Almanaque Raimundo Floriano
Fundado em 24.09.2016
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, dois genros e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo quinta, 18 de fevereiro de 2021

PUDIM DE FRUTAS E ÁGUA DE COCO - RECEITA FÁCIL E SAUDÁVEL

 

 

Pudim de frutas e água de coco é receita fácil e saudável; veja como fazer em casa

Iguaria a base de chia é opção 'descontruída' para o doce tradicional, e substitui leite condensado por frutas
Pudim de frutas e água de coco, a base de chia Foto: Campo Largo / Divulgação
Pudim de frutas e água de coco, a base de chia Foto: Campo Largo / Divulgação
 

A semelhança está apenas no nome. A receita do pudim de frutas com água de coco é uma alternativa mais saudável — e totalmente "descontruída" para a versão tradicional do doce. Aqui, o leite condensado e o açúcar são substiuídos por água de coco, leite de amêndoas e chia. A iguaria é servida no copo, com camadas de recheio e creme. Saiba como fazer a sobremesa em casa.

Receita prática:  sorvete de água de coco é fácil de ser feito em casa

Pudim de frutas com água de coco

Ingredientes (para o creme)

  • 2 bananas;
  • 1 manga;
  • 1/2 abacaxi;
  • 1 xícara de água de coco

Ingredientes (para o recheio)

  • 6 colheres de chia;
  • 2 colheres de xilitol (tipo de adoçante);
  • 1 xícara de leite de coco;
  • 1 xícara de leite de amêndoas

Modo de preparo

Para o creme, bata todos os ingredientes no liquidificador. Reserve.

Para o recheio, misture todos os ingredientes num mesmo recipiente e leve para a geladeira por 2 horas. Nesse tempo, mexa a mistura três vezes.

Nm copo, coloque parte do recheio, cubra com um pouco do creme. Intercale com camadas de recheio e creme até finalizar com o creme. Por cima do creme, acrescente pedacinhos de coco ralado e abacaxi.


O Globo quarta, 17 de fevereiro de 2021

OLIMPÍADAS 2021: SAIBA QUEM É A FAVORITA A ASSUMIR OS JOGOS DE TÓQUIO

Saiba quem é a favorita a assumir os Jogos de Tóquio-2020 e por que ela ainda não aceitou

Um comitê especial foi montado para escolher o substituto de Yoshiro Mori, após discurso sexista
Seiko Hashimoto é ex-ciclista e patinadora: sete Olimpíadas no currículo, quatro de inverno e outras três de verão. Foto: Reprodução internet
Seiko Hashimoto é ex-ciclista e patinadora: sete Olimpíadas no currículo, quatro de inverno e outras três de verão. Foto: Reprodução internet

 

A ministra japonesa para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, Seiko Hashimoto, de 56 anos, é a grande favorita para substituir o presidente do Comitê Organizador Tóquio-2020, Yoshiro Mori, de 83 anos, que renunciou na semana passada após declarações sexistas, segundo a imprensa do Japão. Ela pode assumir o novo cargo nesta quinta-feira.

Seiko é ex-ciclista e patinadora e disputou sete Jogos Olímpicos pelo Japão, sendo quatro de inverno e três de verão. No currículo, tem um bronze na prova de 1.500m de patinação de velocidade nos Jogos de Albertville, em 1992. No ciclismo, seu melhor resultado foi com um quinto lugar na velocidade na Olimpíada de Seul, em 1988. 

Com larga história no esporte japonês, a ministra é encarada como uma resposta às declarações sexistas do ex-presidente, além de uma tentativa de estancar a crise com uma maior diversidade no comando dos Jogos. Ela era uma das únicas executivas no gabinete de Mori.

 De acordo com a imprensa local, Seiko estaria relutante a assumir a presidência do Comitê Organizador de Tóquio-2020 a apenas cinco meses da abertura dos Jogos, que foram adiados por um ano em 2020 por causa da pandemia da Covid-19. Em outras ocasiões, ela deixou claro que não tinha interesse no posto.

O comitê responsável por buscar um substituto para Mori se reuniu pela segunda vez nesta quarta-feira e teria chegado a um acordo sobre Seiko, segundo o canal de televisão público NHK. Ela é a aposta deste grupo, composto por um número igual de homens e mulheres, incluindo o executivo-chefe do comitê organizador, Toshiro Muto. Haverá uma terceira reunião nesta quinta-feira em que pedirão a ela que aceite o cargo.

Antes mesmo de deixar o esporte, Seiko ingressou na vida política com um mandato na Casa de Conselheiros, em 1995. Filiada ao Partido Democrata, tem ocupado cargos públicos desde então. Mãe de três filhos, chegou a ser vice-presidente do Comitê Olímpico do Japão. Caso seja seja a nova comandante de Tóquio 2020, deverá deixar o cargo de ministra.

A nomeação ainda não foi confirmada pelo comitê e parte da imprensa local afirma que a disputa permanece aberta.

Vários nomes foram divulgados enquanto o painel de seleção de candidatos realizava reuniões na terça e na quarta-feira. Entre eles, Yasuhiro Yamashita (presidente do Comitê Olímpico Japonês) e Mikako Kotani (diretora esportiva de Tóquio-2020).

Mori havia escolihido o ex-presidente da Federação Japonesa de Futebol, Saburo Kawabuchi, mas sua indicação não deu certo. Organizadores e dirigentes reclamaram que o ex-presidente estava escolhendo seu próprio sucessor.

No primeiro dia, o comitê especial para a escolha deste executivo disse que optaria por um único candidato com base em cinco critérios: profundo conhecimento dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos; uma compreensão de seus princípios relativos a gênero, inclusão e diversidade; experiência de trabalho; conhecimento dos Jogos de Tóquio; e habilidades de gestão.

Mori foi obrigado a renunciar depois que seus comentários sexistas provocaram indignação no Japão e no exterior. Mori, ex-primeiro-ministro japonês (2000-2001), conhecido por suas gafes, declarou que as mulheres falam muito durante as reuniões de conselhos administrativos, o que para ele era "irritante".

Ele pediu desculpas de maneira protocolar, mas descartou a ideia de renunciar em um primeiro momento, o que provocou uma avalanche de críticas no Japão e no exterior. Na sexta-feira passada, ele deixou o cargo.

Vacinação

A cinco meses dos Jogos Olímpicos, o Japão iniciou a campanha de vacinação contra Covid-19 na manhã desta quarta-feira. Até o fim de fevereiro, devem ser imunizados cerca de 40 mil profissionais diretamente envolvidos no tratamento de pacientes infectados pelo novo coronavírus. Há dúvidas sobre se a campanha alcançará pessoas com rapidez suficiente para salvar a Olimpíada.

Último país do G7 (grupo das nações mais industrializadas do mundo) a iniciar a imunização, o Japão aprovou a vacina desenvolvida pelo laboratório americano Pfizer em parceria com a empresa alemã BioNTech no último domingo. O primeiro lote, contendo cerca de 400 mil doses, já desembarcou no país.

Segundo o calendário divulgado, depois desta primeira fase de fevereiro serão vacinados 3,7 milhões de profissionais de saúde a partir de março, 36 milhões de idosos a partir de abril, 8,2 milhões de indivíduos de grupo de risco e 2 milhões de profissionais de instituições dedicadas a idosos depois de abril — totalizando, portanto, cerca de 50 milhões de habitantes, o equivalente a 40% da população até maio.

No entanto, segundo uma pesquisa da empresa britânica Ipsos Mori com 13 mil pessoas em 15 países, divulgada no fim de janeiro, os japoneses estão entre os mais hesitantes quanto às vacinas contra a Covid-19: 17% declararam desejar firmemente tomar a vacina, um percentual bastante baixo se comparado a 66% no Reino Unido e 68% no Brasil. Na França, foram 29%.

O Globo terça, 16 de fevereiro de 2021

CARNAVAL NO RIO: MAIS UMA NOITE DE FESTAS COM AGLOMERAÇÃO

 

 
 

Carnaval: mais uma noite de festas com aglomerações que continuam até a manhã desta terça-feira

Guarda Municipal interrompeu festa com centenas de pessoas na Praia de Ipanema
O Globocop flagrou uma festa superlotada em uma casa no Vidigal, na Zona Sul Foto: Reprodução/ / G1
O Globocop flagrou uma festa superlotada em uma casa no Vidigal, na Zona Sul Foto: Reprodução/ / G1
 

RIO — A terceira noite do carnaval com folia cancelada pela pandemia foi de aglomeração, música alta e desrespeito às regras sanitárias na Avenida Olegário Maciel, na Barra da Tijuca, e na Zona Sul do Rio. Há registros de festas que seguiram até a manhã desta terça-feira.

Nas areias de Ipanema, a Guarda Municipal interrompeu uma festa que acontecia na altura da Rua Farme de Amoedo. A Rua Dias Ferreira, no Leblon, passou a madrugada lotada. Na Praça São Salvador, em Laranjeiras, centenas de pessoas se reuniram cantando e fazendo batucada.

Pós-carnaval: Defensoria Pública de Saúde estima que Búzios terá aumento exponencial de casos de Covid-19 após o carnaval

O Globocop, da Tv Globo, flagrou uma festa superlotada em uma casa no Vidigal, na Zona Sul, na manhã desta terça-feira.

A Praça Cazuza, no Leblon, esteve lotada a noite inteira desta segunda Foto: Luiza Moraes / Agência O Globo
A Praça Cazuza, no Leblon, esteve lotada a noite inteira desta segunda Foto: Luiza Moraes / Agência O Globo

 

A Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop) diz que aplicou 47 multas e interditou 24 estabelecimentos no Rio desde o início do feriado. As ações de ordem pública para fazer cumprir o decreto que limita a circulação de pessoas no Rio durante o feriado de carnaval não parecem surtir efeito em quem resolveu negar a realidade de que a pandemia ainda não acabou. Pelo terceiro dia seguido, a Avenida Olegário Maciel, na Barra da Tijuca, ficou cheia. Centenas de pessoas passaram a noite reunidas em frente a bares próximos à Avenida Comandante Júlio de Moura, algumas dançando ao lado de caixas de som portáteis. Quase ninguém usava máscara e respeitava o isolamento.

— Vamos tirar isso, porque não vamos chegar lá feias  —  justificou uma das mulheres para as outras que a acompanhavam antes de seguirem andando em direção à aglomeração.

Em frente a restaurantes, que usavam cercados para limitar a presença de clientes, alguns grupos chegavam com combos de energético e gim, e consumiam no local. Um dos frequentadores, com um cavaquinho, improvisou uma roda de samba que reunia dezenas de pessoas em volta cantando em coro. Enquanto a equipe do GLOBO esteve no local, apenas um carro da PM permaneceu estacionado no início da avenida. Não havia presença de agentes municipais.

Aglomeração durante toda a noite desta segunda-feira, na Avenida Olegário Maciel, na Barra da Tijuca Foto: Luiza Moraes / Agência O Globo
Aglomeração durante toda a noite desta segunda-feira, na Avenida Olegário Maciel, na Barra da Tijuca Foto: Luiza Moraes / Agência O Globo

Em Laranjeiras, na Praça São Salvador, a noite também foi de desrespeito às regras sanitárias. Grupos de frequentadores se reuniram no local com um tambor e outros instrumentos. Até as 2h da madrugada eles faziam barulho e rivalizavam com outro grupo que usavam uma caixa de som. Quase ninguém usava máscara.

Na esquina da Rua Dias Ferreira com a Avenida Ataulfo de Paiva, no Leblon, foi mais uma noite de muita aglomeração. Apesar da forte presença da polícia e de guardas municipais, centenas de pessoas lotaram os bares e as calçadas, sem nenhum distanciamento.

FESTAS INTERDITADAS

Na Ilha de Guaratiba, na Zona Oeste, uma festa marcada pela internet que acontecia no Espaço Verde Vila, na Estrada da Ilha, foi interditada por agentes municipais com o apoio de policiais do 27º BPM (Santa Cruz) que apreenderam som, cervejas, energéticos e dispersaram o público do local. Através de monitoramento pelas redes sociais, a operação da Seop na noite dessa segunda-feira também acabou com o evento “Segunda Certa” que acontecia no espaço “7,8. Dançando” na Avenida Dom Hélder Câmara, na Abolição.

No mar:Prefeitura interdita 20 barcos que receberiam festas nesta segunda-feira de carnaval

Na Praia de Ipanema, foram apreendidas três caixas de som que estavam sendo utilizadas por um grupo de centenas de pessoas que festejavam na areia. As equipes da Seop também estiveram no Kastellão, no Engenho de Dentro, Zona Norte, onde estava marcada a festa Spotlight. No momento da fiscalização não havia público, e o estabelecimento foi advertido a não realizar o evento, sob pena de sofrer sanções sanitárias cabíveis.

Balanço geral - Desde a sexta-feira, 12, início das ações para combater aglomerações no período que seria do carnaval, foram realizadas 62 inspeções sanitárias, com 47 autos de infração e 24 interdições, além de 12 apreensões (dez de equipamentos de som e duas de bebidas).

Ambulantes - Nesta segunda, 15, durante fiscalização na orla do Recreio, a Coordenadoria de Controle Urbano (CCU, da Seop) apreendeu uma moenda de calda de cana e dois botijões de gás. Ao todo, desde o dia 12/02, foram fiscalizados mais de 100 ambulantes, com 18 multados e 657 itens apreendidos, incluindo bebidas em garrafas de vidro.

Queixas: Rio, Petrópolis e Niterói têm denúncias de 'vacina de vento'; cidade da Região Serrana aumenta controle sobre imunização

Trânsito - Na fiscalização do trânsito, desde a sexta, 12, a Coordenadoria Especial de Transporte Complementar (CETC) realizou mais de 97 autuações e seis remoções de vans (duas piratas). E a Coordenação de Fiscalização de Estacionamentos e Reboques (Cfer) removeu 688 veículos por estacionamento irregular. Os dois órgãos fazem parte da estrutura da Seop. Nos pontos de bloqueio de acessos à cidade não houve necessidade de barrar nenhum ônibus de fretamento.

Guarda Municipal registra mais de 2.800 ações de fiscalização e auxílios

A Guarda Municipal do Rio registrou 2.893 ações diversas de fiscalização, auxílios e ocorrências registradas entre sexta-feira, dia 12, e a tarde de segunda-feira, dia 15,  pelas forças tarefas regionais que atuam em toda a cidade. Ao todo, foram 133 auxílios, sendo 62 prestados a órgãos municipais, 48 ao público em geral, 16 a turistas nacionais e estrangeiros e 36 apoios a outros órgãos, entre eles, a Polícia Militar e a Capitania dos Portos.

 

Os agentes também registraram 211 ocorrências relacionadas à fiscalização sanitária, 71 notificações aplicadas, além de realizarem 34 ações audiovisuais de conscientização com mensagens sonoras sobre a Covid-19 foram realizadas em variados pontos do Rio.

O esquema operacional funciona diariamente em todas as regiões da cidade, onde as equipes fazem o monitoramento preventivo de diversos estabelecimentos, ruas, praças e espaços públicos para coibir a realização de blocos e eventos, que estão proibidos como medida sanitária para evitar a disseminação da covid-19.

Mais queixas:Acompanhantes de idosos redobram atenção após 'vacina de vento' no Rio

A operação conta ainda com mais seis equipes especializadas, que foram destacadas para atuar no comboio da Secretaria Municipal de Ordem Pública, em ações integradas com as coordenadorias de Controle Urbano, de Licenciamento e Fiscalização, de Fiscalização de Estacionamentos e Reboques, fiscais do Instituto Municipal de Vigilância Sanitária e policiais militares.

Cabe ao agente identificar e neutralizar o surgimento de aglomerações; fiscalizar as regras sanitárias, como o uso de máscara de proteção; observar o uso indevido do espaço público, como a utilização de mesas e cadeiras; coibir a ação de ambulantes irregulares, além de fiscalizar o estacionamento irregular.

Ao todo, a operação conta com cerca de 500 guardas municipais por dia e o apoio de 36 veículos e 32 rádios de comunicação, além de smartphones, para agilizar o contato entre as equipes.

Fiscalização costeira

A Guarda Marítima Municipal impediu a saída de mais 20 embarcações de médio e grande porte, que realizariam passeios com festas no mar saindo da Marina da Glória nesta segunda-feira (15). Os agentes estão atuando desde sábado (13) na fiscalização costeira para coibir festas e eventos irregulares. Ao todo, 63 barcos já foram fiscalizados e tiveram eventos cancelados e sete deles foram impedidos de sair na Marina da Glória e um no Quadrado da Urca, com todos os passageiros tendo de desembarcar no domingo (14). Os responsáveis não possuíam alvará municipal para transporte de passageiros com remuneração ou por atividade turística.

Os organizadores também foram notificados por aglomeração e tiveram os eventos cancelados, incluindo uma festa de 15 anos. A fiscalização cumpre o que determina o Decreto 48.500, de 4 de fevereiro de 2021, que estabelece normas para o uso de áreas públicas e para o exercício de atividades econômicas . Outras embarcações foram abordadas e orientadas pelos agentes com a distribuição de cópia do decreto e da resolução.

Com a ação, a Guarda Municipal espera que outros eventos e festas sejam cancelados, porque a fiscalização continuará sendo realizada diariamente no mar pelas equipes de operações marítimas. Agentes do Subgrupamento de Operações Náuticas seguem atuando em ação conjunta com a Capitania dos Portos para fiscalizar embarcações em alto mar.

Fiscalização de trânsito e transportes

Em toda a cidade foram aplicadas 2.315 multas de trânsito por diversas irregularidades previstas no código de trânsito, entre elas, o estacionamento irregular. Durante a fiscalização nos transportes públicos, os agentes fizeram ainda 89 flagrantes de calote, com a evasão do pagamento da passagem nas estações do BRT e no VLT 

Desde as 5h de sexta-feira, dia 12, agentes do Grupamento Especial de trânsito atuam em ação conjunta com a Seop, SMTR, Detro e Polícia Militar nas barreiras instaladas em pontos estratégicos para evitar a entrada de ônibus, vans e outros veículos de fretamento na cidade. Há outras equipes de contingência para coibir o fechamento de vias entre outras irregularidades de trânsito.


O Globo segunda, 15 de fevereiro de 2021

SORVETE DE ÁGUA DE COCO: RECEITA FÁCIL PARA O VERÃO

 

Sorvete de água de coco é receita fácil para o verão; saiba como fazer em casa

Com poucos ingredientes, é possível preparar a iguaria saudável, um 'isotônico natural', de acordo com especialista
Sorvete de água de coco: receita simples é fácil de ser feita em casa Foto: Divulgação
Sorvete de água de coco: receita simples é fácil de ser feita em casa Foto: Divulgação
 

Bebida muito consumida por brasileiros no verão, a água de coco inspira uma receita simples, prática e saudável, e que pode ser preparada em casa. Com pouquíssimos ingredientes, é possível fazer um sorvete de água de coco com consistência cremosa — e, o melhor, sem as quantidades exageradas de açúcar comuns em produtos industrilados.

— A água de coco possui quantidades significativas de sais minerais, vitaminas e antioxidantes. Os principais componentes da bebida são sódio, potássio, magnésio e vitamina C. Essas características tornam a água de coco um isotônico natural, ideal para ser consumida após atividades físicas intensas ou na correria do dia a dia — ressalta Gislaine Santana, engenheira de alimentos da marca Campo Largo.

Abaixo, veja como fazer o sorvete de água de coco.

Sorvete de água de coco

Ingredientes

  • 500ml de leite de coco;
  • 100ml de água de coco;
  • 1 colher de chá de essência de baunilha;
  • agave (ou mel ou outro adoçante natural) a gosto

Modo de preparo

Numa panela, junte todos os ingredientes e mexa em fogo médio, sem ferver, até que estejam todos bem dissolvidos e a mistura comece a engrossar, tornando-se uma massa homogênea e lisa. Retire do fogo e deixe esfriar. Após esse tempo, leve ao congelador por cerca de cinco horas. Em seguida, retire do congelador, mexa bem, para ficar mais cremoso, e devolva ao congelador por mais três horas antes de servir. Dica: vale repetir esse processo mais de uma vez, para que o sorvete fique mais cremoso.

 


O Globo domingo, 14 de fevereiro de 2021

PRETA GIL: UNINDO FORÇAS PARA O CARNAVAL ONLINE, E MAIS

 

Preta Gil diz que uniu forças para carnaval online após quase um ano 'entregue à inércia'

Cantora comanda versão virtual do Bloco da Preta, que promove campanha de arrecadação para catadores de lata e vendedores ambulantes
 
A cantora Preta Gil, que comanda bloco virtual no carnaval de 2021 Foto: Alex Santana / Divulgação
A cantora Preta Gil, que comanda bloco virtual no carnaval de 2021 Foto: Alex Santana / Divulgação
 

Não fosse a pandemia, Preta Gil cumpriria, nesta época, uma maratona de shows carnavalescos com rotina marcada por 15 noites seguidas praticamente sem dormir e acompanhamento diário de fisioterapeutas, fonoaudiólogos e nutricionistas. À frente do Bloco da Preta, um dos primeiros megablocos no Rio — e que, nos últimos 12 anos, também atrai multidões em cidades como São Paulo, Fortaleza e Salvador —, a cantora vive um fevereiro atípico, mergulhada no que classifica como um “grande ócio”.

Carnaval:  A agenda completa de blocos, festas e shows on-line

— Perdi muitas pessoas queridas, e não tive paz no coração. Até sou cobrada por alguns amigos, que me falam para criar trabalhos novos. Mas minha única alegria é cuidar de mim e dos meus — conta ela. — Meu filho Francisco compôs uma música linda para mim, e que deixei guardada por enquanto.

Filha de Gilberto Gil, com quem dividiu microfone numa liveem junho ao lado da família, Preta interrompe o tal ócio — “uma inércia” que a acompanha desde março de 2020, quando contraiu Covid-19 — para fazer o povo arrastar o sofá de casa para dançar.

Na última sexta-feira, ela já pôde ser vista no comando show virtual “E-carnaval”. Neste domingo, volta a abusar da purpurina: às 16h, apresenta uma versão virtual de seu bloco em transmissão ao vivo no YouTube, com objetivo de arrecadar donativos para vendedores ambulantes e catadores de lata. Está aí, aliás, a explicação para o retorno, ainda que sutil, de seu entusiamo.

É que carnaval não é só brincadeira, afirma a carioca de 46 anos, ressaltando que a folia é o ganha-pão de muita gente.

— Em 2009, quando lancei o bloco, achei que estava indo ali brincar de fazer carnaval. Quando me deparei com mais de cem mil pessoas, vi que não tinha nada de brincadeira naquele trabalho. Lidar com a massa de gente é uma responsabilidade imensa: de cima do trio, separo brigas, ajudo alguém que se perdeu... — diz, recordando-se de ambulantes com quem travou alguma proximidade. — Lembro de uma vendedora que me contou que nunca havia feito tanto dinheiro na vida como naquele dia. Resolvi unir forças porque essa imagem voltou à minha cabeça.

O repertório será o mesmo que ela normalmente leva ao trio elétrico: do frevo ao funk, do axé ao samba, Preta quer promover uma viagem pelos vários carnavais do Brasil, com interpretações para o cancioneiro de nomes como Ivete Sangalo, Amelinha, Timbalada, Caetano Veloso, Moraes Moreira e Alceu Valença.
Preta Gil e os ritmistas do Bloco da Preta, que ganha versão on-line em 2021 Foto: Felipe Panfili / Divulgação
Preta Gil e os ritmistas do Bloco da Preta, que ganha versão on-line em 2021 Foto: Felipe Panfili / Divulgação

Transmitido do terraço do Bossa Nova Mall, no Aterro do Flamengo, a apresentação terá as participações de Alcione, Mumuzinho e Teresa Cristina.

— Mesmo nesse formato de live, o carnaval é a festa do povo. E fazer esse evento acontecer significa, mais uma vez, resistir. Há algum tempo, o carnaval vem sendo demonizado. Não dá para a maior festa popular do país, que sempre representou a catarse da criatividade, ser colocada num lugar menor por causa de questões políticas e religiosas — frisa.

Sem linchar canceladores

Firme em suas opiniões, a cantora tem movimentado as redes sociais com posts sobre o “Big Brother Brasil”, mas acha que o país não está preparado para debater questões sociais importantes por meio de um programa de TV. Na edição com maior número de participantes negros, Preta só se sentia representada por um deles, o rapper, ator e ativista Lucas Penteado, que desistiu da atração, na última semana, após beijar o brother Gilberto e se declarar bissexual — na ocasião, ele foi acusado por colegas de confinamento, como a psicóloga Lumena e a cantora Karol Conká, igualmente pretas, de apenas querer angariar a torcida LGBT.

— Lumena e Karol Conká precisam ser individualmente responsabilizadas por seus erros. Temos que entender que pessoas negras não são representantes de um todo homogêneo — diz.

Embora engrosse o feed de seus perfis no Twitter e no Instagram com referências ao programa, ela faz questão de não embarcar na onda do “cancelamento”, comportamento que vem sendo alimentado por internautas para, desta vez, massacrar figuras como Lumena, o rapper Projota, o ator Fiuk e, especialmente, Karol Conká.

— Precisei aprender a lidar com o ódio nas redes sociais, pois sou criticada desde que me entendo por gente. Mas nunca fui cancelada — afirma. — Karol Conká, Lumena e Projota estão sendo colocados no lixo, e eu não compactuo com isso. Não gostei deles lá, ok. Mas quem sou eu para cancelar alguém? Vejo um tipo de ódio que deseja a morte, e isso me dá medo.


O Globo sábado, 13 de fevereiro de 2021

VOLTA DO CANECÃO GANHA IMPULSO

 

Volta do Canecão ganha impulso com negociação da UFRJ com prefeitura e BNDES

Artistas como Gal Costa, Maria Rita e Zeca Pagodinho relembram seus momentos no palco icônico, que permanece fechado desde 2010
 
Fechado desde 2010, Canecão deve se tornar espaço cultural multiuso; reitora planeja inauguração em 2023 Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
Fechado desde 2010, Canecão deve se tornar espaço cultural multiuso; reitora planeja inauguração em 2023 Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
 

RIO — Durante a passagem de som do show de lançamento de seu primeiro disco, em 2003, Maria Rita perdeu momentaneamente fôlego, pensamento e melodia. Era o peso do palco do Canecão, casa que já  havia recebido sua mãe, Elis Regina, e outras lendas da MPB, de Gal Costa a Gil, de Maysa a Zeca Pagodinho. Fechado desde 2010, o espaço carioca onde se escrevia a história da música brasileira (segundo a frase de Ronaldo Bôscoli estampada numa das paredes) ganha agora um sopro de esperança, com promessas da prefeitura de resolução de um impasse jurídico e o início da discussão, pela UFRJ, sobre o projeto de um novo equipamento cultural no local.

Metropolitan:Como o fechamento da casa marcou o fim de uma era de shows memoráveis no Rio

O Canecão abriu as portas em 1967, num terreno da UFRJ na Avenida Venceslau Brás, em Botafogo. Em 2010, a batalha judicial que se arrastava desde os anos 1970 entre a instituição e o antigo inquilino, o empresário Mário Priolli, culminou na vitória da universidade. Fechada desde então, a casa de shows ainda não pode reabrir por pelo menos dois motivos: a estrutura extremamente comprometida do prédio e uma restrição prevista na lei de zoneamento municipal de 1976, que impede a construção de estabelecimentos de diversão naquele endereço.

Empossada em 2019, a reitora da UFRJ, Denise Pires de Carvalho, chegou a articular com o ex-prefeito Marcelo Crivella uma tentativa de mudança na lei, mas os planos foram interrompidos pela pandemia. Agora, o prefeito Eduardo Paes afirma que um projeto de lei com a alteração necessária está sendo elaborado.

— Vamos mudar a lei. Já mandei preparar o projeto e iremos enviá-lo à Câmara ainda no início do ano legislativo — promete Paes.

Estudo do BNDES

É o primeiro passo para a reabertura do espaço, objeto de estudo encomendado pela UFRJ ao BNDES em 2018, cujo resultado chega à universidade este mês. O estudo buscou identificar possíveis parcerias com empresas privadas para o uso do terreno do Canecão e de outros imóveis da instituição. Em contrapartida, os vencedores das licitações deverão assumir reforma e construção de restaurantes e moradias estudantis. A concessão está prevista para até 50 anos.

A estreia do show 'Os doces bárbaros', em agosto de 1976, com Gil, Gal, Caetano e Bethânia Foto: Antonio Ney / Agência O Globo
A estreia do show 'Os doces bárbaros', em agosto de 1976, com Gil, Gal, Caetano e Bethânia Foto: Antonio Ney / Agência O Globo

— O trabalho do BNDES define um modelo básico de equipamento cultural para o Canecão. A ideia é que seja mais do que uma casa de shows. Queremos algo como a Casa da Ciência, com exposições e dias da semana destinados a eventos da universidade, como colações de grau e espetáculos dos cursos da área teatral — diz Denise, que pretende começar a discutir o formato e o novo nome do espaço a partir do mês que vem.

 

Não há previsão de quanto será necessário para reconstruir o Canecão. Segundo a reitora, a demolição de parte da estrutura será inevitável. Mas ela pretende preservar o mural de 32 metros criado por Ziraldo, a ser restaurado por alunos da Escola de Belas Artes.

— Quero inaugurar o espaço antes do término do meu mandato, em 2023 — planeja.

Memórias

A desconfiança com as promessas de retorno não é maior que a esperança do cantor Elymar Santos, que há anos evita passar em frente ao Canecão. Ele, que vendeu carro e apartamento para alugar aquele palco por uma noite, em 1985 — num episódio que entrou para a história do Rio —, diz que não aguenta a saudade.

— O último show foi da Bibi Ferreira. Na plateia, estávamos eu, Fernanda Montenegro, Simone, todos sem acreditar no que estava acontecendo. Pensava que em um mês seria reaberto. Mas fechou de vez, com temporada minha marcada. Me senti órfão, o Canecão tem um quê que ninguém nunca vai saber o que é — diz.

Foi nesse “palco mágico”, nas palavras de Elymar, que Roberto Menescal subiu depois de oito anos sem se apresentar, a convite de Gal Costa, num show dela em 1980. À época, Menescal era diretor da Polygram e queria entregar um disco de ouro à cantora. Mas quem fez a surpresa foi Gal: apontou para um violão no canto do palco e pediu que o fundador da Bossa Nova desse uma palinha da música “Faceira”.

— Nem violão em casa eu tinha mais. Pela primeira vez eu vi o Canecão de cima do palco — recorda o artista.

Já Paulo Ricardo não se esquece do dia em que foi surpreendido por Tom Jobim em seu camarim:

— Estava em temporada com o RPM, lá por 1986, quando, uma noite, Tom Jobim entra acompanhado do filho adolescente, dizendo que queria um autógrafo. Eu falei: “Não, pelo amor de Deus, primeiro o seu.” Toda vez que entrava ali era especial, porque foi no Canecão que assisti ao primeiro show da minha vida: Roberto Carlos.

Zeca Pagodinho, que acaba de disponibilizar vídeos inéditos da gravação do disco “Zeca Pagodinho ao vivo”, de 1999, em seu canal do YouTube, revela que, no início, não queria se apresentar na casa.

— Eu pensava que não tinha nada a ver com o Canecão. Mas a fila do primeiro dia estava dobrando a rua, e meu empresário falou: “Vamos gravar um disco ao vivo amanhã.” Era um lugar maravilhoso. Foi a partir dali que passei a me apresentar em casas de shows. Se reabrir, é claro que eu vou.

Maria Rita endossa:

— A casa tinha uma energia ímpar. As pessoas entendiam que, se o show funcionasse no "Caneco", funcionaria em qualquer lugar. Sem querer soar saudosista, mas só quem viveu aquilo ali entende.


O Globo sexta, 12 de fevereiro de 2021

PUDIM COM CALDA DE CAJÁ: CHEF LUÍSA JUNGBLUT DÁ O TOQUE REGIONAL À SOBREMESA

 

Chef Luísa Jungblut dá toque regional ao pudim com calda de cajá

No comando da confeitaria do Hotel Emiliano Rio, a cozinheira ensina como não errar na hora da sobremesa
Pudim de leite de coco com calda de cajá Foto: G Lab
Pudim de leite de coco com calda de cajá Foto: G Lab
 

Nos 10 anos do Rio Gastronomia, a série "Faça você mesmo" traz dicas práticas e rápidas para você. No vídeo,  a chef Luísa Jungblut, do Hotel Emiliano Rio, ensina como fazer pudim de leite de coco com calda de cajá.

 

 


O Globo quinta, 11 de fevereiro de 2021

SOPHIA LOREN AOS 86 ANOS: SEMPRE TENTEI INTERPRETAR MULHERES FORTES

 

Sophia Loren, 86 anos: 'Sempre tentei interpretar mulheres fortes'

Atriz italiana fala sobre as personagens que escolheu na carreira, revela os preconceitos que sofreu na infância por ter crescido sem pai presente e conta que ainda se sente insegura no set: 'Me recomponho e digo a mim mesma que sei os meus sentimentos'
A atriz Sophia Loren como Rosa, no filme 'Rosa e Momo', de 2020, dirigido pelo seu filho mais novo, Edoardo Foto: Reprodução
A atriz Sophia Loren como Rosa, no filme 'Rosa e Momo', de 2020, dirigido pelo seu filho mais novo, Edoardo Foto: Reprodução
 

Sophia Loren é uma das mulheres mais conhecidas do mundo, um tipo de estrela que o cinema não faz mais. Mas pergunte à atriz italiana de 86 anos se ela alguma vez quis ser uma pessoa normal, e ela vai ficar intrigada: "Por que você acha que ser uma estrela não é normal?", questiona a atriz. "Dizem que sou uma estrela; eu não sei. Eu sempre me senti normal."

Ser uma estrela já deve ter virado rotina para ela, famosa desde antes de a Humanidade pisar na Lua. Loren já interpretou trabalhadoras do sexo, imigrantes, espiãs e donas de casa, ao mesmo tempo em que era chamada de "vamp" ou "adorno". Em 1960, pela atuação em "Duas Mulheres", dirigido por Vittorio de Sica, ela se tornou a primeira atriz a ganhar um Oscar por um papel em um filme de língua não inglesa. Loren já ganhou cinco Globos de Ouro, um Grammy, a copa Volpi, no Festival de Cinema de Veneza; o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes; e o prêmio pelo conjunto de sua obra dado pela Academia de Hollywood. Loren tem estrela na calçada da fama, e os Rolling Stones compuseram uma canção sobre ela "Pass the Wine (Sophia Loren)". Se ela não é uma estrela, ninguém mais é.

Em entrevista ao jornal britânico "The Independent", Sophia Loren revela o medo que sente da Covid-19, relembra o diretor Vittorio de Sica, sua preferência por interpretar mulheres de personalidade forte, o preconceito que sofreu na infância por ter crescido sem pai presente e por que escolheu dar um tempo na carreira para ficar com os filhos. Leia abaixo trechos da entrevista:

Pandemia de Covid-19

"Eu não sei o que fazer com a minha vida. Estou em casa, eu não saio. Não quero sair, estou morrendo de medo."

Personagens

"Meu papel em Rosa e Momo [em que atua sob direção do filho Edoardo Ponti] é muito bonito. Ela é forte, frágil, divertida, tocante... é tudo que uma mulher é e tudo o que eu sempre quis levar à tela. Na minha carreira, eu sempre tentei interpretar mulheres de personalidade forte. São mulheres que lutam para que a vida seja melhor."

A família

"Eu nasci em uma família que não era tradicional, em uma instituição de caridade para mulheres que não eram casadas. As outras crianças na escola tinham famílias com pais. Eu não diria que tinha inveja, porque amava meus amigos, mas eu não era como eles. Sim, me sentia diferente. E os meninos faziam piada comigo, o que me causava muito sofrimento. Mas o fato de a minha mãe não ser casada não fazia de nós menos uma família do que as das outras pessoas. Talvez tenha nos tornado ainda mais fortes porque nos unimos pelo fato de que não éramos como os outros. Falar sobre isso pode ajudar meninas e meninos a sentirem orgulho das famílias que têm. Todos nós merecemos ser amados de forma profunda e honesta."

Beleza

"Quando Carlo Ponti [produtor de cinema e marido de Loren] me conheceu, sugeriu que eu operasse o meu nariz. Eu disse: 'Se tiver que mudar o nariz, volto para Puzzuoli' [cidade na província de Nápoles, onde a atriz nasceu]. Eu tive a sorte de receber papéis que foram bons para a minha aparência e bons também para o meu interior."

 

Vittorio de Sica

"Eu tinha 16 anos e não sabia nada. Se não tivesse conhecido de Sica [diretor de alguns de seus melhores filmes], acho que não teria me saído tão bem. Ele foi um ótimo diretor de atores e me deu força para continuar e me disse para nunca ter medo de ousar. Nunca".

Maternidade

"Eu sempre sonhei com uma casa, filhos, família. Meus dois filhos [Carlo Jr. e Edoardo] são lindos. A memória que quero guardar é do início da gravidez, quando pensava que seria mãe. Se eu continuar, vou chorar. Você não me conhece, eu sou assim. Um dia, em casa, acho que nos anos 80, eu me dei conta que trabalhava desde os 17 anos. Então pensei que não aproveitava nada porque não podia estar com os meninos. Eu disse a mim mesma que iria tirar um tempo com as crianças, dar um tempo do cinema."

Confiança

"Muitas vezes fico trágica no trabalho, dizendo que não estou atuando bem. É uma defesa. Se tenho uma cena importante, penso que não sei se posso fazê-la. Eu não estudei Arte Dramática formalmente, por isso não sei nada. Até que eu me recomponho e digo a mim mesma que, sim, eu sei. Eu sei os meus sentimentos."


O Globo quarta, 10 de fevereiro de 2021

BRITNEY SPEARS: ATRIZ SE MANIFESTA SOBRE AS POLÊMICAS DE DOCUMENTÁRIO SEU

 

Britney Spears se manifesta sobre as polêmicas de seu documentário: 'Estou tendo tempo para aprender e ser normal'

O filme explora sua ascensão meteórica à fama, o tratamento cruel da mídia, as lutas públicas contra a saúde mental e a batalha em curso pela tutela com o pai, Jamie Spears
Britney Spears Foto: Reprodução
Britney Spears Foto: Reprodução
 
 

Britney Spears utilizou o Twitter na última terça-feira para quebrar o silêncio sobre o novo documentário que coloca sua luta pela tutela com seu pai, Jamie Spears, no centro das atenções mais uma vez. Ela afirma que as pessoas costumam ser mais complexas do que parecem, ao mesmo tempo em que admitiu estar tentando 'aprender' e ser uma 'pessoa normal' agora.

“Lembre-se, não importa o que pensemos que sabemos sobre a vida de uma pessoa, isso não é nada comparado com a pessoa real que vive atrás das lentes”, escreveu Britney.

A cantora também refletiu sobre a vida enquanto compartilhava um vídeo dela cantando seu hit "Toxic" no baile de Natal de 2018.

"Não posso acreditar que essa performance de Toxic é de 3 anos atrás!!!", disse a estrela, cuja última apresentação ao vivo foi em outubro do mesmo ano.

 "Sempre vou adorar estar no palco ... mas estou dedicando um tempo para aprender e ser uma pessoa normal ... Eu amo simplesmente aproveitar o básico da vida diária!!!", acrescentou.

O documentário Framing Britney Spears, produzido pelo New York Times, tem repercutido bastante entre os fãs da estrela. O filme explora sua ascensão meteórica à fama, o tratamento cruel da mídia, as lutas públicas contra a saúde mental e a batalha em curso pela tutela com o pai.


O Globo terça, 09 de fevereiro de 2021

CHURROS DE TAPIOCA COM VATAPÁ: RECEITA CARNAVALESCA DA CHEF MORENA LEITE

 

Churros de tapioca com vatapá; receita carnavalesca da chef Morena Leite

A baiana ensina o passo a passo do petisco que leva frutos do mar
Churros de tapioca com vatapá de frutos do mar Foto: G Lab / O Globo
Churros de tapioca com vatapá de frutos do mar Foto: G Lab / O Globo
 

Nos 10 anos do Rio Gastronomia, a série "Faça você mesmo" traz dicas práticas e rápidas para você. No vídeo, a chef Morena Leite, do restaurante Capim Santo, ensina como fazer o churros de tapioca com vatapá de frutos do mar.

 


O Globo segunda, 08 de fevereiro de 2021

NHOQUE DE BATATA BAROA: APRENDA A FAZER

 

Aprenda a fazer nhoque de batata baroa com funghi ao molho de manjericão

Chefs Philipe Martins e o Gabriel Nigro, do restaurante FEU, ensinam receita vegetariana e fácil de ser reproduzida em casa
Nhoque de baroa com funghi ao molho persillade de manjericão: receita do restaurante FEU Foto: Alex Woloch / Divulgação
Nhoque de baroa com funghi ao molho persillade de manjericão: receita do restaurante FEU Foto: Alex Woloch / Divulgação

O passo a passo de como fazer nhoque de batata baroa é explicado, de maneira prática, pelos chefs Philipe Martins e o Gabriel Nigro, do restaurante FEU, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.

A dupla ensina como reproduzir uma de suas criações contemporâneas em casa. Confira abaixo como preparar a massa, um nhoque de mandioquinha (batata baroa) com funghi ao molho de manjericão, com acompanhamento de chips de parmesão.

Receita de nhoque de baroa com funghi ao molho persillade de majericão

Ingredientes (para o molho)

  • 3/4 de xícara de óleo (150g);
  • 1/4 de xícara de alho descascado (50g);
  • 2 xicaras de folha de manjericão (200g);
  • 1/4 de xícara de suco de limão siciliano (50g);
  • sal e pimenta-do-reino a gosto

Modo de preparo (do molho)

Pique ou fatie o alho. Acrescente a uma panela com o óleo e leve ao fogo médio para baixo. Deixe o alho fritar até ficar crocante. Peneire o alho e use para outras preparações. Reserve o óleo, refrigerando-o, se possível. Retire o talo do manjericão e pique as folhas grosseiramente. Leve a um liquidificador com o óleo, o sal e a pimenta. Pulse até tomar textura de molho espessa, quase uma pasta. Acrescente o suco de limão para pegar o ponto correto e ganhar a acidez. Reserve o molho na geladeira até seu uso.

Ingredientes (para o chips de parmesão)

  • 1/2 xícara parmesão (100g)

Modo de preparo (do chips de parmesão)

Rale o parmesão em ralador fino e salpique numa frigideira antiaderente sem deixar espaços muito grandes entre eles. Leve ao fogo baixo e deixe o queijo derreter, secando até soltar da panela. Ele continuará um pouco mole e endurecerá depois de esfriar. Reserve sobre um prato em temperatura ambiente até seu uso.

Ingredientes (da massa)

  • 1 xícara de funghi secchi (100g);
  • 1,5 kg de batata-baroa;
  • 2 ovos;
  • 1 e 1/2 xícara (chá) de farinha de trigo (300g);
  • 1 colher de sopa de sal refinado (15g);
  • 1 pitada de açafrão-da-terra (opcional);
  • farinha para polvilhar;
  • água para cozinhar a massa;
  • sal para a água;
  • azeite para refogar

Modo de preparo (da massa)

Deixe o funghi de molho em meio litro de água por, pelo menos 1 hora para hidratar. Se quiser acelerar o processo, ferva a água. Retire o funghi com uma escumadeira e esprema o excesso de água. Peneire e reserve esta água para cozinhar a batata.

Corte a batata, com casca e tudo, em rodelas de 1 centímetro. Coloque para cozinhar em água com sal sem deixar a água ferver. Quando a batata estiver macia ao garfo, escorra e deixe toda umidade ir embora. Você pode guardar essa água para cozinhar o nhoque também. Passe a batata por um amassador para transformar em purê. Se quiser um purê bem lisinho, passe por uma peneira, mas essa etapa é opcional.

Misture o cogumelo, metade da farinha, os ovos e o sal à massa. Vá acrescentando a farinha aos poucos até a massa chegar ao ponto, que é quando ela para de grudar na mão. Se tiver tempo, enrole a massa num filme PVC e leve à geladeira por meia hora. Isso irá dar mais firmeza ainda na hora de modelar.

 
 

Faça pequenas bolinhas de 3 centímetros de diâmetro e posicione sobre um pano salpicado de farinha. Uma colher de sorvete pequena com alavanca pode ser uma grande aliada neste momento para deixá-las no mesmo padrão.

Cozinhe a massa na água quente com sal sem deixar entrar em ebulição até a massa subir. Se não for usar na hora, disponha a massa cozida num bowl com água e gelo por 5 a 10 min e guarde na geladeira, besuntando-a em azeite ou óleo por até 4 dias.

Aqueça uma frigideira em fogo médio para alto com um fio de azeite. Refogue as bolinhas cozidas até criar uma leve casquinha dourada, virando uma vez para criar a mesma casquinha do outro lado. Sirva sobre 3 colheres de sopa do molho, aquecido ou não, com os chips de parmesão quebrados dispostos como na foto.

Você também pode salpicar o alho frito por cima.


O Globo domingo, 07 de fevereiro de 2021

FLAMENGO X BRAGANTINO: HOJE TEM GOL DE GABIGOL OU DE CLAUDINHO?

 

Flamengo x Bragantino: hoje tem gol de Gabigol ou de Claudinho?

Meia lidera artilharia do Brasileiro, que foi do atacante rubro-negro nas duas últimas edições
Claudinho e Gabigol se enfrentam neste domingo no jogo entre Bragantino e Flamengo Foto: Montagem sobre fotos de Ari Ferreira/Red Bull Bragantino e Marcelo Cortes/Flamengo
Claudinho e Gabigol se enfrentam neste domingo no jogo entre Bragantino e Flamengo Foto: Montagem sobre fotos de Ari Ferreira/Red Bull Bragantino e Marcelo Cortes/Flamengo
 

Paulista de 24 anos, com faro de gol apurado e goleador no Brasileiro. Um resumo pertinente para descrever o atacante Gabigol, do Flamengo. Porém, até o momento, este ano, tais credenciais cabem a um nome menos conhecido nacionalmente: Claudinho, do Bragantino, adversário do rubro-negro neste domingo, às 20h30, em Bragança Paulista.

Flamengo x Internacional:Confira as chances de vitória de cada time rodada a rodada

Na última rodada, Claudinho, que é meia-atacante, balançou as redes e chegou a 17 gols, ultrapassando Thiago Galhardo, do Internacional. São seis a mais que o atacante do Flamengo, que marcou 11 vezes no campeonato em uma temporada marcada pela pandemia, lesões e alguns jogos no banco de reservas.

 A quatro rodadas do fim, Claudinho está no caminho de desbancar o artilheiro das duas últimas edições do Brasileirão. Desde que retornou ao Brasil, Gabigol foi o maior goleador em 2018 (18 gols), pelo Santos, e 2019 (25 gols), já pelo Fla. Na temporada atual, entretanto, o atacante sequer detém a artilharia do time na competição. O posto é de Pedro, com 13.
 

Análise:Flamengo chega à reta final com o melhor futebol dentre os candidatos ao título

Claudinho é a principal peça do técnico Mauricio Barbieri para atrapalhar os planos do Flamengo, que está a dois pontos do líder Internacional, que joga contra o Sport, quarta-feira. Não só pelo faro de artilheiro. Ele também se destaca como o “garçom” do time. Já são seis assistências na competição. Somadas aos 17 gols, são 23 participações diretas dentre os 48 gols marcados pelo Bragantino.

Melhor de janeiro

Praticamente 50% dos gols do time passam pelos pés de Claudinho, que ainda pode entrar para a história do clube, cuja camisa defende desde setembro de 2019, quando houve a fusão do Red Bull Brasil com o Bragantino.

Kfouri:Quem acha que o 'como' não importa no futebol precisa pensar no que diria se o Flamengo jogasse tal qual o Inter

Com 100 partidas, ele está a três gols de se tornar o maior artilheiro do Bragantino na Série A. Hoje, a marca é de Silvio e Kelly, ambos com 19 gols, somando mais de uma edição.

—Eu acho que me sinto parte da história do clube. Consegui ganhar a Série B, levar o time para a Série A e acabar me destacando neste campeonato com a camisa do Red Bull Bragantino. Se Deus quiser, vou continuar o trabalho assim e ficar eternizado na história do clube — disse Claudinho em entrevista à CBF após ser eleito o jogador do mês de janeiro pela entidade.

 

Apesar da projeção nacional pelo Bragantino, Claudinho é um velho conhecido futebol paulista. Surgiu na base do Santos, onde começou na escolinha aos seis anos, destacou-se ainda nos juniores e foi contratado pelo Corinthians, aos 18 anos. Lá fez parte do time campeão Brasileiro em 2015, mas só estreou na equipe profissional no ano seguinte.

Libertadores 2021:brasileiros enfrentam times do Peru e Venezuela na fase preliminar; confira os jogos

A carreira não deslanchou e começou a rodar por times de São Paulo, como Oeste, Santo André, o próprio Bragantino e Ponte Preta.

Tudo mudou em 2019. Claudinho já fazia parte do elenco do Red Bull, quando a parceria entre a marca e o Bragantino foi fechada. Sob o comando do técnico Antônio Carlos Zago, o jogador achou sua posição ideal em campo. Deixou a ponta, passou a ser o maestro do time campeão da Série B com duas rodadas de antecedência e foi eleito o melhor jogador da competição.

Barreto: O Botafogo caiu porque não encontrou um modelo eficiente de gestão

Agora, o sonho é mais alto. Em alta, com 47 pontos, o Bragantino passou a mirar uma vaga na Libertadores — desde que a configuração final conceda oito vagas na competição continental. A Sul-Americana é uma realidade praticamente.

Por isso, o jogo é considerado decisivo e tão difícil pelo rubro-negro. Não fosse pela pandemia, hoje, no Nabi Abi Chedid, haveria também uma disputa de placas nas arquibancadas: “Hoje tem gol do Claudinho” x “Hoje tem gol do Gabigol”.

O Globo sábado, 06 de fevereiro de 2021

RECEITA DE TIRAMISÙ: SAIBA COMO PREPARAR A TÍPICA SOBREMESA ITALIANA

 

Receita de tiramisù: saiba como preparar a típica sobremesa italiana

Rita Lobo recebe o jornalista Rodrigo Bocardi para preparar o doce e conversar sobre papéis na cozinha
Tiramisù: Rita Lobo ensina a preparar a receita no programa "Cozinha prática" Foto: Reprodução
Tiramisù: Rita Lobo ensina a preparar a receita no programa "Cozinha prática" Foto: Reprodução

No dia a dia das gravações do programa "Cozinha prática", a apresentadora Rita Lobo costuma repetir a seguinte máxima:

- Alimentação não é assunto da dona de casa: é assunto da casa!

Para conversar sobre o papel de todos, homens e mulheres, na cozinha, Rita recebeu o jornalista Rodrigo Bocardi, da TV Globo, em um encontro na programação Nhac GNT. Enquanto davam o recado, os dois prepararam uma deliciosa receita de tiramisù, a típica sobremesa italiana.

A apresentadora Rita lobo e o jornalista Rodrigo Bocardi ensinam como preparar um tiramisu, tradicional sobremesa italiana.
A apresentadora Rita lobo e o jornalista Rodrigo Bocardi ensinam como preparar um tiramisu, tradicional sobremesa italiana.

 

No Instagram, Bocardi reforçou a mensagem: - Quero falar com os homens que chegam em casa depois de um dia cansativo de trabalho, tomam aquele banho, botam o pijamão, sentam no sofá pra ver TV e esperam a esposa dizer: 'vem, meu bem, que a comida já está na mesa. vai logo, vai esfriar.' - escreveu o jornalista.

Essa é a dica: hoje, experimente preparar uma refeição a dois. Fica bem mais gostoso!

 

O Rio Gastronomia é uma realização do jornal O GLOBO com apresentação do Senac RJ e do Sesc RJ, patrocínio master do Santander, patrocínio de Naturgy e Stella Artois, apoio do Gosto da Amazônia, Água Pouso Alto e Getnet, e parceria do SindRio.


O Globo sexta, 05 de fevereiro de 2021

FERA FISCHER FALA DE LAÇOS DE FAMÍLIA, E MAIS

 

Vera Fischer fala de 'Laços de família' e adianta como vai comemorar os 70 anos

THAYNÁ RODRIGUES

 
 
 
Vera Fischer fará 70 anos em 2021 (Foto: Callanga e Amarelo Urca)
Vera Fischer fará 70 anos em 2021 (Foto: Callanga e Amarelo Urca)

 

Vera Fischer se reinventou em 2020 e segue a pleno vapor em 2021. Nos últimos meses, a atriz se dedicou a produzir conteúdos sobre séries e cinema para suas redes sociais e se deliciou ao ver retornar ao ar duas de suas obras de sucesso: "Laços de família", no Vale a Pena Ver de Novo, e "Riacho doce", no Globoplay. O contato virtual com o público foi uma das maneiras de superar o distanciamento imposto pela quarentena. Ela explica:

— Do "antigo" normal, sinto falta das pessoas. Mas estou me adaptando a esse mundo que mudou. Não fico esperando a volta (de tudo como era antes). Eu não gosto de esperar nada! Segui em frente aceitando as mudanças. O audiovisual mudou, mas o que persiste é o bom trabalho. E este eu continuo fazendo. Fiz muitas entrevistas, participações em programas... Tudo de casa, pelo celular. Fiz a websérie "Reflexos", faço a "Vera Theater" (leitura de textos de teatro) no Instagram e até virei super heroína (numa campanha publicitária). O isolamento também trouxe possibilidades e temos que aproveitar. 

— Fico muito feliz de inspirar as pessoas. Falo o que penso sobre as coisas. Às vezes isso tem um preço alto, viu? Mas se eu puder dar um conselho geral às mulheres seria: "Sejam autênticas!" É a melhor atitude para manter a autoestima.

 

Em "Laços de família", sua personagem, Helena, também é vista como uma fortaleza. As dificuldades dos filhos, Camila (Carolina Dieckmann) e Fred (Luigi Baricelli) são das poucas coisas que tiram a personagem do prumo. 

— Não creio que ela seja superprotetora. Eu acho que ela é mãe (risos). Eu acho que dá para ser uma mãe dedicada, que faz tudo pelos filhos, e ainda estimular a independência deles — diz ela, que tem Rafaela, de 40 anos, e Gabriel, de 28: — Durante a pandemia, não a vejo porque ela mora em São Paulo. Não vamos nos encontrar até chegar a vacina, para ficarmos em paz. Já com ele eu vejo filme junto, tomo sol, nós conversamos sobre a vida... Temos reuniões ótimas.

Ainda na novela exibida no Vale a Pena Ver de Novo, a personagem de Vera Fischer é cercada por pretendentes. Após abrir mão de Edu pela filha, ela ainda é cortejada por Miguel (Tony Ramos) e Pedro (José Mayer). Na vida real, ela explica como funciona o flerte:

— Na vida real, não é bem assim, não (risos)! Eu não vivo cercada de pretendentes. Isso acontece uma vez ou outra, muito raramente. Porque eu sou uma pessoa que só deixa as outras chegarem mais ou menos perto quando me interesso também. 

O que também ainda está distante é o aniversário de 70 anos da artista que, no entanto, acontecerá em 2021. Por isso, Vera já faz planos de comemorar com projetos profissionais:

— Eu percebo que o caminho de 2021 é cheio de ramificações, para todos os lados. E eu posso ir por todas elas. Vou comemorar com um projeto ousado e incluí a arte nele de várias maneiras. Tenho planos de publicar meu quinto livro e de lançar uma coleção de joias com a minha assinatura. Há algum tempo, eu desenho e mando confeccionar algumas das minhas joias, mas quase ninguém sabe. Planejo também o lançamento de uma linha de produtos de beleza e uma exposição dos meus quadros, além de ter uma peça e um filme programados. E eu não tenho medo da chegada da idade. Não tenho o mesmo problema do Capitão Gancho, não passo a vida com medo dos tic e tacs. O tempo passa e ponto. Não sou assombrada por ele. Eu lido com ele buscando novas possibilidades.

Vera Fischer como Helena em cena de 'Laços de família' (Foto: Reprodução)
Vera Fischer como Helena em cena de 'Laços de família' (Foto: Reprodução)

 


O Globo quinta, 04 de fevereiro de 2021

A ESTILISTA SOL AZULAY CRIA O DELIVERY COUSCOUS, COM RECEITAS MARROQUINAS DA AVÓ

 

A estilista Sol Azulay cria o delivery Couscous, com receitas marroquinas que eram preparadas pela avó

O menu junta clássicos da avó com criações contemporâneas de Sol: de tagine de frango com tâmaras a saladas bem diferentes e terrines variadas
Salada de grão de bico com pepino, tomatinhos, cebola roxa, gergelim e cubinhos de queijo feta Foto: Catarina Ribeiro
Salada de grão de bico com pepino, tomatinhos, cebola roxa, gergelim e cubinhos de queijo feta Foto: Catarina Ribeiro
 

Por muitos anos, a família Azulay tinha um programa cativo na sexta-feira: um jantar judaico marroquino preparado pela matriarca Sol, mãe de David, criador da Blueman, e Simão, da Yes, Brazil, e avó de Sharon (que segue com a Blueman), Thomaz (que lançou a The Paradise) e Sol (que tem o ateliê S.A focado em vestidos de casamento). “Meu pai e meu tio levavam toda a fábrica. Eram jantares para 60 pessoas. A equipe foi morrendo, os jantares continuaram só que com umas oito pessoas à mesa, mas a quantidade de comida mantinha-se a mesma, feita para um batalhão”, lembra Sol.

