedia que um velho sacerdote lhe explicasse as Escrituras. Esse padre percebeu logo que Simeão tinha a vocação para a vida monástica.
Desde jovem Simeão revelou ser muito perspicaz e inteligente. Por outro lado, tinha um jeito de ser dramático e exagerado. Certo dia, durante uma missa, o padre falou, no sermão, sobre a vida de alguns santos. O padre falou que a oração contínua, o jejum, as vigílias, os sofrimentos e as humilhações formavam o caminho para a felicidade verdadeira, no céu. Ouvindo isso, Simeão sentiu que sua vocação era entregar-se totalmente a Deus.
Simeão foi, então, para um mosteiro perto de sua cidade. Passou alguns dias em jejum na porta. Depois, foi recebido pelos monges. Ele ficou nesse mosteiro durante dois anos. Porém, queria uma vida mais austera e sacrificada. Por isso, ao término de dois anos os monges acharam por bem dispensá-lo da comunidade.
Simeão foi, então, para o Mosteiro de Heliodoro, conhecido por sua severidade. Lá, ele intensificou suas penitências. Simeão ficou por dez anos nesse Mosteiro. Suas penitências preocupavam o Superior do Mosteiro. Simeão, por sua vez, intensificava mais ainda seus sacrifícios. Chegou a amarrar uma corda bastante áspera em seu corpo, para se sacrificar ainda mais, o que perturbou os outros religiosos. Por isso, o Superior pediu para que ele deixasse o Mosteiro.
Por tudo isso, Simeão optou por viver uma vida solitária, como eremita. Para isso, foi para o topo do Monte Tesalissa. Lá, havia uma comunidade de cristãos que buscavam o isolamento e a oração. Simeão passou três anos ali, fazendo jejuns e sacrifícios em quase todos os tempos litúrgicos, não só na Quaresma. Depois disso, decidiu ir para o ponto mais alto do monte. Lá, construiu uma cela de pedras, sem teto e sem o mínimo conforto. Chegou a fazer sacrifícios extremos. Um padre, ao saber disso, aconselhou Simeão a exercitar sua força de vontade sem se entregar aos exageros. Simeão percebeu que essa era a vontade de Deus e obedeceu.
A partir desse momento, São Simeão deixou o exagero nos sacrifícios e começou a pregar para as pessoas que o procuravam. Chegara o tempo de ele passar os conhecimentos que alcançara para todos os que precisavam. E o povo começou a procurá-lo. Ele acolhia, ouvia as pessoas, aconselhava e pregava o Evangelho a todos. Por isso, passou a ser chamado de estilita. Essa expressão vem do grego “sytilos”, cujo significado é “coluna”. São Simeão, de fato, passou a ser uma coluna de fé e força espiritual para todo o povo da região. Pelo tempo de sete anos, ele pregou ali, evangelizou, ouviu, aconselhou e converteu uma multidão de pagãos, que o procuravam para ver os milagres que eram operados por sua intercessão.
São Simeão, porém, tinha uma vocação para a solidão. Por isso, optou por construir uma torre alta, como uma coluna, tendo uma base na parte superior para ele morar. Sempre que possível, aumentava a altura da torre. São Simeão viveu ali durante vinte e sete anos. Por isso, a torre chegou a atingir vinte e oito metros de altura. Lá do alto, ele pregava o Evangelho para o povo que o procurava. Com essas pregações, converteu a muitos e vários prodígios aconteceram ali por sua intercessão.
São Simeão faleceu sobre a torre que construiu, estando em posição de oração. Era o dia 5 de janeiro do ano 453. Sua festa passou a ser celebrada nesse dia, a partir do ano em que ele faleceu. Em pouco tempo, a festa se propagou pelo mundo católico. Quando ele foi canonizado, a Igreja manteve a data da sua celebração.
“Ó Deus, que destes a São Simeão a graça de ser chamado “sytilos”, coluna, dai-nos, por sua intercessão, a graça da perseverança e de suportar os sacrifícios desta vida com paciência e fé, na certeza de que eles nos ajudam no caminho da santidade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo, amém. São Simeão, rogai por nós.”
DIA DE SANTA ÂNGELA DE FOLIGNO - 04 DE JANEIRO
HOMILIA - 04.01.22
Santa Ângela era da Itália, nasceu de uma rica família da cidade de Foligno, no ano de 1248. Por isso, ela é chamada de Santa Ângela de Foligno. Desde cedo, teve uma educação nobre, viveu em meio à fartura e aos prazeres mundanos. Seus pais não lhe deram uma educação cristã e pouco se preocupavam com a religião. Ângela herdou essa marca de paganismo. Viveu numa sociedade que valorizava demais as aparências e a vaidade.
Ângela casou-se muito nova com um cavaleiro de sua terra, teve muitos filhos e cuidava bem deles. Gostava de festas e divertimento, mas enxergava a vida além das realidades materiais. Gostava de roupas novas, joias, aparências, tudo que uma vida mundana oferece. Mais tarde, seus pais se converteram e aconselhavam Santa Ângela a mudar de vida, mas ela não lhes dava ouvidos. Os pais passaram a rezar muito por ela.
Tudo parecia ir bem com Ângela, até que uma grande tragédia aconteceu em sua vida: dois de seus filhos morreram tragicamente. Então, as coisas das quais Santa Ângela gostava e nas quais colocava sua confiança passaram a não ter mais sentido para ela.
Aparências? De que valem os elogios dos outros, se seu coração está em pedaços? O que o mundo pode oferecer a alguém que tem perdas tão grandes? Assim, com o coração partido, cansada de viver de aparências e vendo que esse gosto pelas aparências a conduzia a um buraco cada vez maior, Ângela começou a olhar para si mesma à procura da verdade e de um sentido na vida.
Ângela foi sincera em sua busca, e Deus a atendeu. Mais tarde, em sua autobiografia, ela escreveu: Descontente de mim mesma, comecei a pensar seriamente em minha vida. Deus mostrou meus pecados, e minha alma encheu-se de pavor! Prevendo a possibilidade da minha condenação, tamanha era a minha vergonha, que não tive coragem de confessar todos os meus pecados. Assim, várias vezes, ocorreu que recebi o Santo Sacramento em pecado. Vi minha consciência atormentada dia e noite. Pedi a Nossa Senhora para me conduzir a um sacerdote esclarecido para fazer minha confissão geral. Essa oração foi atendida, mas não senti nenhum amor a Deus, mas tanto mais arrependimento, dor, e vergonha dos meus pecados. Convertendo-se, Ângela ficou firme e fiel no caminho do amor e da santidade, santificando-se na dedicação à sua família. Alcançou a graça de um grande arrependimento de seus pecados e uma poderosa devoção à Sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo.
Santa Ângela tinha reconstruído sua vida, agora com base no Evangelho e na fé em Deus. Porém, mais perdas aconteceriam: seu marido e filhos (todos) faleceram vítimas de doenças. O sofrimento foi muito grande, como é de se esperar. Porém, Ângela segurou na mão de Deus e procurou uma vida de oração.
Foi então que ela fez uma peregrinação a Assis. Lá, teve uma profunda experiência do amor de Deus e modificou radicalmente a sua vida. Vendeu seus bens e doou aos pobres, viveu uma vida recolhida em oração e, sempre que podia, ia a Assis em peregrinações.
Aos pés do crucifixo, Santa Ângela santificou sua viuvez, fez voto de castidade e pobreza e entrou para a Ordem Terceira de São Francisco. Tinha revelações e visões de Jesus. Sentiu em si mesma muitos sofrimentos da Cruz de Cristo. Passou também por grandes tentações. Essas, na verdade, eram o maior sofrimento de Santa Ângela. Foi fortemente tentada a abandonar a fé e a voltar ao materialismo de sua vida passada.
Santa Ângela, porém, com muita oração e sacrifício, superava todas as provações. Ela escreveu: Seria mais tolerável para mim sofrer todas as dores, suportar as torturas mais horrorosas dos mártires, que me ver exposta às tentações diabólicas contra a pureza. Ela orava e visitava os pobres ajudando material e espiritualmente a todos. Um dia, ela teve um sonho com São Francisco de Assis dizendo para ela ir para Assis. Lá, ela escreveu relatando vários acontecimentos místicos sobre a Paixão de Jesus Cristo. Em seu livro Experiências Espirituais, narra que chegou a sentir todas as dores do flagelo de Jesus. Esse livro passou a ser a base na formação das religiosas de seu tempo e rendeu a Santas Ângela o título de Mestra dos Teólogos.
Antes de morrer, Santa Ângela recebeu os sacramentos e ficou feliz de ficar livre de todas as tentações diabólicas. Ela faleceu no dia em que tinha profetizado. Foi no dia 4 de janeiro de 1309. Está enterrada na Igreja de São Francisco de Assis, em Foligno na Itália. Foi canonizada pelo Papa Inocêncio Xll.
Santa Ângela nos ensina que a vaidade, a confiança nas aparências, a busca dos elogios dos outros e dos prazeres mundanos são coisas que não dão sentido a uma vida humana. O ser humano é muito mais que tudo isso e precisa de muito mais que isso: precisa de verdade, de amor e de Jesus Cristo.
Ó Deus, Pai e Senhor Nosso, a vida de Santa Ângela nos ensina o quão perigoso é confiar nas aparências, nos elogios vazios, na vaidade e nos bens materiais. Ela nos ensina também o quanto é agradável a Vós a conversão sincera do coração ao evangelho. Queremos deixar tudo o que em nossa vida é injustiça e egoísmo, tudo o que prejudica os outros a fim de conhecer-Vos melhor e servir-Vos através de nossos irmãos, sobretudo os mais necessitados. Santa Ângela, rogai por nós.
DIA DE SANTA GENOVEVA - 03 DE JANEIRO
HOMILIA - 03.01.22
Santa Genoveva nasceu em 422, em Nanterre, perto de Paris, na França. Era filha de Sebero e Gerônica. Quando ela nasceu, o cristianismo já tinha chegado à França. Genoveva nasceu numa família cristã e recebeu educação esmerada na fé cristã.
Quando Genoveva tinha 8 anos, um fato marcou sua vida: São Germano, Bispo de Auxerre, também na França, passou por Nanterre, quando viajava rumo à Inglaterra para levar Cristo para os pagãos e derrubar uma heresia que crescia por lá.
A multidão de Nanterre parou para ver o Bispo Santo e pedir suas bênçãos. Foi então que São Germano olhou para os pais de Genoveva e disse: Feliz de vós que tendes esta menina! Ela será grande perante Deus e, atraídos por sua virtude, muitos pecadores abandonarão o pecado e seguiram a Jesus Cristo.
Em seguida, Germano deu uma cruz de presente a Santa Genoveva e disse para ela não se iludir com ouro e joias, porque senão ela não alcançaria a beleza eterna. Genoveva guardou essas palavras em seu coração e prometeu ao Bispo que seguiria firme na Igreja.
Genoveva crescia em oração e santidade. Ela era avessa às coisas da idade e da carne. Certo dia, quando sua mãe estava indo para a igreja, Genoveva queria ir, mas sua mãe não deixou. Santa Genoveva, então, insistiu: Mãe, com a graça de Deus, quero cumprir a palavra que dei ao Bispo Germano, de ir à igreja para merecer a honra que ele me prometeu. Sua mãe ficou brava e lhe deu um tapa no rosto. Então, sua mãe ficou cega imediatamente, permanecendo assim por 21 meses.
Passados 21 meses, Genoveva, durante um momento de oração, sentiu que deveria agir em favor de sua mãe. Assim, obedecendo à inspiração, ela tirou a água da fonte, como sempre fazia, benzeu com o sinal da cruz, passou nos olhos de sua mãe, e esta recuperou a visão, não apenas física, como também a visão espiritual.
Aos 15 anos, Santa Genoveva entrou para um convento e fez os votos de castidade, recebendo o véu do Bispo de Paris. Genoveva foi uma religiosa que se dedicou desde cedo às orações e penitências para se livrar das tentações do mundo e para ajudar as almas no caminho da santidade. Dormia no chão, comia pão e cevada. Mesmo sofrendo calúnias por causa de Deus, Genoveva nunca desanimou.
Quando irmã Genoveva tinha 28 anos, Átila, o rei dos Hunos, o flagelo de Deus, estava prestes a invadir Paris com seu poderoso exército. O povo, ao saber disso, se desesperava e se preparava para fugir. Santa Genoveva, após muitas orações, reuniu o povo amedrontado e disse: Que os homens fujam se quiserem, se não são capazes de lutar mais. Nós, as mulheres, rogaremos tanto a Deus, que Ele ouvirá nossas súplicas.
Mediante esse desafio de fé, os homens parisienses, mesmo em desvantagem, resolveram resistir ao invasor. Átila, porém, afastou-se misteriosamente. Até hoje, não se sabe exatamente por que Átila desistiu da invasão. Desse momento em diante, todos passaram a enxergar em Santa Genoveva uma grande alma, uma grande líder a quem o povo recorria sempre em suas necessidades.
Após esse acontecimento, Santa Genoveva liderou a construção de uma igreja sobre o túmulo de São Dionísio, primeiro Bispo de Paris e mártir. Essa igreja se transformou depois na Abadia de Saint Denis, onde foram enterrados os Reis da França. Posteriormente, Santa Genoveva intercedeu junto ao Rei Clóvis e conseguiu que este construísse uma igreja dedicada a São Pedro e São Paulo.
Santa Genoveva faleceu em 3 de janeiro de 502, aos 89 anos. Foi enterrada na igreja dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, que ela ajudou a construir. Ela foi enterrada ao lado do Rei Clóvis e de sua esposa, Clotilde. Santa Genoveva passou séculos sendo venerada como grande Santa e Padroeira de Paris.
No ano de 1130, apareceu uma peste em Paris, a peste do fogo, causando muitas mortes e mais de 1.400 doentes. Então, o povo se uniu, começou a rezar para Santa Genoveva e fez uma procissão com suas relíquias pela cidade. Milagrosamente, a epidemia acabou. Genoveva, por esses e outros milagres, foi considerada, e é até hoje, a Padroeira de Paris. O Papa Inocêncio ll, marcou sua festa e seu culto para o dia 3 de janeiro.
As relíquias de Santa Genoveva foram queimadas, no ano de 1793, pelos líderes da Revolução Francesa. A igreja dedicada a ela foi transformada em panteão, onde os líderes da tal revolução foram enterrados. Seu túmulo foi reconstruído, com suas relíquias, na igreja de Santo Estevão do Monte.
Ó Deus, nosso Pai, por intercessão de Santa Genoveva, afastai de nós as doenças, a fome, as guerras, as incompreensões e o ódio entre os irmãos. Concedei-nos uma autêntica devoção ao solo pátrio e, especialmente, um grande amor por nossos concidadãos. Jamais nos falte Senhor, a vossa proteção e auxílio nas dificuldades e provações pelas quais passamos. Nós Vos louvamos e damos graças. Amém.
DIA DE SÃO BASÍLIO MAGNO E SÃO GREGÓRIO NAZIANZENO - 02 DE JANEIRO
HOMILIA - 02.01.22
Basílio nasceu em Cesareia, Império Romano, em 329, no seio de uma família de santos: sua irmã Macrina e seus irmãos Pedro, bispo de Sebaste, e Gregório de Nissa também foram elevados à glória dos altares. O jovem Basílio recebeu de seu pai os primeiros passos da doutrina cristã e prosseguiu seus estudos, antes, em Constantinopla e, depois, em Atenas. Ao mesmo tempo, estudou retórica, encaminhando-se para uma brilhante carreira, que, porém, teve que abandonar logo para seguir sua verdadeira vocação: a aspiração a uma vida de silêncio, solidão e oração.
Viajou muito, - antes a Ponto e depois ao Egito, Palestina e Síria, - atraído pela vida dos monges e dos eremitas. Ao voltar a Ponto, encontrou um amigo, com o qual havia estudado em Atenas, Gregório de Nazianzeno. Com ele, fundou uma pequena comunidade monacal, baseada nas regras que Basílio havia elaborado com as experiências adquiridas em suas viagens.
No entanto, em Cesareia, difundia-se, sempre mais, uma nova doutrina, nascida pela pregação de Ário, que já havia sido condenado como herege pelo Concílio de Niceia, no ano 325. Mas o Arianismo, graças ao apoio do Imperador do Oriente, Valente, começou a ser conhecida, rapidamente, também na Síria e Palestina. Então, Basílio deixou a paz e a segurança do seu eremitério para ir a Cesareia, onde foi ordenado Presbítero e depois Bispo. Ali, começou sua luta infinita contra a nova heresia, a ponto de merecer, ainda em vida, o título de “Magno”.
Contudo, a sua luta não era só em nível doutrinal, mas também caritativo. Aos arianos, que pensavam não culpar ninguém, defendendo o que achavam certo, dizia: “O que realmente lhes pertence? De quem receberam o que dizem pertencer a vocês? Se a gente se satisfizesse com o necessário e doasse o supérfluo ao próximo, não haveria mais pobres”.
Por outro lado, Basílio fundou, bem na entrada da cidade, uma Cidadela da caridade, chamada Basilíada, que compreendia orfanatos, hospitais e assistências sanitárias. Entretanto, também o Imperador Teodósio, sucessor de Valente, apoiou a obra de Basílio, que conseguiu assistir à derrota da heresia antes da sua morte, ocorrida no ano 389, com a idade de quase sessenta anos.
Gregório de Nazianzeno, que tinha uma irmã, Gorgônia, e um irmão, Cesário, ambos Santos, era filho de um Presbítero. Em Atenas, onde havia estudado, conheceu Basílio, ao qual teve um forte elo de amizade e com o qual conviveu no eremitério da Capadócia. Porém ele também teve que deixar a paz do mosteiro para dar assistência aos seus pais bastante idosos.
Seu pai o quis, de modo particular, ao seu lado no presbiterado, em Nazianzo, mas Gregório, que se tinha deixado convencer, contra a sua vontade, se arrependeu da escolha feita e buscou, novamente, voltar a viver com Basílio. Mas este, ao invés, o convenceu a voltar à casa do pai para ser seu conselheiro no difícil governo da igreja de Nazianzo.
Mais tarde, Gregório foi enviado pelo imperador Teodósio a Constantinopla, para combater a difusão da heresia ariana. Ao chegar, foi recebido com uma pedrada. Então, Gregório permaneceu fora dos muros de Constantinopla, em uma igrejinha que dedicou à Ressurreição. Graças à sua eloquência e solidez da sua doutrina, mas, sobretudo, graças à sua vida exemplar, Gregório reconduziu a cidade à ortodoxia.
Porém, hostilizado por uma facção de opositores, não conseguiu ser Bispo de Constantinopla. Decidido a deixar a cidade, à qual havia dedicado toda a sua vida, com grandes esforços, pronunciou um longo e comovente discurso de despedida.
FESTA DE SANTA MARIA, MÃE DE DEUS - 01 DE JANEIRO
HOMILIA - 01.01.22
Jesus é filho de Maria. Essa verdade incontestável da fé católica, chamada de dogma, sobre a divina maternidade de Maria, foi o primeiro dogma declarado pela Igreja. A proclamação do dogma se deu no ano 431, no Concílio de Éfeso. Assim como todos os outros dogmas, sua proclamação apenas tornou explícito um fato que já era dado como certo pelos cristãos desde os primórdios da Igreja. Uma das primeiras orações a Maria, datada do século III, já se referia a Nossa Senhora como Mãe de Jesus (Theotokos), assim dizendo:
“Sob teu amparo nos acolhemos, Santa Mãe de Deus, não desprezes nossas súplicas nas necessidades, antes bem livra-nos sempre de todos os perigos, Oh Virgem gloriosa e bendita!”.
Nestório, Patriarca de Constantinopla, sempre acreditou que Nossa Senhora era a mãe de Jesus como homem, mas não a mãe de Deus. Ao afirmar isso, Nestório estaria, também, negando a divindade de Cristo. Esse desentendimento de doutrinas fez com que a Igreja Católica conversasse com Nestório (diálogos conduzidos principalmente por São Cirilo de Alexandria), apontando os erros em suas teses para, então, realizar a proclamação do dogma da maternidade divina de Maria no Concílio de Éfeso.
São João Paulo II comentou sobre o dogma durante uma de suas Catequeses, assim dizendo: “Proclamando Maria ‘Mãe de Deus’, a Igreja quer, portanto, afirmar que Ela é a ‘Mãe do Verbo encarnado, que é Deus’ (…). Com a definição da maternidade divina de Maria, os Padres [da Igreja] queriam evidenciar a sua fé na divindade de Cristo”.
As passagens da Bíblia Lc, 1,35 e Gl 4,4 foram cruciais para a proclamação do dogma da Maternidade de Maria. Mas Maria, além de ser a Mãe de Deus, é também nossa Mãe. Quando Jesus estava na Cruz, disse uma frase que demonstra claramente a missão confiada por Ele à sua Mãe: “Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: Mulher, eis aí teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa.” (Jo 19, 26-27). Ao dizer isso, Jesus deixa claro que a missão de Santa Maria é ser nossa Mãe, fazendo de tudo para que nos encontremos com Jesus e que sejamos semelhantes a Ele.
Em inúmeros momentos da Igreja, fica evidente a maternidade espiritual de Nossa Senhora. No Cenáculo, Maria foi responsável por encorajar os discípulos que ainda estavam com medo, e por invocar, em Pentecostes, a presença do Espírito Santo sobre eles. (At 1,14. 2,1-47). Em Caná, podemos ver como Nossa Senhora cuida dos seus filhos, quando Ela percebe que o vinho havia acabado e pede a Jesus que ele ajude os participantes, realizando assim seu primeiro milagre, ao transformar a água em vinho. A passagem em questão, além de aumentar nossa confiança na intercessão de Maria, nos faz lembrar da famosa expressão “pede à mãe que o filho atende”.
“Dá-me, Senhora Mãe de Deus
Um pouco da tua força… para a minha fraqueza.
Um pouco de tua coragem… para o meu desalento.
Um pouco da tua compreensão… para o meu problema.
Um pouco da tua plenitude… para o meu vazio.
Um pouco da tua rosa… para o meu espinho.
Um pouco da tua certeza… para minha dúvida.
Um pouco do teu sol… para o meu inverno.
Um pouco da tua disponibilidade… para o meu cansaço.
Um pouco do teu rumo infinito… para o meu extravio.
Um pouco da tua neve… para o meu barro.
Um pouco da tua serenidade… para minha inquietude.
Um pouco da tua chama… para meu gelo.
Um pouco da tua luminosidade… para a minha noite.
Um pouco da tua alegria… para minha tristeza.
Um pouco da tua sabedoria… para minha ignorância.
Um pouco do teu amor… para meu rancor.
Um pouco da tua pureza… para meu pecado.
Um pouco da tua vida… para minha morte.
Um pouco da tua transparência… para o meu escuro.
Um pouco do Teu Filho de Deus… para meu filho pecador.
Com todos esses “poucos”, Senhora, eu terei tudo.
E assim seja, eternamente, com Cristo na glória, Aleluia!”
DIA DE SÃO SILVESTRE - 31 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 31.12.21
HISTÓRIA DE SÃO SILVESTRE
São Silvestre, nascido em Roma, no ano 285, se tornou o 33º Papa da Igreja Católica, no dia 31 de janeiro de 314, sucedendo São Melquíades.
Foi sob o seu pontificado que o Imperador Romano Constantino decretou o fim da brutal perseguição contra os cristãos, que tinha marcado de sangue os primeiros séculos da Igreja. Aliás, São Silvestre foi um dos primeiros santos canonizados que não sofreram o martírio.
A propósito da conversão de Constantino, a tradição narra que ele teria tido uma visão antes da batalha da Ponte Mílvio, em 312: confira o resto dessa história aqui. No entanto, existe outra versão, segundo a qual o Imperador teria lepra e, assim que São Silvestre o batizou por imersão numa piscina, viu-se instantaneamente curado. Praticamente, não existem fundamentos para esse relato alternativo, pois Constantino foi batizado no final da vida pelo Bispo Eusébio, de Nicomédia.
Sob o papado de São Silvestre, com o estabelecimento da autoridade da Igreja, foram construídos alguns dos primeiros grandes monumentos cristãos, como a Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém, e as primitivas Basílicas de São João de Latrão e de São Pedro, em Roma, além das Igrejas dos Santos Apóstolos em Constantinopla.
São Silvestre enviou emissários pontifícios para o representarem no Sínodo de Arles (314) e no Primeiro Concílio de Niceia (325), convocados ambos por Constantino. A ausência do Papa, que até hoje é motivo de debate, se deveu possivelmente a razões de saúde.
O último dia de dezembro, que também tinha sido a data da sua eleição ao papado, foi ainda a data da sua canonização e é a data da sua festa litúrgica.
DIA DE SÃO RUGERO - 30 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 30.12.21
Rugero nasceu entre 1060 e 1070, na célebre e antiga cidade italiana de Cane. O seu nome, de origem normanda, sugere que seja essa a sua origem. Além dessas poucas referências imprecisas, nada mais se sabe sobre sua vida na infância e juventude. Mas ele era respeitado, pelos habitantes da cidade, como um homem trabalhador, bom, caridoso e muito penitente. Quando o Bispo de Cane morreu, os fiéis quiseram que Rugero ficasse no seu lugar de Pastor. E foi o que aconteceu: aos trinta anos de idade, ele foi consagrado Bispo de Cane.
No século II, essa cidade havia sido destruída pelo Imperador Aníbal, quando expulsou o Exército Romano. Depois, ela retomou sua importância no período medieval, sendo até mesmo uma Sede Episcopal. No século XI, mais precisamente em 1083, por causa da rivalidade entre o Conde de Cane e o Duque de Puglia, localidade vizinha, a cidade ficou novamente em ruínas.
O Bispo Rugero assumiu a direção da Diocese dentro de um clima de prostração geral.
