Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Música Americana quinta, 20 de outubro de 2022

ZOLA TAYLOR, MEIGUICE FEMININA DO THE PLATTERS
ZOLA TAYLOR, MEIGUICE FEMINA DO THE PLATTES

Raimundo Floriano

 

 

The Platters - Formação original

 

                        Nesta minha vida de colecionador de discos, tenho conservado imensa afeição, atávica, umbilical mesmo, pelos intérpretes das primeiras gravações que adquiri, a partir de fevereiro de 1958, quando comecei a ganhar meu dinheirinho fixo. Era no tempo do vinil.

 

                        Por isso, The Platters continuam em minhas prateleiras ombreando-se com os grandes nomes internacionais e da MPB daquele tempo. Ainda em Três Corações, cursando a Escola de Sargentos das Armas - EsSA, em 1957, eu já ouvia suas lindas canções, como The Great Pretender e Only You, não somente pelas ondas do rádio, como também entoadas por vários colegas de farda metidos a cantor.

 

                        Para um estudante mediano de Inglês como eu, foi satisfação imensa ouvir um conjunto americano cujas palavras eram entendidas sem dificuldade. A califonia – maneira de bem entoar –, a califasia – perfeita dicção, aliadas ao ritmo lento faziam com que seus foxes nos extasiassem e nos incitavam a imitá-los, cantando naquele Inglês-moleza.

 

(Pequena aula de Cultura Musical. Fox, em Inglês, significa raposa. Daí o nome do ritmo. A raposa, quando se aproxima do galinheiro, vai silenciosa, matreira, pé ante pé. Assim o foxe é dançado. Como em Only You. Mas se o dono do galinheiro chega e dá-lhe um grito, a raposa sai em desabalada carreira, gingando os quartos prum lado e pro outro. É o foxtrot, ou trote da raposa. Como em Rock Around the Clock. Esta música, ao surgir, foi classificada pela gravadora Decca Records como foxtrot, pois o nome rock, como ritmo, ainda não se consagrara. Rock Around the Clock, por conseguinte, foi o foxtrot que mais vendeu em todos os tempos.)

 

                        E havia algo mais de precioso no conjunto americano: a presença da exuberante Zola Taylor, lindo exemplar creole a enfeitar o magnífico quinteto colored.

 

                        Zoletta Lynn Taylor nasceu a 17.03.1938, em Los Angeles (EUA), onde faleceu a 30.04.2007. Integrou o conjunto de 1954 a 1961, tendo sido seu membro feminino original.

 

                        Minha experiência como Ajudante de Palhaço no Circo Cometa do Norte, em Teresina (PI), fazia-me avaliá-la como uma daquelas componentes de trupes de malabaristas, mágicos e domadores, que só apareciam no picadeiro seminuas e funcionavam apenas como partners, enfeitando os números, fazendo reverências para o público e, à noite, dormindo com os artistas.

 

                        Aliás, minha opinião mudou pouco desde então. Até hoje assistimos a programas televisivos cheios de mulheres sumariamente vestidas, cujo papel é rebolar e, vez em quando, ficar de costas para as câmeras, exibindo seus talentos de retaguarda. Há apresentadoras e cantoras que trabalham quase de lado, chamando mais a atenção pela anatomia calipígia, muitas delas fabricadas a troco de silicone ou bisturi. A essas, o falecido Deputado Clodovil Hernandes, em sua irreverência, assim deu antológica classificação: dançam e cantam com a bunda!

 

                        Pois igualmente desse modo eu avaliava de Zola Taylor. Tony Williams era o tenor e a voz principal do conjunto. Os outros estavam ali apenas para lhe fazerem o contracanto e lhe enfeitarem o solo. Algumas vezes, era dada pequena chance de Herb Reed aparecer, com seus graves, como em You”ll Never Know.

 

                        E assim continuei pensando até adquirir o LP The Flying Platters - Ao Redor do Mundo, quando minha opinião sofreu um retorno de 180 graus. Nele, Herb Reed exibe todo seu potencial de baixo em Sleepy Time Gal, e Zola Taylor, como solista, mostra a que veio, na maravilhosa interpretação de My Old Flame, de Arthur Johnston e Sam Coslow, que ora disponibilizo para meus queridos leitores.

 

 

                        Ouçamos, portanto, My Old Flame, na linda voz de Zola Taylor

 


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