DIA DE SANTA EULÁLIA - 12 DE FEVEREIRO
HOMILIA - 12.02.23
Eulália nasceu numa região próxima a Barcelona, Espanha, no ano 290. Filha de uma família nobre e rica, seus pais possuíam uma grande propriedade nos arredores da Corte. Os pais cuidaram da filha com toda dedicação, enchendo-a de mimos e carinhos, tendendo para uma superproteção. Eulália, por usa vez, desde pequena, já demonstrava caráter e força de vontade.
Desde criança Eulália descobriu as delícias da oração e dedicava-se a ela com prazer. Logo, passou a demonstrar grandes virtudes cristãs como a humildade, sabedoria, prudência. Além disso, sua inteligência era brilhante. Porém a maior virtude da menina Eulália era, sem dúvida, a caridade. E essa caridade nascia da oração, do encontro com Jesus Cristo. Com efeito, Eulália reunia-se com suas amiguinhas em seu quarto, e, ali, passavam horas cantando salmos e hinos de louvor ao Senhor. Depois disso, saíam distribuindo os melhores bens que possuíam às crianças pobres da redondeza. Essas, por sua vez, estavam sempre batendo à porta de sua casa, sabendo que seriam atendidas com amor.
Aos treze anos, Eulália começou a sentir os efeitos da perseguição romana contra os cristãos. Nesse tempo, chegou a Barcelona um juiz chamado Daciano, enviado pelos Imperadoes Romanos Maximiano e Diocleciano. Daciano tinha como missão acabar com o cristianismo nascente na região da Espanha. Ele fora escolhido por ser implacável com os seguidores da Doutrina de Cristo. Os pais de Eulália, temendo por sua vida, levaram-na para uma segunda propriedade, mais distante. Ali, pensavam, ela estaria mais segura, porque sua fé e prática cristãs tinham se tornado famosas onde viviam.
Para Eulália, porém, fugir dos exterminadores de cristãos era covardia. Por isso, numa certa madrugada, ela fugiu da segurança de seus pais e, escondida, apresentou-se voluntariamente ao arrogante juiz. Este ficou admirado de ver a coragem da menina. Consta nos livros que ela teria dito ao magistrado: "Querem cristãos? Eis aqui uma".
Como era seu desejo, Eulália foi levada a julgamento. O juiz ordenou que ela prestasse culto a um deus pagão. Entregou a ela sal e incenso e ordenou que ela os colocasse ao pé do altar. Eulália, porém, negou-se decididamente. Aproximou da estátua do deus pagão e derrubou-a. Em seguida, espalhou pelo chão os grãos de sal e incenso. Essa sua atitude deixou Daciano furioso. Por isso, ele ordenou que ela fosse chicoteada. Os algozes obedeceram de tal forma que seu corpo todo ficou em chagas abertas. Mesmo assim, ela não negou sua fé em Jesus. Então, Daciano ordenou que ela fosse queimada viva. Era o dia 12 de fevereiro do ano 304.
O corpo de Santa Eulália foi sepultado no interior da igreja de Santa Maria das Arenas. Essa igreja foi destruída, mais tarde, por um incêndio. Porém, as relíquias de Santa Eulália foram mantidas intactas. Durante a dominação dos muçulmanos, quando a fé cristã voltou a ser proibida, suas relíquias foram escondidas. Mais tarde, foram recuperadas. A devoção a Santa Eulália foi mantida, principalmente na região de Barcelona. De lá, estendeu-se por toda a Espanha. Depois, chegou a todo o mundo cristão. Santa Eulália tornou-se Padroeira de Barcelona, juntamente com a Virgem das Mercês.
“Deus, nosso Pai, Santa Eulália confessou com sua própria vida que existe um só Senhor e Deus. Hoje, vos pedimos humildemente: libertai-nos dos deuses que construímos, segundo a nossa imagem e semelhança. Somente vós sois digno de todo louvor, de toda honra no céu e na terra. Somente vós o Senhor da história, Aquele que é, Que era e Que vem. Não nos deixeis, Senhor, prostituir aos ídolos do dinheiro, do poder, do ter mais e mais, mesmo à custa dos valores mais altos e mais nobres da pessoa humana. Que, a exemplo de Santa Eulália, confessemos com a nossa vida de cada dia que não temos outro Deus senão a Vós, e que em Vós depositamos toda a nossa confiança. Amém. Santa Eulália, rogai por nós.”