A ministra japonesa para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, Seiko Hashimoto, de 56 anos, é a grande favorita para substituir o presidente do Comitê Organizador Tóquio-2020, Yoshiro Mori, de 83 anos, que renunciou na semana passada após declarações sexistas, segundo a imprensa do Japão. Ela pode assumir o novo cargo nesta quinta-feira.
Seiko é ex-ciclista e patinadora e disputou sete Jogos Olímpicos pelo Japão, sendo quatro de inverno e três de verão. No currículo, tem um bronze na prova de 1.500m de patinação de velocidade nos Jogos de Albertville, em 1992. No ciclismo, seu melhor resultado foi com um quinto lugar na velocidade na Olimpíada de Seul, em 1988.
Com larga história no esporte japonês, a ministra é encarada como uma resposta às declarações sexistas do ex-presidente, além de uma tentativa de estancar a crise com uma maior diversidade no comando dos Jogos. Ela era uma das únicas executivas no gabinete de Mori.
O comitê responsável por buscar um substituto para Mori se reuniu pela segunda vez nesta quarta-feira e teria chegado a um acordo sobre Seiko, segundo o canal de televisão público NHK. Ela é a aposta deste grupo, composto por um número igual de homens e mulheres, incluindo o executivo-chefe do comitê organizador, Toshiro Muto. Haverá uma terceira reunião nesta quinta-feira em que pedirão a ela que aceite o cargo.
Antes mesmo de deixar o esporte, Seiko ingressou na vida política com um mandato na Casa de Conselheiros, em 1995. Filiada ao Partido Democrata, tem ocupado cargos públicos desde então. Mãe de três filhos, chegou a ser vice-presidente do Comitê Olímpico do Japão. Caso seja seja a nova comandante de Tóquio 2020, deverá deixar o cargo de ministra.
Vários nomes foram divulgados enquanto o painel de seleção de candidatos realizava reuniões na terça e na quarta-feira. Entre eles, Yasuhiro Yamashita (presidente do Comitê Olímpico Japonês) e Mikako Kotani (diretora esportiva de Tóquio-2020).
Mori havia escolihido o ex-presidente da Federação Japonesa de Futebol, Saburo Kawabuchi, mas sua indicação não deu certo. Organizadores e dirigentes reclamaram que o ex-presidente estava escolhendo seu próprio sucessor.
No primeiro dia, o comitê especial para a escolha deste executivo disse que optaria por um único candidato com base em cinco critérios: profundo conhecimento dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos; uma compreensão de seus princípios relativos a gênero, inclusão e diversidade; experiência de trabalho; conhecimento dos Jogos de Tóquio; e habilidades de gestão.
Mori foi obrigado a renunciar depois que seus comentários sexistas provocaram indignação no Japão e no exterior. Mori, ex-primeiro-ministro japonês (2000-2001), conhecido por suas gafes, declarou que as mulheres falam muito durante as reuniões de conselhos administrativos, o que para ele era "irritante".
Vacinação
A cinco meses dos Jogos Olímpicos, o Japão iniciou a campanha de vacinação contra Covid-19 na manhã desta quarta-feira. Até o fim de fevereiro, devem ser imunizados cerca de 40 mil profissionais diretamente envolvidos no tratamento de pacientes infectados pelo novo coronavírus. Há dúvidas sobre se a campanha alcançará pessoas com rapidez suficiente para salvar a Olimpíada.
Último país do G7 (grupo das nações mais industrializadas do mundo) a iniciar a imunização, o Japão aprovou a vacina desenvolvida pelo laboratório americano Pfizer em parceria com a empresa alemã BioNTech no último domingo. O primeiro lote, contendo cerca de 400 mil doses, já desembarcou no país.
Segundo o calendário divulgado, depois desta primeira fase de fevereiro serão vacinados 3,7 milhões de profissionais de saúde a partir de março, 36 milhões de idosos a partir de abril, 8,2 milhões de indivíduos de grupo de risco e 2 milhões de profissionais de instituições dedicadas a idosos depois de abril — totalizando, portanto, cerca de 50 milhões de habitantes, o equivalente a 40% da população até maio.