VISTA IGNOTA
Quintino Cunha
Há um ruído infernal, dentro do leito
Do rio. A lontra rosna. A capivara
Espavorida esconde-se no estreito
De um paraná, que a enchente ali formara.
O jacaré, levando tudo de eito,
Foge, estrugindo horrivelmente; e, para
Mais aumentar o grande ruído feito,
O rio inteiro se convulsionara...
E, enquanto em medo tudo se alvorota,
Nesta paisagem visualmente ignota,
Mas facilmente do índio percebida,
Uma anta firme, calma que arrebata,
Corta o fundo das águas, distraída,
Como se fosse andando pela mata!...