VEM (POEMA DO MARANHENSE ARTHUR AZEVEDO)
VEM
Arthur Azevedo
Escrúpulos ?... Escrúpulos ! ... Tolice ! ...
Corre aos meus braços ! Vem ! Não tenhas pejo!
Traz teu beijo ao encontro do meu beijo
E deixa-os lá dizer que isso e' doidice!
Não esperes o gelo da velhice,
Não sufoques o lúbrico desejo
Que nos teus olhos úmidos eu vejo !
Foges de mim? ...Farias mal ? ... Quem disse?
Ora o dever !- o coração não deve!
O amor , se e' verdadeiro , não ultraja
Nem mancha a fama embora alva de neve.
Vem!...que o teu sangue fervido reaja!
Amemo-nos , amor , que a vida é breve,
E outra vida melhor talvez não haja!