Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo sábado, 28 de novembro de 2020

MIKE TYSSON X ROY JONES JR.: APOSTA EM FÓRMULA MILIONÁRIA E NOSTALGIA PARA LUCRAR

 

Mike Tyson x Roy Jones Jr. aposta em fórmula milionária e nostalgia para lucrar; veja números

Luta tem expectativa de lucro de R$ 260 milhões apenas com venda de pay-per-views nos Estados Unidos; lutadores ganharão R$ 6 milhões por minuto no ringue
 
Mike Tyson Foto:  
Mike Tyson Foto:  
 
 

Em agosto de 2017, o boxe foi impactado pela chamada “luta do século”. O astro americano Floyd Mayweather Jr. subiu ao ringue e se tornou o atleta mais bem pago do mundo ao vencer o então detentor de dois cinturões simultâneos do UFC, Conor McGregor, em um encontro marcado mais pelo apelo publicitário do que esportivo. O duelo criou uma fórmula de sucesso, que será repetida hoje na “superluta” entre Mike Tyson e Roy Jones Jr. — a TV Globo exibe após a transmissão ao vivo no canal Combate, à partir de 21h30 (de Brasília).

Saiba como assisitir

A estratégia já foi adaptada em diversos esportes: um grande astro que retorna após longa aposentadoria ou que carrega invencibilidade é desafiado por outro que acumula grandes resultados recentes ou ganhou fama por ser provocador. Roy Jones Jr., de 51 anos, é o desafiante de hoje, mas sabe que o apelo gira em torno de Mike Tyson, hoje com 54 anos, um dos maiores nomes do esporte e que dominou os ringues nos anos 80.

Mais:Relembre as cinco maiores vitórias da carreira de Mike Tyson

A plataforma Triller, dona dos direitos da luta, espera arrecadar US$ 50 milhões (cerca de R$ 260 milhões na cotação atual) só com a venda de pay-per-view — nos Estados Unidos, o público terá de pagar US$ 50 (cerca de R$ 287) para ver o combate, que estava previsto para 12 de setembro e, segundo veículos americanos, foi adiado intencionalmente para ganhar espaço no noticiário. Também houve a aposta por público presente no Staples Center, em Los Angeles, mas a pandemia da Covid-19 não permitiu.

Segundo o jornalista americano Kevin Iole, Tyson deve receber mais que o triplo de Roy Jones pela luta: quase R$ 50,5 milhões; Roy Jones Jr. ganhará cerca de R$ 16 milhões. Estima-se que os ex-pugilistas ganhem R$ 6 milhões por minuto no ringue. Valores impensáveis no cenário atual.

Mike Tyson Foto: Donald Kravitz / Getty Images
Mike Tyson Foto: Donald Kravitz / Getty Images

 

— Pega-se dois ídolos passados, nesse caso Tyson e Roy Jones, e num momento em que todos estão carentes de eventos esportivos devido a pandemia abre-se janelas para eventos como esse. Apesar de não ter um valor esportivo alto, é uma luta que tende a movimentar muito dinheiro em casas de aposta e também a criar um valor sentimental por ter dois lutadores que em suas épocas foram esplendorosos e as gerações que os assistiram hoje podem pagar para reviver esse momento — comenta Fernando Fleury, especialista em marketing esportivo. 

Neste caso, o carisma e o retorno de Tyson são os motivadores de uma luta que pouco aposta na rivalidade — Roy Jones Jr. foi chamado de o “Lutador da Década” nos anos 1990, mas não há uma rivalidade direta. Antes de aceitar o combate, Tyson recusou quase R$ 90 milhões para encarar o brasileiro Wanderlei Silva, e também foi desafiado pelo astro do UFC, Jon Jones. Ou seja, até mesmo o adversário escolhido para hoje passou por um crivo de marketing.

Para Tyson, a luta significa o retorno triunfal após um término de carreira em baixa. Em 2005, o desconhecido irlandês Kevin McBride conseguiu uma vitória surpreendente sobre o ex-campeão mundial dos pesos-pesados. Na época, foram três derrotas nas últimas quatro lutas, que o levaram a decidir pela aposentadoria. Mesmo parado, o ex-pugilista colecionou polêmicas: em 2005, foi detido no Brasil após a agressão a um cinegrafista, e em 2014, ofendeu um jornalista de um programa canadense que mencionou a sua condenação por estupro.

 

— Mike Tyson fundou uma liga e pretende fazer algumas lutas com boxeadores aposentados, a Legends Only League. A maior atração é poder rever ídolos do passado em cima do ringue novamente, como aconteceu recentemente com Julio César Chavez e Jorge Arce, que fizeram algumas exibições no México — opina Daniel Fucs, comentarista de boxe da Globo.

Tyson é considerado um dos maiores boxeadores da história e acumula recordes como o de 37 vitórias em 37 confrontos. Ele perdeu mais de 40 quilos para a luta, após 15 anos afastado dos ringues. Roy Jones Jr acumula oito títulos mundiais em quatro categorias diferentes: pesado, meio-pesado, médio e super-médio. O ex-boxeador ficou ativo de 1989 a 2018.

— A ausência de novos ídolos no boxe capazes de causar mobilização mundial como faziam Muhamed Ali, Tyson e outros, abrindo espaço para que esses mesmos nomes, agora ex-atletas despertem esse interesse e além disso a consolidação do conceito de “Sportainment”, uma mistura de esporte e entretenimento onde que o vale é entreter, mesmo que não exista a componente competitiva — analise Ivan Martinho, especialista em marketing esportivo da ESPM.

Regras diferentes

O retorno de Mike Tyson aos ringues terá algumas particularidades. Uma delas é que não haverá controle antidoping contra maconha — além de ser um usuário assumido, o norte-americano é conhecido por ter lucros de quase R$ 3 milhões no mercado de cannabis. Os boxeadores não vão usar capacete, vestirão luvas de 12 onças — maiores do que as de 10 onças tradicionais — e os rounds terão duração de dois minutos, em vez do padrão de três. Serão oito assaltos.

 

As trocas têm a ver com a preocupação com a saúde dos atletas. Mike Tyson tem 54 anos, e Roy Jones Jr., 51. A força dos golpes e a idade preocupam médicos e especialistas, que afirmam que um soco pode atingir um impacto de 450 kg no rosto de um dos lutadores. Na categoria dos pesos-pesados o impacto pode ser maior ainda, devido à força dos boxeadores.

— As regras são diferentes porque é uma exibição com ex-boxeadores com mais de 50 anos. O que pode alterar a dinâmica é como eles se coportarão — afirma Fucs.

Tyson também aposta na nostalgia para ver a audiência do evento crescer. Mesmo no Brasil, seus fãs lembram de suas lutas passadas e o compara a Ayrton Senna.

— A família se juntava para ver as lutas. Era uma pena que duravam tão pouco. Eram duas tradições quando era mais novo: churrasco para ver as corridas do Senna e as lutas do Tyson — conta Ronaldo Persiano, de 38 anos, que vive situação semelhante a de Paulo Cézar Filho, outro fã de Tyson:

— Eu via as lutas dele na década de 1990. Eram um acontecimento — declarou.

Mais seis lutas estão previstas: Jake Paul x Nate Robinson (cruzadores), Badou Jack x Blake McKernan (meio-pesados), Viddal Riley x Rashad Coulter (cruzadores), Jamaine Ortiz x Nahir Albright (leves), Irvin Gonzalez Jr. x Edward Vasquez (penas) e Juiseppe Cusumano x Nick Jones (pesados). 

 


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