Assim, depois desse desastre, seu primeiro dever era tratar da sobrevivência da população abatida pelo flagelo das epidemias do pós-guerra. Ele transformou a sua Sede numa hospedaria aberta dia e noite, para abrigar viajantes, peregrinos e as viúvas com seus órfãos. Possuindo o dom da cura, socorria a todos, incansável, andando por todos os cantos, descalço. Doava tudo o que fosse possível e a sua carruagem era usada apenas para transportar os doentes e as crianças.
Todavia, esse século também foi um período conturbado para a história da Igreja. Com excessivo poder civil, estava dividida entre religiosos corruptos e os que viviam em santidade. Rugero estava entre os que entendiam o Episcopado como uma missão e não como uma posição de prestígio para ser usada em benefício próprio. Vivia para o seu rebanho, seguindo o ensinamento de São Paulo: “Tudo para todos”.
Por tudo isso e por seus dons de conselho e sabedoria, no seu tempo foi estimado por dois Papas: Pascoal II e Celásio II. Para ambos, executou missões delicadas e os aconselhou nas questões das rivalidades internas da Igreja, que tentava iniciar sua renovação.
Entrou rico de merecimentos no Reino de Deus, no dia 30 de dezembro de 1129, em Cane, onde foi sepultado na Catedral. Considerado taumaturgo em vida, pelos prodígios que promovia com a força de suas orações, logo depois de sua morte os devotos divulgaram a sua santidade.
No século XVIII, a cidade de Cane praticamente já não existia. A população se transferira para outra mais próspera, Barleta. Mas eles já cultuavam o querido Bispo Rugero como Santo. Pediram a transferência das suas relíquias para a igreja de Santa Maria Maior, em Barleta. Depois, foi acolhido na sepultura definitiva na igreja do Mosteiro de Santo Estêvão, atual Santuário de São Rugero. Os devotos o veneram no dia de sua morte como o Bispo de Cane e o padroeiro de Barleta. Em 1946, são Rugero foi canonizado pela Igreja.
A Igreja também celebra hoje a memória dos santos: Anísia, Libério e Sabino.
DIA DE SÃO TOMÁS BECKET - 29 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 29.12.21
Tomás Becket nasceu em 21 de dezembro de 1118, na cidade de Londres, Inglaterra. Seu pai era normando. Tomás cresceu na Corte Real Inglesa, lado a lado com príncipe herdeiro do trono, chamado Henrique. Era um dos jovens que compunham a comitiva do príncipe e um de seus amigos mais íntimos. Tomás e Henrique tinham grande afinidade. Tomás, a princípio, era ambicioso, aventureiro, amante das diversões, caçador audacioso e amigo das disputas perigosas. Ele e o príncipe compartilharam a adolescência e a juventude.
Quando Henrique III, seu amigo, foi corado, a amizade dos dois ainda teve continuidade, pois o Rei o nomeou seu Chanceler. Num certo momento, porém, Tomás começou a se interessar pela vida religiosa. Começou a estudar a doutrina cristã e tornou-se amigo do Arcebispo de Londres, chamado Teobaldo de Canterbury.
Seguindo as orientações do Arcebispo, Tomás Becket foi se aprofundando na fé, no conhecimento de Deus e da Doutrina. A um dado momento, concluiu que deveria deixar o cargo de Chanceler para se dedicar à religião. Recebeu, então, a ordem do Diaconato, através do Bispo Teobaldo, passando a ser Arcediácono do Bispo.
Quando Dom Teobaldo faleceu, o Papa permitiu que o Rei de escolhesse o novo Arcebispo. Henrique III nomeou o amigo para o cargo.
Tomás Becket recebeu a ordenação sacerdotal em 1162 e, no dia seguinte, a sagração como Bispo de Canterbury. Logo, porém, começou a ter problemas com o Rei. Primeiramente, porque Henrique III publicou um conjunto de leis que chamou de "Constituições de Clarendon". Essas leis davam direitos abusivos ao Rei, e pretendiam reduzir a Igreja a um pequeno departamento do Estado da Inglaterra. Dom Tomás Becket, zeloso dos assuntos da Igreja e dos direitos de Deus, foi frontalmente contra. O Rei, então, passou de amigo a perseguidor. Tanto que Tomás Becket teve de fugir dali para a França.
O Bispo Tomás Becket permaneceu no exílio durante seis anos. Só conseguiu voltar para a sua diocese na Inglaterra quando o Papa Alexandre III conseguiu um acordo de paz com Henrique III. Ao chegar novamente à sua diocese, Dom Tomás Becket foi aclamado pelo povo. Os fiéis, com efeito, amavam-no e respeitavam muito sua integridade de homem correto e de pastor dedicado.
Tomás Becket, porém, sabia muito bem que aquela paz era frágil. Tanto que afirmou a todos: "Voltei para morrer no meio de vós". Seu primeiro ato depois de retornar à diocese foi destituir todos os Bispos que tinham cedido aos caprichos do Rei. Nesse momento, a paz, que já era frágil, desapareceu.
Quando Henrique III ficou sabendo desses atos de Dom Tomás Becket, pediu que alguém o matasse. Tomás Becket foi avisado da intenção clara do Rei, mas preferiu não fugir outra vez. E respondeu com uma frase que ficou gravada na história: "O medo da morte não deve fazer-nos perder de vista a justiça". Assim, entrou em oração, vestiu os sagrados paramentos e ficou à espera de seus assassinos dentro da Catedral. Quatro cavaleiros chegaram e o apunhalaram na Catedral. Como cordeiro manso, ele não ofereceu resistência. Era o dia 29 de dezembro de 1170. Assim, São Tomás Becket entregou sua vida por causa da justiça e da verdade de Jesus Cristo. Foi mártir. Sua canonização aconteceu apenas três anos depois de seu martírio, sendo celebrada pelo Papa Alexandre III. A sua festa litúrgica acontece no dia de sua morte.
“Senhor nosso Deus, que destes ao mártir São Tomás Becket a grandeza de alma que o levou a dar a vida pela justiça, concedei-nos, por sua intercessão, a graça de saber perder a vida por Cristo neste mundo, para podermos encontrá-la para sempre no Céu. Por Nosso Senhor. Amem. São Tomás Becket, rogai por nós.”
DIA DOS SANTOS INOCENTES - 28 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 28.12.21
Os chamados Santos Inocentes são aqueles meninos com menos de dois anos nascidos no vilarejo de Belém, na mesma época do nascimento de Jesus. Eles foram mortos por ordens do Rei Herodes. Este temia que o Messias vivesse, chegasse à idade adulta e lhe roubasse o trono. Não se sabe o número desses pequeninos, mas se sabe que eles morreram por causa de Jesus.
A história dos Santo Inocentes é contada no Capítulo 2 do Evangelho de São Mateus. Tudo começou com a chegada dos Reis Magos na cidade de Jerusalém. Eles chegaram lá seguindo a estrela que anunciava o nascimento do Messias. Os magos procuraram, a princípio, o Rei Herodes, que vivia em Jerusalém, pensando encontrar o Menino no palácio real. Mal sabiam eles, porém, que estavam se dirigindo a um grande inimigo do Messias.
Herodes acolheu os Magos, fingindo interesse pelo Messias recém-nascido. E mandou chamar alguns escribas e doutores da lei para que informassem onde nasceria o Salvador. E esses sábios de Israel disseram que, segundo uma profecia, o Messias deveria nascer no vilarejo de Belém, a seis quilômetros de Jerusalém. Herodes, então, envia os Magos a Belém para descobrirem tudo sobre o Messias, mas pede que eles voltem para informá-lo e mente dizendo que ele também (Herodes) queria ir prestar homenagens ao Menino.
Os Magos do Oriente chegam a Belém e, guiados pela estrela, encontram o Menino juntamente com Maria e José. Oferecem presentes a ele, prestam-lhe culto de adoração e se preparam para partir, passando a noite em Belém. Nessa noite, um anjo adverte-os, em sonho, dizendo para não voltarem a Herodes, pois este pretendia matar Jesus. Os magos obedecem e voltam por outro caminho.
Quando Herodes percebeu que tinha sido enganado pelos Magos, ficou furioso e temeu perder o trono para o Messias. Por isso, enviou soldados a Belém com a missão expressa de matar todos os meninos com até dois anos de idade nascidos em Belém e região. E assim foi feito. A dor e o luto inundaram o vilarejo, que perdeu seu bem mais precioso. Santinhos, inocentes e puros perderam suas vidas por causa de Jesus.
Eles são chamados inocentes porque não tinham ainda o uso da razão quando foram mortos. Mesmo assim, foram mortos em decorrência do nascimento de Jesus. Por isso, a Igreja concede a eles o título de mártires. Inocentes, sim. Mas também mártires. A festa em homenagem a eles é celebrada desde o Século IV. O culto aos Santos Inocentes foi confirmado pelo Papa São Pio V. A triste morte que tiveram também confirma uma profecia de Jeremias, que diz: “Ouviu-se um choro em Ramá, grito e grande lamentação. É Raquel, que chora por seus filhos, e ela não quer ser consolada, porque eles já não existem mais.” (Jeremias 31,15) Ramá é a região onde fica o vilarejo de Belém, em Israel.
Esses Santos Inocentes, de alma pura, que deram suas vidas por Jesus, são, na verdade, os primeiros mártires cristãos. Por isso, receberam a glória dos mártires. A Igreja dedicou a eles o dia 28 de dezembro, pelo fato de essa data ser próxima ao nascimento de Jesus, já que tudo aconteceu depois da visita dos Reis Magos ao Menino Jesus.
“Meu Senhor, pelos Santos Inocentes, quero Vos rogar hoje por todos aqueles que são injustiçados, sofrem ameaças, são marginalizados e incompreendidos. Olhai pelos pequeninos, abandonados e assassinados pelas estrutura de morte de nossa sociedade. Que convosco eles alcancem dignidade e paz. Amém.”
DIA DE SÃO JOÃO EVANGELISTA - 27 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 27.12.21
São João Evangelista é o Apóstolo João. Ele é um dos doze discípulos de Jesus. João é chamado “Evangelista” porque escreveu o Quarto Evangelho. Além disso, ele escreveu três epístolas e o livro do Apocalipse. Entre os 12 discípulos de Jesus, João era o mais novo. Quando foi chamado por Jesus, deveria ter por volta de vinte anos de idade.
João era solteiro quando foi chamado por Jesus. Na época, vivia com seus pais, Zebedeu e Maria Salomé, em Cafarnaum e Betsaida. Sua profissão era pescador. Trabalhava junto com seu pai e seu irmão Tiago, também discípulo de Jesus e, mais tarde, chamado de Tiago Maior. Provavelmente era sócio de André e Pedro na pesca.
Desde cedo, João mostra uma busca de fé em sua vida. Antes de ser discípulo de Jesus, João Evangelista foi discípulo de São João Batista, juntamente com André, irmão de Pedro. Do Batista, eles receberam o batismo de arrependimento e a indicação a respeito de Jesus: “Eis o Cordeiro de Deus, Aquele que tira o pecado do mundo”(João 1, 35-37). A partir desse momento, João Evangelista e André passaram a seguir Jesus.
O Evangelho chama João de “Discípulo que Jesus amava”. Ele tinha um enorme afeto pelo Senhor e vice-versa. Jesus o chamava de Filho do Trovão por causa de algumas reações intempestivas do jovem, como querer mandar fogo do céu sobre aqueles que rejeitaram Jesus. Mas Jesus o repreendeu e ensinou.Mais tarde, João foi chamado de o “Discípulo Amado”. Numa famosa passagem dos Evangelhos, João, seu irmão Tiago e a mãe deles pedem para ficarem ao lado de Jesus em sua glória. Jesus, porém, os repreendeu e deu uma grande lição de humildade.
São João foi o discípulo que acompanhou Jesus quando o Mestre foi preso no Monte das Oliveiras e levado até à casa de Caifás. Além disso, João acompanhou Jesus até o momento derradeiro junto à cruz. Aliás, foi nesse momento junto à cruz que Jesus entregou a João a guarda de sua mãe, Maria.
No começo da Igreja, São João esteve sempre ligado a Pedro. Ele foi uma das principais colunas da comunidade cristã de Jerusalém, onde São Tiago era o líder. Após o martírio de Tiago, São João foi para a Ásia Menor. Lá, ele dirigiu a pujante comunidade cristã de Éfeso. Essa comunidade tinha sido fundada pelo apóstolo São Paulo alguns anos antes.
Obedecendo ao pedido de Jesus, São João acolheu Maria e sempre a levou consigo. Os dois moraram em Éfeso durante muitos anos e ali foram os grandes líderes da comunidade. Tanto que a casa de Nossa Senhora em Éfeso transformou-se num local de peregrinação. Ali viveram esses dois grandes pilares da Igreja. Ate hoje a Casa de Nossa Senhora em Éfeso é local de peregrinação.
Por várias vezes, São João foi preso. Ele foi perseguido pelo Poder Romano, sofreu torturas violentas, mas não renegou a fé em Jesus Cristo. Por fim, ele foi exilado, tendo sido enviado para a Ilha de Patmos, que fica ao leste do Mar Egeu. Nessa ilha, ele permaneceu até a morte do Imperador Domiciano.
As obras escritas de São João Evangelista revelam sua extraordinária personalidade. Ele se revela introspectivo nos seus escritos e, como discípulo, falava pouco. Quando esteve no exílio em Patmos, São João escreveu o Livro do Apocalipse, palavra grega que quer dizer Revelação. Esse é o último livro da Bíblia. São João dirigiu seu discípulo e colaborador, chamado Natan, no maravilhoso trabalho da redação do livro que se chamou “Evangelho Segundo São João”. Isso aconteceu na cidade de Éfeso, por volta do ano 90 D.C.. São João escreveu ainda 3 epístolas dirigidas aos cristãos das comunidades que ele coordenava. Mas seus escritos são para toda a Igreja, de todos os tempos. Por isso, eles fazem parte do Novo Testamento.
João era chamado de “o Discípulo Amado”. Uma grande prova de afeição de Nosso Senhor Jesus Cristo pelo jovem João aconteceu durante a Última Ceia. João estava à direita do Mestre, recostado no peito de Jesus, no Coração de Jesus. Santo Agostinho afirma: “nesse momento, estando João tão próximo da fonte de luz, ele absorveu dela os mais altos segredos e mistérios que depois derramaria sobre a Igreja”.
Pelos escritos de São João, vê-se que ele se tornou um grande teólogo, um pastor cuidadoso e cheio de amor. São João faleceu de morte natural, no ano 103 d.C., na cidade de Éfeso. Polícrates de Éfeso, bispo, afirmou, no ano 190, que o Apóstolo "dormiu" (faleceu). A festa de São João Evangelista é celebrada no dia 27 de dezembro.
DIA DA SAGRADA FAMÍLIA - 26 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 26.12.21
Sagrada Família é a devoção à família de Jesus de Nazaré, composta por Jesus, Maria e José. A sua festa é celebrada no primeiro domingo após o Natal.
A devoção à Sagrada Família começou a ter grande popularidade no século XVII, quando os cristãos começaram a prestar atenção ao fato de que Jesus, o Filho de Deus, desceu do céu e se fez homem dentro de uma família. Ele nasceu numa família comum. Seus pais eram pessoas comuns, simples, trabalhadores, como tantas famílias espalhadas pelo mundo.
Maria, uma dona de casa, José, um carpinteiro, e Jesus, um filho exemplar e obediente. Uma família feliz e simples. Depois que os cristãos descobriram essa riqueza maravilhosa, a devoção foi se propagando com velocidade pela Europa e, mais tarde, pelo Continente Americano, tanto do Norte quanto do Sul. A festa da Sagrada Família foi instituída pelo Papa Leão XIII, em 1883. Depois disso, foi estendida pelo Papa Bento XV a toda a Igreja.
Toda família é chamada a imitar as virtudes da Sagrada Família. A Sagrada Família vive por Deus e para Deus. O seu projeto é sempre fazer a vontade de Deus. A sagrada Família é a própria escola de todas as virtudes.
O Papa Leão XIII escreveu: Os pais de família têm em São José um modelo admirável de vigilância e solicitude paterna; as mães podem admirar na Virgem Santíssima um exemplo insigne de amor, de respeito e de submissão; os filhos têm em Jesus, submisso a seus pais, um exemplo divino de obediência.
As cenas da Sagrada Família são das mais representadas nas artes, principalmente na pintura com as cenas da natividade e da fuga para o Egito. A devoção se espalhou pelo mundo inteiro, pois Maria Santíssima e São José são os maiores exemplos de união, obediência e temor a Deus.
O Papa Leão XIII disse: Quando Jesus, Maria e José são invocados em casa, é propícia a manutenção da caridade na família através do seu exemplo e trato celestial; assim, uma boa influência é exercida sobre a conduta dos membros da família; da mesma forma, a prática da virtude é incitada; e, desse modo, as dificuldades que por toda parte querem atormentar a raça humana serão mitigadas e tornadas mais fáceis de suportar.
Como mulher temente a Deus, sempre disse Sim: Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a sua palavra. (Lc.1,38). Acompanhando seu Filho por toda a história da nossa Salvação, Maria nos dá todos os exemplos de como seguir Jesus para chegar a Deus.
Viveu toda a sua vida dedicada a Jesus, ajudando a prepará-lo para tudo o que tinha que viver e sofrer. Estava presente no primeiro milagre nas Bodas de Caná, onde deu uma recomendação que serve para todo cristão: fazei tudo o que Ele vos disser. Esse pedido de Maria continua vivo até hoje. Que sigamos Jesus para a nossa Salvação.
Maria estava presente no início da Igreja, após a Ascenção de Jesus, e continua até os dias de hoje, levando todos para o Sagrado Coração de Jesus. Maria disse em Fátima que quer a Salvação de todos. Maria guardava tudo em seu coração, e Jesus crescia em sabedoria e graça, diante de Deus e dos homens. (Luc 2.41-52).
Homem justo, conforme Mateus 1:19, pai e esposo fiel, carpinteiro, trabalhador, obediente aos pedidos e ordens de Deus. Um Anjo apareceu a São José e disse: José, filho de Davi, não temas receber Maria por tua mulher, porque o que dela vai nascer é obra do Espírito Santo de Deus. (Mat 1,20)
Foi sempre o defensor de Maria e Jesus, e com o trabalho simples de carpinteiro dava sustento para a Sagrada Família. Quando Herodes quis matar Jesus, José recebeu uma ordem de Deus para fugir para o Egito para proteger Jesus, e ele obedeceu.
Trabalhador, humilde, santo, escolhido por Deus para o maior compromisso de todos, que foi dar sustento para a Sagrada Família. Homem de Deus, homem puro, que respeitou a virgindade de Maria, segundo os desígnios de Deus. Exemplo de vida dedicada a Deus.
O Filho de Deus, o Verbo Eterno que se fez carne e habitou entre nós. A prova maior do amor de Deus por nós, como diz São Paulo: Ele aniquilou-se a si mesmo deixando sua condição divina e assumindo a condição humana.
Jesus viveu uma vida comum, ordinária e oculta até se manifestar ao mundo. Foi obediente a seus pais, um filho exemplar como nos disse o evangelista Lucas. Ele viveu como filho, humano. Precisou da ternura, do cuidado e do carinho de seus pais. Durante a maior parte de sua vida terrena, Jesus viveu numa família humana comum, a Sagrada Família de Nazaré!
Ó Maria, Mãe de Jesus, a vós dirijo, com profunda fé e grande devoção, a minha súplica:
Abençoai meu marido, minha esposa, meus filhos, e alcançai para eles a proteção dos Santos.
Santa Maria Mãe de Deus, rogai por nós.
São José pai adotivo de Jesus, rogai por nós.
Santo Anjo da Guarda, rogai por nós.
Santa Maria Madalena, rogai por nós.
Santo Agostinho, rogai por nós.
Santa Mônica, rogai por nós.
Todos os Santos e, Santas do Céu, rogai por nós.
Jesus, Filho, ouvi-nos.
Jesus, Filho, atendei-nos.
Virgem Santíssima, daí a toda a minha família a paz, harmonia, amizade, amor, alegria, saúde e coragem nas provações.
De coração, vos peço esta graça, (fazer o pedido), e tenho a certeza de ser atendido, por vossa intercessão e pelo poder de vosso Divino filho Jesus Cristo. Amém.
DIA DE SANTO ESTÊVÃO - 26 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 26.12.21
Santo Estêvão foi um dos escolhidos entre sete homens de Deus para fazer parte do grupo dos primeiros diáconos da Igreja de Jerusalém, como lemos no livro dos Atos dos Apóstolos, capítulos 6 e 7. Como o número dos cristãos aumentava muito, algumas viúvas começaram a ficar sem assistência por parte dos Apóstolos, que tinham que se dedicar à pregação da Palavra. Por isso, inspirados por Deus, decidiram escolher diáconos, ou seja, servidores, para prestar estes serviços assistenciais a necessitados. Estêvão foi um desses escolhidos, como vemos em Atos 6, 1.
O livro dos Atos dos Apóstolos conta que Estêvão e os outros diáconos eram homens de credibilidade, cheios do Espírito de Deus, de fé e de sabedoria. O livro fala especificamente de Santo Estêvão como “homem cheio de fé e do Espírito Santo e que toda a multidão dava um excelente testemunho dele". Atos 6, 5. Os Apóstolos, então, rezaram a Deus e, depois, impuseram as mãos sobre os sete escolhidos para o serviço do diaconato, entre eles, Estêvão.
O serviço do diaconato, no começo da Igreja, compreendia especificamente a distribuição de alimentos e de todo tipo de ajuda aos necessitados. Santo Estêvão, contudo, além de prestar o serviço do diaconato, destacava-se também na pregação da Palavra, coisa que não era atribuição direta dos diáconos, mas que lhes era permitido. Tanto que o livro dos Atos diz que muitos homens procuravam Estêvão para discutir com ele, mas não conseguiam vencê-lo nos argumentos, por causa da “sabedoria e o poder do Espírito com que ele falava”. Atos 6, 9-10.
Além de prestar toda a assistência aos necessitados da Igreja como diácono e de pregar e defender a Palavra de Deus com sabedoria e poder, Santo Estêvão também foi canal de Deus para a realização de vários milagres grandiosos no meio do povo, como vemos em Atos 6, 8. Assim, numerosas conversões ao cristianismo vinham acontecendo por causa do poderoso ministério de Santo Estêvão. Por outro lado, a força da pregação de Santo Estêvão incomodou os líderes judeus de Jerusalém.
Por causa do grande número de conversões provocadas pela pregação de Santo Estêvão, as autoridades judaicas, pertencentes ao Sinédrio, mandaram prender Santo Estêvão. No Sinédrio, ele foi julgado. Lá, diante de todas autoridades e de Saulo, o fariseu que se tornaria São Paulo, ele defendeu a fé cristã de maneira que não puderam contradizê-lo. Por isso, sem razão, condenaram Estevão à morte por blasfêmia.
Santo Estêvão manteve-se firme na defesa da fé diante de todos. Por isso, foi levado a uma rua de Jerusalém e lá foi apedrejado até a morte. O jovem fariseu Saulo ficou com as roupas de Santo Estêvão. Antes de morrer, Estêvão pediu a Deus que perdoasse aqueles que o matavam porque não sabiam o que estavam fazendo. Assim, Estêvão foi o primeiro mártir da Igreja, ou seja, o primeiro cristão a entregar sua vida por causa de Jesus Cristo. O testemunho de Santo Estêvão certamente impressionou Saulo, o futuro São Paulo.
Por toda a força de sua história e de seu testemunho, Santo Estêvão passou a ser cultuado desde o início da Igreja. No ano 415 seus restos mortais foram encontrados para grande comoção por parte dos fiéis. A festa de Santo Estêvão é celebrada sempre no dia seguinte ao Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, para marcar o fato de ele ter sido o primeiro Mártir da Igreja.
“Glorioso Santo Estêvão, diácono cheio do Espírito Santo, animador das Comunidades, nós vos pedimos que intercedais a Deus por nós, para que consigamos a graça de uma verdadeira conversão a Jesus Cristo e seu projeto. Concedei-nos sabedoria e coragem para renovar nossas comunidades, tornando-as uma Igreja a serviço do Reino. Dai-nos força para participarmos sem medo da construção de uma sociedade justa, fraterna e solidária, vivenciando, assim, a paz tão desejada. Guardai nossas famílias de todos os males, para que nossos lares sejam verdadeiras igrejas domésticas, onde o Evangelho é anunciado e vivenciado. Tudo isso vos pedimos, por Jesus Cristo, Nosso Senhor. Amém! Santo Estêvão, rogai por nós.”
NATAL DO SENHOR - 25 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 25.12.21
No dia 25 de dezembro, a Igreja comemora o nascimento de Jesus. Trata-se da data mais importante para a humanidade, pois celebramos o amor infinito de Deus por nós, que não apenas nos amou, mas se encarnou e quis ser um de nós, como nós, exceto no pecado. A chegada do Filho de Deus ao mundo mudou a história da humanidade e dividiu essa história em “antes e depois de Cristo”. Por isso, vamos compreender melhor a história do nascimento de Jesus.
A história do nascimento de Jesus é narrada por dois evangelistas: Mateus e Lucas. São Lucas fornece mais detalhes, que estão contidos nos capítulos 1 e 2 de seu Evangelho. Ele começa narrando a anunciação do nascimento de João Batista a Zaccarias, feita pelo Anjo Gabriel. Depois, o mesmo anjo anuncia o nascimento de Jesus a Maria, e ela fica grávida por obra do Espírito Santo. Maria visita Isabel, esposa de Zacarias e mãe de João Batista. Volta para Nazaré, casa-se com José, de quem já era noiva. Em seguida, estando Maria no final da gravidez, ela e José são forçados a viajar para Belém para um recenseamento ordenado pelo Imperador romano, que dominava Israel.