Um banquete do Couscous, de Sol Azulay, com pratos judaicos marroquinos Foto: Catarina Ribeiro
Um banquete do Couscous, de Sol Azulay, com pratos judaicos marroquinos Foto: Catarina Ribeiro

Quando a avó se foi, em 2010, a estilista começou a fazer alguns pratos tradicionais da família. Seu cuscuz ficou famoso. Mas só durante a pandemia, ao ficar com a agenda mais tranquila, com casamentos adiados, ela teve tempo para se debruçar nos pratos marroquinos que provou a vida toda, mas cuja a receita desconhecia. “Tenho necessidade de mexer com as mãos. Como não estou bordando vestidos ou fazendo flores, comecei a cozinhar mais. Me dá um prazer enorme. Principalmente essa comida com história, de judeus que vieram para Belém do Pará e mantiveram seus costumes. Minha avó comia cuscuz com acaí e cordeiro com marshmallow de cupuaçu. Tem ancestralidade, muita história e isso me motiva a seguir com essas receitas”, conta Sol. “Percebi que a comida da nossa família era rara, não tinha em outros lugares. Passa longe de quibe, esfirra, lentilha e outros clássicos da gastronomia sírio-libanesa. Os ingredientes e temperos são usados de diferentes formas.”

Sol Azulay, a estilista que virou chef Foto: Divulgação
Sol Azulay, a estilista que virou chef Foto: Divulgação

A marca Couscous nasceu no fim de 2020 e a entrega é apenas uma vez por semana, às sextas. O menu junta clássicos da avó com criações contemporâneas de Sol. Preparos como tagine de frango com tâmaras (R$ 65, 600g); pastillas de carne (R$ 75, 600g), uma torta folhada em massa filo crocante, recheada com ragu de carne, berinjelas, cebolas carameladas, amêndoas e especiarias; além de cordeiros, saladas bem diferentes e, claro, diversas formas de cuscuz. Ainda tem docinhos, bolos e entradas, como terrines, da ala das novas criações.

Terrine de beterraba com boursin de cabra Foto: Catarina Ribeiro
Terrine de beterraba com boursin de cabra Foto: Catarina Ribeiro

Animada que só, a nova chef do pedaço já pensa em, quando a pandemia passar, ter uma portinha na rua para servir seu cardápio. E também quer preparar jantares na Casa 9, casarão na Urca que divide com o cabeleireiro Vini Kilesse, e até produzir casamentos completos, do vestido até o bufê. “Hoje, a minha fábrica está assim: tem uma assistente em uma sala fazendo uma luminária, outra bordando flores para a The Paradise, uma terceira preparando as embalagens e eu na cozinha. Sou tudo ao mesmo tempo. Tenho prazer de alimentar o outro. Minhas porções são sempre generosas, adoro saber o que acharam dos pratos, levar uma mesa farta até a casa das pessoas. Herdei isso da minha avó. Assim como as panelonas enormes que ela usava nos seus jantares e agora são da Couscous”, conta Sol, que ainda acumula a apresentação do programa “Feito com amor”, exibido no GNT.

Os pedidos podem ser feitos pelo Instagram @couscous_rj ou pelo telefone (21) 99773-2285.

O Globo quarta, 03 de fevereiro de 2021

SUGESTÕES COM MANGA PARA QUALQUER REFEIÇÃO DO DIA

 

 

Sugestões com manga para qualquer refeição do dia

Rita Lobo ensina variadas receitas com a fruta em nova produção Nhac GNT para o site Rio Gastronomia
Um pomar e suas muitas possibilidades na cozinha: as dicas de hoje giram em torno da manga Foto: Divulgação
Um pomar e suas muitas possibilidades na cozinha: as dicas de hoje giram em torno da manga Foto: Divulgação
Você sabe como fazer um sorbet de manga? Rita Lobo sabe – e explica no vídeo abaixo, nova contribuição do canal Nhac GNT para o site Rio Gastronomia. Nesta aula bem prática e rápida, a apresentadora do programa Cozinha Prática dá dicas para descascar a fruta sem desperdiçar a polpa, ensina a preparar a manga como acompanhamento do peixe no prato principal e ainda oferece duas opções para a hora da sobremesa: grelhada, com cuscuz de tapioca, e flambada no rum, servida ao lado de sorvete.

Tudo isso em pouco mais de 1 minuto. Confira:

Para o Rio Gastronomia, a chef Rita Lobo ensina dicas para preparar receitas com manga que pode ser servida congelada, como um sorbet, grelhada na manteiga ou flambada ao rum.
Para o Rio Gastronomia, a chef Rita Lobo ensina dicas para preparar receitas com manga que pode ser servida congelada, como um sorbet, grelhada na manteiga ou flambada ao rum.

 

O Rio Gastronomia é uma realização do jornal O GLOBO com apresentação do Senac RJ e do Sesc RJ, patrocínio master do Santander, patrocínio de Naturgy e Stella Artois, apoio do Gosto da Amazônia, Água Pouso Alto e Getnet, e parceria do SindRio.


O Globo terça, 02 de fevereiro de 2021

MARCELLA RICCA FALA SOBRE CASAMENTO COM VITÓRIA STRADA

 

Marcella Ricca fala sobre casamento com Vitória Strada: 'Vai ser com a família toda'

Atriz adianta que festa só será feita quando a pandemia tiver acabado
A atriz Marcella Ricca Foto: Divulgação/Vitória Strada
A atriz Marcella Ricca Foto: Divulgação/Vitória Strada
 

A empolgação de Marcella Rica com o futuro parece passar pelo sinal de telefone. É que não lhe faltam motivos para sorrir: A moça está no elenco da série "Filhas de Eva", com estreia prevista para este semestre na Globoplay, e cheia de trabalhos à frente da sua produtora de conteúdo audiovisual e digital.

Entrevista:Fernanda Nobre fala sobre novela, feminismo e relação aberta

Na nova série, Marcella fará versão mais jovem da personagem de Renata Sorrah, aparecendo em flashbacks durante a trama. A experiência de trabalhar com a atriz, segundo Marcella, foi um dos pontos altos do trabalho. “É algo que vou levar para a minha vida inteira”, resume. “Trabalhar com a Renata, entendo o seu processo de construção da personagem foi algo muito forte. Conhecer essa assinatura dela foi o meu maior presente.”

 Formada em Cinema, a moça, de 29 anos, também colhe o sucesso de sua produtora, a Rica Conteúdo Audiovisual, acostumada a trabalhar com grandes nomes, como Danni Suzuki e Giovanna Antonelli. “Temos um braço de audiovisual e outro de inteligência digital”, explica. “Neste momento, a produtora é o meu carro-chefe. Sem dúvida, estou mais seletiva no meu trabalho como atriz. E acho possitivo não depender somente disso para viver. É legal poder escolher melhor as coisas.

Visibilidade trans: Bailarina de Anitta e Rebecca relembra dificuldades na carreira

No campo afetivo a alegria se repete. Ela e a atriz Vitória Strada anunciaram, recentemente, que pretendem se casar. “Estamos numa fase de muito amor e muita liberdade”, diz ela. Nem sempre foi assim. Antes do namoro com a atriz, ela viveu outros relacionamentos com parceiras que precisou esconder da mídia. “Tinha aquela coisa de chegarmos em horários diferentes nos eventos e, quando chegávamos,  ficávamos separadas, como se não nos conhecêssemos”, conta.

 


O Globo segunda, 01 de fevereiro de 2021

MÃO NA JACA: CONHEÇA PROJETO QUE BUSCA ACABAR O PRECONCEITO COM A FRUTA, TÃO ABUNDANTE NO RIO

 

Conheça o projeto Mão na Jaca, que busca acabar com o preconceito com a fruta tão abundante no Rio

Entrevistas, vídeo-aulas, produtos e receitas, a ideia é aproximar as pessoas da floresta e mostrar a história da jaqueira
Projeto Mão na Jaca busca acabar com o preconceito com a fruta Foto: Ana Branco / Agência O Globo
Projeto Mão na Jaca busca acabar com o preconceito com a fruta Foto: Ana Branco / Agência O Globo
 

Quando se mudou para uma casa em Laranjeiras, a pesquisadora e documentarista Marisa Furtado se deparou com uma enorme jaqueira no quintal. Além da sombra que oferecia e os pássaros que cativava, a árvore rendia meia tonelada de jaca por safra. Foi a partir dessa convivência que ela começou a observar outras características da espécie. “A jaca é a expressão da coletividade: é difícil de colher e carregá-la sem ajuda e quase impossível comê-la sozinha. Uma fruta para se curtir em grupo. Então, pensei em um projeto coletivo sobre ela”, lembra Marisa.

Uma expedição para mapear jaqueiras Foto: Divulgação
Uma expedição para mapear jaqueiras Foto: Divulgação

Em 2015 ela criou, ao lado do marido, o arquiteto, paisagista urbano e professor Pedro Lobão, a empresa de educação ambiental Mão na Jaca Permacultura e Gastronomia, focada em mapear jaqueiras, ensinar receitas usando a jaca verde em pratos salgados, pesquisar mais sobre a espécie e, claro, mostrar que é uma bobagem revirar o olho para ela. “Há um preconceito com a jaqueira, considerada uma espécie invasora. Hoje, a política pública é de remoção e anelamento, uma forma de matar a árvore por asfixia”, conta. E também muitos não curtem a fruta. “Isso porque ela foi trazida para o Brasil para alimentar os povos escravizados, além de animais, e até hoje muitos guardam um ranço”, afirma. Apesar de a jaca já fazer parte dos cardápios de restaurantes veganos, como .Org, de Tati Lund, ainda é uma fruta que, de fato, não faz parte das compras da maioria dos cariocas e muito menos aparece entre as preferidas, apesar da enorme abundância no Rio. “Nossa meta é que a jaca verde esteja na mesa de todos os brasileiros. Desejo chegar nas merendas das escolas”, avisa ela, que também tem um trabalho com suas sementes, semelhantes a castanhas portuguesas quando assadas.

A documentarista Marisa Furtado está a frente do projeto Mão na Jaca Foto: Ana Branco / Agência O Globo
A documentarista Marisa Furtado está a frente do projeto Mão na Jaca Foto: Ana Branco / Agência O Globo

Para diminuir o preconceito, Marisa usa seu conhecimento de documentarista para mostrar um outro lado da fruta. “Existe uma enorme produção de jaca na cidade. Quantidade suficiente para combater a fome, estimular pequenos empreendedores, tanto na área da gastronomia quanto na formação de manejadores da floresta. Minha ideia é aproximar as pessoas da floresta e mostrar a história da fruta antes de ela chegar ao prato”, explica. São videoaulas e uma websérie com entrevistas com geógrafos, biólogos, candomblecistas, chefs, nutricionistas e agricultores urbanos sobre a jaca no Brasil. Além disso, há o passo a passo de receitas, que vão de shake a lombo da fruta. Tudo está disponível no site maonajaca.com.

Jaca verde embalada para ser preparada em casa Foto: Divulgação
Jaca verde embalada para ser preparada em casa Foto: Divulgação

Um final feliz para as tantas que brotam no Rio.


O Globo domingo, 31 de janeiro de 2021

NELSON SARGENTO, ORLANDO DRUMMOND E MAIS TRÊS IDOSAS SÃO VACINADOS

 

Nelson Sargento, Orlando Drummond e mais três idosas participam de cerimônia de nova fase de imunização no Rio

O prefeito Eduardo Paes recebeu os idosos no Palácio da Cidade na manhã deste domingo (31)
 
O compositor Nelson Sargento e o ator Orlando Drummond foram vacinados em cerimônia para início de nova fase de imunização no Rio Foto: Marcia Foletto / Agência O Globo
O compositor Nelson Sargento e o ator Orlando Drummond foram vacinados em cerimônia para início de nova fase de imunização no Rio Foto: Marcia Foletto / Agência O Globo

Faça o teste: Qual é o seu lugar na fila da vacina?

Foram vacinados nessa cerimônia:

  • Neiva Gomes Brandão, dona de casa, de 95 anos
  • Nelson Sargento, compositor, de 96 anos
  • Dulcinéia Gomes Pedrada, dona de casa, de 97 anos
  • Sebastiana Farnezi da Conceição, costureira, de 98 anos
  • Orlando Drummond, ator, de 101 anos
O compositor Nelson Sargento cantou após ser vacinado em cerimônia para celebrar início da próxima fase Foto: Marcia Foletto / Agencia O Globo
O compositor Nelson Sargento cantou após ser vacinado em cerimônia para celebrar início da próxima fase Foto: Marcia Foletto / Agencia O Globo

Após ser vacinado, Nelson Sargento resumiu o sentimento:

— Que felicidade!

Logo depois, o sambista cantou um pequeno trecho de "Agoniza mas não morre", música de sua autoria. Na saída da cerimônia, o compositor completou:

Ao fim da cerimônia, o ator Orlando Drummond falou com a imprensa rapidamente sobre ter recebido uma dose da vacina contra a Covid-19:

— Sinto uma alegria muito grande em ter sido vacinado. Graças a Deus.

Entre as imunizadas com a primeira dose da vacina neste domingo, a dona de casa Neiva Gomes Brandão, de 95 anos, deseja que a população se vacine para que a cidade volte à normalidade:

— A vacina foi maravilhosa. Espero que essa campanha toda seja maravilhosa, que todo mundo vacine, que faça bem para todo mundo. Todo mundo deve se vacinar, para ficar imunizado, e isso vai passar logo para voltar o Rio como era — disse Neiva.

Seguindo o isolamento em casa, a idosa moradora de Ipanema conta que o que mais sente falta é dos passeios na orla.

— O que mais sinto falta é a praia, que gosto muito e não posso ir. Agora que posso dar uma chegadinha e tomar um sol.

Aos 101 anos, o ator Orlando Drummond é vacina contra a Covid-19 em cerimônia no Palácio da Cidade Foto: Marcia Foletto / Agencia O Globo
Aos 101 anos, o ator Orlando Drummond é vacina contra a Covid-19 em cerimônia no Palácio da Cidade Foto: Marcia Foletto / Agencia O Globo
 
 

Para Dulcinéia Gomes Pedrada, de 97 anos, o grande desejo é conhecer a tataraneta caçula, que fez um ano em novembro.

— Essa vacina é um ponto de esperança. Quero voltar a receber minha família e conhecer minha tataraneta — disse a idosa, que tem sete netos, sete bisnetos e três tataranetas.

A idosa mora com a bisneta, a neta e a nora. A universitária Maria Clara Pedrada, 24 anos, bisneta de Dulcinéia, disse que a idosa é bem independente e é quem cozinha diariamente. Durante toda a pandemia, só saiu de casa hoje para ser vacinada.

— Ela queria receber as pessoas de volta aqui em casa. Ficou muito feliz com a vacinação porque ela estava triste por não estar recebendo visita. Nesse período todo, só saiu agora para receber a vacina. Eu, minha mãe e minha avó tivemos covid bem no início e ela não teve absolutamente nada — contou a bisneta Maria Clara.

No aniversário de 97 anos, dia 24 de novembro, não teve visita de nenhum parente. Bolinho foi só com a nora, a neta e a bisneta.

A costureira Sebastiana Farnezi da Conceição completou 98 anos no último dia 19, mas o presente chegou 12 dias depois. Ela não teve a tradicional festa de aniversário que reúne cerca de 90 pessoas, entre amigos e familiares. A comemoração foi no Palácio da Cidade, onde recebeu a dose do imunizante.

 

— Tô garantida -— exclamou a idosa após ser vacinada.

Ir à feira, ao supermercado e à hidroginástica foram programas suspensos com a pandemia.

Em maio, sua filha ficou 11 dias internada, oito deles no CTI. Após isso, a preocupação de Sebastiana com a doença aumentou. A neta da costureira, a atriz Luana Farnezi, de 39 anos, também considera a vacinação um presente de aniversário, já que completa 40 anos nesta segunda-feira. Luana disse que, apesar da alegria da avó com a vacina, já explicou que ainda é cedo para voltar à rotina:

— Já alertei a ela que tem segunda dose pra tomar. Não tem como ficar saindo. Ela sente falta de ir ao salão. Ela é muito vaidosa.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, acompanhou a cerimônia e falou sobre a vacinação voltada, nesta nova fase, para todos os idosos com mais de 80 anos. Desde quarta-feira, pessoas com mais de 60 anos têm direito a serem imunizadas, no entanto, precisam ser profissionais da área de Saúde, como médicos e enfermeiros.

— É emocionante você poder ver o Nelson Sargento sendo vacinado sabendo que ele vai poder continuar vivendo e cantando a sua poesia, é emocionante ver o Seu Peru, que encheu de alegria as nossas vidas na televisão e na rádio, aos 102 anos. É uma alegria você ver pessoas anônimas que para suas famílias são tão importantes. Hoje é um dia importante porque a gente parte para vacinar priorizando as pessoas mais velhas — disse Paes.

O prefeito voltou a falar sobre a importância de seguir as medidas sanitárias para evitar a propagação da Covid-19 no Rio. A expectativa é de que a imunização de pessoas a partir dos 60 anos seja concluída em dois meses.

— O nosso desejo e sonho é que nos próximos dois meses, isso obviamente vai depender da chegada da vacina, é vacinar todos os cariocas acima de 60 anos de idade, que é a população mais vulnerável e tem ido mais a óbito com o coronavírus. Nunca é demais para gente fazer um apelo para que as pessoas entendam esse momento, respeitem essas histórias lindas de vida e que segurem um pouco mais a onda, se controlem para que as pessoas possam viver mais —  destacou.

O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, que também esteve presente na cerimônia nesta manhã, voltou a falar do planejamento do município para atender à terceira idade até o fim de março, imunizando o grupo a partir de 60 anos.

— A ideia é que feche março com todos os idosos acima de 60 anos vacinados na cidade. Nossa principal preocupação é vacinar os idosos — afirmou Soranz.

Vacinação para idosos

A partir desta segunda-feira, a prefeitura dá início ao calendário, ao longo do mês de fevereiro, para imunizar pessoas a partir de 80 anos. Os atendimentos serão escalonados, de segunda a sexta-feira, divididos por idade, e com repescagem aos sábados. A nova fase contará com atendimento em postos de Saúde de atenção básica — como Clínicas da Família — e em 10 locais no sistema drive-thru. (Veja o calendário completo e os endereços)

Na primeira semana serão atendidos os seguintes públicos:

  • segunda-feira, dia 1º: pessoas com 99 anos ou mais
  • terça-feira, dia 2: 98 anos
  • quarta-feira, dia 3: 97 anos
  • quinta-feira, dia 4: 96 anos
  • sexta-feira, dia 5: 95 anos
  • sábado, dia 6: repescagem para quem tem 95 anos ou mais

Vacinação na capital

A previsão é de que a cidade do Rio receba novas doses da CoronaVac, do Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, ainda na próxima semana. Apesar da expectativa, a nova fase da campanha de vacinação foi planejada com as doses dos lotes recebidos neste mês, tanto de CoronaVac como da Oxford/AstraZeneca, que foi entregue esta semana. Nos postos de vacinação o público não poderá escolher qual das duas vacinas irá receber.

Imunização:  Paes prevê 'mais normalidade no Rio' em abril com expectativa de vacinação de todos os idosos até fim de março

A Secretaria municipal de Saúde terá apoio das pastas de Assistência Social e de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida para realizar o atendimento a idosos que tenham dificuldade de buscar por atendimento nos postos para a imunização. Na primeira fase desta etapa, as pessoas com mais de 60 anos atendidas foram as que residem em abrigos de longa permanência. Desde a última quarta-feira, foi ampliado para profissionais da Saúde com mais de 60 anos. E amanhã, dia 1º, passa a imunizar idosos em geral, com recorte por idade a cada dia. Em fevereiro, a expectativa é vacinar pessoas com idade a partir de 80 anos.

— Só idosos que estão em programas sociais da prefeitura, do Bolsa Família e abaixo da linha de pobreza, a gente tem 20 mil. Eles têm mais dificuldade de procurar os postos de saúde. É muito mais complexa a vacinação deles, tanto pela questão socioeconômica, e pelas questões de transporte. Então a Secretaria de Assistência Social e a Secretaria de Envelhecimento Saudável também vão estar ajudando. É um momento emocionante para quem vai poder vacinar seus avós. Infelizmente eu não pude porque perdi minha avó para a Covid-19 — disse Soranz.

E completou sobre a estratégia do município:

— Muita discussão de vários outros setores da sociedade, de pessoas jovens querendo ser vacinadas, querendo entrar como prioridade na fila. Isso não pode acontecer. A prioridade tem que ser das pessoas que estão morrendo. O objetivo dessa vacina é evitar óbito e evitar internação — afirmou o secretário de Saúde.

Mapa de risco:  Pela segunda semana, Rio tem todas as 33 regiões administrativas com risco alto para a Covid-19

A prefeitura também vai usar o cadastro de campanhas de vacinação anteriores, como da gripe, para atender aos idosos acamados em casa. Os que ainda não tiverem esse tipo de atendimento por parte da secretaria de Saúde podem entrar em contato com a pasta para fazer o cadastro na unidade de saúde mais próxima.

— A grande maioria de idosos acamados, a secretaria já tem esse cadastro e faz a vacina para gripe e outras ações, principalmente nas comunidades do Rio. Algumas áreas mais nobres a gente ainda não têm esse cadastro e está pedindo para que as famílias procurem a sua unidade de saúde e façam o seu agendamento. É sempre importante que o acamado seja vacinado pela sua unidade de referência porque ela vai acompanhar a segunda dose e qualquer tipo de reação vacinal — explicou Soranz.

O Globo sábado, 30 de janeiro de 2021

DANI CALABRESA: VEJA COMO SERÁ SEU NOVO PROGRAMA NO GNT

 

Veja como será o novo programa de Dani Calabresa no GNT, em fase final de gravações

ANNA LUIZA SANTIAGO

 
 
 
Dani Calabresa (Foto: Reprodução)
Dani Calabresa (Foto: Reprodução)

 

“Dani-se”, novo programa de Dani Calabresa para o GNT, contabilizará dez episódios. Além de esquetes e conversas com convidados, a atração terá espaço para stand up. As gravações, nos Estúdios Globo, terminam na próxima semana.

No palco, Dani terá sempre a companhia de Pedroca Monteiro, que fez muito sucesso no Instagram durante a pandemia com sua mininovela. A previsão de estreia é para março de 2021, depois de atrasos por causa da pandemia. A direção artística cabe a Lilian

 


O Globo sexta, 29 de janeiro de 2021

NIVEA STELMANN: AOS 46 ANOS, ATRIZ RELEMBRA CARREIRA, CONTA QUE JÁ É SOGRA, E MAIS

 

Aos 46, Nivea Stelmann relembra 'Era uma vez', conta que já é sogra e fala sobre padrões de beleza

GABRIELA ANTUNES

 
 
 
Nivea Stelmann (Foto: Reprodução Instagram)
Nivea Stelmann (Foto: Reprodução Instagram)

 

 

Com uma carreira de quase 30 anos, raramente Nivea Stelmann fica de fora de alguma reprise, seja na TV ou no streaming. Atualmente, ela pode ser vista em "Era uma vez", no Viva, e em "O Clone" e "Chocolate com pimenta", disponíveis no Globoplay. Morando nos EUA e sem atuar desde 2018, quando fez uma participação em "Verão 90", a atriz conta que assiste aos trabalhos antigos e mata as saudades da profissão.

Em "Era uma vez", a personagem de Nivea formava um trio com os atores Cláudio Heinrich e Deborah Secco. Os três fizeram muito sucesso e estamparam diversas capas de revistas da época.

- Morro de saudades. Éramos uma turma muito jovens, nos divertíamos nos bastidores. É engraçado pensar em como todo mudou, a gente vivia nas revistas. Hoje, isso praticamente acabou, mas temos as redes. 

Em 2021, Nivea tem trabalho à vista. Ela estará na série "Ameaça invisível", da Record, e gravará remotamente, direto de sua casa, nos Estados Unidos, onde mora há cinco anos. A atriz deve gravar num momento em que a filha mais nova, da união com o empresário Marcus Rocha, estiver na escola. Caso contrário, diverte-se, ela pediria para aparecer nas sequências:

- Ela diz: "Eu já sou atriz". Se acha famosa e tudo. Nunca pensei numa autoestima dessa, é muito engraçado. Ela ama me ver atuando e sempre fala que vai trabalhar com isso. 

 Nivea afirma que sente saudades constantes da família. Com a pandemia, não pôde receber parentes por lá e só conseguiu viajar ao Brasil em dezembro, para passar as festas. Ela se reuniu com seus pais e também com Mario Frias, ex-marido e pai de Miguel. Ela afirma com tem ótima relação com ele e sua atual mulher, Juliana:

- Somos muito unidos e nos amamos muito. As pessoas ficam um pouco surpresas, mas não é nada forçado. Imagina manter as aparências por 15 anos? Não ia dar certo. Me separei quando o Miguel tinha um ano, já faz muito tempo. A Juliana é uma mulher maravilhosa, que cuida muito bem do meu filho e da minha filha.

Aos 46 anos, ela se diverte ao comentar o fato de já ter uma nora, a namorada de Miguel:

- Passa muito rápido. Dei sorte porque ele é um adolescente muito tranquilo, mas, ainda assim, adolescente. Tem suas opiniões e hormônios em profusão. Está sempre cheio de argumentos e vontades. Não tenho nenhum ciúmes. Respeito muito as fases da vida. Quero que ele tenha uma mãe amiga, mas que tome as decisões com a própria cabeça. Que eu possa ajudá-lo dizendo o que penso.

Nívea também gosta de respeitar as fases da vida quando se trata da sua própria. Ela tem aparecido nas redes sociais com a raiz branca e sem maquiagem. E fala bastante sobre padrões de beleza com os seguidores:

- Não estou nem aí, apareço de cabelo branco ou pintado, unha feita ou não, com filtro e sem. Liguei uma outra Nívea. A gente vai amadurecendo e vê que isso tudo não é mais tão importante. E, hoje em dia, acredito que as pessoas estão com mais empatia. Antigamente, era aceito que saísse uma matéria do tipo: "Nívea aparece mais gordinha na praia". Hoje, isso não pode. Existe mais sororidade. Sempre que posso levanto essa bandeira para as pessoas pensarem. É muito importante falarmos até entrar na cabeça de todos que estar fora do padrão não é um problema. Você é linda de qualquer maneira. Vejo essas meninas mais engajadas postando fotos de biquíni de todos os jeitos e com todos os corpos e adoro. Sigo todas elas. Fico muito feliz com essa mudança do mundo, sabendo que minha filha vai crescer sem essa pressão. Eu já sofri muito. Ficava na praia enrolada na canga. Tinha um corpo lindo e, mesmo assim, sentia vergonha, medo de aparecer alguém e me fotografar. Quando me descobria, já ficava pensando no que iam colocar na matéria. É muito bom poder se soltar dessas amarras.

  1. Nivea Stelmann com o filho, Miguel (Foto: Reprodução)
  2. Nivea Stelmann com o filho, Miguel (Foto: Reprodução)
Nivea Stelmann com o ex-marido, Mario Frias, a mulher dele, Juliana, e os filhos (Foto: Reprodução)
Nivea Stelmann com o ex-marido, Mario Frias, a mulher dele, Juliana, e os filhos (Foto: Reprodução)

 


O Globo quinta, 28 de janeiro de 2021

ERIKA JANUZA FALA DA ESTREIA DE ARCANJO RENEGADO NA TV

 

Erika Januza fala da estreia de 'Arcanjo renegado' na TV

GABRIELA ANTUNES

 
 
 
Erika Januza (Foto: Vinícius Mochizuki)
Erika Januza (Foto: Vinícius Mochizuki)

 

 

Série original mais assistida do "Globoplay", "Arcanjo renegado" irá ao ar também na Globo, a partir do próximo dia 5. Intérprete de Sarah, Erika Januza comemora o fato de que a produção agora alcançará  um público maior. Ela acredita que a história de sua personagem, que tem o marido policial assassinado, irá gerar identificação:

- Apesar de ter sido muito assistida, nem todo mundo tem acesso ao streaming. Teve gente da minha família que não viu, por exemplo. E é uma história que fala com a realidade de muitas famílias, mulheres e homens que perderam seus companheiros enquanto eles trabalhavam. Me emocionei assistindo no Globoplay e acho que vai mexer com o público da TV. A Sarah gera muita empatia. Além da questão do marido, ela é uma mulher que se desdobra para cuidar do filho doente. 

Na segunda temporada da série, já confirmada pela plataforma, Sarah passará por uma transformação e irá entrar para a polícia. Segundo Erika, as gravações, adiadas por causa da pandemia, devem começar ainda no primeiro semestre:

- Cheguei a fazer uma preparação remota no ano passado, quando achamos que a situação poderia melhorar, mas acabou que não seguimos. Recentemente, recebi uma ligação indicando que vamos retomar. Como nos novos episódios estará tudo diferente para ela, muda tudo para mim também. A preparação terá toda uma parte física e de treinamentos específicos. Tanto que criei coragem e voltei para a academia. Sou uma pessoal insuportável na quarentena, totalmente neurótica, não estava saindo para nada. Então,. achei uma academia mais vazia e vou num horário com pouca gente. Estava me exercitando em casa, mas tem coisa que não dá para fazer.

Além da estreia de "Arcanjo renegado", a atriz vive a expectativa do retorno de "Amor de mãe", em que interpreta a tenista Marina. A novela deverá voltar ao ar em março.

- Foi muito bom finalizar esse trabalho, adorei o desfecho da Marina. Não posso contar detalhes, mas ela deu uma boa volta por cima para alguém que sofreu por amor, foi humilhada e até abriu mão de seus sonhos. Conseguiu voltar para o lugar onde deveria estar. Essa parte que falta ir ao ar terá conflitos bem atuais, relacionados às redes sociais, além da contextualização da pandemia - afirma ela, que diz estar com vários projetos para 2021, mas ainda sigilosos. 

Enquanto espera a retomada dos trabalhos, a atriz tem dedicado parte de seu tempo a cuidar de seus bichinhos, dois cachorros e a porquinha Francisca Rabicó.

- Ela é uma coisa linda, totalmente diferente dos outros pets, mas não é nada fácil de cuidar. Eu moro em apartamento e ela faz muito barulho. Aquele som de porco mesmo que todo mundo conhece, mas bem alto e o tempo todo. Fico imaginando quando um vizinho vai bater aqui para reclamar. Fora isso, ela já até aprendeu a fazer fazer xixi e cocô no tapetinho. Na interação com os cães, vou adiministrando. 

Francisca foi um presente de Juan Nakamura, namorado de Erika. Apesar de ter publicado a primeira imagem ao lado dele apenas em dezembro, ela revela que os dois estão juntos há um ano.

- Sou bem discreta e vou levando as coisas da maneira mais fora do radar possível. Ele também não gosta muito de se expor, então fomos vivendo isso no nosso mundinho. Somos muito unidos. O Juan é um cara ótimo, muito querido e maduro para a idade dele (21 anos; ela tem 35). Nos conhecemos no carnaval, ele já conhece minha família há algum tempo e está superaprovado.

Quem também aprova o romance é Carol Nakamura, mãe de Juan e amiga de Erika.

- Ela eu conhecia há mais tempo. Sempre nos demos bem e conversávamos sobre muitas coisas. Ela e Guilherme (Leonel, marido) são ótimos, tirei a sorte tripla - comemora ela, que revela ter avisado Carol sobre o namoro com antecedência. - Ela me mostrou uma foto dele há mil anos. Lembro que levei um susto e falei: "Você tem um filho desse tamanho?". Nunca imaginei. Aí, ano passado, quando ficamos a primeira vez, eu logo disse: "Sua mãe vai ficar com raiva de mim". Fui falar com ela e tudo, mas ela garantiu que estava tudo bem e mandou eu ir com tudo e parar com esse enrosco.

 
Erika Januza e Juan Nakamura  (Foto: Reprodução Instagram)
Erika Januza e Juan Nakamura (Foto: Reprodução Instagram)

 

Erika Januza e a porquinha Francisca (Foto: Reprodução Instagram)
Erika Januza e a porquinha Francisca (Foto: Reprodução Instagram)

O Globo quarta, 27 de janeiro de 2021

LILIANE AMORIM: MORTE DA INFLUENCIADORA EM CONSEQUÊNCIA DE UMA LIPOASPIRAÇÃO

 

Morte de influenciadora por consequências de uma lipoaspiração, levanta a questão: até quando mulheres vão perder a vida em busca do 'corpo perfeito'?

Liliane Amorim, de 26 anos, morreu no último domingo por complicações após uma cirurgia plástica. 'As mulheres se colocam em risco dessa forma porque a beleza é um capital e há um mercado muito lucrativo por trás disso', afirma psicanalista que estuda as doenças da beleza há 25 anos
Liliane Amorim tinha 26 anos. A influenciadora morreu no domingo, por complicações causadas por uma lipoaspiração feita no dia 9 de janeiro Foto: Reprodução/Instagram
Liliane Amorim tinha 26 anos. A influenciadora morreu no domingo, por complicações causadas por uma lipoaspiração feita no dia 9 de janeiro Foto: Reprodução/Instagram
 
 

RIO. A morte da influenciadora Liliane Amorim, 26 anos, no último domingo (24), por complicações causadas por uma cirurgia de lipoaspiração, faz um retrato cruel da busca incessante pelo "corpo perfeito" imposta às mulheres, em especial às brasileiras. Essa busca tem suas raízes no patriarcado, que objetifica o corpo feminino, e ganha impulso de um mercado altamente lucrativo num contexto de hiper-exposição nas redes sociais.

Leia tambémO que procedimentos estéticos e cirurgias plásticas dizem sobre racismo no Brasil?

O caso de Liliane não é isolado. Notícias de mulheres mortas após procedimentos estéticos invasivos feitos com pouca ou nenhuma segurança não são raras. E mesmo as intervenções feitas adequadamente apresentam riscos, mas são tratadas de forma cada vez mais banal no discurso médico e no universo das blogueiras, que abordam o assunto como se falassem de uma ida ao dentista ou ao shopping.

Essa busca incessante refletida nos relatos das influenciadoras é da ordem da compulsão, explica a psicanalista Joana Novaes. "Quanto mais a pessoa faz, mais quer fazer e vai banalizando os riscos. Todo risco parece valer a pena", afirma.

Mas como mulheres jovens, magras, dentro de todos os padrões de beleza atuais são levadas a acreditar que seu corpo não é belo o suficiente e que precisam se expor a uma intervenção cirúrgica para ficarem mais definidas?

Novaes, que coordena o Núcleo de Doenças da Beleza da PUC-Rio, afirma que o fenômeno pode ser explicado em dois eixos:

— Tem um caldo cultural que facilita esse fenômeno. Primeiro há uma tradição de ordem histórica, que vem do patriarcado, na qual a mulher está sempre associada ao seu corpo e segunda a qual a beleza é índice de feminilidade — afirma.

Em segundo lugar, há uma nova tradição que se estabelece na sociedade “do consumo e do espetáculo”, em que o valor da imagem “é determinante do caráter”:

— É uma marca mortífera do patriarcado, combinada a características contemporâneas que determinam que o seu valor reside na imagem que você ostenta. A validação que todos nós buscamos agora é encontrada nesse universo das redes sociais, no número de seguidores, nos likes, nos comentários. A beleza virou sinônimo de caráter e de exclusão socialmente validada — diz a psicanalista, e continua:

— Quando estamos mais magros, recebemos uma série de benesses e favorecimentos. A magreza está associada a uma vida mais rica. Quanto mais magro melhor são suas condições no mercado de trabalho, no mercado amoroso. A vida das mulheres é imensamente facilitada pela beleza e, para não amargar essa exclusão, a beleza se torna um capital, uma possibilidade de ascensão social em um país tão desigual como o Brasil. Isso faz com que gurias cada vez mais jovens reproduzam o que essa moça acabou de fazer — reforça. 

Pressão estéticaPor que, em um ano, mais de 80 mil adolescentes fizeram cirurgia plástica no Brasil?

Levada ao extremo, a busca para se encaixar nos padrões pode fazer com que algumas pessoas desenvolvam um transtorno chamado dismorfia corporal.

— É uma percepção delirante do corpo, que está na ordem das adições. A pessoa acredita que sempre tem algo a ser melhorado e que sua aparência é da ordem do intolerável. Aqui não estamos falando de um leve desconforto, mas de sujeitos que podem se cortar, que usam roupas pesadíssimas num verão de 40 graus, pessoas que não comem — explica a psicanalista, ressaltando que não é possível saber se esse era o caso de Liliane, mas que esse tipo de distúrbio é cada vez mais comum.

Novaes pesquisa as chamadas doenças da beleza (distúrbios alimentares e os transtornos  dismórficos corporais) há 25 anos e é categórica em dizer que, apesar dos avanços para a emancipação feminina, a mulher brasileira ainda não foi libertada do seu próprio corpo. Para ela, a situação aqui difere da europeia ou da americana.

— A meu juízo, a apropriação do corpo pela mulher brasileira é limitada, ainda restrita a uma objetificação. Assim como a mulher brasileira não foi liberada do seu corpo, ela também não foi liberada da maternidade. O imaginário social brasileiro ainda é muito arcaico e conservador. Ser mulher no Brasil ainda é muito cruel. A mulher brasileira ainda está presa nas próprias medidas e seu corpo ainda é uma moeda de troca —  diz Novaes.

Ela lembra que o Brasil é o país que mais faz cirurgias plásticas do mundo e exporta tecnologia nesse setor. Além disso, por aqui, as mulheres têm praticamente o dobro de chances de desenvolver um distúrbio alimentar do que a média mundial.

Alexandra Gurgel'Entendi que o problema não era eu ser gorda, mas a sociedade que não estava preparada'

Por trás disso, há um mercado altamente lucrativo, que se beneficia e se alimenta da insatisfação das mulheres com seus corpos. Para Novaes, há ainda um discurso médico que banaliza os riscos das intervenções cirúrgicas estéticas.

A psicanalista avalia que, embora discursos afirmativos com o “body positive” ou contra a gordofobia ganhem cada vez mais força e façam barulho, ainda são proporcionalmente menores se comparados à narrativa hegemônica dos padrões estéticos da indústria da beleza.

— A imagem da mulher bem sucedida ainda é de uma pessoa magra. A mulher poderosa é a mulher bonita, magra. A mulher feia é considerada menos mulher.


O Globo terça, 26 de janeiro de 2021

CARNAVALESCO DA MANGUEIRA FALA SOBRE EXPECTATIVAS PARA CARNAVAL: TRABALHO PARA 2022

 

Carnavalesco da Mangueira fala sobre expectativas para carnaval: 'Trabalho para 2022'

Leandro Vieira exibe bandeira icônica da Mangueira, a partir desta quinta, no MAM
O carnavalesco Leandro Vieira, da Mangueira Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo
O carnavalesco Leandro Vieira, da Mangueira Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo

A suspensão do carnaval por causa da pandemia certamente deixou muitos foliões tristes. Mas isso não significa que a maior festa do país vai passar em branco. No Rio, por exemplo, o Museu de Arte Moderna (MAM) está com uma programação especial, em que bambas têm ministrado oficinas e atividades ligadas à folia, em meio à exposição “Helio Oiticica: a dança na minha experiência”. A partir desta quinta-feira, uma novidade vai deixar esse clima ainda mais evidente por lá: a inesquecível bandeira “Índios, negros e pobres”, exibida no desfile "História pra ninar gente grande", que sagrou a Mangueira campeã em 2019, será instaurada no salão monumental do museu.

Montação:Marcas de carnaval se reinventam durante a pandemia

Segundo ele, a exibição é importante para que as pessoas assimilar a produção dos artistas de carnaval como obra de arte, de fato. “Estamos falando de uma atividade que ainda é mal compreendida pela sociedade. As pessoas acham que o carnaval é uma mera festividade que ocupa o calendário de fevereiro. Mas é, na verdade, uma produção cultural que se apresenta em fevereiro. E estar num museu onde as pessoas associam a arte com “A” maiúsculo, é fundamental.”

Bandeira desfilada na avenida, em 2019, será exibida no MAM Foto: Antonio Scorza / Agência O Globo
Bandeira desfilada na avenida, em 2019, será exibida no MAM Foto: Antonio Scorza / Agência O Globo

 

Leandro acrescenta que, no ano em que o público foi privado do carnaval “por um motivo muito justo”, é fundamental não deixar que a data passe em branco. “É importante que, neste período, a pauta carnavalesca siga em debate”, afirma. Além da exibição da bandeira, ele leva ao MAM um ciclo de debates liderados por personalidades desse universo. Entre os temas abordados estão a ancestralidade, a dança e o estereótipo do corpo feminino. “Isso ajuda na formação de uma identidade que não é só nossa, mas brasileira.”

Quanto à volta à Sapucaí, o carnavalesco defende que isso seja condicionado à vacinação da população. Diante disso, criou “uma expectativa de trabalho apenas para 2022”. Mas isso não significa que um dos nomes mais celebrados da última geração de carnavalescos está de folga. “Tenho me debruçado em escrever um livro que registra a minha produção artística dos últimos três carnavais, que chamo de política. Também estou aproveitando para por em prática algumas ideias, mesmo de figurinos, que pude ir desenhando para deixar arquivado para o futuro.” Ele não para!


O Globo segunda, 25 de janeiro de 2021

FAUSTÃO DEIXA A GLOBO EM DEZEMBRO

 

Faustão deixa a Globo em dezembro

 

Faustão, o apresentador

 

 

Depois de 32 anos no ar, sempre liderando a audiência, o "Domingão do Faustão" sai do ar em dezembro.

Fausto Silva definiu sua saída da Globo neste fim de semana.

Até o fim do ano, porém, o programa segue normalmente no ar.


O Globo domingo, 24 de janeiro de 2021

BRASILEIRÃO - FLUMINENSE X BOTAFOGO

 

Fluminense x Botafogo: John Kennedy e Matheus Nascimento acendem debate sobre momento certo de lançar jogadores

Em crise, alvinegro promove joia de 16 anos; no Flu, que busca a Libertadores, atacante de 18 anos já se destaca
Matheus Nascimento e John Kennedy: estreias em momentos distintos de cada clube Foto: Montagem sobre fotos de Vitor Silva/Botafogo e Lucas Merçon/Fluminense
Matheus Nascimento e John Kennedy: estreias em momentos distintos de cada clube Foto: Montagem sobre fotos de Vitor Silva/Botafogo e Lucas Merçon/Fluminense
 

Na rodada do meio de semana do Brasileiro, as partidas de Fluminense e de Botafogo — que se enfrentam às 20h30, em São Januário — lançaram os holofotes para dois garotos. No tricolor, que busca vaga na Libertadores, John Kennedy fez sua estreia pelo time principal. Aos 18 anos, ele entrou no segundo tempo e debutou com um gol e bom desempenho. Na equipe alvinegra, assombrada por um rebaixamento cada vez mais certo, a presença de Matheus Nascimento não era novidade. Mas, em sua quarta aparição, o jovem de 16 anos foi titular pela primeira vez. Teve uma atuação apenas discreta.

Não é possível afirmar que o momento melhor do Fluminense favoreceu John Kennedy. Muito menos que a turbulência alvinegra prejudicou Matheus. Mas o lançamento de jovens em ambientes tão discrepantes levanta uma discussão sobre qual o grau de influência deste fator na formação de um atleta.

Final da Libertadores:Decreto autoriza uso de até 10% da capacidade do Maracanã

Os manuais do futebol tratam os momentos de crise como cilada para os jovens. O ideal seria promovê-los durante a calmaria, quando não há cobrança excessiva por resultados e, consequentemente, o grupo no qual eles serão inseridos não se sente pressionado.

— Num momento bom, todo o ambiente é mais saudável para você promover o jogador. O inverso é complicado. Porque há uma pressão muito grande e, às vezes, acabam passando uma responsabilidade para o atleta que não é dele. Mas isso vai depender muito do entorno: da comissão técnica, se o departamento de futebol tem psicologia. Enfim, de outros setores que acompanham o atleta e precisam passar para ele que aquilo faz parte da aprendizagem — afirma Erasmo Damiani, coordenador das categorias inferiores da CBF de 2015 até 2018 e com passagem pela base de clubes como Palmeiras, Athletico e Internacional, onde trabalha atualmente.

 

Abel Braga:A 'montanha-russa' do treinador que foi de drama pessoal e fracassos até a liderança do Brasileiro

Da teoria para a prática, contudo, estes conceitos se invertem. A base costuma ganhar mais atenção justamente no momento de crise, quando o elenco principal já foi todo testado e os treinadores procuram uma novidade para tentar surpreender os adversários e dar a volta por cima.

Matheus Nascimento:Conheça a história da principal promessa do Botafogo

O Botafogo atual é um exemplo disso. Em apenas sete jogos no comando, Eduardo Barroca já utilizou dez atletas da base. Destes, seis têm, no máximo, 21 anos.

— Tudo tem dois lados. Logicamente que é melhor para o time quando tudo está bem. Mas não necessariamente a oportunidade vai aparecer — opina o agente Vinícius Vivá, da agência Pro Manager, com forte atuação nas categorias de base. — Se tudo vai bem, em geral o treinador prioriza o que ele já tem no elenco. Ninguém quer mudar o time. Quando o clube não tem recursos para contratar e o momento é difícil, o diferencial pode ser o jovem da base. Porque é uma novidade, os adversários não o conhecem.

Martin Fernandez:'Richarlison para presidente'

 

Esta linha de raciocínio não é exclusiva de quem cuida da carreira dos atletas. Ela também encontra adesão nos clubes e nas torcidas. O desafio é saber lidar com as consequências.

— Quando um jogador faz gol e joga bem logo nos primeiros jogos, os holofotes se voltam para ele. E todos passam a esperar que ele faça a mesma coisa nas próximas partidas. Caso contrário, vão dizer que é péssimo, que só teve sorte. Se não há crise, este tipo de demanda não vai existir — observa o professor da Uerj e ex-psicólogo do Flamengo Alberto Filgueiras, que destaca a dificuldade para os mais jovens lidarem com este tipo de frustração:

— Muitos destes atletas não estão amadurecidos cognitivamente e nem emocionalmente. Este tipo de maturidade só é atingido entre 23 e 25 anos, quando o cérebro termina de se formar. É o esperado de qualquer ser humano. Claro que você tem aqueles com 18 anos que já têm essa estrutura bem formada. Mas eles são a exceção.

Covid-19:Como os clubes de Manaus estão lidando com o novo colapso da cidade

O Fluminense também aposta alto nos garotos. Só na provável escalação para o clássico deste domingo há quatro: Calegari (18 anos), Martinelli (19), Luiz Henrique (20), além do próprio John Kennedy. Mas o clube não é o retrato mais fiel da cultura do futebol brasileiro. Assim como o Santos, fez do trabalho com a base parte do seu DNA e dá oportunidade a suas promessas seja na crise, seja na calmaria.

Os tricolores vem evoluindo na forma como lidam com o amadurecimento dos atletas. A começar pelo diálogo entre a psicologia do futebol profissional e a de Xerém. Além disso, o clube criou um time sub-23, que embora não seja bem compreendido pela torcida e alvo de muitas críticas, é visto pelos especialistas no assunto como ferramenta para permitir uma transição mais gradual.

— O amadurecimento tardio é muito comum no futebol. Seja por uma questão física ou psicológica. O jogador que não corresponde com 17, 18 anos pode dar esta resposta depois de uns três anos ou até mais — atesta Alexandre Gallo, técnico da seleção sub-20 entre 2013 e 2015 e sem clube desde a saída do São Caetano, em outubro. — (Não se destacar no início da carreira) Não significa que ele não serve. E cabe ao treinador identificar isso.

 

"


O Globo sábado, 23 de janeiro de 2021

SOB PRESSÃO: NOVA TEMPORADA COMEÇA A SER GRAVADA

 

'Sob pressão': nova temporada começará a ser gravada e terá volta de Drica Moraes

ANNA LUIZA SANTIAGO

 
 
 
Drica Moraes (Foto: Raquel Cunhha/Globo)
Drica Moraes (Foto: Raquel Cunhha/Globo)

 

As gravações da quarta temporada de “Sob pressão” estão previstas para fevereiro. Drica Moraes, que gravou remotamente os episódios especiais sobre a Covid no ano passado, agora voltará aos estúdios. A atriz já teve problemas de saúde no passado e, por isso, a direção optou por poupá-la naquela ocasião. Ela vive a infectologista Vera na trama, ainda sem data de estreia definida.

Lucas Paraizo e sua equipe já entregaram os novos capítulos. Um deles será baseado no incêndio no Hospital Badim, na Tijuca, ocorrido em 2019. O caso do morador de rua que esfaqueou três pessoas na Lagoa, no mesmo ano, também serviu de inspiração. David Junior, que estreou na série como o neurocirurgião Mauro em “Plantão Covid”, seguirá no elenco


O Globo sexta, 22 de janeiro de 2021

BOLO DE VIAGEM: RECEITA FRANCESA QUE DURA ATÉ 8 DIAS SEM GELADEIRA

 

Bolo de Viagem: conheça a receita francesa que dura até 8 dias sem geladeira

Quem dá o passo a passo é o chef Frédéric de Maeyer, da Frédéric Epicerie
O chef belga Frédéric de Maeyer Foto: Reprodução
O chef belga Frédéric de Maeyer Foto: Reprodução
 

O chef belga Frédéric de Maeyer, embaixador do Senac RJ em Confeitaria e à frente da Frédéric Epicerie, no Leme, é conhecido por suas "obras de arte" em pâtisserie. Em sua casa no Leme, é difícil resistir à variedade de tartelettes, éclaires, chocolates, trufas e bolos artesanais sempre fresquinhos.

 

Na aula desta sexta-feira, 22, o chef ensina uma receita diferente e antiga, que já era feita na França no século XVII e que, nas mãos de Maeyer, foi modernizada e ganhou glaçagem e especiarias: o Bolo de Viagem. O curioso nome não é por acaso, o bolo dura até oito dias fora de geladeira, ideal para se levar em viagens mais longas, sem estragar.

- Este bolo existe há séculos na França, assim como outras versões dele. Há várias menções ao Bolo de Viagem na História, desde o século XVII  - conta o chef, que vende a fatia do bolo ou ele inteiro em sua casa no Leme, e se prepara para lançar uma versão de chocolate do bolo.  - Parti de uma receita clássica de bolo de laranja, fiz vários testes e ficou delicioso. Podemos combinar vários sabores. Recentemente, este bolo voltou à moda, várias confeitarias famosas o colocaram de novo na vitrine - diz.

E por que o bolo dura tanto tempo?

- Como esse bolo é recheado e tem uma cobertura, ele dura mais tempo, não resseca - explica Frédéric.

Receita do Bolo de Viagem:

 

Massa do bolo

4 ovos

160 gramas açúcar com 1 raspa de laranja

150 gramas farinha trigo

20 gramas de farinha de amêndoa

2 colher de café de fermento químico

160 gramas de manteiga derretida

60 gramas de suco de laranja

 

Derreter a manteiga e misturar com suco de laranja.

Bater ovos com açúcar. Misturar com farinha de trigo, farinha de amendoas e fermento.

Assar na forma untada, por 35 min, a 160 graus.

 

Recheio

400 açucar

250 creme

125 manteiga

5 gramas de flor de sal

1 colher sopa de rum

1 colher de canela

1 limão siciliano - suco

 

Fazer um caramelo a seco com o açúcar.

Quando estiver na cor certa, misturar com a manteiga e incorporar o creme de leite fervido e a flor de sal.

Ferver e misturar bem.

Incorporar rum e limão siciliano.

 

Glaçagem

200 gramas de chocolate branco

50 gramas de gergelim torrado

40 gramas de óleo de girassol

 

Derreter o chocolate e incorporar o óleo e o gergelim torrado.

Cobrir o bolo gelado com a mistura.

O Rio Gastronomia é uma realização do jornal O GLOBO com apresentação do Senac RJ e do Sesc RJ, patrocínio master do Santander, patrocínio de Naturgy e Stella Artois, apoio do Gosto da Amazônia, Água Pouso Alto e Getnet, e parceria do SindRio.


O Globo quinta, 21 de janeiro de 2021

DA ENTRADA AO PRATO PRINCIPAL: CONHEÇA VARIAÇÕES EM TORNO DA BURRATA NOS CARDÁPIOS DA CIDADE

 

Da entrada ao prato principal; conheça variações em torno da burrata nos cardápios da cidade

Queridinho dos cariocas, o queijo inspira um roteiro apetitoso que passa pelas formas mais tradicionais de servi-lo até bem-vindas inovações
 
Pedida para a entrada no Ino.: burrata defumada Foto: Filico / divulggação
Pedida para a entrada no Ino.: burrata defumada Foto: Filico / divulggação
 

Queijo fresco típico do sul da Itália, mais precisamente da região da Puglia, a burrata faz enorme sucesso entre os cariocas. Basicamente, é uma muçarela recheada de massa fresca feita com fitas do próprio queijo misturadas a creme de leite fermentado (o que resulta na chamada stracciatella). Leve e de sabor suave, o ingrediente permite muitas combinações. Na Puglia ou mesmo na vizinha Campânia, é quase impossível não provar a iguaria, quase sempre acompanhada de presunto cru, tomates frescos e torradas. Por aqui, há muitas formas de comer o ingrediente, que pode vir com acompanhamentos tradicionais ou personalizados, no recheio de massas frescas ou como toque especial em outros pratos principais. Confira no roteiro a seguir.

 

O Rio Gastronomia é uma realização do jornal O GLOBO com apresentação do Senac RJ e do Sesc RJ, patrocínio master do Santander, patrocínio de Naturgy e Stella Artois, apoio do Gosto da Amazônia, Água Pouso Alto e Getnet, e parceria do SindRio.

Burrata alla puttanesca: sugestão no Alloro Al Miramar Foto: Tomas Rangel / divulgação
Burrata alla puttanesca: sugestão no Alloro Al Miramar Foto: Tomas Rangel / divulgação

 

Alloro al Miramar

No sofisticado italiano no Hotel Miramar by Windsor, a burrata alla puttanesca é inspirada pelo molho típico da região de Campânia. A dica de entrada traz a esfera de queijo branco sobre pão e molho pesto e, no fundo do prato, molho de tomate com azeitona preta, alcaparra e filés de aliche (R$ 54).

Hotel Miramar by Windsor: Avenida Atlântica, 3668, Copacabana. Tel: 21 2195-6213. Todos os dias, do meio-dia às 23h.

Corrientes 348

No rol das novidades de verão, a casa especializada em carnes incluiu uma versão do queijo em forma de trouxinha, formato típico dos preparos artesanais italianos, escoltada por rúcula, tomate-cereja, alho e folhas de manjericão fresco (R$ 58).

Barra: Rio Design Barra. Avenida das Américas, 7777, 1º piso, loja 147-A – Tel: 3648-7008. Seg a sáb, do meio-dia às 23h. Dom, do meio-dia às 19h30; Glória: Marina da Glória. Avenida Infante Dom Henrique, s/nº – Tel: 2557-4027. Seg a sáb, do meio-dia às 23h. Dom, do meio-dia às 19h30.

Cortés Asador

Negócio especializado em carnes do mesmo grupo proprietário do Ráscal, o ponto no Shopping Leblon serve uma versão diferente. A burrata crocante (R$ 54) vem numa panelinha de ferro depois de assar no forno junto a legumes e cogumelos, ingredientes que, assim como o queijo, chegam tostadinhos. O pedido é acompanhado de torradas crocantes.

Shopping Leblon: Av. Afrânio de Melo Franco, 290, lojas 410 e 411, Leblon – Tel: 3576-9707. Seg, do meio-dia às 15h e das 19h às 22h. Ter a dom (e feriados), do meio-dia às 22h.

Flor de burrata, feita no forno a lenha: novidade no Ferro e Farinha Foto: divulgação
Flor de burrata, feita no forno a lenha: novidade no Ferro e Farinha Foto: divulgação

 

Ferro e Farinha

Com cardápio ampliado e uma unidade recém-aberta em Botafogo, a pizzaria oferece uma seção de entradas assadas no forno a lenha. Uma delas é a flor de burrata (R$ 52), nova sugestão, envolvida por massa e submetida ao calor do fogo para formar uma crosta. Tomate, manjericão e grana padano completam a receita. Na versão caprese, o queijo chega ao natural junto a tomate-cereja marinado e assado com manjericão (R$ 46).

