Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Coluna do Calixto - Onde Reminiscências, Viagens e Aventuras se Encontram quinta, 14 de setembro de 2017

VIAGEM DE MEL DÚIN – UM CONTO CELTA (PRÓLOGO)

VIAGEM DE MAEL DÚIN – UM CONTO CELTA (PRÓLOGO)

Traduzido, complementado e resumido por

Robson José Calixto


 

Havia um homem famoso que pertencia ao clã dos Owens das Ilhas de Aran, que ficam a sudoeste da atual Galway, Irlanda. O nome desse homem era Ailill Lâmina-de-Batalha, que foi com o Rei em uma incursão a outro território. Eles acamparam uma noite perto de uma Igreja contígua a convento de freiras. Por volta da meia noite Ailill viu uma freira sair para tocar o sino da Igreja, e a agarrou pela mão. Na antiga Irlanda religiosos não eram muito respeitados em tempos de guerra, e Ailill, assim, não a respeitou, deflorando-a. Ao partirem Ela perguntou qual eram a raça e o nome dele, que respondeu: “Ailill da Lâmina-de-Batalha, dos Owens de Aran, em Thomond”, região irlandesa associada aos condados de Clare e Limerick

 Em verde mais escuro, a região de Thomond, na Irlanda.

À esquerda, um pouco acima, dessa região, está o arquipélago de Aran.  Fonte: Internet.

Passado algum tempo a mulher deu a luz a um menino, que foi chamado de Mael Dúin. Ele foi mantido e protegido secretamente pela Rainha do território, pois era amiga da freira. Mael Dúin cresceu com as formas belas e duvida-se se houve outro homem tão belo quanto ele. Ele cresceu e se tornou um jovem guerreiro, hábil no uso das armas. Grande também eram a inteligência, disposição e alegria. Nas brincadeiras superava todos os companheiros no arremesso de bolas, correndo e saltando, erguendo pedras e nas corridas de cavalos.

 

Um dia um jovem guerreiro orgulhoso, chateado por ter sido derrotado por Ele, o provocou por não conhecer a descendência e o parentesco. Chateado, Mael Dúin foi atrás da mãe adotiva, a Rainha, dizendo: “Eu não comerei ou beberei até que você me diga que são meus pais verdadeiros”.

Ilustração de um guerreiro celta. Fonte: Pinterest.

 

“Eu sou sua mãe”, disse a Rainha, “pois ninguém amou seu filho mais do que Eu o amei”.

 

Mas Mael Dúin insistiu em saber tudo. Então a Rainha o levou até a mãe dele, a freira, que disse para Ele: “Seu pai é Ailill dos Owens de Aran”.

 

Mael Dúin foi atrás dos próprios parentes, que o receberam bem. Ele tornou-se anfitrião dos três filhos da Rainha e do Rei, irmãos adotivos.

 

Passou o tempo e Mael Dúin estava entre um grupo de jovens guerreiros que competiam, carregando pedras até o cemitério do que sobrara da Igreja de Doocloone. Ele se plantou no terreno e quando ergueu uma pedra sobre uma laje chamuscada e enegrecida, um monge falou: “Era melhor você vingar o homem que foi queimado aí do que ficar lançando pedras sobre os ossos queimados dele”. Mael Dúin perguntou quem era aquele homem e o monge disse: “Ailill, seu pai”.

 

Ilustração que apresenta as províncias irlandesas, entre elas, Leinster.

Fonte: Wikipédia.

“Quem o matou?”. O monge respondeu que foram saqueadores de Leix, que o destruíram naquele local. Mael Dúin deixou cair a pedra, se enrolou no manto e foi para casa. Lá perguntou qual era o caminho para se alcançar Leix (Laois). Indicaram-lhe que ficava a sudeste do condado de Leinster, região central da Irlanda e que para chegar lá, só atravessando o mar em direção ao continente, pois habitavam em um arquipélago.

 

Aconselhado por um druida, Mael Dúin construiu um barco redondo de vime (coracle) e peles lambridas três vezes, umas sobre as outras. O feiticeiro o aconselhou viajar na companhia de dezessete homens apenas, desde o dia da partida até o dia do desembarque.

 

Quando o grupo já estava a bordo e pronto para içar a vela, começando a se distanciar, os três irmãos adotivos de Mael Dúin chegaram à praia, implorando que os levasse com Ele, o que foi negado.

 

Mas os três jovens se jogaram ao mar, não querendo se separar do irmão. Mael Dúin deu meia volta, puxando-os para o barco antes que os três se afogassem. Assim, seguiram viagem juntos, desobedecendo ao aconselhamento do feiticeiro.

 

Continua...

Traduzido, complementado e resumido por Robson José Calixto

 

Brasília, 08 de setembro de 2017

Fonte: Geddes & Grosset. Celtic Mythology, 1999, Scotland.

 

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