Assim narra São Lucas no Capítulo 2 de seu evangelho:
“1. Naqueles tempos, apareceu um decreto de César Augusto, ordenando o recenseamento de toda a Terra. 2. Esse recenseamento foi feito antes do governo de Quirino, na Síria. 3. Todos iam alistar-se, cada um na sua cidade. 4. Também José subiu da Galiléia, da cidade de Nazaré, na Judeia, à Cidade de Davi, chamada Belém, porque era da casa e família de Davi, 5. para se alistar com a sua esposa, Maria, que estava grávida. 6. Estando eles ali, completaram-se os dias dela. 7. E deu à luz seu filho primogênito, e, envolvendo-o em faixas, reclinou-o num presépio; porque não havia lugar para eles na hospedaria.”
São Lucas continua sua narração e fala sobre os pastores:
8. Havia, nos arredores, uns pastores, que vigiavam e guardavam seu rebanho nos campos durante as vigílias da noite. 9. Um anjo do Senhor apareceu-lhes, e a glória do Senhor refulgiu ao redor deles, e tiveram grande temor. 10. O anjo disse-lhes: Não temais, eis que vos anuncio uma boa nova, que será alegria para todo o povo: 11. Hoje, vos nasceu na Cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor. 12. Isto vos servirá de sinal: achareis um recém-nascido envolto em faixas e posto numa manjedoura. 13. E, subitamente, ao anjo se juntou uma multidão do exército celeste, que louvava a Deus e dizia: 14. Glória a Deus no mais alto dos céus e, na Terra, paz aos homens, objetos da benevolência (divina). 15. Depois que os anjos os deixaram e voltaram para o céu, falaram os pastores uns com os outros: Vamos até Belém e vejamos o que se realizou e o que o Senhor nos manifestou. 16. Foram com grande pressa e acharam Maria, José e o menino deitado na manjedoura. 17. Vendo-o, contaram o que se lhes havia dito a respeito dests menino. 18. Todos os que os ouviam admiravam-se das coisas que lhes contavam os pastores. 19. Maria conservava todas essas palavras, meditando-as no seu coração. 20. Voltaram os pastores, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, e que estava de acordo com o que lhes fora dito.
São Mateus é o único evangelista a mencionar a visita dos magos, que está no Capítulo 21 de seu Evangelho. Sua narração é fluida e bem interessante:
1. Tendo, pois, Jesus nascido em Belém de Judá, no tempo do rei Herodes, eis que magos vieram do oriente a Jerusalém. 2. Perguntaram eles: Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo. 3. A essa notícia, o rei Herodes ficou perturbado e toda Jerusalém com ele. 4. Convocou os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo e indagou deles onde havia de nascer o Cristo. 5. Disseram-lhe: Em Belém, na Judeia, porque assim foi escrito pelo profeta: 6. E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as cidades de Judá, porque de ti sairá o chefe que governará Israel, meu povo (Miq 5,2). 7. Herodes, então, chamou secretamente os magos e perguntou-lhes sobre a época exata em que o astro lhes tinha aparecido. 8. E, enviando-os a Belém, disse: Ide e informai-vos bem a respeito do menino. Quando o tiverdes encontrado, comunicai-me, para que eu também vá adorá-lo. 9. Tendo eles ouvido as palavras do rei, partiram. E eis que e estrela, que tinham visto no oriente, os foi precedendo até chegar sobre o lugar onde estava o menino e ali parou.
10. A aparição daquela estrela os encheu de profunda alegria. 11. Entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se diante dele, o adoraram. Depois, abrindo seus tesouros, ofereceram-lhe como presentes: ouro, incenso e mirra. 12. Avisados em sonhos de não tornarem a Herodes, voltaram para sua terra por outro caminho. 13. Depois de sua partida, um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse: Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito; fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para o matar. 14. José levantou-se durante a noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egito. 15. Ali, permaneceu até a morte de Herodes, para que se cumprisse o que o Senhor dissera pelo profeta: Eu chamei do Egito meu filho (Os 11,1).
Para além dos fatos históricos sobre o nascimento de Jesus, o Natal é a festa do amor de Deus. Deus amou tanto o mundo que enviou seu Filho Único para ser um de nós, viver como nós. Ele veio para nos ensinar que Deus é Pai e nos ama. Ele veio para nos salvar. São Paulo fala lindamente sobre isso quando diz: “Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens.” Filipenses 2, 6-7. O Filho de deus fez-se escravo e servidor da humanidade. Foi por amor e só por amor que ele assumiu a nossa humanidade. Fez-se pequeno, indefeso, dependente. Um bebê. Mas este bebê salvou o mundo.
“Senhor, nesta Noite Santa, depositamos diante de Tua manjedoura todos os sonhos, todas as lágrimas e esperanças contidos em nossos corações. Pedimos por aqueles que choram sem ter quem lhes enxugue uma lágrima. Por aqueles que gemem sem ter quem escute seu clamor. Suplicamos por aqueles que Te buscam sem saber ao certo onde Te encontrar. Para tantos que gritam paz, quando nada mais podem gritar. Abençoa, Jesus-Menino, cada pessoa do planeta Terra, colocando em seu coração um pouco da luz eterna que vieste acender na noite escura de nossa fé. Fica conosco, Senhor! Assim seja! Amém.”
VÉSPERA DE NATAL - 24 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 24.12.21
Véspera de Natal
A véspera de Natal é no dia 24 de dezembro, data que antecede uma das festas mais celebradas do calendário cristão, o Natal.
A véspera de Natal não é feriado no Brasil, mas sim ponto facultativo após aqs 14h.
A Bíblia não diz em qual data Jesus nasceu, mas afirma que foi durante a noite. Por isso, a madrugada de 24 para 25 de dezembro é conhecida como “noite feliz” e carrega enorme importância para a maioria dos países cristãos.
No dia 24, as famílias se reúnem para a Ceia, confraternização que tem origem na Europa.
A Ceia tornou-se um símbolo dessa grande festa. Ela representa o banquete eterno e tem origem no fato de as pessoas receberem os peregrinos com comes e bebes nas suas casas na noite de Natal.
No Brasil, tradicionalmente a mesa é composta pelo bacalhau, peru, vinho, frutos secos e panetone.
Nesse dia, todos esperam a chegada da meia-noite, quando é Natal. Então, se comemora o nascimento do Menino Jesus. Assim, ocorre a troca de presentes entre os participantes da festa.
Para os católicos, as tradicionais missas do galo são marcadas justamente para essa hora. Segundo a tradição, um galo teria cantado à meia-noite, anunciando o momento em que Jesus nasceria.
À meia-noite, chega o Papai Noel, que traz os presentes e é a figura mais aguardada pelas crianças.
A quadra natalina se encerra no Dia de Reis, em 6 de janeiro.
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DIA DE SÃO JOÃO CÂNCIO - 23 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 23.12.21
João Câncio nasceu no dia 23 de junho de 1390, no povoado de Kenty, na Polônia, e viveu sempre na cidade de Cracóvia. Possuidor de uma mente brilhante, atingiu todos os graus acadêmicos como doutorado e mestrado. Foi professor universitário durante a maior parte de sua vida, lecionando Filosofia e Teologia na Universidade de Cracóvia.
Seu grande objetivo como professor de universidade era transmitir aos estudantes o conhecimento e a fé. Ele dizia sempre que se deve buscar o conhecimento "não à luz de uma ciência fria e anônima, mas como irradiação da ciência suprema, que tem sua fonte em Deus". Por isso, foi educador de príncipes e reis da Polônia e chamado de “Pai da Pátria”.
João Câncio descobriu a vocação religiosa e recebeu a ordenação sacerdotal. Mesmo depois disso, continuou a lecionar e a buscar o conhecimento. Ao mesmo tempo, desenvolvia um belo trabalho pastoral, na função de vigário na paróquia de Olkusz. O Padre João Câncio era uma pessoa de profunda vida interior. Praticava o jejum e a penitência toda semana e, ao mesmo tempo, levava o amor e a alegria aos estudantes e aos mais necessitados de Cracóvia.
São João Câncio fez várias peregrinações e romarias fervorosas visitando os túmulos dos mártires em Roma. Esses lugares eram para ele fonte de fé, coragem e inspiração. Também como peregrino, ele visitou os lugares santos de Israel. Nesses lugares, procurava sempre compreender a história, o ambiente histórico relacionado àquele lugar e adaptar a compreensão do fato para o tempo em que ele vivia.
Numa dessas peregrinações, foi vítima de assalto. Os ladrões exigiram que lhes entregasse tudo que tinha, e São João Câncio assim o fez. Então, perguntaram se o padre não estava escondendo alguma coisa, e ele disse que não. Depois que os ladrões se foram, ele se lembrou de que tinha umas moedas no forro de seu manto. Pegou-as, correu até os bandidos, entregou-as a eles e pediu desculpas por ter esquecido aquelas moedas.
Após muitos anos lecionando e espalhando o amor de Deus, São João Câncio percebeu que sua morte estava se aproximando. Por isso, distribuiu aos pobres e andarilhos os poucos bens que ainda tinha. Depois, veio a falecer, às vésperas do Natal do ano 1473.
Sua canonização foi celebrada pelo Papa Clemente II, no ano 1767. Em 1979, o Papa João Paulo II fez uma visita história à Polônia. Nessa ocasião, ele consagrou uma linda capela em homenagem a São João Câncio, Padroeiro da Polônia, na igreja de São Floriano.
“Senhor, pelos méritos de São João Câncio, eu vos peço o mais precioso dos dons, o da caridade. Fazei-me amável, tolerante, solícito, gentil, e que todas as minhas atividades sejam baseadas no amor que Cristo nos ensinou. Amém. São João Câncio, rogai por nós.”
DIA DE SANTA FRANCISCA XAVIER CABRINI - 22 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 22.12.21
Francisca Cabrini nasceu no dia 15 de julho de 1850 na pequenina cidade de Santo Ângelo Lodigiano, que fica na região da Lombardia, Itália. Ela foi a penúltima entre quinze filhos. Seus pais se chamavam Antônio e Estela. Eram camponeses pobres da região. Desde pequena, Francisca se enchia de entusiasmo quando lia a vida dos Santos. Sua história preferida era a vida de São Francisco Xavier. Tinha tal veneração por ele que adotou seu sobrenome.
Francisca Cabrini viveu sua infância e sua adolescência em meio a tristezas, sacrifícios e dificuldades. Foi vítima da miséria que reinava na região norte da Itália. Sempre teve saúde fraca, sendo bastante franzina. Porém, mesmo estando na miséria, aprendeu a ler e desenvolveu grande capacidade intelectual. Tinha tal apreço pela leitura e gostava tanto de estudar que seus pais, com muito sacrifício, conseguiram formá-la professora.
Mal tinha acabado de se formar, Francisca Cabrini ficou órfã. Em apenas um ano, seu pai e sua mãe faleceram. Francisca começou, então, a trabalhar dando aulas e ajudando em obras de caridade, muito necessárias, principalmente na paróquia em que ela vivia. Ao mesmo tempo, alimentava o sonho de se tornar religiosa.
Aos poucos, Francisca Cabrini foi alimentando a coragem e, finalmente, decidiu pedir admissão em dois conventos. Porém em nenhum deles foi aceita por causa da sua saúde frágil e debilidade física. Por outro lado, o padre da paróquia em que ela atuava queria que ela continuasse trabalhando ali, pois sua caridade fazia grande diferença na paróquia.
Francisca Cabrini, embora decepcionada com os coventos, nunca abriu mão do sonho de se tornar religiosa e missionária. Ao completar trinta anos, abriu seu coração para um bispo, expondo o quanto almejava abraçar a vida religiosa e um trabalho missionário. O bispo, inspirado por Deus, a aconselhou dizendo: "Quer ser missionária? Pois se não existe ainda um instituto feminino para esse fim, funde um". Francisca acolheu essas palavras como vindas da parte de Deus e pôs mãos à obra.
Assim, com a ajuda do vigário, ela fundou o Instituto das Irmãs Missionárias do Sagrado Coração de Jesus, em 1877. Colocou sua obra debaixo da proteção de são Francisco Xavier. Mais tarde, a Congregação recebeu o apelido carinhoso de “Irmãs Cabrinianas”, por causa do sobrenome de Santa Francisca Cabrini. E a Obra conseguiu o apoio importante do papa Leão XIII. Este deu às Cabrinianas um rumo surpreendente para as missões: "O Ocidente, não o Oriente, como fez são Francisco Xavier".
A época era de grandes migrações com destino às Américas, devido às guerras que maltratavam a Itália. Por isso, a migração era grande para as Américas. O povo chegava nos novos países com total desorientação. Tinham muita necessidade de apoio, amizade, solidariedade e, também, orientação espiritual. Por isso, Santa Francisca formou missionárias cheias de disposição e fé, como ela mesma. A missão delas era a de acompanhar os imigrantes em sua odisseia rumo ao desconhecido.
Nas terras aonde as Cabrinianas chegavam, elas sempre fundavam hospitais, asilos para os necessitados e escolas para formar pessoas. Elas levavam sempre o calor humano, o amparo, a segurança e o conforto para os imigrantes. Em trinta anos de trabalho intenso, Santa Francisca Cabrini fundou sessenta e sete Casas em países como Itália, França e Américas do Norte e do Sul, inclusive no Brasil. Aquela franzina e frágil professora atravessou oceanos vezes incontáveis. Enfrentou sem medo os perigos, os políticos poderosos, as forças inimigas para defender os imigrantes.
Madre Cabrini, como era chamada por todos, faleceu na cidade de Chicago, Estados Unidos, no dia 22 de dezembro de 1917. Sua canonização foi celebrada em 1946. Desde então, passou a ser invocada e festejada no mundo inteiro como padroeira dos Imigrantes.
“Ó Deus, concedei-nos, pelas preces de Santa Francisca Xavier Cabrini, a quem destes perseverar na imitação de Cristo pobre e humilde, seguir a nossa vocação com fidelidade e chegar àquela perfeição que nos propusestes em vosso Filho. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. Santa Francisca Xavier Cabrini, rogai por nós.
DIA DE SÃO PEDRO CANÍSIO - 21 DE DEZEMBRO
HLMILIA - 21.12.21
Pedro Canísio nasceu no dia 8 de maio de 1521, onde se situava o ducado de Geldern, hoje, Holanda. Diferente dos outros garotos, buscava os livros de oração ao invés das brincadeiras. Aos doze anos, reunia crianças para ensinar a elas trechos da Bíblia e do Catecismo da Igreja. Muito aplicado aos estudos, quando completou quinze anos, foi enviado por seu pai à cidade de Colônia para estudar. Com apenas dezenove anos, ele concluía o doutorado em filosofia.
Pedro Canísio, em seu tempo de estudos, não se limitou a aprender somente as ciências deste mundo. Como teve um mestre vivamente católico, ele também se aprofundou na Doutrina de Jesus Cristo. Isso o levou ao despertar da vocação religiosa, que já se percebia desde sua infância.
Logo depois da formatura de Pedro Canísio, seus pais trataram de arranjar para ele um bom casamento, como era costume na época. Nesse casamento, estava embutido um bom futuro financeiro para a família. Porém, Pedro Canísio, ouvindo a voz de seu coração, recusou a proposta. E, além de recusar, fez um voto eterno de castidade. Depois disso, mudou-se para Mainz com a finalidade de se dedicar somente aos estudos da religião.
Em Mains, Pedro Canísio era orientado por um padre chamado Faber. Este era um discípulo famoso do futuro Santo Inácio de Loyola. Padre Faber teve influência direta na vocação de Pedro Canísio. Tanto que, em 1543, Pedro ingressou na Companhia de Jesus, então recém fundada. Três anos mais tarde, ele era ordenado padre jesuíta. Logo, recebeu a missão de retornar para a cidade de Colônia, onde deveria fundar uma nova Casa para a Ordem.
Em Colônia, a divisão do protestantismo prejudicava a Igreja. São Pedro Canísio lutou bravamente contra tal cisma. Assumiu o cargo de professor de Teologia e passou a ser respeitado até mesmo pelo Imperador. Por seus argumentos teológicos, conseguiu que o arcebispo local, que era abertamente a favor do protestantismo, fosse afastado. Depois, tomou parte no famoso Concílio de Trento, como representante do Cardeal Oto de Augsburg. Combateu o cisma protestante igualmente nas cidades de Messina e Roma, onde dava aulas de Teologia. Depois, foi enviado à cidade de Viena, na Áustria, onde o cisma protestante causava grandes danos.
Essa época foi uma das em que São Pedro Canísio mais produziu. Escreveu inúmeras obras literárias. Escreveu um catecismo que teve sua primeira publicação em 1554. Essa obra teve mais de duzentas edições ao redor do mundo, sendo traduzido em quinze línguas. Fundou colégios católicos em várias cidades importantes como Praga, Viena, Baviera, Innsbruck, Colônia e Dillingen. Santo Inácio de Loyola, fundador da Ordem dos Jesuítas, nomeou-o provincial da Ordem para a Áustria e a Alemanha. Mesmo acumulando a função de provincial, São Pedro Canísio pregou em Friburg, Strasburg e até mesmo na Polônia. Em todos esses lugares, instruía, ensinava e denunciava os seguidores de Lutero, gerador do protestantismo. São Pedro Canísio foi um dos maiores obstáculos à propagação do cisma protestante. Graças a ele, a maior parte da Alemanha se manteve fiel à Igreja Católica.
São Pedro Canísio conquistou a admiração de Papas e governantes. Era muito respeitado por ser o primeiro jesuíta alemão e por toda a grande obra que desenvolveu. Ele faleceu no dia 21 de dezembro de 1597, na cidade de Friburg, que fica na atual Suíça. São Pedro Canísio faleceu no mesmo ano em que São José de Anchieta, outro grande jesuíta, também entregou sua alma a Deus. São Pedro Canísio completou cinquenta e quatro anos de total dedicação à Ordem Jesuíta e à Igreja. Sua canonização foi celebrada pelo Papa Pio XI, no ano 1925. Na ocasião, recebeu o título de Doutor da Igreja.
“Ó Deus, que marcastes pela vossa doutrina a vida de São Pedro Canísio, concedei-nos, por sua intercessão, que sejamos fiéis à mesma doutrina, e a proclamemos em nossas ações. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. São Pedro Canísio, rogai por nós.”
DIA DE SÃO DOMINGOS DE SILOS - 20 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 20.12.21
Domingos nasceu na Espanha, mais precisamente no reino Navarra. Nasceu numa família pobre, simples e cristã. Durante a sua infância trabalhou como pastor de ovelhas. Desde essa época, conta-se que Domingos era muito caridoso. Muitas vezes, ofereceu leite de ovelha para andarilhos pobres que passavam por sua região. Ao mesmo tempo, Domingos amava os estudos. Por esse motivo, seus pais o entregaram ao pároco da paróquia à qual pertenciam. Esse padre tinha criado uma escola que ficava ao lado da igreja.
Domingos saiu-se muito bem nos estudos. Tanto que o padre propôs a ele a ordenação sacerdotal, vendo que Domingos tinha vocação. Porém, Domingos quis experimentar como era a vida de eremita, praticando a oração, a solidão e os sacrifícios. Depois dessa experiência, decidiu ingressar no Mosteiro Beneditino. Lá, sim, Domingos descobriu sua verdadeira vocação: a vida monástica como beneditino. Assim, rapidamente, ele se tornou um exemplo de vida monástica para todos os monges.
Quando completou trinta anos, Domingos recebeu a incumbência de restaurar e abrir novamente o Mosteiro de Santa Maria. Este tinha sido fechado há vários anos. Para cumprir tal missão, Domingos tornou-se esmoleiro, ou seja, pedia esmolas para conseguir os recursos necessários. Além disso, trabalhou como pedreiro e mestre de obras, fazendo todo o possível para reconstruir o mosteiro, visando a receber novos candidatos à vida religiosa beneditina. Depois da obra acabada, sua maior surpresa e alegria foi ver entre os candidatos seu próprio pai e, também, alguns parentes.
Terminado de cumprir esta missão, Dom Domingos foi enviado para ser o novo abade do Mosteiro de São William de La Cogola. Ao assumir tal missão, passou a ser perseguido pelo príncipe de Navarra. Este tinha a intenção de apossar-se dos bens do Mosteiro. Por causa dessa perseguição, Dom Domingos foi obrigado a refugiar-se em Castela. Lá, recebeu uma nova missão: reabilitar a antiga abadia do Mosteiro de São Sebastião de Silos, na cidade de Burgos. Esta abadia estava em decadência, quase sem esperança.
São Domingos de Silos foi abade Mosteiro de São Sebastião de Silos por mais de trinta anos. Por isso, recebeu o apelido de “Domingos de Silos”. Restaurou o Mosteiro e reergueu-o de tal forma que passou a ser considerado como seu novo fundador. Ele não só restaurou física e religiosamente a abadia, como deu a ela uma intensa e fecunda atividade. Ele fez do local um grande centro de cultura e um novo cenáculo de evangelização.
São Domingos de Silos trabalhou também pela libertação de católicos que tinham sido feitos prisioneiros de muçulmanos. No final de sua vida, era chamado por todos de o "Apóstolo de Castela". Ele profetizou a data de sua morte. Essa, de fato, aconteceu no dia previsto: 20 de dezembro de 1073. Desde então, passou a ser festejado como São Domingos de Silos, nessa data. Tornou-se um Santo muito popular e querido na Espanha. Passou a ser invocado como Santo Protetor das Parturientes. Tanto que, quando uma rainha espanhola estava prestes a dar à luz, o abade do Mosteiro de Silos levava até seus aposentos o báculo de São Domingos de Silos, que diziam ser milagroso. Este só retornava ao mosteiro depois do parto bem-sucedido.
“Escutai, Senhor, as súplicas que vos dirigimos na festa de São Domingos de Silos, para que, não tendo confiança na nossa justiça, encontremos apoio nas preces daquele que tanto vos agradou. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho , na unidade do Espírito Santo. Amém. São Domingos de Silos, rogai por nós.”
DIA DE SÃO NEMÉSIO - 19 DE NOVEMBRO
HOMILIA - 19.12.21
História de São Nemésio
O Dia de São Nemésio celebra-se anualmente a 19 de dezembro.
O Santo viveu em Alexandria, no Egito, centro cultural reconhecido mundialmente naquela época. Pouco se sabe da sua vida. Apenas o seu martírio e o final da sua vida chegaram até aos nossos tempos.
Pelos relatos de São Dionísio, bispo de Alexandria, ficamos hoje a saber que São Nemésio sentiu na pele a feroz perseguição do Imperador romano Décio aos cristãos.
Durante seu governo, no período de 249 a 251, Décio estabeleceu uma repressão para impedir o crescimento da Igreja. Nessa época, a opressão era tão intensa que algumas pessoas preferiam se entregar aos magistrados, outras eram acusadas e levadas por seus inimigos a julgamento. Os que fugiam para regiões próximas, como o deserto, tinham suas vidas ceifadas pela fome e sede.
São Nemésio sofreu duramente a perseguição. Primeiro, Nemésio, que era um exemplo de caridade e ética, foi acusado de instigador de violência e de ladrão, por pessoas que invejavam a sua condição.
Depois foi acusado de ser cristão, acusação essa que não negou, mantendo-se firme como uma coluna. Como se recusou a negar a sua fé, o Santo foi torturado repetidamente e queimado vivo, juntamente com ladrões e criminosos do seu tempo. Ficou para a história como um mártir cristão e um exemplo de fé, fidelidade e devoção.
DIA DE NOSSA SENHORA DO Ó - 18 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 18.12.21
Nossa Senhora do Ó é uma invocação à Virgem Maria que se originou na Espanha. A devoção é inspirada nos últimos dias de gravidez da Mãe do Salvador, em sua expectativa de ver seu Filho Primogênito. Tanto que hoje, a devoção é conhecida como “Expectação do parto de Nossa Senhora”. Essa expectativa, porém, não se resume à mera curiosidade de uma mãe que quer muito ver o filho que carrega em seu ventre. Trata-se de uma expectativa bem mais profunda e sobrenatural, que envolve toda a missão do Salvador que vai nascer.
A expectativa da Virgem Maria por ver o Filho Bendito que está em seu ventre resume a expectativa da humanidade pelo Salvador. É uma expectativa que se baseia nas promessas bíblicas que o próprio Deus fez à humanidade a respeito do Salvador. Tais promessas começam no livro do Gênesis, quando o Senhor Deus mostra sua misericórdia depois do pecado de Adão e Eva, prometendo que a descendência da mulher esmagará a cabeça da serpente. As promessas de que Deus enviaria o Salvador à humanidade perpassam todo o Antigo Testamento até se cumprirem totalmente em Jesus. E essa era a grande expectativa da Virgem Maria: não só de ver o rosto de seu Filho, mas de contemplar e colaborar com sua missão redentora da humanidade. Trata-se, portanto, de uma expectativa maravilhosa e sobrenatural.
A origem da denominação Nossa Senhora do “Ó” vem das expressões contidas nas orações litúrgicas que antecediam o Natal de Jesus. Com efeito, na liturgia pré-natalina, as orações começam sempre com a interjeição exclamativa “Ó”, como por exemplo: “Ó rebento da Raiz de Jessé… vinde libertar-nos, não tardeis mais”; “Ó Sabedoria… vinde ensinar-nos o caminho da salvação”; “Ó Emanuel…, vinde salvar-nos, Senhor nosso Deus” Por causa disso, o povo passou a chama-la carinhosamente de Nossa Senhora do “Ó”.
A comemoração litúrgica de Nossa Senhora do Ó foi instituída oficialmente no século VI, por ocasião do décimo Concílio de Toledo, Espanha. Neste Concílio, estiveram presentes três santos espanhóis: São Frutuoso de Braga, Santo Ildefonso e Santo Eugênio III de Toledo. Santo Idelfonso foi quem estabeleceu a festa litúrgica de Nossa Senhora do Ó no dia 18 de dezembro, sete dias antes do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo.