Catete: Rua Andrade Pertence, 42 – Tel: 99860-8246. Todos os dias, das 18h às 23h30. Botafogo: Rua Arnaldo Quintela, 23 – Tel: 96627-5920. Todos os dias, das 18h30 às 23h. Leblon: Rua Dias Ferreira, 48 – Tel: 99605-0397. Todos os dias, das 18h às 23h30.

Gurumê

Um hit no menu da rede de comida japonesa, o atum burrata é mesmo uma delícia. O pedido leva à mesa cinco cubos altos de lombo de atum fresco cobertos pelo queijo, regados com gotas de molho pesto e finalizados por farofinha crocante de pão francês e queijo parmiggiano reggiano (R$34). Um belo começo!

São Conrado: Fashion Mall. Estrada da Gávea, 899, São Conrado – Tel: 3030-8233. Dom a qui, do meio-dia às 22h. Sex e sáb, do meio-dia às 23h. Ipanema: Rua Aníbal de Mendonça 132 – 3030-8235. Dom a qui, do meio-dia às 23h. Sex e sáb, do meio-dia à meia-noite. Outros endereços: www.japagurume.com.br.

Atum burrata: campeão de pedidos na rede de comida japonesa Gurumê Foto: divulgação
Atum burrata: campeão de pedidos na rede de comida japonesa Gurumê Foto: divulgação

 

Ino.

Sucesso desde a abertura da casa, a burrata defumada (R$ 68) é servida debaixo de uma redoma enfumaçada, coberta por pesto genovês e tomate desidratado e uma pepita de azeite aromatizado com limão-siciliano espetado. O verão trouxe uma nova versão do chef Stefano Berro: a burrata assada (R$ 74) é envolvida por massa dourada sobre um delicioso molho de tomate San Marzano com manjericão.

Rua Conde de Irajá, 115, Botafogo – Tel: 3549-5806. Ter a sáb do meio-dia às 15h e das 19h às 22h. Dom, do meio-dia às 16h.

Masserini Osteria di Mare

No restaurante do hotel Sol Ipanema, que foca na cozinha de mar italiana, a burrata aparece no capítulo de entradas maçaricada, regada por azeite trufado e acompanhada de folhas verdes, tomatinho-cereja e torrada de Focaccia (R$ 38). Mas também entra em duas sugestões da seção de pratos principais. Uma delas é o risoto mediterrâneo, que, além do queijo, leva azeitonas pretas e tomate desidratado (R$ 62).

Avenida Vieira Souto, 320, Ipanema – Tel: 2521-6464. Todos os dias, do meio-dia à meia-noite.

Posì Mozza& Mare

Um dos destaques do cardápio da casa, uma das seis operadas pelo grupo 14zero3, o mozzabar oferece três opções de muçarela combinadas a acompanhamentos diversos para formar um ótimo antepasto. Além de bufalina (muçarela de búfala), é possível escolher entre burrata e stracciatella (o recheio cremoso da burrata) e, para complementar, uma das cinco sugestões de acompanhamento. Linguiça toscana moída com picles de funcho (R$ 38) é uma das opções (todas são servidas com focaccia).

Rua Aníbal de Mendonça, 158 - Ipanema. Tel: 3215-8668. Seg a qui do meio-dia à meia-noite. Sex e sáb do meio-dia à 1h. Dom do meio-dia às 23h.

Prima Osteria & Bruschetteria

Até sexta-feira, dia 22, a seção de especiais da semana elenca, como sugestão de prato principal, o polvo grelhado guarnecido de batata-baroa, funcho e cebolas assados (R$ 79). Temperado com limão-siciliano, o prato é finalizado com uma bela porção de burrata. No menu fixo, o ingrediente aparece também acompanhando o salmão grelhado com risoto ao pesto (R$ 61), outra dica para a etapa principal.

Rua Rainha Guilhermina, 95, loja C, Leblon. Dom a ter, do meio-dia às 22h. Qua a sáb, do meio-dia às 23h.

Sole

No lugar do grego Vokos, que funcionou no mesmo imóvel até o mês passado, os proprietários decidiram apostar numa casa de cardápio mais variado. Inaugurado no começo de janeiro, o Sole investe nas diversas cozinhas de praia da Europa. Pratos da culinária da Grécia agora dividem espaço com receitas da França, da Espanha e da Itália – sole significa sol em italiano. É do país da bota a inspiração para a burrata servida com passata de tomates frescos e saladinha de folhas, ervas frescas e croûtons (R$ 29).

Rua Dias Ferreira 135, Leblon – Tel: 3205-6792. Ter a sex, das 18h às 23h. Sáb, do meio-dia às 23h. Dom, do meio-dia às 18h. 

Tre Torri

Chef do novo italiano da Barra, Jessé Valentim usa o ingrediente típico para rechear uma das opções de seu ravióli artesanal. A massa chega ainda coberta por molho de tomate e manjericão (R$ 78). A combinação, deliciosa, é a perfeita tradução da culinária italiana: simples, baseada na excelência de seus produtos, trabalhados sem grandes pirotecnias.  

Rua Professor Coutinho Fróis, 10, Barra – Tel: 2494-2202 e 98476-4748 (WhatsApp). Ter a qui, das 18h às 23h. Sex a dom, do meio-dia à meia-noite.


O Globo quarta, 20 de janeiro de 2021

MINISTÉRIO PÚBLICO INVESTIGA DENÚNCIAS DE FURA-FILA NA VACINAÇÃO CONTRA A COVID-19

 

Ministério Público investiga denúncias de fura fila na vacinação contra Covid-19

Em Manaus, circulam na internet fotos de duas irmãs da família que comanda uma das maiores universidades privadas da cidade, comemorando o fato de terem sido vacinadas
 
O prefeito do município de Itabi, Júnior de Amynthas, (DEM) sendo vacinado Foto: Reprodução/Facebook
O prefeito do município de Itabi, Júnior de Amynthas, (DEM) sendo vacinado Foto: Reprodução/Facebook
 
 

MANAUS E BRASÍLIA -  O início da primeira fase da campanha de vacinação contra Covid-19 no país foi marcado por flagrantes de pessoas fora do grupo de risco furando a fila de imunização. Há casos que estão sendo investigados pelo Ministério Público em Pernambuco e Sergipe. O Ministério Público do estado do Amazonas (MP-AM) abriu uma investigação para apurar suspeita de desvio de vacinas em Manaus.

SonarProcurador bolsonarista abre investigação contra Twitter por post da Saúde classificado como 'enganoso'

As médicas são Isabelle Kirk Maddy Lins e Gabrielle Kirk Maddy Lins. As duas são filhas de Andrea Kirk Maddy Lima, que é casada com Nilton da Costa Lins Júnior, presidente da mantenedora da Universidade Nilton Lins, uma das maiores de Manaus.

Na terça-feira, as duas fizeram postagens no Instagram mostrando o momento em que foram vacinadas. Em Manaus, a vacinação começou na terça-feira e foi destinada para profissionais de saúde que atuam na linha de frente do combate à Covid-19. Nas redes sociais, as imagens geraram revolta e questionamentos em relação à suspeita de que as duas poderiam ter “furado a fila” da vacinação.

As críticas ficaram ainda mais intensas porque as duas foram nomeadas horas antes de a imunização ser iniciada em Manaus. Segundo o Diário Oficial do Município (DOM), Gabrielle foi nomeada em cargo comissionado na Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) no dia 18 de janeiro, um dia antes do início da vacinação. A irmã foi nomeada no dia seguinte. Além disso, o Amazonas vive, desde a semana passada, uma crise no sistema de saúde causado pelo aumento acelerado nos casos de Covid-19 e pela escassez de oxigênio hospitalar em algumas unidades de saúde da capital e do interior.

— Ontem à noite os órgãos de controle se reuniram com a Prefeitura, e aí já entrando pela madrugada, foi expedida a recomendação para que a Semsa observe, em razão da escassez da vacina as pessoas que serão vacinadas. Nós não podemos deixar que grupos prioritários e pessoas com comorbidades que estão à frente de todo esse trabalho com Covid sejam substituídos por outros grupos que tem condições de enfrentar esse trabalho contra a Covid com menos riscos — disse a Procuradora de Justiça Silvana Nobre Cabral, que coordenadora do Grupo de Covid-19 montado pelo MP-AM.

Em nota, a Prefeitura de Manaus negou irregularidades na vacinação das duas médicas. Segundo a nota, as duas foram nomeadas de forma regular e estão atuando “legitimamente”.

Faça o teste:  Qual é o seu lugar na fila da vacina?

“Sobre o caso das médicas Gabrielle Kirk Lins e Isabelle Kirk Lins, vacinadas neste primeiro dia de imunização, não há nenhuma irregularidade, uma vez que se encontram nomeadas e atuando legitimamente no plantão da unidade de saúde, para a qual foram designadas, em razão da urgência e exceção sanitárias, estabelecidas nos primeiros 15 dias da nova gestão”, diz um trecho da nota.  A reportagem não conseguiu localizar as duas médicas para comentar o assunto.

 

Prefeito imunizado

Em Sergipe, o prefeito do município de Itabi, Júnior de Amynthas, (DEM), de 46 anos, tomou a vacina no lançamento da campanha  na cidade. Em rede social,  ele justificou o ato como sendo "uma forma de incentivar a população". O município recebeu 31 doses para a primeira fase de imunização.

"O prefeito Júnior de Amynthas foi imunizado, em um ato de demonstração de segurança, legitimidade e eficácia da vacina, para incentivar a população Itabiense a vacinar-se, tendo em vista os receios existentes a esse respeito – o que não configura um ato de caráter político", diz o texto.

O Ministério Público Federal enviou ofício ao prefeito cobrando explicações.

Investigação em Pernambuco

Em Pernambuco, a promotoria de Justiça de Jupi, no interior do estado,  recebeu a denúncia de que um cidadão, fora do grupo prioritário estabelecido pelo Plano Nacional de Imunização e diretrizes estaduais de vacinação contra a Covid-19, foi vacinado.

"Vamos oficiar a Secretaria Municipal de Saúde para prestar esclarecimentos, bem como os profissionais de saúde que realizaram o procedimento, além da delegacia local para apurar conduta penal acerca do caso", disse a promotora de Justiça da cidade Adna Vasconcelos.

Foram vacinados, segundo reportagem da "Folha de S.Paulo", a secretária municipal de Saúde de Jupi, Maria Nadir Ferro, e o fotógrafo oficial da prefeitura, conhecido como Guilherme JG. A informação foi confirmada pelo GLOBO.  O vídeo foi postado nas redes sociais. “Aqui, olha, Jupi recebendo as primeiras doses. Aproveitando o embalo”, diz  o fotógrafo.

Em nota divulgada em rede social, a prefeitura de Jupi informou  que afastou a secretaria municipal de saúde. “Cabe esclarecer que a gestão repudia totalmente qualquer ilegalidade na não observação do plano estadual e municipal de imunização”, diz a nota.

O município de Jupi recebeu 136 doses da vacina contra a Covid-19 para aplicar em duas etapas nos profissionais de saúde. 


O Globo terça, 19 de janeiro de 2021

ZÉ RENATO DEIXA GRUPO BOCA LIVRE

 

Zé Renato deixa grupo Boca Livre por discordar de posições de colega bolsonarista

Lourenço Baeta também saiu por divergências com Mauricio Maestro, apoiador do presidente Jair Bolsonaro; apesar das diferenças, David Tygel afirma que permanece por ‘amor ao grupo’
 
Da esquerda para direita. David Tygel, Lourenço Baeta, Zé Renato e Mauricio Maestro Foto: Leonardo Aversa / Divulgação
Da esquerda para direita. David Tygel, Lourenço Baeta, Zé Renato e Mauricio Maestro Foto: Leonardo Aversa / Divulgação
 

O grupo vocal Boca Livre é mais uma vítima da polarização ideológica que, desde 2018, já deu muita briga em família, desfez amizade e até casamento. Zé Renato, integrante desde a primeira formação, em 1978, e Lourenço Baeta, que entrou em 1980, deixaram o quarteto por divergências com Mauricio Maestro, um dos fundadores. Maestro, alinhado com o presidente Bolsonaro e Olavo de Carvalho, e sempre compartilhando conteúdo de ambos em suas redes sociais, agora segue apenas com David Tygel, na banda desde 1978, entre idas e vindas. O anúncio foi feito pela empresária do grupo, Memeca Moschkovich, no Facebook.

A ideia do músico agora é investir ainda mais na carreira solo: lança ainda neste ano um álbum infantil, “Água para crianças” (Sesc), e outro com uma gravação de um show ao vivo, de 2004, com repertório de Orlando Silva (Discobertas).

Mauricio foi procurado pela reportagem, mas preferiu não se pronunciar sobre a saída dos colegas e sobre os novos rumos da banda.

Amor ao grupo

Lourenço Baeta também calculou a decisão há tempos e diz que ela está além do espectro “esquerda e direita”.

— Você convive com divergência politica, mas tem hora que vai chega num ponto mais difícil aceitar certas coisas. Até pelo fato do desgaste do tempo — disse o músico, ainda sem planos para os próximos passos.

Remanescente, David Tygel diz que já esperava que isso fosse acontecer, mas frisa que sua decisão de permanecer na banda não tem relação ideológica com Maestro.

— Ele tem uma posição contrária a minha. (Mas o Boca Livre) é um grupo que eu amo muito, não gostaria que acabasse. No sentido do trabalho musical, tenho uma relação muito boa com o Maurício — disse David.

MPB refinada

O Boca Livre tinha sua formação original composta por Zé Renato, Claudio Nucci, Maestro e Tygel. Seu álbum de estreia, “Boca livre” (1979), ultrapassou a marca de 100 mil cópias vendidas, impulsionado pelos sucessos de “Toada” e “Quem tem viola”. Nucci sairia no ano seguinte, sendo substituído por Lourenço Baeta. Referência de uma MPB refinada, com arranjos e harmonias vocais que fogem do convencional, o grupo tem no currículo parcerias com Milton Nascimento, Tom Jobim e Edu Lobo, entre outros.


O Globo segunda, 18 de janeiro de 2021

BEBIDA DE AVEIA: APOSTA DE UMA TURMA CHEIA DE PROPÓSITO

 

Tendência plant based, a bebida de aveia é a aposta de uma turma cheia de propósito

Com foco em sustentabilidade e no sabor, as marcas Naveia e Nude., chegam ao mercado com opções como a barista, para ser usada no café - e faz até espuma!
Bebida de aveia é hit entre as bebidas vegetais Foto: Divulgação
Bebida de aveia é hit entre as bebidas vegetais Foto: Divulgação
 

Até pouco tempo, pensava-se em soja, coco e castanhas quando o assunto era bebida vegetal. Mas, agora, a aveia tem abocanhado o posto de “leite” plant based da vez. Os motivos são vários: é mais adocicado, harmoniza melhor com café (e até faz espuma, para a alegria dos baristas) e tem um processo de produção mais sustentável (consome menos água do que os outras da categoria, por exemplo). Nesse embalo, duas marcas focadas em bebida feita de aveia foram lançadas nas últimas semanas: a Naveia e a Nude., ambas com identidade visual caprichada e desenvolvidas por pessoas cheias de propósito.

Naveia, do carioca Felipe Melo e da sueca Alex Soderberg Foto: Divulgação
Naveia, do carioca Felipe Melo e da sueca Alex Soderberg Foto: Divulgação

A Naveia, do carioca Felipe Melo e da sueca Alex Soderberg, começou a ser pensada em 2017, quando o casal, que morava em Berlim, viu o boom que a aveia estava vivendo na capital alemã. Ele, que sempre gostou de explorar novos territórios (quem lembra de Felipe apresentando os programas “Não conta lá em casa”, exibido por oito anos no Multishow, e “Que mundo é esse?” na GloboNews?), e ela, que trazia na bagagem a experiência de trabalhos com agricultura sustentável e indústria de alimentos, apresentaram para amigos do Rio o projeto de uma empresa de laticínios vegetais brasileira guiada pelo consumo consciente. Do encontro nasceu a Evolat, dedicada aos produtos vegetais. Na estreia, estão os de aveia, é claro. “Nosso primeiro foco foi no sabor. Não adianta ser sustentável se não der vontade de beber. O segundo foi ter um preço acessível, não queremos ser possíveis apenas para uma bolha de privilegiados. E a aveia permite unir tudo isso”, conta Alex. “Em Berlim, percebemos que a bebida pode se popularizar sem ser focada no veganismo. É gostosa e cool.”

O carioca Felipe Melo e a sueca Alex Soderberg criaram o Naveia Foto: Guiga Pirá
O carioca Felipe Melo e a sueca Alex Soderberg criaram o Naveia Foto: Guiga Pirá

Serão três sabores: o original, já à venda em lojas como Bio Mundo e no site naveia.com.br, o barista, para combinar com café, e o achocolatado, pensado nas crianças. “O Brasil tem o maior rebanho de gado do mundo e 80% de suas pastagens estão com o estado do solo em degradação. Uma verdadeira mudança só seria possível se tivéssemos uma bebida mais gostosa do que o leite de vaca e que alcançasse um preço competitivo. Uma missão difícil, mas necessária”, reforça Alex.

 
Giovana Meneghel lançou a Nude., com bebidas de aveia orgânica e ainda opções de sabores como baunilha e cacau Foto: Flavio Melgarejo
Giovana Meneghel lançou a Nude., com bebidas de aveia orgânica e ainda opções de sabores como baunilha e cacau Foto: Flavio Melgarejo

Quando morou em Berlim (sempre lá), Giovana viu o mesmo movimento ao redor dos baristas que faziam suas criações usando a bebida vegetal e diversas marcas despontarem no mercado. “Virou uma febre que, depois da Europa, espalhou-se pela América. Em 2019, o leite de aveia teve um crescimento de 600% nos Estados Unidos. No Brasil, a categoria ocupa apenas 1,9% no mercado leiteiro. Ou seja, tem espaço de sobra para novas marcas chegarem”, diz.

Além de uma fórmula bem trabalhada, que junta apenas aveia, água e as enzimas naturais que dão corpo e dulçor, a Nude. foca na sustentabilidade. “Ser orgânico é o mínimo. Somos a primeira marca da América Latina a colocar a Pegada de Carbono (medida que calcula quanto do gás o produto emite para a atmosfera) no rótulo. Criamos nosso modelo contemplando valores dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU para 2030, absorvemos as pautas do Sistema B (movimento global que mede o impacto socioambiental de uma empresa), pensamos nos descartes de embalagem com o selo Eu Reciclo”, lista.

 
 
Embalagens da Nude. informam até a Pegada de Carbono Foto: Flavio Melgarejo
Embalagens da Nude. informam até a Pegada de Carbono Foto: Flavio Melgarejo

A marca chega com cinco sabores: o básico, a versão barista, a com adição de cálcio e as saborizadas com baunilha e cacau. No Rio, as vendas são no Hortifruti e a ideia é se espalhar pelos cafés, como Gaia, no Leme, e o Coffee Five, no Centro. “Temos uma pessoa responsável exclusivamente pelas vendas nos cafés, um dos nossos focos, já que, no Brasil, a cultura está crescendo, e o café com leite é uma tradição”, diz ela.

Sobre o nome, Giovana conta que a ideia vem do conceito de transparência. “De não ter nada a esconder, se despir mesmo. Mais do que buscar o que é apenas disruptivo e diferente, decidimos construir uma marca baseada em transparência, simplicidade e natureza. Não tem nada mais inovador e resistente do que isso”, garante.

Assim como a Naveia, a Nude. não pretende parar nas bebidas. A ideia é conquistar muito além de veganos e vegetarianos e seguir desenvolvendo produtos como sorvetes, cremes, iogurtes e que tais que sejam plant based, muito gostosos, com preços competitivos e pensados numa relação responsável com o meio ambiente. Tudo isso com uma estética moderna e atraente, bem como deve ser a alimentação 2.0.


O Globo domingo, 17 de janeiro de 2021

PICANHA COM LEGUMES: RAFAEL RAMOS SNEINA COMO PREPARAR

 

Churrasco de domingo: Rafael Ramos ensina a preparar uma deliciosa picanha com legumes grelhados na brasa

Chef do Azzul Colab dá dicas sobre como assar e cortar a carne, deixando-a suculenta, além da temperatura ideal para assar cada vegetal e um molho infalível para acompanhar o banquete
O chef Rafael Ramos Foto: Divulgação
O chef Rafael Ramos Foto: Divulgação
 

Churrasco de domingo não é novidade para a família brasileira. Mas que tal assar a carne na brasa com dicas de um chef especialista no assunto? Rafael Ramos, que comanda o delivery Azzul Colab e há anos participa de grandes festivais de churrasco pelo Brasil levando seus conhecimentos sobre o american barbecue, é quem oferece a aula a seguir, ensinando como preparar uma picanha na brasa acompanhada de legumes grelhados e um delicioso molho romesco, um clássico da Catalunha.

 Quer aprender qual é a temperatura ideal para assar sua picanha e cada um dos legumes? Como cortar a carne para manter sua suculência? Sabe o que fazer para conter aquele fogo que sobe na churrasqueira? Assista ao vídeo e confira, lá no fim do texto, os ingredientes de que vai precisar:
 

- Dei uma aula falando um pouco de como fazer o pré-preparo para um churrasco. Mostrei como grelhar uma bela picanha e vegetais incríveis, com um molho que amo.Tenho um enorme carinho pelo Rio Gastronomia. Poder apresentar meu trabalho e um pouco da Azzul Colab foi incrível, emocionante, tenso....E foi uma realização - diz o chef.

O Rio Gastronomia é uma realização do jornal O GLOBO com apresentação do Senac RJ e do Sesc RJ, patrocínio master do Santander, patrocínio de Naturgy e Stella Artois, apoio do Gosto da Amazônia, Água Pouso Alto e Getnet, e parceria do SindRio.

 

Receita do churrasco de domingo

Picanha Selada Inteira e Grelhada em Tiras:

1 Picanha (entre 1kg e 1.2kg – Angus)

15g de Sal de Parrilha

 

Vegetais Grelhados:

2 Unidades de Abobrinhas

2 Unidades de Beringela

½ Abóbora Cambotiá

200g de Couve-de-bruxelas

2 Unidades de Cenoura 

1 Brócolis Americano

100g de Ervilha Torta

200g de Vagem Francesa

300g de cogumelos de sua preferência.

 

100ml de Azeite

15g de Sal de Parrilha

 

Molho Romesco

2 pimentões vermelhos (sem pele e sementes)

2 tomates maduros ou ½ lata de tomate pellati

4 dentes de alho

50g de Amêndoas tostadas

1 colher de páprica doce

150ml de azeite de oliva

20ml de vinagre Jerez

Sal a gosto

Pimenta do reino a gosto

Modo de preparo:

Torrar as amêndoas em uma frigideira e reservar,  na mesma frigideira adicionar 3 colheres de azeite o pimentao assado sem pele, tomate ou tomate pellati e o alho. Deixar refogar por 10 min em fogo médio e adicionar as amêndoas. Reserve para esfriar.

Em um liquidificador colocar o refogado frio com as amêndoas o vinagre de Jerez, sal e pimenta do reino. Com o liquidificador ligado, virar o azeite aos poucos, batendo como se fosse maionese.


O Globo sábado, 16 de janeiro de 2021

GRUPO TAPA ESTREIA PEÇA ON-LINE BASEADA EM CLÁSSICOS DA DRAMATURGIA AMERICANA

 

Grupo Tapa estreia peça on-line baseada em clássicos da dramaturgia americana

Com referências a obras de Tennessee Williams e Eugene O'Neill, 'Vidas à margem' acompanha personagens em busca de lugar ao sol
 
O casal de atores Flávio Tolezani e Natália Gonsales em cena da peça 'Vidas à margem' Foto: Ronaldo Gutierrez / Divulgação
O casal de atores Flávio Tolezani e Natália Gonsales em cena da peça 'Vidas à margem' Foto: Ronaldo Gutierrez / Divulgação

Os tipos fracassados, interpretados pelo casal de atores Flávio Tolezani e Natália Gonsales, seguem observados no novo espetáculo que o Grupo Tapa estreia hoje, em apresentação on-line — a sessão acontece às 19h, com ingressos a partir de R$ 20 por meio do Sympla (/teatroaliancafrancesaonline).

Compilação fragmentada de textos menos conhecidos assinados por autores como Tennessee Williams e Eugene O’Neill, “Vidas à margem” se debruça sobre um tema recorrente na dramaturgia americana. Estão ali duas duplas de personagens “losers”, como resume o diretor Eduardo Tolentino de Araújo ao se referir às “figuras perdedoras que não deram certo na sociedade”:

— São pessoas que estão nas altas esferas, sempre tentando um espaço a mais e, por isso, a todo momento pensando em qual vernissage frequentar, com qual jornalista se relacionar... Apesar do tema ser americano, é algo que também vemos no Brasil — conta Araújo.

O diretor se refere a um tipo de ilusão especialmente cultivada por quem circula no meio artístico. Mas não só. Afinal, o que embasa as pretensões por reconhecimento e estrelato é um imaginário coletivo pautado pela ideia de que indivíduos devem ser “vencedores”, ele ressalta.

— A peça trata sobre a fantasia ao redor do sucesso. Estamos falando sobre um mundo teoricamente glamourizado, mas restrito. Em Nova York, há muitos atores que passam a vida fazendo testes e nunca estreiam uma peça. E isso se estende para outras áreas da sociedade americana — diz o diretor. — Em escolas de teatro aqui no Brasil, a gente também vê algo assim. Havia uma época em que os jovens queriam fazer novela. Depois, passaram a mirar “Malhação”. Em seguida, almejavam entrar no “Big Brother Brasil” e, hoje, eles já querem ser youtubers. Mas tudo isso tem um prazo de validade. Há uma aura de ilusão muito forte aí.
Cena da peça 'Vidas à margem', com Flávio Tolezani e Natália Gonsales Foto: Ronaldo Gutierrez / Divulgação
Cena da peça 'Vidas à margem', com Flávio Tolezani e Natália Gonsales Foto: Ronaldo Gutierrez / Divulgação

A montagem inédita dá prosseguimento à mostra virtual que o grupo promove desde o fim de outubro, com encenações semanais — sempre aos sábados — transmitidas ao vivo do Teatro Aliança Francesa, em São Paulo. De lá pra cá, a trupe apresentou uma série de obras clássicas, com autoria de nomes como Guy de Maupassant e Pirandello.

A programação continua até o fim de janeiro: na próxima semana, os atores Brian Penido Ross, Camila Czerkes e Dalton Vigh interpretam a comédia “O urso”, de Anton Tchecov; no dia 30, é a vez de “Despedida de solteiro”, de Arthur Schnitzler, ganhar forma na pele de outros quatro artistas. Depois disso, a agenda on-line será retomada em março, com sessões de “A Mandrágora”, de Maquiavel, e um festival com seis espetáculos novos.

— Temos priorizado um repertório eclético, com textos mais curtos, para podermos brincar entre estilos diferentes — explica o diretor, à frente do grupo desde sua fundação, há 41 anos. — Aos poucos, estamos amadurecendo no terreno da internet. Sinto que deixamos de ser recém-nascidos digitais para entrar agora na primeira infância.

 


O Globo sexta, 15 de janeiro de 2021

LEANDRO HASSUM: NÃO FAÇO FILME PARA CRÍTICOS, MAS PARA O POVÃO

 

'Não faço filme para críticos, mas para o povão', diz Leandro Hassum

Celebrando 30 anos de carreira com duas peças, filme e série, comediante diz que hoje todos programas humorísticos têm viés político: ‘Meu humor é outro’
 
Leandro Hassm no espetáculo “É nóix família” Foto: Janderson Pires / Divugação
Leandro Hassm no espetáculo “É nóix família” Foto: Janderson Pires / Divugação

Despedindo-se de um ano “ruim para todo mundo”, Leandro Hassum iniciou 2021 celebrando três décadas de carreira e com uma notícia animadora: a comédia “Tudo bem no Natal que vem”, que ele protagoniza e estreou na Netflix em dezembro, ficou por quase um mês entre os dez filmes mais vistos na plataforma em todo o mundo. Mas não é só em filmes — e ele já começará a rodar outro em março — que o ator vem marcando gols desde que se afastou da TV aberta: em julho, começam as gravações, para o Multishow, do seriado de humor “Casa Paraíso” (ambientado num asilo); no próximo semestre estreia a segunda temporada do talk-show “Tá pago”, no TNT; sua voz chega em breve à telona na dublagem de Gru, na animação “Minions 2: a origem de Gru”; e, neste fim de semana, estreia duas peças inéditas no Teatro das Artes: “Zé e Nina — A história de uma amizade” (espetáculo infantil, a partir de amanhã) e “É nóix família” (que começa temporada hoje). Tranquilo, de bem com a vida, prefere evitar assuntos polêmicos. “Sou muito paquerado pelo mundo”, brinca o ator, de Orlando, nos EUA, onde vive com a mulher e a filha.

 

Filmes, peças, streaming... Sua jornada na TV aberta acabou?

De uns tempos para cá, a TV começou a investir num viés de humor nichado, de mesa de Baixo Leblon. O “Zorra Total” antes era muito criticado pelas classes A e B, que diziam que aquilo era um humor barato, chulo, do exagero. Para mim, isso é uma incoerência. Aquele tipo de humor sobrevive há 40 anos. O bordão é um tesouro nacional e é com o que o público da TV aberta se identifica. De uma hora para outra, todos os programas humorísticos passaram a ter um viés político... Não acho ruim, mas não gosto. Em paralelo, o cinema e o streaming passaram a ser muito sedutores, buscavam o popular que sei fazer. Cheguei a um momento que sou muito paquerado pelo mundo.

Você não fala de política?

Não falo de política nem assunto baixo-astral. Sou meio ignorante politicamente falando. Lógico que tenho minhas posições, mas não vou brigar com aquele tio que pensa diferente nem trabalhar com isso. Tem gente que faz isso muito bem, eu não. Meu tipo de humor é outro. Também não sei imitar nem contar piadas. Sou contador de histórias. Quer que eu faça algo diferente, me leva para outro lugar. Mas, se é um filme de humor e não quer minha assinatura como comediante, nem me chama. Criei uma forma de fazer humor que é minha, nunca traí meu público. Isso me rende muita porrada, “lá vem mais um filme histriônico”. Não faço filme para críticos, mas para o público, o povão, sei exatamente para quem faço.

 
 
Leandro Hassm no espetáculo “É nóix família” Foto: Janderson Pires / Divulgação
Leandro Hassm no espetáculo “É nóix família” Foto: Janderson Pires / Divulgação

E qual sua assinatura?

Está no humor de identificação, quero que a pessoa se veja na minha história. E o público espera o improviso, o inesperado. Nisso eu sou bom, consigo sair e voltar para o texto, surpreendo até quem está em cena comigo. Mas não é roubar a cena e ferrar o colega, e, sim, fazê-la crescer. O improviso não pode empurrar para fora da história, senão vira egocentrismo e gracinha. Isso não acho bom.

Após sua perda de peso, há quem diga que você perdeu também a graça... Como é isso para você?

Fiz uma transição física há seis anos e tem gente que fala que virei gordofóbico... Eu fazia piada comigo, não com gordo. Durante 40 anos fui gordo, e fui um gordo feliz. Operei por uma questão de saúde. Minha fala agora é de quem “está aqui, mas já esteve aí”. Mas as pessoas gostam de criticar, dizem que você ficou velho, feio, acabado, que perdeu a graça. Num primeiro momento, fiquei revoltado com as críticas, mas terapia resolve. Pouquíssimas pessoas me apoiaram quando decidi fazer a cirurgia, diziam que isso atrapalharia minha carreira. Mas eu sabia que meu talento não estava na barriga, mas no meu trabalho. A barriga pode ser uma piada, mas não sustenta um filme, um programa. Não busco a unanimidade. Aprendi a lidar com isso, mas é um processo longo. Passaram seis anos e ainda estou falando disso. A Betty [Faria] me disse “para de falar sobre isso, senão sua barriga vai virar a cenoura do Mário Gomes”. Mas minha experiência é uma história de superação. Com 40 anos, aprendi a surfar, que era um grande sonho e eu achava que não faria, pois não caberia em cima de uma prancha.

 

Elisa Pinheiro e Leandro Hassum em
Elisa Pinheiro e Leandro Hassum em "Zé e Nina" Foto: Janderson Pires / Divulgação

 

Agora, no teatro, você estreia uma peça infantil e uma adulta. Do que se trata “Zé e Nina”?

Comecei no Tablado e fiz teatro infantil com contexto, lúdico, nada de peça infantiloide. A peça segue esse caminho, é uma adaptação de uma animação australiana adulta que eu e Elisa Pinheiro, com quem trabalhei em “Tudo bem no Natal que vem” e divido a cena de novo, gostávamos. Tiramos temas complexos, como a pedofilia, e a transformamos numa história que fala sobre a amizade, o respeito às diferenças, a partir da relação entre duas pessoas solitárias, uma menina de 9 anos e um senhor autista de 60, que se comunicam por cartas. É uma história divertida e emocionante.

E “É nóix família”?

Tenho uma forma muito peculiar de contar histórias de família. Venho do subúrbio [da Ilha do Governador] e, ao contar as minhas próprias histórias, conto histórias da família brasileira. Todo mundo já fez aquela viagem roubada em família, quem tem filhos sabe o que é viajar com criança... Gosto de chamar de um show de humor e não stand-up, que parece que sempre vem junto com a ideia de um humor “de coió”, que parece que o comediante tá sempre meio puto, dizendo um “não entendo gente que...”. Não gosto disso. Em um momento, abro para a plateia e faço perguntas, no improviso. Brinco junto, não debocho. Sempre achei que quando só um ri e o outro fica constrangido, não é piada.

 

 


O Globo quinta, 14 de janeiro de 2021

ZÉ KÉTI COMPLETA 100 ANOS COM A VOZ DO MORRO E MUITO MAIS

 

 

Zé Kéti completa 100 anos como a voz do morro e muito mais

Autor de clássicos do samba ganha shows no CCBB que celebram seu centenário e ajudam a dimensionar seu papel mais amplo na cultura brasileira
 
O cantor Zé Kéti (1921-1999) Foto: Marco Aurelio Olimpio / Divulgação
O cantor Zé Kéti (1921-1999) Foto: Marco Aurelio Olimpio / Divulgação
 

RIO - Pergunte sobre Zé Kéti a quem é do samba: a resposta pode se estender por horas. Natural do Rio de Janeiro, o cantor e compositor, que morreu em 1999, deixou uma obra que serviu a intérpretes do quilate de Luiz MelodiaNara Leão, Jair Rodrigues, Jamelão, Paulinho da Viola e Elza Soares. E foi um dos grandes personagens da cultura brasileira do século XX, ao ajudar a aproximar morro e asfalto no musical “Opinião” (1964, de Augusto Boal), e participar de obras fundamentais do cinema nacional como “Rio 40 graus”, de Nelson Pereira dos Santos. No filme, de 1955, Kéti fez de tudo um pouco —foi ator, forneceu músicas para a trilha e cozinhou para a equipe de filmagem.

— O Zé Kéti é um compositor brasileiro que merecia ser mais observado, porque tem uma obra popular vastíssima e sucessos impressionantes, como “Mascarada”, “Diz que fui por aí”, “Nega Dina”... e, é claro, “A voz do morro” (dos versos “eu sou o samba / a voz do morro sou eu mesmo, sim, senhor), que é até hoje o grande número final do shows de samba — diz o fundador do Samba do Trabalhador, Moacyr Luz.

O músico é uma das estrelas da série de shows “100 anos da voz do morro”, que acontece de hoje a domingo no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) do Rio para celebrar o centenário do artista (que se completa em 16 de setembro).

Segundo Geisa Ketti, filha, guardiã e inventariante da obra de Zé Kéti, a iniciativa da produtora Stella Lima, encampada pelo CCBB, será uma das poucas homenagens que o pai deve receber neste ano do centenário.

— Em 2020, iniciamos um documentário com o meu irmão José Carlos, mas ele veio a falecer em maio, vítima de Covid, e tudo parou — lamenta. — No final do ano nós começamos a nos mobilizar com alguns amigos para iniciar a construção de um site que provavelmente vamos conseguir lançar em fevereiro. Estamos à cata de depoimentos e de fotos. E chamamos amigos do Brasil todo, de Portugal e da Argentina para fazerem rodas de samba em homenagem a Zé Kéti.

 

Na obscuridade

Apesar de ter feito muito sucesso nos anos 1950 e 60 (em 1967, ele lançou um dos grandes clássicos carnavalescos, a marcha-rancho “Máscara negra”), Zé Kéti passou as décadas seguintes na obscuridade. Em 1996, o cantor Zé Renato surpreendeu a todos ao lançar o CD “Natural do Rio de Janeiro”, só de composições do sambista.

— As pessoas conheciam as músicas dele, mas não sabiam que eram dele. De uma certa forma, o disco apresentou o Zé Kéti a uma geração — acredita Zé Renato, que amanhã apresenta na série do CCBB, com o pianista Cristóvão Bastos, o show “Zé Kéti e o cinema”. — Tem esse lado de ele ser um cronista, de trazer para as músicas dele as pessoas com quem convivia, mas ele compunha melodias com desenhos cheios de surpresas, que desembocam num lugar maravilhoso. Zé Kéti era muito sofisticado.

Jards Macalé:  'Quando estava nos piores momentos, continuei a produzir, para me manter vivo'

Para o diretor Cacá Diegues, com quem Zé trabalhou em “A grande cidade” (1966), ele foi “um dos fundadores do Cinema Novo”.

— É dele o hino inaugural, “A voz do morro”, uma canção que iluminava as imagens de “Rio 40 graus”, a primeira obra e guia do movimento que revelava o Brasil no cinema, como ele era de fato. E depois, ele ainda participou de “Rio Zona Norte”, “O desafio” e “A grande cidade”, filmes decisivos no início do Cinema Novo. Não satisfeito, Zé Kéti foi adotado por Nara Leão (no “Opinião”) e acabou adotando-a como instrumento do canto popular que se impôs à bossa nova.

 
 
Zé Kéti (à direita), com Maria Bethânia e João do Vale no espetáculo "Opinião" Foto: Arquivo
Zé Kéti (à direita), com Maria Bethânia e João do Vale no espetáculo "Opinião" Foto: Arquivo

Dos pioneiros da bossa, o cantor e compositor Carlos Lyra tornou-se até parceiro de Zé Kéti, nos tempos do “Opinião”, no “Samba da Legalidade”, que os dois só gravariam em 1994.

— Zé era uma figura ímpar. Fomos fazer um show na Unicamp a convite do (dramaturgo) Chico de Assis e ele me apareceu sem violonista, pois sabia que eu faria show e que sabia todas as suas músicas— recorda-se Lyra.

'Ano passado morri, mas esse ano não morro!':  Canção de Belchior vira hino de 2021

Da geração de sambistas que se projetava na Lapa no começo dos anos 2000, João Cavalcanti (que abre hoje a série do CCBB hoje, em show com seu trio e a cantora Fabiana Cozza) observa que Zé Kéti “logrou fazer com que suas crônicas alcançassem ouvidos que eram alheios a ele”:

—Eu cansei de ver, na ocupação cultural da Lapa, a galera cantando “Acender as velas” (que fala do doutor que “chegou tarde demais porque no morro não tem automóvel pra subir”). Certamente essa galera, na qual me incluo, não passou por aquilo que a letra diz. Mas a gente estava levando adiante uma voz que tinha sido silenciada reiteradamente. As crônicas do Zé Kéti, infelizmente, continuam muito atuais.


O Globo quarta, 13 de janeiro de 2021

ESPETÁCULO DE PURURUCA: DE MINAS PRO RIO, COM PARADINHA EM SÃO PAULO

 

Espetáculo de Pururuca: de Minas pro Rio, com paradinha em São Paulo

Difícil resistir ao petisco caipira que faz a pele do porco 'explodir' em delícia; veja onde comer
A porcopoca da Casa do Porco, em São Paulo Foto: Divulgação/Mauro Holanda
A porcopoca da Casa do Porco, em São Paulo Foto: Divulgação/Mauro Holanda
 

Renda-se a este roteiro se você é do time que ama um bom porquinho no prato, em especial aquele que tem sua pele pururucada (frita no óleo quente, para explodir!) e crocante. Servido inteiro depois de assar por horas ou com as tiras da barriga fritas em suculentos torresmos, o suíno - à pururuca! - faz as honras nas cinco casas a seguir:

A Casa do Porco

O Porco San Zé, da Casa do Porco Foto: Divulgação/Mauro Holanda / www.mauroholanda.com.br
O Porco San Zé, da Casa do Porco Foto: Divulgação/Mauro Holanda / www.mauroholanda.com.br

Essa pururuca é lá de São Paulo, mas não poderia faltar num roteiro que se preze sobre... porco: da Casa do Porco, açougue-bar comandado pelo chef Jefferson Rueda. Considerado o melhor restaurante do Brasil e o 4º da América Latina pelo The World's 50 Best, o local serve a "verdadeira pururuca" no petisco Porcopoca (R$ 19, a porção):

- A  "porcopoca" é a pele do nosso porco cozida e frita no óleo bem quente; quando ela pururuca (estoura) não dá vontade de parar de comer, é como pipoca - diz o chef.

Outra técnica usada na cozinha de Rueda é o processo de vitrificação - etapa anterior ao pururuca: a pele do porco não estoura, devido à alta temperatura utilizada no cozimento da proteína. A técnica é usada no Porco San Zé (R$ 65), carro-chefe local, em que o porco é assado inteiro e tirado do forno quando a pele está bem dourada e crocante.

Rua Araújo 124, República, São Paulo - (11) 3258-2578. Seg a sáb, das 12h às 17h e das 18h às 22h. Dom, das 12h às 17h. Reservas pelo (11) 3258-2578.

 

Málaga

Leitão à bairrada, do Málaga Foto: Divulgação
Leitão à bairrada, do Málaga Foto: Divulgação

O Leitão à Bairrada, como manda a tradição portuguesa, é o carro-chefe do discreto restaurante no Centro do Rio e de acordo com seu dono, Marcos Alonso, foi o que "salvou" o restaurante, que reabriu para o público em julho, nos últimos meses de pandemia do novo coronavírus. O leitãozinho, assado lentamente por oito horas até pururucar (por isso tem que ligar e reservar), é servido inteiro (R$ 650, para 6 a 8 pessoas), acompanhado de batatas portuguesas e farofa, ou porcionado para uma pessoa (R$ 120). Dá para visitar a casa na hora do almoço ou então encomendar para viagem, no sistema take-away.

Rua Miguel Couto 121, Centro - (21) 2233-3515. Seg a sex ( exceto feriados), das 11h30 às 17h.

Bode Cheiroso

O torresmo do Bode Cheiroso Foto: Divulgação
O torresmo do Bode Cheiroso Foto: Divulgação

Alguém lembrou de torresmo? No bar Bode Cheiroso, no Maracanã, o petisco é um clássico e concorrido: a tira da barriga do porco é suculenta e sai em levas de 40 unidades, a cada 40 minutos, a partir das 16h. A unidade está R$ 8, mas vai aumentar nos próximos dias, saindo por R$ 10, cada. Vale cada real investido.

Rua General Canabarro 218, Maracanã - 2568-9511. Qui a sáb, das 11h às 20h. Dom, das 11h às 16h.

Empório Santa Fé
 

Torresmo de pancetta Foto: Divulgação
Torresmo de pancetta Foto: Divulgação

No menu da casa na Praia do Flamengo está o torresmo de pancetta (R$ 35). Na criação do sócio João Aragão, a barriga de porco é incrementada com picles de cebola roxa da casa e goiabada artesanal apimentada, que fermenta por dias até chegar ao ponto ideal de picância.
 

Praia do Flamengo 2, Flamengo (no final da Rua do Russel) - 2205-0633. Dom e seg, das 11h30 às 17h. Ter a sáb, das 11h30 às 23h.

Càm O'n Thai Food

O Mee Leuang Pad See Ew Foto: Divulgação
O Mee Leuang Pad See Ew Foto: Divulgação

Um restaurante tailandês vendendo prato com porco à pururuca? Pois é. Quem achou que isso era coisa de mineiro, precisa conhecer o Mee Leuang Pad See Ew (R$ 48), prato típico do Sul da Tailândia, na versão da chef Ana Carolina Garcia. Ele é preparado na wok (panela clássica da culinária asiática) com barriga de porco à pururuca, egg noodles, ovo mexido e molho à base de shoyu. Acompanha molho ácido picante, à parte.

Midtown Shopping. Av. das Américas 5.001, loja 164, Barra da Tijuca.  Ter a qui, das 11h30 às 22h. Sex e sáb, das 11h30 às 15h e das 17h30 às 22h30. Dom, das 11h30 às 15h.

 


O Globo terça, 12 de janeiro de 2021

BRUNA MARQUEZINE FALA SOBRE DEPRESSÃO

 

Bruna Marquezine fala sobre depressão: 'Não tem hater meu que consiga competir comigo mesma! Eu sou pior!'

Atriz conta que a ensinaram a que 'o certo era construir uma imagem perfeita' no começo da carreira
Bruna Marquezine Foto: Reprodução/Instagram
Bruna Marquezine Foto: Reprodução/Instagram
 

Bruna Marquezine abriu um diálogo importante (e urgente) ao colocar o tema depressão na pauta. Em entrevista exclusiva à ELA, a atriz, de 25 anos, afirmou que é "lamentável" as pessoas terem resistência de falar sobre a doença. "Minha primeira terapeuta me disse uma coisa que me marcou muito. Ela observou que a depressão é uma porta numa parede que, até então, você via completamente branca. Era uma parede, sem nada. Uma vez que você identifica que está com um quadro depressivo, você começa enxergar essa porta, você pode até sair desse lugar, mas você nunca mais vai ver a parede totalmente branca. Sempre vai ver a porta lá. No primeiro momento, isso me destruiu! Poxa, eu preferia ver a parede branca pelo resto da vida!", contou Bruna.

 Tempos depois, a jovem mudou seu ponto de vista:

"Após muitas sessões de terapia, de trocar de profissional, de crescimento, de aprender e viver, eu mudei a minha opinião. Hoje, não penso mais assim. Acho bom ver a porta. Outro dia, conversei muito com a roterista Natália Klein. Falamos de como tudo é para ontem, como a gente vive num estado de ansiedade, tudo é para agora. Se você não fez, já foi, já perdeu! Sempre é um desespero. Nas artes, então... existe uma cobrança de se superar, trazer algo novo, fazer melhor! E a gente já não aprecia as coisas, tudo fica frio. Contei para ela sobre a teoria da minha terapeuta e de quanto fiquei mal com ela na época. A Natália fez uma analogia ótima. Disse que saber que tem depressão é como você entrar num lugar, ver uma barata e ela sumir! Tem gente que não liga se ela desapareceu. Eu prefiro ter a barata no meu campo de visão do que não saber onde ela está! É melhor saber o que você pode fazer a respeito, do que você ignorar e viver apreensivo porque a qualquer hora pode ser pego de surpresa". 

E atriz encerrou afirmando que ajuda "muito mais quando falo sobre esses assuntos do que quando estou de bonita no meu Instagram". "Eu adoro quando vejo as pessoas que eu admiro falando sobre as suas dores, suas vulnerabilidades... E quando você se identifica, quando você se fortalece porque vê que o outro passa pela mesma coisa... Quando falei sobre depressão, algumas pessoas me olharam como quem diz para não falar sobre aquilo, para guardar para mim. Eu entendo que era numa movimentação de me proteger, mas me proteger do quê? Se o maior problema era a depressão e não o olhar do outro diante do que estava enfrentando ou tinha enfrentado. Esse é um assunto constante nas minhas sessões."


O Globo segunda, 11 de janeiro de 2021

RISOTO DE PALMITO PUPUNHA: VEJA O PASSO A PASSO DA RECEITA

 

Risoto de palmito pupunha: veja o passo a passo da receita

Chef Malu Mello ensina prato saboroso e prático, e sem carne, que fica pronto em 20 minutos
Risoto de palmito pupunha da chef Malu Mello Foto: Divulgação
Risoto de palmito pupunha da chef Malu Mello Foto: Divulgação
 

A chef Malu Mello diz que "nunca é demais ter um palmito pupunha in natura na geladeira":

— É um ingrediente que serve para várias receitas fáceis e saudáveis, como o risoto de arroz de palmito, que leva 20 minutos para ficar pronto. Pá-pum.

 

Abaixo, confira o passo a passo da iguaria vegetariana.

Risoto de pupunha

Ingredientes:

  • 500g de arroz de palmito;
  • Sal e pimenta-do-reino a gosto;
  • Páprica picante a gosto;
  • Meia taça de vinho branco;
  • 1 cebola picada ;
  • 2 dentes de alho, picados;
  • Azeite, duas colheres de sopa;
  • Cebolinha a gosto;
  • 150g de parmesão ralado

Preparo:

Em uma panela ou frigideira, coloque o azeite, a cebola e refogue por alguns minutos. Acrescente o alho, deixe mais um minuto. Acrescente o vinho e, em seguida, o palmito. Deixe cozinhar por uns oito minutos. Acrescente o parmesão, mexa e desligue. Acrescente a cebolinha e, se quiser, cogumelos ou cottage/cream cheese. Tempere com sal e pimenta-do-reino.


O Globo domingo, 10 de janeiro de 2021

LUIZA TOMÉ: AOS 59 ANOS, ATRIZ FALA DE RELACIONAMENTOS E SE DIVERTE COM CIÚME DOS FILHOS

 

Aos 59, Luiza Tomé relembra 'Riacho doce', fala de relacionamentos e se diverte com ciúmes dos filhos

ANNA LUIZA SANTIAGO

 
 
 
Luiza Tomé (Foto: Reprodução)
Luiza Tomé (Foto: Reprodução)

Assim como os telespectadores, Luiza Tomé está tendo a chance de matar as saudades da Francisca de "Riacho doce", que acaba de desembarcar no Globoplay. A minissérie, de 1990, teve gravações em Fernando de Noronha:

- Nunca mais voltei lá. As pessoas perguntam o porquê. É porque eu tenho uma história tão mágica com aquele lugar. Tinha um único hotel, o Esmeralda. Eu e Valéria Alencar dividíamos quarto. Não dava para ficar um em cada um. Quando eu chegar lá e encontrar vários hotéis, vou ficar feliz, mas também vai doer o coração. Eu conheci o lugar muito virgem. A gente começava a gravar 5h, para pegar aquela luz linda do nascer do sol. Tinha um penhasco alto, onde a gente dançava à noite. Eram só a luz da lua e a do lampião. Se você dormisse tarde, tipo meia-noite, acordava no dia seguinte zerada, pronta para o trabalho. Não sei se era a qualidade do ar, o visual, tudo...

Na trama, Vó Manuela (Fernanda Montenegro) amaldiçoava Francisca para impedi-la de ficar com o pescador Nô (Carlos Alberto Riccelli). Foi o primeiro projeto de Luiza depois do estrondoso sucesso como Carol em "Tieta" (1989).

 

- Eu acabei fazendo muitos trabalhos por causa de "Tieta". Foi uma bênção, me deu muito retorno. Com isso, resolvi comprar meu apartamento. Mas aí eis que aparece no jornal que o Fernando Collor pegou todo o nosso dinheiro (em 1990). Eu ia comprar uma cobertura pequena, gostosa. Estava feliz da vida. Ficou todo mundo com o dinheiro preso. Era o sonho do primeiro apartamento. Eu quase desmaiei. A personagem Francisca veio para me acalentar. Só consegui comprar uns dois anos depois. Recuperei o fôlego, consegui fazer comerciais, fiz o "Caminhão do Faustão" (quadro do "Domingão") também - relembra.

Por causa dessas e de outras personagens, Luiza acabou sempre associada ao rótulo de símbolo sexual, algo que perdura até hoje. Aos 59 anos, ela se diz incomoda com esses comentários.

- Me deixa envelhecer! Eu estou envelhecendo. Outro dia alguém comentou numa foto: "Você está cheia de pé-de-galinha". Claro que estou, só tem pé-de-galinha quem está vivo. Sou uma pessoa cuidadosa, disciplinada. Sabe quantos quilos engordei na quarentena? Zero. Eu sou uma coroa bacana, enxuta, mas não dá mais (para ser símbolo sexual).

Atualmente, Luiza está envolvida no projeto de um monólogo baseado no livro de Claudia Tajes "Louca por homem", com direção de Rogelio Fabiano. Ela se apresentou virtualmente durante a pandemia. Agora, a equipe busca patrocínio para estrear num teatro este ano. 

- A personagem Graça é meio camaleoa, vai se transformando conforme suas paixões - resume Luiza.

Por falar em romances, a atriz, de 59 anos, está solteira ("nem sei há quanto tempo, pula essa parte", brinca). Ela se separou do empresário Adriano Facchini em 2012 e, desde então, teve três namorados.

- O cara tem que acrescentar muito, ser bacana. As pessoas olham e falam: "Mulher tão bonita, está sozinha". Pois é, isso é um absurdo. Como não encontrar alguém legal? - diverte-se. - Eu fico pensando: "Será que o problema sou eu, que sou chata, maluca?".

Luiza é mãe de Bruno, de 23 anos, e dos gêmeos Adriana e Luigi, de 17. Segundo a atriz, os meninos são muito ciumentos.

- O negócio aqui é puxado. Eles perguntam: "Vai sair com quem? Vai aonde? Mas já saiu com ele alguma vez? Mostra foto. Conhece há quanto tempo?". Eu brinco que me separei e ficaram dois pentelhinhos atrás de mim. Então, quem estiver comigo tem que gostar de mim e deles. E eles têm que gostar do cara também. Uma vez, eles amaram, acharam perfeito, tudo de bom. Mas eu, não - conta, às gargalhadas.

Luiza Tomé (Foto: Reprodução)
Luiza Tomé (Foto: Reprodução)

 


O Globo sábado, 09 de janeiro de 2021

MOQUECA BAIANA: CONHEÇA OS SEGREDOS E A RECEITA

 

Aula nova: conheça os segredos e a receita da moqueca baiana

As chefs Andressa Cabral e Ísis Rangel ensinam a preparar o prato e conversam sobre suas origens afro-baianas
 
Andressa Cabral e Isis Rangel: uma aula sobre a moqueca e suas origens Foto: divulgação
Andressa Cabral e Isis Rangel: uma aula sobre a moqueca e suas origens Foto: divulgação
 
 

Misture o tempero arretado da baiana Ísis Rangel às raízes africanas de Andressa Cabral e veja o caldo que dá. No vídeo aí embaixo as duas estrelam a mais nova aula da série Rio Gastronomia 10 anos. Na lição de hoje, a dupla de chefs – proprietárias do Sabores de Gabriela e o do Meza, respectivamente – divide a bancada para falar do feliz encontro entre África e Bahia através de um prato que é a cara do Brasil: a moqueca.

 - É o azeite de dendê que liga toda essa história – comenta Ísis.

Com o auxílio de Andressa, ela prepara o tradicional ensopado brasileiro numa versão com peixe, camarão, tomate, cebola, leite de coco, coentro e, claro, dendê – o toque afro-baiano da receita. Numa conversa apimentada e cheia de brincadeiras, as duas vão desvendando os segredos deste clássico da culinária nacional.

- Qual é o segredo para uma boa moqueca? – indaga Andressa.

- A moqueca boa é aquela feita por baiano. Você não vai conseguir fazer – cutuca Ísis, que emenda, desta vez a sério: - O segredo é usar os ingredientes certos em proporções adequadas. Às vezes você come uma moqueca pesada e acha que é o dendê. Mas o leite de coco tem muita gordura e se colocar muito, fica pesado.

- E é o dendê que leva a culpa! – rebate Andressa.

Numa panela de barro, Ísis dispõe todos os ingredientes em camadas para, só então, irem ao fogo e cozinharem juntos. No processo, os sucos vão se soltando dos insumos e os sabores se juntando até formar um caldo saboroso e aromático. Outra dica preciosa da baiana é bater os tomates com a cebola antes do preparo. Assim, eles formam uma base que, além de dar sabor, vai ajudar a garantir uma textura mais cremosa ao caldo da moqueca. O ponto do camarão é outro aspecto importante.

- Ele cozinha muito rápido. Por isso, é posto só nos minutos finais. Senão, cozinham muito e ficam duros.

As chefs comentam ainda sobre a versatilidade do prato, que pode ser feito com os mais variados ingredientes, de pescados a vegetais. E descobrem que compartilham do gosto por uma variação bem incomum: a moqueca de caju maduro.

Quem quiser se aventurar na cozinha e criar sua própria versão pode usar essa mesma receita como base. Seja siri, lagosta, banana ou palmito, o importante, Ísis ensina, é ficar atento ao tempo de cozimento do ingrediente escolhido.

