Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense quarta, 26 de agosto de 2020

WASHINGTON NOVAES SE ENCANTOU - LEGADO ÀS CAUSAS AMBIENTAIS

Jornal Impresso

WASHINGTON NOVAES

Legado às causas ambientais
 
Militante e pioneiro na cobertura de meio ambiente e dos povos indígenas no Brasil, o jornalista Washington Novaes morre, aos 86 anos. Familiares, amigos e colegas de profissão prestaram homenagens

 

» Cibele Moreira

Publicação: 26/08/2020 04:00

Washington Novaes também foi secretário de Meio Ambiente na gestão de Joaquim Roriz, entre 1991 e 1992 (Marcelo Novaes/Divulgação)  

Washington Novaes também foi secretário de Meio Ambiente na gestão de Joaquim Roriz, entre 1991 e 1992

 


Aos 86 anos, o jornalista Washington Novaes não resistiu a complicações causadas por um câncer no intestino e morreu na madrugada de ontem. O comunicador deixa um grande legado ao jornalismo ambiental e às causas ligadas ao meio ambiente e aos povos indígenas. Há mais de 50 anos na profissão, Washington Novaes atuou nos principais veículos de comunicação do país, como O Estado de S. Paulo, Veja, Folha de S. Paulo, TV Globo, Rede Bandeirantes e TV Cultura. Entre os trabalhos mais conhecidos dele está a série documental Xingu — A Terra Mágica, que traz uma imersão no universo dos povos indígenas do Xingu. A produção ganhou diversas premiações internacionais. Fora das redações, Washington também exerceu cargo público à frente da Secretaria de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia (Sematec), no governo do Joaquim Roriz, entre 1991 e 1992.
 
Ao Correio, o atual secretário de Comunicação, Weligton Moraes, relembra da época em que trabalharam juntos no Executivo local. “Companheiro de equipe competente, com muita sensibilidade técnica. Washington Novaes revolucionou o setor público com as causas ambientais na Secretaria de Meio Ambiente”, destaca o gestor. Antes de ocupar o cargo no GDF, Novaes atuou também na campanha eleitoral de Joaquim Roriz para o primeiro mandato do ex-governador, em 1990. Teve sua participação no poder público por dois anos e deixou o governo para dedicar-se à militância.
 
O produtor de televisão e publicitário Hamilton Carneiro, 72 anos, conta com muito orgulho o trabalho do jornalista em Goiás. “Eu não vejo ninguém com a sabedoria dele no jornalismo ambiental. Ele entrou no ramo quando só se falava em desmatamento. E fez diferente: procurou conscientizar sobre as causas ambientais e na defesa do Cerrado”, ressalta Hamilton Carneiro. O publicitário lembra que conheceu Washington em 1984. Os dois trabalharam juntos e a amizade foi transformada em admiração ímpar. Hamilton não sabia da doença de Novaes e a notícia da morte o pegou de surpresa. “Foi um susto muito grande. Ele deixa uma saudade muito grande, é uma perda irreparável”, pontua.
 
Marco
O jornalista e ex-secretário de Cultura e de Comunicação do Distrito Federal Silvestre Gorgulho afirma que o trabalho de Novaes tem relevância fundamental para o ambientalismo no Brasil. “Quantas pessoas ele conscientizou com matérias, livros e documentários? Quantos artigos ele escreveu e quantas pessoas repensaram ações após ler as matérias dele? Por causa dele que, em 1989, criei a Folha do Meio Ambiente (site de notícias voltadas às questões ambientais)”, analisa Gorgulho.
 
Segundo o comunicador, Washington era uma pessoa disponível que tinha um vasto conhecimento no que fazia e defendia. “Ele nunca parou de estudar. Para mim, Novaes foi mais que um professor, mas um amigo e um orientador. Eu aprendi muito com ele. Sou grato e sinto a passagem dele, mas o legado fica”, ressalta.
 
O cineasta e filho de Washington João Novaes relembra com bastante carinho e emoção momentos que passou com o pai. “Um dos momentos que mais me marcaram foi quando eu cursava filosofia. Tinha entre 20 e 21 anos e ele estava produzindo uma série que se chamava Desafio do lixo, na TV Cultura. Pegamos um carro e viajamos da Itália até a Noruega vendo todas as soluções para o problema do lixo. Foi nessa viagem que fui mordido pelo audiovisual”, afirma.
 
Dos quatro filhos que Novaes deixou, três foram para o audiovisual e tiveram a possibilidade de trabalhar com o pai em projetos de relevância. Entre eles está a série Xingu — A Terra Ameaçada, produzida em 2006, duas décadas após o primeiro documentário com as tribos indígenas. João conta que esse trabalho também o marcou muito. Em uma das aldeias, a proximidade com a família Novaes e o peso que o trabalho de Washington tem em relação às causas indígenas conquistaram a tribo kuikuro que realizará a cerimônia Kuarup — um ritual indígena de despedida aos mortos. A informação foi revelada pelo filho João Novaes.
 
“Não podia ter pedido um pai melhor. Um exemplo de ética e coragem para lutar, como Dom Quixote na briga contra os transgênicos, amianto e na defesa pela água e pelo cerrado. Um modelo civil e o legado que ele deixa influenciou o jornalismo. Para mim, ele continuará sendo um ídolo”, diz. Um livro de memórias será publicado em breve pela família.
 
Em uma cerimônia intimista, o corpo do jornalista foi velado na tarde de ontem na presença de familiares e amigos bem próximos. Ele será enterrado hoje, na cidade de Vargem Grande do Sul, interior de São Paulo, região onde Washington nasceu.
 
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), lamentou a morte de Novaes nas redes sociais. No Twitter ele escreveu: “Perdemos uma referência no jornalismo ambiental”. No Facebook, Caiado se solidarizou e prestou apoio a amigos e familiares.

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