“Doce Virgem Maria, cujo coração foi por Deus preparado para morada do verbo feito carne pelas inefáveis alegrias da expectação de vosso santíssimo parto, ensinai-nos as disposições perfeitas de uma íntegra pureza no corpo e na alma, de uma humildade profunda no espírito e no coração, de um ardente e sincero desejo de união com Deus, para que o meigo fruto de vossas benditas entranhas venha a nascer misericordiosamente em nossos corações, a eles trazendo a abundância dos dons divinos, para redenção dos nossos pecados, santificação de nossa vida e obtenção de nossa coroa no Paraíso, em vossa companhia. Assim seja. Amém.”
DIA DE SÃO LÁZARO - 17 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 17.12.21
São Lázaro foi discípulo e amigo pessoal de Jesus. Era irmão de duas mulheres que se tornaram conhecidas pelos Evangelhos: Marta e de Maria. Lázaro vivia com sua família no vilarejo chamado Betânia, que ficava a menos de uma hora de caminhada de Jerusalém, em Israel. Jesus, em suas andanças missionárias, anunciando o Reino de Deus, sempre ia se hospedar na casa de Lázaro. O nome Lázaro vem do grego. Em hebraico seria Eleazar, e quer dizer "Deus ajudou".
Lázaro era estimado e respeitado pela comunidade hebraica, pela origem nobre, honestidade e religiosidade da família. Lázaro foi um personagem especial na Bíblia, pois é a única pessoa por quem Jesus chora no Novo Testamento. Lázaro foi ressuscitado por Jesus após a sua morte, a pedido de Marta, sua irmã, que foi inabalável na fé. Lázaro já estava cheirando mal. Já fazia quatro dias que estava sepultado, quando Jesus chegou para chamá-lo à vida novamente.
Foi um dos maiores milagres de Jesus. Trata-se do último grande “sinal” realizado por Jesus, depois do qual os sumos sacerdotes reuniram o Sinédrio e decidiram matá-lo; e decidiram matar também o próprio Lázaro, que era a prova viva da divindade de Cristo, Senhor da vida e vencedor da morte.
Alguns escritos muito antigos afirmam que Lázaro e suas irmãs foram para a ilha de Chipre. Lá, ele se tornou bispo de Citio, hoje Lamaca.
Sua tumba original, feita de mármore, estava localizada no local onde hoje está a igreja de São Lázaro, em Lamaca. De acordo com registros históricos, suas relíquias foram levadas para Constantinopla, por ordem do Imperador Leão VI, o filósofo, e várias igrejas e capelas foram erigidas em sua honra na Síria. Em 1972, porém, arqueólogos encontraram achados com inscrições de que seriam os restos mortais de São Lázaro. Esses restos estavam escondidos abaixo da igreja de Lamaca. Esse local, hoje, está bem preservado, debaixo da igreja. Ele é um local de peregrinação e é aberto à visitação pública.
A Basílica de São Lázaro, santo padroeiro de Lamaca, construída em 890 d.C., era um templo cristão do século V, no qual existia um sarcófago com a inscrição: "Lazaro, o amigo de Cristo". Isto reforça a tradição de que ele viveu sua "segunda vida ressuscitado", em Lamaca, na ilha de Chipre.
A devoção a São Lázaro era muito comum na Igreja antiga. São Lázaro começou a ser venerado já no início do cristianismo, como diz São Jerônimo, e as peregrinações eram feitas à sua casa, em Betânia, e ao túmulo de onde Jesus o ressuscitara.
São Lázaro teve o privilégio de ter dois túmulos, pois morreu duas vezes. Muitas vezes, pensou-se que São Lázaro fosse o pobre, miserável e cheio de feridas da parábola contada por Jesus. Por isso, na Idade Média, foi tido como o padroeiro dos leprosos. Mas esta associação é errada, e hoje não é mais usada. Sua festa é celebrada no dia 17 de dezembro.
DIA DE SÃO JOSÉ MOSCATI - 16 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 16.12.21
Filho de família nobre da cidade de Benevendo, Itália, José Moscati nasceu em 25 de julho de 1880. Seu pai era presidente do Tribunal de Justiça e se chamava Francisco. Sua mãe se chamava Rosa de Luca e também vinha de uma família nobre. Seus pais eram católicos praticantes. Tanto que José Moscati foi batizado em sua casa, no dia da festa de Santo Inácio de Loyola.
No ano 1884, a família do pequeno José Moscati mudou-se para a cidade de Nápoles, porque seu pai fora promovido. Lá, o menino José, com apenas oito anos, fez a primeira comunhão. Mas não foi só isso. Ele teve um encontro pessoal com Jesus na Eucaristia. Nesse dia, o embrião da vida eucarística de São José Moscati ganhou vida. A Eucaristia foi, ao longo de toda sua vida, alimento espiritual diário, que guiou toda a sua história.
Aos dezessete anos, o jovem José Moscati já um adulto na fé. Isso aparecia claramente em sua devoção fiel à Virgem Maria e à Eucaristia. E, como fruto de sua devoção, revelava-se seu amor para com os pobres e necessitados. Sua devoção não era vazia nem alienada. Aos dezessete anos, sentiu no coração o desejo de fazer voto de castidade perpétua. Porém, não se sentia chamado à vida religiosa, nem tampouco ao sacerdócio. Ele já percebia que seu caminho seria como leigo ativo na Igreja.
José Moscati era um participante deveras ativo da vida paroquial. Jovem de missa e comunhão diárias, sentia especial compaixão pelos pobres, doentes e, em especial, pelos incuráveis. A lida com esses últimos, assistindo-os em suas necessidades, o ajudou a perceber o quão efêmera e passageira é a vida neste mundo.
Na juventude de São José Moscati, seu irmão Alberto começou a sofrer ataques de epilepsia. A partir de então, José passou a cuidar de seu irmão. Dispensava horas e horas de seu dia aos cuidados de Alberto. Esse cuidado despertou em José o desejo de estudar medicina.
José Moscati dedicou-se, então, à faculdade de medicina. Logo, ele se destacou pelo empenho, pela inteligência, pela competência e pelo cuidado com os doentes. Em 1903, ele recebeu seu título de doutorado em medicina, após defender uma tese brilhante. A partir de então, o hospital, a universidade e a Igreja se tornaram o grande campo de suas atividades.
No mesmo ano de seu doutorado, José Moscati passou a ser membro do corpo de médicos do Hospital dos Incuráveis, em Nápoles. Ali, passou a ser respeitado e admirado pelo seu conhecimento científico e pela caridade para com os doentes. Unindo ciência, fé e caridade, conquistou o coração de todos no hospital. Nesse tempo, seu irmão Alberto faleceu, o que lhe causou grande dor.
Por causa de sua competência excepcional, São José Moscati foi nomeado diretor responsável pela terceira ala masculina do Hospital dos Incuráveis de Nápoles. Ali, dedicou sua vida, inteligência, competência e amor para com aqueles doentes portadores de doenças incuráveis. Levou conforto, amor e amizade àqueles que não tinham mais esperança neste mundo. Ajudou inúmeros a morrerem em paz e na graça de Deus, confortando-os com os recursos da medicina de então e com a fé que nos assegura uma vida muito melhor que esta, marcada pelo sofrimento.
São José Moscati teve uma morte abençoada e serena. No dia 12 de abril de 1927, ele foi à missa, como fazia diariamente e comungou o corpo de Cristo, como sempre. Depois, foi para o hospital, cumpriu seu turno de trabalho, aliviando o sofrimento de muitos. À tarde, voltou para sua casa e foi atender mais alguns doentes em consultas. Numa dessas consultas, sentiu-se mal, recostou-se, entregou sua alma a Deus e faleceu na serenidade. A notícia encheu Nápoles de tristeza pela perda de um santo tão querido.
Pouco tempo depois de sua morte, notícias de graças alcançadas através da intercessão de São José Moscati se espalharam. Ele foi beatificado em 1975 pelo Papa Paulo VI. E, em 25 de outubro de 1987, foi canonizado pelo Papa João Paulo II. Um leigo, médico que dedicou sua vida aos doentes incuráveis, aliviando seus sofrimentos e confortando seus corações.
“Ó Deus, que destes a São José Moscati a graça de unir a ciência à caridade e à fé, dai aos médicos e cientistas o espírito de amor ao próximo e de fazer colocar o conhecimento científico em favor do bem de todos, para que o vosso nome seja sempre glorificado. Por Cristo, Senhor nosso, amém. São José Moscati, rogai por nós.”
DIA DE SANTA MARIA CRUCIFIXA - 15 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 15.12.21
No dia 6 de novembro de 1813, em Bréscia, Itália, nasce Paula, filha do nobre Clemente Di Rosa e da condessa Camilla Albani de Bergamo. Ainda criança, fica órfã de mãe, sendo confiada às religiosas pelo pai. E é nesse ambiente propício à espiritualidade e paz que Paula se sobressai, demonstrando seu caráter piedoso e firme. Aos 17 anos, retorna à família, revelando um coração sensível e generoso, e, ao mesmo tempo, perspicácia e inteligência.
Mesmo vindo de uma família rica, opta por uma vida humilde e de oração, consolidando-se na profissão religiosa, em que assumirá o nome de Maria Crucifixa, e na devoção ao Espírito Santo, à Eucaristia e ao Sagrado Coração de Jesus.
Em 1838, surge uma epidemia de cólera, e Paula, com seu espírito de caridade, assiste e conforta os doentes, iniciando um processo de amadurecimento de sua alma, num serviço incansável de doação. E é nessa mescla de entrega e solidariedade que Cristo a inspira a fundar um instituto religioso. Assim, as aspirações foram criando formas e, em 1º de maio de 1840, Paula e suas companheiras dão nome ao sonho: “Servas da Caridade”, que é sinônimo de: servas, empregadas, escravas da caridade, congregação essa que alimenta até hoje os ideais de Paula.
“As almas fortes
não deixam que os ideais se apaguem
em esperas inúteis”, era o que dizia.
Em 15 de dezembro de 1855, com 42 anos, a alma da Irmã Maria Crucifixa vai ao encontro de Cristo. Houve o processo de beatificação pela Igreja Católica, e, em 12 de junho de 1954 é proclamada Santa Maria Crucifixa di Rosa, intercedendo por nós junto a Deus na realização dos milagres.
Que Santa Maria Crucifixa Di Rosa, seja um modelo para nós, através de sua fé, doação e perseverança, revelados pela força da oração. Virtudes essas que todos nós cristãos batizados, devemos ter presentes em nossas vidas, na busca incessante da santidade em meio às fragilidades humanas.
A Igreja Católica é a única, a ter alguns Santos, cujo corpo é intacto e incorrupto. A Santíssima Virgem, está no Céu, intacta de todo o pecado e de qualquer corrupção. O Santo Corpo de Nosso Senhor, esta na Glória dos Céus e no Santo Altar, pois Ele aguarda a sua Segunda Vinda, para manifestar-se Gloriosamente.
DIA DE SÃO JOÃO DA CRUZ - 14 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 14.12.21
Juan de Yepes era seu nome de batismo. Nasceu em 1542, em Fontivaros, pertencente à província de Ávila, na Espanha. Seu pai, Gonzalo de Yepes, descendia de uma família tradicional e rica de Toledo. Porém, por ter se casado com uma jovem de família humilde, perdeu os direitos da herança. Catarina Alvarez, sua esposa e mãe de São João da Cruz, era vista como sendo de classe inferior. Gonzalo, pai de São João da Cruz, faleceu ainda jovem, quando João ainda era uma criança. Por isso, a viúva, desprezada pela família do marido e obrigada a trabalhar para sobreviver, mudou-se com os filhos para a cidade de Medina.
Em Medina, João, já jovem, começou a trabalhar. Ele tentou algumas profissões. A última foi a de ajudante no hospital da cidade. À noite, João estudava gramática no colégio dos jesuítas. Sob a influência dos padres da Companhia de Jesus, a espiritualidade do jovem João de Yepes desabrochou. Por isso, aos vinte e um anos, ele entrou na Ordem Carmelita, procurando uma vida de oração profunda.
Após o noviciado, João de Yepes foi transferido para a Universidade de Salamanca, com o objetivo de terminar o estudo da filosofia e da teologia. Mesmo cursando a Universidade, que exigia dele toda a dedicação aos estudos, João encontrava tempo para a caridade e fazia questão de visitar os doentes nos hospitais ou nas residências, onde prestava seu precioso serviço de enfermeiro.
João foi ordenado sacerdote quando tinha vinte e cinco anos. Nessa ocasião, mudou seu nome para João da Cruz, pois já tinha o desejo de se aproximar dos sofrimentos da cruz de Cristo. Por causa disso, achava a Ordem dos Carmelitas muito suave, sem austeridade. Pensou, inclusive, em entrar numa congregação mais austera. Foi nessa ocasião que Madre Tereza de Ávila atravessou seu caminho. Na época, ela tinha autorização fundar conventos reformados da Ordem Carmelita. Tinha também autorização de todos os superiores da Espanha para intervir nos conventos masculinos. O entusiasmo de Santa Tereza contagiou o Padre João da Cruz, e ele começou a trabalhar na reforma da Ordem Carmelita, voltando às origens da mesma, procurando reviver em todos o carisma fundante da Ordem e ajustando a disciplina.
Como era de se esperar, padre João da Cruz começou a enfrentar dificuldades dentro da Ordem. Conventos inteiros e vários superiores se opuseram às reformas, quando ele começou a aplicá-las efetivamente. Por isso, ele passou por sofrimentos insuportáveis se não fossem vistos com os olhos da fé. Chegou, por exemplo, a ficar preso durante nove meses num convento que recusava terminantemente a reforma proposta por ele. Tudo isso sem contar as perseguições que começaram a aparecer de todos os cantos.
Testemunhas dizem, no entanto, que Pe. João da Cruz fez jus ao nome que escolheu abraçando a cruz, os sofrimentos e as perseguições com alegria e louvor a Deus. E essa foi a grande marca de sua vida, além de seus escritos preciosos. São João da Cruz abraçou o sofrimento com prazer, desejando, ao máximo, sofrer como Cristo e unir seus sofrimentos aos do Mestre, em sacrifício pela própria conversão e também da Igreja.
O espírito de sacrifício, o fugir das glórias humanas, a busca da humildade, a oração profunda e o conhecimento da Palavra de Deus renderam a São João da Cruz vários escritos de grande profundidade teológica e sabedoria divina. Dentre eles, destacam-se os livros Cântico Espiritual, Subida do Carmelo e Noite Escura. Por isso, ele foi aclamado Doutor da Igreja, equiparado a Santa Tereza de Ávila, também Doutora. Deixou uma grande obra escrita, que é lida, estudada e seguida até hoje por religiosos e leigos.
Os biógrafos de São João da Cruz relatam que ele sempre fazia três pedidos a Deus. Conta-se que ele pedia, insistentemente, três coisas a Deus. Primeiro, que ele tivesse forças para sofrer e trabalhar muito. Segundo, que ele não saísse deste mundo estando no cargo de superior de qualquer comunidade. E, terceiro, que ele tivesse a graça de morrer humilhado e desprezado por todos, como aconteceu com Jesus. Isto fazia parte de sua mística: igualar-se ao máximo a Jesus no momento de sua paixão.
Pouco antes de falecer, São João da Cruz passou, de fato, por grandes sofrimentos, advindos de calúnias e incompreensões. Foi destituído de todos os cargos que ocupava na Ordem Carmelita e passou os últimos meses de sua vida no abandono e na solidão. Antes de falecer, sofreu de uma terrível doença, sempre louvando e agradecendo a Deus por tudo. Faleceu no Convento de Ubeda, Espanha, no dia 14 de dezembro de 1591, tendo somente quarenta e nove anos. A reforma da Ordem Carmelita Descalça proposta por ele, por fim, tornou-se realidade. Pouco tempo após sua morte, São João da Cruz passou a ser venerado e seguido pelos seus confrades. Em 1952, foi aclamado como o Padroeiro dos Poetas da Espanha.
“Glorioso São João da Cruz, que desde vossa infância fostes terno amante de Maria Santíssima e da cruz de seu Santíssimo Filho, merecendo por esse amor ser protetor singular das almas aflitas e desconsoladas: Vos suplico, Pai meu, interponhais vossos rogos para com Mãe e Filho a fim de que me concedam viva fé, firme esperança, fervente caridade e terníssimo amor à cruz de meu Senhor, em cujo exercício viva e more amparado sempre de sua graça, e também consiga, se me convém, o que peço nesta novena. Amém.”
DIA DE SANTA LUZIA - 13 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 13.12.21
Santa Luzia nasceu no ano de 280, na cidade litorânea de Siracusa, Itália. Seus pais eram nobres e cristãos. O pai, Lucio, faleceu quando Luzia era muito pequena. Sua mãe, Eutíquia, a educou. E, como cristã, sua mãe lhe passou a fé, o conhecimento de Jesus Cristo, ao amor ao próximo e a Deus.
A mãe de Luzia era muito doente e sofria de uma forte hemorragia. Eutíquia procurou vários médicos. Nenhum, porém, conseguiu curá-la. Luzia, então, teve a ideia de levar sua mãe a Catânia, cidade onde está o túmulo de Santa Ágata. O dia da festa da Santa estava próximo, e Luzia sentia que se sua mãe colocasse a mão no tumulo de Santa Agata, ficaria curada.
Muito fraca e doente, mas vendo a convicção da filha, a mãe aceitou. As duas, então, partiram para a cidade da Santa. No dia da festa, 5 de fevereiro de 301, após ler o Evangelho, mais precisamente o milagre da mulher que tinha hemorragia há 12 anos e fora curada por Jesus quando tocou em seu manto, Luzia, emocionada, propôs a sua mãe tocar no tumulo de Santa Ágata e ela concordou.
Quando sua mãe foi para o tumulo, Santa Ágata apareceu para Luzia e lhe disse:
Luzia, minha irmã, por que pedes a mim o que tu mesma podes conseguir para sua mãe? Tua mãe já foi curada pela tua fé. E, assim, como a cidade de Catânia foi beatificada por mim, assim também, por teu meio, será salva a cidade de Siracusa. Então, Luzia disse à mãe: Pela intercessão de Santa Ágata, Jesus te curou. Nesse momento, sua mãe sentiu que as forças lhe voltavam ao corpo e ficou curada.
A jovem Luzia, tocada pela graça de Deus, disse que queria consagrar sua vida a Deus e fazer voto de castidade e fidelidade a Jesus. Além disso, ela iria entregar seu dote de casamento (uma pequena fortuna) e seus bens para os pobres. Sua mãe concordou.
Aconteceu, porém, que Luzia tinha um pretendente para casamento. E este não se conformou com a decisão de sua amada e a denunciou ao Governador Pascásio, acusando-a de ser cristã. O Imperador Diocleciano tinha emitido um decreto autorizando punição exemplar para os cristãos.
Santa Luzia foi julgada e condenada, e, como dava total importância a virgindade e ao amor a Jesus Cristo, o governador mandou que a levassem a um prostíbulo. Santa Luzia rezou: quem vive casta e santamente, é templo do Espírito Santo; sem a minha vontade, a virtude nada sofrerá. Assim, nem dez homens juntos conseguiram levantar Santa Luzia do chão.
O governador, furioso, mandou matá-la ali mesmo. Os carrascos jogaram sobre ela resina e azeite fervendo, mas nada aconteceu à jovem. Os carrascos continuaram com o seu martírio e lhe arrancaram os olhos. Daí vem a devoção a Santa Luzia como protetora dos olhos.
Antes de sua morte, Santa Luzia, ajoelhada em oração, disse:
Senhor, eis que suplico paz para a Igreja de Cristo. Diocleciano e Maximiniano decairão do Império, e, como a cidade de Catania venera a Santa Águeda, também serei venerada por graça do Senhor Jesus Cristo, observando de coração os preceitos do Senhor.
Santa Luzia morreu no dia 13 de dezembro do ano de 304. Os cristãos de Siracusa a elegeram Padroeira da cidade e construíram um templo em seu nome.
Todo aquele que dá sua vida por causa de Jesus Cristo, ou que sofre castigos e morte por não renegar a fé em Cristo, é considerado mártir pela Igreja. Ela deu sua vida por Jesus Cristo e não renegou sua fé nem mesmo sabendo que morreria violentamente por causa disso. A palavra mártir vem do grego e quer dizer testemunha. Os mártires testemunham Jesus com a própria vida.
No ano de 1040, o General grego Jorge Mariace levou o corpo de Santa Luzia para Constantinopla, a pedido da imperatriz Teodora. No ano de 1204, os cruzados venezianos reconquistaram o corpo de Santa Luzia e o levaram para Veneza, lugar em que está até hoje, na igreja de São Jeremias, onde é venerado.
Ó santa Luzia, que não perdestes a fé e a confiança em Deus, mesmo passando pelo grande sofrimento de vos vazarem e arrancarem os olhos, ajudai-me a não duvidar da proteção divina, defendei-me da cegueira, não somente física, mas, principalmente, da cegueira espiritual.
Atendei a este meu pedido.(fazer o pedido).
Conservai a luz dos meus olhos para que eu tenha a coragem de tê-los sempre abertos para a verdade e a justiça, possa contemplar as maravilhas da criação, o brilho do sol e o sorriso das crianças. Ó minha querida Santa Luzia, eu vos agradeço por terdes ouvido a minha súplica.
Por Jesus Cristo, nosso amigo e irmão, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Santa Luzia, rogai por nós.
DIA DE NOSSA SENHORA DE GUADALUPE - 12 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 12.12.21
Nossa Senhora de Guadalupe apareceu pela primeira vez ao índio asteca Juan Diego. Na língua asteca, o nome Guadalupe significa, Perfeitíssima Virgem que esmaga a deusa de pedra. Os Astecas adoravam a deusa Quetzalcoltl, uma monstruosa deusa, a quem eram oferecidas vidas humanas em holocausto.
Nossa Senhora de Guadalupe, porém, veio para acabar com essa idolatria e mudar a vida daquele povo sofrido. No ano de 1539, mais de 8 milhões de Astecas tinham abraçado a fé católica, convertendo-se e acabando com a idolatria pagã. No México e em todo o mundo, Nossa Senhora de Guadalupe é muito venerada.
Estava o índio Juan Diego no campo. Ele sofria por causa da grave enfermidade de seu tio, a quem muito amava. Juan rezava por seu tio, quando teve a visão de uma mulher com seu manto todo reluzente. Ela o chamou por seu nome e disse em nauátle, a língua asteca: Juan Diego, não deixe o seu coração perturbado. Eu não estou aqui? Não temas esta enfermidade ou angústia. Eu não sou sua Mãe? Você não está, sob minha proteção?
A Senhora pediu, então, que o índio fosse revelar sua mensagem ao Bispo local. A mensagem de que Ela iria acabar com a serpente de pedra, e que o povo do México iria parar com os holocaustos e se converter a Jesus Cristo. Além disso, deveria ser construída uma igreja no local das aparições.
O Bispo não acreditou no índio, mas ordenou que ele pedisse um sinal à Senhora para provar a veracidade da história. Quando Juan Diego voltou para o campo, Nossa Senhora de Guadalupe apareceu novamente a ele. Este lhe contou sobre a desconfiança do Bispo, porque Maria tinha pedido que fosse construída também uma grande igreja naquele local.
Maria, sorrindo, pediu a Juan Diego que subisse ao monte e enchesse seu poncho com flores. Era inverno. A neve recobria os campos. Nessa época, não nasciam flores naquela região do México. Juan Diego sabia disso. Porém, mesmo assim, obedeceu. Chegando ao alto do monte em meio à neve, ele achou uma grande quantidade de flores cheias de grande beleza. Ele apanhou muitas flores, encheu seu poncho e foi levá-las ao Bispo.
Com dificuldade, Juan Diego foi recebido pelo Bispo. Ele tinha seu poncho ou sua Tilma, dobrado cheio de rosas. Então, ele abriu a tilma, e as flores caíram no chão. Quando o Bispo viu, ainda não acreditou. Para espanto de todos os que estavam na sala, no poncho do índio estava estampada a bela imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, como o índio tinha revelado ao Bispo. Todos na sala acreditaram, inclusive o Bispo. Desse momento em diante, tudo mudou.
O fato causou grande comoção em todo o povo mexicano. Logo, foi construída uma grande igreja no local indicado por Nossa Senhora, e o poncho de Juan Diego com a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe impressa foi levado para ser venerado. Guadalupe se tornou o grande Santuário do México, e a devoção a Nossa Senhora de Guadalupe se estendeu por toda a América Latina. Em 1979, o Papa João Paulo II consagrou Nossa Senhora de Guadalupe, como Padroeira da América Latina.
Estudos realizados sobre o poncho do índio Juan Diego revelam que a pintura não foi feita por materiais existentes na natureza nem fabricados pelo homem. Nos olhos de Maria, dentro da Íris e da pupila, vê-se a cena em que o índio abre sua tilma na sala do Bispo, com todas as pessoas presentes na sala, conforme foi descrito em documentos posteriores. Tem uma família de um lado, o índio e o Bispo do outro. O olho reflete a luz como o olho humano.
Em janeiro de 2001, o engenheiro peruano José Aste Tonsmman revelou o resultado da pesquisa de 20 anos, com a ajuda da NASA. Os olhos da imagem, ampliados 2.500 vezes, mostram umas 13 pessoas, crianças, mulheres, o Bispo e o próprio índio Juan Diego, no momento da entrega do poncho ao Bispo.
Richard Kuhn, prêmio Nobel de química, descobriu que a imagem não tem corantes e que, após 470 anos, continuam com seu brilho. O pano do poncho não dura mais do que 20 anos e começa a se desfazer, o que não acontece com o poncho do milagre, que já dura quase 500 anos. Concluíram que o que forma a imagem de Nossa Senhora não é pintura. A fibra do ayate, cacto, são suportaria as tintas da época. Além disso, não existe esboço ou marca de pincel.
Grandes milagres aconteceram ao longo dos quinhentos anos de história da aparição de Nossa Senhora de Guadalupe. O povo sofrido do México teve sua esperança renovada com esta visita e permanência de Nossa Senhora em suas terras.
