Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo domingo, 22 de setembro de 2019

XENIA FRANÇA RELEMBRA PRECONCEITO NO TEMPODE MODELO

 

Xenia França relembra preconceito nos tempos de modelo: 'Não entendia por que não me chamavam para trabalhar'

Nome forte da música brasileira na atualidade, baiana cantará com Seal no Rock in Rio
 
 
Xenia França Foto: Mar+vin
Xenia França Foto: Mar+vin
 
 

Ainda menina em Camaçari, na Bahia, Xenia adorava assistir à apresentadora Glória Maria na televisão. Era um de seus raríssimos exemplos de mulher negra bem-sucedida, embora ela ainda não elaborasse os porquês de tamanha admiração. “Só mais tarde fui entender. Como fui entender também por que chorei quando ouvi Milton Nascimento pela primeira vez, antes de saber quem ele era. A potência negra me emociona”, diz a cantora. Hoje, aos 33 anos, Xenia é guiada, artística e pessoalmente, por esta mesma potência, e sua obra é um reflexo de todas as experiências que viveu: “Quase acreditei que eu não existia, foi por pouco. Mas peguei esse sentimento e fiz um disco. Agora estou aqui. E minha integridade é inegociável.”

A consciência de sua negritude e as dificuldades intrínsecas a ela só lhe caíram como uma enorme ficha quando se mudou para a capital paulista, aos 17, para seguir a carreira de modelo. “Ter nascido na Bahia fez com que eu não fosse uma pessoa alienada. É o estado mais preto do Brasil e a cultura negra está em todo lugar”, diz. “Mas a minha identidade de mulher preta urbana nasceu em São Paulo”, conta. Filha de pais separados — Dalva é administradora e Jorge, já falecido, era químico e músico —, chegou a estudar Publicidade, mas abandonou o curso para se aventurar no mundo fashion. “Troquei de agência algumas vezes, nunca dava certo em nenhuma. Eu não entendia por que não me chamavam para trabalhar”, diz, referindo-se ao preconceito sofrido por ser negra. Hoje, a cantora enxerga com clareza exatamente as razões de tantas dificuldades: “Mais tarde conheci outras meninas negras como eu, que estavam na mesma batalha, e começamos a discutir essas questões. Desde coisas prosaicas, como ‘por que não namoramos ninguém?’ até ‘por que somos menos chamadas para trabalhos?’ Foi um caminho sem volta”, lembra ela.

Há dois meses, a cantora comprou um apartamento em São Paulo e, pela primeira vez, está morando sozinha (e sem precisar dividir contas com amigas). Nos idos de 2004, Xenia dividia uma casa com outras dez modelos. A atriz e empresária Samira Carvalho era uma delas: “Lembro como se fosse hoje: quando chegou de Camaçari, era uma menina ingênua, romântica, que demorou a perceber que as coisas na cidade grande não seriam muito fáceis, principalmente por estar longe da mãe. Naquela época, nossa vida era bem conturbada”.

 A carreira de modelo logo passou a seguir em paralelo à de cantora. “Eu pensava em ser muitas coisas, menos em seguir o caminho da música”, lembra. Mas amigos diziam que ela tinha uma linda voz e a convenceram, não sem esforço, a formar uma banda de garagem, que logo passou a tocar em bares. Mais tarde, passou a integrar o grupo paulistano de black music Aláfia, cujo repertório politizado a ajudou a engajar-se ainda mais, e gravou três álbuns, além de fazer uma participação especial em um álbum do rapper Emicida.

Mas foi o lançamento de seu primeiro e único disco solo, “Xenia”, em 2017, que de fato revolucionou a carreira da menina baiana. Duas indicações ao Grammy Latino — nas categorias Melhor Álbum Pop Contemporâneo e Melhor Canção em Língua Portuguesa, pela faixa “Por que me chamas?”, assinada em parceria com o namorado, o também músico Lucas Cirilo — abriram portas para festivais prestigiados, como Recbeat, Coala, Queremos e o celebrado Summer Stage Festival, no Central Park, em Nova York. “Nos últimos dois anos, não lembro de ter tido um dia totalmente livre”, conta. Os convites não param e um dos mais importantes veio no final do ano passado: cantar ao lado de Seal, ícone da música pop, no Rock in Rio, na próxima sexta-feira. O show de Xenia no Rock in Rio será no palco Sunset, que, segundo Roberta Medina, vice-presidente do festival, “privilegia encontros inéditos, em que os artistas têm a liberdade de apresentar concertos não-tradicionais, de propor conversas musicais únicas”.


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