Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Estadão sexta, 05 de junho de 2020

YMANDU COSTA LANÇA ÁLBUM EM QUE REVERENCIA A CULTURA LATINO-AMERICANA

 

Yamandu Costa lança álbum em que reverencia a cultura latino-americana

Disco 'Festejo' é a nova empreitada do mestre do violão de sete cordas

João Marcos Coelho, Especial para O Estado de S. Paulo

05 de junho de 2020 | 05h00

Yamandu Costa, mago do violão sete cordas e senhor absoluto do instrumento, comemorou, em 24 de janeiro passado, seu primeiro aniversário morando fora do Brasil. Assoprou as velinhas dos 40 anos em sua nova casa, em Lisboa, ao lado da mulher, a também violonista, só que clássica, Elodie Bouny, francesa nascida na Venezuela, e dos dois filhos, Benício, de 9, e Horácio, de 7 anos. E trabalhou nos detalhes finais do seu álbum Festejo, lançado semana passada apenas em versão digital, mas já presente nas plataformas de streaming.

 

Yamandu Costa
De olhos bem fechados. Yamandu Costa compõe e grava em sua casa em Lisboa  Foto: Maristela Martins
 

A mudança para Lisboa foi uma questão de logística, nada teve a ver com a pandemia. “Minha carreira estava se intensificando muito, e eu já estava cansado de viajar demais entre Brasil-Europa-Brasil. Me cansei disso e resolvi me fixar num ponto mais central.” De fato, além dos 32 CDs autorais – 33 agora, com Festejo –, Yamandu tem tocado com frequência, de 2015 para cá, o concerto Fronteira, que gravou com a Orquestra de Mato Grosso, com sinfônicas como a Orquestra de Paris, a Gewandhaus de Leipzig e a de Roterdã. Sem contar as dezenas de apresentações anuais por festivais de toda a Europa, Japão e até África. “A pandemia, aliás, primorosamente enfrentada aqui em Portugal, transformou 2020 num ano profissionalmente perdido. Mas, em compensação, nunca convivi tanto com meus filhos. E continuo trabalhando e gravando, produzindo em casa. Vejo de longe o que acontece no Brasil. Para este governo, a cultura não é uma coisa importante. Pelo caos, pelo modo irresponsável do governo de agir – ou melhor, não agir – em relação à pandemia, agradeço a cada dia ter tomado previamente a atitude de sair de meu País.”

E por falar em pandemia, a gestação de Festejo aconteceu durante dois anos e meio em que Yamandu e o arranjador Marcelo Jiran praticamente não se viram – apenas uma vez em 30 meses de trabalho. Um no Rio, outro em Belo Horizonte, trocaram áudios de bases dos arranjos com os solos de Yamandu. A distância, como só poderia ser hoje em dia. “A feitura começou comigo mandando as coisas para ele, que colocava a orquestra em cima. Um pouco antes da metade inverteu-se o processo: eu ficava esperando e ele mandava a base pronta. Foi um disco muito trabalhado.”

Jiran, mineiro de Belo Horizonte cinco anos mais novo que Yamandu, parece irmão gêmeo dele, musicalmente falando. Praticamente autodidata, tem como mote “O meu aprendizado é ouvir”. Ou seja, como Yamandu, que não é muito dado a partituras, ele também faz do ouvido privilegiado e a incomum habilidade para tocar muitos instrumentos diferentes (algo que tem em comum com André Mehmari) suas habilidades essenciais. 

Eles se conheceram em Belo Horizonte, em 2011, e não se largaram mais. Em Festejo, Jiran fez todos os arranjos e toca todos os instrumentos. E olhe que a lista é longa: piano acústico e elétrico, vibrafone, baixo elétrico, “baixolão”, saxofones alto e soprano, flauta transversal, clarinete e percussão (congas, bongôs, cowbell, clave, shakers, caxixi, vassourinha, tamborim, coquinhos, agogô e efeitos). Jiran esbanja categoria em cada um deles. E foi capaz de construir arranjos leves para um Yamandu mais amadurecido. Afinal, ele agora é um senhor de 40 anos. 


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