Nossa Senhora, em um ato de delicadeza, apareceu como uma índia, morena, vestida como uma índia grávida. Em sua roupa está retratado o céu com a posição das estrelas do dia em que ela apareceu. Os astecas sabiam reconhecer estes sinais e isso foi decisivo para que a conversão daqueles povos acontecesse em massa.
Perfeita, sempre Virgem Santa Maria, Mãe do verdadeiro Deus, por quem se vive. Mãe das Américas! Tu, que na verdade és nossa mãe compassiva, te buscamos e te clamamos. Escuta com piedade nosso pranto, nossas tristezas. Cura nossas penas, nossas misérias e dores. Tu, que és nossa doce e amorosa Mãe, acolhe-nos no aconchego de teu manto, no carinho de teus braços. Que nada nos aflija nem perturbe nosso coração. Mostra-nos e manifesta-nos a teu amado filho, para que Nele e com Ele encontremos nossa salvação e a salvação do mundo. Santíssima Virgem Maria de Guadalupe, faz-nos mensageiros teus, mensageiros da vontade e da palavra de Deus. Amem.
DIA DE SÃO DÂMASO I - 11 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 11.12.21
Dâmaso nasceu em Civitas Igaeditanorum (depois Egitânia, actual Idanha-a-Velha), território que, no século IV, integrava a Província da Lusitânia, no Império Romano, e que, atualmente, faz parte de Portugal, filho de Antonius, que se tornou Padre na Igreja de São Lourenço, em Roma, onde seu filho ergueu, em sua própria casa, a Basílica de São Lourenço em Dâmaso, e de sua mulher Laurentia, ambos também naturais da Lusitânia. Por essa razão, alguns consideram-no o primeiro Papa Português.
A importância da localidade fez com que o Bispo da Diocese da Guarda tivesse obrigatoriamente o nome de Bispo da Egitânia, mesmo depois da extinção deste Bispado. A sua época coincidiu com a ascensão de Teodósio I e a adoção do cristianismo como religião oficial do Império Romano.
Foi eleito Papa em 1 de Outubro de 366, por larga maioria, mas alguns seguidores do anterior Papa Libério, próximos do Arianismo, consagraram o diácono Ursino, criando um Antipapa para tentar depor Dâmaso I.
Foram necessários dois anos de lutas sangrentas para que Dâmaso I assegurasse o seu direito ao papado. As batalhas entre os bandos seguidores dos dois postulantes foram de tal violência que num único dia de batalha foram recolhidos 137 mortos. Acusado pelos seus adversários de assassinato, Dâmaso I teve que se defender perante um Tribunal imperial. Porém o imperador Valentiniano I apoiava Dâmaso I e, no ano de 378, ele foi absolvido, enquanto que o seu inimigo Ursino era desterrado.
Esse processo deu a Dâmaso I a oportunidade de ajustar as relações entre a Justiça Civil e a Eclesiástica. O Estado passou a reconhecer oficialmente a competência da Igreja em matéria de fé e de moral, enquanto tomava a seu encargo a execução das sentenças ditadas pelo Tribunal do Episcopal.
Dâmaso foi um dos mais notáveis papas do século IV, defendendo a Igreja de Roma contra eventuais cismas, enviando legados ao Primeiro Concílio de Constantinopla, e também foi um escritor de grande mérito, autor de valiosos epigramas e de importantes cartas sinodais. Também foi o papa que encomendou a Jerônimo de Estridão uma revisão da versão latina da Bíblia, a qual ficou conhecida como Vulgata Latina, até hoje uma das mais importantes traduções bíblicas.
Foi o primeiro Papa a usar com desenvoltura o anel do Pescador, com o símbolo de São Pedro, que, ao contrário de hoje, era passado de pontífice para pontífice, assim que confirmada a sua morte, como símbolo de sua autoridade pastoral. O anel com a égide de Pedro, o primeiro Papa, já não existe, pois foi destruído.
Os imperadores romanos, incluindo Constantino, continuaram a conservar o ofício de pontífice máximo (pontifex maximus) até 376, quando o imperador Graciano, por razões cristãs, o recusou, já que o reconhecia como idolatria e blasfêmia. Há registros de que, em torno do ano 378, Dâmaso era nomeado pontífice, embora não fosse chamado de pontífice máximo, termo que aparece na Bíblia para descrever homens abençoados (Hebreus 5, 14), e, em alguns casos, o próprio Jesus (Hebreus 3, 1).
É citado no livro "Peregrino da América" como poeta português (Livro II). Morreu durante os governos dos imperadores Valentiniano II e Teodósio I.
“Senhor, por intercessão de São Dâmaso, concedei-me fidelidade aos Vossos ensinamentos. Livrai-me, Pai de Bondade, da preguiça espiritual e dai-me consciência de que, quanto mais eu Vos buscar em oração, maiores serão as bênçãos em minha vida. Amém.”
DIA DE SANTA JOANA FRANCISCA DE CHANTAL - 10 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 10.12.21
Filha de um político bem posicionado na França, Joana recusou matrimônio com um fidalgo milionário, por ser ele protestante calvinista. Casou-se, então, com o barão de Chantal, católico fervoroso, com quem levou uma vida profundamente religiosa e feliz.
Joana nasceu em Dijon, França, em 28 de janeiro de 1572, filha de Benigno Frèmiot, presidente do parlamento de Borgonha. Após seu casamento, foi morar no castelo de Bourbillye, e sua primeira ordem na nova casa sinalizou qual seria o estilo de vida que se viveria ali. Mandou que, diariamente, fosse rezada uma missa e que todos os servidores domésticos participassem. Ocupou-se, pessoalmente, da educação religiosa dos serviçais, ajudando-os em todas as suas necessidades materiais.
Quando o barão feriu-se gravemente durante uma caçada, no castelo só se rezava por sua saúde. Mas logo veio a falecer. Joana ficou viúva aos vinte e oito anos de idade, com os filhos para criar. Dedicou-se, inteiramente, à educação das suas crianças, abrindo espaço em seus horários apenas para a oração e o trabalho. Nessa época, conheceu o futuro são Francisco de Sales, então bispo de Genebra. Escolheu-o para ser seu diretor espiritual e fez-se preparar para a vida de religiosa.
Passados nove anos de viuvez e depois de ter muito bem casado as filhas, deixou o futuro barão de Chantal, então um adolescente de quinze anos, com o avô Benigno no, castelo de Dijon, e retirou-se em um convento. No ano seguinte, em 1610, junto com Francisco de Sales, fundou a Congregação da Visitação de Santa Maria, destinada à assistência aos doentes. Nessa empreitada, juntaram-se, à baronesa de Chantal, a senhora Jacqueline Fabre e a senhorita Brechard.
Joana, então, professou os votos e foi a primeira a vestir o hábito da nova Ordem. Eleita a Madre Superiora, acrescentou Francisca ao nome de batismo e dedicou-se, exclusivamente, à Obra, vivendo na sua primeira sede, em Anecy. Fundou mais setenta e cinco Casas para suas religiosas com toda a sua fortuna. Mas não sem dificuldades e sofrimentos, e sofrendo muitas perseguições em Paris, sem nunca esmorecer.
Depois de uma dura agonia motivada por uma febre que pôs fim à sua existência, morreu em Moulins em dezembro de 1641. Atualmente, as Irmãs da Visitação estão espalhadas em todos os continentes e celebram Santa Joana Francisca de Chantal, que foi canonizada em 1767, para ser venerada como modelo de perfeição evangélica em todos os estados de vida.
DIA DE SÃO JUAN DIEGO - 09 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 09.12.21
Juan Diego era um índio Asteca, da região da atual cidade do México. Seu nome Asteca era Cuauhtlatoatzin, cujo significado é “águia que fala”. Juan Diego é seu nome cristão. Ele nasceu no ano 1474, no bairro da colina de de Tlayacac, que ficava ao norte da Cidade do México. Juan Diego pertencia à casta mais inferior no Império Asteca. Contudo, não era escravo. Era um camponês que se dedicava, também, à manufatura de esteiras. Era casado, vivia bem com sua mulher, porém não tiveram filhos.
Juan Diego acolheu a fé cristã atraído pela postura e ensinamentos dos franciscanos que chegaram no México no ano 1524. Ele tinha, então, 50 anos, quando foi batizado, juntamente como sua esposa. No batismo, receberam os nomes cristãos de João Diego e Maria Lúcia. Juan Diego era dedicado e piedoso, homem de oração e penitências. Caminhava vinte e dois quilômetros para ouvir a Palavra de Deus, indo de sua vila até à Cidade do México.
Maria Lúcia, esposa de Juan Diego, faleceu no ano 1529, por causa de uma doença. Então, ele decidiu ir morar com um tio seu. Assim, a distância de sua nova casa até à igreja diminuiu para quatorze quilômetros. Desde então, ele passou a fazer essa caminhada todos sábados e domingos, saindo sempre antes do amanhecer, para ouvir a Palavra de Deus. Juan Diego caminhava sempre descalço e, nas manhãs mais frias, usava uma veste de tecido grosso extraído das fibras de um cacto. Tal veste, parecida com um manto, chamava-se tilma ou, também, ayate. Era uma vestimenta dos pobres, da classe social de Juan Diego.
No dia 9 de dezembro de 1531, quando Juan Diego caminhava de madrugada para ir à igreja, cerca das três horas e trinta, estando ele entre sua vila e o monte Tepeyac, aconteceu a primeira aparição da Virgem de Guadalupe. No local conhecido hoje como "Capela do Cerrinho", Nossa Senhora apareceu e falou com Juan Diego na sua língua nativa dizendo: "Juan Dieguito", "o mais humilde de meus filhos", "meu filho caçula".
Nossa Senhora incumbiu Juan Diego de levar um pedido dela ao bispo franciscano Dom João de Zumárraga. O pedido era para que fosse construída uma igreja naquele mesmo lugar em que a Virgem aparecera a Juan Diego. O bispo, porém, não acreditou na palavra do pobre e humilde Juan Diego. Em outra aparição, Nossa Senhora pediu que Juan Diego insistisse. Obediente, no dia seguinte, um domingo, Juan Diego voltou e falou com o bispo. O bispo, por sua vez, exigiu que Juan trouxesse provas concretas da tal aparição.
O pobre Juan Diego voltou desanimado e evitou passar pelo local onde tinha visto a Virgem Maria, temendo ser repreendido por ela. Na terça-feira seguinte, dia 12 de dezembro, ele teve que ir à cidade novamente buscar ajuda para seu tio, que estava muito doente. E, mais uma vez, evitou passar pelo mesmo caminho, fugindo da Virgem Maria. Porém, Nossa Senhora lhe apareceu mesmo assim. Juan Diego, então, contou a ela as decepções com o bispo e disse que não queria mais fazer tal serviço. A Mãe, porém, o consolou dizendo: “Filhinho querido, não estou eu contigo? Eu, que sou tua mãe?” Ao ouvir essas palavras, Juan Diego sentiu seu coração se fortalecer novamente.
Nossa Senhora, pediu, então, que Juan Diego fosse colher flores no monte Tepeyac. Era inverno, não nascia flores nessa época. Apesar disso, Juan Diego obedeceu. Assim, no alto do monte, em pleno inverno, ele encontrou belas flores. Admirado, colheu, colocou-as no seu manto e foi até Nossa Senhora. A Mãe pediu para que Juan Diego levasse aquelas flores ao bispo Dom Zumarraga como prova da aparição.
Diante do bispo, o pobre Juan Diego abriu seu manto. Nesse momento, as flores caíram e, no tecido rústico do manto, apareceu a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe. Nesse mesmo instante, seu tio disse ter recebido a visita da Virgem Maria e ficou curado. São Juan Diego tinha, na ocasião, cinquenta e sete anos de idade.
O bispo, maravilhado e arrependido, acreditou nas palavras do pobre Juan Diego e começou a tomar as providências para a construção da capela pedida por Nossa Senhora. Depois do milagre de Guadalupe, São Juan Diego passou a viver numa sala que ficava ao lado da capela onde se depositou por um tempo a sagrada imagem. Passou suas propriedades e negócios para seu tio e dedicou o resto de sua vida à propagação das aparições aos seus irmãos nativos, que passaram a se converter aos milhares. Demonstrou tão profundo amor à Eucaristia que o bispo lhe deu uma permissão especial para comungar o Corpo de Cristo três vezes na semana. Tal permissão era raríssima naquela época.
A imagem milagrosa de Nossa Senhora de Guadalupe já perdura mais de 450 anos sem explicação plausível. A tilma onde a imagem está não dura mais do que 20 anos. Esta, no entanto, já dura séculos. Enfrentou incêndios e até explosões, sem sofrer um dano sequer. Estudos recentes atestam que não há nenhuma tinta impressa na tilma e não se sabe como a imagem se forma. Um oftalmologista examinou os olhos de Nossa Senhora, na imagem, ampliando centenas de vezes. Na ampliação ele descobriu que os olhos da Virgem mostram o momento exato em que Juan Diego abriu o manto e a imagem apareceu. A cena aparece nos olhos da Virgem como nos olhos de um ser humano. Já existem livros e mais livros e vários estudos científicos sobre os mistérios da imagem da Virgem de Guadalupe. E a mãe de todos os Homens escolheu aquele que se julgava “as fezes do povo”, como ele mesmo repetiu várias vezes, para revelar ao mundo seu amor pela humanidade.
Juan Diego morreu de morte natural em 30 de maio de 1548. Tinha setenta e quatro anos. O papa João Paulo II celebrou sua canonização no ano 2002. Na ocasião instituiu sua a festa litúrgica para o dia 9 de dezembro. Este foi o dia da primeira aparição de Nossa Senhora de Guadalupe. O Papa elogiou a fé simples de São Juan Diego e exaltou-o como modelo de humildade para todos.
“Ditoso São Juan Diego, índio bondoso e cristão, nós te suplicamos que acompanhes a Igreja peregrina, para que seja cada dia mais evangelizadora e missionária. Encoraja os Bispos, sustenta os presbíteros, suscita novas e santas vocações, ajuda todas as pessoas que entregam a sua própria vida pela causa de Cristo e pela difusão do seu Reino. Amém. São Juan Diego, rogai por nós.”
DIA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DE NOSSA SENHORA - 08 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 08.12.21
Imaculada Conceição refere-se a um dogma através do qual a Igreja declarou que a concepção da Virgem Maria foi sem a mancha (mácula em latim) do pecado original. Desde o primeiro instante de sua existência, a Virgem Maria foi preservada do pecado pela graça de Deus. Ela sempre foi cheia da graça divina. O dogma declara também que a vida da Virgem Maria transcorreu completamente livre de pecado.
Desde os tempos da Igreja primitiva, os fiéis sempre acreditaram que Maria, a Mãe de Jesus, nasceu sem o pecado original. Tanto no Oriente como no Ocidente, há grande devoção à Maria enquanto mãe de Jesus e Virgem sem Pecados. No começo do cristianismo o dogma da Imaculada Conceição já era tida como uma verdade de fé para os fiéis.
O dogma que declara a Imaculada Conceição da Virgem Maria é fundamentado na Bíblia: Maria recebeu uma saudação celestial do Anjo Gabriel quando este veio anunciar que ela seria a Mãe do Salvador. Nessa ocasião, o Anjo Gabriel saudou como cheia de graça.
Foi o papa Pio IX, o papa que proclamou o dogma da Imaculada Conceição, recorreu principalmente à afirmação de Gênesis (3, 15), onde Deus diz: Eu Porei inimizade entre ti e a mulher, entre sua descendência e a dela, assim, segundo esta profecia, seria necessário uma mulher sem pecado, para dar à luz o Cristo, que reconciliaria o homem com Deus.
O verso Tu és toda formosa, meu amor, não há mancha em ti, no Cântico dos Cânticos (4,7) também é uma referência para defender a Imaculada Conceição. Outras passagens bíblicas referentes são: Também farão uma arca de madeira incorruptível (Êxodo 25, 10-11). Pode o puro (Jesus) vir de um ser impuro? Jamais! (Jó 14, 4). Assim, fiz uma arca de madeira incorruptível... (Deuteronômio 10, 3). Maria é considerada a Arca da Nova Aliança (Apocalipse 11, 19) e, portanto, a Nova Arca seria igualmente incorruptível ou imaculada.
Também existem os escritos dos Padres da Igreja, como Irineu de Lyon e Ambrósio de Milão. São Tomás de Aquino, por volta de 1252, declarou abertamente que a Virgem foi, pela graça, imunizada contra o pecado original, defendendo claramente o dogma do privilégio mariano, que seria declarado e definido séculos mais tarde.
O dia da festa da Imaculada Conceição foi definido em 1476 pelo Papa Sisto IV. A existência da festa era um forte indício da crença da Igreja na Imaculada Conceição, mesmo antes da definição do dogma no século XIX.
No dia 8 de dezembro de 1854, dia da festa, o Papa Pio IX, com a Bula intitulada Deus Inefável (Ineffabilis Deus), definiu oficialmente o dogma da Santa e Imaculada Concepção de Maria.
Assim está escrito na bula (documento papal) intitulada Ineffabilis Deus que o Papa Pio X proclamou: Em honra da Trindade (...) declaramos a doutrina que afirma que a Virgem Maria, desde a sua concepção, pela graça de Deus todo poderoso, pelos merecimentos de Jesus Cristo, Salvador do homem, foi preservada imune da mancha do pecado original. Essa verdade foi-nos revelada por Deus e, portanto, deve ser solidamente crida pelos fiéis.
Santa Bernadete Soubirous (1844-1879), a jovem que viu Nossa Senhora em Lourdes, disse que Nossa Senhora se autodefiniu dizendo assim: Eu sou a Imaculada Conceição. Isso aconteceu em 1858, apenas quatro anos após a definição do dogma.
Todos os estudiosos consideram quase impossível que uma adolescente como era Bernadete, vivendo num lugarejo insignificante como era Lourdes, soubesse da proclamação do dogma e muito menos o seu significado. Por isso, as aparições de Nossa Senhora em Lourdes são consideradas como uma confirmação celstial do dogma da Imaculada conceição. Esta é uma das três aparições de Nossa Senhora consideradas verdadeiras pela Igreja Católica.
Por isso, nós podemos recorrer a Maria com toda a confiança justamente porque ela é Imaculada, sem mancha, sem pecado, sem impurezas. Ela é cheia, plena, repleta da graça de Deus e, por isso, pode ouvir nossos pedidos e súplicas e apresentá-los ao Pai, diante de quem ela está no céu. Nossa mãe celestial é pura, santa, sem pecado e nos ama com um amor puro, santo e divino. Assim, com esta confiança, recorramos a ela sempre, pois ela intercede por nós.
Virgem Santíssima, que fostes concebida sem o pecado original e por isso merecestes o título de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, e por terdes evitado todos os outros pecados, o Anjo Gabriel vos saudou com as belas palavras: Ave Maria, cheia de graça; nós vos pedimos que nos alcanceis do vosso divino Filho o auxílio necessário para vencermos as tentações e evitarmos os pecados e, já que vos chamamos de Mãe, atendei-nos com carinho maternal e ajudai-nos a viver como dignos filhos vossos. Nossa Senhora da Imaculada Conceição, rogai por nós.
DIA E SANTO AMBRÓSIO - 07 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 07.12.21
Aurélio Ambrósio nasceu na cidade de Trèves, que fica na atual Alemanha, perto do ano 339. Sua família era católica, embora a liberdade da Igreja fosse, ainda, muito recente no Império Romano. Seu pai era um nobre e exercia a função de governador de uma província que ficava no norte da Itália. Quando seu pai faleceu, a família de Ambrósio mudou-se para Roma. Lá, Ambrósio formou-se em Direito e Retórica. Lá, também deu início à sua carreira jurídica.
Estando Ambrósio na cidade de Milão, aconteceu que o bispo dessa grande diocese faleceu. Ambrósio era, então, catecúmeno, ou seja, estava se preparando para ser batizado. Por causa disso, e por ser um bom advogado e funcionário do império, fez um papel de mediador, procurando evitar conflitos na eleição do novo bispo. Por isso, fez um discurso forte, firme e, ao mesmo tempo, bastante sensato. Sua serenidade e equilíbrio foram tais que, ao terminar de falar, o povo, emocionado, o aclamou como o novo bispo da diocese de Milão.
Bastante surpreso com a reação dos cristãos de Milão, Ambrósio recusou, afirmando que essa não tinha sido sua intenção. Reconheceu-se pecador, muito indigno de assumir tal missão e alegou o fato de ainda não ser nem batizado. Porém, não teve como escapar. Tão logo foi batizado, recebeu a ordenação sacerdotal e, logo depois, foi sagrado bispo. Por aí, vemos quão séria e profunda era a formação dos candidatos ao batismo.
A partir de sua sagração episcopal, Santo Ambrósio dedicou-se com grande afinco a estudar as Sagradas Escrituras, base de toda sua fé. Por isso, escreveu bastante. Suas obras sobre liturgia, seus comentários escritos sobre as Sagradas Escrituras e seus tratados sobre a moral e a espiritualidade fizeram dele um grande especialista na doutrina cristã. Santo Ambrósio também se destacou como administrador da comunidade cristã que foi confiada a seus cuidados.
Santo Ambrósio recebeu o título de Doutor da Igreja por causa de sua obra e seu legado para a gerações futuras. Valorizou grandemente a virgindade de Nossa Senhora e a coragem extraordinária dos mártires que deram suas vidas por Cristo. Ele passou a ser chamado de o criador da liturgia ambrosiana, que transformou vidas.
Santo Ambrósio atuou também como conselheiro espiritual e orientador de três imperadores romanos. São eles Graciano, Valentiniano II e Teodósio I. Santo Ambrósio passou a ser também o símbolo da Igreja renascente, depois dos terríveis anos de perseguições e vida na clandestinidade. Foi graças à atuação de Santo Ambrósio que a Igreja começou a tratar com o Estado Romano e o poder público sem o servilismo de antes. E isso aconteceu de tal maneira que Santo Ambrósio chegou a fazer uma repreensão severa ao imperador Teodósio I, por ele ter ordenado um massacre contra o povo da Tessalônica para conter uma revolta. Na ocasião, o Santo obrigou o imperador a fazer um ato de penitência pública. E foi obedecido.
Santo Ambrósio é o grande responsável, humanamente falando, pela conversão de Santo Agostinho. Esse santo, com efeito, se converteu ouvindo os sermões e o canto litúrgico criado por Santo Ambrósio. Os livros que Santo Ambrósio deixou, que estão preservados, são, na sua maioria, transcrições literais de seus sermões. Santo Agostinho conta que a fama dos sermões de Santo Ambrósio era enorme. Dizia que seu tom de voz era marcante e sua eloquência tocava os corações. Por isso, Santo Ambrósio foi apelidado de "o apóstolo da amizade".
A volta de Santo Ambrósio à pátria celestial aconteceu em Milão. Foi no dia 4 de abril de 397. Caiu numa Sexta-Feira Santa. Contudo, ele passou a ser venerado em 7 de dezembro, dia em que ele foi aclamado bispo pelos cristãos de Milão, no ano 374.
“Senhor Jesus Cristo, eu, pecador, não presumindo de meus méritos, mas confiando em Vossa bondade e misericórdia, temo entretanto e hesito em aproximar-me da mesa de Vosso doce convívio. Pois meu corpo e meu coração estão manchados por muitas faltas, e não guardei com cuidado meu espírito e minha língua. Por isso, ó bondade divina e temível majestade, em minha miséria recorro a Vós, fonte de misericórdia; corro para junto de Vós a fim de ser curado, refugio-me em Vossa proteção e anseio ter como salvador Aquele que não posso suportar como juiz.
Senhor, eu Vos mostro minhas chagas, e vos revelo minha vergonha.
Sei que meus pecados são muito grandes e temo por causa deles, mas espero em Vossa infinita misericórdia. Olhai-me pois com vossos olhos misericordiosos, Senhor Jesus Cristo, Rei eterno, Deus e homem, crucificado por causa de nós homens. Escutai-me pois espero em Vós; tende piedade de mim cheio de miséria e pecados, Vós que jamais deixareis de ser para nós a fonte da compaixão.
Salve, vítima salvadora, oferecido no patíbulo da cruz por mim e por todos os homens. Salve, Nobre e Precioso Sangue, que brota das chagas de meu Senhor Jesus Cristo crucificado e lava os pecados do mundo inteiro. Lembrai-vos, Senhor, da vossa criatura resgatada por vosso sangue.
Arrependo-me de ter pecado, desejo reparar o que fiz. Livrai-me, ó Pai clementíssimo, de todas as minha iniquidades e pecados para que inteiramente purificado mereça participar dos Santos méritos. E concedei que vosso corpo e sangue, que eu embora indigno me preparo para receber, sejam perdão para os meus pecados e completa purificação de minhas faltas . Que eles afastem de mim os pensamentos maus e despertem eficazes obras que vos agradam, e protejam meu corpo e minha alma contra as ciladas de meus inimigos. Amém.”
DIA DE SÃO NICOLAU - 06 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 06.12.21
Filho de família nobre e rica, Nicolau nasceu em Patara, cidade da Ásia Menor, por volta do ano 250. Seus pais eram muito ricos e cristãos fervorosos. Desde criança, Nicolau demonstrou inclinação para a virtude, para a vida espiritual e para a caridade. Quando jovem, não se importava com diversões e vaidades, mas preferia participar das atividades da igreja. Já morando com sua família em Mira, Turquia, desenvolveu o costume de fazer doações anônimas, tanto em dinheiro quanto em roupas e alimentos para viúvas, pobres e necessitados.
Este fato ajudou a criar a figura de Papai Noel. Certa vez, um pai não tinha dinheiro para pagar os dotes de suas três filhas. Por isso, não tinha condições de dar a elas um bom casamento. Desesperado, o homem decidiu encaminhar as três para a prostituição. Nicolau ficou sabendo dessa história e agiu. Encheu três saquinhos de moedas de ouro, no valor dos dotes de cada uma das filhas. Depois, foi até à casa dessa família de madrugada, subiu no telhado e jogou os saquinhos pela chaminé. Assim, ele salvou as jovens da prostituição e criou o mito do Papai Noel.