O Rio Gastronomia é uma realização do jornal O GLOBO com apresentação do Senac RJ e do Sesc RJ, patrocínio master do Santander, patrocínio de Naturgy e Stella Artois, apoio do Gosto da Amazônia, Água Pouso Alto e Getnet, e parceria do SindRio.

Receita de moqueca de peixe com camarão

1Kg de camarão limpo

1kg de peixe limpo (em filé grosso ou em postas)

3 cebolas médias

5 tomates maduros

1maço de coentro 

3 limões

100ml de azeite de dendê

200ml de leite de coco

200ml de água

Sal a gosto

Azeite de oliva a gosto

Modo de preparo

Lave o camarão com água e limão. Deixe escorrer numa peneira.

Faça uma salmoura juntando o suco de dois limões, 100ml de água e sal. Coloque os pedaços de peixe nessa salmoura e deixe marinar por 15 minutos. Reserve.

Bata no liquidificador 50ml de água, três tomates, duas cebolas e um pouco do coentro. Coloque o peixe numa panela e cubra com este molho que resultou dos temperos batidos. Depois, acrescente o leite de coco e regue com o azeite de oliva. Em seguida, coloque o azeite de dendê e o suco de um limão. Por cima de tudo, coloque o restante do tomate e da cebola cortados em rodelas.

Leve ao fogo e deixe cozinhar por 10 minutos até que o peixe cozinhe um pouco. Em seguida, coloque os camarões e deixe cozinhar só até ficarem rosados (cerca de 3 minutos). Desligue o fogo, salpique coentro e sirva com arroz branco e farofa de dendê.


O Globo sexta, 08 de janeiro de 2021

QUEIJOS ARTESANAIS BRASILEIROS: SAIBA QUAIS OS MELHORES À VENDA ON-LINE

 

Saiba quais são os melhores queijos artesanais brasileiros, à venda on-line

Reconhecimento e prêmios internacionais reforçam bom momento de queijos nacionais, que ganharam uma leva de lojas especializadas
Queijos artesanais brasileiros à venda na loja A Colheita Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
Queijos artesanais brasileiros à venda na loja A Colheita Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
 

Quando o júri do Mondial du Fromage, o mais importante concurso de queijos do mundo, em Tours, na França, concedeu três medalhas Super Oro (sim, “super”) para exemplares da Serra da Canastra (MG), a queijaria artesanal brasileira abocanhou uma fatia de peso no cenário mundial. Mais 58 exemplares brasucas faturaram junto ouro, prata e bronze, num páreo com mil queijos de 40 países. Nem só de Catupiry, requeijão e Palmyra vive a nossa queijaria.

— O grande avanço é que a queijaria artesanal brasileira não procura copiar ou adaptar queijos europeus. Faz autorais, únicos, cheios de brasilidades e tipicidades — diz Daniel Martins, do Queijo com Prosa, da Junta Local, que, nestes tempos pandêmicos, mantém loja virtual.

Estima-se em mais de 30 mil os pequenos produtores de queijo no país, que, aos poucos, podem ser apreciados em bons restaurantes e em casa, graças a uma leva de lojas especializadas em queijos até então bissextos. Vão chegando com a sua nomenclatura peculiar, como Bofete, Lua Cheia, Piazinho, Brisa, Geada, Estação, Cuesta, Garnizé, Arupiara, Cariri... Esses dois últimos do sertão da Paraíba.

— Os do circuito paulista, que costumam ser os mais caros, são de ótima qualidade, caso do Pardinho — exalta Cristiana Gurgel, produtora cultural que há cinco anos passou a pesquisar e trabalhar com queijos artesanais.

Foi quando conheceu o Ambrósio, feito de leite de búfala banhado em aguardente, mel e selado com cera de abelha. Sai por R$ 60 o quilo e é uma das estrelas do Queijomio, loja virtual que ela abriu em 2020.

Queijo artesanal na loja Na Venda, no Leblon Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
Queijo artesanal na loja Na Venda, no Leblon Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo

O Canastra, o mais famoso, custa de R$ 100 a R$ 130 o quilo. Patrimônio Cultural e Imaterial tombado pelo Iphan, tem suas normas: cada peça deve ser feita com dez litros de leite e pesar entre 800g e 1,100kg. Vários são conhecidos pelo nome do produtor, como os premiados Ivair e Jacob.

— A queijaria artesanal evoluiu muito. Não faz muito tempo, os produtores da Mantiqueira descartavam os queijos com mofo, achavam que estavam estragados. Com a ajuda de técnicos da Universidade de Lavras, aprenderam que o mofo dali, o “mofo branco”, traz leveduras iguais aos do roquefort francês — conta Altyr Pereira, do Nosso Terroir, que, além de vender queijos, defuma Canastra em madeira de macieira, laranjeira e pessegueira.

Ele lembra ainda que outro passo importante foi a regulamentação profissional do queijeiro afinador, que acompanha, ajusta e eleva a qualidade dos queijos. Na França, eles são essenciais.

Na Venda, mercadinho especialiado em queijos, no Leblon Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
Na Venda, mercadinho especialiado em queijos, no Leblon Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo

O Rio conta com lojas com um bom garimpo. A Na Colheita é uma delas, com queijos de pequenos e microprodutores, que privilegiam rebanho solto e técnicas ancestrais.

— São produtores que buscam resgatar a tradição de suas regiões, conferindo aos queijos um terroir autêntico. O que dá personalidade a cada um é o pasto — diz Bruno Grossman, um dos sócios da simpática loja de Botafogo.

Na Venda, empório do Leblon com jeitinho de antigamente, as prateleiras abrigam 25 típicos queijos artesanais.

— Não faz muito tempo, ter uma loja com esse foco seria inviável. Não tinha como conhecer nem como comprar — diz Cristine Figueiredo, a caminho do aeroporto para pegar uma leva de Bello, queijo de casca lavada e recheio cremoso do Cerrado mineiro, que lembra o Serra da Estrela.

Com a ajuda desse time de faro fino, montamos um roteiro de degustação com os melhores queijos artesanais brasileiros.

Os melhores  e mais premiados

  • Pingo do Amor: queijo da Serra da Canastra, produzido há cinco gerações, medalha de prata no Mondial de Fromage 2019. A partir de R$ 100, o quilo.
  • Queijo do Ivair: outra estrela da Serra da Canastra, premiado com a medalha Super Ouro no Mondial du Fromage 2019. A partir de  R$ 100, o quilo.
  • Queijo do Jacob: um Serra da Canastra de valor, medalha de prata em 2019 no Mondial du Fromage. A partir de R$ 100
  • Queijo Senzala: primeiro queijo brasileiro premiado no exterior, é feito em Araxá. É um “tipo Canastra”, que não leva o nome pois é de outra região.
  • Alagoa: queijo que traz o nome da cidade onde é feito, na Serra da Mantiqueira. O que é produzido pelo Sô Batista já faturou medalha de prata no mundial da França, em 2019.
  • Queijo Fazendo do Cedro: da região do Serro. Medalha de Ouro no III e IV Prêmio Queijo Brasil.
  • Queijo Tulha da Fazenda Atalaia: um tipo de Canastra produzido em Amparo, São Paulo (Ouro no World Cheese Awards 2016)
  • Queijo Cuesta da Fazenda Sant’Anna: de Pardinho, Super Ouro no Mondial du Fromage 2019.
  • Cacauzinho: de leite de cabra maturado com mofos brancos, cacau e cumaru. Produção colaborativa com o chef Alex Atala. Medalha de Ouro no II e V Prêmio Queijo Brasil. R$ 21 (90g).
  • Lua cheia: feito na Serra das Antas, queijo mole, de textura aveludada com casca recoberta por carvão vegetal e mofo branco. Primeiro lugar no Prêmio Queijo Brasil (R$ 39, 50 a peça)
  • Ambrósio: de leite de búfala, do Vale do Ribeira (SP) banhado em aguardente com mel e selado em cera de abelha. (R$ 50)
  • Dionísio: lavado em vinho branco, cremoso e de paladar intenso. Feito em Itapetininga (SP), R$ 80, a peça.
  • Azul de Bofete: de leite de vaca, com mofo azul natural, é fermentado com kefir. Fazenda Bofete, SP (R$ 65)
  • Piazinho: de casca lavada, feito na Serra do Japi (SP) pela queijaria Pé do Morro. R$ 35, a peça.

Onde comprar91100315_RS - Rio de Janeiro RJ 06-01-2021 Especial Queijos Finos à venda no Rio Na foto A COLHEITA (1).jpg

Na Venda:

Rua General Urquiza 67, Leblon (2848-8664). Seg a sáb, das 10h às 18h.

A Colheita:

Rua São João Batista 79, Botafogo (97030- 3231). Seg a sáb, das

9h às 16h.

Queijomio:

Entregas no Rio e em Niterói. 97233-7083. @queijomio.

Queijo com Prosa:

 99754-2407, @queijocomprosa e queijocom prosa.com.br/loja.

Nosso Terroir:

 98089-0919, https://nosso-terroir.web.app/core/layout/loja/catalogo, @nossoterroir. Entrega em todo Brasil


O Globo quinta, 07 de janeiro de 2021

MARÍLIA MENDONÇA: CANTORA COMENTA SOBRE MUDANÇAS DE SEU CORPO ANTES E DEPOIS DA GESTAÇÃO

 

Marília Mendonça comenta sobre as mudanças de seu corpo antes e depois da gestação

A cantora revelou ter descoberto a gravidez três meses após sua abdominoplastia e ainda compartilhou uma foto mostrando as estrias escuras que apareceram em sua barriga durante a gestação; Especialistas analisam o caso da sertaneja
 
Antes e depois de Marília Mendonça Foto: Reprodução
Antes e depois de Marília Mendonça Foto: Reprodução
Na manhã desta quarta-feira, Marília Mendonça abriu o jogo sobre sua abdominoplastia realizada três meses antes de descobrir a gravidez e as mudanças que seu corpo passou desde então. Na ocasião, a cantora relembrou as especulações de que havia feito cirurgia bariátrica para emagrecer e esclareceu que, à época, conseguiu perder 20 quilos apenas com exercícios e boa alimentação, mas que optou pela plástica no abdômen por conta do excesso de pele na região.
 

"No início, eu gripava muito e precisava dar um jeito em minha vida. Fomos cuidando da saúde e consequentemente fui gostando do que estava vendo e perdi vinte quilos. Depois disso, comecei a me incomodar com uma coisa que nunca tinha me incomodado quando eu estava mais gordinha. A pele da minha barriga caiu, ficou muita pele mesmo. Eu tinha bastante barriga. Foi aqui que procurei a cirurgiã, eu não tinha engravidado ainda. Ela fez sem amarrar o músculo. Nessa época acho que ela falou em 2 kg de pele após emagrecer esses 20 kg. Fiz a abdominoplastia e coloquei o peito", relembrou ela.

Por conta da cirurgia, a sertaneja contou que decidiu parar de tomar o anticoncepcional, engravidando pouco tempo depois de já estar recuperada.

"Assim que me recuperei da cirurgia, deixei de tomar anticoncepcional devido ao procedimento e o Léo chegou, chegou chutando a porta. Engravidei coisa de um mês e meio depois de fazer cirurgia. Fiquei muito preocupada".

Fragilizada emocionalmente no começo da gestação de Léo, de 1 ano, a cantora descontou a ansiedade na comida, voltando a pesar mais 20 quilos. Marília ainda compartilhou uma foto mostrando as estrias escuras que apareceram em sua barriga enquanto gestante.

Marília Mendonça mostrou aos seguidores que apareceram estrias em sua barriga durante a gravidez Foto: Reprodução
Marília Mendonça mostrou aos seguidores que apareceram estrias em sua barriga durante a gravidez Foto: Reprodução

 

Dois meses após o parto, vendo as consequências da má alimentação durante a gravidez, a cantora decidiu procurar o médico novamente para voltar com o programa de emagrecimento.

"Minha pele estava destruída. E a culpa não era só dos hormônios, também era da alimentação. Eu estava nem aí para a alimentação. Minhas costas estavam destruídas de acne. Eu lavava o rosto, e em dois minutos ele minava oleosidade. Comecei a me sentir fraca".

Opinião de especialistas

Cirurgião plástico há 25 anos, Alan Bernacchi afirma que não há risco algum em engravidar depois de a paciente passar por uma abdominoplastia, mas sugere que as mulheres pensem na possibilidade de se submeter a essa cirurgia plástica depois de já terem definido a prole.

—  Quando a gente faz a abdominoplastia, a gente só mexe apenas na pele, na musculatura. Ou seja, é uma cirurgia superficial. A gente não mexe nos órgãos, no intestino, nada disso. Mas os cirurgiões plásticos dão preferência para aquelas mulheres que já não vão mais ter filhos, porque na gravidez vai esticar tudo de novo. Mas, claro, a gente pode ver de novo sem problema algum — diz o médico.

Sobre as estrias escuras que apareceram na barriga de Marília enquanto ela estava grávida, a dermatologista Mônica Azulay explica que é comum ver gestantes apresentando essas cicatrizes na região do abdômen por conta do estiramento da pele, principalmente as mães de primeira viagem e aquelas que engordam muito durante a gravidez. Mas a boa notícia é que há um tratamento para minimizar essas marcas.

— Tem total tratamento. Não é fácil, mas tem um resultado muito satisfatório para as minhas pacientes. Eu nunca prometo que vá voltar a ser 100% do que era antes, porque isso vai depender de como cada indivíduo vai responder ao tratamento, mas nos casos que não voltam totalmente, as estrias ficam muito sutis. Vale a pena procurar um dermatologista, porque todos os tipos de estrias, as vermelhas, as escuras e até as brancas, que são mais difíceis, têm tratamento — afirma.

O Globo quarta, 06 de janeiro de 2021

DIA DE REIS: APRENDA A PREPARAR A TRADICIONAL ROSCA DA SORTE

 

 

Dia de Reis: aprenda a preparar a tradicional rosca da sorte

Quem dá a receita (e ensina a simpatia!) para o clássico da data em homenagem aos três reis magos bíblicos é a Alda Maria Doces Portugueses
 
 
Bolo de Reis da Alda Maria Doces Portugueses Foto: Divulgação
 
]

Bolo-Rei, Bolo de Reis ou Rosca de Reis. Os nomes da iguaria europeia que celebra o Dia dos Reis (os três reis magos bíblicos, Baltazar, Belchior e Gaspar) podem até variar. Mas a tradição é sempre a mesma: 6 de janeiro é dia de saborear este bolo clássico repleto de frutos secos e, se você curte uma simpatia, torcer para achar o brinde escondido dentro (reza a lenda que se você achar um brinde em sua fatia, terá sorte o ano todo; se achar uma fava, terá de cuidar do bolo do próximo ano) e desmontar a árvore de Natal.

Para veganos:aprenda a fazer um delicioso curry de caju com shitake e arroz de coco

Dona de receitas portuguesas tradicionais na família há nove gerações, a confeitaria Alda Maria Portugueses, em Santa Teresa, comandada por Alda Talavera Campos e suas filhas Liliana e Simone e especializada em confeitaria conventual, todo ano reserva parte de seus esforços de produção para preparar a iguaria clássica. As encomendas do bolo (a R$ 95) se encerraram na última segunda-feira, dia 5, mas ainda há unidades reservadas para pronta-entrega, no próprio dia 6 e no local (Rua Almirante Alexandrino 1.116, Santa Teresa - 2232-1330 ou 98542-1320, das 11h às 19h), para quem deixou a faina para a última hora.

Cardápios de masterchef:onde provar pratos de cozinheiros que você já viu em um reality show

- Um de nossos diferenciais é que não usamos frutas cristalizadas, optamos por frutos secos, como amêndoas, nozes, tâmaras, ameixa preta, passas e damasco. No ano passado, eu que encontrei a fava, por isso o bolo desse ano lá em casa é por minha conta! -, conta Simone Campos, que viu a irmã Lili, então grávida de seu sobrinho Bernardo, achar o brinde, símbolo de sorte.

Quem vai arriscar a preparar o Bolo de Reis em casa, uma boa notícia: Alda Maria liberou a receita de seu caderno de família exclusivamente para o público do Rio Show, que divulgamos a seguir! Não esqueça o brinde e boa sorte.

Bolo ou Rosca de Reis

Receita do caderno de família da Alda Maria Doces Portugueses

 

Bolo de reis Foto: Divulgação
Bolo de reis Foto: Divulgação

450 gramas de farinha com fermento

70 gramas de açúcar

Casca de 1 laranja

Casca de 1 limão

130 ml de leite

3 gemas

25 gramas de fermento fresco

200 ml de suco de laranja

40 ml de vinho do Porto

350 gramas de frutas secas (podem ser substituídas por frutas cristalizadas)

70 gramas de manteiga

1 pitada de sal

Gema para pincelar


Modo de preparo:
 

Pese a farinha e reserve.

Na batedeira (espátula de pão), misture o açúcar com as cascas de laranja e limão. Adicione o leite e a manteiga e bata bem. Junte as 3 gemas, uma a uma, o suco de laranja, o vinho do Porto e por último o fermento. Misture bem. Com a batedeira ligada no mínimo, coloque a farinha aos poucos, em colheradas, para não empelotar. Por fim, adicione a pitada de sal. Bata até formar uma bola que desgrude das paredes da tigela.

Deixe a massa descansar, coberta e fora da geladeira, até dobrar de tamanho. Tire o ar com os dedos.

Inclua 250 gramas de frutos secos e misture em velocidade baixa.

Unte um tabuleiro com manteiga e farinha (pode ser de bolo ou uma assadeira em que dê para dar o formato de rosca). Não esqueça de colocar o brinde (geralmente, uma pequena peça de metal ou porcelana, embrulhada por proteção) e a fava (pode ser de baunilha, de ervilha, de feijão...) dentro da massa.

Pincele com a gema e coloque por cima dos 100 gramas de frutos que sobraram. Deixe a massa dobrar de tamanho e asse por 20 minutos, a 180°C, em forno pré-aquecido. Você pode polvilhar com açúcar de confeiteiro no final.

 
 
 

O Globo terça, 05 de janeiro de 2021

JARDS MACALÉ: QUANDO ESTAVA NOS PIORES MOMENTOS, CONTINUEI A PRODUZIR, PARA ME MANTER VIVO

 

Jards Macalé: 'Quando estava nos piores momentos, continuei a produzir, para me manter vivo'

Sucesso no streaming e tema de acalentada biografia, artista chega aos 77 anos recebendo homenagens e com três discos a serem lançados, um só de inéditas
O cantor e compositor Jards Macalé Foto: José de Holanda / Divulgação
O cantor e compositor Jards Macalé Foto: José de Holanda / Divulgação
 

RIO - Não tem muito tempo, Jards Macalé descobriu que “Soluços”, música de seu primeiro compacto, de 1970, conta com quase dois milhões de streams no Spotify. Está certo que a gravação entrou na trilha da novela “Amor de mãe”, mas não deixa de ser um feito e tanto para o artista que sofreu como poucos com a pecha de maldito em boa parte do seu mais de meio século de carreira.

'Ano passado morri, mas esse ano não morro!': Canção de Belchior vira hino de 2021

Fiel à máxima de que “todo ser humano acaba criando a sua lenda, mesmo que não queira”, o artista ainda sim diz achar estranho que a sua “humilde figura de Don Quixote de La Mancha, quando muito Sancho Pança” tenha rendido um volume com mais de 500 páginas. Ao ler o livro, Jards Anet da Silva emocionou-se e riu, ainda mais nas vezes em que se viu confrontado com aquele tal de Jards Macalé, um personagem “anárquico entre aspas, que vai na emoção direta”:

— Eu tinha clareza do que estava fazendo, mas não do que estava acontecendo e de quais seriam as consequências. Só agora estou tomando consciência desse personagem.
Detalhe da capa do livro "Jards Macalé - eu só faço o que quero", de Fred Coelho Foto: Reprodução
Detalhe da capa do livro "Jards Macalé - eu só faço o que quero", de Fred Coelho Foto: Reprodução

Preparado para encontrar um biografado com uma fama de gauche que o precede, Fred Coelho teve surpresas logo que começou o trabalho:

— O Jards é um cara pontual e organizado, que tem um arquivo incrível. Ele sempre teve noção do lugar que ocupa na história da sua geração e da cultura brasileira.

Silviano Santiago: 'Só no Brasil escritor não pode ser inteligente'

Amigo, produtor e parceiro no grupo Dobrando a Carioca, o cantor e compositor Moacyr Luz também foi enganado pela imagem maldita de Macalé:

— Eu marcava oito e meia no aeroporto, ele chegava oito e vinte e ficava tirando onda de que era o mais pontual do grupo.

Altos e baixos

O livro acompanha as desventuras do carioca nascido na Tijuca, que passou a adolescência nas areias de Ipanema (onde herdou o apelido de Macalé daquele que era considerado um dos piores jogadores de futebol de sua época) e que cedo se viu no meio do turbilhão de renovação musical pós-bossa nova.

Aplicado estudante de música na Pró Arte, Jards acabou se misturando a turma dos baianos Caetano, Gil, Bethânia e Gal que desembarcava no Rio para o sucesso. Descolou-se deles na Tropicália e foi sensação em 1969, no Festival Internacional da Canção, com a performática “Gotham City” (“Cuidado! Há um morcego na porta principal!”).

— “Gotham City”, agora eu posso dizer, foi um desagravo meu e do (poeta e letrista José Carlos) Capinam à prisão de Caetano e Gil (pela ditadura militar) — conta Macalé que, antes de encontrar Caetano Veloso no exílio londrino e ajudá-lo nas gravações do Lp “Transa” (1972), foi gravado por Gal Costa (“Vapor barato”) e que, junto com a cantora, Capinam e Paulinho da Viola, fundou uma firma de empresariamento de artistas chamada Tropicart. — Havia a ideia bizarra que íamos salvar os restos da Tropicália na voz da Gal. Claro que fomos à falência!
Jards Macalé canta "Gotham City", música dele e de Capinam no Festival Internacional da Canção, no Maracanãzinho, em 1969 Foto: Arquivo / Agência O Globo
Jards Macalé canta "Gotham City", música dele e de Capinam no Festival Internacional da Canção, no Maracanãzinho, em 1969 Foto: Arquivo / Agência O Globo

Nos anos 1970, apesar da ditadura, Macalé fez, de fato o que quis. Como artista solo, gravou três LPs ousados e sofisticados, que conjugavam tradição e modernidade sem a preocupação de fixar-se a rótulos: “Jards Macalé” (1972), “Aprender a nadar” (1974, que ele lançou numa performance na barca Rio-Niterói ao fim da qual jogou-se na baía de Guanabara) e “Contrastes” (1977). No entanto, as dificuldades em lidar com as exigências de gravadoras, rádios e contratantes de shows o levaram a um longo período de escassez de espetáculos e discos de canções inéditas (“Let’s play that”, que ele gravou em 1980 acabou saindo apenas 14 anos depois). E a duas tentativas de suicídio.

— Em 1985 eu saí do ar — admite ele, seco. — Mas nunca parei de trabalhar, nunca parei de produzir. Quando eu estava nos piores momentos, continuei a produzir. Sem perspectiva, sem pensar em mercado, mas por compulsão, para me manter vivo. Ser um artista maldito, que era uma honra, acabou virando mesmo uma maldição. Algum tempo depois, eu fui ler no dicionário o verbete de “maldito” e me apavorei, é horrível. Quer saber? Maldito é a p.q.p.! E aí comecei a combater o maldito nesse sentido. Garrincha, Villa-Lobos, o próprio Tom Jobim, todos foram amaldiçoados. Quando João Gilberto morreu, alguém disse “oh!”?

Novos tempos

Mas em 2021 as coisas são bem diferentes para Jards Macalé. Ele tem três discos para sair: um só com canções de Zé Kéti, gravado em Nova York com o trio do pandeirista Sergio Krakowski; um de inéditas em parceria com o pianista João Donato (que grava em janeiro pelo selo Rocinante) e um de instrumentais, a ser feito para a gravadora Atração.

E homenagens lhe não faltam, como o recente disco “Quero viver sem grilo – uma viagem a Jards Macalé”, da cantora Emanuelle Araújo, e a indicação ao Grammy Latino por “Besta fera” (2019), álbum que gravou, depois de passar por sérios problemas de saúde, com Kiko Dinucci, Tim Bernardes, Juçara Marçal, Rodrigo Campos e outras feras da música dos anos 2010 de São Paulo.

— É um dos maiores ícones de coragem e arte profunda e transgressora. A inquietude e irreverência da sua música sempre foram inspiração — diz Emanuelle.

Falando em gerações (ou melhor, degenerações, como ele prefere chamar), Macalé vê a sua como uma que “se cristalizou, bolou fórmulas, ganhou algum dinheiro e não quer mais sair da poltrona para não se incomodar”.

— Já essa nova degeneração é inquieta, eles querem saber o que aconteceu, o que está acontecendo, e querem fazer alguma coisa para acontecer. Eles são bons, não à toa que botaram a Elza (Soares) lá no espaço sideral (com o disco “A mulher do fim do mundo”, de 2015).

'A gente enverga mais não quebra': Davi Moraes, que perdeu pai, mãe e avó em 2020, fala sobre luto e de como transformou dor em música

Presente tanto no disco de Elza quanto no de Macalé, Dinucci considera o mestre carioca “o grande herdeiro de João Gilberto”:

— Enxergo o Jards como a sua continuação, na interpretação e na invenção. O próprio João adorava vê-lo tocar. A primeira coisa que me vem à cabeça sobre ele é originalidade e pluralidade, uma facilidade para percorrer vários mundos — observa. — É um camaleão que vai se adaptando por onde passa, mas não de uma maneira passiva. É sempre transformando, sacudindo, desafinando o coro dos contentes.


O Globo segunda, 04 de janeiro de 2021

A FORÇA DO QUERER: IRENE ROUBA EUGÊNIO

 

'A força do querer': Irene rouba Eugênio

GABRIELA ANTUNES

 
 
 
Débora Falabella é Irene em 'A força do querer' (Foto: Reprodução)
Débora Falabella é Irene em 'A força do querer' (Foto: Reprodução)

 

Nos próximos capítulos da novela "A força do querer", Irene (Débora Falabella) vai roubar Eugênio (Dan Stulbach).

Tudo acontecerá depois que a vilã for rejeitada pelo pai de Ivana (Carol Duarte). Mesmo correndo o risco de ser desmascarada por Garcia (Othon Bastos), que sabe que ela é uma assassina, Irene decidirá continuar no Brasil para tentar reconquistar Eugênio.

Um dia, o advogado estará parado com seu carro num sinal quando, de repente, a arquiteta abrir a porta e sentar ao lado dele no veículo.

- Nós já conversamos sobre tudo, não foi?

- Não, a gente não conversou - afirmará ela, indo para cima dele e tentando beijá-lo.

 

LEIA MAIS:

Bibi corre risco de morte

Segredo de Ivana é descoberto

Ivana é atacada por Joyce

Bibi escapa por um triz da prisão

Zeca é preso

 

Incomodado com o comportamento da ex-amante, Eugênio irá estacionar e pedirá que ela desça do carro. Diante da recusa dela, ele sairá do veículo para esperar ela descer.

Enquanto espera, Eugênio chamará um táxi e começará a conversar com o motorista. Nesse momento, ouvirá uma arrancada e perceberá que Irene foi embora com o seu carro.

Mais tarde, a vilã ligará para Mira (Maria Clara Spinelli) para contar seu plano:

- Estacionei num lugar que ele nem imagina. Não adianta ter chave reserva. Vai ter que vir aqui (na casa dela), se quiser ter de volta. Ou então chamar a polícia. Eu ia adorar!


O Globo domingo, 03 de janeiro de 2021

FERNANDA VENTURINI: EM PLENA FORMA AOS 50 ANOS, LANÇA PROGRAMA PARA QUEM QUER PERDER PESO E GANHAR SAÚDE

 

Fernanda Venturini, em plena forma aos 50 anos, lança programa para ajudar quem quer perder peso e ganhar saúde

Ex-levantadora tem rotina multiesportiva e exibe corpo sarado nas redes sociais; ex-jogadoras contam como driblam as sequelas do esporte profissional para se manterem em forma
 
Fernanda Venturini superou a depressão após a aposentadoria com reposição hormonal, alimentação saudável e exercícios Foto: Arquivo pessoal
Fernanda Venturini superou a depressão após a aposentadoria com reposição hormonal, alimentação saudável e exercícios Foto: Arquivo pessoal

Fernanda Venturini, de 50 anos, fala rápido. Sempre foi assim, desde os tempos em que brilhava nas quadras de vôlei. Ela não tem tempo a perder. Enquanto conversava com O GLOBO para esta reportagem, se preparava para encarar mais uma aula de kitesurf. Atualmente, a ex-jogadora de vôlei faz musculação, frescobol, dança e bike. Volta e meia joga beach tênis, faz standup padldle, salta de paraquedas e voa de paraglider.

 Mãe de Júlia, de 19 anos, e Vitória, de 11, ela afirma, "com toda a certeza do mundo", que está forte e saudável como nunca esteve na vida. Mesmo e principalmente se comparado com a época das quadras.

Solteira, após separação do técnico Bernardinho, com quem esteve casada por 25 anos, Fernanda, com 63 quilos em 1m80, entra 2021 com novos planos: ajudar os outros a ganhar saúde e bem estar. Ela lança no próximo dia 7 (às 20h) programa em seu canal no Youtube ("14 Minutos de Saúde com Fernanda Venturini) e terá apoio de profissionais da área médica, preparação física, nutrição e coaching.

— Se seu mindset for fixo nem perca seu tempo. Agora se tiver a cabeça aberta vai adorar — desafia Fernanda, que vai entrevistar médicos e contar histórias de superação. — Agora é minha hora de trabalhar. Antes, casada, eu cuidava das coisas do Bernardo e ele trabalhava. Eu ficava mais em casa. Ajudar os outros a ganhar saúde é o meu propósito da vida agora.

Fernanda conta que sua vida mudou radicalmente há um ano. Quando se aposentou definitivamente das quadras, após temporada com o time de Bernardinho em 2011/2012, ela lutou contra a depressão. Mal administrava as dores no joelho e a dificuldade para se exercitar

— Tomava antidepressivo e usava um implante hormonal, o chip da beleza, no bumbum. Estava tudo errado. Conheci um médico que é contra a gestrinona (hormônio sintético) e, fazendo seus cursos, aprendi como o corpo funciona. Tirei o implante, mudei minha alimentação, fiz modulação hormonal e com isso minhas dores sumiram e ganhei gás para voltar aos esportes — relata Fernanda, que diz que se sente rejuvenescendo, "voltando no tempo".

Ela explica que está conectada com médicos da nova geração e que começou a fazer tratamentos como ozonioterapia (administração de gás de ozônio no corpo para tratar alguns problemas de saúde), GH (com hormônio do crescimento), jejum intermitente (por umas 20 horas), entre ouros. Ao mesmo tempo, cortou radicalmente o carboidrato e o açúcar.

Em seu Instagram, ela mostra o corpão enquanto curte as praias do Rio, onde mora. Também exibe suas façanhas esportivas e atividades prediletas.

Ex-levantadora do vôlei agora joga frescobol Foto: Arquivo pessoal
Ex-levantadora do vôlei agora joga frescobol Foto: Arquivo pessoal

— Sei que este tema (reposição hormonal) é polêmico mas essa é a minha experiência. Passei a mostrar meus progressos na minha rede social e muita gente começou a se inspirar. Por isso, surgiu a ideia do canal para ajudar os outros. Amo esporte e quero fazer até o resto da minha vida.

 
 

Luta contra o desgaste

A ex-central Ida, de 55 anos, 66kg e 1m78, vai logo avisando:

— Não estou forte como a Fernanda, mas estou magra, saudável e bem. Passei da fase de ser gostosona. Coloco uma roupa e me sinto bonita. Me gosto— fala a ex-jogadora, que já foi capa da Playboy, em 1996.

Ela, que tem dois filhos e um neto, explica que gosta de atividade física e que sempre a incluiu na rotina. Mas odeia academia de ginástica. Costuma dizer que passou uma vida inteira puxando ferro e não tem paciência para fazer o mesmo agora. Hoje, ela prefere se exercitar ao ar livre, fazer funcional.

Ida, em Portugal, em foto feita pela filha, Carol: "Me gosto" Foto: Carol Alvares
Ida, em Portugal, em foto feita pela filha, Carol: "Me gosto" Foto: Carol Alvares

Quando largou as quadras, experimentou esportes diversos, de Corrida de Aventura (aquelas que duram dias e chegam a 500km) à canoa havaiana. Hoje entrou para a turma do beach tênnis. Em Lisboa, onde mora, administra grupo em Whatsapp com mais de 60 praticantes, e em 2021, quer dar aulas.

— Lá o esporte não é tão difundido —constatou Ida, formada em Educação Física. — Estou bem de ombro e joelho (risos). Me cuido, tenho uma alimentação saudável, sem glúten. Mas não sou exagerada em nada.

Ida faz parte de uma geração de jogadoras “cobaias” que hoje convivem com sequelas nos ombros e, principalmente, nos joelhos. Precisam driblar as limitações e a dores para se manterem em forma e saudáveis.

Como Isabel Salgado, de 60 anos, mãe de cinco filhos (um adotado) e avó de cinco. Ela diz que precisa fazer exercício para não ter limitações físicas. Seus joelhos foram castigados na época que jogava profissionalmente e agora a impedem de maiores esforços ou de experimentar novas modalidades. Ainda assim, não é páreo para muitas meninas de 20 e poucos anos.

Magra e forte, ela corria na praia quatro vezes na semana, ia na academia, jogava vôlei, e fazia caminhadas na areia. Ela sempre se cuidou. Mas o novo coronavírus mudou toda a sua rotina.

Isabel, 60 anos, voltou a treinar para manter a boa forma e cuidar do joelho. Foto: Leonardo Aversa : Leo Aversa / Leo Aversa
Isabel, 60 anos, voltou a treinar para manter a boa forma e cuidar do joelho. Foto: Leonardo Aversa : Leo Aversa / Leo Aversa

 

Isolada em um apartamento no Jardim Botânico, ela não conseguiu manter o ritmo. Não tinha vontade, paciência. Disse que entristeceu diante de tanta desgraça. E agora, acha que está pagando um preço alto:

—  A pandemia foi um horror, acabou com o meu joelho porque tive de parar de fazer tudo. Mas não posso reclamar diante de tantas coisas horríveis que aconteceram. Esse coronavírus, que não escolhe vítima, é desesperador. Mas, muito mais desesperador é o governo Bolsonaro — cutuca Isabel, que há três meses iniciou trabalho de eletroestimulação de corpo todo para se fortalecer novamente, além da academia convencional. — Minha lesão no joelho é complicada, rompi o ligamento cruzado e operei há muito tempo. Eu preciso fazer exercício para não perder os músculos da coxa. Mas agora, com essa nova onda da Covid-19, estou com muito medo. Preferia correr ao ar livre mas ainda não consigo. Não vou a restaurante, não saio... só treino mesmo porque preciso.

A eletroestimulação, sem impacto, tem dado resultados. Ela já ganhou 1,5 quilo de músculos e perdeu 3% de gordura. Está com cerca de 69kg em 1,80m. Exigente, ela quer mais. Diz que quer voltar ao corpo de março, quando tinha estabilidade nos joelhos para fazer o que quiser. Isabel foca na saúde e não entra nessa cobrança da mulher estar em forma pela beleza:

— Quero ficar longe disso! Tenho vontade de me manter bem fisicamente para desfrutar a vida, andar na areia, dar meu mergulho.  Atividade física para mim é fundamental. Se eu não cuidar da minha lesão, vou ter problemas sérios. Estou tentando evitar nova cirurgia. Mas também tenho muito prazer quando suo. Me faz bem, para a cabeça inclusive. Sempre fiz algo, desde quando parei de jogar. Sempre estive na areia. A areia sempre me ajudou muito.

Foi Vera Mossa quem levou Isabel para a eletroestimulação. Ela também convive com dores nos joelhos mas, diferentemente da amiga, não se manteve em plena atividade desde que abandonou as quadras. Vera, com 56 anos, teve mais um filho, a Luiza, hoje com 18 anos, depois de aposentada. Ela é mãe de Edinho, de 39 anos, e Bruninho, de 34, levantador da seleção brasileira.

Musa absoluta da sua época, ela quis se dedicar à filha integralmente e os exercícios físicos ficaram em segundo plano. Ainda assim, fez academia por muitos anos, adorava spinning, e descobriu a acrobacia em tecido.

— Sempre tive receio de forçar ainda mais os meus joelhos — admite a ex-jogadora que hoje está com 65kg em 1m83.  — Fomos cobais na nossa época e nos arrebentamos muito.

Há três meses, ela frequenta a academia TecFit para fazer eletroestimulação. Estava muito magra e agora ganhou músculos. Diverte-se ao contar que pela primeira vez na vida "está com coxas". Vera sempre foi longilínea.

— Para uma mulher de 56 anos estou ótima. Saudável, ganhando músculos e empolgada.

É que, segundo ela, esta academia tem projeto de montar uma equipe master de vôlei para a disputa dos Jogos Pan-americanos. Com a pandemia, a competição que aconteceria em setembro de 2020 no Rio, com cerca de 15 mil atetas, em 24 modalidades, foi cancelada. Ela ainda não sabe como essa história vai terminar mas admitiu que, se a equipe puder treinar com bola, ela toparia a empreitada.

— Ia ser muito legal. Tenho condições de estar ainda mais forte e isso me estimularia a jogar. Sempre sonho que entro em um campeonato mas nunca sonho que estou jogando. Parece que ficou um vazio dentro de mim. Até por isso queria pegar na bola de novo para ver se preencho isso de alguma maneira.

Nesse time teria ainda Ana Maria Volponi, de 53 anos, 78kg e 1m81, mãe de duas meninas, gêmeas, de 21 anos. Ela se aposentou em 2004, esticando a carreira como líbero (era ponta).

Todo o ano, com exceção de 2020, joga torneios de vôlei master, mesmo com problemas nos joelhos.

— Foram seis cirurgias! — lembra ela, que hoje faz eletroestimulação, musculação, joga beach tênis e anda de bike.

Dona de uma escola de gastronomia e uma pousada, em Casa Branca, interior de São Paulo, a ex-jogadora organiza partidas de vôlei, na areia, em sua propriedade, e não tem dificuldade de arrumar parceiros. Mesmo durante a pandemia: são 25 atletas e ex-atletas na família.

— Esporte para mim é estar com quem amo e saúde. Queria estar com outro corpo? Sim, mas na minha idade já não é tão facil assim. Trabalho com comida e tento me controlar. Gosto da minha cervejinha e sinto prazer também em comer. Saúde também inclui a cabeça.


O Globo sábado, 02 de janeiro de 2021

SETE FILMES PARA COMEÇAR O ANO EM ALTO ASTRAL

 

 

Sete filmes para começar o ano em alto astral

Dicas do Bonequinho incluem histórias edificantes, comédias e animação
 
'Um sonho de liberdade' Foto: Divulgação
'Um sonho de liberdade' Foto: Divulga
 

'Xanadu'

Carlos Helí de Almeida

Que tal começar o ano com alguém contando (e cantando) em seu ouvido que é possível realizar seus sonhos, bastando para isso acreditar em seu potencial? O filme de Robert Greenwald (1980) é um amontoado de videoclipes (alguns brilhantes, outros nem tanto) amarrados por um fiapo de história que tem lá seus momentos de breguice irresistível. Nele, Olívia Newton-John (ainda quente do sucesso de “Grease”) interpreta Kira, uma das nove musas do Olimpo que se materializa entre os mortais para inspirar Sonny (Michael Beck), artista em crise criativa. É uma fantasia saltitante que promove a fusão de aspirações e gêneros musicais e que apontaria modismos e comportamentos da década que se iniciava, como patins e roupas de cores berrantes. Google Play e YouTube. 

 

 

‘Harry e Sally — Feitos um para o outro’

Daniel Schenker

Billy Crystal e Meg Ryan na comédia romântica "Harry e Sally" Foto: Divulgação
Billy Crystal e Meg Ryan na comédia romântica "Harry e Sally" Foto: Divulgação

O réveillon marca uma virada decisiva no relacionamento entre Harry e Sally, personagens de Billy Crystal e Meg Ryan nesta comédia romântica de Rob Reiner. É o momento em que finalmente assumem o amor que sentem um pelo outro após tantos desentendimentos. Rever o filme num instante tão difícil quanto o atual pode fazer com que o desgastado slogan “ano novo, vida nova” ganhe sabor especial. A revisita tende a distanciar o espectador das angústias do aqui/agora ao proporcionar um mergulho na nostalgia, potencializado pela trilha sonora repleta de canções emblemáticas, pelas referências cinematográficas, pelas imagens de Nova York e pelo charme do roteiro de Nora Ephron, que entrelaça as jornadas dos protagonistas com breves cenas com casais idosos. Amazon Prime.

 

‘Um sonho de liberdade’

Mario Abbade

O filme de Frank Darabont (1994) é inspirado em best-seller de Stephen King, que deixa o gênero terror de lado para contar uma história edificante sobre um homem condenado por um crime que não cometeu. Em vez de focar na busca pela liberdade e ficar atrelado às injustiças do sistema, o longa, com Tim Robbins e Morgan Freeman, ilustra o cotidiano do presídio e se concentra nas dificuldades de adaptação ao cárcere. Uma vez que o personagem se conforma com seu destino, firma-se a ideia de que não existe vida fora do presídio. “Um sonho de liberdade” se transforma então numa história de esperança e redenção, com direito a mensagem positiva de fazer chorar de felicidade e capaz de renovar a fé de que a justiça tarda, mas não falha. HBO, Now e YouTube.

‘The forty-year-old version’

Sérgio Rizzo

Radha Blank estrela e dirige "The Forty-Year-Old Version" Foto: Divulgação
Radha Blank estrela e dirige "The Forty-Year-Old Version" Foto: Divulgação

Tire as crianças da sala para ver a espirituosa e desbocada estreia na direção da atriz, dramaturga e roteirista Radha Blank (da série “Ela quer tudo”, baseada em filme de Spike Lee), que vive uma escritora do Harlem, Nova York. Prestes a completar 40 anos e sofrendo pela morte da mãe, ela experimenta trocar o teatro pelo rap. Mas, pouco à vontade nos dois universos, ela diverte os outros personagens, o espectador e a si mesma com sua inabilidade para fazer concessões. Comédia dramática em nostálgico preto-e-branco, tirando sarro de coisas sérias e com revigorante espírito de “vamos em frente que atrás vem gente”. Netflix.

‘Soul’

Simone Zuccolotto

A nova animação da Disney/Pixar, de Pete Docter (“Monstros S.A”, “Divertida Mente”), segue a fórmula da jornada do herói, trata de questões existenciais e conclui que não precisamos de tantos propósitos na vida, senão vivê-la. Serve para o período pandêmico e para toda existência terrena. Aliás, “Soul” é sobre a vida aqui na Terra e acolá no Além. É a história de um professor (na voz de Jamie Foxx) que queria ser músico. Quando consegue a chance da sua vida, tocar numa banda de jazz, é atravessado pela morte. No Além, conhece uma alma que não quer encarnar. Essa é deixa para várias questões físicas e metafísicas. É programa para toda a família munida de caixas de lenço de papel. Disney +. Leia a critica.

 
 

‘Vinicius’

Susana Schild

É melhor ser alegre que ser triste, pregava Vinicius de Moraes, nosso imenso poetinha, homem plural que deixou um dos legados mais ricos do cenário cultural brasileiro. Sob regência afinada de Miguel Faria Jr, podemos degustar, sempre com um sorriso, a relação deste criador incomparável com parceiros, amigos, admiradores, amores, familiares. É em tom maior que o ser humano Vinicius aparece em sua glória cotidiana. Sem medo de errar, desfrutar “Vinicius”(2005) é uma excelente forma de começar o ano. Como disse Ferreira Gullar, “Vinicius ajudou o brasileiro a ser mais feliz”. Impossível não concordar. Netflix.

‘O vento nos levará’

Ruy Gardnier

Filme 'O vento nos levará' Foto: Divulgação
Filme 'O vento nos levará' Foto: Divulgação

Uma equipe de telejornal chega num remoto povoado do Irã para filmar os rituais fúnebres locais. Mas a anciã que deveria morrer para os ritos acontecerem permanece viva por dias, o que obriga a equipe a ficar esperando. Essa obra-prima de Abbas Kiarostami, Grande Prêmio do Júri em Veneza 99, trabalha magnificamente o descompasso entre a temporalidade da vida prática e o aberto da existência, nos fazendo abrir os olhos para a beleza e as imprevisibilidades da vida. Telecineplay.


O Globo sexta, 01 de janeiro de 2021

LUANA PIOVANI FALA DE NOVO TRABALHO, EM QUE VIVE UMA PROSTITUTA

 

Luana Piovani fala de novo trabalho, em que vive uma prostituta

THAYNÁ RODRIGUES

 
 
 
 
Luana Piovani (Foto: Reprodução)
Luana Piovani (Foto: Reprodução)

 

 

Luana Piovani fez recentemente sua estreia numa obra de ficção produzida em Portugal. Na série "O clube", ela interpreta Michelly, uma brasileira de Minas Gerais que trabalha como garota de programa num clube local. Moradora de Lisboa, numa entrevista ao site por áudio do WhatsApp, a atriz diz que, curiosamente, frequentava o estabelecimento onde a série foi gravada e conheceu mulheres com a mesma ocupação:

— Por uma feliz sincronicidade da vida, sou frequentadora do Clube (nome fictício da boate), que se chama Elefante Branco na vida real. Fiz amizade com as meninas que lá frequentam e que lá trabalham. Eu as conhecia muito antes de ter sido convidada para fazer uma representando. Olha que loucura! A vida é uma piada, não é mesmo?

 

A primeira temporada terá oito episódios; a segunda, sete. Única brasileira do elenco, ela explica qual é o tema central da obra:

— "O clube" á uma minissérie que conta a história de uma disco club, a mais antiga aqui de Portugal. Trata-se de um lugar conhecido por ter mulheres que se prostituem. 

Nos últimos meses, em suas redes sociais, Luana aguçou a curiosidade de seguidores e seguidoras. Na web, ela brinca com algumas características de sua personagem e com o fato de emprestar o corpo à sensualidade. Apesar de suscitar brincadeiras, a personagem também possibilita reflexões sobre a aparência. A artista, que recentemente escreveu no Instagram que não usou dublê de corpo, reforça que em vez de exibr o físico esculpido na academia, priorizou o real:

— Estou há 30 anos trabalhando com meu rosto e com meu corpo. Não tenho essa fixação por preocupação extrema com o corpo porque acho bom dar uma humanizada: uma barriga que tenha dobras, uma bundinha que seja um pouco mais mole... Acho bom que a personagem seja humana assim.

Dentre comentários elogiosos, que são a maioria, vez ou outra internautas deixam mensagens machistas em sua página virtual. A atriz conta que, se algo a incomoda, toma medidas:

— Eu acho os comentários gentis, os que eu não gosto eu apago. Confesso que não dou muita bola nem para muito aplauso nem para muita crítica. Então, está tudo certo.

O que vem exigindo mais atenção de Luana é seu novo projeto para os palcos portugueses. Em 2021, ela entrará em cartaz com uma peça sobre sua vida:

— Será no Teatro Coliseu. Eu estou produzindo um espetáculo teatral que tenho chamado carinhosamente de "Woman Show - Stand Up Music". É uma peça que conta histórias da minha vida costurada por canções.

Luana Piovani como Michelly em 'O clube' (Foto: Reprodução)
Luana Piovani como Michelly em 'O clube' (Foto: Reprodução)

O Globo quinta, 31 de dezembro de 2020

BOLSONARO: NO QUE DEPENDER DE MIM, ABORTO JAMAIS SERÁ APROVADO

 

 

Bolsonaro: 'No que depender de mim, aborto jamais será aprovado'

Presidente lamentou em rede social a aprovação da legalização do aborto na Argentina
 
Presidente Jair Bolsonaro ajeita máscara durante evento no Palácio da Alvorada, em Brasília. Foto: ADRIANO MACHADO / REUTERS
Presidente Jair Bolsonaro ajeita máscara durante evento no Palácio da Alvorada, em Brasília. Foto: ADRIANO MACHADO / REUTERS
 

BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro lamentou nesta quarta-feira a  legalização do aborto na Argentina. Segundo o presidente, no que depender dele, o aborto "jamais será aprovado" no Brasil. Na madrugada, o Senado argentino aprovou o projeto de lei que permite que mulheres interrompam a gravidez até a 14ª semana de gestação.

"Lamento profundamente pelas vidas das crianças argentinas, agora sujeitas a serem ceifadas no ventre de suas mães com anuência do Estado. No que depender de mim e do meu governo, o aborto jamais será aprovado em nosso solo. Lutaremos sempre para proteger a vida dos inocentes!", escreveu  o presidente em rede social.

 A lei é de autoria do presidente Alberto Fernandez, desafeto do presidente brasileiro Jair Bolsonaro.

A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, não mencionou diretamente a decisão do país vizinho, mas em publicação no Twitter afirmou que sua missão é "educar para o planejamento familiar e lutar pelo fim da violência sexual".

"Agradeço a Deus por nosso país ser majoritariamente pró-vida. Nosso governo trabalha para proteger a vida de nossas crianças antes mesmo de elas nascerem. Essa é a vontade do povo. Essa é nossa missão: educar para o planejamento familiar e lutar pelo fim da violência sexual.", publicou Damares.

Mais cedo, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo,  também usou uma rede social para criticar a medida aprovada no país vizinho.  Ele classificou a liberação de "barbárie".


O Globo quarta, 30 de dezembro de 2020

JULIANA LOHMANN FALA DO NOVO PROJETO PARA MULHERES E DE PRESSÕES ESTÉTICAS

 

Juliana Lohmann fala de novo projeto para mulheres e de pressões estéticas

ANNA LUIZA SANTIAGO

 
 
 
Juliana Lohmann (Foto: Felipe Araujo Lima)
Juliana Lohmann (Foto: Felipe Araujo Lima)

 

Na reta final de 2020, Juliana Lohmann está dedicada a colocar na rua o site Mulher Manifesta, que reunirá depoimentos de mulheres que viveram situações de violência. A ideia surgiu a partir das mensagens que ela recebeu em julho deste ano, após revelar um estupro e outros abusos.

- Estou em processo de finalização da estrutura visual do site. A gente vai ter não só os relatos, mas também conteúdos produzidos pela advogada Marina Ruzzi, falando sobre os ciclos da violência e a evolução das leis, e textos informativos da psicóloga Maria Migliari. A previsão é que em meados de janeiro esteja no ar. O Mulher Manifesta pode ser um ponto de encontro ou de retorno, no sentido de nós, mulheres, voltarmos para nós mesmas, para nossa potência e para nosso poder.

Juliana conta que, após tornar esses fatos públicos, recebeu um grande apoio. Mas também viu comentários sobre culpa da vítima e críticas à demora para falar:

- É triste, mas há pessoas que pensam isso. Às vezes a culpa nem é delas. Elas reproduzem coisas que foram ensinadas. Essas pessoas mostram a saúde do machismo. Ele está vivendo plenamente. Quando a gente bate no sistema, ele não vai ficar tranquilinho. Vai voltar com força.

 

A atriz, de 31 anos, afirma que a decisão de trazer o passado à tona é parte de um processo de autoconhecimento. Processo esse que também envolve, entre outras questões, a aceitação do próprio corpo:

- Desde que comecei a formar corpo, com 15, 16 anos, as pessoas já falavam para emagrecer. Isso aconteceu em vários trabalhos. Era muito usado o termo "fecha a boca". Acho muito simbólico, tem duas conotações. A mulher sempre tendo que fechar a boca para atingir seus objetivos. Lembro que uma vez emagreci cinco quilos em dez dias. Fiquei tão mal. Tinha pesadelos de fome. Na época, eu só precisava emagrecer o quanto antes para trabalhar. Hoje penso que era absurdo me submeter àquilo.

Para Juliana, essa mentalidade no ambiente profissional vem mudando:

- Muita coisa tem sido discutida ultimamente. Muitos corpos vêm sendo vistos. Eu vivia angustiada e insegura, achando que não ia pegar trabalho porque estava com cinco quilos a mais. Agora não penso mais nisso. Se eu quiser emagrecer, vai ser por uma coisa positiva, porque comecei a me alimentar de tal maneira e fluiu naturalmente. Não porque é uma obrigação profissional. Claro que, se surgir uma personagem que peça, sim. Mas estamos falando meramente de estética.

Juliana defende outras quebras de padrões. Por exemplo, em relação à depilação. Ela já surgiu em fotos no Instagram com pelos nas axilas para levantar um debate:

- Penso muito sobre como falar desses temas para pessoas que não estão habituadas a eles. Como transmitir uma mensagem, uma ação de liberdade, de reflexão. Eu não quero estimular as mulheres a não se depilarem. Quero dizer para elas que é uma escolha. Não cresci com essa escolha. Tinha que estar sempre depilada. Só fui entender que era uma opção recentemente. Foi superlegal me ver dessa forma, me olhar no espelho e ter outro reconhecimento imagético. E ampliar o olhar sobre o que é belo. Existe esse padrão de feminilidade no qual você precisa performar. Isso não só é opressor, como deixa a gente sem entender que é possível buscar outros caminhos.


O Globo terça, 29 de dezembro de 2020

PIERRE CARDIN SE ENCANTOU: ESTILISTA FRANCES MORRE, AOS 98 ANOS DE IDADE

 

Aos 98 anos, morre o estilista francês Pierre Cardin

O estilista foi um dos responsáveis pela retomada da alta costura na França pós-guerra com seu estilo futurista e geométrico; causa da morte ainda não foi divulgada
 
O estilista Pierre Cardin, no início da carreira de sucesso Foto: Divulgação
O estilista Pierre Cardin, no início da carreira de sucesso Foto: Divulgação

"É um dia de grande tristeza para toda a nossa família, Pierre Cardin já não está entre nós. O grande costureiro que foi, atravessou o século, deixando para a França e para o mundo um patrimônio artístico único na moda, mas não só isso. Nos orgulhamos da sua ambição tenaz e da ousadia que demonstrou ao longo da vida. Foi um homem moderno de muitos talentos e energia inesgotável”, diz a nota da família.

 
Looks futuristas criados por Pierre Cardin Foto: Jérôme Faggiano
Looks futuristas criados por Pierre Cardin Foto: Jérôme Faggiano

Filho de agricultores italianos, Cardin nasceu em 2 de julho de 1922 em Veneza e foi batizado Pietro. Sua história na França começa quando seus pais migraram para o país fugindo do fascismo.

Em 2006, Pierre Cardin saltitante no fim de um de seus desfiles Foto: MUSTAFA OZER / AFP
Em 2006, Pierre Cardin saltitante no fim de um de seus desfiles Foto: MUSTAFA OZER / AFP

O estilista, que ficou mundialmente famoso ao revolucionar a moda nas décadas de 1960 e 1970 com sua estética futurista, começou a trabalhar com moda bem jovem, aos 14 anos, como aprendiz de alfaiate na cidade de Saint-Etienne, na França. Em 1945, já em Paris, empregou-se na maison Paquin e, posteriormente, trabalhou com Elsa Schiaparelli. Conheceu, então, Jean Cocteau e assinou o figurino do filme "A bela e a fera". Depois de uma passagem pela Dior, em que criou mantôs e tailleurs impecáveis, inaugurou em 1950, seu próprio empreendimento e, em 1954, as butiques Adão e Eva.

Pioneiro, foi o primeiro designer de alta costura a desenvolver uma coleção “prêt-a-porter”. Em 1959, período em que predominavam a alta-costura e o conceito de exclusividade, ele criou uma coleção feminina para a loja de departamentos Printemps. Na época, aliás, foi criticado por isso, declaravam que ele estava popularizando seu nome. Anos depois, todas as grandes marcas seguiram os passos do visionário. Na década de 1960 e adiante, conciliou o olhar sempre à frente com uma apurada visão comercial. Apresentou ternos masculinos com a gola Mao e apostou no estilo futurista nos revolucionários anos do século XX, em que o homem pisou na Lua, e na linha unissex. Entre as peças icônicas de Cardin estão os vestidos-tubo e os catsuits de malha, que vestiam a nova mulher para tempos modernos. Sua intenção, já naquela época, era deixar a moda mais acessível, democratizá-la. E assim ele fez. No início da década de 1980, estabeleceu cerca de 540 contratos de licenciamento. O nome Pierre Cardin espalhou-se em acessórios e perfumes pelo mundo afora.

