VIREI UMA “TIA VELHA”
Paulo Azevedo
Tenho ido a muitos casamentos, acho que sou querido. E todos eles têm algo em comum, o ataque das "Tias Velhas" à mesa de doce.
Fico de longe observando, antes do final da festa, elas começam a rondar a mesa, iguais a leoas preparando o ataque, ficam ali, com o saquinho de supermercado ou a echarpe preparados para o bote certeiro.
Não bebem e comem pouco salgados, mas os doces, esses são essenciais. Basta a primeira "Tia Velha" pegar discretamente (assim ela acha) um camafeu de nozes, que um cardume, esquadrilha, enxame de tias atacam.
Coitado dos noivos. Se nenhuma alma caridosa fizer um farnel, verão os docinhos só no vídeo do casamento, três meses depois. Os convidados educados que deixam para o final a mesa de doce, correm o risco de encontrar somente aquela noz amputada e a cor verde manchando a toalha da mesa, daquele docinho de pistache.
Minha esposa, de forma séria, sempre avisa antes dos casamentos, ultimato mesmo:
– Para de frescura, os docinhos são para isso mesmo, pegue todos e mais os bem-casados... Não tem coisa melhor com café no dia seguinte!
Virei uma "Tia velha".... Vergonha alheia!