São Nicolau foi sagrado bispo da cidade de Mira, ainda muito jovem, por causa de sua grande sabedoria, caridade e espiritualidade. Sua liderança era incontestável e admirada por todos. Porém, o que mais admiravam era sua santidade. Ele chegou a desenvolver um apostolado também na região da Palestina e Egito, mas sempre voltou para sua cidade, Mira.
Mais tarde, ocorreram as terríveis perseguições do Imperador Diocleciano. Por isso, São Nicolau foi preso, pelo fato de ser bispo católico. Permaneceu na prisão por duas décadas, mas não renegou sua fé. Ficou firme e encorajava outros prisioneiros a permanecerem fiéis a Jesus Cristo, mesmo diante da crueldade da prisão. Somente quando foi decretado o famoso Edito de Constantino, que tornou o cristianismo a religião oficial do Estado Romano, ele foi libertado.
O bispo São Nicolau participou ativamente do primeiro Concílio de Niceia, em 325. Neste Concílio foi rejeitada a heresia ariana. Documentos atestam que, no momento da abertura desse Concílio, o Imperador romano Constantino ajoelhou-se em frente a São Nicolau e a outros santos homens de Deus, que sofreram a última perseguição romana. Ajoelhado, Constantino beijou suas gloriosas cicatrizes em sinal de veneração.
São Nicolau de Mira foi venerado como Santo ainda em vida. De fato, sua caridade e sabedoria, eram admiráveis. Além disso, quando ainda estava vivo, vários milagres aconteceram por usa intercessão. Por isso, sua fama se espalhou entre os cristãos da Ásia.
São Nicolau faleceu em 6 de dezembro do ano 326, na cidade de Mira. Seu túmulo tornou-se local de grande peregrinação. Mais tarde seus restos mortais foram transportados para a cidade de Bari, Itália. Lá, até hoje, suas relíquias são motivo de grande veneração. O culto a São Nicolau propagou-se por toda a Europa.
“Deus, Todo-Poderoso, atendei às nossas preces e aceitai que Vos adoremos, prestando homenagem a São Nicolau, sede bendito e louvado, eternamente, pelos dons que concedestes a esse Vosso Santo, e por nos haver dado São Nicolau com nosso protetor. São Nicolau, protegei-me contra os perigos do mar. São Nicolau, guiai-me.São Nicolau, socorrei-me.”
(Rezar um Pai-Nosso e uma Ave-Maria).
DIA DE SÃO SABAS - 05 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 05.12.21
Origens
Sabas nasceu no vilarejo de Mutalasca, vizinho da cidade de Cesaréia de Capadócia, no ano 439. Sua infância foi difícil. Por causa de uma disputa por herança entre seus parentes, ele foi em busca de ajuda num mosteiro. Lá, foi muito bem acolhido, embora fosse ainda criança. Ficou e tornou-se monge. E, apesar de ter adquirido pouca instrução formal, tornou-se um grande sábio nos assuntos espirituais e na doutrina cristã.
Muitas realizações
Desde que se tornou monge, São Sabas passou sua longa existência entre os vários mosteiros que existiam na Palestina. Viveu a vida monástica comunitária; depois, experimentou a vida solitária do mosteiro dos anacoretas. Esse tipo de vida, aliás, foi a sua preferida, pois gostava da vida de solidão desses monges. Além dessas experiências em vários mosteiros, São Sabas partilhou os bens que herdou da família entre os cristãos mais pobres e, também, entre os doentes. Trabalhou pela conversão de seus irmãos até conseguir. Ajudou também os cristãos que eram perseguidos em sua terra. Foi sempre praticante da caridade e, também, valente ao defender o direito e ajustiça.
Perseguição
Na época de São Sabas, os cristãos eram perseguidos. Havia, inclusive, um decreto afirmando que os cristãos deveriam comer a carne de animais oferecidos aos deuses pagãos para serem poupados. Muitos cristãos enganavam os guardas, dando carne comum a seus familiares, e não as carnes sacrificadas. Assim, salvavam seus entes queridos do martírio. São Sabas, porém, recusou-se a endossar essa mentira. Chegou a protestar publicamente contra essa prática.
Fundador
São Sabas fundou uma enorme comunidade de anacoretas, ou seja, monges solitários, no vale de Cedron, que fica na Palestina. A comunidade recebeu o nome de "grande Laura". A obra começou espontaneamente. Alguns eremitas começaram a ocupar cavernas ao redor daquela na qual São Sabas vivia isolado, na companhia dos animais. Aos poucos, construíram um oratório. Mais monges chegaram e nasceu o que se transformou no Mosteiro de São Sabas.
Milagres e prodígios
São Sabas tornou-se famoso por causa de milagres e prodígios que se realizavam através de suas orações. Certa vez, uma grande seca foi interrompida por suas orações. Ele também ficou famoso por causa da grande sabedoria que alcançara sobre a doutrina de Cristo. Esses dois dons de São Sabas fizeram a comunidade recém fundada crescer bastante. São Sabas, então, passou a ocupar uma posição de grande liderança entre os cristãos e o clero.
Pregação e perigo
São Sabas era, também, um grande pregador do Evangelho. Suas pregações inspiradas levavam à conversão um grande número de pagãos. Tanto, que ele passou a incomodar as autoridades romanas. E as perseguições aumentaram e pioraram. Mas ele não se intimidou. Chegou a interpelar o Imperador romano, na cidade de Constantinopla, contra os impostos e em favor dos pobres. Além disso, ele chegou a organizar e a liderar um verdadeiro exército de monges, com o objetivo de dar apoio ao Papa e combater a heresia conhecida como monofisismo, que afirmava que Jesus Cristo tinha somente a natureza divina, negando sua natureza humana.
Morte
São Sabas faleceu no dia 5 de dezembro do ano 532, em israel. Tinha noventa e três anos. Ele passou a ser considerado como um dos mais importantes organizadores do da vida monástica na Palestina. A festa em sua honra passou a ser celebrada no dia de seu falecimento. Ele passou a ser conhecido como “Pérola do Oriente", por causa de sua grande sabedoria e influência. No mosteiro que ele fundou, São João Damaceno viveu dois séculos depois.
Oração a São Sabas
“Senhor nosso Deus, concedei-nos, por intercessão de São Sabas, a graça de uma maior compreensão dos bens espirituais. Desejo cultivar o hábito de tudo em minha vida a Vós oferecer. Nos pequenos e nos grandes projetos, que saiba calar-me e ouvir-Vos em meu coração. Amém. São Sabas, rogai por nós.”
DIA DE SÃO JOÃO DAMASCENO - 04 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 04.12.21
Lembramos São João Damasceno, um santo Padre e Doutor da Igreja de Cristo. Nasceu em 675, em Damasco (Síria), num período em que o Cristianismo tinha uma certa liberdade, tanto assim que o pai de João era muito cristão e amigo dos Sarracenos, que, naquela época, eram senhores do país. Essa estima estendia-se também ao filho. Os raros talentos e merecimentos deste levaram o Califa a distingui-lo com a sua confiança e nomeá-lo prefeito (mansur) de Damasco.
João Damasceno, ainda jovem e ajudante do pai, gozava de muitos privilégios financeiros, mas, ao crescer no amor ao Cristo pobre, deu atenção à Palavra, que mostra a dificuldade dos ricos (apegados) para entrarem no Reino dos Céus. Assim, num impulso para a santidade, renunciou a todos os bens e os deu aos pobres. Preferiu São João uma vida de maus tratos, a se entregar as “delícias venenosas” do pecado.
Retirou-se para o convento de São Sabas, perto de Jerusalém, e passou a viver na humildade, caridade e alegria. Escreveu inúmeras obras tratando de vários assuntos sobre teologia, dogmática, apologética e outros campos que fizeram de São João digno do título de Doutor da Igreja. Com escritos defendeu, principalmente, a Igreja contra os iconoclastas, que condenavam o uso de imagens nas Igrejas.
Certa vez, os hereges prenderam São João e cortaram-lhe a mão direita, a fim de não mais escrever, mas, por intervenção de Nossa Senhora, foi curado. Seu amor à Mãe de Jesus foi tão concreto que foi São João quem tornou presente a doutrina sobre a Imaculada Conceição, Maternidade divina, Virgindade perpétua e Assunção de corpo e alma de Maria. Esse filho predileto da Mãe faleceu em 749, aOS 74 anos de idade.
Foi declarado Doutor da Igreja pelo Papa Leão XIII em 1890.
São João Damasceno, rogai por nós!
DIA DE SÃO FRANCISCO XAVIER - 03 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 03.12.21
São Francisco Xavier nasceu nas terras de sua própria família, denominada Xavier, Reino de Navarra, na península Ibérica, Espanha, no dia 7 de Abril de 1506. Foi o filho caçula da família. Seu pai se chamava Juan de Jasso e era um aristocrático conselheiro do Rei de Navarra, João III. Sua mãe se chamava Maria de Azpilicueta y Xavier, era de família nobre também de Navarra.
Em 1512, o reino de navarra foi atacado por tropas castelhanas e aragonesas. Sua família lutou resistindo à invasão, mas perderam a luta em 1515. Francisco tinha quase nove anos. Seus irmãos foram presos e condenados a morrer depois de passarem um tempo na masmorra. Depois, porém, conseguiram ser libertados.
Neste período, aos 9 anos de idade, seu pai veio a falecer. Sua mãe envia-o, aos catorze anos, ao Colégio de Santa Bárbara, na cidade de Paris. Francisco se preparou para entrar na universidade e terminou os estudos preliminares de literatura, humanidades e filosofia. Aprendeu a falar francês, italiano e alemão. Passou a lecionar filosofia no Colégio de Beauvais. Conta-se que ele foi o campeão numa competição de salto em altura entre estudantes.
Francisco dividia o quarto com um francês chamado Le Fèvre e um espanhol chamado Inácio de Loyola, futuro santo e fundador da ordem dos jesuítas. Eles criam um grupo com o nome de Societas Jesus (Sociedade de Jesus). Com mais quatro jovens, eles fundam a Companhia de Jesus, atualmente conhecida como Jesuítas, a maior ordem religiosa do mundo. Eles fizeram voto de pobreza e foram reconhecidos pelo Papa em 1541. Francisco de Xavier foi ordenado sacerdote em Veneza, em 24 de junho de 1537.
Em setembro de 1543, São Francisco Xavier parte para a sua primeira missão. Foi para um lugar chamado Costa de Pescaria, que ficava no litoral sul da Índia. Nesse local, o povo vivia da pesca. Porém, os hindus se tornavam inimigos daquele povo, porque não aceitavam a pescaria, que matava os peixes. Os pescadores locais se identificaram de pronto com o cristianismo, pois essa religião aceitava sua profissão de pescadores. Eles se identificaram com os primeiros apóstolos de Jesus, que eram pescadores, e com um dos símbolos da nova religião, o peixe. O trabalho de Francisco de Xavier converteu o povo da Costa de Pescaria e provocou mudanças nas ilhas da Indonésia Oriental. Por isso, ele passou a ser chamado de o Apóstolo das Índias.
Francisco chegou como missionário ao Japão em julho de 1549. O navio em que viajava, porém, aportou em Kagoshima, na ilha de Kiushu, somente em agosto. Ele foi muito bem recebido e se hospedou na casa de Angiró até outubro do ano seguinte.
Depois, foi para Quioto, mas só foi autorizado a pregar em 1551. Como não falava a língua japonesa, teve que se contentar em ler o catecismo, que era traduzido pelo amigo Angiró. São Francisco Xavier, porém, foi perseverante e paciente. Alguns anos mais tarde, sua missão no Japão começou a dar frutos.
Ele conseguiu firmar congregações religiosas nas cidades de Bungo, Hirado e Yamaguchi. Xavier trabalhou lá durante mais dois anos. No seu ardor missionário, aprendeu a língua japonesa, na qual escreveu um livro que falava da criação do mundo e sobre a vida de Jesus Cristo. Depois, ele foi substituído por outros padres jesuítas, os quais supervisionou durante um tempo. Então, regressou à Índia para fazer ainda inúmeros trabalhos de evangelização.
No dia 3 de dezembro de 1552, Francisco Xavier faleceu deitado numa esteira, com o crucifixo que o amigo Inácio de Loyola tinha lhe dado. Seu sepultamento foi em Sanchoão, mas seus restos mortais, que continuavam incorruptos, foram levados temporariamente à Igreja de São Paulo, em Malaca, em 1553. Em seguida, seus restos mortais são levados para a Basílica do Bom Jesus de Goa. Ele pode ser visto, ainda hoje, numa caixa de vidro e prata. As peregrinações ao local começaram em dezembro de 1637.
Um osso do braço direito de São Francisco Xavier está na igreja de São José, em Macau, na China, mantido em um relicário. A partir de sua morte, muitas igrejas foram construídas em sua homenagem.
São Francisco Xavier tinha o dom de prever o futuro, ver fatos que aconteciam em outro lugar e acalmar tempestades. Na arte, sua imagem é associada a um caranguejo e um crucifixo, símbolo relacionado com um grande milagre. Aconteceu quando São Francisco navegava na região das ilhas Molucas, as quais ele evangelizou e onde viveu muitos anos. Durante um forte temporal, os marinheiros gritavam pela ajuda de Deus. Com calma, o Santo mergulhou seu crucifixo de madeira no mar agitado. Na mesma hora, o as águas se acalmaram, e o crucifixo sumiu no mar. Ao desembarcarem na praia, os marinheiros, assombrados, viram um caranguejo sair da água com o crucifixo. Xavier o recolheu, e o animal voltou para o mar. São Francisco Xavier nunca disse uma palavra sobre o acontecido.
Francisco de Xavier foi beatificado em 25 de outubro de 1619, pelo Papa Paulo V, e, junto com Inácio de Loyola, foi canonizado em 1622, pelo Papa Gregório XV. Ele é considerado o protetor dos missionários. A Igreja celebra seu dia em 3 de dezembro.
Amabilíssimo e amantíssimo Santo, em união convosco, adoro reverentemente a Divina Majestade e, pelo muito que me regozijo dos especialíssimos dons da graça com que vos favoreceu durante a vossa vida mortal e pela glória que gozais agora, eu rendo-vos afetuosíssimas graças e peço-vos do fundo de minha alma e por vossa poderosa intercessão me conceda a graça importantíssima de viver e morrer santamente. E vos suplico também... (aqui o pedido especial) e se o que peço não convier à glória de Deus e ao proveito de minha alma, quero alcançar aquilo que a uma e outra seja mais conforme.
Amém!
DIA DE SANTA BIBIANA - 02 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 02.12.21
O que se sabe sobre Santa Bibiana é que ela viveu durante um dos últimos suspiros da perseguição do Império Romano contra os cristãos. Aconteceu entre os anos 361 e 363, sob as ordens do Imperador Juliano, apelidado de “o apóstata”. Ele ganhou esse apelido porque renegou o batismo cristão que tinha recebido, abandonou a fé e começou a empreender verdadeira guerra contra o cristianismo.
Juliano começou sua guerra anticristã fazendo a substituição de todos os cristãos que ocupavam cargos no Império. Todos eram substituídos por não cristãos. Além disso, os cristãos mais populares, mais perseverantes e os que exerciam liderança eram humilhados, torturados publicamente e, muitas vezes, mortos.
No ano 363, os pais de Santa de Bibiana, que eram cristãos fervorosos, foram executados na presença de Bibiana e de sua irmã, chamada Demétria, porque não renunciaram à fé cristã. Flaviano, pai de Bibiana, foi morto com um símbolo marcado na testa. Esse símbolo o identificava como sendo escravo. A mãe de Bibiana, chamada Defrosa, foi decapitada. Bibiana e a irmã foram aprisionadas antes de serem mortas.
Demétria foi morta primeiro. Ela recebeu terríveis torturas, mas perseverou na fé até o fim. Bibiana presenciou tudo. Depois, então, aconteceu o martírio de Bibiana. Para ela, outra tática foi utilizada, com o fim de fazê-la abandonar a fé. Ela foi levada para um prostíbulo de luxo para ser prostituída. Porém, nenhum homem conseguiu aproveitar-se da sua grande beleza, porque, quando tentavam tocá-la, eram atacados por um estranho surto de loucura. Por isso, Bibiana, foi levada para um asilo de doentes mentais. Mas, lá, aconteceu o oposto: os doentes começaram a ser curados.
Como Santa Bibiana não renegou sua fé em Cristo, ela foi levada para ser chicoteada. E o foi até morrer. Quando ela morreu de tanto apanhar, outro milagre aconteceu: os cães, que rodeavam a cena e atacavam ferozmente os cadáveres, não a tocaram. Pelo contrário, mantiveram-se, todos, a uma distância respeitosa, como que reverenciando a Santa. Por isso, seus restos mortais puderam ser recolhidos por outros cristãos e sepultados junto de seus familiares. Depois, todos foram transferidos para um túmulo feito para eles no monte Esquilino, na cidade de Roma.
Por fim, a perseguição romana acabou. A história do heroico martírio de Santa Bibianan e de seus familiares ganhou a devoção dos cristãos. Santa Bibiana passou a ser invocada como intercessora contra as doenças da cabeça, contra as doenças mentais e a epilepsia. Seu túmulo tornou-se local de grande peregrinação. Seu nome passou a ser muito usado para recém-nascidas de famílias cristãs.
No ano 407, a veneração a Santa Bibiana estava tão difundida, que o Papa, chamado Simplício, mandou construir uma pequena igreja em sua homenagem, no local de sua sepultura. No ano 1625, foi construída uma basílica dedicada a Santa Bibiana, sobre as ruínas da primeira igreja. Com isso, o culto a Santa Bibiana ganhou nova força. As relíquias da Santa estão depositadas sob o altar-mor da Basílica.
Além de ser protetora contra as doenças da cabeça e da mente, Santa Bibiana é padroeira de Sevilha, na Espanha, e da Diocese de Los Angeles, Estados Unidos. Sua celebração acontece no dia 2 de dezembro, que é o dia em que ela entregou sua vida por amor a Jesus Cristo.
“Ó Deus, Pai de misericórdia, que deste força para a tua jovem serva Bibiana testemunhar, com a suprema prova do martírio, a fé que recebeu de seus pais, Flaviano e Dafrosa, dá-me, também, a coragem de ser capaz de dizer sim à Tua vontade, para que eu seja sempre guiado por Ti. E tu, gloriosa Santa Bibiana, intercede por mim, junto ao Pai Celeste, para que, com a ajuda do Espírito Santo, possa ser fiel a Cristo e seu Evangelho. Que a tua coragem, de jovem cristã, incentive os nossos jovens a se esforçarem a construir um mundo novo, onde reina a civilização do amor, da fraternidade e da alegria. Envia, Senhor, a paz e a serenidade às nossas famílias, aos enfermos, aos idosos e a todos os que recorrem a Ti. Intercede por nós, hoje e sempre. Amém.”
DIA DE SANTO ELÍGIO (SANTO ELÓI) - 01 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 01.12.21
Santo Elígio nasceu em Limoges, França, no ano de 588, de nobre família galo-romana, exerceu várias profissões e chegou a Bispo.
Elígio (também conhecido pelo nome de Elói) que, em Paris, tinha trabalhado como aprendiz junto com o superintendente de confecções de moedas reais, empenhou-se tanto e com tamanha honestidade que, com o precioso metal (ouro) que lhe foi fornecido para fazer um trono para o rei Clotário II, ele fez dois tronos, isso valeu-lhe a promoção de diretor da Casa da Moeda e ourives do rei. Ainda existem muitas moedas assinadas por Elígio, e sabe-se que, em determinada altura, também cunhou moedas em Marselha.
No tempo de Dagoberto II, filho e sucessor de Clotário II, Elígio foi um dos conselheiros mais influentes do rei. Diz-se que os enviados dos príncipes estrangeiros se avistavam previamente com ele, antes de serem recebidos oficialmente pelo soberano. Era diplomata hábil e, por mais de uma vez, conseguiu evitar a guerra. Gozava de tanta confiança junto do rei, que não só se permitia fazer-lhe reparos sobre a indumentária descuidada, mas também sobre a sua vida privada que, como se sabe, deixava ainda mais a desejar.
O tempo que sobrava a este homem da corte, dos seus negócios e orações, de acudir aos pobres, remir cativos ou libertar escravos, empregava-o em honrar com a sua arte as relíquias dos santos. Atribuem-se-lhe os relicários feitos para S. Germano de Paris, S. Piat, S. Severino, S. Martinho, Santa Comba e Santa Genoveva. Diz-se que decorou também com trabalhos de ourivesaria o túmulo de S. Dinis. Além disso, fundou mosteiros, entre os quais um perto de Solignac em Limousin, outro dedicado a S. Martinho de Noyon e ainda outro a seis milhas de Arrás, numa colina que depois se chamou Monte de Santo Elói (Santo Elígio).
Em 639, morto o rei, demitiu-se de todos os cargos, para entrar na vida eclesiástica, tendo sido ordenado sacerdote por Deodato, Bispo de Mans. Foi sagrado Bispo em Ruão, no dia 14 de maio de 641, e ocupou desde então a Sé Episcopal de Noyon. Foi grande organizador, apóstolo cheio de zelo, sabedoria e bondade. A sua atividade irradiou para Flandres, Holanda e até, segundo se conta, para a Suécia e Dinamarca.
É padroeiro dos joalheiros e ourives. Mas Santo Elígio é celebrado como protetor dos faqueiros, ferradores, ferreiros, seleiros, carreteiros, cocheiros, garageiros, mecânicos e metalúrgicos. Isso porque esse santo, antes de ingressar na vida religiosa exerceu várias profissões, como escultor, modelista, marceneiro e ourives.
Faleceu no ano de 659 com 71 anos de idade.
DIA DE SANTO ANDRÉ APÓSTOLO - 30 DE NOVEMBRO
HOMILIA - 30.11.21
André era irmão de Simão (posteriormente chamado de Pedro por Jesus). Ambos eram filhos de um pescador chamado Jonas e nasceram na cidade de Betsaida, às margens do Lago de Genesaré, também conhecido como Mar da Galiléia. André e Pedro eram pescadores como o pai, sócios de João e Tiago (também discípulos de Jesus) numa comunidade de pesca e moravam em Cafarnaum no tempo em que o Mestre apareceu. Às margens do Mar da Galileia, Cafarnaum era bem maior que Betsaida, recebia gente de todo lugar e era bem mais promissora.
Antes de serem discípulos de Jesus, André e João, irmão de Tiago, foram discípulos de João Batista. Foi João Batista, aliás, quem apresentou Jesus a esses dois, dizendo: “Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo.” Os dois foram atrás de Jesus. O encontro com o Mestre deve ter sido maravilhoso porque, João, depois de mais de 60 anos, quando escreveu seu Evangelho, lembrou-se até da hora em que ele e André encontraram o Mestre: “Eram quatro horas da tarde”. (Jo 1, 35-40)
André, juntamente com João, foram os primeiros a se tornarem discípulos de Jesus. O fato de ter sido discípulo de João Batista mostra que Santo André era um homem ligado à religião e estava em busca de algo mais. Depois de encontrar Jesus, ele faz questão de levar seu irmão Pedro até o Mestre, afirmando "Encontramos o Messias". Ele não guardou para si a graça de ter encontrado o Senhor. Por isso, foi o primeiro discípulo a apresentar futuros discípulos a Jesus.
André era indicado pelos próprios discípulos como o "segundo na hierarquia", estando abaixo somente de Pedro, o líder escolhido por Jesus. Nas listas dos Apóstolos citadas nos Evangelhos, André figura entre os quatro primeiros. A Tradição diz que Santo André era mais velho que Pedro. Porém, não se sabe se era casado, como o irmão, ou se teve filhos. Sabe-se que, após seu encontro com Jesus, deixou tudo para seguir o Mestre.
Santo André é mencionado doze vezes no Novo testamento. Além de ser descrito como primeiro discípulo, Santo André é citado no milagre da multiplicação dos pães. É ele quem apresenta o menino que tem cinco pães e dois peixes. (Jo 6, 8-14). Quando gregos pedem para ver Jesus, Filipe vai falar com André e André fala com Jesus. O fato evidencia a autoridade de André. Santo André participou de toda a vida pública de Jesus, viu todos os milagres que o Mestre realizou, ouviu todas as suas pregações e ensinamentos. Experimentou a própria fraqueza fugindo quando Jesus foi preso, mas experimentou também a alegria do perdão vindo de Jesus ressuscitado e a força do Espírito Santo no dia de Pentecostes. Tudo isso moldou para sempre sua personalidade, e ele se tornou um grande Apóstolo.
Logo após a Vinda do Espírito Santo, Santo André ajudou a fortalecer a Igreja nascente na Palestina. Depois, porém, partiu para anunciar o Evangelho em vários lugares da região, fixando-se em Patras, na Grécia. Lá, formou uma comunidade cristã forte, modelo para outras comunidades. Ali, surgiu uma igreja viva, rica em discípulos e missionários. Vários milagres aconteceram pela oração de Santo André.
Porém, ali, também foi o local do seu martírio. Por causa do crescimento da comunidade cristã, o governador local chamado Egéas, subordinado ao imperador Nero, prendeu Santo André, porque o santo afirmava que Jesus era um juiz mais importante e acima dele (Egéas). O governador exigiu depois que Santo André adorasse os deuses pagão da região. O santo negou e ainda afirmou que aqueles deuses eram demônios. Por isso, Egéas condenou-o à crucificação. Santo André aceitou a sentença com alegria, pois sempre pregou a grandeza da cruz de Cristo. Antes de morrer, doou seus bens e suas roupas a seus carrascos e resistiu dois dias de grande sofrimento pregado numa cruz em forma de “X”. Antes de sua morte, uma forte luz envolveu todo o seu corpo e depois se apagou. Era o dia 30 de novembro de 60. Em 357, o imperador Constantino, convertido ao cristianismo, trasladou os restos mortais de Santo André para Constantinopla. Depois, essas relíquias foram trasladadas para Roma, onde estão até hoje, guardadas na Catedral de Amalfi.
