Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense quarta, 20 de março de 2019

VISITA DE BOLSONARO AOS EUA: NO FIM DAS CONTAS, UM SALDO POSITIVO

 


No fim das contas, um saldo positivo
 
 
Para o presidente brasileiro, a sensação da comitiva nos Estados Unidos é de dever cumprido, principalmente pelo apoio para a entrada da OCDE. Entretanto, quem ganhou mais foi Donald Trump. Segundo Bolsonaro, alguém tinha que estender a mão primeiro

 

» DENISE ROTHENBURG
Enviada Especial

Publicação: 20/03/2019 04:00

Bolsonaro e Trump trocam camisas das seleções: bom humor, coincidências e o acerto para o Brasil apoiar decisões dos EUA na questão da Venezuela (Brendan Smialowski/AFP)  

Bolsonaro e Trump trocam camisas das seleções: bom humor, coincidências e o acerto para o Brasil apoiar decisões dos EUA na questão da Venezuela

 




Washington, DC — Pelo semblante da delegação brasileira ao chegar para a declaração conjunta dos presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump no Rose Garden, o jardim da Casa Branca, era possível concluir que o Brasil saiu dos Estados Unidos com a sensação de “missão cumprida” e quase tudo o que havia solicitado, inclusive o apoio para ingresso na Organização de Cooperação para o Desenvolvimento Econômico (OCDE) — o clube dos países ricos, que representa um selo de qualidade para negociações comerciais. Mas, como nem tudo na vida é exatamente do que jeito que se deseja, o presidente brasileiro, conforme escrito no comunicado da Casa Branca, concordou em iniciar os procedimentos para deixar de ter tratamento preferencial e diferenciado na Organização Mundial do Comércio.

Essa perspectiva, entretanto, não diminuiu a sensação de vitória da comitiva brasileira. É que diante do conjunto de oportunidades que se apresentam à frente, o resultado não poderia ter sido melhor em se tratando de uma primeira visita. A maior vitória do Brasil nessa viagem foi a inclusão do país como aliado extra do Tratado do Atlântico Norte (Otan), algo que, segundo o presidente Bolsonaro, ajudará o Brasil em questões de defesa, segurança e energia.

Bolsonaro estava tão feliz e tão bem-humorado com a visita que topou falar com a imprensa no meio da tarde, extra-agenda. Ali, na calçada da Blair House, onde está hospedado, falou sobre os principais temas abordados no encontro com Trump. Eles ficaram juntos por duas horas, incluindo almoço, encontro privado e a pose para fotos no Salão Oval. O gelo começou a ser quebrado ainda na sala presidencial, quando trocaram camisas das seleções de futebol dos dois países. Concluíram que têm mais em comum do que imaginavam. Ambos são pais de cinco filhos, tiveram mais de um casamento e posam com os mesmos ideais. Deram gargalhadas. Bolsonaro brincou no almoço, dizendo que Trump, de 72 anos, parecia mais jovem. E acrescentou: “Temos a idade da mulher que amamos”, disse Bolsonaro (Michelle tem 35 e Melania Trump, 48), para risada geral. Na declaração conjunta, no Rose Garden da Casa Branca, Trump classificou a eleição do presidente brasileiro como o “ocaso do socialismo nas Américas”.

Com tanta afinidade, a conversa fluiu. E, neste primeiro encontro, Trump ganhou mais do que ofereceu. Por exemplo, o apoio do Brasil para resolver a crise da Venezuela (leia detalhes nesta página). Levou ainda o uso da Base de Alcântara, no Maranhão, algo que a oposição brasileira considerou “entreguismo” — e o presidente Jair Bolsonaro viu como um grande lucro, até porque os americanos vão pagar pelo uso. “Atualmente, a base está ociosa e a entrada deles ajuda a capacitá-la. A questão quilombola foi resolvida nesta semana. Tinham ampliado a área sem ninguém saber. Vamos oferecer mercado de trabalho para os quilombolas. Todo mundo tem a lucrar”, disse Bolsonaro, na entrevista na calçada da Blair House.

A questão dos vistos (leia mais na página 3), que os americanos agora estão isentos, deixou a desejar para os turistas brasileiros. Tampouco, os empresários ganharam o Global Entry, que evita filas na migração daqueles que vivem na ponte aérea entre os dois países. O presidente, entretanto, garante que as coisas vão caminhar: “A gente não vê nenhum americano indo para o Brasil ganhar estabilidade via CLT. O contrário existe, mesmo não havendo nenhuma garantia da CLT. Agora, alguém tem que estender o braço em primeiro lugar, e quem estendeu fomos nós. Creio que podemos ganhar muito na questão do turismo, que está muito voltada com a questão da segurança também” disse o presidente, pedindo desculpas por ter dito, à Fox News, que a maioria dos imigrantes era mal-intencionada.

Eleições

Não foi apenas Bolsonaro a demonstrar boa vontade e bom humor. Donald Trump também. Especialmente, quando a imprensa americana quis saber o que Bolsonaro achava da eleição de 2020 nos EUA, se mudaria algo na relação entre os dois países em caso de vitória de um democrata. Bolsonaro, escolado na diplomacia, disse que se tratava de um assunto interno, mas que acreditava na vitória de Trump. Sorrindo, o americano agradeceu e disse que pensava o mesmo. Trump demonstrou ainda toda a deferência com o deputado Eduardo Bolsonaro, a quem convidou para participar da conversa reservada entre os dois presidentes (leia reportagem nesta página), em que foram discutidas as questões mais sensíveis em relação à Venezuela.

Ao mencionar a Venezuela, ambos deixam fluir toda a questão ideológica que os une. Bolsonaro citou o fim da ideologia de gênero, do politicamente correto e das fakes news. Trump foi enfático ao dizer que quer as pessoas livres, mencionou ainda Cuba, antes da Venezuela, e foi direto: “A última coisa que queremos na América é o socialismo”, disse, antes de referir ao Brasil na Otan e aos acordos para segurança e combate ao crime organizado, outros temas em que os dois países promoverão parcerias.

Pontos positivos

» Apoio para a entrada na Organização de Cooperação para o Desenvolvimento Econômico (OCDE)

» Inclusão do Brasil como aliado extra do Tratado do Atlântico Norte (Otan)

» Início de conversas para tratados comerciais, principalmente na área da agricultura

» Visão positiva e de parceria para questões diplomáticas
 
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