DIA DE SÃO TOMÁS BECKET - 29 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 29.12.22
Tomás Becket nasceu em 21 de dezembro de 1118, na cidade de Londres, Inglaterra. Seu pai era normando. Tomás cresceu na Corte Real Inglesa, lado a lado com o príncipe herdeiro do trono, chamado Henrique. Era um dos jovens que compunham a comitiva do príncipe e um de seus amigos mais íntimos. Tomás e Henrique tinham grande afinidade. Tomás, a princípio, era ambicioso, aventureiro, amante das diversões, caçador audacioso e amigo das disputas perigosas. Ele e o príncipe compartilharam a adolescência e a juventude.
Quando Henrique III, seu amigo, foi coroado, a amizade dos dois ainda teve continuidade, pois o Rei o nomeou seu Chanceler. Num certo momento, porém, Tomás começou a se interessar pela vida religiosa. Começou a estudar a doutrina cristã e tornou-se amigo do Arcebispo de Londres, chamado Teobaldo de Canterbury.
Seguindo as orientações do Arcebispo, Tomás Becket foi se aprofundando na fé, no conhecimento de Deus e da Doutrina. A um dado momento, concluiu que deveria deixar o cargo de Chanceler para se dedicar à religião. Recebeu, então, a ordem do Diaconato, através do Bispo Teobaldo, passando a ser Arcediácono do Bispo.
Quando Dom Teobaldo faleceu, o Papa permitiu que o Rei de escolhesse o novo Arcebispo. Henrique III nomeou o amigo para o cargo.
Tomás Becket recebeu a ordenação sacerdotal em 1162 e, no dia seguinte, a sagração como Bispo de Canterbury. Logo, porém, começou a ter problemas com o Rei. Primeiramente, porque Henrique III publicou um conjunto de leis que chamou de "Constituições de Clarendon". Essas leis davam direitos abusivos ao Rei, e pretendiam reduzir a Igreja a um pequeno departamento do Estado da Inglaterra. Dom Tomás Becket, zeloso dos assuntos da Igreja e dos direitos de Deus, foi frontalmente contra. O Rei, então, passou de amigo a perseguidor. Tanto que Tomás Becket teve de fugir dali para a França.
O Bispo Tomás Becket permaneceu no exílio durante seis anos. Só conseguiu voltar para a sua diocese na Inglaterra quando o Papa Alexandre III conseguiu um acordo de paz com Henrique III. Ao chegar novamente à sua diocese, Dom Tomás Becket foi aclamado pelo povo. Os fiéis, com efeito, amavam-no e respeitavam muito sua integridade de homem correto e de pastor dedicado.
Tomás Becket, porém, sabia muito bem que aquela paz era frágil. Tanto que afirmou a todos: "Voltei para morrer no meio de vós". Seu primeiro ato depois de retornar à diocese foi destituir todos os Bispos que tinham cedido aos caprichos do Rei. Nesse momento, a paz, que já era frágil, desapareceu.
Quando Henrique III ficou sabendo desses atos de Dom Tomás Becket, pediu que alguém o matasse. Tomás Becket foi avisado da intenção clara do Rei, mas preferiu não fugir outra vez. E respondeu com uma frase que ficou gravada na história: "O medo da morte não deve fazer-nos perder de vista a justiça". Assim, entrou em oração, vestiu os sagrados paramentos e ficou à espera de seus assassinos dentro da Catedral. Quatro cavaleiros chegaram e o apunhalaram na Catedral. Como cordeiro manso, ele não ofereceu resistência. Era o dia 29 de dezembro de 1170. Assim, São Tomás Becket entregou sua vida por causa da justiça e da verdade de Jesus Cristo. Foi mártir. Sua canonização aconteceu apenas três anos depois de seu martírio, sendo celebrada pelo Papa Alexandre III. A sua festa litúrgica acontece no dia de sua morte.
“Senhor nosso Deus, que destes ao mártir São Tomás Becket a grandeza de alma que o levou a dar a vida pela justiça, concedei-nos, por sua intercessão, a graça de saber perder a vida por Cristo neste mundo, para podermos encontrá-la para sempre no Céu. Por Nosso Senhor. Amem. São Tomás Becket, rogai por nós.”