O Brasil estupefato
Sofre mais um golpe forte
Com a notícia da morte
De Augusto Liberato!
Que aqui findou seu contrato
Foi pra outra dimensão.
Lá na sagrada mansão
Terá acolhida intensa
Porém a lacuna imensa,
Desgasta a televisão.
Gugu, esse brasileiro,
De carreira promissora,
Teve uma mãe vendedora
E um pai, caminhoneiro.
Sendo um gênio verdadeiro
Tornou-se celebridade,
Pela criatividade
Mostrou que era talentoso,
Mesmo sendo tão famoso
Nunca perdeu a humildade.
Com os seus saberes tantos
Demonstrou aptidões
Ao escrever sugestões
Pra o “Programa Silvio Santos”,
Que por despertar encantos
Já lhe incluiu em seus planos,
E sem que temesse danos
Contratou-lhe de repente
Sendo ainda adolescente
Contando quatorze anos.
Assim deu-se a sua entrada
De vez, na televisão!
Na área de produção
Teve a vaga assegurada,
De maneira inusitada
Pra o sucesso fez embarque!
Foi em “Domingo no Parque”
Que a carreira teve início
Pra dedicar-se ao ofício
Sem prazo pra desembarque.
O seu primeiro programa
Pra prosseguir na jornada,
Foi a “Sessão Premiada
Paulista”, acendendo a chama,
Que abriu a porta pra fama
De forma espetacular.
“Viva a Noite” veio ao ar
Tendo um sucesso graúdo
Lançando os grupos “Menudo”,
“Dominó” e “Polegar”.
Gugu fez “Passa ou Repassa”
Com muita propriedade,
“Cidade contra Cidade”
Foi feito com charme e graça!
Daquele que a sorte abraça
O azar vai se afastando.
No palco sempre brilhando
Ao lado de Silvio Santos
Levou alegria a tantos
Na roda do “Roletrando”.
Com a “TV Animal”
Alcançou mais um desejo!
E o “Sabadão Sertanejo”
Foi pra ele especial,
Sempre foi fenomenal
Em suas atuações,
Teve participações
Em cinema e seriados,
Fez trabalhos engraçados
Junto com “Os Trapalhões”.
Gugu tão bem atuou
Com Angélica num papel,
E com Xuxa Meneghel
Também já contracenou,
Para tantos fãs deixou
O seu imenso legado
Mas atendendo ao chamado
De Deus pai onipotente
Deixou saudade pra gente
Foi pra o habitar sagrado.
Além de ser competente
Otimista e carismático,
Alegre, amigo, simpático,
Criativo, inteligente,
Apresentava contente
A sua programação.
A nossa televisão
Sem Gugu está de luto.
Jamais um substituto
Fará sua imitação.
Humoristas e cantores,
Atores, outros artistas,
Que obtiveram conquistas
Através dos seus favores,
Hoje mostram seus valores
Nos palcos dessa nação
No cume da Ascenção
Choram pelo seu padrinho
E repetem com carinho
A palavra gratidão.
No meio televisivo
Passou por vários canais,
Cumprindo seus ideais
Por ser astuto e ativo,
Animou, deu incentivo,
Pra o artista iniciante,
Da sua mente brilhante
Brotavam boas ideias
Levando as vastas plateias
Aos aplausos delirantes.
Expansivo e educado
Jamais encontrou problema,
Pra dissertar qualquer tema
Sempre foi desenrolado,
Com qualquer entrevistado
Que ficasse a sua frente
Tinha conduta excelente
De forma polida e séria,
Qualquer que fosse a matéria
Agia imparcialmente.
Gugu sempre foi assim
Cheio de estima e apreço!
Mas, tudo que tem começo,
Tem meio, depois tem fim,
Que seja bom ou ruim,
Pastor, Padre ou Presidente,
Traficante ou delinquente,
Pedinte ou capitalista.
Com o nosso protagonista
Também não foi diferente.
Mês, novembro data vinte,
Ano dois mil e dezenove,
Um acidente promove
Um evento sem requinte,
Por um fado ou por acinte
Aquele infausto momento
Pegou Gugu desatento
A quatro metros do chão!
Da queda veio a indução
Para o seu falecimento.
A vinte e dois, sexta-feira,
Houve o desfecho do fato,
Pois Augusto Liberato
Teve a hora derradeira,
Deixando a nação inteira
Desgostosa e consternada,
A partida inesperada
Causou enorme desfalco
Ao deixar vazio o palco
Com a cortina fechada.
Gugu na face da terra
Cumpriu bem seus ideais,
Mas, seu legado jamais,
Terá fim e nem se encerra,
Se hoje o destino emperra
A sua longevidade
Vem a máquina da saudade
Eternizar sua história.
Que Deus lhe conceda a glória
Para toda eternidade.