“Santo André, Apóstolo de Jesus Cristo, que conheceste a exigência e a alegria de seu primeiro apelo, dá-nos a graça de responder-lhe com a mesma fidelidade, de O servir cada dia no lugar que Ele para nós escolheu. Tu que distribuíste à multidão faminta o pão que o Senhor multiplicava em tuas mãos, obtém para nossa pobreza o mesmo milagre. Faze que esperemos o socorro de Deus com a invencível esperança do amor, preocupados unicamente com o advento de seu Reino. Testemunha da boa-nova que tua voz levou até as extremidades da terra, conserva nos apóstolos de nosso tempo esta fé viva que transporta montanhas e constrói o Reino. Mártir de teu testemunho, concede-nos a graça de união à Cruz de Jesus Cristo; que ela seja a alegria de nossa vida e o penhor de nossa ressurreição na claridade de Deus. Amém!”
DIA DE SÃO SATURNINO DE TOULOUSE - 29 DE NOVEMBRO
MOMILIA - 29.11.2
De origem grega, São Saturnino é uma das devoções mais populares na França e na Espanha. A confirmação de sua vida emergiu junto com a descoberta de importantes escritos do cristianismo produzidos entre os anos 430 e 450. Conhecidos como a "Paixão de Saturnino", trouxeram dados enriquecedores sobre a primitiva Igreja de Cristo na Gália, futura França.
Esses documentos apontam Saturnino como primeiro bispo de Toulouse nos anos 250, sob o consulado de Décio. Era uma época em que a Igreja, naquela região, contava com poucas comunidades cristãs. Estava desorganizada desde 177, com o grande massacre dos mártires de Lyon. O número de fiéis diminuía sempre mais, enquanto nos dos templos pagãos as filas para prestar sacrifícios aos deuses parecia aumentar.
O relato continua dizendo que Saturnino, após uma peregrinação pela Terra Santa, iniciara a sua missão de evangelização no Egito, onde converteu um bom número de pagãos. Foi, então, para Roma e, fazendo uma longa viagem por vales e montanhas, atingiu a Gália.
Por onde andou, pregava com fervor, convertendo quase todos os habitantes que encontrava ao cristianismo. Consta que ele ordenou o futuro São Honesto e juntos foram para a Espanha, onde teria, também, batizado o agora São Firmino. Depois, regressou para Toulouse, mas antes consagrou o primeiro como bispo de Pamplona, e o segundo, para assumir a diocese de Amiens.
Saturnino fixou-se em Toulouse e logo foi consagrado como seu primeiro bispo. Embora houvesse um decreto do imperador proibindo e punindo com a morte quem participasse de missas ou mesmo de simples reuniões cristãs, Saturnino liderou os que o ignoravam. Continuou com o santo sacrifício da missa, a comunhão e a leitura do Evangelho.
Assim, ele e outros quarenta e oito cristãos acabaram descobertos reunidos e celebrando a missa num domingo. Foram presos e julgados no Capitólio de Toulouse. O juiz ordenou que o bispo Saturnino, uma autoridade da religião cristã, sacrificasse um touro em honra a Júpiter, deus pagão, para convencer os demais. Como se recusou, foi amarrado pelos pés ao pescoço do animal, que o arrastou pela escadaria do templo. Morreu com os membros esfacelados.
O seu corpo foi recolhido e sepultado por duas cristãs. No local, um século mais tarde, São Hilário construiu uma capela de madeira, que logo foi destruída. Mas as suas relíquias foram encontradas, no século VI, por um duque francês, que mandou, então, erguer a belíssima igreja dedicada a ele, chamada, em francês, de Saint Sernin du Taur, que existe até hoje com o nome de Nossa Senhora de Taur. O culto ao mártir São Saturnino, bispo de Toulouse, foi confirmado e mantido pela Igreja em 29 de novembro.
DIA DE SÃO TIAGO DAS MARCAS - 28 DE NOVEMBRO
HOMILIA - 28.11.21
Ele nasceu no ano 1394, em Monteprandone, pertencente à província de Ascoli Piceni, que fica na região de Le Marche (das Marcas), na Itália. Foi batizado com o nome de Domingos Gangali. Ficou órfão desde pequeno. Por isso, um tio assumiu sua educação. Homem de Deus, esse tio, sabiamente, o educou no seguimento de Cristo.
Domingos estudou na cidade de Perugia. Lá, diplomou-se em Direito Civil, juntamente com outro santo, o famoso João de Capistrano. Depois, decidiu deixar a advocacia para entrar na Ordem Franciscana. Estudou teologia e recebeu a ordenação sacerdotal. Adotou, então, o nome de Tiago, que passou a ser completado com o apelido "das Marcas", por causa de sua origem geográfica.
Frei Tiago das Marcas foi discípulo de Bernardino de Sena, outro grande santo contemporâneo e também franciscano. Na época, São Bernardino destacava-se como o maior dos pregadores na Igreja. Seguindo o exemplo de seu mestre, Tiago das Marcas sentiu-se chamado a dedicar sua vida ao ministério da pregação. Assim, como pregador do Evangelho, ele percorreu vários países da Europa como Itália, Boêmia, Polônia, Bósnia e Hungria. E ele fez isso obedecendo a ordens diretas vindas de Roma.
Frei Tiago das Marcas ficava num mesmo lugar somente o tempo necessário para construir um novo mosteiro ou restaurar a observância primeira da Regra Franciscana. Depois, partia, enviado a um novo desafio ou ao cumprimento de uma das difíceis e delicadas missões em nome da Igreja. Os Papas Eugênio IV, Nicolau V e também Calisto III, enviaram-no em várias missões especiais em nome da Igreja.
Frei Tiago das Marcas também atuou nas cruzadas, acompanhando São João de Capistrano, seu colega de estudos, em pregações contra os turcos invasores. Ele foi um dos articuladores da famosa vitória de Belgrado, no ano 1456. Humilde e sincero nos conselhos de Jesus Cristo, ele jamais almejou subir em cargos na Igreja. Tanto que recusou ser aclamado bispo de Milão.
Como Franciscano, Frei Tiago das Marcas levava uma vida cheia de austeridade. Vivia entre jejuns e penitências. Devoto de Nossa Senhora de Loreto, pediu a ela a graça de poder pregar as verdades eternas com eficácia. Tal oração foi prontamente atendida, pois, desde então, sua pregação alcançou verdadeiros milagres, tocando os corações e levando a conversões que todos julgavam impossíveis.
Os severos jejuns que fazia enfraqueceram seu corpo. Por isso, ele chegou a receber a unção dos enfermos por nada menos que seis vezes. Mesmo assim, porém, veio a falecer somente aos 90 anos. Estava ele em Nápoles e, antes de morrer, pediu perdão aos confrades pelo mau exemplo que, julgava ele, tinha sido sua vida. Faleceu em 28 de novembro de 1476. Seus restos mortais foram depositados na igreja de Santa Maria Nova, em Nápoles. Há registro de inúmeros milagres operados pela intercessão de São Tiago das Marcas, tanto quanto estava vivo, quanto depois de sua morte. Sua canonização foi celebrada pelo Papa Bento XIII em 1726.
“Ó Deus, fizestes de São Tiago das Marcas um grande arauto do Evangelho, para salvação das almas e para chamar os pecadores de volta ao caminho das virtudes; concedei que, por sua intercessão, purificados de todo pecado, alcancemos a vida eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.”
DIA DE NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS E DE SÃO VIRGÍLIO - 27 DE NOVEMBRO
HOMILIA - 27.11.21
Origem na eternidade
A história de Nossa Senhora das Graças começa, na verdade, fora do tempo, quando o Pai, nos seus mais altos desígnios, planejou a encarnação de seu Filho Jesus no seio da humanidade. Nesse momento, o Pai também pensou em Maria, pois seu Filho teria que ter uma mãe humana. E a mãe do Salvador teria que ser “cheia de graça”. E assim aconteceu. A história começou, o mundo foi criado, o homem decaiu e Deus prometeu o Salvador. Por isso, Ele preparou Maria. Tanto que, quando o Anjo Gabriel apareceu para anunciar que ela seria a Mãe de Jesus, afirmou que ela era “cheia de graça”. (Lucas 1, 28)
Portadora de todas as graças
Em seguida, quando Maria disse o seu “sim” a Deus, diante do mesmo Anjo Gabriel, ela passou a ser portadora da maior de todas as graças que a humanidade poderia receber: o próprio Filho de Deus. Gerando Jesus para o mundo, Maria proporcionou que todas a graças chegassem até nós.
O título Nossa Senhora das Graças
Desde o início da Igreja, Maria sempre foi vista como “portadora das graças”. Porém, o título “Nossa Senhora das Graças” surgiu num determinado tempo da história e num local específico. Estamos falando das 17 horas e 30 minutos do dia 27 de novembro de 1830, na Rua Du Bac, 140, em Paris, França. Nesse local e data especificados, Catarina Labouré, então noviça da Congregação de São Vicente de Paulo, foi até à capela, impelida para rezar. Estando em oração, teve uma visão da Virgem Maria, que se revelou a ela como Nossa Senhora das Graças.
A aparição
E tal revelação não aconteceu somente por palavras. Nossa Senhora deu a Catarina Labouré uma visão reveladora. Vejamos o relato da própria Catarina que, depois, se tornou santa: "...uma Senhora de mediana estatura, de rosto muito belo e formoso... Estava de pé, com um vestido de seda, cor de branco-aurora. Cobria-lhe a cabeça um véu azul, que descia até os pés... As mãos estenderam-se para a terra, enchendo-se de anéis cobertos de pedras preciosas. A Santíssima Virgem disse-me: ‘Eis o símbolo das Graças que derramo sobre todas as pessoas que mas pedem ...’ Formou-se então, em volta de Nossa Senhora, um quadro oval, em que se liam, em letras de ouro, estas palavras: ‘Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós, que recorremos a Vós’. Depois disso, o quadro que eu via virou-se, e eu vi no seu reverso: a letra M, tendo uma cruz na parte de cima, com um traço na base. Por baixo: os Sagrados Corações de Jesus e de Maria. O de Jesus, cercado por uma coroa de espinhos e a arder em chamas, e o de Maria também em chamas e atravessado por uma espada, cercado de doze estrelas. Ao mesmo tempo, ouvi distintamente a voz da Senhora, a dizer-me: ‘Manda, manda cunhar uma medalha por este modelo. As pessoas que a trouxeram, com devoção, hão de receber muitas graças”.
A revelação de Nossa Senhora das Graças
Enquanto contemplava essa cena maravilhosa, Maria sobre o globo terrestre e raios saindo de suas mãos em direção à terra, Catarina ouviu uma voz a lhe dizer: "Este globo que vês representa o mundo inteiro e, especialmente, a França, e cada pessoa em particular. Os raios são o símbolo das Graças que derramo sobre as pessoas que me as pedem. Os raios mais espessos correspondem às graças que as pessoas se recordam de pedir. Os raios mais finos correspondem às graças que as pessoas não se lembram de pedir.“
Pedir com fé
Compreendemos que o título Nossa Senhora das Graças está intimamente ligado à revelação da Medalha Milagrosa. Porém, as graças distribuídas por Nossa Senhora não dependem do uso da Medalha e sim de pedir a ela com fé e devoção. Tanto que, em outra aparição, Nossa Senhora se queixou a Santa Catarina Labouré dizendo: “Tenho muitas graças para distribuir... Mas as pessoas não me pedem...”
O poder da Medalha Milagrosa
Depois de um tempo, Catarina Labouré conseguiu que a medalha fosse cunhada, tal qual a Virgem Maria tinha lhe pedido. Logo, essa medalha se tornou um fenômeno inimaginável. A promessa da Virgem Maria se cumpria admiravelmente em todos os que usavam a Medalha com devoção. Graças a ela, uma terrível epidemia da peste negra foi debelada na França. Milhares de pessoas já tinham morrido quando a Medalha Milagrosa começou a ser usada. Então, os doentes que a recebiam com fé começaram a ser curados milagrosamente, pois a peste não tinha cura.
Milhões de Medalhas
Então, a Medalha Milagrosa passou de milhares para milhões de cunhagens. Espalhou-se rapidamente pela Europa, livrando milhões de pessoas da peste. Depois, espalhou-se por todo o mundo. E as graças continuam acontecendo até hoje. A medalha Milagrosa é a mais cunhada de todos os tempos. O número de medalhas, porém, não se compara ao número de graças derramadas pelas mãos cheias de amor da Virgem Maria, Nossa Senhora das Graças.
O papel da Virgem Maria
É interessante lembrar que Nossa Senhora é despenseira, ou seja, uma “distribuidora” de graças. As graças são de Deus e só Ele pode dá-las. Mas, em sua misericórdia, o Senhor escolheu distribui-las pelas mãos de sua mãe, Maria. Essa é a maravilha da nossa fé. Milhões de graças estão nas mãos de Nossa Senhora, e ela quer distribuí-las a seus filhos. É vontade de Deus que assim seja. Por isso, vamos pedir a ela, com fé. São Bernardo de Claraval dizia que “Nunca se ouviu dizer que ela não atendeu a quem pediu com fé.” Essa realidade maravilhosa é testemunhada por milhões de pessoas, ao longo de séculos. Por isso, não deixe de faze seus pedidos à Mãe Celestial. E não deixe também de usar a bendita Medalha Milagrosa de Nossa Senhora das Graças. E grandes graças vão acontecer na sua vida.
Oração a Nossa Senhora das Graças
“Ó Imaculada Virgem Mãe de Deus e nossa Mãe, ao contemplar-vos de braços abertos derramando graças sobre os que vo-las pedem, cheios de confiança na vossa poderosa intercessão, inúmeras vezes manifestada pela Medalha Milagrosa, embora reconhecendo a nossa indignidade por causa de nossas inúmeras culpas, acercamo-nos de vossos pés para vos expor, durante esta oração, as nossas mais prementes necessidades (momento de silêncio e de pedir a graça desejada).
Concedei, pois, ó Virgem da Medalha Milagrosa, esse favor que confiantes vos solicitamos, para maior Glória de Deus, engrandecimento do vosso nome, e o bem de nossas almas. E para melhor servirmos ao vosso Divino Filho, inspirai-nos profundo ódio ao pecado e dai-nos coragem de nos afirmar sempre como verdadeiros cristãos. “
Rezar 3 Ave Marias.
Jaculatória contida na Medalha:
“Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”. Amém.
Entre os monges irlandeses, grandes viajantes, desejosos de peregrinar por Cristo, ao lado de Columba, Columbano, Quiliano, Gallo, encontramos são Virgílio, apóstolo de Caríntia e padroeiro de Salisburgo. Foi um dos bispos mais insignes, pela doutrina e pelo zelo pastoral e missionário. Irlandês, nascido no início do século VIII, monge e depois abade do mosteiro de Aghaboe, deixou, em 743, a ilha, para empreender no continente sua grande viagem missionária, concluída na Caríntia. Morou dois anos em Kiersy junto a Pepino, o Breve, que, em 745, o enviou para evangelizar a Baviera. Ali, o duque Odilon designou-lhe a abadia de São Pedro de Salisburgo e, pouco depois, a sucessão do bispo João.
Aquela designação parece ter dado motivo de atrito entre dois Santos. São Bonifácio, legado papal na Alemanha, desaprovou, não a escolha de Virgílio, mas a designação do candidato à sede episcopal feita por Odilon sem havê-lo consultado. Virgílio foi consagrado bispo somente em 755, após a morte de Bonifácio. Entre os dois santos, não faltaram divergências de ideias também no campo doutrinal.
Virgílio, homem de profunda cultura, versadíssimo em ciências matemáticas, tanto que mereceu o apelido de geómetra, sustentava, no setor cosmológico, a teoria dos antípodas, segundo a qual, em contraposição ao nosso mundo (estamos a oito séculos de Galileu e Copérnico), existia outro mundo, habitado por homens e iluminado por um sol diferente do nosso. No campo doutrina,l negava, como consequência, a unidade do gênero humano, afirmada pela Escritura.
Na controvérsia, Bonifácio defendia a doutrina tradicional, apoiado pela aprovação do Papa Zacarias que, numa carta a ele dirigida, definia como perversa a nova teoria. Felizmente, no monge irlandês, a versatilidade cultural andava junto com a humildade. Deixou de lado as disputas acadêmicas para dedicar-se com zelo à organização da Diocese de Salisburgo, inaugurando em 774, a primeira catedral da cidade, para onde fez transferir as relíquias de são Ruperto, primeiro bispo daquela sede. Mas não limitou sua ação somente à Diocese de Salisburgo, dedicando-se à evangelização da Caríntia, da Estíria e da Panônia. Entre as suas numerosas fundações monásticas, está a de Innichen (hoje são Cândido no Alto Ádige). O mosteiro, erigido em 769, foi colocado sob a regra beneditina. A morte colheu o infatigável missionário a 27 de novembro de 784, em Salisburgo, em cuja catedral foi sepultado.
Entre os monges irlandeses, grandes viajantes, desejosos de peregrinar por Cristo, ao lado de Columba, Columbano, Quiliano, Gallo, encontramos são Virgílio, apóstolo de Caríntia e padroeiro de Salisburgo. Foi um dos bispos mais insignes, pela doutrina e pelo zelo pastoral e missionário. Irlandês, nascido no início do século VIII, monge e depois abade do mosteiro de Aghaboe, deixou, em 743, a ilha, para empreender no continente sua grande viagem missionária, concluída na Caríntia. Morou dois anos em Kiersy junto a Pepino, o Breve, que, em 745, o enviou para evangelizar a Baviera. Ali, o duque Odilon designou-lhe a abadia de São Pedro de Salisburgo e, pouco depois, a sucessão do bispo João.
Aquela designação parece ter dado motivo de atrito entre dois Santos. São Bonifácio, legado papal na Alemanha, desaprovou, não a escolha de Virgílio, mas a designação do candidato à sede episcopal feita por Odilon sem havê-lo consultado. Virgílio foi consagrado bispo somente em 755, após a morte de Bonifácio. Entre os dois santos, não faltaram divergências de ideias também no campo doutrinal.
Virgílio, homem de profunda cultura, versadíssimo em ciências matemáticas, tanto que mereceu o apelido de geómetra, sustentava, no setor cosmológico, a teoria dos antípodas, segundo a qual, em contraposição ao nosso mundo (estamos a oito séculos de Galileu e Copérnico), existia outro mundo, habitado por homens e iluminado por um sol diferente do nosso. No campo doutrina,l negava, como consequência, a unidade do gênero humano, afirmada pela Escritura.
Na controvérsia, Bonifácio defendia a doutrina tradicional, apoiado pela aprovação do Papa Zacarias que, numa carta a ele dirigida, definia como perversa a nova teoria. Felizmente, no monge irlandês, a versatilidade cultural andava junto com a humildade. Deixou de lado as disputas acadêmicas para dedicar-se com zelo à organização da Diocese de Salisburgo, inaugurando em 774, a primeira catedral da cidade, para onde fez transferir as relíquias de são Ruperto, primeiro bispo daquela sede. Mas não limitou sua ação somente à Diocese de Salisburgo, dedicando-se à evangelização da Caríntia, da Estíria e da Panônia. Entre as suas numerosas fundações monásticas, está a de Innichen (hoje são Cândido no Alto Ádige). O mosteiro, erigido em 769, foi colocado sob a regra beneditina. A morte colheu o infatigável missionário a 27 de novembro de 784, em Salisburgo, em cuja catedral foi sepultado.
DIA DE SÃO LEONARDO DE PORTO MAURÍCIO - 26 DE NOVEMBRO
HOMILIA - 25.11.21
Seu nome de batismo era Paulo Jerônimo. Nasceu no ano 1676, em Porto Maurício, cidade conhecida hoje como Impéria, na Itália. Era filho de um capitão da marinha chamado Domingos Casanova. Porém, ainda muito pequeno, ficou órfão. Por isso, foi levado para Roma, a fim de terminar seus estudos no famoso Colégio Romano. Concluída essa fase, foi para um convento franciscano chamado Retiro de São Boaventura. Lá, ingressou na Ordem Franciscana. Quando fez os votos, assumiu o nome de Frei Leonardo.
Ordenado sacerdote, Frei Leonardo exerceu a maior parte de seu ministério na cidade de Florença, Itália. Era um pregador empolgante, principalmente nas vezes em que pregava sobre a Paixão de Cristo. Multidões acorriam para vê-lo e ouvi-lo. Percorreu a Itália inteira como missionário e pregador. Escreveu inúmeras obras de valor inestimável tanto para pregadores quanto para os fiéis. O Santo Afonso Maria de Ligório, que viveu na mesma época, afirmava que Frei Leonardo de Porto Maurício era o maior missionário a pregar naquele século.
Na ilha de Córsega, havia uma enorme divisão entre os cidadãos. Era uma situação grave. Por isso, o Papa foi inspirado a usar os dons de Frei Leonardo para beneficiar o povo, enviando-o para lá com a difícil missão de promover a paz. E qual não foi a surpresa geral quando o sábio e humilde frade franciscano conseguiu reestabelecer a paz e a reconciliação na ilha através de um acordo de paz.
São Leonardo de Porto Maurício é conhecido também como “O Salvador do Coliseu”, e não é à toa. Num tempo em que o antigo edifício estava abandonado, depredado, e suas pedras eram retiradas para serem usadas em outras construções, ele realizou, ali, pela primeira vez, uma Via Sacra. Na celebração, ele definiu aquele lugar como sagrado, santificado, por causa do sangue dos mártires nele derramado. A medida foi tão impactante que se tornou tradição. Depois disso, o Coliseu passou a ser conservado. Tal Tradição permanece até hoje. Em toda Sexta-Feira da Paixão, o Papa celebra a Via-Sacra no Coliseu de Roma.
São Leonardo foi também um grande devoto de Nossa Senhora. Desejava ardentemente que a Igreja proclamasse o dogma da Imaculada Conceição de Maria. Chegou a convencer Papa de então, Bento XIV, sobre a necessidade de convocar um concílio com o fim de discutir tal tema e, em seguida, proclamar o dogma. Ele não viveu para ver a proclamação, mas escreveu uma carta-profecia na qual previu que o dogma seria proclamado um dia, como, de fato, o foi, no ano de 1854.
Frei Leonardo faleceu no ano 1751, quando estava no Retiro de São Boaventura de Palatino, em Roma. Sua fama de santidade era tão grande que até mesmo o Papa Bento XIV ajoelhou-se em frente ao seu corpo. São Leonardo recebeu vários títulos como o “Santo da Via Sacra”, “Santo da Imaculada Conceição”, “Salvador do Coliseu” e “Pregador da Paixão de Cristo”. Mais tarde, o Papa Pio XI conferiu a ele o título de “Padroeiro de todos os sacerdotes que se entregam às missões no mundo.” São Leonardo de Porto Maurício é ainda festejado como padroeiro da cidade de Impéria, antiga Porto Maurício.
“Ó Deus todo-poderoso e cheio de bondade, que fizestes de São Leonardo notável mensageiro do mistério da cruz, concedei, por sua intercessão, que, reconhecendo na terra as riquezas da cruz de Cristo, mereçamos alcançar nos céus os frutos da redenção. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. São Leonardo, rogai por nós.”
DIA DE SANTA CATARINA DE ALEXANDRIA - 25 DE NOVEMBRO
HOMILIA - 25.11.21
Catarina de Alexandria, também conhecida como "A Grande Mártir Santa Catarina", foi uma cristã, nascida pagã no ano de 300 d.C. na cidade egípcia de Alexandria, filha do rei local, Costes. Estudou filosofia, teologia e outras ciências. Além de muito inteligente e culta, era dotada de singular beleza. Catarina viveu no tempo da cruel perseguição de Diocleciano aos cristãos. No Egito, a perseguição alcançou tal nível de crueldade que até os pagãos se compadeciam dos cristãos e procuravam ajudá-los. Santa Catarina foi instruída na fé cristã por um ermitão de nome Ananias, que a batizou. Ela começou a sofrer na própria pele a perseguição quando Maximino Daia, encantado por sua beleza, apaixonou-se por ela a ponto de divorciar-se apenas para se casar com ela. Mas, Catarina o rejeitou. Inconformado, o imperador romano convocou 50 filósofos com a missão de convencerem Catarina de que jamais poderia considerar Deus um homem que havia morrido crucificado. Entretanto, Catarina, que tinha apenas 17 anos, fazendo uso de sua inteligência, de seus conhecimentos filosóficos, e, sobretudo, amparada na sua fé, reverteu a situação e terminou por convencer e converter ao cristianismo os 50 filósofos. Irritado, sentindo-se derrotado, Maximino mandou trucidar os 50 sábios e, sem conseguir submeter Catarina a seus caprichos, condenou-a a morrer triturada, sob um carro com rodas com pontas de ferro. Conta a lenda que, ao contato com o corpo de Catarina, as pontas de ferro dos carros se dobraram como se fossem vime. Ela foi então levada para fora da cidade para ser degolada. Segundo ainda outra lenda, quando lhe cortaram a cabeça, em vez de sangue, jorrou leite. Por causa desses fatos, ela passou a ser invocada por todos os que trabalham com rodas, como carpinteiros, torneiros, amoladores, curtidores e também pelas mães que desejam ter leite para amamentar seus filhos. É também invocada pelos filósofos e estudantes. Sua festa foi incluída no calendário, no século XIV pelo Papa João XXII. |
À exaltação a Santa Catarina, foram levantadas numerosas igrejas em toda a Europa. Por sua sabedoria, a Santa é invocada como protetora pelos estudantes, intelectuais e filósofos. Literatura e arte celebraram os louvores e imortalizaram sua figura. A Universidade de Paris escolheu-a como padroeira. E o Brasil honra-se em tê-la protetora de um Estado, que leva seu nome. O dia 25 de novembro é dedicado a Santa Catarina de Alexandria. |
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CURIOSIDADES HISTÓRICAS Foi ouvindo a voz de Santa Catarina que Joana d'Arc encontrou a espada que usaria em sua missão e que mudaria a história da França. Junto de Santa Margarida e do Arcanjo São Miguel, era uma das vozes que falavam com ela e a instruíram na sua missão de salvar a França. No Brasil, é a padroeira principal do Estado e da Ilha de Santa Catarina e co-padroeira da Catedral metropolitana de Florianópolis. CURIOSIDADE EM SANTOS A imagem de Santa Catarina de Alexandria, trazida a Santos por volta de 1540, pelo casal Luiz de Góes e Catarina de Aguillar, é o objeto mais antigo ainda existente na cidade. A peça de madeira, de aproximadamente 90 cm de altura, faz parte do acervo do Museu de Arte Sacra. Em 1591, a capela foi parcialmente destruída, e a imagem, lançada ao mar pelos corsários de Thomas Cavendish e, após 72 anos, em 1663, recolhida casualmente por escravos de jesuítas. Por iniciativa do Padre Alexandre de Gusmão, e com a ajuda do povo, a capela foi reedificada, desta vez no alto do Outeiro. No século XIX, a capela foi demolida para a abertura da Rua Santa Catarina, hoje Visconde do Rio Branco. |
DIA DE SANTO ANDRÉ DUNG LAC E COMPANHEIROS MÁRTIRES - 24 DE NOVEMBRO
HOMILIA 24.11.21
A festa católica do dia de hoje celebra um grupo grande: são cento e dezessete cristãos que foram martirizados no Vietnã. Eles foram liderados, em sua maioria, pelo padre e Santo chamado André Dung-Lac. Foram beatificados pelo papa Leão XIII em 1900. A maioria desses cristãos viveu e exerceu seu ministério evangelizador entre os anos de 1830 a 1870.
