VAR: TEMENDO EMPATAPHODA, PIOR QUE COITO INTERROMPIDO
Paulo Azevedo
Imagine no meio siricutico, você quase lá, seu par delirando, orgasmos simultâneos próximos... É agora... Aí um espirito sem luz abre a porta do quarto... Aquela sensação ficou pela metade.
O VAR para gol anulado é isso. A emoção primeira foi embora, algo frio demais esperar para gritar de alegria.
Tudo bem que o jogo ficou mais limpo e talvez mais ético, mas a alegria de gritar gol foi embora.
Sinceramente. não sei. Gosto da poesia do gol. Futebol que já era chato ficou cartesiano, aquelas discussões de segunda-feira no boteco estão com os dias contados. Aquele gol do Mauricio em 1989, que deu o título de campeão carioca depois de vinte e um anos ao Botafogo, não existiria.
Mas no vôlei tem apelo tecnológico, perfeito. Porém, convenhamos que a paixão é cega e ignorante. Pergunte a um corinthiano se admitiria perder para o Palmeiras por um gol irregular, justamente anulado pelo VAR! Jamais!
Talvez devamos ter paciência, acostumar-nos. Mas o VAR parece aquele presente bacana que você ganha no amigo oculto, aí descobre que esse presente não era para você, troca o presente por um cinto do vovô. Aquele sorriso amarelo estampado no rosto. Foi quase...