Cardin também abriu o mercado de alta costura para a Ásia. Foi o faro dele que destacou que mercados de países como China e Japão seriam interessantes para a moda de luxo.
Pierre Cardin: tino para licenciamentos e diversificação de negócios fez dele um dos estilistas mais ricos da França: ''Para mim, comércio, jornalismo, criação de moda e música são exatamente a mesma coisa
Pierre Cardin: tino para licenciamentos e diversificação de negócios fez dele um dos estilistas mais ricos da França: ''Para mim, comércio, jornalismo, criação de moda e música são exatamente a mesma coisa", disse ele Foto: JOEL SAGET / AFP

Pierre Cardin veio ao Brasil algumas vezes; já nos anos 1960, apresentou-se na Fenit e licenciou produtos no país. Na década de 1980, seus ternos,  confeccionados pela empresa dos irmãos Brett, fizeram imenso sucesso. Roupas, perfumes, gravatas, óculos e acessórios com seu nome conquistaram o Brasil e o mundo. O designer também adquiriu o lendário Maxim's; O Rio de Janeiro, inclusive, abrigou, na torre do shopping RioSul, uma réplica do restaurante francês.

Cardin foi homenageado ao longo da carreira inúmeras vezes, com diversas exposições. Em 1990, uma no Victoria and Albert Museum, em Londres, celebrou os 40 anos de moda feminina e 30 de moda masculina. Em 2005, seus 50 anos de trabalho ganharam uma mostra em Viena. 
François Baudot, no livro "Moda do século", de 1999, definiu Pierre Cardin como  "o único sem dúvida em sua profissão que ainda sabe desenhar, cortar e costurar uma roupa com as próprias mãos".

Em janeiro deste ano, ele teve sua vida apresentada no documentário “House of Cardin”, que mostrava o estilista de quase cem anos ativo. “Não sou do tipo que se contenta com o que já foi feito e aceito. Eu estou feliz com o presente, mas nunca dou meu trabalho como terminado”, diz Cardin em uma das passagens do documentário.


O Globo segunda, 28 de dezembro de 2020

LARISSA MENELA ESTREIA MUSICAL COM O NAMORADO, LEO CIDADE

 

Larissa Manoela estreia musical com o namorado, Leo Cidade

Dupla responsável por mais de 40 sucessos teatrais do gênero, Charles Möeller e Claudio Botelho levam à cena o inédito 'Os últimos cinco anos'
 
Larissa Manoela e Leo Cidade em cena da peça 'Os últimos cinco anos' Foto: Bernardo Jaloto / Divulgação
Larissa Manoela e Leo Cidade em cena da peça 'Os últimos cinco anos' Foto: Bernardo Jaloto / Divulgação

Base para tudo o que é dito (ou melhor, cantado), as letras com métricas irregulares reforçam, a rigor, o que se vê: na ficção, dois jovens que formam um casal caminham em tempos opostos no relacionamento, sempre descompassados — enquanto ela dá o derradeiro adeus para o marido após cinco anos de casamento, ele se empolga e pula de alegria depois de passar a primeira noite com a mulher.

— A peça é um quebra-cabeça, pois os personagens andam em momentos cronologicamente alterados — diz Botelho. — É um texto difícil de traduzir, pois é todo cantado. A música é angular, e há páginas e páginas de letras sem rima.

Acrescente-se à peculiaridade temporal da trama o fato de que a história agora ganha embalagem adequada a este período pandêmico. Filmada no Teatro Multiplan, na Barra, a montagem com direção artística de Charles Möeller une aspectos de linguagens televisiva e cinematográfica, indo além da reprodução chapada de um tablado observado da plateia. Ao acompanhar, de maneira próxima, todos os passos dos personagens, as câmeras conduzidas por André Gress têm a pretensão de se colocar como uma lente voyeur diante do que se desenrola em cena.

O musical é um dos poucos do gênero neste 2020 marcado pela virtualização do teatro e, em consequência disso, pelo surgimento da seguinte dúvida, repetida à exaustão: afinal de contas, dramaturgias gravadas remotamente em dispositivos audiovisuais são consideradas teatro?

A pergunta já não faz tanto sentido para a dupla Möeller e Botelho, há 25 anos responsável por mais de 40 sucessos longevos, como “Beatles num céu de diamantes”, “Hair”, “O despertar da primavera, “Kiss me, Kate”, entre outros. Ambos creem que as ferramentas digitais “vieram para somar, e não para dividir”, como salienta Möeller.

— Da mesma forma que a TV não acabou com o cinema, e o cinema não acabou com o teatro, as novas tecnologias também não vão extinguir o que entendemos como teatro — ressalta o diretor. — Neste formato de agora, já que não podíamos apresentar uma peça presencialmente, pensamos em fazer com que a linguagem teatral ganhasse novos horizontes. O que estamos colocando em prática talvez seja a possibilidade de algo novo, coisa, aliás, que outras pessoas também seguem produzindo. Mas não é um “novo normal”.

Animado com o projeto idealizado por Larissa Manoela, atriz de 19 anos que é fenômenos entre o público jovem — e com quem ele já trabalhou em musicais como “A noviça rebelde” e “Gipsy” —, Möeller fala que agora vive como “um marinheiro voltando a sentir água salgada no rosto”.


O Globo domingo, 27 de dezembro de 2020

DAVI MORAES, QUE PERDEU PAI, MÃE E AVÓ ESTE ANO: A GENTE ENVERGA, MAS NÃO QUEBRA

 

Davi Moraes perdeu pai, mãe e avó este ano. Agora, transforma a dor em música com novo EP: 'A gente enverga, mas não quebra'

Artista tem o violão como companheiro no luto e gravou a penúltima canção inédita composta por Moraes Moreira, a quem dedica o novo trabalho, 'Todos nós': 'A gente vai ficando amigo da saudade'
 
Davi encontrou no violão o remédio curar a tristeza: ‘O sentimento de perda vai transformando, e a gente vai ficando amigo da saudade’ Foto: Leo Martins
Davi encontrou no violão o remédio curar a tristeza: ‘O sentimento de perda vai transformando, e a gente vai ficando amigo da saudade’ Foto: Leo Martins
 

Davi Moraes mal tinha digerido a morte do pai, Moraes Moreira, em abril, quando perdeu também a mãe. Responsável por levar o baixista Dadi para os Novos Baianos, Marília Mattos era muito querida no meio artístico. Andava com a turma do grupo teatral Asdrúbal Trouxe o Trombone e, de tão bonita, ocupou o posto de musa do Arpoador nos anos 1970. A história de Marília e Moraes começou quando ela o viu se apresentar descalço no palco do Teatro Casa Grande (“se apaixonou pelo meu pé, que é muito grande”, costumava contar o compositor). Inspiração da canção “A mulher e a cidade”, Marília partiu sete meses após o ex-companheiro. E, tudo indica, pelo mesmo motivo: o coração parou de bater.

Despedida:'É forte e simbólico meu pai ter partido agora', diz Davi sobre morte  do pai, Moraes Moreira

Foi Davi quem a encontrou em casa, após o chamado do porteiro, preocupado porque ela não respondia ao interfone. Desta vez, ele ainda teve a missão de comunicar à irmã, Cecília, que tinha sido a porta-voz da tragédia anterior.

Artistas fazem dueto em canção gravada no EP
Artistas fazem dueto em canção gravada no EP "Todos nós", que Davi Moraes lança para celebrar o pai

— Meu pais tinham forte conexão, eram muito ligados, só não moravam mais juntos. Mesmo quando discutiam era engraçado, um ligava reclamando do outro. Não tem aquilo de casal, que quando vai um, o outro vai logo no embalo? Então... — elabora um Davi ainda “atordoado”, tentando encontrar respostas.

 

'Super avó, de capa e tudo'

Como se não bastasse, esse ingrato 2020 também levou a avó materna de Davi e Cecília. Dona Cândida, a Tilinha, perdeu a vida para a Covid-19 aos 97 anos. Era, como diz Davi, uma “super avó, de capa e tudo”. Teve grande importância na educação dos netos, que ficavam com ela quando não acompanhavam os pais nas turnês. De cara, ela acolheu o cabeludo Moraes, que estava longe de ser a tradução da velha expressão “genro que mamãe pediu a Deus” na época. Foi ela também quem abrigou a família no momento em que o compositor deixou os Novos Baianos sem um tostão furado para tentar carreira solo.


O Globo sábado, 26 de dezembro de 2020

MARTINHO DA VILA: SAMBISTA DÁ RECEIA DA FELICIDADE

 

Martinho da Vila dá receita da felicidade: 'Não curto tristeza, deleto tudo e fim de festa'

Consagrado como um mestre da cultura brasileira, sambista lança disco e se prepara para virar enredo da Unidos de Vila Isabel em 2021
 
Martinho acaba de lançar o álbum 'Rio: Só vendo a vista' Foto: Marcos Hermes / Infoglobo
Martinho acaba de lançar o álbum 'Rio: Só vendo a vista' Foto: Marcos Hermes / Infoglobo

— Eu não costumo me analisar. Deixo isso pra vocês, os especialistas — brinca o bamba, soltando uma risada entre uma frase e outra.

Homenagem:'Uma das maiores emoções da vida', diz Martinho da Vila, enredo da Vila Isabel em 2021

Aos 82 anos, com o disco “Rio: Só vendo a vista” recém lançado e prestes a ser homenageado pela sua escola de samba do coração, a Unidos de Vila Isabel, Martinho é visto por intelectuais e artistas como um dos maiores mentores da cultura brasileira. A carnavalesca Rosa Magalhães, campeã do carnaval de 2013 com o enredo composto pelo cantor, destaca um ensinamento do bamba que tem seguido neste ano tão conturbado para a cidade do Rio de Janeiro.

—Atualmente, dadas as circunstâncias, fico com “Canta canta minha gente... A vida vai melhorar...” — diz Rosa citando trechos da famosa canção do compositor, e completando com uma definição sobre sua sabedoria: — Ele parece um adivinho.

55º álbum da discografia do músico, "Rio: Só vendo a vista" é repleto dessas "aulas" de Martinho. Pode-se aprender por exemplo sobre a história do Rio de Janeiro na canção "Vila Isabel anos 30", que evoca cenas do bairro de Noel Rosa na década de 1930. Ou então, na canção "Ginga do amor", tomar notas da lição que o bamba mais gosta de cantar — a importância de um olhar afirmativo pra vida: "Mesmo sem malemolência / O negócio é sambar", diz um trecho da letra.

Martinho será o tema do enredo da Unidos de Vila Isabel em 2021 Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo
Martinho será o tema do enredo da Unidos de Vila Isabel em 2021 Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo

 

Essa busca pela alegria mesmo na adversidade é destacada pelo professor e historiador Luiz Antonio Simas dno texto de apresentação do álbum. Segundo ele, Martinho é detentor da sabedoria definida numa frase do sambista Beto Sem Braço: “o que espanta miséria é festa”. Como sintetiza Simas, a "lição do mestre Martinho é um candeeiro que, aceso no respeito ao passado, ilumina o presente e aponta o caminho do futuro. Por aqui, afinal, não se faz festa porque a vida é fácil, mas pela razão inversa”.

'Cronista da história carioca'

As canções do compositor da Vila Isabel são vistas pelo poeta e imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) Geraldo Carneiro como verdadeiras aulas de história. E não só da “História” oficial, dos livros, mas da sabedoria popular que circula dos botequins às esquinas, igrejas e terreiros.

— Além de sambista, Martinho é um dos grandes cronistas da história carioca. Ele é da estirpe de autores como Manuel Antonio de Almeida. E tem essa generosidade de não expressar somente sua própria subjetividade, mas de recolher e contar a visão do olhar dos outros — diz Geraldinho.

Artigo: Martinho da Vila, um sambista que pensa o Brasil

Segundo Martinho, mais do que dos livros, a sabedoria acumulada que ele carrega vem da sua “vivência”. É da fonte do léxico popular que ele bebe para buscar inspiração. São imagens usadas, por exemplo, por sua mãe (“uma analfabeta culta”, em suas palavras), que dizia pra ele evitar dívidas, pois cada pessoa que você deve é uma “caveira” que passa a te assustar – mote esse que virou o samba “Caveira”, gravado em seu novo disco.

Geraldo Carneiro dá um exemplo sobre como funciona a filosofia-bamba do mestre da Vila. Recentemente, jogando conversa fora com o sambista por telefone, Geraldinho ouviu a seguinte tirada: “Devo ter feito alguma coisa errada para estar tanto tempo trancado em casa”, disse Martinho, em referência ao isolamento social, com seu incansável espírito de transformar as dificuldades em riso e alegria.

— Na hora senti que aquela frase dava samba – conta Carneiro, aos risos. — E vai ser esse o tema da nossa música nova.

Segredo da felicidade

Aliás, é a última parceria de Martinho com o poeta que batiza o disco recém-lançado do bamba de Vila Isabel, “Rio: Só vendo a vista”. Inspirado no Rio de Janeiro, o músico apresenta em canções inéditas, como “Umbanda nossa”, e regravações, como “Menina de rua”, as belezas e mazelas da cidade.

— O Rio as vezes é um grande abacaxi — diz Martinho da Vila citando um verso da parceria com Carneiro — Você vê esse prefeito (Marcelo Crivella), ele é um ladrão daqueles bem organizados. Mas não se organizou tão bem.

Recolhido em seu apartamento na Barra da Tijuca, o compositor aguarda ansioso pela vacinação contra a Covid-19 para finalmente “voltar pra quadra da Vila Isabel, parar num bar pra tomar um chope e abraçar muito meus amigos”. Ele prevê uma explosão para o carnaval pós-pandemia (“dizem que o carnaval depois da gripe espanhola foi fortíssimo”).

E a receita para manter a esperança, o bom humor e as risadas em dia, ele garante que é simples: basta não pensar em coisas negativas.

— Se alguém me pergunta “Martinho você já teve dor de barriga?” eu preciso dar uma parada pra pensar. E não é porque nunca tive, é claro que sim. Mas eu não curto as desventuras, as tristezas, as dores, eu deleto tudo e fim de festa — ensina o sambista.


O Globo sexta, 25 de dezembro de 2020

SIMONE: NÃO ME SINDO REDUZIDA A SÍMBOLO DO NATAL

 

'Não me sinto reduzida a símbolo do Natal', diz Simone

Aos 71 anos, artista fala da falta que sente de um abraço e da live temática que faz em homenagem à data religiosa
 
A cantora Simone Bittencourt Foto: Nana Moraes / Divulgação
A cantora Simone Bittencourt Foto: Nana Moraes / Divulgação
 

Simone quase foi batizada como Natalina. A cantora ganharia o nome incomum em homenagem à data de seu nascimento — ela chegou ao mundo nos primeiros sete minutos de um 25 de dezembro —, mas o avô impediu o registro do nome.

— Por causa dele, que foi um anjo em minha vida, escapei dessa — brinca a artista, que nesta sexta-feira completa 71 anos. 

Retrospectiva 2020:  Música entra de vez na era das lives

Mas a palavra não a abandonou de vez. De substantivo próprio, o termo “natalina” se transformou num pegajoso adjetivo (quase pejorativo). Impossível fugir disso, ela reconhece. Não à toa, a comemoração do aniversário será embalada por uma live-celebração pelo feriado religioso. Hoje, em transmissão às 20h no YouTube e no canal de TV Arte1, Simone canta clássicos do disco “25 de dezembro”, que há 25 anos consolidou interpretações de sucessos de fim de ano, como “Então, é Natal”, “Boas festas” e “Bate o sino”. Outros temas parecidos estarão no repertório.

— Jamais imaginei a dimensão que “25 de dezembro” teria. Foi um projeto criado de maneira inocente, e que se tornou algo explosivo — diz ela, que idealizou o álbum, com mais de 1,5 milhão de cópias vendidas, ao se deparar com uma prateleira de discos natalinos, de nomes como Frank Sinatra e Nat King Cole, numa loja em Nova York. — Por que John Lennon pode, e eu, não? Eu sei que virei símbolo do Natal, mas não me sinto reduzida a isso. Sou uma pessoa grande. Tenho um repertório bonito.

'Fico nervosa com as lives'

A cantora Simone, aos 71 anos Foto: Divulgação / Rodrigo Marques
A cantora Simone, aos 71 anos Foto: Divulgação / Rodrigo Marques

Desde abril, Simone se debruça sobre a extensa discografia. Em lives semanais assistidas, até agora, por cerca de 1 milhão de espectadores, a cantora já revisitou mais de 300 canções eternizadas em sua voz, além de ter se arriscado por letras nunca antes gravadas. Avessa a aplicativos, ela ainda sente dificuldade em manejar smartphones. Por necessidade, porém, precisou se familiarizar com alguns recursos digitais.

— Acho que não imaginam como fico nervosa com as lives. Tremo toda. Não gostaria que fosse assim, porque isso me atrapalha. Mas não consigo ser tranquila — conta.

Zé Celso:  'O que vivemos hoje não é uma resistência: é uma re-existência'

No escritório que faz as vezes de estúdio no apartamento onde a artista mora, em São Conrado — e de onde será transmitido o show de hoje —, é Simone quem ajusta equipamentos técnicos como microfones e caixas de som. Como de praxe, não haverá qualquer equipe por trás das câmeras. Apenas a produtora Darliana e a cachorrinha Lola a acompanharão em casa. E então será assim o Natal (e o aniversário) de Simone: tranquilo, sem muita gente por perto.

— Sinto falta de um abraço, de um olhar carinhoso do público... Certo dia, numa dessas transmissões, abracei o meu tablet. Foi uma babaquice? Pode até ter sido. Mas sou essa pessoa que gosta de encostar e tocar os outros — ela frisa.

A cantora Simone Bittencourt Foto: Divulgação / Rodrigo Marques
A cantora Simone Bittencourt Foto: Divulgação / Rodrigo Marques

Tal qual Caetano

Em isolamento desde abril, Simone faz o possível para manter o corpo ativo. Há dias em que se dedica a exercícios abdominais. Em outros momentos, dá voltas pela casa, contabilizando as caminhadas com tampinhas de garrafa PET. Apesar do “tempo que passa mais rápido e parece nos carregar junto”, ela tem se sentido mais bonita. Sim, a cantora concorda com a afirmação de Caetano Veloso, que, em sua última live, na semana passada, teceu elogios à beleza da colega.

— O tempo tem sido generoso comigo, acho que estou envelhecendo bem. O mesmo acontece com Caetano. Ele está mais belo hoje — ressalta Simone, que tem uma “dieta” movida a arroz, feijão e carne. — Não posso negar que tenho rugas, pelancas e que o colágeno está longe de ser maravilhoso. Mas sou uma mulher de 71 anos, né? Tenho que aceitar que não sou mais novinha.

Na foto que abre esta reportagem, ela aparece com o rosto limpo, sem maquiagem:

— Só usei rímel — pondera.

A produtora corrige:

— Não é rímel. É delineador.

Simone faz graça:

— Viu só como meu conhecimento sobre essas coisas é ótimo?

 


O Globo quinta, 24 de dezembro de 2020

OS MELHORES FILMES DE NATAL: CRÍTICOS INDICAM PRODUÇÕES PAR VER NO FIM DE 2020

 

Os melhores filmes de Natal: críticos indicam produções para ver no fim de 2020

Confira uma seleção de longas em torno da data, entre clássicos e novas produções, para ver no streaming
 
Emilia Clarke e Henry Golding no filme 'Uma segunda chance para amar' Foto: Divulgação
Emilia Clarke e Henry Golding no filme 'Uma segunda chance para amar' Foto: Divulgação
 

Está aí uma categoria que se tornou um perene gênero cinematográfico: sim, os filmes de Natal, com histórias em torno da data religiosa, continuam a ser produzidos aos montes. Abaixo, confira uma lista de indicações para ver neste fim de 2020, em seleção realizada por críticos de cinema do GLOBO.

 
 

Daniel Schenker

‘Sintonia de amor’ (1993)

Cena do filme 'Sintonia de amor' Foto: Reprodução
Cena do filme 'Sintonia de amor' Foto: Reprodução

No Natal, o pequeno Jonah entra em contato com um programa de rádio e diz que Sam, o pai viúvo, se sente muito triste e, por isso, gostaria que ele se casasse novamente. Num outro ponto dos EUA, Annie ouve e estabelece conexão afetiva imediata. A diretora Nora Ephron apresenta, de forma delicada, as trajetórias dos dois personagens (Tom Hanks e Meg Ryan) que transitam entre Seattle, Chicago, Baltimore e Nova York. “Sleepless in Seattle” proporciona ainda uma deliciosa viagem ao passado por meio da trilha e da referência ao filme emblemático “Tarde demais para esquecer” (1957), de Leo McCarey. Now e HBO.

‘Um passado de presente’ (2019)

Cena do filme 'Um passado de presente' Foto: Divulgação
Cena do filme 'Um passado de presente' Foto: Divulgação

Cole (Josh Whitehouse), cavaleiro que vive nas florestas da Inglaterra no século XIV, desembarca nos EUA (Ohio) em pleno século XXI, nos dias anteriores ao Natal. O destaque da história é o estranhamento de Cole em relação à linguagem, às inovações tecnológicas e aos hábitos com os quais se depara. Mas Monika Mitchell evita imprimir um registro de humor escrachado. Netflix.

Marcelo Janot

‘Papai Noel às avessas’ (2003)

Cena do filme 'Papai noel às avessas' Foto: Divulgação
Cena do filme 'Papai noel às avessas' Foto: Divulgação

O diretor Terry Zwigoff é especialista em retratar outsiders e ganhou notoriedade com o documentário “Crumb” (1994), sobre o lendário cartunista. Em 2003 ele subverteu os filmes natalinos com este que é um dos exemplares mais divertidos do gênero. Billy Bob Thornton é um assaltante que faz bicos como Papai Noel de shopping, seu local preferido para executar roubos (com a ajuda de um assistente anão). Claro que tudo o que as crianças não querem encarar no Natal é um Papai Noel alcoólatra e tarado, mas ele acaba desenvolvendo uma curiosa amizade com um menino solitário que sofre bullying. E Zwigoff consegue transmitir a mensagem natalina sem sacarose e hipocrisia. Now.

 
 

‘Perigo próximo’ (2016)

Cena do filme 'Perigo próximo' Foto: Divulgação
Cena do filme 'Perigo próximo' Foto: Divulgação

Para quem acha que filmes natalinos podem servir de manancial para bons sustos, essa coprodução entre Austrália e EUA inédita no circuito brasileiro é ótima pedida. Como numa espécie de “Esqueceram de mim” de terror, recheado de humor negro, a trama dirigida por Chris Peckover traz um adolescente de 12 anos tentando seduzir sua baby-sitter às vésperas do Natal. Ao ser rejeitado, ele faz a moça de refém e se revela um jovem psicopata. Google Play, Apple iTunes, Now.

Mario Abbade

‘A felicidade não se compra’ (1946)

Cena do filme ‘A felicidade não se compra’Foto: Divulgação
Cena do filme ‘A felicidade não se compra’ Foto: Divulgação

O eterno clássico de Frank Capra é unânime quando se pensa em filmes sobre o Natal. E sua mensagem sobre os males da ganância e sobre a importância de se ter fé e esperança está até mais atual do que em 1946, ano que o filme foi feito. Old Flix.

‘Crônicas de Natal: parte dois’ (2020)

Goldie Hawn e Kurt Russell em cena do filme 'Crônicas de Natal: parte dois' Foto: Divulgação
Goldie Hawn e Kurt Russell em cena do filme 'Crônicas de Natal: parte dois' Foto: Divulgação

O primeiro filme deu tão certo que o diretor Chris Columbus retorna a trama com os fofos Kurt Russell e Goldie Hawn, que repetem seus papéis de Papai e Mamãe Noel para impedir que um encrenqueiro cancele o Natal. Netflix.

Ruy Gardnier

‘Conto de inverno’ (1992)

Cena do filme 'Conto de inverno' Foto: Reprodução
Cena do filme 'Conto de inverno' Foto: Reprodução

O episódio dedicado ao inverno na série “Contos das quatro estações”, de Eric Rohmer, é discretamente construído sem muita exaltação até chegar ao ápice dramático por meio de um milagre natalino. Na neve parisiense, Félicie vive com a filha de 5 anos, fruto de um romance que se perdeu no vento. A lembrança desse amor faz com que ela não consiga se decidir entre os pretendentes Loïc e Maxence. Belas Artes à la Carte.

 
 

‘Alguém avisa?’ (2020)

Cena do filme 'Alguém avisa?' Foto: Reprodução
Cena do filme 'Alguém avisa?' Foto: Reprodução

O conhecido filão humorístico “levar o/a namorado/a para conhecer os pais” ganha uma variação lésbica natalina em que Kristen Stewart e Mackenzie Davis são um casal, mas a segunda nunca saiu do armário para a família. As duas vão ter que passar o Natal fingindo ser amigas. Clea DuVall, mais conhecida como atriz, assina o segundo longa como diretora. Now.

Sérgio Rizzo

‘Se meu apartamento falasse’ (1960)

No filme "Se meu apartamento falasse", atuação histórica de Jack Lemmon e Shirley MacLaine Foto: Divulgação
No filme "Se meu apartamento falasse", atuação histórica de Jack Lemmon e Shirley MacLaine Foto: Divulgação

O diretor Billy Wilder e seu fiel escudeiro, o roteirista I.A.L. Diamond, vinham do êxito “Quanto mais quente melhor” (1959) quando fizeram esse outro clássico, também com Jack Lemmon, no papel do solitário que empresta o apartamento para encontros extraconjugais do chefe. Aula de diálogos espirituosos e de como erguer uma história sedutora. Telecine, MGM, Apple TV.

‘Amor com data marcada (2020)’

Cena do filme 'Amor com data marcada' Foto: Reprodução
Cena do filme 'Amor com data marcada' Foto: Reprodução

Comédia romântica que ironiza o espírito natalino e as etiquetas sociais de fim de ano (e também de outras celebrações). Incomodada com a pressão da família para namorar, uma jovem (Emma Roberts, sobrinha de Julia) combina com um australiano (Luke Bracey) que irão juntos às festas, mas sem compromisso. O arranjo funciona por algum tempo, mas, ah!, o coração... Netflix.

Simone Zuccolotto

‘Esqueceram de mim’ (1990)

Carisma de Macaulay Culkin ajudou a fazer de 'Esqueceram de mim' um fenômeno Foto: Reprodução
Carisma de Macaulay Culkin ajudou a fazer de 'Esqueceram de mim' um fenômeno Foto: Reprodução

Clássico que completa 30 anos do lançamento, virou trilogia e eternizou o ator, agora quarentão, Macaulay Culkin (que não está no último filme). Quem foi criança nos anos 90 não apagou da mente as estripulias de Kevin ao enfrentar dois bandidos na própria casa depois que a família o deixa pra trás e parte para uma viagem natalina. Disney+.

 
 

‘O presente de Natal de Ângela’ (2020)

Cena da animação 'O presente de Natal de Ângela' Foto: Reprodução
Cena da animação 'O presente de Natal de Ângela' Foto: Reprodução

A animação é uma continuação de “O Natal de Ângela”, produção Canadá/Irlanda que traz de volta a fofa protagonista do título. Baseada nos personagens de Frank McCourt, que ganhou o Prêmio Pulitzer com o livro “As cinzas de Ângela”, o filme não escapa aos clichês das produções do gênero com mensagens de amor, fraternidade e união, mas a simplicidade da história comove. Netflix.

Susana Schild

‘De ilusão também se vive’ (1947)

Cena do filme 'De ilusão também se vive' Foto: Reprodução
Cena do filme 'De ilusão também se vive' Foto: Reprodução

“Miracle on 34th street”, de George Seaton, é um dos grandes clássicos natalinos: idoso contratado para trabalhar em loja de departamentos vestido de Papai Noel passa a acreditar que é a encarnação do próprio. Enquanto médicos atestam insanidade, um advogado defende a causa e uma menina (Natalie Wood, aos 8 anos) aprende que acreditar na fantasia compensa, assim como incorporar os valores da data. YouTube.

‘Uma segunda chance para amar’ (2019)

Cena do filme natalino 'Uma segunda chance para amar' Foto: Divulgação
Cena do filme natalino 'Uma segunda chance para amar' Foto: Divulgação

Os encontros inusitados podem render ótimos frutos. É o caso de muitos clássicos e matriz desta comédia romântica de Paul Feig que aproxima dois desgarrados: ela é Kate (Emilia Clarke), que trabalha como elfo numa loja de produtos de Natal; ele é Tom (Henry Golding), charmoso, gentil e de passado misterioso. Com Emma Thompson no elenco (também corroteirista), a direção de Paul Feig não economiza no clima “fofo”. Play Filmes.


O Globo quarta, 23 de dezembro de 2020

TAMARA TAXMAN GRAVA HISTÓRIAS PARA CRIANÇAS

 

 

Tamara Taxman, que fez sucesso em 'DPA', agora grava histórias para crianças

'Não sou rica e trabalho para me sustentar’, diz a atriz de 73 anos, adorada pelo público infantil após interpretar a Bruxa Leocádia na série de sucesso
 
A atriz Tamara Taxman caracterizada como Bruxa Leocádia, do seriado 'DPA — Detetives do Prédio Azul' Foto: Divulgação
A atriz Tamara Taxman caracterizada como Bruxa Leocádia, do seriado 'DPA — Detetives do Prédio Azul' Foto: Divulgação
 

“Não quero mais saber de trabalhar com adultos”, ressalta Tamara Taxman, deixando escapar um riso. Desde que interpretou a personagem Bruxa Leocádia nas primeiras temporadas do seriado infantil "D.P.A — Detetives do Prédio Azul", entre 2012 e 2018, a atriz de 73 anos se dirige, cada vez mais, a um público mirim. E é isso o que ela tem feito para driblar os problemas financeiros provocados pela pandemia.

Sem trabalhos à vista — neste ano, ela participaria de um longa, que teve filmagens suspensas devido à crise sanitária —, a artista que ficou conhecida por trabalhos em novelas de sucesso, como “Água viva” (1980) e “A história de Ana Raio e Zé Trovão” (1990), agora se dedica a um novo ofício, e de maneira autônoma.

Pelas redes sociais, ela recebe encomendas para elaborar — e gravar em áudio — histórias para ouvintes mirins. Contadas do ponto de vista da personagem de “D.P.A.”, que a atriz já não encarna na TV há mais de quatro anos, as narrativas são personalizadas, e se dirigem nominalmente a cada criança que as recebe, normalmente por meio do WhatsApp dos pais.

— Descobri algo que me faz feliz. E crianças são muito carinhosas. Elas sempre fazem questão de demonstrar que me adoram — comenta Tamara, que cobra R$ 150 pela criação das tramas com duração de cerca de cinco minutos, e que são enviadas com uma ilustração exclusiva. — O “D.P.A.” abriu um caminho bom para mim. Com a pandemia, tudo fechou... E aí pensei: como viver? Não sou rica, e trabalho para me sustentar. Comigo, funciona assim. Tento sobreviver do jeito que dá. Se não tivesse o on-line, a gente estaria mais doido do que já está. Isso nos salvou, né?

 

Na segunda metade de 2016, após ficar desempregada, a atriz usou sua página no Facebook para apelar por oportunidades. Conseguiu assim um papel em “Rock story”, folhetim de Maria Helena Nascimento.

Nesse período, ela também se embrenhou numa seara inédita: passou a participar de festas infantis na pele da Bruxa Leocádia, o que ela relembra com orgulho.

— Antes do “D.P.A.”, havia lançado dois livros infantis. Logo depois, fui convidada para fazer o teste para o papel de Leocádia. Os caminhos já pareciam estar traçados — diz.


O Globo terça, 22 de dezembro de 2020

ESTRELA DE BELÉM: VEJA IMAGENS DO ALINHAMENTO ENTRE JÚPITER E SATURNO

 

Veja imagens da 'Estrela de Belém', alinhamento entre Júpiter e Saturno

Fenômeno, também conhecido como "Grande Conjunção", foi visto a olho nu pela última vez em 1223
Foto tirada em 21 de dezemrbo, distrito de al-Salmi, uma área desértica 120 km a oeste da cidade do Kuwait, mostra a grande conjunção, também conhecida como Estrela de Belém. Foto: YASSER AL-ZAYYAT / AFP
Foto tirada em 21 de dezembro, distrito de al-Salmi, uma área desértica 120 km a oeste da cidade do Kuwait, mostra a grande conjunção, também conhecida como Estrela de Belém. Foto: YASSER AL-ZAYYAT / AFP

A conjunção planetária, descrita como "especialmente vibrante" pela Agência Espacial Americana (Nasa), ficou visível no céu noturno durante as últimas duas semanas e culmina em 21 de dezembro, quando Júpiter encontrou Saturno e o ultrapassou. A expectativa da agência era de que os dois astros ficassem tão próximos que "um dedo mindinho à distância de um braço" podesse cobrir ambos os planetas no céu.

O último alinhamento entre os astros foi flagrado em 1623, por Galileu. Mas esta é a primeira vez que o fenômeno acontece à noite, tornando-se visível a olho nu para qualquer habitante da Terra, desde 1226. A "Estrela de Belém", portanto, não se forma no céu há quase 800 anos.

Nasa300 milhões de planetas de nossa galáxia podem ser habitáveis

A conjunção é considerada rara pelos astrônomos porque cada planeta tem seu próprio tempo para girar em torno do Sol. A translação de Júpiter, por exemplo, dura 12 anos, e a de Saturno, 30 — ambas são lentas.

O fenômeno acontece carregado de significados místicos e religiosos, já que coincide com o solstício de inverno no Hemisfério Norte, data sagrada para muitas crenças de origem pagã. Além disso, segundo a astrologia, a conjunção entre o gigante gasoso e o planeta dos anéis marca a chegada da "era de Aquário", associada a valores como igualdade, fraternidade e solidariedade entre os seres humanos.


O Globo segunda, 21 de dezembro de 2020

MONTANHAS RUSSAS: CONHEÇA AS QUATRO QUE SERÃO SENSAÇÃO EM ORLANDO EM 2021

 

Conheça as quatro montanhas-russas que serão a sensação de Orlando em 2021

Novas atrações nos serão inauguradas nos parques temáticos de Disney, Universal, SeaWorld e Busch Gardens na Flórida
 
Funcionários da Disney Parks inspecionam os carrinhos da montanha-russa Guardians of the Galaxy: Cosmic Rewind, que será aberta no EPCOT em 2021 Foto: Disney Parks / Divulgação
Funcionários da Disney Parks inspecionam os carrinhos da montanha-russa Guardians of the Galaxy: Cosmic Rewind, que será aberta no EPCOT em 2021 Foto: Disney Parks / Divulgação
 

RIO - Para apreciadores de montanhas-russas que puderem viajar para Orlando, 2021 promete ser de fortes emoções. Quatro atrações do tipo estão previstas para serem inauguradas ao longo do ano nos parques temáticos de Disney, Universal, SeaWorld e Busch Gardens na Flórida. E cada uma delas com inovações tecnológicas ou de escala significativas.

No parque Islands of Aventure, no Universal Orlando Resort, será aberta a Jurassic World VelociCoaster, inspirada na franquia "Jurassic World". No Walt Disney World, uma das atrações mais esperadas do ano é a Guardians of the Galaxy: Cosmic Rewind, montanha-russa "com storytelling" inspirada nos filmes "Guardiões da Galáxia. Ela fará parte do projeto de renovação do parque EPCOT.

No SeaWorld, a Ice Breaker levará o frio do Ártico para a barriga de quem se aventurar em seus carrinhos. E no Busch Gardes — que, tecnicamente fica em Tampa, mas está no raio das atrações de Orlando — a Iron Gwazi será um upgrade radical numa das montanhas-russas mais tradicionais do parque.

A seguir, saiba um pouco sobre cada uma delas e assista aos vídeos que mostram mais detalhes.

Correndo com velociraptors

Pequenos e ágeis, os velociraptors se tornaram dinossauros celebridades com o lançamento do primeiro filme da franquia "Jurassic Park", em 1993. Então, nada mais justo que a espécie se torne a protagonista de uma atração da área dedicada às franquias "Jurassic Park" e "Jurassic World" no Islands of Adventures, na Universal Orlando. A montanha-russa Jurassic World VelociCoaster deverá ser inaugurada em algum momento do próximo verão no Hemisfério Norte, ou seja, entre junho e setembro  de 2021.

Ela promete ser uma das atrações mais radicais da Universal Orlando, complexo reconhecido pelos níveis altos de adrenalina provocados por alguns brinquedos. Ela será a montanha-russa com o lançamento, ou seja, a partida do carrinho, mais alto e rápido da Flórida. Ao longo de 1.430 metros de trilhos, os passageiros participarão de uma caçada ao lado de um grupo de velociraptors.

A brincadeira já começa com uma arrancada de 112 km/h. A parte mais alta do trajeto, a 47 metros acima do chão, é seguida de uma queda de 80 graus. Em outro momento, o trilho se retorce, permitindo uma espiral de 360 graus a poucos centímetros acima da lagoa do Islands of Adventure, naquela que é considerada a "manobra  assinatura" do brinquedo. No total, os criadores prometem 12 segundos de “tempo no ar”, com a sensação de gravidade zero que os visitantes sentem quando são levantados de seus assentos

360 graus de emoção

O Walt Disney World completará 50 anos em 2021, e parte das celebrações será a apresentação ao público do "novo" EPCOT. O parque, que foi um dos projetos preferidos do Walt Disney em pessoa, está passando pela maior renovação que o complexo já presenciou. E uma dessas inovações será a inauguração de sua primeira montanha-russa, a Guardians of the Galaxy: Cosmic Rewind. Não há uma data de abertura definida, mas acredita-se que a atração será inaugurada antes do aniversário do Walt Disney World, em 1º de outubro.

 

Como o nome já diz, a montanha-russa é inspirada na turma de Peter Quill. E para dar a movimentação que os filmes da franquia apresentam nas telas, os imagineers da Disney desenvolveram carrinhos que giram em 360 graus sobre o próprio eixo. Ou seja, enquanto correm sobre os trilhos, os carrinhos podem virar para qualquer lado, e inclusive ficar de costas para o trajeto por um momento. A programação de cada carrinho é independente, o que garante uma experiência diferente a cada volta.

E como storytelling importa cada vez mais no mundo dos parques temáticos, aí vai a história de fundo: a aventura começa no Galaxarium, com uma apresentação similar a um planetário que explora as semelhanças e os mistérios da formação da galáxia da Terra e de Xandar. Visitantes poderão aprender mais sobre os tesouros que Xandar tem a oferecer, até o momento que os Guardiões da Galáxia chegam e as aventuras através dos cosmos começam.

Frio (na barriga) no calor da Flórida

Não fosse a pandemia, a Ice Breaker seria um dos assuntos mais discutidos dos parques temáticos da Flórida em 2020. Mas, assim como tantos outros projetos ao redor do mundo, a inauguração da mais nova montanha-russa do SeaWorld Orlando foi adiada para 2021. A atração, cuja construção já está bem adiantada, deve estar aberta ao público na primavera do Hemisfério Norte, ou seja, em algum momento entre finall de março e começo de junho.

ride é mais um passo do parque para se reposicionar no mercado do entretenimento, apostando menos em atrações com animais, e mais em montanhas-russas radicais. Seu grande diferencial será a alternância de direções que os carrinhos tomarão ao longo do passeio. Em determinados momentos, eles andarão de ré (e sempre acelerando). Em outro, os visitantes chegarão a quase 30 metros de altura e praticamente despencarão numa descida num ângulo de 100 graus, a mais íngrime da Flórida.

Um clássico radicalizado

 

Para quem ama montanhas-russas, a viagem de cerca de uma uma entre Orlando e Tampa vale a pena. É lá que está o Busch Gardens, um dos parques da Flórida que mais levam a sério esse tipo de entretenimento, com uma longa tradição em subidas, descidas e loopings.  E, um dos seus brinquedos clássicos, a montanha-russa de madeira Gwanzi, está sendo substituída por uma versão mais moderna e radical: a Iron Gwanzi, que deve ser inaugurada entre março e junho de 2021.

A Iron Gwanzi será a mais alta e mais rápida montanha-russa híbrida do mundo, ou seja, feita com madeira e aço. Além de três inversões, ela terá uma queda num ângulo de 91 graus a partir de 62 metros de altura e seus carrinhos poderão chegar a 122 km/h. Vale ou não vale a pena o desvio até Tampa?


O Globo domingo, 20 de dezembro de 2020

GILBERTO GIL E A NETA FLOR: CUMPLICIDADE QUE ATRAVESSA GERAÇÕES

 

Gilberto Gil e a neta Flor falam sobre a cumplicidade que atravessa gerações

Filha de Bela Gil, garota de 12 anos apresentou ao avô fenômenos pop como TikTok, Jason Mraz e Ariana Grande
 
Gil veste blazer, camisa e calça, tudo Eduardo Guinle e sandálias Birkenstock. Flor usa Miu miu e tênis Prada Foto: LEO AVERSA
Gil veste blazer, camisa e calça, tudo Eduardo Guinle e sandálias Birkenstock. Flor usa Miu miu e tênis Prada Foto: LEO AVERSA
 

No mesmo dia em que boa parte dos avós recebia a notícia de que, por pertencer ao grupo de risco da Covid-19, não deveria beijar, abraçar nem conviver com os netos, potenciais vetores de transmissão assintomática da doença, um dos maiores nomes da MPB estava “na estrada” com a única menina de seus dez netos. Naquela sexta-feira 13 (de março) os sinais de terror começavam a pipocar em diferentes cantos do planeta. Gilberto Gil, de 78 anos, desembarcava em Copenhague, na Dinamarca, para gravar o documentário de encerramento da turnê de “OK OK OK”, enquanto no Rio o governador Wilson Witzel decretava a suspensão dos eventos públicos e o fechamento das escolas para tentar conter o avanço do novo coronavírus.

Acostumada a subir no palco com o avô desde 2018 — quando fez backing vocal ao lado da tia Nara nos shows de “Refavela 40” — Flor Gil Demasi, de 12 anos, estava ansiosa para se apresentar na DR Koncerthuset, “uma das melhores salas de concerto do mundo”, segundo Gil. Um dia antes do evento, no entanto, o governo dinamarquês anunciou a decisão de fechar as fronteiras do país e lacrou a casa de shows.

A tristeza tomou conta da banda que, prontamente, anunciou a volta ao Brasil. Filha de Bela Gil com o designer João Paulo Demasi, Flor seguiu as recomendações do Ministério da Saúde e ficou em isolamento com os avós. “Éramos só eu, Flor, minha mulher, Flora, e Nara, minha filha mais velha. Foi um período muito interessante, de conversas profundas. Nara é suave, além de inteligente e engajada. E Flor, uma menina extremamente precoce no sentido dos interesses múltiplos e da capacidade de foco”, diz Gil.

Gil veste camisa Dolce & Gabbana e Flor, vestido Miu Miu Foto: Leo Aversa / Edição de moda: | Beleza: Everson Rocha | Produção de moda: Renata Lamin | Produção executiva: André Storari e Christiano Mattos | Tratamento de imagens: Studio Miqueias Souza | Agradecimentos: Empório Jardim e Araguaia Filmes
Gil veste camisa Dolce & Gabbana e Flor, vestido Miu Miu Foto: Leo Aversa / Edição de moda: | Beleza: Everson Rocha | Produção de moda: Renata Lamin | Produção executiva: André Storari e Christiano Mattos | Tratamento de imagens: Studio Miqueias Souza | Agradecimentos: Empório Jardim e Araguaia Filmes

A família do cantor é gigante e, excepcionalmente este ano, passará o Natal sem uma grande reunião. Ele é pai de oito filhos — Nara, de 54 anos, e Marília, de 53, do casamento com a professora Belina Aguiar; Pedro, morto em um acidente de carro em 1990, Preta, de 46, e Maria, de 44, da união com Sandra Gadelha; e Bem, de 35, Bela, de 32, e José, de 29, da atual mulher e empresária Flora. E avô de dez netos — João, de 30, Francisco, de 25, Pedro, de 24, Lucas e Gabriel, de 22, Bento, de 16, Flor, de 12, Don, de 8, Nino, de 4, e Sereno, de 3 — e bisavô de Sol de Maria, de 5 anos, a netinha de Preta. Para todos eles, é uma grande referência de alto-astral e serenidade, mas com Flor, a menina dos olhos azuis, cabelo cor-de-rosa e sorriso largo, a afinidade parece especial. “A sintonia é tanta que, em vez das duas semanas sugeridas pelos médicos, Flor acabou ficando três meses com a gente”, conta, orgulhosa, a avó Flora.

 

E, como quem respira arte não fica parado, dessa temporada nasceram o EP “De avô para neta” — em que Gil e Flor cantam “No norte da saudade”, “Refazenda” e “Nel blu, dipinto di blu (Volare)” — e uma troca geracional sem precedentes. A garota apresentou ao avô fenômenos pop como TikTok, Jason Mraz e Ariana Grande. E, com ele, aprendeu técnicas de afinação e um pouco mais sobre a obra de Bob Dylan e Pepino di Capri, entre outros.

O cantor e compositor Gilberto Gil e sua neta Flor, filha da culinarista e apesentadora Bela Gil, são a capa de domingo Revista Ela.
O cantor e compositor Gilberto Gil e sua neta Flor, filha da culinarista e apesentadora Bela Gil, são a capa de domingo Revista Ela.

Para Maria, quinta filha de Gil, que o acompanha na produção dos shows e na coordenação das agendas, a relação entre os autores do EP é de admiração mútua. “Em janeiro, nascem Pina e Roma, as gêmeas de José, meu irmão caçula. Mas, até lá, a Flor é única menina entre os dez netos, o que faz dela um pouco o xodó da família”, diz. Flora endossa a tese e pontua que o vínculo passa muito pela música: “Embora tenha herdado da Bela o gosto pela cozinha, Flor, ao contrário da mãe, que fugia das canções da escola, é afinadíssima. Adora cantar, tocar e fez até uma vaquinha na família para comprar um piano”. Preta vê na sobrinha talento e maturidade raros para a idade. “Ela tem uma luz e uma disciplina impressionantes. Quando tinha 10 anos, fez uma homenagem para mim, no programa do Márcio Garcia,que me levou às lagrimas: cantou “Ver o mar”, tocando ukelele direitinho”, recorda-se.


O Globo sábado, 19 de dezembro de 2020

ANITTA APLICA VACINA CONTRA CARETICE

 

'Made in Honório', a vacina de Anitta contra a caretice

Cantora faz exibição despudorada dos próprios segredos e exalta direito de a mulher ser feliz como quiser em novo documentário
 
Anitta na série 'Made in Honório', da Netflix Foto: Divulgação
Anitta na série 'Made in Honório', da Netflix Foto: Divulgação
 

“Anitta, made in Honório”, na Netflix, foi filmado no século passado de 2019 quando ainda era o máximo do escândalo uma cantora abaixar a calça jeans diante da câmera e o farmacêutico lhe aplicar no bumbum, sempre funkeiramente empinado e em close, uma injeção de corticoide. Um ano depois, na realidade heavy-metal de dezembro de 2020, o grande escândalo é a morte e o discurso contra a vacina que impede a morte.

Mais Anitta: Medo, vergonha e culpa expostos em relato sobre estupro são comuns em sobreviventes de violência sexual

Anitta não tem culpa se seus escândalos, muito mais divertidos e libertadores, foram rebaixados. Num momento em que o país é governado pelo preconceito mais reacionário, esta nova rodada da exibição deles presta serviço emergencial de anticaretice. Numa festa, ela beija ao mesmo tempo a boca de um homem e de uma mulher. Numa resenha com amigos, sobre o que lhe aconteceu na cama da noite passada, simula o enfrentamento com uma “anomalia peniana” e mostra o desconforto que tal causou. Em seis capítulos de meia hora, fica claro: o único pecado aqui é trair. O resto vale — acima de tudo, o direito de a mulher escolher ser feliz do jeito que quiser.

 

 

Nunca na história do showbiz deste país uma artista abriu com tanta disposição as portas e janelas dos seus quartos, banheiros e camarins. Entrem, rapazes, e mostrem o que lhes for da curiosidade. O documentário de Andrucha e Pedro Waddington, com uma edição ao estilo nervoso dos clipes, é jornalisticamente excepcional. A devassa da devassa. Não é a investigação clássica da intimidade da artista, mas a exibição despudorada dos seus segredos feita por ela mesma. Houve o cuidado apenas de, em quatro ou cinco momentos, botar um emoji gaiato no rosto dos bofes com quem a cantora, nos meses do final de 2019, estava na cama.

 

Anitta 'sem filtro' e 'gente como a gente':da infância no subúrbio à descoberta de um irmão, vida da artista é tema de nova série

De resto, lá vai Anitta caminhando pelo corredor de seu casarão ao mesmo tempo que deixa a calcinha escorregar domesticamente entre as pernas. Lá vai a superstar preparando a bolsa para o fim de semana: lubrificante, preservativo, vibrador. Lá vai a cantora de “Menina má” explicando para a mãe, ansiosa em saber a profissão do peguete de ontem à noite, que não tinha a mínima noção: “Era só um gato!”

Briga com equipe

Os bastidores da carreira são divulgados em detalhes, às vezes cruéis. O esporro que Tom Cruise deu semana passada na equipe de “Missão impossível 7” soa como declaração de amor diante das broncas de Anitta, a pistola empoderada dos negócios. Imagine os palavrões em f e p quando ela soube que o editor do clipe pôs em câmera lenta as bundas das dançarinas.

 

“Eu não dou ponto sem nó”, diz sobre as estratégias que desde a infância pobre em Honório Gurgel, subúrbio do Rio, desenvolveu em busca da eficiência para um dia realizar o sonho de “chegar lá” e ser “a dona da porra toda”. Gogó e repertório são coisas do tempo da Ângela Maria. É preciso estratégia digital. Em outubro, tinha cinco bilhões de visualizações no YouTube contra 3,4 bilhões da Madonna. Não foi à toa que se boquiabriu com quem entrava numa loja de Aspen: “Mariah!”, gritou. E imediatamente Mariah Carey (4,8 bilhões) gritou de volta: “Anitta” — e as duas rainhas das redes se abraçaram muito.

 

“Made in Honório”, em pleno retrocesso civilizacional do país, é um rebolado pela liberdade de ir em frente. “Dei pra muita gente, mas porque é bom, não pra conseguir favores.” “Tia, me mostra a foto da tua filha, soube que ela gosta de pegar mulher.” No momento dramático da série, o estupro aos 14 anos. “Foi daí que nasceu a Anitta”, diz. “Da minha vontade e necessidade de ser uma mulher corajosa, que nunca ninguém pudesse machucar, que nunca ninguém pudesse fazer chorar, magoar.” Os comentários sobre a cena chegaram aos trending topics do Twitter, onde tem 12,5 milhões de seguidores — e mais uma vez Honório Gurgel se encheu de orgulho.


O Globo sexta, 18 de dezembro de 2020

JACA: DUAS RECEITAS VEGANAS - AULA COM A CHEF TATI LUND

 

Duas receitas veganas em que a jaca é a atração principal: assista à aula da chef Tati Lund

A chef e proprietária do .Org Bistrô explora a versatilidade da fruta em vídeo para o Rio Gastronomia
A chef Tati Lund, do .Org, ensina receitas vegetarianas com jaca Foto: Reprodução
A chef Tati Lund, do .Org, ensina receitas vegetarianas com jaca Foto: Reprodução
 

Ilustre representante da culinária vegana e defensora de uma alimentação sustentável e orgânica, a chef Tati Lund, proprietária do .ORG Bistrô, na Barra, escolheu a jaca como protagonista de sua aula para o Rio Gastronomia. Assista aqui e, lá no final do texto, confira as duas receitas que ela preparou.

 

 

- É uma fruta abundante na Mata Atlântica, por isso tem a cara do Rio. Além disso é muito versátil e pode ser usada de forma integral, a gente aproeita a carne, o miolo e o caroço - conta.

No vídeo, Tati ensina duas receitas inspiradas no Natal que têm o ingrediente como base. O “jacalhau” espiritual é inspirado no tradicional prato feito com bacalhau desfiado, cenoura e creme de leite. Na criação de Tati, leva carne de jaca, creme de castanha-de-caju e outros temperinhos, como noz-moscada, ervas frescas e pimenta. Quem quiser uma provinha do original entes de se aventurar em casa, uma dica: o prato estará no menu de Natal que a chef servirá no sábado, dia 19 de dezembro, no seu  .Org Bistrô.

Também em vídeo:Nao hara ensina a preparar tartare de atum com sorvete de abacate

Adiante, a cozinheira prepara uma farofa molhadinha usando a semente da fruta, castanha-do-pará, banana, farinha de mandioca e óleo de coco. Enquanto aprende a preparar os pratos, o leitor confere dicas preciosas sobre o uso desta fruta, a montagem dos pratos e possíveis substituições.

O Rio Gastronomia é uma realização do jornal O GLOBO com apresentação do Senac RJ e do Sesc RJ, patrocínio master do Santander, patrocínio de Naturgy e Stella Artois, apoio do Gosto da Amazônia, Água Pouso Alto e Getnet, e parceria do SindRio.

 
 

CONFIRA AS RECEITAS

Ingredientes do “Jacalhau de Natal”

Rendimento: 4 porções

- 3 cebolas fatiadas

- 2 dentes de alho picados

- 2 tomates picados

- 1 pimentão vermelho picado (ou, se preferir, um terço de cada cor)

- 2 colheres de sopa de azeitona preta picada

- 1 cenoura ralada

- 300 g de carne de jaca desfiada

- 1/2 tomilho picado

- 1 coentro picado

- 1 salsa picada

- 3 xícaras de leite de castanha-de-caju*

- 1 pitada de noz-moscada

- 2 colheres de sopa de azeite

- Sal e pimenta-do-reino a gosto

Modo de preparo do “jacalhau de Natal”

Refogue a cebola e o alho no azeite até dourar. Junte a jaca, a cenoura, o pimentão e a azeitona. Tempere com sal e a pimenta a gosto e cozinhe até a fruta e os legumes ficarem macios. Misture o leite de castanhas ao refogado e cozinhe até ficar bem cremoso. Desligue o fogo, adicione as ervas e sirva.

Dica da chef: sirva dentro de uma abóbora assada e cubra com uma farofinha de pão. 

* Para fazer o leite de castanhas: bata no liquidificador 1 xícara de castanha-de-caju crua com 3 xícaras de água, sal, pimenta e noz-moscada a gosto.

Farofa de banana, cúrcuma e caroço de jaca

Ingredientes

- 1 cebola picada

- 1 dente de alho picado

- 2 colheres de sopa de óleo de coco

- 1 colher de sopa de cúrcuma em pó ou fresca

- 2 bananas

- ½ xícara de caroço de jaca

- ½ xícara de castanha-do-pará

- 1 xícara de farinha de mandioca

- 1 maço de ceboulete picada (pode substituir porcebolinha)

- Sal e pimenta a gosto

 

 

Modo de preparo da farofa

Doure o alho e a cebola no óleo de coco. Junte a cúrcuma e a banana.Deixar dourar. Em seguida, acrescente a farinha, o caroço de jaca e a castanha. Tempere com sal e pimenta a gosto. Mexa por mais três minutos. Desligue o fogo, acrescente a ceboulete e sirva.


O Globo quinta, 17 de dezembro de 2020

MISS PLUS SIZE: CAMPEÃ DO CONCURSO 2020 LUTA CONTRA O PRECONCEITO

 

 

Campeã do concurso Miss Plus Size 2020 luta contra o preconceito no meio...plus size

Priscila Torres é uma ativista no combate à gordofobia e ao racismo
Priscila Torres foi eleita Miss Plus Size Rio de Janeiro 2020 Foto: Picasa / Divulgação
Priscila Torres foi eleita Miss Plus Size Rio de Janeiro 2020 Foto: Picasa / Divulgação
 

RIO — Orgulho GG, Priscila Torres, eleita Miss Pluz Size Rio de Janeiro 2020, tem para dar e vender. Fome de representatividade também! Ativista da causa, a representante comercial, de 35 anos, moradora do Engenho da Rainha, sabe que ir à praia de biquíni ou postar fotos em suas redes sociais em trajes de banho é um ato político, assim como lutar contra os padrões estéticos que ditam o mundo da moda.

O que não se imagina é que a passista, torcedora da Vila Isabel, se sinta vítima de preconceito mesmo dentro do mercado voltado para as mulheres que não vestem P ou M. A sua vitória no concurso idealizado por Eduardo Araúju, diz, significa um ato de resistência contra as campanhas publicitárias plus size que privilegiam as modelos que usam 46 ou 48.

— O meio plus é preconceituoso com o meio plus. Eu visto manequim 52 ou 54 e sinto a necessidade de ver nas lojas tamanhos maiores, como os que eu uso. Na verdade, o mercado que ganhou mais espaço foi o do plus mignon, de manequim 46, 48. Querem colocar padrão onde não deve ter padrão. Sofro preconceito por ser gorda, negra e mulher, mas estou aqui para quebrar barreiras e lutar por representatividade — diz Priscila, que mantém o perfil @pris_oliver2017 no Instagram.


