VAR: O FIM DA EMOÇÃO
Paulo Azevedo
Fico pensando o que seria do título de 1989 do Botafogo, naquele gol em que o Mauricio empurrou o Leonardo do Flamengo, no título do Fluminense, de 1985, quando o Vica agarrou o Claudio Adão do Bangu, dentro da área, ou a falta do Bebeto no jogador do Atlético Mineiro, na semifinal do Brasileiro de 1987, que resultou no gol do Flamengo de cabeça do Zico, se existisse o chato do VAR.
Raramente, vejo futebol ao vivo ou na TV. Agora, estava vendo Vasco e Santos, gol do Vasco... Levou uns cinco minutos para os vascaínos soltarem os gritos e compartilharem abraços felizes!
Estão acabando coma emoção do primeiro grito, aquela sensação que arrepia, causa taquicardia!
E o impedimento, então? A jogada continua e... broxada! Sinceramente, desse jeito, é ejaculação precoce ou impotência emocional.
Futebol não é igual a vôlei, basquete, futebol americano... A paixão está justamente na polêmica, na irracionalidade cega, os estudiosos do futebol terão que escolher entre o fair play ou paixão. Esse futebol estoico é estranho, muito estranho. Esqueceram o princípio heraclitiano: "não se banha no mesmo rio duas vezes iguais".
Segurar emoção do gol é quase uma esquizofrenia ao coração do torcedor!
Fui dormir! Nos meus sonhos não há VAR!