Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo domingo, 24 de janeiro de 2021

BRASILEIRÃO - FLUMINENSE X BOTAFOGO

 

Fluminense x Botafogo: John Kennedy e Matheus Nascimento acendem debate sobre momento certo de lançar jogadores

Em crise, alvinegro promove joia de 16 anos; no Flu, que busca a Libertadores, atacante de 18 anos já se destaca
Matheus Nascimento e John Kennedy: estreias em momentos distintos de cada clube Foto: Montagem sobre fotos de Vitor Silva/Botafogo e Lucas Merçon/Fluminense
Matheus Nascimento e John Kennedy: estreias em momentos distintos de cada clube Foto: Montagem sobre fotos de Vitor Silva/Botafogo e Lucas Merçon/Fluminense
 

Na rodada do meio de semana do Brasileiro, as partidas de Fluminense e de Botafogo — que se enfrentam às 20h30, em São Januário — lançaram os holofotes para dois garotos. No tricolor, que busca vaga na Libertadores, John Kennedy fez sua estreia pelo time principal. Aos 18 anos, ele entrou no segundo tempo e debutou com um gol e bom desempenho. Na equipe alvinegra, assombrada por um rebaixamento cada vez mais certo, a presença de Matheus Nascimento não era novidade. Mas, em sua quarta aparição, o jovem de 16 anos foi titular pela primeira vez. Teve uma atuação apenas discreta.

Não é possível afirmar que o momento melhor do Fluminense favoreceu John Kennedy. Muito menos que a turbulência alvinegra prejudicou Matheus. Mas o lançamento de jovens em ambientes tão discrepantes levanta uma discussão sobre qual o grau de influência deste fator na formação de um atleta.

Final da Libertadores:Decreto autoriza uso de até 10% da capacidade do Maracanã

Os manuais do futebol tratam os momentos de crise como cilada para os jovens. O ideal seria promovê-los durante a calmaria, quando não há cobrança excessiva por resultados e, consequentemente, o grupo no qual eles serão inseridos não se sente pressionado.

— Num momento bom, todo o ambiente é mais saudável para você promover o jogador. O inverso é complicado. Porque há uma pressão muito grande e, às vezes, acabam passando uma responsabilidade para o atleta que não é dele. Mas isso vai depender muito do entorno: da comissão técnica, se o departamento de futebol tem psicologia. Enfim, de outros setores que acompanham o atleta e precisam passar para ele que aquilo faz parte da aprendizagem — afirma Erasmo Damiani, coordenador das categorias inferiores da CBF de 2015 até 2018 e com passagem pela base de clubes como Palmeiras, Athletico e Internacional, onde trabalha atualmente.

 

Abel Braga:A 'montanha-russa' do treinador que foi de drama pessoal e fracassos até a liderança do Brasileiro

Da teoria para a prática, contudo, estes conceitos se invertem. A base costuma ganhar mais atenção justamente no momento de crise, quando o elenco principal já foi todo testado e os treinadores procuram uma novidade para tentar surpreender os adversários e dar a volta por cima.

Matheus Nascimento:Conheça a história da principal promessa do Botafogo

O Botafogo atual é um exemplo disso. Em apenas sete jogos no comando, Eduardo Barroca já utilizou dez atletas da base. Destes, seis têm, no máximo, 21 anos.

— Tudo tem dois lados. Logicamente que é melhor para o time quando tudo está bem. Mas não necessariamente a oportunidade vai aparecer — opina o agente Vinícius Vivá, da agência Pro Manager, com forte atuação nas categorias de base. — Se tudo vai bem, em geral o treinador prioriza o que ele já tem no elenco. Ninguém quer mudar o time. Quando o clube não tem recursos para contratar e o momento é difícil, o diferencial pode ser o jovem da base. Porque é uma novidade, os adversários não o conhecem.

Martin Fernandez:'Richarlison para presidente'

 

Esta linha de raciocínio não é exclusiva de quem cuida da carreira dos atletas. Ela também encontra adesão nos clubes e nas torcidas. O desafio é saber lidar com as consequências.

— Quando um jogador faz gol e joga bem logo nos primeiros jogos, os holofotes se voltam para ele. E todos passam a esperar que ele faça a mesma coisa nas próximas partidas. Caso contrário, vão dizer que é péssimo, que só teve sorte. Se não há crise, este tipo de demanda não vai existir — observa o professor da Uerj e ex-psicólogo do Flamengo Alberto Filgueiras, que destaca a dificuldade para os mais jovens lidarem com este tipo de frustração:

— Muitos destes atletas não estão amadurecidos cognitivamente e nem emocionalmente. Este tipo de maturidade só é atingido entre 23 e 25 anos, quando o cérebro termina de se formar. É o esperado de qualquer ser humano. Claro que você tem aqueles com 18 anos que já têm essa estrutura bem formada. Mas eles são a exceção.

Covid-19:Como os clubes de Manaus estão lidando com o novo colapso da cidade

O Fluminense também aposta alto nos garotos. Só na provável escalação para o clássico deste domingo há quatro: Calegari (18 anos), Martinelli (19), Luiz Henrique (20), além do próprio John Kennedy. Mas o clube não é o retrato mais fiel da cultura do futebol brasileiro. Assim como o Santos, fez do trabalho com a base parte do seu DNA e dá oportunidade a suas promessas seja na crise, seja na calmaria.

Os tricolores vem evoluindo na forma como lidam com o amadurecimento dos atletas. A começar pelo diálogo entre a psicologia do futebol profissional e a de Xerém. Além disso, o clube criou um time sub-23, que embora não seja bem compreendido pela torcida e alvo de muitas críticas, é visto pelos especialistas no assunto como ferramenta para permitir uma transição mais gradual.

— O amadurecimento tardio é muito comum no futebol. Seja por uma questão física ou psicológica. O jogador que não corresponde com 17, 18 anos pode dar esta resposta depois de uns três anos ou até mais — atesta Alexandre Gallo, técnico da seleção sub-20 entre 2013 e 2015 e sem clube desde a saída do São Caetano, em outubro. — (Não se destacar no início da carreira) Não significa que ele não serve. E cabe ao treinador identificar isso.

 

"


Escreva seu comentário

Busca


Leitores on-line

Carregando

Arquivos


Colunistas e assuntos


Parceiros