Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo quinta, 11 de fevereiro de 2021

SOPHIA LOREN AOS 86 ANOS: SEMPRE TENTEI INTERPRETAR MULHERES FORTES

 

Sophia Loren, 86 anos: 'Sempre tentei interpretar mulheres fortes'

Atriz italiana fala sobre as personagens que escolheu na carreira, revela os preconceitos que sofreu na infância por ter crescido sem pai presente e conta que ainda se sente insegura no set: 'Me recomponho e digo a mim mesma que sei os meus sentimentos'
A atriz Sophia Loren como Rosa, no filme 'Rosa e Momo', de 2020, dirigido pelo seu filho mais novo, Edoardo Foto: Reprodução
A atriz Sophia Loren como Rosa, no filme 'Rosa e Momo', de 2020, dirigido pelo seu filho mais novo, Edoardo Foto: Reprodução
 

Sophia Loren é uma das mulheres mais conhecidas do mundo, um tipo de estrela que o cinema não faz mais. Mas pergunte à atriz italiana de 86 anos se ela alguma vez quis ser uma pessoa normal, e ela vai ficar intrigada: "Por que você acha que ser uma estrela não é normal?", questiona a atriz. "Dizem que sou uma estrela; eu não sei. Eu sempre me senti normal."

Ser uma estrela já deve ter virado rotina para ela, famosa desde antes de a Humanidade pisar na Lua. Loren já interpretou trabalhadoras do sexo, imigrantes, espiãs e donas de casa, ao mesmo tempo em que era chamada de "vamp" ou "adorno". Em 1960, pela atuação em "Duas Mulheres", dirigido por Vittorio de Sica, ela se tornou a primeira atriz a ganhar um Oscar por um papel em um filme de língua não inglesa. Loren já ganhou cinco Globos de Ouro, um Grammy, a copa Volpi, no Festival de Cinema de Veneza; o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes; e o prêmio pelo conjunto de sua obra dado pela Academia de Hollywood. Loren tem estrela na calçada da fama, e os Rolling Stones compuseram uma canção sobre ela "Pass the Wine (Sophia Loren)". Se ela não é uma estrela, ninguém mais é.

Em entrevista ao jornal britânico "The Independent", Sophia Loren revela o medo que sente da Covid-19, relembra o diretor Vittorio de Sica, sua preferência por interpretar mulheres de personalidade forte, o preconceito que sofreu na infância por ter crescido sem pai presente e por que escolheu dar um tempo na carreira para ficar com os filhos. Leia abaixo trechos da entrevista:

Pandemia de Covid-19

"Eu não sei o que fazer com a minha vida. Estou em casa, eu não saio. Não quero sair, estou morrendo de medo."

Personagens

"Meu papel em Rosa e Momo [em que atua sob direção do filho Edoardo Ponti] é muito bonito. Ela é forte, frágil, divertida, tocante... é tudo que uma mulher é e tudo o que eu sempre quis levar à tela. Na minha carreira, eu sempre tentei interpretar mulheres de personalidade forte. São mulheres que lutam para que a vida seja melhor."

A família

"Eu nasci em uma família que não era tradicional, em uma instituição de caridade para mulheres que não eram casadas. As outras crianças na escola tinham famílias com pais. Eu não diria que tinha inveja, porque amava meus amigos, mas eu não era como eles. Sim, me sentia diferente. E os meninos faziam piada comigo, o que me causava muito sofrimento. Mas o fato de a minha mãe não ser casada não fazia de nós menos uma família do que as das outras pessoas. Talvez tenha nos tornado ainda mais fortes porque nos unimos pelo fato de que não éramos como os outros. Falar sobre isso pode ajudar meninas e meninos a sentirem orgulho das famílias que têm. Todos nós merecemos ser amados de forma profunda e honesta."

Beleza

"Quando Carlo Ponti [produtor de cinema e marido de Loren] me conheceu, sugeriu que eu operasse o meu nariz. Eu disse: 'Se tiver que mudar o nariz, volto para Puzzuoli' [cidade na província de Nápoles, onde a atriz nasceu]. Eu tive a sorte de receber papéis que foram bons para a minha aparência e bons também para o meu interior."

 

Vittorio de Sica

"Eu tinha 16 anos e não sabia nada. Se não tivesse conhecido de Sica [diretor de alguns de seus melhores filmes], acho que não teria me saído tão bem. Ele foi um ótimo diretor de atores e me deu força para continuar e me disse para nunca ter medo de ousar. Nunca".

Maternidade

"Eu sempre sonhei com uma casa, filhos, família. Meus dois filhos [Carlo Jr. e Edoardo] são lindos. A memória que quero guardar é do início da gravidez, quando pensava que seria mãe. Se eu continuar, vou chorar. Você não me conhece, eu sou assim. Um dia, em casa, acho que nos anos 80, eu me dei conta que trabalhava desde os 17 anos. Então pensei que não aproveitava nada porque não podia estar com os meninos. Eu disse a mim mesma que iria tirar um tempo com as crianças, dar um tempo do cinema."

Confiança

"Muitas vezes fico trágica no trabalho, dizendo que não estou atuando bem. É uma defesa. Se tenho uma cena importante, penso que não sei se posso fazê-la. Eu não estudei Arte Dramática formalmente, por isso não sei nada. Até que eu me recomponho e digo a mim mesma que, sim, eu sei. Eu sei os meus sentimentos."


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