O Globo quarta, 16 de dezembro de 2020

HARRY E MEGHAN: CONTRATO FOI DE R$ 200 MILHÕES, DIZ JORNAL

 

Contrato de Harry e Meghan para com o Spotify foi de R$ 206 milhões, diz jornalpodcast 

Acordo prevê produção do Archewell Audio
 
Meghan Markle e o príncipe Harry em março deste ano Foto: Max Mumby/Indigo/Getty Images
Meghan Markle e o príncipe Harry em março deste ano Foto: Max Mumby/Indigo/Getty Images
 
 

A vida fora da linha de frente da família real está dando lucros os príncipe Harry e Meghan Markle. O casal assinou um contrato com o Spotify para a produção de um podcast que, segundo o jornal de "The Mirror", custou aos cofres da empresa cerca de 30 milhões de libras (R$ 206 milhões).

O casal vai produzir e apresentar o "Archewell Audios", cujo primeiro episódio, a ser lançado ainda neste mês, será um especial de Natal com histórias inspiradoras neste ano difícil.

O acordo dos Sussex veio poucos meses depois que fecharam uma parceria de 100 milhões de libras com a Netflix. Dias depois, Meghan investiu em um negócio de uma bebida com leite de aveia, promovido gratuitamente por sua vizinha em Los Angeles, Oprah Winfrey.

"Meghan foi a força motriz por trás do negócio. Ela foi incrível nas reuniões com os executivos e deu uma visão clara do que eles têm a oferecer como casal. Todo o plano de negócios do Spotify é adquirir as celebridades mais comentadas do mundo em um só lugar, e Harry e Meghan se encaixam perfeitamente. É um cenário em que todos ganham", disse uma fonte ao jornal.


O Globo quarta, 16 de dezembro de 2020

FIGO, MODO DE USAR: EM NOVO VÍDEO, RITA LOBO ENSINA RECEITAS COM A FRUTA

 

Figo, modo de usar: em novo vídeo da série Nhac GNT, Rita Lobo ensina receitas com a fruta

A apresentadora do "Cozinha prática" mostra as melhores maneiras de cortar, descascar e guardar o figo, antes de usá-lo em saborosos preparos
 
Rita Lobo: a apresentadora do "Cozinha prática" dá dicas sobre conservação e receitas com figo Foto: divulgação
Rita Lobo: a apresentadora do "Cozinha prática" dá dicas sobre conservação e receitas com figo Foto: divulgação

A mesa do Natal (que está logo ali) tem os seus ingredientes favoritos – e o figo é um deles. Rita Lobo, apresentadora do programa de TV “Cozinha prática”, no GNT, explora as muitas possibilidades da fruta. No vídeo a seguir, ela, primeiro, ensina maneiras de cortar, descascar, lavar e guardá-lo na geladeira. Em seguida é a vez de aproveitá-lo em saborosas receitas doces e salgadas. Nem é preciso dizer que Rita sabe o que faz: defensora de uma gastronomia saudável e sustentável, madrinha dos cozinheiros de primeira viagem durante a pandemia, ela tem mais de 6 milhões de seguidores nas redes sociais. Boa ceia!

 
Rita Lobo explora as muitas possibilidades do figo, ensinando maneiras de cortar, descascar, lavar e guardar na geladeira, além de receitas doces e salgadas com a fruta.
 
Rita Lobo explora as muitas possibilidades do figo, ensinando maneiras de cortar, descascar, lavar e guardar na geladeira, além de receitas doces e salgadas com a fruta.

 


O Globo terça, 15 de dezembro de 2020

FAGNER FALA SOBRE SEU PAVIO CURTO: SOU RESPONDÃO

 

Fagner fala sobre seu pavio curto e das brigas com Caetano, Chico e Belchior: 'Sou respondão'

Cantor de 72 anos, que lança o disco 'Serenata' na próxima sexta-feira (18), reconhece seu temperamento explosivo: 'Falei o que não devia e não me arrependo’
 
Fagner, que fez 72 anos, está com saudade de jogar futebol: 'Meu joelho tá podre, mas sonho que estou jogando uma pelada' Foto: Jorge Bispo/ Divulgação
Fagner, que fez 72 anos, está com saudade de jogar futebol: 'Meu joelho tá podre, mas sonho que estou jogando uma pelada' Foto: Jorge Bispo/ Divulgação
 

"Sereneta", disco que Fagner lança na próxima sexta (18), traz um dueto do cantor e compositor cearense com Nelson Gonçalves. Eles dividem a cena na canção que batiza o trabalho, tendo como base uma voz de Nelson gravada em álbum de 1991. A homenagem resgata a história de Fagner com um de seus maiores ídolos na música e uma relação que não começou nada bem, como lembra ele.

—  Quando lancei "Noturno" (Coração alado), Nelson me atacou ferozmente em entrevista à "Revista Manchete". Disse que eu gritava muito e que, se um cantor como eu aparecesse na época dele, levava uma surra de vara. Fiquei louco para responder. Um dia, o encontrei no aeroporto e sacaneei: "Você dava surra de vara na sua época. Hoje, nós é que estamos dando". Ali nasceu uma grande amizade.

Composto por uma seleção afetiva de Fagner, que cresceu ouvindo serestas, o álbum traz também "Valsinhha", canção de Vinicius de Moraes e Chico Buarque, amigo com quem Fagner também se estranhou. Desta vez, por divergências políticas.

—  Até pensei "será que ele vai deixar eu gravar?". Acho que deixou, né, o que já é uma bandeira branca. Se ele não achar que assassinei a música, vai ser uma maravilha. Tenho vontade de dar um abraço no Chico.

Nesta entrevista, o compositor de 72 anos fala das batalhas verbais com Caetano Veloso ("Eu falava umas coisas do baianos, e Caetano ficou chateado. Às vezes, não entendem brincadeira de cearense") e Belchior ("sofri muito na mão dele, não consigo relevar totalmente"), além de reconhecer seu temperamento explosivo ("Sou respondão. Falei o que não devia e não me arrependo").


O Globo segunda, 14 de dezembro de 2020

ZECA CAMARGO TERÁ PROGRAMA SOBRE TURISMO NA BAND

 

Zeca Camargo terá programa sobre turismo na Band. Saiba como será

ANNA LUIZA SANTIAGO

 
 
 
Zeca Camargo (Foto: Reprodução)
Zeca Camargo (Foto: Reprodução)

 

Zeca Camargo terá um programa sobre turismo, sua especialidade, a partir de janeiro na Band. Em “Você acha que conhece o RN?”, ele mostrará lugares diferentes e não tão explorados do Rio Grande de Norte. Serão quatro episódios. A ideia é fazer uma temporada em outra parte do Brasil em fevereiro, mas tudo vai depender da Covid.

O Rio Grande de Norte, aliás, será o cenário da programação de verão da emissora. Edu Guedes ancorará o “The chef” de lá; Glenda Kozlowski fará reportagens; e o próprio Zeca comandará o “Música na Band” numa locação à beira-mar.


O Globo domingo, 13 de dezembro de 2020

BRUNA MARQUEZINE: ENTREVISTA COM A ATRIZ

 

'Sempre entro numa sala achando que a pessoa me detesta', diz Bruna Marquezine

Em entrevista exclusiva, atriz fala sobre sexo, nova fase profissional e Neymar
 
Bruna Marquezine Foto: Hick Duarte
Bruna Marquezine Foto: Hick Duarte
 

No horário marcado para esta entrevista feita por videochamada, Bruna Marquezine surge toda sorridente, de camisa de malha branca, ajeitando a franja que cisma em cair no rosto. A atriz mais cobiçada pela imprensade celebridades ainda está se adaptando ao novo corte de cabelo, que agora está natural, ou seja, cacheado. “Fiz uma transição capilar e precisava tirar o resto de química dos fios. A única maneira era fazer em camadas. Fiquei com medo de ficar parecida com um poodle, mas acho que ficou cool. E, o que é melhor, não sou mais escrava de escova progressiva”, comemora.

A mudança na aparência não foi a única na vida de Bruna neste 2020. Depois de 17 anos e 14 novelas, a atriz optou por não renovar o contrato com a Globo e ir em buscas de novas experiências. A primeira delas já tem data de lançamento: em 2021, ela estará no elenco da série “Maldivas”, da Netflix. Ao lado de Manu Gavassi, sua amiga na vida real, interpretará Liz, uma goiana que vai para o Rio com o intuito de reencontrar a mãe.

Em uma conversa bastante sincera, a atriz de 25 anos fala sobre a gangorra emocional que viveu ao longo do ano, a depressão, a solteirice e, claro, os planos para o futuro.

Dezembro é naturalmente um mês de retrospectiva. Como foi o seu 2020?

Acho que foi um ano muito difícil para todo mundo, ? Para mim, foi emocionalmente instável. Passava metade do meu dia tentando meditar... Uma gangorra muito louca! Pensava: “Hoje vou me alimentar bem”, e terminava o dia comendo um pote de Nutella”. Ou “hoje vou criar maneiras de ajudar as ONGs que apoio”, e acabava pedindo socorro para a terapeuta. Além da Netflix, outras possibilidades de trabalho surgiram (Bruna fechou contrato com o Grupo Arezzo para ser garota-propaganda da Brizza, nova marca de sandálias de Alexandre Birman) e me fizeram muito bem. Então, ao mesmo tempo que foi um ano muito difícil, eu seria hipócrita se dissesse que foi um ano ruim... É difícil ser grata por um ano em que tanta gente sofreu e morreu. Me sinto até culpada. Enfim, 2020 foi bem complexo.

 
Bruna Marquezine Foto: Hick Duarte
Bruna Marquezine Foto: Hick Duarte

 

Você faz terapia há muito tempo?

Procurei uma terapeuta quando tive depressão, há uns três, quatro anos. O problema é que, como não tenho rotina e, na minha profissão, é tudo de uma hora para outra, tenho uma dificuldade enorme de me priorizar. As questões emocionais deixo de lado, para quando a vida ficar um pouco menos agitada. Desapareço umas semanas, depois marco uma consulta. Volto pedindo arrego.

Há alguma questão em que venha prestando mais atenção?

Várias. Muitas não vou me sentir à vontade para dividir. O que posso falar, porque é uma característica da minha geração, ésobre a insegurança. Cresci diante dos olhos do público, e isso me fez criar uma consciência muito grande sobre o olhar do outro. Além da minha observação, que é extremamente crítica. Eu sou a minha pior hater. Comecei a trabalhar numa época na qual me ensinaram que o certo era construir uma imagem perfeita.

Como era essa imagem perfeita?

O artista não tinha problemas. Não tinha problema de família, de saúde, não sofria. Acho que nem ao banheiro ia. Colocavam o artista num pedestal. E isso não era só um movimento do público ou da imprensa, a pessoa se blindava e não deixava ninguém enxergar a sua vulnerabilidade. A minha geração foi desconstruindo isso, porque acredita que a força está na vulnerabilidade. A gente se ajuda muito mais não com exemplo de perfeição, mas com exemplo real. Aliás, nem com exemplo! Eu detesto quando falam que sou exemplo. Não sou modelo para ninguém. Sou só mais uma mulher de 25 anos, trilhando o seu caminho, aprendendo diariamente como lidar com tudo isso. Eu acho que ajudo muito mais quando falo sobre depressão do que quando estou de bonita no meu Instagram.

 
 

A sua maturidade surpreende. Não era essa pessoa que esperava entrevistar...

Ah, que merda! Todo mundo me fala isso! Que imagem é essa que estou passando ou as pessoas estão construindo sobre mim? Sempre entro numa sala achando que a pessoa me detesta. É o mecanismo de defesa que criei. Então, me freio muito. A minha insegurança é mais comigo mesma do que com o outro.

Passar a quarentena solteira foi ruim?

Estou bem com a minha solteirice. Quase não consigo me ver hoje com alguém. É claro que amanhã isso pode mudar. Até porque, quando eu me encanto, por mais que não namore, fico parada ali. Não tenho necessidade de ir para outra pessoa para ver como é.

Bruna Marquezine Foto: Hick Duarte
Bruna Marquezine Foto: Hick Duarte

 

Passou os últimos meses sozinha, então?

Sim! Parabenizo quem conseguiu começar um relacionamento na pandemia. As minhas amigas perguntavam se eu não ia encontrar tal pessoa. Se fosse um cara que já tivesse ficado, talvez. Não ia ligar e falar: “Oi, quero muito te ver, você pode fazer um teste e, depois do exame, ficar em casa até sair o resultado?”. Tenho taquicardia só de pensar em ter alguém morando na minha casa. É muito libertador falar isso. Quantas vezes não estava de boa e tinha que fingir que estava bem? Cheguei a perguntar para as minhas amigas: “Vocês estão com vontade de mandar mensagem para o ex mesmo ou é só um meme?” Nos últimos meses, não tive vontade de mandar mensagem para ex.

 

Não sente falta de sexo?

Sexo é a maior troca de energia entre seres humanos. Não transo só pelo prazer. Se for por isso, tem outras maneiras de se satisfazer sozinha. Não consigo banalizar. Escuto muito isso: “Ser solteiro está foda!”. Eu falo: “Gente, estamos em 2020, ninguém tem um vibrador?”. Sei que é delicado falar, não gosto de ficar escancarando a minha vida sexual... Só consigo me relacionar com quem eu confio, admiro e conheço, pelo menos, um pouco. Mas não julgo. Cada um vive de acordo com as suas escolhas. Essa é a minha.

No vídeo que anunciou a sua contratação pela Netflix, você diz que se esqueceu de perguntar ao Bruno Gagliasso sobre o ticket-refeição. Foi fácil fazer essa transição?

Foi maravilhoso! Eu desejava sair de um contrato de exclusividade há muito tempo. Queria muito ter liberdade para ser dona das minhas escolhas. Até porque essa profissão é muito ingrata: uma escolha errada e você coloca tudo a perder. Sou infinitamente grata. Passei mais tempo nos estúdios da Globo do que dentro da minha própria casa. Mas chegou um momento em que, graças ao meu trabalho, poderia parar uns meses para estudar, fazer uma faculdade, umcurso de atuação ou direção. Tenho oportunidade de trabalhar fora do país, trabalhar com moda, que é uma das grandes paixões, trabalhar com fotografia, trabalhar como produtora.

Na série “Maldivas”, você só vai interpretar ou vai desempenhar outra função?

Só atuar, mas já tenho outro projeto engatilhado, um trabalho em que já entro como produtora criativa. O roteirista perguntou se eu queria dirigir um episódio. Achei a proposta muito louca, mas topei! Vou me arriscar um pouco mais. A produtora é comandada por uma mulher, negra, de muita sensibilidade, a Maria Angela, que me acolheu.

 
 

Na Globo, você tinha um salário certinho. Não tem medo da vida de freelancer?

Não. Na minha profissão, vou ter sempre que escolher entre liberdade e segurança. É muito bom poder escolher pela liberdade e viver com mais leveza.

Você é do tipo que gasta ou poupa?

Gasto muito, e isso é um problema. Tenho que trabalhar diariamente a minha conscientização sobre dinheiro. Eu cresci com a minha mãe administrando isso para mim. Pulei fases essenciais para aprender a administrar os ganhos. A minha consultora financeira me perguntou o que, envolvendo dinheiro, me fazia feliz. Não sabia colocar em ordem de importância, mas listei: a minha segurança e a da minha família em saúde, filantropia, viabilização dos meus projetos artísticos, viagens e imprevistos. Daí, comecei a aprender que precisava abrir mão de algumas coisas que não cabiam no meu orçamento...

E do que teve que abrir mão?

Eu amo moda. Se deixar, consumo muito. Quando os estilistas que admiro lançam uma coleção, fico nervosa! E ainda tenho uma stylist consciente, só que não! Então faço cada compra que... Deus do céu. Depois levo bronca da minha consultora. O bom de ser uma pessoa de fora é que a gente engole. Com a minha mãe, eu rebatia.

Bruna Marquezine Foto: Hick Duarte
Bruna Marquezine Foto: Hick Duarte

 

Você abraçou movimentos importantes, como o feminismo e o antirracismo. O que a fez perceber que era importante falar sobre essas causas?

Há alguns anos, comecei a escutar sobre o feminismo e entendi algumas situações que vivo diariamente só por ser mulher. Percebi que eu era vítima diariamente da cultura machista. Falo de um lugar de privilégios, mas pensando em quantas mulheres passaram por casos trágicos e histórias irreversíveis por conta da cultura machista, não consigo entender quem ainda não se diz feminista. A mesma coisa com o antirracismo. É lamentável como pessoas que não sentem esse mal na pele acabam entendendo que essa “doença” que mata e destrói vidas é um problema do outro.

 

Tem consciência de seus privilégios?

Sim, tenho muita consciência dos meus privilégios. O que não quer dizer que tudo sempre foi muito fácil, mas, enfim, talvez por isso, sinto a necessidade de usar minha voz para lutar contra tudo que está errado. Acredito que quanto mais privilégio você tem, maior sua responsabilidade. Se já é difícil para quem tem privilégios, imagina para quem não tem. O mais importante é sempre manter a escuta aberta.

O que você fez para olhar além do seu confortável mundo?

Sempre estive em contato com pessoas de diferentes realidades. Não nasci nessa bolha de privilégios, nasci em Duque de Caxias. Saí da Baixada com 9 anos de idade, meus pais têm uma história e um background completamente diferentes do meu. Então, cresci com o olhar voltado para o outro.

O que sente quando lê algum comentário machista na internet ?

Sinto um misto de nojo com preguiça e tristeza. É tão cansativo lidar com o desejo do outro de permanecer ignorante. De verdade, não consigo aceitar, acho que tem pessoas que gostam de ver as coisas como estão, mesmo vendo que é injusto e cruel. Se a cada comentário machista eu me permitisse sentir tudo isso em uma potência elevada, eu não teria vida, seria rancorosa. Temos que conseguir focar na força que o movimento ganhou e pensar nas coisas boas.

 
 

O que acha de um comentário de uma mulher contra outra mulher?

Triste. E é óbvio que é ainda mais triste quando o comentário vem de uma mulher que também é vitima de machismo e só fortalece essa estrutura julgando outras mulheres. Desmotiva, e por isso não me permito perder muito tempo com isso.

O que sente quando pensa na Bruna de cinco anos atrás?

Sinto amor, compaixão e empatia e por tudo que ela estava vivendo. Me sinto feliz, pois sei onde ela está hoje.

Vi que você se ressentia quando dava entrevistas e só faziam perguntas sobre o Neymar. Como é a sensação de falar só sobre você?

A palavra não é ressentimento. Nunca fiquei ressentida nem magoada, eu ficava frustrada. Simplesmente pelo fato de que eu dava entrevistas gigantes abordando assuntos relevantes, principalmente para falar sobre meu trabalho, que é o que eu tenho de mais precioso para trocar com o próximo, e sempre deixavam essa pergunta para o final... E era sempre muito frustrante ver a chamada da entrevista resumida a um namoro. Eu sentia que tinha perdido meu tempo, depois de horas falando sobre coisas que amo falar. É muito bom ouvir perguntas relevantes e saber que vocês querem saber da Bruna. Entendo que as pessoas têm interesse na vida pessoal das outras, eu mesma trabalho a minha mente e estado de espírito para ter cada vez menos interesse na vida alheia. Quantas vezes ouvi: “Desculpa, mas tenho que te perguntar sobre ele”. Já faz mais de três anos que eu não me relaciono com essa pessoa, mas muita gente ainda tem necessidade de atrelar a minha imagem à dele e a dele à minha. Mas acredito que um dia isso acabe.


O Globo sábado, 12 de dezembro de 2020

LETICIA BUFONI: A SKATISTA FALA SOBRE OS PRECONCEITOS QUE TEVE QUE DRIBLAR AO LONGO DA CAREIRA

 

A skatista Leticia Bufoni fala sobre os preconceitos que teve que driblar ao longo da carreira

Atleta paulista, que começou no skate ainda criança, vive expectativa em relação à Olimpíada de Tóquio: 'Parece um sonho impossível'
 
Leticia Bufoni Foto: Reprodução
Leticia Bufoni Foto: Reprodução
 

A paulista Leticia Bufoni, de 28 anos, nunca teve medo de se jogar, literalmente. Ainda criança, quando os meninos da turma de Vila Matilde trocaram a bola pelo skate, não hesitou em arriscar as primeiras manobras. O que ela e sua família não poderiam imaginar é que naquele momento seu destino seria selado. “Aprendi a andar mais rápido do que eles. Me apaixonei. Mas sofri muita resistência, meu pai achava que eu deveria brincar de boneca, e era chamada de ‘sapatão’ e ‘Maria João’ pelos garotos”, lembra. O preconceito em momento algum a fez recuar. Aos 11, ela participou da primeira competição. Na adolescência, aos 14, com o apoio e a companhia do pai, que se tornou o fã número um, a skatista foi competir em Los Angeles, nos Estados Unidos, e nunca mais voltou de lá. Nas pistas e torneios, enfrentou outras críticas: “Desta vez, por parte das meninas do skate pelo fato de usar legging e make básica. Questionavam o motivo de eu competir arrumada”, conta a atleta, cujas marcas registradas são a bandana e o cabelo rosa.

A skatista Letícia Bufoni Foto: Matheus Coutinho
A skatista Letícia Bufoni Foto: Matheus Coutinho
 
 Quase duas décadas depois, Leticia — a primeira e única recordista do “Guinness Book” por ter mais medalhas no X-Games (principal campeonato de skate do mundo) — descreve a expectativa de representar o Brasil na Olimpíada de Tóquio. “Para a gente, dos novos esportes (é a primeira vez que surfe, skate, beisebol/softbol, caratê e escalada farão parte do programa olímpico), está parecendo um sonho impossível. Chegamos tão perto e veio o adiamento por causa da Covid-19. Achava que uma pandemia como essa só acontecia em filmes”, diz. A atleta explica que, caso não aconteçam novas competições, sua participação está confirmada, já que valerá a pontuação dos dois últimos anos. “É uma grande honra representar uma nação inteira”, afirma.
Letícia Bufoni e Pedro Scooby Foto: Reprodução
Letícia Bufoni e Pedro Scooby Foto: Reprodução

Enquanto Tóquio não chega, ela amplia os horizontes. Em agosto, percorreu nove países da Europa a bordo de um motorhome ao lado do surfista Pedro Scooby e do diretor de fotografia Matheus Coutinho. A viagem vai virar a série “What a trip!”. Já o fim do ano será ao lado da família, no Guarujá: “Vou passar dois meses no Brasil”. Mas nem pensar em ficar longe dos treinos. “Mandei construir uma pista no quintal da minha casa.”


O Globo sexta, 11 de dezembro de 2020

SUBMARINO HUMAITÁ: MARINHA LANÇA SEGUNDO SUBMARINO DE PROGRAMA ORÇADO EM R$ 37,1 BILHÕES

 

Marinha lança segundo submarino de programa orçado em R$ 37,1 bilhões e que prevê modelo de propulsão nuclear

Batizada de Humaita, unidade será lançada ao mar em evento com participação de Bolsonaro em Itaguaí (RJ)
 
O submarino Humaitá (S41), desenvolvido dentro do Prosub (Programa de Desenvolvimento de Submarinos), da Marinha Foto: Divulgação/Marinha
O submarino Humaitá (S41), desenvolvido dentro do Prosub (Programa de Desenvolvimento de Submarinos), da Marinha Foto: Divulgação/Marinha
 

RIO -Em um país continental, com uma costa de 7.367 quilômetros, o submarino é praticamente indispensável. Por isso, nesta sexta-feira (11), a Marinha dá um novo passo para a renovação de sua frota, com o lançamento ao mar da segunda unidade da classe Scorpene, que integra o ProSub, batizada de Humaitá. O programa de submarinos, lançado em 2008, prevê investimento total de R$ 37,1 bilhões, incluindo quatro embarcações de propulsão convencional — com motores diesel-elétricos de fabricação francesa — e uma quinta (e mais aguardada) de propulsão nuclear, com previsão de entrega somente em 2031 e cuja produção é, no mínimo, desafiadora.

Neste último, o desenvolvimento atômico cabe exclusivamente ao Brasil, em um projeto de alta complexidade, iniciado em 2012. Até agora, a Marinha já investiu R$ 20,8 bi no ProSub. Todos os submarinos são equipados com torpedos de alta precisão, minas e mísseis SM 39 Exocet.

O evento, que ocorre no Complexo Naval de Itaguaí nesta sexta-feira e terá a presença do presidente Jair Bolsonaro, marca dois avanços do ProSub. Além da inauguração do Humaitá, que entra na fase de testes, haverá a integração dos módulos do terceiro submarino do programa, o Tonelero.

'Carro japonês' x 'Fusca'

Inicialmente, estava previsto que a Marinha pudesse comemorar, na mesma data, o início das operações do submarino Riachuelo, o primeiro da série. Porém, a fase de testes demorou mais do que o previsto. Neste momento, o Riachuelo ainda é submetido aos chamados testes de plataforma, nos quais são analisados aspectos como navegação, manobras, propulsão e funcionamento do leme.

Marinha lança segundo submarino de programa que prevê modelo de propulsão nuclear Foto: Arte/O GLOBO
Marinha lança segundo submarino de programa que prevê modelo de propulsão nuclear Foto: Arte/O GLOBO

De acordo com pessoas próximas ao projeto, o atraso na operação do Riachuelo se deve às adaptações feitas no modelo francês para navegação no Brasil. O Scorpene, na versão brasileira, é mais longo, o que amplia seu tempo máximo de operação contínua em relação ao modelo original, que passa de 50 para 70 dias.

O almirante Celso Mizutani Koga, engenheiro responsável pelo projeto, ressalta que a adaptação se deve à grande extensão da costa brasileira.

 
Visão aérea do submarino Humaitá (S41), no Complexo Naval de Itaguaí (CNI), Região Metropolitana do Rio Foto: Divulgação/Marinha
Visão aérea do submarino Humaitá (S41), no Complexo Naval de Itaguaí (CNI), Região Metropolitana do Rio Foto: Divulgação/Marinha

Atualmente, o Brasil dispõe dos submarinos da classe Tupi para atuar sob as águas. As cinco unidades foram compradas da Alemanha, nos anos 1980. Porém, hoje, além das diferenças de performance em relação aos novos — a profundidade máxima da classe Tupi, por exemplo, é de 270 metros, contra 300 metros dos franceses —, algumas das atuais embarcações estão submetidas a longos períodos de inatividade para manutenção.

— Existe uma evolução tremenda. Há um avanço relevante no processamento de dados dos sonares, por exemplo. É como comparar um Fusca com um carro japonês dos dias de hoje. Não só os sensores, mas a própria capacidade do periscópio de produzir imagens rapidamente, mantendo o submarino discreto, é muito superior — explicou o almirante Koga.

Grupo seleto

Infográgico detalha panorama sobre a construção de submarino nuclear Foto: Arte/O GLOBO
Infográgico detalha panorama sobre a construção de submarino nuclear Foto: Arte/O GLOBO

O ProSub também contempla o que pode ser chamado de um projeto à parte dentro do programa. Um terço de todo investimento bilionário é direcionado ao desenvolvimento do chamado SN-BR, o primeiro submarino de propulsão nuclear do Brasil, um tipo de equipamento que integra a frota de um seleto grupo de nações, como Estados Unidos, China, Reino Unido, França e Rússia.

Entre as diferenças mais importantes, além da velocidade, enquanto o S-BR fica submerso por um pouco mais de dois meses, o SN-BR poderá ficar em operação por tempo indeterminado. A estimativa é que missões com esse tipo de equipamento possam ocorrer por até um ano.

Essa capacidade só será possível após a Marinha superar uma série de obstáculos de desenvolvimento, que estão dentro dos planos e, por ora, não apresentam sinais aparentes de impasses incontornáveis. Todas as estruturas atômicas precisam ser miniaturizadas, especialmente o reator. Essa "chaleira" de produção quase inesgotável de energia precisa ser administrada de forma a manter segurança, calor e ruído em condições estáveis e por longos períodos.

Por isso, a Marinha construiu um protótipo em terra, que reproduz condições similares às que o reator deve enfrentar dentro do SN-BR. Esse sistema será desenvolvido no Laboratório de Geração Nucleoelétrica (Labgene), em Iperó (SP), que ainda não foi finalizado. Todos os componentes atômicos serão testados nesse ambiente, antes de serem instalados na embarcação.

— Ele vai simular o reator. Já tem lá uma carcaça, um casco de submarino onde o reator será instalado. O Labgene é o que vai nos garantir que o que está sendo desenvolvido para ser inserido no submarino vai funcionar dentro das especificações. Ele ainda não recebeu combustível, os testes estão sendo feitos, por enquanto, com caldeiras à vapor. Depois, poderemos, finalmente, testar a reação nuclear — explica o almirante Koga.

Além dos desafios orçamentário e técnico, como manter um reator nuclear em alta profundidade, com controle de ruído, pressão e temperatura, o submarino nuclear enfrenta outros obstáculos não desprezíveis, como barreiras para aquisição de componentes essenciais.

— O desenvolvimento autônomo da tecnologia nuclear exigirá posição firme do governo e da Marinha às pressões econômicas e estratégicas — explica Nelson During, editor-chefe do Portal DefesaNet.


O Globo quinta, 10 de dezembro de 2020

VITÓRIA STRADA FALA DA EMOÇÃO COM FIM DE SALVE-E QUEM PUDER E DA RELAÇÃO COM MARCELLA RICA

 

Vitória Strada fala da emoção com fim de 'Salve-se quem puder' e da relação com Marcella Rica

ANNA LUIZA SANTIAGO

 
 
 
Vitória Strada (Foto: Arquivo pessoal)
Vitória Strada (Foto: Arquivo pessoal)

Vitória Strada está prestes a se despedir de Kyra, sua personagem em "Salve-se quem puder". Restando pouquíssimas cenas para o fim do trabalho, a atriz experimenta sensações diversas:

- Já gravamos todos os finais importantes. Estou sem querer acreditar que vai acabar. Sem dúvida, o sentimento é de missão cumprida. De certa forma, entramos para a História. Fomos os que mais gravaram com todos os protocolos. Foi novo para todo mundo e ao mesmo tempo muito doido trabalhar assim. Nós só vamos ver o resultado quando a novela for exibida, com a esperança de que tudo tenha ficado bom. Estamos contando com a ajuda de efeitos especiais para tirar os acrílicos das cenas e colocar fundo naquelas que seriam externas, mas que acabaram gravadas nos estúdios. Quando a história está no ar, a gente tem aquele tempo de ajustar alguma coisa de que não está gostando na atuação. Desta vez, não teve como. Estou na maior ansiedade para ver.

Vitória, que protagoniza a trama ao lado de Juliana Paiva e Deborah Secco, gravou finais diferentes com seus respectivos pretendentes na história: Rafael (Bruno Ferrari) e Alan (Thiago Fragoso).

- A Kyra é muito indecisa. Ela fica um tempo nessa indecisão. Vai ser bonitinho. Foi muito emocionante gravar as cenas dela terminando com cada um deles. Tive que negar ficar com Alan e com o Rafael. Chorei demais - afirma.

Para aliviar a tensão do isolamento social e da volta ao trabalho em meio a regras rígidas, Vitória retomou um antigo hábito, o desenho, como mostra na foto acima:

- Sempre gostei de papel e caneta. Vem da infância. Na escola, eu copiava, decorava caderno, fazia letra bonita... Quando estou estudando capítulos, gosto muito de escrever e fazer esqueminhas para memorizar melhor. Desenho é uma coisa que engatei na quarentena e estou levando para a vida. Já completei quase três cadernos. É uma terapia, ajuda a acalmar a mente.

 Além do novo hobby, Vitória recorreu ao afeto da namorada, Marcella Rica, para tentar atravessar a pandemia com mais serenidade. As duas, que já moravam juntas desde o final do ano passado, aproveitaram para se mudar há dois meses:

- Eu já queria há um tempo. Quando aconteceu, a gente se sentiu bem melhor. Estamos num apartamento onde conseguimos pegar sol para ter vitamina D. Foi algo que nos fez bastante felizes. A gente se deu muito bem durante a pandemia. As pessoas brincam sobre casais se separando, mas nós nos unimos mais ainda e nos ajudamos muito.

As atrizes estão namorando há um ano. Segundo Vitória, tornar o relacionamento público foi importante na questão da representatividade:

- Nossa, eu recebo muitas mensagens, é um carinho grande. Estávamos preparadas para tudo, porque sabemos que, infelizmente, vivemos num país preconceituoso. Mas, se até hoje vi dois comentários negativos, foi muito. No direct (mensagens privadas do Instagram), várias pessoas falam que se sentem melhores tendo uma representação. Elas dizem que ver nosso amor as ajudou a lidar com suas verdades. Está sendo muito bom ajudar. 

Ela conta que vibrou ao saber que o casal tem até fã-clubes na internet. Em casa, a reação não foi diferente:

- Graças a Deus, tenho uma família que me apoia muito, independentemente de quem eu amar. Meus pais se preocuparam sempre em saber se estou feliz e, acima de tudo, se a pessoa com quem estou tem caráter. Isso é o mais importante para minha família e montou quem eu sou. Fez com que eu mesma não tivesse preconceito comigo quando isso aconteceu. Diferentemente de muitas pessoas que já sabem desde pequenas do que gostam, eu descobri que poderia me apaixonar por uma mulher quando me apaixonei pela Marcella. Poderia muito bem ter me julgado, não ter me permitido viver esse lado. Mas a criação que tive me ajudou a respeitar esse sentimento novo.

Marcella Rica e Vitória Strada (Foto: Reprodução)
Marcella Rica e Vitória Strada (Foto: Reprodução)

O Globo quarta, 09 de dezembro de 2020

LUCAS VELOSO COMENTA GRAVIDEZ DA NAMORADA E FALA EM CASAMENTO

 

Lucas Veloso comenta gravidez da namorada e fala em casamento

GABRIELA ANTUNES

 
 
 
Lucas Veloso e Gessica Muniz (Foto: Reprodução)
Lucas Veloso e Gessica Muniz (Foto: Reprodução)

Esperando seu primeiro filho com a namorada, Gessica Muniz, o humorista Lucas Veloso fará um chá revelação no próximo sábado, 12. O evento terá como tema a cultura nordestina. A dentista e modelo está no terceiro mês de gestação:

- Vai ser uma festa bem com a nossa cara. Ao invés dos temas tradicionais, Géssica teve a ideia de fazermos um chá arraiá. Aí fiz o texto da nossa história e dois amigos transformaram em cordel para o convite (disponível no Instagram de Lucas). Ficou muito legal. No começo, achava que seria menino. Somos muitos homens na minha família, não sei nem quantos. De mulher, só tem minha irmã e duas primas. Mas, depois, comecei a achar que é menina. Sonhei com uma, e minha mãe e a Gessica também sonharam.

Lucas assumiu publicamente o relacionamento com Gessica em junho deste ano, cerca de oito meses depois de terminar o namoro com a bailarina Nathalia Melo, que conheceu no "Domingão do Faustão":

- Todo mundo comenta que o relacionamento é recente e pergunta se a gravidez foi planejada. Costumo dizer que filho vem quando é desejado. Não precisa ser planejado. Criança é uma bênção. Quando nos conhecemos, sentimos aquela sensação de que já convivíamos há dois milhões de anos. A gente só está invertendo a ordem. Vamos ter o filho primeiro e o casamento será depois. Temos uma conexão surreal e uma sinergia maravilhosa.

O humorista conta que já pensava em ser pai mesmo antes de conhecer a namorada.

- Desde o final do ano passado, eu vinha pensando em adotar uma criança, mesmo que fosse solteiro. Quando descobri que seria pai, fiquei animado pra caramba. A gente começa a ver a a vida de um jeito totalmente diferente. E isso porque nem nasceu ainda. Brinco dizendo que um pedaço meu finalmente deu certo. Não tenho nem como descrever o que senti na primeira ultrassonografia, quando ouvi o coração bater. Até salvei um áudio no celular e escuto de vez em quando. É o som mais bonito que ouvi na minha vida. Já estou prevendo que serei um pai coruja - diz ele, que não descarta adotar uma criança no futuro. 

Filho do humorista Shaolin, morto em 2016, Lucas comemora a possibilidade de viver com seu futuro filho tudo aquilo que não pôde aproveitar com o pai:

- Quando meu pai sofreu o acidente (de trânsito, em 2011), eu tinha 14 anos. Ele morreu quando estava com 19. Fiquei adulto, logo comecei a trabalhar e nunca pude sentar com ele, tomar um vinho e bater um papo de gente grande. Sempre pensei que precisava trabalhar e manter minha saúde para que, quando tivesse um filho, pudesse estar ao lado dele. Porque a gente não precisa ser só pai, pode virar amigo, zoar um com o outro... Meu pai era meu amigão, não era só aquela coisa de "bom dia, boa tarde e boa noite". Transferir essa relação para o meu bebezinho vai ser muito bacana.

Lucas tem se dividido entre Patos, cidade da namorada, e Campina Grande, sua cidade natal - ambas na Paraíba -, e São Paulo, onde costuma trabalhar.

- O corpo dela que está passando por todas as mudanças, então, perguntei onde ela preferia ficar até o parto. Ela escolheu Patos, para ficar perto dos familiares e se consultar com seus médicos de confiança. Depois do nascimento, devemos mudar para Campina Grande, onde estou construindo nossa casa.

Lucas atualmente comanda o quadro "Achamos no Brasil", do programa "Domingo espetacular", da Record:

- O quadro une viagem e trabalho, que são duas coisas de que gosto. Cheguei a ficar apreensivo, porque não sou repórter, sou humorista. Humorista é meio excêntrico. Tive medo de não deixar as pessoas falarem. Então, estou exercitando muito a escuta e me renovando enquanto profissional. Graças a Deus, está sendo bem recebido.

Lucas Velosos (Foto: Reprodução)
Lucas Velosos (Foto: Reprodução)

O Globo terça, 08 de dezembro de 2020

VEJA AS ESTREIAS NO CINEMA

 

De 'O poderoso chefão' a comédia natalina, veja as estreias no cinema

Bonequinho aplaude de pé a nova versão para o último filme da trilogia clássica de Coppola, uma das atrações que entram em cartaz nesta quinta-feira (3)
O último filme da trilogia clássica faz 30 anos Foto: Divulgação
O último filme da trilogia clássica faz 30 anos Foto: Divulgação
 

Confira as estreias no cinema - com impressões do Bonequinho:

'O poderoso chefão  - Desfecho: a morte de Michael Corleone'

Bonequinho aplaude de pé  (Mario Abbade)

Leia a crítica

As modificações em relação à versão antes exibida parecem poucas, mas impressiona como os quase 15 minutos de cortes, as alterações na narrativa e as correções de imagem e som deram o brilho de que o filme precisava para estar à altura dos outros da trilogia.

'Amizade maldita'

Bonequinho aplaude sentado (Mario Abbade)

Leia a crítica

O que torna o projeto diferente é a forma como o diretor e corroteirista Brandon Christensen conduz a trama. “Z” (no original) surge como boa surpresa pela maneira como ele trabalha os três atos da história. E, ao final, demonstra que os clichês do gênero podem aparecer com criatividade e inteligência.

'Belle Époque'

Bonequinho aplaude sentado (Sérgio Rizzo) 

Leia a crítica

O diretor e roteirista Nicolas Bedos investe nos diálogos, rápidos e irônicos, enquanto o elenco deita e rola. Além do show habitual de Daniel Auteuil e Fanny Ardant, Guillaume Canet e Doria Tillier vivem trama paralela que faz eco ao romance dos protagonistas. Tudo levado no humor.

'10 horas para o Natal'

Bonequinho olha (Sérgio Rizzo) 

Leia a crítica

Faz frio em dezembro na São Paulo do filme. É uma tentativa de aproximar essa mistura de comédia e aventura infantil da sua referência: os “filmes de Natal” de EUA e Europa. O longa recorre a muito “Jingle bells” e vermelho e branco para lembrar uma São Paulo em que aglomerações eram permitidas — e ninguém usava máscara.

 

Bonequinho olha (Ruy Gardnier)

Leia a crítica

A narrativa se constitui em dois eixos, um na escola, cheio de episódios de racismo, outro de investigação da proveniência de M8. Os dois eixos não se integram muito bem, mas o ponto mais fraco é a artificialidade com que a maioria das cenas transcorre. Só as cenas entre os amigos têm timing real, o resto parece apenas pretexto pra dar recado

'Trolls 2'

Bonequinho olha (Daniel Schenker)

Leia a crítica

O resultado dessa animação de Walt Dohrn não é especialmente divertido, mas cabe destacar uma concepção visual que valoriza imagens que remetem ao artesanal. E a criação estética surpreende na sequência em preto e branco, passagem contrastante em relação ao resto

'New Life S.A.'

No filme dirigido por André Carvalheira, o sonho do mundo perfeito a ser experimentado no condomínio de luxo planejado pelo jovem arquiteto Augusto desaparece quando ele se vê no meio de um jogo sujo que permeia a construção do empreendimento: de suborno a políticos e juízes ao despejo frio de famílias humildes do lugar

'Soldado estrangeiro'

 A história de três jovens soldados brasileiros — Bruno Silva, Mário Wasser e Felipe Nascimento — que decidiram fazer parte do exército de nações estrangeiras é contada no documentário de José Joffily e Pedro Rossi. Ao longo do filme, citações do livro “Johnny vai à Guerra”, de Dalton Trumbo, de 1939, sobre ideais antiguerra e humanidade

 

'Sertânia'

O filme dirigido por Geraldo Sarno mergulha na mente delirante do cangaceiro Antão (interpretado por Vertin Moura), que, à beira da morte depois de ser capturado pelo bando do Capitão Jesuíno (Julio Adrião), passeia pelos últimos acontecimentos de sua vida e por símbolos do sertão nordestino

Programação completa dos cinemas: sessões, trailers e críticas

Siga o Rio Show nas redes:

No Twitter: @rio_show

No Instagram: @rioshowoglobo

No Facebook: RioShow


O Globo segunda, 07 de dezembro de 2020

SUSTENTABILIDADE GANHA DESTAQUE EM LISTA DE MELHORES DESTINOS EM 2021

 

Sustentabilidade ganha destaque em listas de melhores destinos para 2021

Turismo responsável pautou as seleções da editora Lonely Planet e da revista 'National Geographic Traveler', que indicou o Cerrado brasileiro
 
Tatu no Cerrado brasileiro, um dos destinos para 2021 apontados pela revista "National Geographic Traveler" Foto: Pete Oxford / Minden Pictures / NatGeo / Divulgação
Tatu no Cerrado brasileiro, um dos destinos para 2021 apontados pela revista "National Geographic Traveler" Foto: Pete Oxford / Minden Pictures / NatGeo / Divulgação
 

RIO - A sustentabilidade e a responsabilidade social do turismo marcaram duas das mais tradicionais listas tendências de viagens para o próximo ano, divulgadas pela mídia especializada nas últimas semanas. Ao escolherem seus melhores destinos para 2021, tanto a editora de guias Lonely Planet quando a revista "National Geographic Traveler" deram destaques a iniciativas que se propõem a ações como preservação do meio ambiente, respeito às comunidades locais e valorização da diversidade.

O Cerrado, sugerido pela "National Geographic Traveler" na categoria Natureza/Vida Selvagem, foi a única menção nas duas seleções, ao Brasil. A publicação ressalta que o bioma, a maior área de savana da América do Sul, que abriga 5% de todas as espécies de plantas e animais do planeta, está em constante ameaça pelo avanço da agricultura. O texto lembra que mais de 103 mil quilômetros quadrados foram destruídos apenas na última década.

Turismo responsável:saiba como ser um viajante melhor depois da pandemia

A paisagem de vastas planícies, dominado por plantas imponentes e habitado por animais desconhecidos fora da continente, como antas, tamanduás-bandeiras e tatus-canastras, foi apontado como o mais próximo do que se poderia encontrar, na nossa Terra real, de um cenário onde poderiam viver os dinossauros da franquia "Jurassic Park".

Mergulhadores no Parque Nacional Marinho de Alonissos, na Grécia Foto: Elena Becatoros / AP / NatGeo / Divulgação
Mergulhadores no Parque Nacional Marinho de Alonissos, na Grécia Foto: Elena Becatoros / AP / NatGeo / Divulgação

Meio ambiente:como o ecoturismo pode ajudar o Pantanal a renascer das cinzas após queimadas

Ao todo, são 25 destinos espalhados por cinco categorias (Sustentabilidade, Natureza/Vida Selvagem, Cultura/História, Família e Aventura). Entre os considerados os mais sustentáveis, estão a cidade de Denver, no Colorado  (que pretende atingir 100% de energia renovável até 2030); o Parque Nacional Marinho de Alonissos, na Grécia; o ecoturismo no Gabão, onde 11% do país é protegido como parque nacional; a capital dinamarquesa Copenhague, que pretende se tornar neutra em carbono até 2025; e a cidade alemã de Friburgo, que tem 40% de sua área urbana coberta por vegetação nativa.


O Globo domingo, 06 de dezembro de 2020

MC REBECCA FALA SOBRE RELAÇÃO COM ANITTA, LUDMILLA E SEXO

 

MC Rebecca fala sobre relação com Anitta, Ludmilla e sexo

Cantora acaba de lançar single com Elza Soares, "A coisa tá preta'
Maiô Haight, blusa Reinaldo Lourenço na Na Sala Novamente, brinco e correntes na calça, todos Arco Foto: Karla Brights
Maiô Haight, blusa Reinaldo Lourenço na Na Sala Novamente, brinco e correntes na calça, todos Arco Foto: Karla Brights
 

O pedido chega e MC Rebecca abre um sorrisão e logo transforma a bancada de maquiagem do estúdio numa mesa. Tem feijão, arroz, bife, batata frita e ovo. Enquanto corta um pedaço de carne — vermelha —, a cantora, de 22 anos, fala animadamente sobre a música com participação de Elza Soares que lançaria no dia seguinte. “A coisa tá preta” mostra a veia sambista da carioca, que ganhou fama, 3,6 milhões de seguidores no Instagram e milhões de visualizações no YouTube com funks em versões light e proibidas.

“Posso dizer que eu zerei a vida ao gravar com a Elza”, derrete-se Rebecca. “Já tinha a canção guardada há algum tempo, mas estava procurando a pessoa certa para dividir esse trabalho. Foram meses tentando algum contato até receber uma resposta. Fui realmente atrás. Não sou de ficar parada esperando que façam as coisas por mim. Chorei muito quando Elza falou meu nome. Tive de sair do recinto para me recompor. Ela é extremamente poderosa.”
Vestido e brinco, ambos Dolce & Gabbana Foto: Karla Brights
Vestido e brinco, ambos Dolce & Gabbana Foto: Karla Brights

 

Com versos contestadores, (“Natural do Rio de Janeiro, onde preto favelado é destaque só no mês de fevereiro ou na página policial. Prende neguinho, a gente arruma um culpado e sai na capa do jornal”), “A coisa tá preta” é, na visão da MC, algo que a coloca em outro patamar na indústria. “Saí da minha zona de conforto com essa música, mas não era um universo completamente desconhecido para mim. Durante uma década, fui passista do Salgueiro, uma das maiores agremiações do carnaval. Acho que vão me olhar com mais respeito por eu estar ao lado da Elza. Para ela, também deve ter sido uma experiência. Estou chegando agora na indústria fonográfica, e ainda canto funk proibidão.”

O clipe do single, que estreou na segunda-feira, é a menina dos olhos da cantora. Além de Elza, sua mãe, Cristina, e a filha, Morena, de 3 anos, protagonizam as cenas. “Mamãe topa minhas loucuras”, diverte-se. “Ela me ajuda à beça. Tive minha bebê cedo, sozinha, aos 19. Em seguida minha carreira deslanchou. Tive todo o apoio em casa.”

 

 

Cria do Morro São João, no Engenho Novo, Rebecca acredita que suas vivências a transformaram na mulher determinada e sincera que é. Aos 11 meses de vida, quase foi parar no conselho tutelar quando sua mãe biológica foi presa por roubo. Sua guarda ficou com Cristina, sua tia, e o avô materno, morto em 2018. Foi uma infância simples, porém feliz. “Claro que a realidade era dura. Tiroteios eram constantes, e existia o medo da bala perdida, mas não faltava amor. Quando a música surgiu, enxerguei uma oportunidade de melhorar nossa situação. Às vezes, me sinto culpada de não ser uma mãe presente. Perdi passagens importantes do crescimento da Morena. No entanto, consegui tirar minha família da favela, o que me deixa bastante aliviada. Moramos no Recreio dos Bandeirantes.”

Jaqueta Argalji, top Vix, calça Na Sala Novamente e brincos Ecran Foto: Karla Brights
Jaqueta Argalji, top Vix, calça Na Sala Novamente e brincos Ecran Foto: Karla Brights

 

Com a mãe biológica, não existe uma relação muito profunda. “Mas há respeito e carinho por ela, que não deixa de frequentar meus aniversários e outras datas festivas. Entretanto, não posso afirmar que há aquela coisa de mãe e filha.” Com Morena, a história é outra: “Minha menina é pequena demais para ter noção da proporção do que eu faço. Mas conhece as coreografias. Ah, e também adora um celular. Não me dá qualquer tipo de trabalho. Dorme a noite inteira.”

Às gargalhadas, Rebecca conta que Cristina ficou um tiquinho assustada ao vê-la treinando para gravar sua primeira música, “Cai de boca” (sim, é sobre sexo oral), em meados de 2018. “A vontade de cantar era latente. Minha ex-mulher, Suellen, sabia desse desejo e percebeu uma chance de torná-lo real ao ouvir uma música composta pela Ludmilla. Como eram amigas, ela falou para a Lud que aquele som seria perfeito para mim. Coloquei minha voz, porém ninguém queria produzir. Bati na porta de vários DJs, e o único que topou foi o Zebrinha, que incluiu a faixa em seu set mixado. A minha, no entanto, se destacou e ele testou colocá-la solo. Deu certo”, relembra.

boom veio na Gaiola, famoso baile funk que acontece na Penha. DJ Rennan soltou o pancadão para uma multidão. “Estava exausta de tanto sambar na quadra do Salgueiro e não quis acompanhar Suellen no fervo. Minha ex foi e pediu ao Rennan essa chance. Na mesma noite, ele tocou diversas vezes a música. Na sequência, me convidou para cantar no baile para um público de 25 mil pessoas. Foi o auge.”

De rainha das passistas do Salgueiro, de repente, Rebecca virou uma aspirante a estrela do batidão. Vieram os pedidos para shows e o repertório foi crescendo. Seguindo a linha de proibidões, ela lançou “Coça de Rebecca”. “Nunca passou pela minha cabeça que poderia existir preconceito contra essa vertente do funk. Ao frequentar certos lugares, notei que a sociedade enxergava como um problema uma mulher preta e favelada falar sobre sexo de forma explícita. Quero muito ter liberdade de cantar o que eu quiser. Os homens nunca tiveram problema em colocar o sexo oral em pauta. E a gente não pode tocar no assunto? ‘Cai de boca’ é justamente sobre isso.” 

Até o lançamento de “A coisa tá preta”, Rebecca estava totalmente focada no funk. No fim de outubro, colocou nas plataformas de streamings “A preta é braba”, com participação da rapper Karol Conka. Em 2019, foi assunto com os hits “Sento com talento”, “Deslizo e jogo” e “Repara”. Mas nada se compara ao sucesso de “Combatchy”, projeto de Anitta que contou também com Luísa Sonza e Lexa. O clipe, inclusive, foi eleito o melhor do ano na última edição do Prêmio Multishow.

Jaqueta Salvatore Ferragamo, calça Eva, top Woma na Casa de Antônia, brincos e anéis, todos Sara Joias, e sandálias Bottega Veneta Foto: Karla Brights
Jaqueta Salvatore Ferragamo, calça Eva, top Woma na Casa de Antônia, brincos e anéis, todos Sara Joias, e sandálias Bottega Veneta Foto: Karla Brights

 

“É uma mulher forte, independente e muito talentosa. A nossa amizade só cresce. Espero trabalhar mais com ela. Vejo na Rebecca um potencial enorme e sei que só vimos o início do que ela tem para mostrar”, observa Anitta, que já ficou com a colega no passado. “Porém, não aconteceu nada além do beijo. Hoje, ela é quase uma irmã para mim”, acrescenta a MC.

Blazer e saia, ambos Salvatore Ferragamo, top Teodora Oshima e brinco Arco Foto: Karla Brights
Blazer e saia, ambos Salvatore Ferragamo, top Teodora Oshima e brinco Arco Foto: Karla Brights

 

Para a cantora, não existe tabu. Sua bissexualidade é aberta, e ela diz que não usa a condição para se promover, como já acusaram por aí. “Sempre gostei de meninos e meninas. Na infância, dei o primeiro beijo numa garota no banheiro da escola. Sou livre, independente e faço o que bem quiser. É tudo muito natural. Aos 17 anos, contei para minha família e foi a maior polêmica.” Hoje, Rebecca está namorando o empresário Lucas Godinho, dono de uma empresa de estacionamento e de uma academia de artes marciais. “Fiquei com ele pela primeira vez no dia 12 de junho. Não transava desde março por causa da pandemia. Meus brinquedos eróticos que me salvaram na quarentena”, diz. “Fora isso, de vez em quando, dou umas chamadas no bofe. Ele não é muito transante, mas o chamo para agir. No geral, não tenho razões para reclamar”, emenda.

 
 
Quimono e calça, ambos Eva, e sandálias Bottega Veneta Foto: Karla Brights
Quimono e calça, ambos Eva, e sandálias Bottega Veneta Foto: Karla Brights

 

Falante, Rebecca não se esquiva nem da treta virtual envolvendo sua fada madrinha, Ludmilla. “Não nos falamos mais, porém tenho carinho e respeito pela Lud. Tudo que eu sou devo a ela. Não houve uma discussão ou qualquer tipo de briga. Nunca entendi a razão de nosso afastamento.”

No fim da conversa, a MC afirma que não pensa muito no futuro. “Quero conquistar o Brasil”, diz. “Não é a hora <QL>de cogitar uma carreira internacional, mesmo já tendo feito shows na Europa e nos Estados Unidos. O fato é: gravei com a Elza Soares. Eu posso tudo.” Pode mesmo.


O Globo sábado, 05 de dezembro de 2020

MALHAÇÃO: SONHOS SERÁ REPRISADA NA GLOBO

 

 

'Malhação: Sonhos' será reprisada na Globo. Saiba quando e relembre a trama

 

 
 
 
 

O Globo sexta, 04 de dezembro de 2020

MINAS GERAIS: NOS 300 ANOS DE MINAS, LEO PAIXÃO ENSINA A PREPARAR UM FRANGO COM QUIABO À MINEIRA

 

Nos 300 anos de Minas Gerais, Leo Paixão ensina a preparar um frango com quiabo à mineira

Técnica do 'pinga' e frita e o segredo para o quiabo 'não babar': 'corta-se ao meio e grelha somente a parte de dentro'
 
Frango à mineira com quiabo de Leo Paixão Foto: Divulgação
Frango à mineira com quiabo de Leo Paixão Foto: Divulgação

 


O Globo quinta, 03 de dezembro de 2020

FLIP 2020: SAIBA COMO ACOMPANHAR A EDIÇÃO VIRTUAL DA FESTA LITERÁRIA DE PARATY

 

Flip 2020: saiba como acompanhar a edição virtual da Festa Literária de Paraty

Evento será transmitido ao vivo de forma gratuita e on-line
 
Paraty na edição de 2019 da festa literária Foto: Leo Martins / Agência O Globo
Paraty na edição de 2019 da festa literária Foto: Leo Martins / Agência O Globo
 

SÃO PAULO — A primeira edição 100% digital da Festa Literária de Paraty (Flip) começa nesta quinta-feira, com a mesa de abertura protagonizada pela vencedora do Booker Prize Bernardine Evaristo, seguida por uma ciranda com músicos paratienses. Todas as 12 mesas do evento, que continua até domingo, serão gratuitas e transmitidas ao vivo no site, no Facebook e no canal da Flip no YouTube.

Dos 22 convidados, 11 são negros, um é indígena (a poeta Márcia Kambeba), e três são transexuais: (o poeta americano Danez Smith, o filósofo espanhol Paul B. Preciado e a artista visual potiguar Jota Mombaça).

No dia 5, às 20h30, Preciado conversa com o compositor Caetano Veloso na mesa “Transições”. Smith e Mombaça participam da mesa “Vocigrafias insurgentes”, no dia 6, às 18h. Kambeba conversa com o americano Jonathan Safran Foer no dia 4, às 16h.

As discussões raciais devem aparecer em mesas como “Diáspora” (3/12, às 18), com Bernardine Evaristo e Stephanie Borges (tradutora especializada em autoras negras); “Ancestralidades” (5/12, às 18h), com o nigeriano Chigozie Obioma e o baiano Itamar Vieira Junior, ambos autores de romances que resgatam tradições religiosas africanas; e “Batidas”, com a americana Regina Porter e o carioca-gaúcho Jeferson Tenório.

Outros destaques são a mesa “Eileen para presidente!” (4/12, às 18h), conversa da poeta americana Eileen Myles com as poetas e tradutoras brasileiras Bruna Beber e Mariana Ruggieri; e a aula da antropóloga Lilia Moritz Schwarcz sobre o autoritarismo brasileiro (5/12, ás 16h).

