Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense sábado, 29 de fevereiro de 2020

VILA PLANALTO: HERANÇA DO CANTEIRO DE OBRAS

 

Vila Planalto: herança do canteiro de obras
 
Localizada a poucos quilômetros da Esplanada dos Ministérios, a região guarda edificações históricas da época da construção de Brasília. Memória é resgatada em mais uma matéria da série Brasília sexagenária

 

» CAROLINE CINTRA
» JULIANA ANDRADE

Publicação: 29/02/2020 04:00

Por muitos anos, as edificações de madeira  
Por muitos anos, as edificações de madeira "rivalizaram" com os prédios públicos da Esplanada dos Ministérios: atualmente, a maioria dos imóveis da Vila Planalto é de alvenaria


 (Givaldo Barbosa/CB/D.A Press - 24/4/83 )  
 
Enquanto a nova capital do Brasil tomava forma, uma cidade surgia a poucos metros da Esplanada dos Ministérios. Os primeiros barracões foram erguidos em 1956, com a instalação dos acampamentos das construtoras Pacheco Fernandes e Rabelo, segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), onde se encontra a Vila Planalto. As casas de alvenaria ganharam espaço, mas há aquelas que lutam contra o tempo e mantêm as características originais. Em meio ao perímetro tombado pelo Iphan, a Vila Planalto guarda construções de mais de 60 anos e muitas memórias.
 
As casas eram construídas de forma simples, pois deveriam ser derrubadas depois da inauguração de Brasília. “Foram inúmeros acampamentos levantados à época da construção e alguns, no projeto, acabaram ficando dentro do Lago Paranoá. Por sorte, a Vila Planalto não foi um deles, talvez por ter uma mobilização dos moradores e por ter funcionários do alto escalão morando lá”, detalha Frederico de Holanda, professor emérito de arquitetura da Universidade de Brasília (UnB). O especialista destaca que as construções de madeira trazem características da arquitetura moderna clássica brasileira. “São volumes trapezoidais, muito limpos e simples”, descreve. 
 
A chef de cozinha Helena Maria Alves, 64 anos, mora em um dos poucos imóveis com características originais. A goiana chegou a Brasília com os quatro filhos em 1985, quando passou a morar na residência. “Na época em que o povo estava derrubando as casas de madeira, a gente nem tinha condições financeiras para construir uma de alvenaria. Com o tempo, fomos aprendendo a amar a casa da forma como ela é”, conta.
 
A estrutura fica no acampamento EBE e servia de abrigo para os engenheiros da construção. As vizinhas, que antigamente eram iguais à de Helena, não existem mais. Elas foram derrubadas e erguidas com outros materiais. “Seria muito bom se mais gente mantivesse a casa de madeira. Eu sou apaixonada por ela. Para mim, isso é um tesouro”, admite.


Para Tia Zélia, famosa cozinheira da Vila Planalto, a Igrejinha reforça a importância da região para a capital   (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)  

Para Tia Zélia, famosa cozinheira da Vila Planalto, a Igrejinha reforça a importância da região para a capital

 



A chef Helena Maria mora com a família em uma das casas de madeira que restaram:  

A chef Helena Maria mora com a família em uma das casas de madeira que restaram: "Eu sou apaixonada"

 



 
Igreja pioneira
 
Erguida em 1959, a Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Pompeia, também conhecida como Igrejinha da Vila Planalto, é outra construção antiga da região. Ela é considerada Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e foi uma das obras iniciais realizadas pelos pioneiros dos acampamentos que deram origem à Vila Planalto. A capela chegou a sediar a Catedral Metropolitana de Brasília até 1970, ano da inauguração da matriz, na Esplanada dos Ministérios.
 
A igreja foi construída inteiramente de madeira, tem nave única e campanário no canto da fachada. É um dos principais pontos turísticos da cidade. A cozinheira Maria de Jesus Oliveira da Costa, 66, a Tia Zélia, mora na Vila desde 1966 e vai, pelo menos, duas vezes por semana ao templo. “É um lugar onde nos sentimos em casa. Aconchegante. Quem chega à cidade, dá de cara com a igreja. Um lugar lindo, que transmite paz”, declarou.
 
Hoje, quem passa em frente à igreja e não conhece a história da Vila Planalto nem imagina que, há 20 anos, um incidente quase acabou com o monumento histórico. Um incêndio o destruiu (leia Para saber mais). Ao lembrar da cena, Tia Zélia se emociona. “Foi triste e muito doído. Um sentimento de perda mesmo. Ver aquela imagem, tudo se acabando em fogo, os bombeiros tentando apagar. Só não chorei, porque não sou de chorar, mas a sensação foi horrível”, relembra. A reinauguração da igrejinha ocorreu em 2007, com as mesmas características do projeto original.


Para saber mais

 (Tadashi Nakagami/CB/D.A Press - 6/11/78 )  


Incêndio na Igrejinha
Na madrugada de 5 de março de 2000, por volta da 1h45, um incêndio destruiu a Igreja Nossa Senhora do Rosário de Pompeia. O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas, quando chegou, não era mais possível conter as chamas. Dias depois, foi instaurado um inquérito para apurar o caso, na 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte). À época, havia denúncias de que o incêndio teria sido criminoso. Resquícios de gasolina foram encontrados próximo ao local, reforçando as suspeitas. No entanto, sem conclusão, o inquérito foi arquivado no ano seguinte.


Memória
Massacre da Pacheco Fernandes

O episódio conhecido como o Massacre da Pacheco Fernandes gera dúvidas até hoje. Em 1959, houve uma confusão no canteiro da construtora, onde hoje fica a Vila Planalto. Alguns informam apenas uma morte, enquanto supostas testemunhas denunciam um massacre. O inquérito policial aponta que 27 soldados da antiga Guarda Especial de Brasília (GEB) atiraram contra os operários, após uma revolta. Oficialmente, a ação teria deixado um morto e alguns feridos.
 
Jornal Impresso

Escreva seu comentário

Busca


Leitores on-line

Carregando

Arquivos


Colunistas e assuntos


Parceiros