Dentre esses cristãos destacou-se o padre André Dung-Lac, um dominicano que foi mestre e exemplo para todos na Igreja Católica do Vietnã. Ele recebeu a ordenação sacerdotal no ano 1823. Em sua missão, foi pároco e missionário em várias partes do Vietnã.
Foi preso várias vezes e libertado das prisões pelos fiéis, que pagavam resgate e conseguiam a sua liberdade. Ele, porém, discordava desses resgates e dizia: "Aqueles que morrem pela fé sobem ao céu. Ao contrário, nós que nos escondemos continuamente gastamos dinheiro para fugir dos perseguidores. Seria melhor deixar-nos prender e morrer". Por fim, ele acabou morrendo por decapitação, por ordem do governo local. Morreu por não renunciar à fé cristã. Por isso, é considerado mártir e santo. Sua morte, bem como a dos outros 116 ocorreu no dia 24 de novembro de 1839, na cidade de Hanói, no Vietnã.
A história da evangelização do Vietnã começou no século XVI, através de missionários que partiram da Europa, sendo eles de várias congregações e ordens religiosas. A Igreja vietnamita enfrentou nada menos que quatro séculos de perseguições terríveis e sangrentas. Milhares de cristãos foram assassinados, martirizados e massacrados tanto em regiões periféricas do país, como nas montanhas e nos campos, quanto nas grandes cidades. Bispos, padres, catequistas, pais e mães de família, jovens, seminaristas, ninguém escapou da perseguição.
De acordo com os relatos do grande Martirológico Romano-Monástico, todas as vítimas da perseguição vietnamita eram cristãos que tinham se convertido no século XVI por missionários dominicanos. Mesmo esses missionários, que introduziram o Evangelho no Vietnã, foram mortos sob a acusação de introduzirem uma religião estranha no país.
Houve um período de calma que favoreceu a Igreja do Vietnã. Essa calma durou setenta anos. Nesse tempo, a igreja conseguiu promover sua reorganização, formando várias dioceses, com centenas de milhares de cristãos fervorosos, inspirados pelo sangue de seus mártires. Porém, os martírios, os assassinatos de cristãos pelo simples fato de serem cristãos voltaram ao Vietnã quando o comunismo foi introduzido no país. No ano 1955, chineses e russos destruíram todas as instituições cristãs no país. O governo comunista prendeu e matou bispos, padres e leigos de maneira cruel e sem limites. Alguns poucos conseguiram fugir através de uma única maneira possível: embarcações frágeis, sem recursos que, na maioria das vezes, naufragaram, matando outros milhares de cristãos.
Porém, apesar de toda essa tenebrosa perseguição comunista, o Evangelho de Jesus Cristo se manteve perseverante no coração dos cristãos vietnamitas. E, ao contrário do que os governos pretendiam, o sangue dos mártires, também no Vietnã, foi semente de novos e fervorosos cristãos. No ano 1988, o Papa João Paulo II celebrou a canonização desses mártires, liderados por Santo André Dung-Lac, cuja celebração ficou instituída para o dia em que foram mortos, 24 de novembro.
“Deus, fonte e origem de toda a paternidade, que fortalecestes os mártires Santo André e seus Companheiros na fidelidade à cruz do vosso Filho até ao derramamento de sangue, concedei-nos, por sua intercessão, que, manifestando o vosso amor aos homens nossos irmãos, possamos chamar-nos e ser realmente vossos filhos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amém.”
DIA DE SÃO CLEMENTE - 23 DE NOVEMBRO
HOMILIA - 23.11.21
Clemente foi o terceiro sucessor imediato do Apóstolo São Pedro no comando da Igreja em Roma. Santo Irineu escreveu sobre ele no ano 180: “Ele viu os apóstolos e conversou com eles, ouviu a voz da pregação deles e teve a tradição deles diante dos olhos”. Santo Ireneu também nos informa que o Papa Clemente é o autor de uma carta muito importante, que foi escrita pela Igreja de Roma à Igreja da cidade de Corinto.
Irineu viveu em Roma e, como vimos, conviveu com alguns apóstolos. Dentre eles, São João Evangelista, São Filipe, também um dos doze, e São Paulo. Clemente foi um dos colaboradores de são Filipe. Ele foi também discípulo de São Paulo. Paulo até cita o nome de Clemente na carta aos Filipenses: "E a ti, fiel Sínzigo, também rogo que as ajudes, pois que trabalharam comigo no Evangelho, com Clemente e com os demais colaboradores meus, cujos nomes estão inscritos no livro da vida". (Fl 4,3)
A Tradição cristã apresenta o papa São Clemente I como sendo filho de um senador chamado Faustino. Este era da família Flávia, que, por sua vez, era parente do imperador romano chamado Domiciano. São Clemente I foi Papa uma época bastante difícil, cheia de perseguições contra os seguidores de Jesus Cristo.
São Clemente I governou a Igreja entre os anos 88 e 97. Foi um Papa que levou adiante o anúncio do Evangelho firmemente centrado na fidelidade à doutrina de Jesus Cristo. Enfrentou com sabedoria divisões internas na Igreja. Em sua famosa carta enviada aos coríntios, ele revela seu espírito de unidade e amor à Igreja. Os coríntios, com efeito, recusavam-se a seguir a Igreja de Roma e tinham a intenção de se desligarem da unidade. Através de sua carta, que, a princípio, teve sua autoria anônima, Clemente I incentivou-os à perseverança na fé e no amor ensinado por Jesus Cristo, e, também, a que eles participassem da união com a única Igreja deixada por Ele.
O Papa São Clemente I restabeleceu o uso do crisma na Igreja, dando seguimento à Tradição deixada Por São Pedro. Foi ele quem instituiu o uso litúrgico da expressão "amém", cujo significado é “assim seja, ou confirmo”, nos ritos religiosos. Seu exemplo de vida e fé arrastava corações. Ele converteu até mesmo a uma irmã do imperador Domiciano chamada Domitila. Domiciano, como vimos, também era parente de Clemente. A conversão de Domitila ajudou bastante na suavização da sangrenta perseguição que acontecia no império contra os cristãos.
O papa São Clemente I colaborou bastante na expansão do cristianismo no império romano. Isso incomodou o sucessor de Domiciano, o imperador Nerva. Por isso, Nerva exilou Clemente na Crimeia. Por causa deste exílio, Evaristo assumiu o comando da Igreja em Roma. Enquanto isso, no exílio, São Clemente I teve a oportunidade providencial de encontrar milhares de cristãos que tinham sido condenados a trabalhos forçados nas abundantes minas de pedra da região. Assim, o exílio foi providencial para que São Clemente encorajasse os fiéis a perseverarem na fé e convertesse também a muitos pagãos.
O sucesso da evangelização de São Clemente I no exílio irritou bastante o novo imperador romano, chamado Trajano. Por isso, este ordenou que Clemente I fosse obrigado a prestar sacrifícios aos deuses romanos. Clemente I, porém, negou-se, afirmando categoricamente só existe um único Deus, a quem ele já servia. Trajano, então, ordenou que São Clemente I fosse atirado ao mar Negro, tendo uma pesada âncora atada ao seu pescoço. Mesmo assim, milagrosamente, a corda se retraiu e entregou o corpo de São Clemente aos cristãos, para que fosse sepultado dignamente e venerado pelos fiéis. Era o dia 23 de novembro do ano 101.
“Deus de toda carne, que dais a morte e a vida, que abateis a insolência dos orgulhosos e frustrais as maquinações dos povos, vinde em nosso auxílio, ó Mestre. Matai a fome dos indigentes e libertai aqueles que entre nós sucumbiram. Deus bom e misericordioso, esquecei nossos pecados, erros e quedas; não leveis em conta as faltas dos vossos servos e servas. Dai-nos a concórdia e a paz, não só para nós, mas também para todos os habitantes da terra.
É de vós que os nossos príncipes e os que no mundo nos governam recebem o poder: dai-lhes saúde, paz, concórdia e estabilidade; dirigi os seus propósitos pela senda do bem. Só vós podeis fazer tudo isso e conceder-nos ainda maiores benefícios. Nós o proclamamos em nome do sumo sacerdote das nossas almas, Jesus Cristo, por quem vos seja dada honra e glória, agora e por todos os séculos dos séculos. Amém.”
DIA DE SANTA CECÍLIA - 22 DE NOVEMBRO
HOMILIA - 22.11.21
Santa Cecília nasceu provavelmente no ano 150, em Roma. Era filha de um Senador Romano, da família nobre dos Metelos. Era cristã, e desde pequena fez voto de castidade para viver o Amor de Deus e de Cristo. Como cristã numa época tão antiga, e em Roma, ela certamente herdou a fé dos discípulos de São Paulo, que levou a fé até Roma, e de São Pedro, o primeiro papa.
Cecília herdou a fé desses santos homens e de tantos outros que foram martirizados exatamente em Roma. O cristianismo que Cecília recebeu em sua formação, era o cristianismo dos mártires, dos heróis da fé. Cecília foi cristã numa Igreja perseguida, numa Igreja que ainda era minoritária, porém, cheia de profunda fé, esperança e coragem.
No transcorrer normal de sua vida, quando jovem ela foi prometida e dada em casamento a um jovem chamado Valeriano. No dia do casamento ela estava muito triste. Então, ela chamou seu noivo disse a ele toda verdade sobre sua fé. Disse que tinha feito voto de castidade para Deus, e começou a falar das glórias de Deus e de Jesus Cristo ao jovem, que a ouvia boquiaberto com a força de suas palavras e a convicção que vinha de seu coração.
Tamanho foi o poder das palavras de Cecília que, após ouvi-la, ele se converteu, entendeu a promessa de sua noiva e disse que iria respeitá-la em sua decisão. Naquela mesma noite, ele recebeu o batismo. Valeriano contou o que ocorrera para seu irmão Tibúrcio, e este também, impressionado, se converteu. Ambos eram pagãos.
Santa Cecília, então, vendo a maravilha que Deus estava operando através dela, agradecida, cantou para Deus: Senhor, guardai sem manchas o meu corpo e minha alma, para que não seja confundida. Foi um canto inspirado e emocionante, que tocou profundamente o coração de todos. Daí vem o fato de ela ser considerada a padroeira dos músicos cristãos.
O prefeito de Roma, Turcius Almachius, teve conhecimento da conversão dos dois irmãos e quis o tesouro dos dois irmãos nobres e ricos. Os dois irmãos, porém, já tinham distribuído todos os seus bens aos pobres. O prefeito de Roma exigiu, então, sob pena de morte, que os dois abandonassem a nova fé. Os dois, porém, alimentados com a força do cristianismo nascente, e cheios do poder de Deus, não renegaram sua fé. Assim, foram condenados à morte e decapitados.
Santa Cecília foi chamada ao conselho romano logo em seguida. Isso aconteceu provavelmente no ano 180. O conselho exigiu primeiro que ela revelasse onde estaria o tesouro dos dois irmãos. Ela disse que tudo já tinha sido distribuído aos pobres.
O prefeito, furioso, exigiu que ela renunciasse à fé cristã e adorasse aos deuses romanos. Cecília negou-se, mostrando muita coragem e serenidade diante de todos. Condenaram-na à tortura. Mas, estando ela diante dos soldados romanos para ser torturada, falou a eles sobre as maravilhas de Deus, sobre a verdadeira religião, sobre sentido da vida, que é o seguimento de Jesus Cristo. Os soldados, maravilhados com uma mensagem que nunca tinham ouvido, ficaram do lado de Cecília, dizendo que iriam abandonar o culto aos deuses. Essas inúmeras conversões foram milagres que Deus operou através de Santa Cecília para que essas pessoas alcançassem a felicidade e a salvação.
O prefeito, então, aborrecido e furioso, deu ordens para outros algozes trancarem Santa Cecília no balneário de águas quentes do seu próprio castelo, logo na entrada dos vapores. Ali, ela seria asfixiada pelos vapores ferventes que aqueciam as águas. Ninguém conseguia ficar ali por mais de alguns minutos. Era morte certa.
Porém, para surpresa de todos, milagrosamente ela foi protegida e nada lhe aconteceu. Todos ficavam impressionados com a fé daquela jovem, frágil, que enfrentava a morte sem receio por causa da grande fé que tinha em seu coração. Mas o prefeito, irredutível, mandou que ela fosse morta com três golpes de machado em seu pescoço.
O algoz obedeceu, mas não conseguiu arrancar sua cabeça, coisa que ele estava acostumado a fazer com apenas uma machadada. Santa Cecília permaneceu viva ainda por 3 dias, conversando e dando conselhos a todos que corriam para vê-la e rezar por ela.
Por fim, pressentindo sua morte iminente, Santa Cecília pediu para o Papa entregar todos os seus bens aos pobres e transformar sua casa numa igreja. Antes de sua morte, em seus últimos momentos neste mundo, sentindo que sua missão estava cumprida, mesmo ela sendo ainda tão jovem, Cecília conseguiu cantar louvando a Deus, cantando as maravilhas de Deus.
Por isso, ela é a padroeira dos músicos e da música sacra. Depois disso, a fisicamente frágil e interiormente forte jovem romana que desafiou os poderes deste mundo entregou seu espírito ao Pai Celestial. Após sua morte, ela foi sepultada pelos cristãos na catacumba de São Calisto e, desde então, passou a ser venerada como mártir.
O túmulo de Santa Cecília ficou desaparecido por muitos séculos. No século IX, Santa Cecília apareceu ao Papa Pascoal l (817-824). Logo após este fato, seu túmulo foi encontrado e lá estava o caixão com as relíquias da Santa.
O corpo dela estava intacto, na mesma posição em que ela foi enterrada. Ao lado da Santa estavam também os corpos de Valeriano e Tiburcio. No ano de 1599, o Cardeal Sfondrati mandou abrir o tumulo de Santa Cecília, e seu corpo foi encontrado na mesma posição que estava quando o Papa Pascoal l a encontrou. Sua festa é celebrada em 22 de novembro, dia dos músicos e da música.
Ó Virgem e mártir, Santa Cecília, pela fé viva que vos animou desde a infância, tornando-vos tão agradável a Deus e ao próximo, merecendo a coroa do martírio, convertendo pagãos ao cristianismo, alcançai-nos a graça de progredir cada vez mais na fé e professá-la através do testemunho das boas obras, especialmente servindo aos irmãos necessitados. Alcançai-nos também a graça de sempre louvar a Deus com canções espirituais.
Gloriosa Santa Cecília, que os vossos exemplos de fé e virtude sejam para todos nós um brado de alerta, para que estejamos sempre atentos à vontade de Deus, na prosperidade como nas provações, no caminho do céu e da salvação eterna.
Santa Cecília, padroeira dos músicos e artistas, rogai por nós.
Amém.
DIA DA APRESENTAÇÃO DE NOSSA SENHORA - 21 DE NOVEMBO
HOMILIA - 21.11.21
A memória da apresentação da Virgem Maria é celebrada no dia 21 de novembro, quando se comemora um dos momentos sagrados da vida da Mãe de Deus, sua apresentação no Templo por seus pais Joaquim e Ana.
Honramos no dia 21 de novembro a Apresentação de Nossa Senhora no Templo. Esta festa antiquíssima lembra que Nossa Senhora, com três anos de idade, foi levada por seus pais, São Joaquim e Santa Ana, ao Templo, onde, com outras meninas e piedosas mulheres, foi instruída cuidadosamente a respeito da fé de seus pais e sobre seus deveres para com Deus.
Historicamente, a origem desta festa foi a dedicação da Igreja de Santa Maria a Nova em Jerusalém, no ano de 543. Comemora-se no Oriente desde o século VI. Dela fala até o Imperador Miguel Comneno na Constituição de 1166.
Um nobre francês, chanceler na Corte do Rei de Chipre, tendo sido enviado a Avignon em 1372, na qualidade de Embaixador junto ao Papa Gregório XI, contou-lhe a magnificência com que na Grécia era celebrada no dia 21 de novembro. O Papa, então, a introduziu em Avignon, e Sixto V a extendeu a toda a Igreja.
A memória da apresentação da Virgem Maria é celebrada no dia 21 de novembro, quando se comemora um dos momentos sagrados da vida da Mãe de Deus, sua apresentação no Templo por seus pais, Joaquim e Ana. Nenhum livro da Sagrada Escritura relata esse acontecimento, sendo fartamente tratado nas escrituras apócrifas, que não são reconhecidas como inspiradas.
Segundo esses apócrifos, a apresentação de Maria foi muito solene. Tanto no momento de sua oferta, como durante o tempo de sua permanência no Templo, verificaram-se alguns fatos prodigiosos: Maria, conforme a promessa feita pelos seus pais, foi conduzida ao Templo aos três anos, acompanhada por um grande número de meninas hebreias, que seguravam tochas acesas, com a presença de autoridades de Jerusalém e entre cantos angélicos.
Para subir ao Templo, havia 15 degraus, que Maria subiu sozinha, embora fosse tão pequena. Os apócrifos dizem ainda que Maria, no Templo, se alimentava com uma comida extraordinária trazida diretamente pelos anjos, e que ela não residia com as outras meninas. Segundo a mesma tradição apócrifa, ela teria ali permanecido doze anos, saindo apenas para desposar São José, pois, durante este período, havia perdido seus pais.
Na realidade, a apresentação de Maria deve ter sido muito modesta e, ao mesmo tempo, gloriosa. Foi, de fato, através deste serviço ao Senhor no Templo, que Maria preparou o seu corpo, mas, sobretudo, a sua alma, para receber o Filho de Deus, realizando em si mesma a palavra de Cristo: “Mais felizes são os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática”.
Na Igreja Oriental, a festa da Apresentação é celebrada desde o século VII, no dia 21 de novembro, aniversário da Dedicação da Igreja de Santa Maria Nova, em Jerusalém. Contudo, ela só foi estabelecida na Igreja Ocidental no século XIV, pelo papa Gregório XI, a pedido do embaixador de Chipre junto à Santa Sé. A cidade de Avinhão, na França, residência dos papas naquela época, teve a glória de ser a primeira do Ocidente a celebrar a nova festividade, em 1732.
Desde então, esse episódio da vida de Maria Santíssima começou a despertar o interesse dos cristãos e dos artistas, surgindo belíssimas pinturas sobre o tema da Apresentação.
A primeira paróquia dedicada a esta invocação mariana no Brasil ocorreu em 1599, na cidade de Natal, Rio Grande do Norte. A cidade de Porto Calvo, em Alagoas, palco de diversas batalhas entre brasileiros e tropas invasoras, durante a guerra holandesa, tem também como padroeira a Senhora da Apresentação.
No Rio de Janeiro, o bairro do Irajá era antigamente um vasto campo público, destinado à pastagem e descanso do gado que descia para o consumo da cidade. Em 1644 ali foi erigida uma pequena e humilde capela sob o patrocínio de Nossa Senhora da Apresentação pelo Pe. Gaspar da Costa, que foi mais tarde o seu primeiro Vigário e cujo pai possuía propriedades nos arredores. A igrejinha foi reformada, ampliada e transformada em paróquia, uma das mais antigas do Rio de Janeiro.
DIA DE SANTO EDMUNDO - 20 DE NOVEMBRO
HOMILIA - 20.11.21
Edmundo é um santo mais vivo na memória do povo da Inglaterra do que nos documentos históricos. Mesmo porque os registros trazem dados sobre o seu reinado e sua morte, enquanto sobre sua origem poucas são as informações. Sabemos apenas que Edmundo era cristão, filho do rei Alkmund, da Saxônia, que, posteriormente, teria sido adotado pelo rei das regiões da Inglaterra oriental, a Estanglia.
Aos quatorze anos de idade, tornou-se o último rei daquele território. Era um tempo duríssimo para toda a Inglaterra, agredida, constantemente, pelos sanguinários bárbaros dinamarqueses que invadiam a saqueavam seus vilarejos. Esses bárbaros eram comandados por três irmãos: Halfdene, Ivarr e Ubba. Em suas investidas, além de saquear os povoados, exigiam um resgate para não destruírem as vilas.
No ano de 869, os dinamarqueses irromperam uma grande invasão nos domínios do rei Edmundo. Para defender seu povo e o reino, ele reuniu seu pequeno exército e combateu os invasores, mais equipados e em maior número. Desse modo, ele acabou como prisioneiro de seus opositores.
Os dinamarqueses ofereceram ao rei Edmundo a possibilidade de manter sua vida e a coroa caso renegasse a fé e se proclamasse vassalo. O rei rejeitou a proposta por duas vezes. Dessa maneira, selou seu destino. Morreu traspassado pelas flechas dos bárbaros pagãos no dia 20 de novembro de 870. O desaparecimento do rei Edmundo levou ao fim o reino da Estanglia. Mas a Inglaterra se fortaleceu sob seu nome, e o jovem rei morto tornou-se uma bandeira.
Antes do final do século IX, as moedas cunhadas durante o seu reinado já eram chamadas "penny of Edmund". A sua veneração tornou-se o culto de maior devoção do povo inglês. Foi canonizado e proclamado padroeiro da Inglaterra, recebendo as homenagens dos devotos no dia de sua morte.
As relíquias mortais de Santo Edmundo foram sepultadas em Beadoricesworth, que hoje se chama Bury St. Edmund, na região de Cambridge. Atualmente, existe uma congregação de sacerdotes ingleses chamados Padres de Santo Edmundo.
DIA DE SÃO ROQUE GONZÁLES E COMPANHEIROS MÁRTIRES- 19 DE NOVEMBRO
HOMILIA - 19.11.21
História de São Roque Gonzáles e Companheiros Mártires
Hoje, a Igreja celebra os Santos Mártires do Paraguai. São Roque nasceu em Assunção, no Paraguai, no ano de 1576. Era filho de pais espanhóis e muito pobres. Estudou num colégio que alguns padres jesuítas recém-chegados abriram em Assunção.
Depois de sair do colégio, passou a frequentar o seminário para se tornar padre em prol da evangelização dos índios. Foi ordenado com 22 anos, e logo foi trabalhar como sacerdote diocesano numa aldeia carente.
São Roque Gonzáles deu o seu melhor para ganhar todos para Cristo. Por isso, empenhou-se no aprendizado de diversas línguas indígenas, se aprofundou em várias técnicas agrícolas e sempre buscava auxiliar a todos.
São Roque ingressou no noviciado da Companhia de Jesus aos 33 anos e, acompanhado por outros missionários, aceitou a missão de pacificar terríveis indígenas.
Certa vez, numa dessas missões, onde eles levavam os indígenas para a vida em aldeias bem estruturadas e protegidas dos colonizadores, São Roque e seus companheiros foram atacados e brutalmente martirizados por índios ferozes.
A canonização aconteceu em 1988 com o Papa João Paulo II.
São Roque Gonzáles e Companheiros Mártires, rogai por nós!
Oração
Deus, nosso Pai, o bem-aventurado Roque Gonzáles e seus Companheiros opuseram-se corajosamente à escravidão e à exploração dos índios pelos conquistadores. Olhai com bondade para todos os homens que andam como ovelhas sem um pastor que os ame, os procure e os salve. Amém!
Reflexão
São Roque Gonzáles e Companheiros nos ensinam uma bela via de configuração a Cristo, por meio da doação total de si e das capacidades recebidas pela evangelização dos povos indígenas, até a entrega da própria vida no martírio.
DIA DE SÃO ROMÃO DE ANTIOQUIA - 18 DE NOVEMBRO
HOMILIA - 18.11.21
HISTÓRIA DE SÃO ROMÃO DE ANTIOQUIA
São Romão do Coronado celebra hoje, 18 de Novembro, a festa do seu padroeiro, o Mártir São Romão.
Romão, seria soldado quando se converteu ao cristianismo, ao assistir em Roma ao martírio de São Lourenço, no ano 258.
Ao ver que o prefeito romano Asclepíades se preparava para destruir a sua igreja, exortou os cristãos a resistir.
A tradição apresenta como facto milagroso que São Romão tivesse continuado a falar sem a língua o que levou a que, para o calarem definitivamente, fosse estrangulado na prisão no ano 303.