Abaixo, veja a descrição de cada mesa, retirada do site oficial do evento.

3/12

Mesa 1: "Diásporas" (18h)

Com Bernardine Evaristo e Stephanie Borges

"Com seu romance 'Garota, mulher, outras', Bernardine Evaristo venceu a última edição do Booker Prize, tornando-se a primeira autora negra a receber a premiação. O livro retrata 12 personagens mulheres e não-binárias que juntas compõem um retrato histórico – indo das colônias britânicas do Caribe à África – e contemporâneo da população negra na Grã-Bretanha. Na mesa, ela conversa com a escritora Stephanie Borges."

Mesa 2: "Zé Kleber: Ciranda" (20h30)

Com Fernando e Marcello Alcantara

"Dois jovens paratienses, músicos cirandeiros e pesquisadores de sua própria história, dedicam-se a resgatar e colocar em evidência a cultura caiçara em suas mais diferentes formas."

4/12

Mesa 3: Florestas vivas (16h)

Com Jonathan Safran Foer, Márcia Kambeba

"De um lado, os impactos da ação humana sobre o clima; de outro, a importância da natureza para a educação indígena. Esses são os temas centrais dos últimos livros de um romancista norte-americano e de uma poeta da etnia kambeba, da Amazônia brasileira. É o meio-ambiente tratado a partir de perspectivas diferentes e complementares."

Mesa 4: "Eileen para presidente!" (18h)

Com Eileen Myles

"Nas palavras da escritora Deborah Levy, Eileen Myles é 'a peça perdida para quem só leu escritores homens da geração beat'. A mesa, um encontro de Eileen com suas tradutoras para o português, Bruna Beber e Mariana Ruggieri, recupera a trajetória de Myles, que é poeta, performer, romancista e jornalista."

Mesa 5: "Animais abatidos" (20h30)

Com Pilar Quintana e Ana Paula Maia

"Duas romancistas sul-americanas, uma colombiana e outra brasileira, que tratam de personagens vivendo em contextos ordinários, mas que acabam se defrontando com aspectos absurdos da vida. Há certo clima soturno e de terror psicológico nas narrativas, mas nada é sobrenatural e o efeito de estranhamento vem da própria realidade."

5/12

Mesa 6: "Sobre o autoritarismo brasileiro" (16h)

Com Lilia Moritz Schwarcz

"O imaginário da identidade do povo brasileiro é preenchido por ideias de tolerância, cordialidade, acolhimento, mas a história do país, repleta de autoritarismo político e social, diz outra coisa. A historiadora Lilia Schwarcz reflete sobre as raízes do autoritarismo brasileiro que faz com que o país seja mais excludente que inclusivo."

Mesa 7: "Ancestralidades" (18h)

Com Chiogizie Obioma e Itamar Vieira Junior

"De um lado, a presença marcante de entidades divinas interagindo com o destino dos humanos. De outro, a realidade do mundo material que se impõe com força e violência. Um romancista brasileiro e outro nigeriano tematizam a vida rural de personagens que vivem às voltas com religiosidades de matriz africana."

Mesa 8: "Transições" (20h30)

Com Caetano Veloso e Paul B. Preciado

"Nos arquivos da ditadura militar que justificaram o exílio de Caetano Veloso poucos dias após o AI-5, o artista é definido como “desvirilizante”. Já o escritor espanhol Paul B. Preciado, define-se hoje como “dissidente do sistema sexo-gênero”. Os dois, símbolos da quebra de paradigmas, encontram-se nessa mesa, que tem a liberdade como tema central. A participação do Paul B. Preciado teve apoio da Embaixada da França no Brasil."

6/12

Mesa 9: "Zé Kléber: Sarau" (14h)

Com Rodrigo Ciriaco e Elisa Pereira

"Nos últimos anos, os saraus artísticos se multiplicaram pelas periferias da cidade de São Paulo e ganharam a cena cultural do país. Nessa mesa, Elisa Pereira, idealizadora do Fuzuê Literário, sarau de Paraty, conversa com Rodrigo Ciríaco, escritor e educador que a inspirou a começar o movimento na cidade."

Mesa 10: "Batidas" (16h)

Com Regina Porter e Jeferson Tenório

"Duas famílias – uma branca e outra negra – vivendo na segunda metade do século 20 nos Estados Unidos. Um pai e professor de ensino básico assassinado em uma abordagem policial desastrosa no sul do Brasil. No pano de fundo dos dois romances: vida familiar, paternidade, racismo e desigualdade."

Mesa 11: "Vocigrafias insurgentes (18h)

Com Danez Smith e Jota Mombaça

"A poesia e a performance se unem para dar voz a temas contemporâneos como a descolonização das narrativas históricas, identidade de gênero, não-binarismo, racismo e diáspora africana. Artistas de dois países diferentes, Brasil e Estados Unidos, Jota Mombaça e Danez Smith tratam mais da história comum que compartilham do que das fronteiras que os separam."

Mesa 12: "Zé Kléber: Slam" (20h30)

Com Nathalia Leal e Luz Ribeiro

"As competições de slam estão em Paris, Nova York, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraty. Nesse encontro, Nathalia Leal, uma das idealizadoras do Slam de Quinta, que acontece toda quinta-feira na rodoviária de Paraty, conversa com Luz Ribeiro, primeira mulher a vencer o Slam BR – campeonato brasileiro de Slam."


O Globo quarta, 02 de dezembro de 2020

ROSA PARKS, A MULHER NEGRA QUE, HÁ 65 ANOS, MUDOU A AMÉRICA AO NÃO CEDER SEU LUGAR NO ÔNIBUS

 

 

HÁ 65 ANOS

A mulher negra que preferiu ser presa a dar lugar no ônibus para homem branco e virou ícone

 

Rosa parks após ser presa por se recusar a ceder seu lugar em ônibus

  

Depois de trabalhar o dia todo numa loja de departamentos, Rosa Parks estava cansada quando embarcou num ônibus municipal na Avenida Cleveland, no centro de Montogomery, às 18h daquela quinta-feira, dia 1° de dezembro de 1955. Numa época em que o racismo era política pública de alguns estados americanos, os ônibus no Alabama reservavam assentos na frente para pessoas brancas, enquanto os negros, que eram 75% dos passageiros, só podiam se sentar em locais demarcados na parte de trás. Parks se acomodou na primeira fileira para "pessoas de cor". Mas, à medida que o veículo cumpria seu percurso, os lugares para brancos se esgotavam.

 Na terceira parada, em frente ao Teatro Empire, um grupo grande de pessoas desprovidas de melanina embarcou, e três deles ficaram de pé. O motorista, um sujeito chamado James F. Blake, ordenou então que Parks e outros três passageiros negros se levantassem da fileira para dar lugar a pessoas brancas.

 

Um policial grava as digitais de Rosa Parks, após prisão em Montgomery

 

Enquanto os três homens sentados perto dela cederam seus assentos, bastante contrariados, Parks disse: "Eu não deveria ter que me levantar". E não apenas continuou sentada como deslizou para a janela do ônibus. Em uma entrevista anos mais tarde, ela contou que "quando aquele motorista branco veio na nossa direção e gesticulou mandando a gente se levantar, eu senti uma determinação cobrir meu corpo como uma colcha numa noite de inverno". Ao perceber que a americana não se levantaria, Blake disse a ela que chamaria a polícia, ao que Parks respondeu: "Pode chamar". Os outros passageiros assistiam de olhos arregalados, sem fazer nada.

A americana de 42 anos, que já era uma ativista da luta por direitos civis dos negros nos EUA, só saiu daquele assento depois de receber ordem de prisão. "Por que vocês estão sempre nos intimidando?", perguntou ela ao policial, que respondeu: "Não sei, mas é a lei, e você está presa".

 

Registro não datado mostra Rosa Parks num ônibus em Montgomery

 

A atitude desencadeou uma mobilização que virou um marco na História. Parks, que era secretária no escritório local da Associação Nacional para o Progresso das Pessoas de Cor (NAACP, na sigla em inglês), foi presa por violação do código municipal de Montgomery e libertada após uma noite na cadeia, mediante fiança. Nos dias que se seguiram, os líderes do movimento negro local, entre eles o jovem pastor Martin Luther King, organizaram um boicote ao sistema de transporte. Parks não foi a primeira ativista presa por desafiar o racismo em ônibus, mas os militantes usaram o episódio para confrontar o estabilishment de uma vez por todas.

O boicote aos ônibus de Montgomery começou no dia 5 de dezembro de 1965. A partir daquela segunda-feira, cerca de 40 mil moradores negros da cidade pararam de usar os veículos públicos. Grupos organizavam lotadas em carros de passeio, com donos de automóveis transportando as pessoas de graça. Motoristas negros de táxi cobravam US$ 0,10 por viagem (o mesmo preço da passagem de ônibus). A certa altura, eles tiveram que driblar as autoridades determinaram multas para taxistas que cobravam menos de US$ 0,45 por viagem. Muita gente pedalava para o trabalho, caminhava ou até usava mulas e carroças.

 

Moradores de Montgomery andando em vez de pegar ônibus, durante boicote

 

Igrejas de comunidades negras ao redor do país organizaram campanhas entre seus fiéis com o objetivo de comprar sapatos para os moradores de Montgomery que gastavam todo seu solado com as longas caminhadas de ida e volta ao trabalho.

A perda de arrecadação com as passagens e o ódio por ver pessoas negras lutando por direitos motivou os opositores do boicote a reagir. A casa de Luther King foi incendiada, assim como quatro igrejas batistas. Após o ataque contra ele, o próprio líder ativista fez um discurso diante de 300 negros revoltados pedindo para que ninguém reagisse com agressividade aos atentados. "Nós precisamos confrontar violência com não-violência", disse ele, disse o ativista, que chegou a ficar duas semanas na cadeia por liderar os protestos. "Eu estava orgulhoso do meu crime", afirmou, anos mais tarde, após se tornar um ícone dos direitos humanos.

 

Rosa Parks num ônibus de Montgomery em 1995, 40 após se tornar ícone dos direitos civis

 

O boicote surtiu efeito. No dia 5 de junho de 1956, uma corte federal, ao julgar uma ação relacionada à segregação no sistema de transporte do Alabama, declarou que a reserva de assentos para brancos era inconstitucional. Como o estado recorreu da decisão, o caso foi parar na Suprema Corte dos EUA, que, no dia 13 de novembro daquele ano, ratificou a decisão anterior. O boicote se manteve até o dia 20 de dezembro de 1956, quando um decreto autorizou passageiros negros a utilizar qualquer assento nos ônibus de Montgomery. Aquela mobilização impulsionou o movimento pelos direitos humanos nos EUA e tornou Luther King um líder nacional.

"As pessoas sempre dizem que eu não saí do meu assento porque estava cansada, mas não é verdade. Eu não estava fisicamente cansada, ou não estava mais cansada do que estava normalmente, ao fim de um dia de trabalho. Eu não era velha, tinha 42 anos. Não, eu só estava cansada de ceder", descreveu Rosa Parks em sua biografia, "My Story" ("Minha história"), lançada em 1992.

 

 


O Globo terça, 01 de dezembro de 2020

MARÍLIA MENDONÇA: ARTISTA MAIS OUVIDA DE 2020 NO BRASIL, NO SPOTIFY

 

Marília Mendonça foi artista mais ouvida de 2020 no Brasil, no Spotify

Pelo segundo ano consecutivo, cantora segue à frente da lista dominada por sertanejos
Cantora Marília Mendonça lidera pelo segundo ano consecutivo a lista dos mais ouvidos pelo SPotify, no Brasil. Foto: Infoglobo
Cantora Marília Mendonça lidera pelo segundo ano consecutivo a lista dos mais ouvidos pelo SPotify, no Brasil. Foto: Infoglobo
 

RIO - No difícil ano de 2020, a rainha da sofrência, Marília Mendonça, foi a artista mais ouvida no Brasil, segundo o Spotify, repetindo o feito do ano passado. Assim como em 2019, os sertanejos dominaram o Top 10 do serviço de streaming, com mais seis nomes entre os dez primeiros, que também conta com Anitta e o DJ Alok. Na lista mundial, o primeiro lugar ficou com o rapper Bad Bunny.

Em um ano marcado  por lives que bateram recorde de audiência devido à pandemia do coronavírus, Marília também emplacou a terceira canção mais escutada com a versão ao vivo de "Graveto". Na lista dos artistas, ela é seguida pela dupla Henrique e Juliano, que gravou neste ano o álbum “Ao Vivo no Ibirapuera”. Os dois são responsáveis pela música mais ouvida do ano na plataforma: “Liberdade Provisória”.

Completa o Top 3, o cantor Gustavo Lima.  Ele também  possui a segunda música mais ouvida, com a gravação de “A gente fez amor” e ainda colhe os frutos do seu sétimo álbum ao vivo “O Embaixador in Cariri”. Apesar de ter sido lançado no ano passado, o disco lidera a lista dos mais ouvidos.

Mais ouvidos do Spotify em 2020

  1. Marília Mendonça
  2. Henrique e Juliano
  3. Gustavo Lima
  4. Zé Neto e Cristiano
  5. Jorge  & Mateus
  6. Os Barões da Pisadinha
  7. Anitta
  8. Alok
  9. Matheus e Kauan
  10. Maiara e Maraísa

As duplas Zé Neto e Cristiano e Jorge  & Mateus fecham o Top 5 completamente sertanejo. Os duos também aparecem bem colocados na lista de músicas mais ouvidas. A parceria de Zé Neto e Cristiano com Luíza e Maurílio em “S de Saudade” alcançou o quinto lugar e a versão ao vivo de “Cheirosa” de Jorge e Mateus está em nono.

A banda Os Barões da Pisadinha é a primeira intrusa na lista sertaneja. O grupo de forró e tecnoberga, formado em 2015, ocupa a sexta posição entre os artistas. Eles também são os únicos artistas a terem dois álbuns entre os dez mais ouvidos no ano, com “Agora Eu Pego Mesmo” e “Batom de Ouro”, ambos lançados em 2019.

 

O Globo segunda, 30 de novembro de 2020

CARTOLA: NOS 40 ANOS DE SUA MORTE, UM ROTEIRO PARA RELEMBRAR SUA OBRA

 

Nos 40 anos de morte de Cartola, um roteiro para relembrar sua obra

Lista inclui reabertura de museu com seu acervo, lives de Rildo Hora, Moacyr Luz e Teresa Cristina e filme em streaming
 
‘Música para os olhos’. Documentário de Lírio Ferreira e Hilton Lacerda revê trajetórias do compositor e do samba Foto: Divulgação
‘Música para os olhos’. Documentário de Lírio Ferreira e Hilton Lacerda revê trajetórias do compositor e do samba Foto: Divulgação
 
 

Com um acervo que inclui preciosidades como o manuscrito com a letra de “As rosas não falam”, além de outros documentos, imagens, objetos e indumentária, o Museu do Samba reabre esta semana, quarta-feira. Veja uma lista de atrações para relembrar a obra de Cartola (1908-1980), que inclui lives de Rildo Hora, Moacyr Luz e Teresa Cristina e filme em streaming. Confira.

FOTOGALERIA: NOS 40 ANOS DE MORTE DE CARTOLA, UM ROTEIRO PARA RELEMBRAR SUA OBRA

 

Museu do Samba

Fechado desde o início da pandemia, o espaço volta com visitas sob agendamento. A reabertura acontece na data em que se comemora o Dia do Samba, 2 de dezembro. Além do acervo de Cartola, o museu tem — entre outros itens, como depoimentos em vídeo — peças como violão de Candeia, a primeira carteira de sócio-compositor de Silas de Oliveira no Império Serrano, óculos de Dona Ivone Lara, terno de Zé Keti, peças de Aluízio Machado, Dodô da Portela, Monarco, Martinho da Vila, Vilma da Portela e Bira Presidente, do Cacique de Ramos. Uma nova mostra temporária também abre junto com o museu, “Samba/semba”, que inclui pinturas de Nelson Sargento e reproduções de trabalhos de nomes como Rosa Magalhães e Fernando Pinto.

Nesta segunda-feira (30) às 18h, por ocasião dos 40 anos de morte de Cartola, haverá uma live no Instagram (@museudosamba). Sua neta, Nilcemar Nogueira, e Felipe Ferreira, diretor do museu, receberão Maurício Barros, pesquisador e autor do livro “Zicartola”; Rildo Hora — que vai contar sobre sua experiência como produtor de Cartola e tocar gaita —; e Sandra Portella, que vai cantar músicas como “Sala de recepção” e “O mundo é um moinho”.

 
 

Museu do Samba. Rua Visconde de Niterói 1.296, Mangueira — 3234-5777. Seg a sex, das 10h às 17h (agendamento em contato@museudosamba.org.br). Grátis.

Lives

À luz dos primeiros sambas de Cartola, Moacyr Luz presta hoje, a partir das 17h, um tributo ao mestre mangueirense em apresentação de voz e violão transmitida em live no Instagram (@moaluz).

— Cartola eleva a batucada, nas raízes da cultura brasileira, a um nível de elegância que ela merece. Sua obra é reverenciada pelas novas gerações e continua atual mesmo depois da virada do século — ressalta Moacyr.

O cantor e compositor relembra ainda clássicos como “O sol nascerá” e “O mundo é um moinho”, além de “As rosas não falam”.

Outra homenagem fica por conta da cantora Teresa Cristina, que apresenta hoje, a partir das 22h no Instagram (@teresacristinaoficial), repertório dedicado ao baluarte.

— Marcará a volta das minhas lives — diz a cantora, que gravou “Tive sim”, composta na década de 60.

‘Cartola: música para os olhos’

“Naquele tempo eu me chamava Agenor, hoje eu me chamo Angenor”, conta Cartola ao falar da época em que nasceu, quando morava na Rua Ferreira Vianna, no Catete, no documentário “Cartola: música para os olhos” (Brasil, 2007), dirigido pelos prestigiados Lírio Ferreira e Hilton Lacerda. O filme reconstitui ao mesmo tempo a história do compositor e a do samba, por meio de imagens de arquivo e depoimentos que incluem nomes como Ismael Silva, João da Baiana e Donga.


O Globo domingo, 29 de novembro de 2020

SEM GLÚTEN, SEM LEITE E SEM AÇÚCAR: CHEFS ENSINAM TRÊS RECEITAS PARA QUEM TEM RESTRIÇÕES

 

Sem glúten, sem leite e sem açúcar: chefs ensinam três receitas para quem tem restrições

Por alergia, intolerância ou apenas em busca de uma vida mais saudável, público pode incorporar os pratos, fáceis de fazer, ao cardápio de casa
 
Espaguete de pupunha com molho branco à base de castanha de caju crua: receita do chef Daniel Biron, do Teva Foto: Divulgação
Espaguete de pupunha com molho branco à base de castanha de caju crua: receita do chef Daniel Biron, do Teva Foto: Divulgação
 
 

Pratos "sem glúten", "sem adição de açúcar" e "sem lactose" (o que não significa sem leite e, consequentemente, sem a proteína do leite) viraram moda nos cardápios dos restaurantes pelo Brasil. De olho na turma que investe em alimentação mais saudável, mas também abraçando alguns grupos com restrições alimentares, chefs passaram a investir na pesquisa e elaboração de pratos que não perdem nada em sabor aos seus "primos" com todos estes ingredientes. Mas muita calma nesta hora, para não trocar alhos por bugalhos e fazer da ampliação do cardápio algo perigoso: é preciso não confundir o que de fato é uma restrição, de um público com alergia ou intolerância a alguma substância, ou de um público com alguma doença que exija um consumo moderado de alguns ingredientes, como a diabetes; e o que é apenas uma opção, de tirar algumas substâncias do cardápio do dia a dia para investir na saúde e na estética. Para o primeiro grupo, a preocupação na ida a um restaurante é maior, no sentido de se informar não apenas sobre os ingredientes do prato, mas sobre como ele foi preparado - uma cozinha que use os mesmos utensílios para preparos com e sem a susbtância pode, por exemplo, promover uma contaminação cruzada e ser fatal para um alérgico.

Cuidados tomados, por clientes e chefs de restaurantes para que a informação seja a mais precisa possível no que se oferta, é hora de festejar a riqueza de opções de pratos. A seguir, o chef Daniel Biron, do Teva, em Ipanema, ensina a fazer um delicioso espaguete de pupunha com molho branco à base de castanha de caju crua - nada de leite animal, até porque o restaurante é vegano! -; a Paula Prandini, do Empório Jardim, dá a receita de um campeão de vendas de sua casa, uma quiche sem glúten com queijo minas e cebola - mas a chef avisa que sua cozinha não é voltada para celíacos, pois também prepara alimentos com glúten -, e a cozinheira Malu Mello, do catering que leva seu nome, prepara uma sobremesa sob medida para diabéticos, uma mousse de chocolate 70% cacau e sem adição de açúcar.

O Rio Gastronomia é uma realização do jornal O GLOBO com apresentação do Senac RJ e do Sesc RJ, patrocínio master do Santander, patrocínio de Naturgy e Stella Artois, apoio do Gosto da Amazônia, Água Pouso Alto e Getnet, e parceria do SindRio.

Sem leite animal

O chef Daniel Biron, do Teva, conta que às vezes é questionado por clientes sobre a presença de leite no cardápio de seu restaurante em Ipanema. "Eles nem sabem que a gente jamais manipula nada com leite animal por conta de ser vegano", diz o chef, acrescentando os cuidados tomados para que nada de origem animal entre na casa:

 

- A gente é 100% vegano, então nunca entra nada de origem animal no restaurante, nem no almoço de funcionários. Os colaboradores, inclusive, não têm autorização de entrar com laticínios e nada de origem animal no Teva. Este risco não existe - diz o chef, que não descarta, porém, a possibilidade de algum traço de leite estar presente em algum produto industrializado usado, sem ele saber. A boa notícia é que grande parte dos produtos usados são in natura, vegetais. - É um risco difícil de controlar... Nosso chocolate, por exemplo, é da AMA, que é uma marca vegana, então não contém traços. Mas pode ter em coisas que você nem imagina, assim como traços de alimentos de origem de frutos do mar, por conta de equipamentos que são compartilhados nda produção- explica.

A seguir, o chef ensina uma receita emblemática do Teva, presente nas unidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, que pode ser facilmente reproduzida em casa e que não tem nem lactose e nem a proteína do leite: um espaguete de pupunha com molho branco à base de castanha de caju crua. Naturalmente sem glúten, o palmito fresco é um ingrediente versátil na culinária vegetal. E o chef dá a dica de outros bons substitutos para o leite: inhame, amêndoa, leite de soja ou tofu, leite de arroz e leite de coco. As suas melhores aplicações dependem do objetivo e sabor/textura desejados.

 

 

Espaguete de pupunha com molho de castanha, alho negro e cogumelos

Chef Daniel Biron, do Teva

Rendimento: 4 a 6 porções

Teva-2.JPGIngredientes:

Espaguete

1 kg de espaguete de palmito pupunha

2 litros de água

1 colher (sopa) de sal

Molho de castanha de caju

1 colher (sopa) de azeite de oliva extravirgem

½ xícara (chá) de cebola picada

1 colher (sopa) de alho negro

½ xícara (chá) / 120ml de vinho branco

1 ½ xícaras (chá) / 220g de castanha de caju crua e sem sal, de molho em água filtrada por 4 horas

2 xícaras (chá) /480ml de caldo de cogumelos caseiro* ou água

¾ colheres (chá) sal marinho

¼ colher (chá) de pimenta do reino

Cogumelos sauté

3 colheres (sopa) de azeite de de oliva extravirgem

800 g de cogumelos variados: Paris, Portobello, Shiitake ou Cardoncello, fatiados

pitada de sal marinho

Montagem do prato

½ xícara (chá) de ervilha, descongelada

pimenta do reino a gosto

2 colheres (sopa) de salsinha picada

2 colheres (sopa) de azeite trufado (opcional)

Modo de preparo

Para fazer o espaguete

  1. Ferva os 2 litros de água em uma panela grande. Adicione o sal.
  2. Cozinhe o espaguete de palmito por cerca de 5 minutos até macio, mas ainda com textura. Drene, deixe esfriar e reserve.

Para fazer o molho

  1. Refogue a cebola e o alho negro no azeite até que a cebola fique translúcida. Adicione o vinho branco e deixe reduzir a metade do líquido.
  2. Transfira a mistura de vinho, alho negro e a cebola para o copo do liquidificador. Drene a castanha de caju e coloque no liquidificador com o caldo de cogumelos ou água, sal e pimenta.
  3. Bata até homogêneo e ajuste o sal se necessário. Reserve.
  4. Em uma frigideira, aqueça o azeite e em fogo alto, salteie os cogumelos até murcharem, por cerca de 5 a 7 minutos.
  5. Adicione uma pitada de sal e misture com o molho de castanha de caju reservado.

Montagem do prato

  1. Em uma frigideira ou panela pequena, aqueça o molho e coloque o espaguete de pupunha já pre cozido.
  2. Adicione a ervilha, misture e deixe aquecer por cerca de 3 a 4 minutos.
  3. Adicione água ou caldo de cogumelos para diluir o molho, se necessário.
  4. Acerte o sal e adicione pimenta do reino. Salpique com salsinha e coloque azeite trufado se desejado. Sirva imediatamente.

Observação: O caldo de cogumelos é feito com aparas de cogumelos shiitake, Portobello ou Paris ou com cogumelos desidratados e água filtrada. Basta ferver por 15 minutos e remover os sólidos.

Sem glúten

Criado como uma casa para o café da manhã, o Empório Jardim, com unidades no Jardim Botânico, na Gávea e em Ipanema, não carrega como bandeira uma "cozinha saudável, vegetariana e sem glúten", como observa a chef, e uma das sócias, Paula Prandini. No entanto, o crescimento da demanda fez com que o cardápio fosse se diversificando cada vez mais. Hoje, estão lá o bolo de banana com nozes e com aveia, sem glúten e sem lactose; a quiche vegetariana de massa sem glúten e recheio de cebola assada, queijo minas e tomilho; os pães sem glúten, um com amêndoas e outro com raspas de limão siciliano; as tapiocas...

 
 

A seguir, ela dá a receita da quiche, que qualquer um pode fazer em casa:

Quiche sem glúten com queijo minas e cebola

Chef Paula Prandini

 

Massa

- 480g Farinha de Arroz                                                            

- 310g Quinoa em Flocos                                                                                 

- 40g Semente de Linhaça marrom                                                               

- 225g Manteiga                                                                          

- 3 Ovos                                                                                         

-135g Caldo de Legumes                       

- 8g Sal         

Em um bowl adicionar todos os itens secos, acrescentar o restante dos ingredientes e misturar.

 

Creme

- 400g creme de leite

- 4 ovos

- 85g queijo minas

- 85g de ricota fresca

- 35g parmesão ralado

- 1 pitada de pimenta do reino

- 1 pitada de sal

- 1 pitada de noz moscada

Mixar todos os ingredientes.

 

Recheio de cebola

- 4 uni Cebolas grandes

-1 colher sopa deManteiga sem sal

- Tomilho

- sal e pimenta

 

Cortar as cebolas em meia lua, juliene.

Em colocar um pouco da manteiga no fundo e fazer uma camada de cebola. Temperar com sal e pimenta.

Acrescentar mais manteiga, e mais uma camada de cebola, sal e pimenta. Repetir até terminarem as cebolas.

Adicionarsomente as folhas do tomilho, sem o galho.

Em fogo bem baixo, deixar as cebolas murcharem e mexer periodicamente, até as cebolas estarem reduzidas e douradas.

Montagem

Enformar as formas com a massa. Rechear com 60g de recheio de cebola e 20g de queijo minas Solidão picado. Completar com o creme de quiche e finalizar com queijo parmesão ralado por cima.

Assar em forno de 175 graus por 35 minutos.

Sem açúcar

No cardápio de catering e do delivery que leva a sua marca, e também nos bufês que prepara para eventos de pequeno, médio e grande porte, a chef Malu Mello (ou cozinheira, como gosta de ser chamada) se acostumou a perguntar se o cliente ou o público dele têm alguma restrição. Não por acaso, ela tem diferentes receitas para quem é diabético e precisa de uma dieta balanceada e sem açúcar, algo que ela tem a facilidade de criar por sua pós-graduação em gastronomia funcional.

A seguir, Malu ensina a preparar uma mousse de chocolate de 70% cacau e que usa o Xilitol como adoçante, que ela diz ser hoje, comprovadamente, um dos mais saudáveis e também é facilmente encontrado em lojas.

Mousse de chocolate diet

Chef Malu Mello, do catering Malu Mello

Rendimento: 3 porções.

Mousse de chocolate diet da chef Malu Mello Foto: Dante Rebelo
Mousse de chocolate diet da chef Malu Mello Foto: Dante Rebelo

Ingredientes

200g de chocolate 70% – como sugestão, da marca Callebaut

300g de creme de leite fresco

3 ovos

1 colher de sopa cheia de xilitol (adoçante)

Amêndoas em lâminas

 

Modo de preparo

Separe as gemas das claras. Com o auxílio de uma batera, bata as gemas até chegar a uma consistência esbranquiçada (semelhante a uma gemada). Pique o chocolate 70%, derreta em banho maria e em seguida adicione a gemada já pronta. Continue batendo acrescentando ao mesmo tempo o creme de leite fresco. Reserve.

Bata as claras até obter o ponto de neve, e com a batedeira, misture bem com a massa do chocolate reservada. Reserve.

Coloque em xícaras ou taças individuais e leve para gelar aproximadamente 20, 30 minutos.

Sugestão da chef Malu Mello: decorar com amêndoas cortadas em lâminas ou o raspas do chocolate 70% ou folhinhas de hortelã.

 

Receita da tuille de tinta de lula

Ingredientes

10g de farinha simples

5g de tinta de lula

80ml de água

20ml de óleo ou azeite de oliva

Modo de preparo

Misture bem os ingredientes usando o fuê. Pegue uma frigideira antidarente de boa qualidade, deixando-a aquecer bem. Assim que ela estiver bem aquecida, coloque uma concha cheia da mistura finalizada e espere ao ponto de soltar da frigideira. Com o auxílio de uma espátula de silicone, retire. Seque em um papel toalha e decore na mousse usando a imaginação!

 

O Rio Gastronomia é uma realização do jornal O GLOBO com apresentação do Senac RJ e do Sesc RJ, patrocínio master do Santander, patrocínio de Naturgy e Stella Artois, apoio do Gosto da Amazônia, Água Pouso Alto e Getnet, e parceria do SindRio.


O Globo sábado, 28 de novembro de 2020

MIKE TYSSON X ROY JONES JR.: APOSTA EM FÓRMULA MILIONÁRIA E NOSTALGIA PARA LUCRAR

 

Mike Tyson x Roy Jones Jr. aposta em fórmula milionária e nostalgia para lucrar; veja números

Luta tem expectativa de lucro de R$ 260 milhões apenas com venda de pay-per-views nos Estados Unidos; lutadores ganharão R$ 6 milhões por minuto no ringue
 
Mike Tyson Foto:  
Mike Tyson Foto:  
 
 

Em agosto de 2017, o boxe foi impactado pela chamada “luta do século”. O astro americano Floyd Mayweather Jr. subiu ao ringue e se tornou o atleta mais bem pago do mundo ao vencer o então detentor de dois cinturões simultâneos do UFC, Conor McGregor, em um encontro marcado mais pelo apelo publicitário do que esportivo. O duelo criou uma fórmula de sucesso, que será repetida hoje na “superluta” entre Mike Tyson e Roy Jones Jr. — a TV Globo exibe após a transmissão ao vivo no canal Combate, à partir de 21h30 (de Brasília).

Saiba como assisitir

A estratégia já foi adaptada em diversos esportes: um grande astro que retorna após longa aposentadoria ou que carrega invencibilidade é desafiado por outro que acumula grandes resultados recentes ou ganhou fama por ser provocador. Roy Jones Jr., de 51 anos, é o desafiante de hoje, mas sabe que o apelo gira em torno de Mike Tyson, hoje com 54 anos, um dos maiores nomes do esporte e que dominou os ringues nos anos 80.

Mais:Relembre as cinco maiores vitórias da carreira de Mike Tyson

A plataforma Triller, dona dos direitos da luta, espera arrecadar US$ 50 milhões (cerca de R$ 260 milhões na cotação atual) só com a venda de pay-per-view — nos Estados Unidos, o público terá de pagar US$ 50 (cerca de R$ 287) para ver o combate, que estava previsto para 12 de setembro e, segundo veículos americanos, foi adiado intencionalmente para ganhar espaço no noticiário. Também houve a aposta por público presente no Staples Center, em Los Angeles, mas a pandemia da Covid-19 não permitiu.

Segundo o jornalista americano Kevin Iole, Tyson deve receber mais que o triplo de Roy Jones pela luta: quase R$ 50,5 milhões; Roy Jones Jr. ganhará cerca de R$ 16 milhões. Estima-se que os ex-pugilistas ganhem R$ 6 milhões por minuto no ringue. Valores impensáveis no cenário atual.

Mike Tyson Foto: Donald Kravitz / Getty Images
Mike Tyson Foto: Donald Kravitz / Getty Images

 

— Pega-se dois ídolos passados, nesse caso Tyson e Roy Jones, e num momento em que todos estão carentes de eventos esportivos devido a pandemia abre-se janelas para eventos como esse. Apesar de não ter um valor esportivo alto, é uma luta que tende a movimentar muito dinheiro em casas de aposta e também a criar um valor sentimental por ter dois lutadores que em suas épocas foram esplendorosos e as gerações que os assistiram hoje podem pagar para reviver esse momento — comenta Fernando Fleury, especialista em marketing esportivo. 

Neste caso, o carisma e o retorno de Tyson são os motivadores de uma luta que pouco aposta na rivalidade — Roy Jones Jr. foi chamado de o “Lutador da Década” nos anos 1990, mas não há uma rivalidade direta. Antes de aceitar o combate, Tyson recusou quase R$ 90 milhões para encarar o brasileiro Wanderlei Silva, e também foi desafiado pelo astro do UFC, Jon Jones. Ou seja, até mesmo o adversário escolhido para hoje passou por um crivo de marketing.

Para Tyson, a luta significa o retorno triunfal após um término de carreira em baixa. Em 2005, o desconhecido irlandês Kevin McBride conseguiu uma vitória surpreendente sobre o ex-campeão mundial dos pesos-pesados. Na época, foram três derrotas nas últimas quatro lutas, que o levaram a decidir pela aposentadoria. Mesmo parado, o ex-pugilista colecionou polêmicas: em 2005, foi detido no Brasil após a agressão a um cinegrafista, e em 2014, ofendeu um jornalista de um programa canadense que mencionou a sua condenação por estupro.

 

— Mike Tyson fundou uma liga e pretende fazer algumas lutas com boxeadores aposentados, a Legends Only League. A maior atração é poder rever ídolos do passado em cima do ringue novamente, como aconteceu recentemente com Julio César Chavez e Jorge Arce, que fizeram algumas exibições no México — opina Daniel Fucs, comentarista de boxe da Globo.

Tyson é considerado um dos maiores boxeadores da história e acumula recordes como o de 37 vitórias em 37 confrontos. Ele perdeu mais de 40 quilos para a luta, após 15 anos afastado dos ringues. Roy Jones Jr acumula oito títulos mundiais em quatro categorias diferentes: pesado, meio-pesado, médio e super-médio. O ex-boxeador ficou ativo de 1989 a 2018.

— A ausência de novos ídolos no boxe capazes de causar mobilização mundial como faziam Muhamed Ali, Tyson e outros, abrindo espaço para que esses mesmos nomes, agora ex-atletas despertem esse interesse e além disso a consolidação do conceito de “Sportainment”, uma mistura de esporte e entretenimento onde que o vale é entreter, mesmo que não exista a componente competitiva — analise Ivan Martinho, especialista em marketing esportivo da ESPM.

Regras diferentes

O retorno de Mike Tyson aos ringues terá algumas particularidades. Uma delas é que não haverá controle antidoping contra maconha — além de ser um usuário assumido, o norte-americano é conhecido por ter lucros de quase R$ 3 milhões no mercado de cannabis. Os boxeadores não vão usar capacete, vestirão luvas de 12 onças — maiores do que as de 10 onças tradicionais — e os rounds terão duração de dois minutos, em vez do padrão de três. Serão oito assaltos.

 

As trocas têm a ver com a preocupação com a saúde dos atletas. Mike Tyson tem 54 anos, e Roy Jones Jr., 51. A força dos golpes e a idade preocupam médicos e especialistas, que afirmam que um soco pode atingir um impacto de 450 kg no rosto de um dos lutadores. Na categoria dos pesos-pesados o impacto pode ser maior ainda, devido à força dos boxeadores.

— As regras são diferentes porque é uma exibição com ex-boxeadores com mais de 50 anos. O que pode alterar a dinâmica é como eles se coportarão — afirma Fucs.

Tyson também aposta na nostalgia para ver a audiência do evento crescer. Mesmo no Brasil, seus fãs lembram de suas lutas passadas e o compara a Ayrton Senna.

— A família se juntava para ver as lutas. Era uma pena que duravam tão pouco. Eram duas tradições quando era mais novo: churrasco para ver as corridas do Senna e as lutas do Tyson — conta Ronaldo Persiano, de 38 anos, que vive situação semelhante a de Paulo Cézar Filho, outro fã de Tyson:

— Eu via as lutas dele na década de 1990. Eram um acontecimento — declarou.

Mais seis lutas estão previstas: Jake Paul x Nate Robinson (cruzadores), Badou Jack x Blake McKernan (meio-pesados), Viddal Riley x Rashad Coulter (cruzadores), Jamaine Ortiz x Nahir Albright (leves), Irvin Gonzalez Jr. x Edward Vasquez (penas) e Juiseppe Cusumano x Nick Jones (pesados). 

 


O Globo sexta, 27 de novembro de 2020

ELEIÇÕES 2020: CAMPANHAS EM PORTO ALEGRE E NO RES AGRESSIVAS A RETA FINAL. NO RIO, PAES E CRIVELLA TAMBÉM INTENSIFICAM ATAQUES.

 

 

Eleições 2020: Campanhas em Porto Alegre e Recife ficam mais agressivas na reta final

Com falsas acusações, disputas baixam o nível na reta final e transbordam para polícia e Justiça Eleitoral. No Rio, Paes e Crivella também intensificam ataques
 
A Justiça determinou que João Campos (PSB) recolhessse o panfleto com imagem da adversária Marília Arraes Foto: Reprodução
A Justiça determinou que João Campos (PSB) recolhessse o panfleto com imagem da adversária Marília Arraes Foto: Reprodução
 

RIO - Enquanto a corrida eleitoral se acirra às vésperas do segundo turno, trocas de acusações, por vezes falsas, contra adversários se multiplicam em panfletos apócrifos e publicações anônimas na internet, algumas deles com temas como legalização do aborto, descriminalização do consumo de drogas e outras pautas de cunho ideológico.

Na última semana, a disputa em Porto Alegre chegou a virar caso de polícia. O candidato Sebastião Melo (MDB) foi à sede da Polícia Civil registrar boletim de ocorrência contra a adversária Manuela D’Ávila (PCdoB). O deputado estadual acusa a rival de chamá-lo de racista sem provas. Isso porque dias após um homem negro ser assassinado por seguranças no Carrefour na capital gaúcha, a campanha de Manuela veiculou propaganda mostrando declarações do vice-presidente Hamilton Mourão negando o racismo no Brasil e do candidato do PSD derrotado no primeiro turno, Valter Nagelstein, que criticou parlamentares negros do PSOL. Os dois são apresentados como aliados de Melo.

“Não posso aceitar que o debate chegue a esse nível. O que estão fazendo é criminoso. A gente pode perder ou ganhar eleição, mas a biografia tem de ser preservada. Eu combato racismo e todo o tipo de preconceito”, disse Melo.

Leia mais: Em Porto Alegre, Melo e Manuela partem para o ataque em disputa apertada

Em resposta, Manuela disse que o adversário não tinha sido capaz de discordar publicamente “das declarações literais de seus aliados” e que tentava “criar um fato eleitoral” a partir disso.

 

“Seria tão mais simples dizer: não concordo com Mourão e Valter. Mas não, ele age contra mim que denuncio declarações racistas”, escreveu a candidata. “Ele responderá judicialmente por isso: entraremos com ação de dano moral por injúria e difamação e com denunciação caluniosa pelo Boletim de Ocorrência.”

No Recife, a Justiça Eleitoral determinou que o candidato João Campos (PSB) interrompa a divulgação de panfletos contra Marília Arraes (PT) que foram distribuídos em frente a templos religiosos da cidade. “Cristão de verdade não vota em Marília Arraes”, diz o material, estampado com foto da petista. Ali também está escrito que Marília defende a legalização das drogas, o aborto e a ideologia de gênero, tirou a Bíblia da Câmara do Recife e pertence ao PT, “que persegue os cristãos em todo o Brasil”.

Lauro Jardim:  Guerra entre Marília Arraes e João Campos leva Justiça a fazer diligências em igrejas

Em sua denúncia, Marília Arraes afirmou que os panfletos foram produzidos e espalhados por Campos porque o carro usado para a distribuição do material tinha o design da campanha do candidato.

A juíza Virgínia Gondim Dantas, da 7ª Zona Eleitoral, entendeu que não é possível provar que os panfletos são de autoria da campanha de Campos, mas, como ele foi o beneficiário da ação, caberia a ele interromper a divulgação. O material tem o efeito de “criar nos eleitores estados mentais e emocionais, deixando de divulgar a integralidade da fala da candidata Marília Arraes”, dizia ainda a sentença.

Em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, a deputada Flordelis, acusada de mandar matar o marido, o pastor Anderson do Carmo, tornou-se personagem da corrida eleitoral. Nesta quinta-feira, ela foi às redes sociais para desmentir que tenha declarado apoio ao candidato Dimas Gadelha (PT), após uma publicação com uma foto deles juntos circular nas redes. Flordelis esclareceu que a imagem tinha sido feita há anos, durante uma campanha do Outubro Rosa.

Gadelha também se posicionou sobre o assunto. “Não temos e jamais pedimos apoio, da até agora deputada Flordelis para a nossa campanha. Mentir assim para a população é um desrespeito”, diz a nota publicada nas redes sociais. O candidato gravou um vídeo, em que chama seu adversário, Capitão Nelson (Avante), de “Capitão Mentira”, acusando-o de espalhar o boato.

— A mentira de hoje é que o Dimas tem o apoio da Flordelis. Mentira! O grupo da Flordelis, o partido dela, o PSD, está com você, capitão — respondeu Gadelha

No Rio, Paes e Crivella sobem o tom

Campanha de Eduardo Paes acusa Crivella de espalhar fake news Foto: Reprodução
Campanha de Eduardo Paes acusa Crivella de espalhar fake news Foto: Reprodução

Mesmo em uma campanha que pesquisas de intenção de voto apontam não ser das mais acirradas, com larga vantagem para o primeiro colocado, o segundo turno da disputa pela prefeitura do Rio vem sendo marcado por ataques, seja por meio de declarações, panfletos, em debates ou no horário eleitoral. O acirramento chegou também ao Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ): o candidato do DEM, Eduardo Paes, já moveu 53 ações contra o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), que postula a reeleição; o atual ocupante do cargo, por sua vez, acionou o adversário judicialmente 38 vezes.

 

O ápice do confronto, Crivella fez uma falsa acusação ao afirmar que Paes, se eleito, entregaria a Secretaria de Educação para o PSOL, o que, nas palavras dele, incentivaria a pedofilia nas escolas. Um material distribuído nas ruas vincula o ex-prefeito ao aborto, à legalização das drogas e à distribuição de um “kit gay” nas escolas. Na Justiça Eleitoral, Paes afirma que a propaganda é “sabidamente inverídica e difamatória” e tem o objetivo de “ludibriar os eleitores” — o ex-prefeito também foi às redes sociais contestar a divulgação.

De seu lado, a campanha de Paes não tem poupado a faceta religiosa do adversário. Na propaganda de TV, Crivella é chamado de “falso pastor”. O candidato do DEM passou a se referir ao rival pela alcunha de “Pai da Mentira”, um termo bíblico de referência ao diabo..


O Globo quinta, 26 de novembro de 2020

VERA FISCHER FALA SOBRE ÉPOCA DAS PORNOCHANCHADAS E RELEMBRA POLÊMICA DE FILME

 

Vera Fischer fala sobre época das pornochanchadas e relembra polêmica de filme

 
 
 
Vera Fischer (Foto: Reprodução/Instagram - Patrícia Lino)
Vera Fischer (Foto: Reprodução/Instagram - Patrícia Lino)

 

No ar na reprise de “Laços de família”, no Vale a Pena Ver de Novo, Vera Fischer falou sobre o início da sua carreira, quando fez filmes de pornochanchada, e relembrou do período com carinho:

- Eu comecei nos anos 1970. Fiz algumas pornochanchadas deliciosas de fazer, com um lado cômico de brincar com os temas da sexualidade. Era muito mais chanchada do que pornô. Eu fiz uns cinco filmes desse tipo – comentou a atriz.

A declaração foi dada em entrevista para Simone Zuccolotto no programa “Cinejornal”, do Canal Brasil, que irá ao ar nesta quinta-feira (26), às 18h55m. No papo, a atriz falou também sobre o seu novo projeto - a websérie "Reflexos" -, além de questões como a pandemia e a situação política do Brasil. Ela ainda lembrou alguns filmes dos quais participou, como, por exemplo, "Navalha na carne", em que viveu uma prostituta:

- Quando eu fiz "Navalha na carne", aí foi sério. Ela era uma prostituta, mas o texto era seríssimo. Essa queixa dessa mulher sendo usada e sendo chamada de puta, de velha... um papel que eu adorei. Adorei fazer esse filme – disse Vera.

A atriz comentou sobre como se sentiu com a retirada de circulação do filme “Amor estranho amor” (1982), que estrelou ao lado de Tarcísio Meira e Xuxa. O longa ficou fora do mercado por anos por causa de disputas judiciais entre a produtora e a apresentadora:

- Não era só eu (que senti). Tinha um elenco enorme... Pena que o público só viu por um tempo. Ele entrou em cartaz nos cinemas, fez ótimo público, mas saiu de circulação. Eu senti muito até porque era coprodutora do filme. O produtor principal era o Anibal Massaíni e nós sentimos no bolso. Eu acho que vão querer lançar novamente nos cinemas ou nas plataformas. E vai  ser um ganho... a própria Xuxa disse outro dia que o filme é bom e tem que ser visto. Vai ser bom para a gente.

Questionada pela entrevistadora se ela acha que havia motivos para o filme sair de circulação, Vera comentou:

- Eu acho que ela (Xuxa) tinha uma equipe muito poderosa. E acho que eles a obrigaram a tirar o filme de circulação. Seminua com um garoto de 12 anos...  Eu acho que a situação foi essa.

Vera Fischer participou do 'Cinejornal' (Foto: Divulgação)V
era Fischer participou do 'Cinejornal' (Foto: Divulgação)

O Globo quarta, 25 de novembro de 2020

FIFA ANUNCIA INDICADOS AO THE BEST, COM NEYMAR ENTRE OS MELHORES DO MUNDO

 

Fifa anuncia indicados ao The Best, com Neymar entre os melhores do mundo

Alisson concorre como melhor goleiro ao prêmio que será entregue em 17 de dezembro
 
Com Neymar, Fifa anuncia indicados a prêmio de melhor do mundo Foto: Divulgação/FIFA
Com Neymar, Fifa anuncia indicados a prêmio de melhor do mundo Foto: Divulgação/FIFA
 

Neymar está de volta à disputa pelo prêmio de melhor jogador do mundo. Nesta quarta-feira, a Fifa divulgou os 11 pré-finalistas do The Best, que será entregue no dia 17 de dezembro. Também foram anunciados os candidatos nas categorias feminina, de melhor goleiro e goleira, além de técnico de times masculino e feminino.

Arrascaeta, do Flamengo, ganhou uma indicação do prêmio Puskás — que elege o gol mais bonito —, pelo gol de bicicleta marcado contra o Ceará no Brasileirão de 2019. No prêmio de melhor goleiro, Alisson, do Liverpool e da seleção brasileira, volta a figurar entre os indicados.

Análise:Flamengo oscila, tem chances de virar, mas traz bom resultado da Argentina

Nas categorias técnicas, a votação acontece de forma mista: serão levados em conta o voto popular mais as escolhas de um júri formado por capitães, técnicos e técnicas de seleções masculinas e femininas (dependendo da categoria), além de jornalistas de cada país representado por essas seleções.

Já no caso do prêmio Puskás, a escolha fica por conta de um painel de jogadores e técnicos 'lendários' selecionados pela Fifa,  somados ao voto do público. A votação fica aberta até 9 de dezembro, no site da Fifa. A divulgação dos três finalistas em cada categoria acontece no dia 11 do mesmo mês.

Confira a lista completa de indicados:

 

Os indicados a melhor jogador pela Fifa Foto: Divulgação/Fifa
Os indicados a melhor jogador pela Fifa Foto: Divulgação/Fifa

 

Melhor jogador

Thiago Alcântara (Espanha / Bayern de Munique / Liverpool)

Cristiano Ronaldo (Portugal / Juventus)

Kevin De Bruyne (Bélgica / Manchester City)

Robert Lewandowski (Polônia / Bayern de Munique)

Sadio Mané (Senegal / Liverpool)

Kylian Mbappé (França / Paris Saint-Germain)

Lionel Messi (Argentina / Barcelona)

Neymar (Brasil / Paris Saint-Germain)

Sergio Ramos (Espanha / Real Madrid)

Mohamed Salah (Egito / Liverpool)

Virgil van Dijk (Holanda / Liverpool)

 

As indicadas ao prêmio de melhor jogadora pela Fifa Foto: Divulgação/Fifa
As indicadas ao prêmio de melhor jogadora pela Fifa Foto: Divulgação/Fifa

 

Melhor jogadora

Lucy Bronze (Inglaterra / Lyon / Manchester City)

Delphine Cascarino (Francça / Lyon)

Caroline Graham Hansen (Noruega / Barcelona)

Pernille Harder (Dinamarca / Wolfsburg / Chelsea)

Jennifer Hermoso (Espanha / Barcelona)

Ji So-yun (Coreia do Sul / Chelsea)

Sam Kerr (Austrália / Chelsea)

Saki Kumagai (Japão / Lyon)

Dzsenifer Marozsán (Alemanha / Lyon)

Vivianne Miedema (Holanda/ Arsenal)

Wendie Renard (França / Lyon)

 

Os indicados pela Fifa a melhor goleiro Foto: Divulgação/Fifa
Os indicados pela Fifa a melhor goleiro Foto: Divulgação/Fifa

 

Melhor goleiro

Alisson Becker (Brasil / Liverpool)

Thibaut Courtois (Bélgica / Real Madrid)

Keylor Navas (Costa Rica / Paris Saint-Germain)

Manuel Neuer (Alemanha / Bayern de Munique)

Jan Oblak (Eslovênia / Atlético de Madrid)

Marc-André ter Stegen (Alemanha / Barcelona)

 

As indicadas a melhor goleira pela Fifa Foto: Divulgação/Fifa
As indicadas a melhor goleira pela Fifa Foto: Divulgação/Fifa

 

Melhor goleira

Ann-Katrin Berger (Alemanha / Chelsea)

Sarah Bouhaddi (França /  Lyon)

 

Christiane Endler (Chile / Paris Saint-Germain)

Hedvig Lindahl (Suécia / Wolfsburg / Atlético de Madrid)

Alyssa Naeher (Estados Unidos / Chicago Red Stars)

Ellie Roebuck (Ingalterra / Manchester City)

 

Os indicados a melhor técnico de equipe masculina pela Fifa Foto: Divulgação/Fifa
Os indicados a melhor técnico de equipe masculina pela Fifa Foto: Divulgação/Fifa

 

Melhor técnico ou técnica em time masculino

Marcelo Bielsa (Argentina / Leeds United)

Hans-Dieter Flick (Alemanha / Bayern de Munique)

Jürgen Klopp (Alemanha / Liverpool

Julen Lopetegui (Espanha / Sevilla)

Zinedine Zidane (França / Real Madrid)

 

Indicados a melhor técnico ou técnica em time feminino Foto: Divulgação/Fifa
Indicados a melhor técnico ou técnica em time feminino Foto: Divulgação/Fifa

 

Melhor técnico ou técnica em time feminino

Lluís Cortés (Espanha / Barcelona)

Rita Guarino (Itália / Juventus)

Emma Hayes (Inglaterra / Chelsea)

Stephan Lerch (Alemanha/ Wolfsburg)

Hege Riise (Noruega / LSK Kvinner)

Jean-Luc Vasseur (França / Lyon)

Sarina Wiegman (Holanda / Seleção Holandesa)

 

Prêmio Puskás

Shirley Cruz (Costa Rica) – Costa Rica x Panamá (Pré-olímpico feminino da Concacaf  - 28 de janeiro de 2020)

Giorgian De Arrascaeta (Uruguai) – Ceará  x Flamengo (Brasileirão - 25 de agosto de 2019)

Jordan Flores (Inglaterra) – Shamrock Rovers x Dundalk FC (Campeonato Irlandês - 28 de fevereiriro de 2020)

André-Pierre Gignac (França) – Tigres x Pumas (Campeonato Mexicano - 1º de março de 2020)

 

Sophie Ingle (País de Gales) – Arsenal x Chelsea (Liga Inglesa Feminina - 19 de janeiro de 2020)

Zlatko Junuzović (Áustria) – Rapid Viena x Red Bull Salzburg (Campeonato Austríaco - 24 de junho de 2020)

Hlompho Kekana (África do Sul) – Mamelodi Sundowns x Cape Town City  (Campeonato Sul-Africano - 20 de agosto de 2019)

Son Heung-Min (Coreia do Sul) – Tottenham x Burnley (Campeonato Inglês - 7 de dezembro de 2019)

Leonel Quiñónez (Equador) – Universidad Católica x Macará (Campeonato Equatoriano - 19 de agosto de 2019)

Luis Suárez (Uruguai) – Barcelona x  Mallorca (Campeonato Espanhol - 7 de dezembro de 2019)

Caroline Weir (Escócia) – Manchester City x Manchester United (Liga Inglesa Feminina - 7 de setembro de 2019)


O Globo terça, 24 de novembro de 2020

BELA GIL ENSINA RECEITAS DE NHOQUE DE BATATA-ROXA E SALADA DE FUNCHO COM LARANJA

 

Bela Gil ensina receitas de nhoque de batata-roxa e salada de funcho com laranja

Chef participa da versão on-line da Semana da Cozinha Italiana, com lives diárias até 29 de novembro
Nhoque de batata-doce roxa, de Bela Gil Foto: Divulgação
Nhoque de batata-doce roxa, de Bela Gil Foto: Divulgação
 

Bela Gil é uma das cozinheiras que participam da 5ª edição da Semana da Cozinha Italiana, que este ano acontece em versão digital, até 29 de novembro, com lives diárias (com transmissão no Instagram @italyinrio) com chefs daqui e de lá, além de  especialistas em vinhos e turismo enogastronômico. A aula de Bela Gil será dia 24, às 19h, e ela antecipa aqui o que ensinará ao vivo.

 A programação completa do evento  está no site italianorio.com.br.

Salada de funcho com laranja

Bela Gil: salada de funcho com laranja Foto: Divulgação
Bela Gil: salada de funcho com laranja Foto: Divulgação

Ingredientes

1 funcho pequeno fatiado fino (usar a faca ou fatiador de vegetais)

2 laranjas em gomos supreme

½ cebola fatiada 

¼ xicara de castanha de caju torrada e picada

3 colheres de sopa de azeite

½ limão espremido

Sal a gosto

Pimenta do reino a gosto

¼ xicara de azeitona preta

Preparo

Numa travessa, misture as fatias de funcho com a cebola e os gomos de laranja, tempere com azeite, limão, sal e pimenta-do-reino a gosto. Adicione as azeitonas e castanhas. Decore com as folhas da erva-doce e sirva a seguir.

Bela Gil participa de live pela Semana da Gastronomia Italiana Foto: Divulgação
Bela Gil participa de live pela Semana da Gastronomia Italiana Foto: Divulgação

 

Nhoque de batata-doce roxa

Ingredientes

... o nhoque

500g de batata-doce roxa cozida e espremida

½ xícara de farinha de arroz

1 colher de chá de sal

1 gema de ovo

... o molho

3 dentes de alho amassados

1 cebola picada

1kg de tomates maduros

¼ xicara de vinho tinto

3 colheres de sopa de azeite

1 colher de chá de acucar mascavo

½ xicara de manjericão fresco

1 pitada de noz moscada

Sal, orégano e pimenta-do-reino a gosto

Preparo

Nhoque: Numa tigela média coloque a batata-doce roxa, a gema, a farinha de arroz e o sal. Misture tudo até que esteja homogêneo. Numa superfície plana despeje a farinha de arroz. Enrole a massa em tiras compridas. Com ajuda de uma faca corte em pedaços de cm e reserve.

