Rafael, do Guará, escreve: “Li no jornal que `o presidente adiou a decisão pra depois´. Fiquei encucado. O `adiar pra depois´ soou como o subir pra cima, descer pra baixo, entrar pra dentro, sair pra fora. Estou certo? Trata-se de pleonasmo?
Palmas pra você, Rafael. Adiar é verbo pra lá de mascarado. Ao menor descuido, a gente deixa-se enganar. Não caia na dele. Pode-se trocar uma data por outra. Mas só se adia o evento propriamente dito. A razão é simples. Não se mudam as datas de lugar no calendário. Adia-se a festa. Não se adia a data da festa. Adia-se o tratamento. Nunca a data do tratamento. Mais: prazos podem ser ampliados ou encurtados. Nunca adiados.