Coordenado significa colocado com, um ao lado do outro. É como os livros na estante. A gente os organiza um ao lado do outro – e eles mantêm a independência. Um não invade as páginas do outro. O mesmo ocorre com a língua. Termos (sem verbo) e orações (com verbo) podem coordenar-se. Basta ter mais de um:
- sujeito: Paulo, Luís e Maria foram ao cinema.
- objeto direto: Comprei carne, queijo, frutas, legumes, cereais.
- objeto indireto: Gosto de cinema, teatro, leitura.
- predicativo: Márcia é bonita, elegante e estudiosa.
- adjunto adnominal: Visite uma cidade limpa, organizada e charmosa.
- Adjunto adverbial: Ele vai ao clube hoje, amanhã de depois de amanhã.
O e
Não há sinais inocentes. Separar os termos da enumeração por vírgula ou pela conjunção e dá recados diferentes. A ausência do e significa que a relação não chegou ao fim. Há mais. A presença do monossílabo diz o contrário. É isso e nada mais. Compare: No mercado, comprei frutas, carnes, bebidas, cereais. No mercado, comprei frutas, carnes, bebidas e cereais.
Etc.
Etc. é a abreviatura de (e) (t)antas (c)oisas. Mas, apesar da presença do e, pode-se antecedê-lo de vírgula. Ou não. É que o danadinho é tão antigo (vem do latim) que as pessoas de memória curta lhe esqueceram a origem. Tratam-no como se fosse uma palavra qualquer. Oba! Com ele, é acertar ou acertar: No mercado, comprei frutas, carnes, bebidas, cereais, etc. No mercado, comprei frutas, carnes, bebidas, cereais etc.
Atenção
Etc. escreve-se com ponto no finzinho. Não se trata de escolha. Mas de obrigatoriedade. Se o ponto coincide com o término do período, nada de dose dupla. Fique com um só: Fez palestras para pais, aluno, professores etc.