 

Numa panela grande coloque agua para ferver. Quando estiver fervendo coloque os pedaços de nhoque aos poucos. À medida que eles forem subindo, retire-os com uma escumadeira. Sirva com o molho.

Molho: Corte os tomates grosseiramente e bata no liquidificador até ficar uma suco homogeneo. Refogue a cebola e o alho com azeite na panela. Junte o molho de tomate, o sal, óregano e pimenta-do-reino ao refogado e deixe ferver. Quando ferver abaixe o fogo e deixe cozinhar por 45 minutos. Acrescente salsinha, vinho tinto e manjericão. Cozinhe por dez minutos.


O Globo segunda, 23 de novembro de 2020

CINEMATECA BRASILEIRA: MINISTÉRIO DO TURISMO ASSUME GESTÃO

 

Ministério do Turismo assume gestão da Cinemateca Brasileira

Decreto não define, no entanto, quando instituição será reaberta, nem quando as equipes voltarão a trabalhar no local
Fachada da Cinemateca Brasileira, na Vila Clementino, em São Paulo, em foto de junho de 2020 Foto: Daniela Goulart
Fachada da Cinemateca Brasileira, na Vila Clementino, em São Paulo, em foto de junho de 2020 Foto: Daniela Goulart
 

RIO — O Ministério do Turismo vai assumir temporariamente a gestão da Cinemateca Brasileira, fechada desde agosto. A medida foi publicada no Diário Oficial desta segunda-feira. Segundo o decreto, a instituição ficará até 05 de outubro do ano que vem sob responsabilidade da Secretaria Nacional do Audiovisual, chefiada pelo promotor de eventos Bruno Graça Melo Côrtes.

Até o momento, o Ministério não respondeu ao GLOBO quando o espaço será reaberto, nem quando equipes voltarão a trabalhar no local.

Cinemateca: Fechada desde agosto, instituição segue sem serviço, experts nem Regina Duarte

Localizada em São Paulo, a Cinemateca está fechada desde o dia 7 de agosto, quando deixou de ser gerida pela Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp). Naquele dia, suas chaves foram retomadas por funcionários do Ministério do Turismo, acompanhados da Polícia Federal.

Nos últimos três meses, a Cinemateca deixou de prestar serviços ao público externo, como a cessão de imagens arquivadas por lá para produtores de cinema, televisão e publicidade. A instituição abriga o maior acervo audiovisual do Brasil. Segundo o Ministério, a suspensão dos serviços se deu por conta da pandemia e da “necessidade de conclusão dos processos relacionados ao chamamento público [de uma nova OS para gerir o espaço]”.

Com o fim da gestão da Acerp, todos os funcionários especializados da instituição pararam de trabalhar e, depois, foram demitidos pela OS. Até o momento, o Ministério não informou se pretende recontratar os antigos "experts".


O Globo domingo, 22 de novembro de 2020

CASA ALBERTO: TRADICIONAL LOJA DE TECIDOS CARIOCA FECHARÁ AS PORTAS EM DEZEMBRO, APÓS 81 ANOS DE ATIVIDADE

 

 

Tradicional Casa Alberto fechará as portas em dezembro, depois de 81 anos de atividade

A história da loja de tecidos, fundada em 1939, se confunde com a do bairro de Ipanema. Por lá passaram políticos, como Juscelino Kubitschek, e artistas, como o Rei Roberto Carlos
 
Croqui da Casa Alberto: tradição Foto: Fernando Lemos/Agência O Globo
Croqui da Casa Alberto: tradição Foto: Fernando Lemos/Agência O Globo
 
 

Aos 20 anos, em 1923, Abrahim Chreem saiu de Antióquia, uma pequena cidade localizada na Turquia, com nada no bolso e uma ideia na mente: conquistar a América. A América em questão eram os Estados Unidos, mas quis o destino trazer Seu Alberto, como ele se tornou conhecido, para o Rio de Janeiro. Detalhe: o rapaz de origem judaica só ficou sabendo do seu real paradeiro ao desembarcar na Praça Mauá, depois de uma longa viagem de navio e nenhum conhecido à vista. Sem falar uma palavra de português, mas com carisma de sobra, Abrahim instalou-se num sobradinho na Praça Onze e começou a escalada. Iniciou vendendo meias, de porta em porta, tal qual um mascate. De meia em meia, a vocação natural para o comércio emergiu com a obstinação que apenas os sobreviventes têm.

No começo, era uma espécie de bazar Foto: Divulgação
No começo, era uma espécie de bazar Foto: Divulgação
 
 O espírito visionário também se fez presente. Desde o começo, ele mirou na distante Ipanema, à época um areal. “Meu avô vendia os produtos para os funcionários das casas das madames que habitavam o bairro”, lembra a empresária Rachel Chreem, que faz parte da terceira geração da Casa Alberto, ao lado dos irmãos, Alberto, Helio e Ricardo. “Em 1939, ele abriu a primeira loja, uma espécie de bazar que vendia de tudo um pouco: miudezas de armarinho, linhas e agulhas, trajes para os festejos juninos e tecidos populares”, emenda. A rua que abrigou o estabelecimento pioneiro se chamava, então, 20 de Novembro e é hoje denominada Visconde de Pirajá. E é nessa mesma rua que esse ciclo de sucesso se encerra: depois de 81 anos de atividade, no fim de dezembro, a Casa Alberto fechará as portas. “É uma sensação de tristeza. Porém, ao mesmo tempo, olhando para trás e pensando em tudo que meu pai fez, me dou conta da época maravilhosa que eu, meus irmãos, minha mulher e meus filhos vivemos”, diz o empresário David Chreem.
Fachada da Casa Alberto na década de 1970 Foto: Divulgação
Fachada da Casa Alberto na década de 1970 Foto: Divulgação

“Hoje em dia, pouca gente compra tecidos para fazer roupas de alta-costura. Este modelo de negócio se tornou inviável. A gente achou melhor acabar como começou, com garra”, explica Helio. A família planeja o lançamento de um livro, em 2021, contando a trajetória da Casa Alberto, que se confunde com a de Ipanema. Até o fim de dezembro, uma liquidação agita a loja, que nos anos 1950 e 1960, especializou-se em tecidos de primeira linha e passou a receber políticos, como Juscelino Kubitschek. Quase não havia roupa pronta, e as máquinas de costura caseiras eram responsáveis pelas criações usadas no dia a dia e nos bailes da vida. Foi David, que, em 1975, depois de os irmãos trocarem o negócio pela área imobiliária, inaugurou a loja no endereço atual. E o local, que virou reduto de tecidos garimpados em feiras internacionais e croquis artísticos, gerou ‘filhotes’.

David Chreem entre os filhos Alberto e Helio Foto: Monica Imbuzeiro
David Chreem entre os filhos Alberto e Helio Foto: Monica Imbuzeiro
 

A partir da década de 1990, o bazar do jovem judeu destemido virou o Grupo Casa Alberto, com diversas ramificações. Além da Casa Alberto Tecidos, surgiram a Casa Alberto Cama & Mesa e a Casa Alberta Baby, comandada por Rosinha, mulher de David. Já a Alberto Gentleman, com Alberto à frente, nasceu em Ipanema e se expandiu para mais cinco pontos na cidade. Helio abriu a Trilogia, atacado de tecidos de luxo, e coube a Rachel mais uma inovação no empreendimento da família. “Ingressei em 1998 e, nessa fase, os artigos esportivos começaram a parar de vender, já sinalizando uma mudança de mercado. Foi aí que idealizei a venda de acessórios de grifes de luxo, nacionais e internacionais. Assim nasceu a multimarcas Alberta”, lembra.

David Chreem, Christiane Torloni, Rachel Chreem e Giulia Gam na Casa Alberto Foto: Divulgação
David Chreem, Christiane Torloni, Rachel Chreem e Giulia Gam na Casa Alberto Foto: Divulgação

Mas é a loja de Ipanema que coleciona as melhores histórias, além de ter sido palco constante de visitas ilustres, como as de Tonia Carrero, Marília Pêra, Vera Fischer, Christiane Torloni e até Roberto Carlos. Numa ocasião, o Rei resolveu ir pessoalmente selecionar tecidos de camisaria. “Foi em 1990. Combinamos de ele vir à noite, depois do expediente. Mas não teve jeito: bastou o cantor estacionar o Cadillac para o reconhecerem. Veio todo mundo correndo e ele só conseguiu entrar graças a dois seguranças. A multidão ficou do lado de fora. Roberto adorou a loja. Tingi um tecido no tom azul exato da amostra que ele me deu”, lembra David.

Tecidos exclusivos Foto: Fernando Lemos/Casa Alberto
Tecidos exclusivos Foto: Fernando Lemos/Casa Alberto
 

 

Ricardo, que por 35 anos interagiu com a clientela, lembra com carinho das equipes de figurino e também de artistas como Beth Carvalho, que procurava sempre produtos que tivessem o “verde e rosa” da Mangueira, e Sonia Braga. “Ela se dizia apaixonada por tecidos pelo fato de a mãe ter sido costureira. Ficou amiga de todos”, conta. Já a socialite Gisella Amaral era fã do cashmere de lã para confeccionar mantôs sob medida para temporadas em Nova York. Também não faltam recordações inusitadas. “Uma vez, uma senhora comprou tafetás e tules roxos para a roupa com a qual seria enterrada e também para decorar o caixão”, descreve Ricardo. Ele frisa que a Casa Alberto não era apenas uma loja de tecidos. “Era a loja de tecidos do Rio.” Já Alberto destaca a festa do aniversário de 50 anos. “Foram 500 convidados no Scala. Tivemos orquestra, corpo de baile e Narcisa Tamborindeguy e Miele como mestres de cerimônia.”

Ricardo Chreem e Vera Fischer Foto: divulgação
Ricardo Chreem e Vera Fischer Foto: divulgação

Para a figurinista Helena Gastal, a Casa Alberto é sinônimo de nobreza. “Lá, nós, figurinistas, encontramos tecidos exclusivos e de boa qualidade. Vai fazer muita falta”, lamenta. A especialista em moda e comportamento Paula Acioli observa a transformação do mercado da moda: “A pandemia e o cenário econômico mundial, definitivamente, aceleraram os processos que estão revolucionando o varejo tradicional.”


O Globo sábado, 21 de novembro de 2020

ZÉ KATIMBA: ANIVERSÁRIO DE 88 ANOS E PRIMEIRA LIVE

 

Zé Katimba comemora aniversário de 88 anos e realiza sua primeira live

Compositor canta, conta histórias de sua trajetória e homenageia Chiquinha Gonzaga e Dona Ivone Lara, entre outras
Zé Katimba é um dos principais compositores da Imperatriz Leopoldinense Foto: Márcio Alves / O Globo
Zé Katimba é um dos principais compositores da Imperatriz Leopoldinense Foto: Márcio Alves / O Globo
 

RIO — Zé Katimba saiu clandestinamente da Paraíba ainda criança rumo ao Rio de Janeiro, a bordo de um navio cargueiro junto dos pais. Na chamada Cidade Maravilhosa, o jovem migrante sentiu na pele o preconceito contra nordestinos e a desigualdade social. Mas foi esse contexto que criou um compositor prolífico, sensível e politizado, cuja obra é reverenciada pelo público e por seus pares, como Zeca Pagodinho, Monarco e Martinho da Vila, seu principal parceiro.

 Hoje, no YouTube (/zekatimbaoficial), às 16h, o bamba faz live para comemorar seus 88 anos, completados no dia 11, com partipação de Dandara Alves e Zé Inácio Jr., seu filho.

— Resolvi contar minha história e cantar minhas músicas — diz o músico.

E suas histórias são muitas. Além de ter vivido em diversos bairros do Rio e em Niterói, Katimba foi um dos fundadores da Imperatriz Leopoldinense. E chegou a ser preso pela Ditadura.

— A gente forganizava o movimento no Teatro Opinião, com as músicas de protesto. Era em pleno regime militar, acabei detido — relembra. — Se tivesse que fazer, faria tudo de novo, porque fiz por amor, e a gente não deve desistir nunca dos nossos sonhos.

O repertório do show virtual traz clássicos como “Martim Cererê” (com Gibi) e “Na minha veida” (com Martinho).

— Vamos também homenagear Chiquinha Gonzaga, Mart’nália e Dona Ivone Lara, além da Simone, nossa Cigarra, que foi quem mais gravou minhas músicas com o Martinho — adianta.

Bem-humorado, Katimba lembra dos tempos difíceis com leveza.

 

— Era uma época muito dura quando cheguei aqui. E tudo que não prestava era coisa de “paraíba”. No meio desse furdunço todo de preconceito, tive que sobreviver. Eu fui um dos fundadores da escola, mas quem empurrava alegoria e metia mão em cola quente? M as aprendi tudo, desde trabalhar o couro até tocar. Fui passista, mestre-sala, vice-presidente, presidente, puxei corda... Venci, fiz tudo por amor. E só o amor dá nobreza — afirma. — Graças a Deus, insisti. As escolas fazem a maior festa do universo, são nossos patrimônios culturais. E a música é única, pode ser pop, rock, o que for. A cultura popular tem uma sabedoria muito profunda.

O músico conta que ainda tem muito para aprender.

— Pretendo me aposentar aos 100 anos e viver de sambas de amor. Eu quero me formar em aprendiz, quero aprender todos os dias. A essência da vida é essa, aprender e amar.


O Globo sexta, 20 de novembro de 2020

CONVENÇÃO DAS BRUXAS: ADAPTAÇÃO QUE DIVERTE ELA ATUAÇÃO CARICATA DE ANNE HATHAWAY, DIZ CRÍTICA

 

'Convenção das bruxas’: adaptação que diverte pela atuação caricata de Anne Hathaway, diz crítica

Bonequinho olha. Confira os filmes que entram em cartaz nesta quinta-feira (19)
 
'Convenção das bruxas’ Foto: Divulgação
'Convenção das bruxas’ Foto: Divulgação
 

O escritor britânico Roald Dahl sempre foi craque em combinar terror, humor e aventura numa literatura que encanta crianças e adultos. Livros infantis seus como “A fantástica fábrica de chocolate”, “Matilda”, “O bom gigante amigo” e “James e o pêssego gigante” são alguns exemplos, com sua excelência de contador de histórias, que foram adaptados para o cinema.

 “As bruxas” já tinha tido uma boa adaptação do diretor Nicolas Roeg em 1990. Esta nova versão não atinge o mesmo resultado, mas diverte pela atuação caricata de Anne Hathaway.

O Globo quinta, 19 de novembro de 2020

COVID-19 - O BRASIL JÁ CONVIVE COM A SEGUNDA ONDA? - ESPECIALISTAS RESPONDEM A DEZ PERGUNTAS

 

O Brasil já enfrenta uma segunda onda da Covid-19? Especialistas respondem a dez perguntas

Morrerão muitas pessoas? Precisaremos de lockdown? Vacina chegará a tempo? Veja o que cientistas dizem sobre essas e outras dúvidas
 
O Brasil já está na segunda onda da Covid-19? Foto: Ilustração Editoria de Arte
O Brasil já está na segunda onda da Covid-19? Foto: Ilustração Editoria de Arte

 

 

SÃO PAULO — Diante de uma provável "segunda onda" da Covid-19, o Brasil precisa guiar sua ação estratégica respondendo a muitas perguntas duras. Em encontro virtual promovido pela Faculdade de Medicina da USP com participação do GLOBO, os cientistas Paulo Lotufo e Márcio Bittencourt se juntaram a Ricardo Schnekenberg, da Universidade de Oxford, para responder a algumas delas.

 

Veja abaixo o que esses e outros especialistas dizem sobre os principais pontos relacionados ao recrudescimento da pandemia no país:

O que é a segunda onda de uma epidemia de Covid-19? A do Brasil já começou?

Não existe uma definição técnica, científica e formal, ainda, para caracterizar quando a primeira onda de uma epidemia cessa e quando a segunda começa. A maior parte dos especialistas consultados pelo GLOBO afirma que prefere usar essa expressão no caso de lugares que conseguiram reduzir a primeira onda a praticamente zero, depois viram a chegada de uma segunda.

Segunda onda da Covid-19 já começou no Brasil? Foto: Ilustração Editoria de Arte
Segunda onda da Covid-19 já começou no Brasil? Foto: Ilustração Editoria de Arte

 

Essa queda drástica não ocorreu na maior parte do Brasil, que reduziu o número diário de casos e mortes a um nível ainda alto, depois voltou a vê-lo crescer. Essa dinâmica, além disso, precisa ser vista de forma regionalizada no Brasil, onde a epidemia se distribui de maneira heterogênea.

A discussão sobre segunda onda, por outro lado, preocupa cientistas porque pode desviar o foco sobre o que é mais importante agora: o volume da pandemia voltou a aumentar, não importa o nome dado ao fenômeno.

— A distinção entre primeira e segunda onda é um preciosismo acadêmico sem relevância prática para a população, que está novamente exposta ao vírus — diz o médico Ricardo Schnekenberg, pesquisador da Universidade de Oxford que trabalha na análise de dados e construção de modelos para entender a epidemia.

 

Como sabemos se o número de casos (e mortes) está subindo ou descendo?

Para ler a tendência da Covid-19 no Brasil, os epidemiologistas olham diferentes conjuntos de dados. Alguns, como monitoramento de sintomas em uma população de pacientes, são rápidos de aferir, mas pouco precisos. Nem todos os que apresentam “síndrome gripal”, que é o conjunto de sintomas que caracterizam a gripe ou a Covid-19, terão sido infectados pelo coronavírus.

Como sabemos se o número de casos (e mortes) está subindo ou descendo? Foto: Ilustração Editoria de Arte
Como sabemos se o número de casos (e mortes) está subindo ou descendo? Foto: Ilustração Editoria de Arte

 

Os dados de mortes registradas por Covid-19 são o oposto: mais precisos, porém demoram a se consolidar. Em geral, um caso da doença que foi grave o suficiente para matar foi confirmado por um teste em algum momento, e as mortes têm menos subnotificação que casos leves. Quando um gestor público espera um sinal de aumento nos óbitos por Covid-19 para tomar uma decisão, porém, é tarde demais, porque a transmissão comunitária já está mais intensa.

Outros tipos de dados ficam num plano intermediário, como o monitoramento de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e o monitoramento de internações novas. Há dados ricos sobre internações em São Paulo, por exemplo, mas muitos municípios não têm estrutura para levantá-los em tempo real.

— Em São Paulo a gente está vendo um aumento de internações e precisa agir como se fosse uma coisa importante mesmo que o sinal seja ruidoso e que talvez a gente esteja avisando demais — diz Márcio Bittencourt, epidemiologista do Centro de Pesquisa Clínica da USP. — Precisamos agir logo, porque o que fazemos agora leva duas a três semanas para ter um efeito perceptível na pandemia.

 

Onde no Brasil a Covid-19 está entrando num segundo momento de crescimento?

Em muitos casos é preciso olhar município a município, mas Bittencourt, da USP, destaca algumas regiões onde já se vê alguma complicação.

Onde no Brasil a Covid-19 está entrando num segundo momento de crescimento? Foto: Ilustração Editoria de Arte
Onde no Brasil a Covid-19 está entrando num segundo momento de crescimento? Foto: Ilustração Editoria de Arte

 

Em São Paulo, apesar do aumento na capital, na Baixada Santista, em Campinas e no Vale do Paraíba, no interior, perto de Araraquara e Bauru, a segunda onda não chegou, ainda.

A região Sul do país como um todo está em alerta. Em Curitiba, o número de casos ativos da Covid-19 já é o pior desde o início da pandemia. Em Santa Catarina, há recrudescimento claro em Jaraguá, Blumenau, Criciúma e Florianópolis. No Rio Grande do Sul, várias cidades estão subindo o nível de alerta, e Porto Alegre já tem alguns hospitais lotados.

Há aumento no Espírito Santo e em alguns lugares do Nordeste, onde muitos municípios não têm estrutura boa de monitoramento. Manaus, a capital que mais sofreu com a Covid-19 no auge da primeira onda, começou a ter uma nova subida de casos, mas mais modesta.

A segunda onda pode vir a matar tantas pessoas quanto a primeira?

Um fenômeno que se observou em alguma medida na Europa e nos EUA é que, naquilo que se chamou de segunda onda, o número de casos registrados subiu muito, mas o de mortes não se elevou no mesmo ritmo.

A segunda onda pode vir a matar tantas pessoas quanto a primeira? Foto: Ilustração Editoria de Arte
A segunda onda pode vir a matar tantas pessoas quanto a primeira? Foto: Ilustração Editoria de Arte

 

Especialistas atribuem isso em grande parte a uma melhor estruturação para realizar testes, porque, com um grande número de pessoas fazendo exames, é natural que o número de diagnósticos aumente. A “letalidade real”, porém, número de mortes dividido pelo número de infectados, não necessariamente aumenta, e os números brutos passam a impressão de que a doença está diminuindo em gravidade.

 

Há outros fatores por trás do fenômeno, como a mudança de perfil etário das pessoas que estão se infectando mais, com muitos jovens, fora do grupo de maior risco, contaminados na segunda leva da pandemia.

— Pessoas mais susceptíveis costumam pegar a doença primeiro e morrer na primeira leva. Uma parte daqueles que são os mais frágeis morreu durante a primeira onda, então há menos deles disponíveis para o vírus infectar e matar agora — diz Bittencourt, da USP.

Será preciso fechar comércio e escolas de novo? Um 'lockdown' está no horizonte?

A expressão "lockdown" é outra para a qual não existe uma definição universal precisa. De modo geral, porém, ela significa fechar a economia e restringir a circulação de pessoas num nível que o Brasil não chegou a fazer. Pesquisadores defendem que se dê prioridade para impedir a abertura de eventos “superdisseminadores” do vírus, como shows e jogos de futebol, mas também a estabelecimentos menores, como bares e academias, que demonstraram ter um papel de disseminação muito intenso.

Será preciso fechar comércio e escolas de novo? Um 'lockdown' está no horizonte? Foto: Ilustração Editoria de Arte
Será preciso fechar comércio e escolas de novo? Um 'lockdown' está no horizonte? Foto: Ilustração Editoria de Arte

 

As escolas, apesar de estarem ligadas em alguma medida à força de disseminação da pandemia, estão sendo tratadas de maneira diferente em muitos lugares.

— Na Inglaterra a gente está agora em "lockdown", mas as escolas e universidades estão abertas — conta Schnekenberg. — Mas é preciso tomar cuidado, porque quando se abre uma escola, existe toda uma economia em torno dela que volta a se movimentar, com transporte, alimentação etc.

 

O que muitos gestores públicos levam em conta, porém, é que o fechamento de escolas tem o efeito socioeconômico mais nocivo. A interrupção do ensino na pandemia causará uma perda de capacitação que pode resultar em uma queda de 1,5% do PIB global pelo resto do século, estimou a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), e qualquer medida para minimizar esse dano deve ser bem-vinda.

— Nós devemos estar nos perguntando o que podemos fechar para poder manter as escolas abertas — diz Paulo Lotufo, epidemiologista da Faculdade de Medicina da USP.

A oferta de leitos é suficiente? Hospitais de campanha precisarão voltar?

Muitos municípios estão ainda com capacidade de leitos para acomodar doentes. Aqueles que tiveram hospitais de campanha desativaram algumas instalações e tentaram reabilitar vagas de UTI em hospitais preexistentes.

Com a queda no número de casos vista até outubro, porém, em geral o número de vagas diminuiu junto dos casos, por isso a taxa de ocupação percentual não caiu em todos os estados. Isso não significa que a demanda por leitos continue tão alta.

A oferta de leitos é suficiente? Hospitais de campanha precisarão voltar? Foto: Ilustração Editoria de Arte
A oferta de leitos é suficiente? Hospitais de campanha precisarão voltar? Foto: Ilustração Editoria de Arte

 

— Mas essa desmobilização dos recursos foi uma completa irresponsabilidade, porque ocorreu junto a uma reabertura econômica, e deveria ser o contrário — afirma Ligia Bahia, sanitarista da UFRJ.

 

Como o aumento de casos já era previsto com a abertura, o ideal seria ter sido já manter em pé a estrutura necessária para acomodar uma eventual segunda onda.

No Rio de Janeiro, o volume de atendimento perdido com incêndio no hospital de Bonsucesso, por exemplo, não foi recuperado ainda.

Será preciso restringir transporte? E fechamento nos locais de trabalho?

Márcio Bittencourt, epidemiologista da USP, afirma que a maneira como se planejaram as restrições de transporte público pode agravar em vez de aliviar a pandemia. Manter o serviço ativo, mas com número reduzido de ônibus e trens, favorece a aglomeração de pessoas.

Será preciso restringir transporte? E fechamento nos locais de trabalho? Foto: Ilustração Editoria de Arte
Será preciso restringir transporte? E fechamento nos locais de trabalho? Foto: Ilustração Editoria de Arte

 

Uma medida que poderia ajudar a desafogar o transporte público, também, é o escalonamento de horas de entrada e saída dos locais de trabalho. A redução do horário de funcionamento, porém, mais atrapalha do que ajuda, porque também incentiva a aglomeração em momentos específicos.

A discussão sobre fechamento parcial do espaço aéreo é raramente discutida, porque o Brasil ainda é um dos países vistos como epicentro da epidemia. Haveria mais aeroportos estrangeiros preocupados em receber brasileiros do que o inverso.

As vacinas chegarão a tempo de ajudar a deter a segunda onda?

A resposta da maioria dos especialistas a essa pergunta, infelizmente, é um sonoro “não”. Na melhor das hipóteses, uma vacinação começaria dentro de seis meses, e dificilmente até o meio do ano que vem o país já terá testado, aprovado, produzido, distribuído e aplicado as vacinas que nem sequer concluíram a etapa de fase três.

As vacinas chegarão a tempo de ajudar a deter a segunda onda? Foto: Ilustração Editoria de Arte

Com muitas metrópoles brasileiras já dando sinais de que estão aumentando internações, e com o exemplo do que se viu na segunda onda europeia e do recrudescimento da epidemia nos Estados Unidos, não há como depositar esperança em vacinas por enquanto.

Como as eleições municipais afetam a Covid-19 agora, e como são afetadas?

Na eleição de primeiro turno, de modo geral, viu-se que políticos que tiveram postura de negação durante a pandemia perderam espaço. Isso se refletiu, segundo analistas políticos, na perda de popularidade do presidente Bolsonaro, que elegeu uma fração pequena dos candidatos que apoiou abertamente. Medidas de fechamento econômico, por outro lado, também são muito impopulares, e é provável que em cidades nas quais a eleição será decidida no segundo turno essa discussão seja evitada, mesmo quando necessária.


Como as eleições municipais afetam a Covid-19 agora, e como são afetadas? Foto: Ilustração Editoria de Arte
Como as eleições municipais afetam a Covid-19 agora, e como são afetadas? Foto: Ilustração Editoria de Arte

 

Prefeitos que tentam se reeleger ou eleger correligionários são aqueles sob maior pressão, porque precisam tomar decisões agora. Epidemiologistas mais experientes não esperam que isso ocorra.

— Os prefeitos que estão no segundo turno podemos esquecer — diz Lotufo, da USP, que considera os candidatos à reeleição uma causa perdida. — Para os prefeitos que já estão eleitos meu conselho é que já estejam trabalhando com prioridade na questão da Covid-19.

 

Que impacto terão as festas de fim de ano? Elas devem ser canceladas?

A importância cultural que os brasileiros dão ao Natal e às comemorações de Ano Novo são uma preocupação especial dos epidemiologistas, porque elas abrem brecha para que muitos eventos de “superdisseminação” ocorram no país.

Que impacto terão as festas de fim de ano? Elas devem ser canceladas? Foto: Ilustração Editoria de Arte
Que impacto terão as festas de fim de ano? Elas devem ser canceladas? Foto: Ilustração Editoria de Arte

 

“Sei que aqui no Brasil o Natal é *o* momento de reunir a família. Então, ao invés de focar apenas em pedir para evitar, faço outro apelo: se fizerem reunião, façam quarentena no retorno, ok?”, afirmou o epidemiologista da Fiocruz Marcelo Gomes em uma postagem de Twitter sugerindo como minimizar o problema.

Segundo o epidemiologista, se todos aqueles que se aglomeraram entre Natal e réveillon se isolarem por duas semanas no retorno, independentemente dos sintomas, o problema será minimizado. “Não façamos do Natal a distribuição massiva da Covid-19 país afora”, escreveu. “O potencial de leva-e-traz por conta das famílias com residentes em municípios distintos que se juntam nessa época é gigantesco.”


O Globo quarta, 18 de novembro de 2020

COPA DO MUNDO - ELIMINATÓRIAS - BRASIL VENCE O URUGUAI POR 2 A 0NTA O URUGUAI

 

ELIMINATÓRIAS DA COPA DO MUNDO - BRASIL VENCE O URUGUAI POR 2 A 0

O que a eficiência de Éverton Ribeiro diz sobre o futebol jogado no Brasil

Atuação do meia alimenta debates sobre nível do jogo doméstico e sobre a eterna crise de calendário
 
Éverton Ribeiro pela seleção brasileira Foto: Miguel Schincariol/CBF
Éverton Ribeiro pela seleção brasileira Foto: Miguel Schincariol/CBF
 

Os tempos atuais não são muito convidativos a grandes exibições de seleções - uma brutal exceção foi a escandalosa goleada espanhola sobre a Alemanha. Mas foi com absoluta segurança que o Brasil fez 2 a 0 no Uruguai, jogo que exigiu virtudes diferentes das exibidas nas rodadas iniciais e que viu o Brasil responder bem às necessidades. Só que o mais curioso foi perceber como a noite em que Éverton Ribeiro teve participação importante terminou por realimentar discussões importantes sobre o futebol jogado no Brasil.

Numa era de globalização em que o futebol europeu é o centro do mundo, é natural que um desempenho dominante no futebol brasileiro não baste para ser visto como garantia de sucesso na elite do jogo. A discussão vale para Everton Ribeiro, que nunca foi se provar na Europa e é jogador dominante no futebol doméstico do Brasil. Constatar sua dificuldade contra o Liverpool, na final do Mundial de Clubes, soa um tanto cruel. Afinal, estava diante dele a melhor pressão do mundo, que já engoliu jogadores da Europa inteira. Por outro lado, é fato que em boa parte da temporada brasileira os espaços são mais fartos para se jogar. Ontem, em Montevidéu, o meia rubro-negro deu argumentos aos dois lados do debate.

Uma mudança tática de Tite foi vital para o Brasil chegar aos 2 a 0 no primeiro tempo. E afetou Éverton Ribeiro. O jogador rubro-negro começou como um dos meias centrais e, recebendo a bola entre as linhas de defesa uruguaia, parecia carecer de tempo e espaço para controlar a bola e executar jogadas. Sofreu desarmes no início do jogo, teve dificuldades para dar sequência aos lances.

Brazil's Everton Ribeiro (L) and Uruguay's Agustin Oliveros vie for the ball during their closed-door 2022 FIFA World Cup South American qualifier football match at the Centenario Stadium in Montevideo on November 17, 2020. (Photo by Raul MARTINEZ / POOL / AFP) Foto: RAUL MARTINEZ / AFP
Brazil's Everton Ribeiro (L) and Uruguay's Agustin Oliveros vie for the ball during their closed-door 2022 FIFA World Cup South American qualifier football match at the Centenario Stadium in Montevideo on November 17, 2020. (Photo by Raul MARTINEZ / POOL / AFP) Foto: RAUL MARTINEZ / AFP

Ao passar para a direita, de onde buscava o centro, teve ótimos momentos. Num deles, na lateral da área, participou bem da jogada em que Gabriel Jesus foi pivô para Arthur marcar em chute desviado. Em outro, num belo toque de calcanhar, abriu campo para Douglas Luiz avançar: dali saiu o escanteio e o gol de Richarlison. Passou a ser muito mais influente na partida, partindo da lateral do campo para buscar os espaços.

Outra questão que sua atuação levanta, do início menos efetivo até a participação em lances decisivos, é a forma como ela repercute no Brasil. Enquanto Éverton Ribeiro dava bons passes, se exibia bem pela seleção como titular num dos clássicos mais ricos em história no futebol mundial, parte importante do público brasileiro torcia o nariz. É um imenso exagero e um descolamento do mundo real dizer que "ninguém liga" para a seleção. Mas o criminoso calendário do país transformou seleção e clubes em rivais.

Apenas por fazer seu trabalho, o técnico da seleção se torna vilão por manter em campo um atleta que tinha bom desempenho numa partida importante - notem o contrassenso.

Havia quem contabilizasse os minutos de Éverton Ribeiro em campo para especular sobre a possibilidade de um jatinho, um descanso e uma massagem milagrosa o colocarem em campo diante do São Paulo, 24 horas depois, pela Copa do Brasil. Havia quem amaldiçoasse a própria existência do jogo da seleção, embora o futebol mundial tenha definido há alguns anos a existência das datas-Fifa. E só o Brasil e um punhado de nações, quase todas do terceiro ou quarto mundos da bola, não as respeitam.

Richarlison comemora após marcar o segundo gol do Brasil Foto: Lucas Figueiredo/CBF / Agência O Globo
Richarlison comemora após marcar o segundo gol do Brasil Foto: Lucas Figueiredo/CBF / Agência O Globo

De tão mal gerir seu calendário, de tanto atentar contra o bom-senso e contra a saúde dos jogadores, a CBF expõe a seleção brasileira, admirada no mundo inteiro, à antipatia dentro de sua própria casa. Agora, ficará a expectativa sobre o resgate que pode levar Éverton a São Paulo a tempo de jogar no Morumbi nesta quarta-feira. O Brasil criou um novo e deturpado padrão de profissionalismo. Pobre do jogador que, mesmo cheio de razão, um dia se recusar a jogar duas vezes em dois dias seguidos.


O Globo terça, 17 de novembro de 2020

ALCIONE ABRE A CASA DA MARROM, BAR PARA SHOWS

 

Alcione abre a Casa da Marrom, bar para shows: 'Para muita gente boa da música brasileira'

Jorge Aragão, Mumuzinho, Fundo de Quintal e Xande de Pilares, além da própria cantora, estão confirmados entre as atrações do espaço aberto nesta terça (17)
 
Cantora no Bar Alcione, a Casa da Marrom Foto: Mariza Lima
Cantora no Bar Alcione, a Casa da Marrom Foto: Mariza Lima
 

Depois de Zeca Pagodinho, chegou a vez de Alcione ganhar uma casa musical para chamar de sua no Rio. O Bar Alcione — A Casa da Marrom abre as portas nesta terça-feira (17) no CasaShopping, na Barra, onde a cantora irá receber amigos da música brasileira para shows.

— Além de a casa levar o meu nome, a Marrom Music, minha empresa, será a responsável pela programação musical. Minha irmã e empresária, Solange Nazareth, será a responsável pela direção artística e a nossa equipe está cuidando de todos os detalhes — comenta Alcione que, na quinta-feira, fará ali seu primeiro show com presença de público desde o início da pandemia.

 

Bar da Alcione Casa da Marrom Foto: Mariza Lima

Bar da Alcione Casa da Marrom Foto: Mariza Lima

A ideia, ela conta, é ter um show todo dia, com direito a palco e estrutura de luz e som. As quintas, detalha Marrom, serão “nobres”, com artistas mais conhecidos, entre eles Jorge Aragão (dia 26), Sandra de Sá, Mumuzinho, grupo Fundo de Quintal e Xande de Pilares. Alcione anuncia que vai cantar, ao menos, uma vez por mês.

— Vai ser um espaço para muita gente boa da música brasileira, jovens e veteranos, desconhecidos e famosos. Não vai ter só samba, apesar da predominância — ressalta a cantora. A programação será sempre divulgada no Instagram (@bardaalcione).

Bar da Alcione Casa da Marrom Foto: Mariza Lima
Bar da Alcione Casa da Marrom Foto: Mariza Lima

 

Na abertura, hoje, tem a estreia do projeto “Garçons cantores”, com repertório baseado em músicas da Marrom, seguido do grupo Tempero Carioca.

 

Ao longo da semana, apresentam-se Andreia Caffé (amanhã); Gabby Moura (sexta); Juninho Thybau com Arlindinho Cruz e Pretinho da Serrinha (sábado) e grupo Nascente do Bom Gosto (domingo).

— A importância deste bar para mim é o acolhimento ao samba, ainda mais com a curadoria da Alcione. Mais um espaço para trabalhar e mostrar nossa música — diz Pretinho da Serrinha.

Dos 200 lugares sentados da casa, com decoração inspirada no Maranhão e na Mangueira, um terço fica na parte externa.

Petiscos cariocas e do Maranhão

Alcione ao lado da chef Kátia Barbosa, que assina o cardápio do bar Casa da Marrom Foto: Eliseu Fiúza
Alcione ao lado da chef Kátia Barbosa, que assina o cardápio do bar Casa da Marrom Foto: Eliseu Fiúza

O cardápio leva assinatura de Kátia Barbosa (do Aconchego Carioca), incluindo petiscos como o bolinho de feijoada criado por ela (R$ 24,90, seis unidades), além de receitas da culinária maranhense, como bolinho de arroz de cuxá, caldinho de bobó de camarão, patinhas de caranguejo, croquetes de vaca atolada, arroz do mar, mignon de sol com pirão coalho e creme de cupuaçu com chocolate, entre muitos outros. Aos sábados terá feijoada (R$ 79,90). Para acompanhar, cerveja de garrafa (a partir de R$ 9,90), caipirinha (R$ 24,90) e drinques com nome de músicas (a partir de R$ 27,90), caso de "Gostoso veneno" (vodca, limoncello, lichia, cravo-da-Índia e limão) e "Ébano mule" (gim, tamarindo, cardamomo, gengibre, limão, água com gás e espumante).

— Dei uns pitacos na cozinha, pedi à Kátia que colocasse mais vinagreira no arroz de cuxá. Os dadinhos de tapioca dela, inclusive, serão servidos com a geleia da minha irmã Ivone — detalha a Marrom.



O Globo domingo, 15 de novembro de 2020

ÁFRICA CO SUL E CUBA VOLTAM A RECEBER VOOS INTERNACIONAIS

 

África do Sul e Cuba voltam a receber voos internacionais. Saiba para onde o brasileiro pode viajar

Lista inclui Argentina, que reabriu suas fronteiras para o Brasil em 30 de outubro
Table Mountain, um dos pontos turísticos da África do Sul Foto: Creative Commons
Table Mountain, um dos pontos turísticos da África do Sul Foto: Creative Commons
 
 

RIO - A chegada do verão ao Hemisfério Sul tem estimulado países a reabrirem suas fronteiras para voltar a receber turistas. Nesta semana, duas nações anunciaram a retomada de voos internacionais, sem restrição de origem: África do Sul e Cuba. A ilha caribenha já começa a receber estrangeiros neste domingo (15), quando reabre o Aeroporto Internacional de Havana, o único que permanecia fechado e a principal porta de entrada ao país. O país de Nelson Mandela ainda não informou a data exata de reabertura, mas segundo o presidente, ela deve acontecer nas próximas semanas. 

"Todos os voos internacionais serão agora permitidos de acordo com os protocolos de contenção da pandemia e da apresentação de um certificado negativo da Covid-19", disse o presidente Cyril Ramaphosa, numa declaração à nação africana pela televisão.

Como afirmou, os protocolos de segurança para viajar para o país incluem a apresentação de um exame negativo para a Covid-19 feito até 72 horas antes do embarque. Autoridades afirmaram ainda que um controle de sintomas, como medição de temperatura, será feito logo na chegada. Se houver qualquer suspeita, o viajante ficará de quarentena em um local designado. 

Já o governo cubano vai testar todos os viajantes internacionais para o coronavírus na chegada e cobrar uma tarifa sanitária para cobrir os custos extras de novos protocolos de higiene. Em ambos, turistas terão que continuar com medidas de prevenção durante a estada, como distanciamento social e  uso de máscaras.

 O Chile também decidiu  abrir as fronteiras para voos internacionais, de qualquer destino, a partir de dezembro, mas sem especificar o dia exato. Para desembarcar no país, visitantes também precisarão apresentar um exame negativo para Covid-19, feito até 72 horas antes do embarque.

 

No último dia 30, a Argentina também abriu suas fronteiras, mas apenas para os países vizinhos: Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai. O país exige que os turistas apresentem um teste negativo para a Covid-19 e, por enquanto, circulem apenas na capital, Buenos Aires.

Havana Velha, parte histórica da capital cubana Foto: Reprodução
Havana Velha, parte histórica da capital cubana Foto: Reprodução

Governos afirmam que entrada de estrangeiros é segura

O aumento no número de casos na Europa e a crescente contínua dos Estados Unidos levantam precauções para uma possível segunda onda em outros países, mas autoridades dos países afirmam que o controle nas fronteiras será  suficiente para conter a pandemia.

Leia mais:Sabe quantas máscaras levar na bagagem? Tire suas dúvidas sobre como arrumar a mala em tempos de pandemia

Segundo o Ministério do Turismo da Argentina, o nível de transmissão local na capital está em níveis baixos e a entrada dos vizinhos só poderá ser feita via aérea (exceto Uruguai), permitindo um maior controle nos aeroportos. Postos de fiscalização impedirão a entrada de turistas por rodovias.

Leia maisDo planejamento ao hotel, um guia para tornar sua viagem mais segura na pandemia

Já o governo de Cuba informou que esperou até "que o surto de coronavírus fosse suficientemente contido" no país. As três nações estavam com portas fechadas há cerca de sete meses.

 


O Globo sábado, 14 de novembro de 2020

LIVES DE HOJE: MARIANA VOLKER, DOBRANDO A CARIOCA E ZÉLIA DUNDAN

 

Lives de hoje: Mariana Volker, Dobrando a Carioca e Zélia Duncan tocam neste sábado

Agenda também traz festival on-line em homenagem a Beethoven e três concertos da Orquestra Petrobras Sinfônica
A cantora Zélia Duncan Foto: Roberto Setton / Divulgação
A cantora Zélia Duncan Foto: Roberto Setton / Divulgação
 

RIO — Muitas casas e espaços de show já retomaram sua programação presencial, com todos os cuidados e protocolos sanitários por conta da pandemia da Covid-19. Mas diversos artistas e festivais seguem realizando apresentações virtuais para aqueles que não se sentem seguros ainda para sair de casa. Sem contar os formatos híbridos, como a cantora Mariana Volker, que toca neste sábado (14/11) na abertura do Somamos Festival, no Teatro Prudential, com espetáculo in loco e transmissão ao vivo pela internet. A seguir, confira uma lista de shows para assistir sem deixar o conforto e a segurança do lar.

 #SalaDigital

A Sala Cecília Meireles exibe neste fim de semana “O ciclo integral das 32 sonatas de Beethoven”, seguindo a comemoração pelos 250 anos de nascimento do compositor alemão. Hoje, a programação inclui exibições virtuais dos pianistas Érika Ribeiro, às 16h, e Eduardo Monteiro, às 19h. Amanhã é a vez de Sergio Monteiro e Pablo Rossi, às 16h e às 19h, respectivamente. No YouTube (/salaceciliameireles).

Dobrando a Carioca

Formado por Guinga, Jards Macalé, Moacyr Luz e Zé Renato, o supergrupo se apresenta direto do palco do Teatro Rifal Refit, sem público na plateia. Em formato vozes e violões, os artistas interpretam composições que marcaram suas carreiras, como “Vapor barato” (Jars Macalé/Waly Salomão), “Picotado” (Guinga), “Anjo da velha guarda” (Aldir Blanc/Moacyr Luz) e “Toada” (Zé Renato/Claudio Nucci/Juca Filho). Às 19h30. A partir de 22,50. O link para a live será recebido após a compra do ingresso, à venda no site da Sympla.

Na TV:Os melhores filmes da quarentena, indicados por críticos de cinema

Mariana Volker

A cantora e compositora leva ao palco reversível do Teatro Prudential espetáculo do disco “Órbita”, lançado no início deste ano, pela abertura do Somamos Festival.

 

— Vou estar com uma banda totalmente nova, só de mulheres, sob direção de Letícia Pires — diz Mariana, que toca acompanhada por Carol Mathias (baixo), Manuella Terra (bateria), Aline Lessa (teclados) e Mikhaila Copello (guitarra). 

A cantora e compositora Mariana Volker Foto: Divulgação
A cantora e compositora Mariana Volker Foto: Divulgação

A cantora garante que “voltar aos palcos vai ser maravilhoso”:

— Estava com muita falta de fazer show e ver o público. Sei que vai ser reduzido, mas muito caloroso. E a transmissão on-line é uma forma de pessoas em outros estados poderem assistir. Estou muito animada, vai ser um show muito festivo, para a gente extravasar essa energia que ficou contida tanto tempo.

Nas próximas semanas, o evento traz Chico Brown (dias 20 e 21), Duda Brack e Chico Chico (22), Theo Bial e Quel (25), Barbara Sut e Luciane Dom (26), Tuim e Pietá (27) e Beraderos (28). Às 20h. R$ 20 (transmissão on-line) e R$ 60 (ingressos apenas pelo site da Sympla). 12 anos.

 

Mônica Salmaso e André Mehmari

Depois de meses realizando concorridas lives caseira com diversos convidados, a cantora Mônica Salmaso se uniu com o pianista e arranjador André Mehmari para fazer um show profissional em estúdio, com toda a infraestrutura de áudio de vídeo. O repertório inclui músicas como “Insensatez” (Tom Jobim/Vinicius de Moraes), “Sinhá” (Chico Buarque/João Bosco), “Camisa amarela” (Ary Barroso) e “Acaçá” (Dorival Caymmi). Às 20h, no YouTube (/monicasalmaso). Ingresso consciente à venda no site da Sympla.

 
 

Orquestra Petrobras Sinfônica

A Opes promove a segunda edição de seu “Festival Online”. A programação, que abriu na quinta, conta com concertos marcantes da companhia. Hoje, a orquestra apresenta o infantil “Arca sinfônica”, às 11h, “Villa de todas as cores”, dedicado à obra de Villa-Lobos, às 16h, e “Série álbuns: Black Album”, com versões sinfônicas para o clássico disco da banda americana de heavy metal Metallica, lançado em 1991. No YouTube (/opesinf).

Com a regência de Felipe Prazeres, a Orquestra Petrobras Sinfônica toca Metallica Foto: Lais Moss / Divulgação
Com a regência de Felipe Prazeres, a Orquestra Petrobras Sinfônica toca Metallica Foto: Lais Moss / Divulgação

Zélia Duncan e Arthur Nogueira

Em live do festival Se Rasgum, dentro da programação da Semana Internacional de Música de São Paulo, a artista niteroiense toca ao lado do cantor e compositor paraense. O roteiro traz o recente single “Dessas manhãs sem amor”, primeira parceria da dupla. Às 18h, no YouTube (/serasgum).


O Globo sexta, 13 de novembro de 2020

DIA MUNDIAL DA GENTILEZA - 13 DE NOVEMBRO

 

Dia Mundial da Gentileza: ser gentil traz benefícios físicos e mentais, mostram estudos

Boas ações fazem bem para quem as pratica e para quem as recebe, e podem ajudar a reduzir o estresse durante a pandemia
Muro da Gentileza do Colégio São Vicente, em Cosme Velho Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
Muro da Gentileza do Colégio São Vicente, em Cosme Velho Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
 

RIO — Nesta sexta-feira (13), é celebrado o Dia Mundial da Gentileza. Estudos mostram que ser gentil com os outros traz benefícios físicos e mentais também para quem pratica esses atos. Diante dos momentos difíceis que a sociedade vem enfrentando em 2020, ano marcado pela pandemia da Covid-19, a gentileza pode ajudar a amenizar o estresse e trazer mais bem-estar.

— A gentileza tem benefícios terapêuticos para o tratamento da depressão, da ansiedade e do humor. Porque melhora o bem-estar emocional de quem a recebe e de quem a pratica. Até o fato de presenciar atos gentis é capaz de elevar de forma duradoura a felicidade — explica a psicóloga Daniele Vanzan — Ela fortalece os laços afetivos e cria uma atmosfera de positividade.

E não faltam exemplos de ações gentis nesse período. Com a evolução do coronavírus no país, vizinhos se ajudaram a enfrentar o isolamento social: em alguns condomínios, pessoas mais jovens se ofereceram para fazer compras para os idosos, por exemplo. Músicos também passaram a realizar apresentações nas janelas e varandas, espalhando o som pela vizinhança durante o confinamento.

As iniciativas solidárias são outra forma de gentileza que marcaram este ano. Desde o início do isolamento, foram organizados diversos projetos para arrecadar doações para os grupos mais afetados pela crise.

Existem ainda outras maneiras, simples, de exercer a gentileza no dia a dia. Sorrir, agradecer, ter empatia e se disponibilizar a ouvir os amigos e familiares são algumas delas. Para o psicólogo Rafael Jucá, do laboratório Lach, esses comportamentos devem ser praticados todos os dias, principalmente nesse momento de pandemia.

— A gentileza é fruto de uma empatia com o outro. A gente faz isso escutando mais o outro, se colocando no lugar, sendo mais paciente. E principalmente usando as "palavras mágicas": por favor, obrigada, desculpa, e dando bom dia e boa noite — diz o psicólogo — Dessa forma nos conectamos com o outro. Como é dito: "a gentileza gera gentileza", e assim vamos vivendo melhor.

 

'Ser gentil'

Com o objetivo de espalhar boas ações pelo país e propagar o otimismo, está sendo lançado o movimento “Ser Gentil”, uma plataforma que busca conectar pessoas que querem praticar a gentileza a quem precisa receber essas ações. O projeto conta com apoio do cantor Toquinho, do poeta Bráulio Bessa e da apresentadora Angélica.

A iniciativa tem um site e perfil no Instagram, nos quais podem ser baixadas imagens para disseminar a causa nas redes. O movimento também divulga plataformas de apoio a causas sociais, traz dicas de como ser mais gentil, e vai lançar um desafio para praticar uma boa ação por dia, durante este mês.

 

Veja lista com os benefícios da gentileza:

  • Reduz a pressão arterial - Praticar atos de gentileza gera um aumento da produção do hormônio oxitocina, o que pode ajudar a reduzir a pressão arterial e assim beneficiar a saúde cardiovascular, segundo um estudo da Universidade de Miami (EUA).
  • Alivia dores físicas - Um estudo realizado por pesquisadores chineses e publicado na revista científica da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos indicou que agir de forma altruísta pode aliviar sensações dolorosas nas pessoas.
  • Diminui a ansiedade - Uma pesquisa da Universidade da Colúmbia Britânica (Canadá) com pacientes em tratamento para ansiedade mostrou que a prática diária de atos de bondade reduziu a ansiedade social dos participantes, que ficaram mais relaxados.
  • Aumenta a expectativa de vida - Pesquisadores do instituto Bedari Kindness, da Universidade da Califórnia (EUA), afirmam que a gentileza é capaz de prolongar a vida. Outro estudo, da Universidade de Columbia (EUA), também apontou que exercer a empatia pode aumentar a expectativa de vida.
  • Favorece a felicidade - Praticar atos gentis aumenta o sentimento de satisfação com a vida. A descoberta é de um estudo realizado por pesquisadores do Reino Unido e publicada no periódico "Journal of Social Psychology".

O Globo quinta, 12 de novembro de 2020

CHANEL CELEBRA 100 ANOS DO PERFUME Nº 5

 

Chanel celebra 100 anos do perfume N°5 com campanha estrelada por Marion Cotillard

No curta, dirigido por Johan Renck de Chernobyl, a atriz francesa dança na lua com o bailarino Jérémie Bélingard. Confira a história do N°5 e outras campanhas memoráveis da grife
Cena da dança de Marion Cotillard e Jérémie Bélingard na lua Foto: Divulgação
Cena da dança de Marion Cotillard e Jérémie Bélingard na lua Foto: Divulgação
 

"Apenas duas gotinhas de Chanel Nº 5”. Foi assim que, durante uma entrevista, Marilyn Monroe descreveu o que vestia para dormir. Mais de meio século depois de sua morte, ouvindo os áudios da famosa conversa, descobriu-se que a frase não havia sido exatamente essa, mas o merchand já estava criado e a fragrância da maison francesa transformada em objeto de desejo.

Embora bem mais reservada que a atriz de Hollywood, Gabrielle Chanel (1883-1971) também era uma mulher à frente de seu tempo. Fundadora da marca que é, até hoje, o maior símbolo de luxo na indústria da moda, a couturière foi, em 1921, uma das primeiras a criar uma fragrância com o nome de uma maison. Num encontro com o perfumista Ernest Beaux, no seu laboratório em Grasse, na Riviera Francesa, Coco (como era chamada) o desafiou a produzir um aroma que representasse a essência de um vestido, “o cheiro de uma mulher”. Na época, os perfumes eram feitos a partir de uma única flor, mas Mademoiselle Chanel queria um produto mais complexo e revolucionário, como suas roupas.

Corajoso, Beaux arquitetou uma receita mesclando o componente sintético aldeído a aromas florais. Como a quinta amostra foi a que fez os olhos de Coco brilharem, ela escolheu o número como seu amuleto de sorte, batizou a fragrância com ele e passou a desfilar suas coleções sempre no dia 5. Além de quebrar padrões olfativos, o perfume tinha embalagem de design minimalista, o que não era nada comum na época. “Atemporalidade é a palavra que melhor define a Mademoiselle Chanel. Ela conseguiu fazer mágica, porque tudo que criou se tornou icônico: a camélia, a corrente, o tweed e até o perfume”, afirma Costanza Pascolato.

 

Se em 1921 a comunicação da nova fragrância era feita no boca a boca — Coco dava jantares para clientes trendsetters e borrifava o perfume —, ao longo dos anos as produções foram tomando proporções gigantescas, estreladas por atrizes de Hollywood e clicadas por fotógrafos renomados. Mesmo com anúncios glamurosos durante os anos 1940 e 1950, a campanha com Catherine Deneuve nos anos 1970 é uma das mais memoráveis da grife. Fotografada por Richard Avedon, tem imagens minimalistas, dando foco para o rosto da atriz francesa. Deneuve abriu o caminho para outras celebridades, como Nicole Kidman e Gisele Bündchen, ambas dirigidas por Baz Luhrmann em 2005 e 2014, respectivamente. Mulheres poderosas — e nos padrões de beleza tidos como tradicionais — sempre foram escolhidas como os rostos do perfume, mantendo os valores enraizados de Mademoiselle Chanel. Não à toa, em 1937, a própria foi uma das primeiras a aparecer nos anúncios do perfume, clicada por Francois Kollar no seu apartamento em Paris. O slogan na época comparava o perfume à trilha sonora de uma cena de amor, tema presente até hoje na comunicação do Nº5.

Confira os bastidores da nova campanha e edições anteriores

Numa conversa por videochamada, Thomas du Prés de Saint Maur, diretor criativo para Fragrâncias e Beleza da Chanel, conta que as campanhas atuais levam em torno de dois anos para saírem do papel, do brainstorm à divulgação. “Todos os anos o processo é o mesmo, mas é sempre uma nova aventura. O que muda são os profissionais que escolhemos para criarem a história que queremos contar”, afirma.

 

Na campanha que celebra os 100 anos do perfume, a Chanel leva os personagens para a lua, num cenário montado nos arredores de Paris. Thomas convidou uma equipe de peso: o diretor sueco Johan Renck, reconhecido pela série “Chernobyl”, a atriz francesa Marion Cotillard e Jérémie Bélingard, étoile do Paris Opera Ballet. Para contracenar com o bailarino no curta de um minuto, Marion teve uma semana intensiva de aulas de dança com o coreógrafo Ryan Heffington. Ela faz o papel de uma mulher misteriosa, que viaja para a lua nos seus pensamentos e lá encontra um homem à sua espera. Depois de uma dança ao luar cheia de sedução, ela volta para a realidade e se depara com o mesmo ao seu lado, numa romântica ponte parisiense. “Queríamos dar um toque surrealista para o filme. A mulher olha para a lua e tem um sonho que se torna realidade. Optamos por esse cenário porque é um símbolo de feminilidade e novos começos”, conta Thomas.

Um século depois da criação do N°5, é raro encontrar hoje uma grife de luxo que não tenha um perfume no seu portfólio de produtos. Além da Chanel, as fragrâncias de grandes maisons como Armani, Christian Dior e Jean Paul Gaultier dividem a lista de best-sellers da categoria. A indústria de beleza se tornou a porta de entrada para o luxo. Ajuda a trazer novos clientes — que não podem, ou não querem, comprar uma bolsa de R$20 mil — e a fidelizar os que já consomem a marca. Hoje, o maior desafio é encontrar o equilíbrio entre o prestígio da tradição e a necessidade da modernidade. Depois de 100 anos, o que será que Mademoiselle Chanel manteria ou deixaria para trás?


Busca


Leitores on-line

Carregando

Arquivos


Colunistas e assuntos


Parceiros