A suspensão do carnaval por causa da pandemia certamente deixou muitos foliões tristes. Mas isso não significa que a maior festa do país vai passar em branco. No Rio, por exemplo, o Museu de Arte Moderna (MAM) está com uma programação especial, em que bambas têm ministrado oficinas e atividades ligadas à folia, em meio à exposição “Helio Oiticica: a dança na minha experiência”. A partir desta quinta-feira, uma novidade vai deixar esse clima ainda mais evidente por lá: a inesquecível bandeira “Índios, negros e pobres”, exibida no desfile "História pra ninar gente grande", que sagrou a Mangueira campeã em 2019, será instaurada no salão monumental do museu.
Montação:Marcas de carnaval se reinventam durante a pandemia
Segundo ele, a exibição é importante para que as pessoas assimilar a produção dos artistas de carnaval como obra de arte, de fato. “Estamos falando de uma atividade que ainda é mal compreendida pela sociedade. As pessoas acham que o carnaval é uma mera festividade que ocupa o calendário de fevereiro. Mas é, na verdade, uma produção cultural que se apresenta em fevereiro. E estar num museu onde as pessoas associam a arte com “A” maiúsculo, é fundamental.”
Leandro acrescenta que, no ano em que o público foi privado do carnaval “por um motivo muito justo”, é fundamental não deixar que a data passe em branco. “É importante que, neste período, a pauta carnavalesca siga em debate”, afirma. Além da exibição da bandeira, ele leva ao MAM um ciclo de debates liderados por personalidades desse universo. Entre os temas abordados estão a ancestralidade, a dança e o estereótipo do corpo feminino. “Isso ajuda na formação de uma identidade que não é só nossa, mas brasileira.”
Quanto à volta à Sapucaí, o carnavalesco defende que isso seja condicionado à vacinação da população. Diante disso, criou “uma expectativa de trabalho apenas para 2022”. Mas isso não significa que um dos nomes mais celebrados da última geração de carnavalescos está de folga. “Tenho me debruçado em escrever um livro que registra a minha produção artística dos últimos três carnavais, que chamo de política. Também estou aproveitando para por em prática algumas ideias, mesmo de figurinos, que pude ir desenhando para deixar arquivado para o futuro.” Ele não para!