VAZANTE
Quintino Cunha
O mês de julho mostra um tempo novo
Em tudo: à margem pousa alegre bando
De borboletas, cor de gema de ovo,
O declive das águas anunciando.
Da floresta central, de lá de ignotas
Matas, voltam, da imensa arribação,
Os maguaris, as garças e as gaivotas,
- A beleza das praias no verão!
E o uirapajé cantando, e a saracura
Cantando, em fim o plácido barulho
Das aves todas, dá-nos a envoltura
Dessas manhãs esplêndidas de julho.
A própria vida mais amor exalta,
Nesses dias magníficos, sem-par,
Quando mais se ouve o canto da pernalta,
No alegre anseio de nidificar.